Festival de Gramado consagra Pacarrete em momento de resistência cultural
O longa cearense “Pacarrete” foi o grande vencedor do 47º Festival de Gramado, levando oito troféus, incluindo os de Melhor Filme na votação do júri e do público, além de prêmios para a atriz Marcélia Cartaxo e o diretor-roteirista Allan Deberton. A premiação na noite de sábado (24/8), na Serra Gaúcha, também foi marcada por atos de fascismo assumido, levados adiante por simpatizantes do governo, que jogaram pedras de gelo em artistas que protestavam com cartazes contra a censura no tapete vermelho. Emiliano Cunha, diretor de “Raia 4”, eleito o Melhor Filme na votação da crítica, foi um dos alvos da agressão. Ele estava com sua filha de dois anos no colo. Ao longo do festival, diversos cineastas criticaram declarações e decisões do governo sobre o setor audiovisual, incluindo a suspensão, na véspera do evento, de um edital voltado a financiamento de séries, para prejudicar produções com temática LGBTQIA+. A decisão do governo também tirou dinheiro de produções evangélicas e paralisou todo o financiamento do audiovisual brasileiro. O diretor de “Pacarrete”, Allan Deberton, também produz o projeto da série “Transversais”, uma das obras com temática LGBTQIA+ citadas nominalmente pelo presidente Jair Bolsonaro de forma pejorativa. “Conseguimos abortar essa missão aqui”, disse o presidente sobre “Transversais”, antes da suspensão do edital, assumindo que a ordem de censura partiu dele mesmo. “O presidente falou que a série iria para o saco. Eu vou fazer mesmo assim”, afirmou o diretor num de seus discursos de vitória em Gramado, sob aplausos. A vitória de “Pacarrete” foi recebida com aplausos de pé, já que o filme era o favorito desde a sua exibição na terça-feira (20/8). Os elogios foram direcionados especialmente à performance da atriz Marcélia Cartaxo, que venceu um Urso de Prata no Festival de Berlim por “A Hora da Estrela” (1985) e voltou a conquistar um grande prêmio, o Kikito de Melhor Atriz por seu trabalho na nova obra. Em “Pacarrete”, ela dá vida à história real de uma mulher de Russas, no interior do Ceará. Bailarina e ex-professora, a mulher do título sonha em se apresentar na festa da cidade. Com voz estridente, grita frases desconexas pelas ruas — e é simplesmente tachada de louca pelos moradores. “Dedico o prêmio a Pacarrete, mulher, artista e exemplo de resistência. Todo artista precisa resistir. Viva o cinema brasileiro”, disse a atriz, ao receber seu troféu. Já o prêmio de Melhor Ator ficou com o músico Paulo Miklos, por seu papel em “O Homem Cordial”. Confira abaixo todos os premiados. Longas Brasileiros Melhor Filme: “Pacarrete” Melhor Direção: Allan Deberton, por “Pacarrete” Melhor Ator: Paulo Miklos, por “O Homem Cordial” Melhor Atriz: Marcélia Cartaxo, por “Pacarrete” Melhor Ator Coadjuvante: João Miguel por “Pacarrete” Melhor Atriz Coadjuvante para 2: Carol Castro por “Veneza” e Soia Lira por “Pacarrete” Melhor Roteiro: “Pacarrete” Melhor Fotografia: “Raia 4” Melhor Montagem: “Hebe” Melhor Direção de Arte: “Veneza” Melhor Trilha Musical: “O Homem Cordial” Melhor Desenho de Som: “Pacarrete” Prêmio Especial do Júri: “30 Anos Blues” Melhor Filme Gaúcho: “Raia 4″ Júri Popular:”Pacarrete” Júri da “Raia 4” Longas Estrangeiros Melhor Filme: “El Despertar de Las Hormigas” Melhor Direção: Perro Bomba Melhor Ator: Fernando Arze, por “Muralla” Melhor Atriz: Julieta Diaz por “La Forma de Las Horas” Melhor Fotografia: “En El Pozo” Menção Honrosa: “Dos Fridas” Prêmio Especial do Júri: “Despertar de Las Formigas” Júri Popular: “Perro Bomba” Júri da “El Despertar de Las Hormigas” Curtas Brasileiros Melhor Filme: “Apneia” Melhor Direção: “Menino Pássaro” Melhor Ator: Rômulo Braga Melhor Atriz: Cassia Damasceno Menção Honrosa para a Atriz mirim: Ester Shafer Melhor Roteiro: “O Véu de Amani” Melhor Fotografia: “A Ética das Hienas” Melhor Montagem: “Invasão Espacial” Melhor Direção de Arte: “Sangro” Melhor Trilha Musical: “Teoria sobre um Planeta Estranho” Melhor Desenho de Som: “Um Tempo Só” Prêmio Especial: Divina Valéria e Wallie Ruy por “Marie”. Prêmio Aquisição Canal Brasil: “Marie” Júri Popular: “Teoria sobre um Planeta Estranho” Júri da “Marie”
A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, terá distribuição da Amazon nos Estados Unidos
O filme brasileiro “A Vida Invisível” fechou distribuição nos cinemas dos Estados Unidos. O longa de Karim Aïnouz chegará ao circuito cinematográfico americano e ao streaming via Amazon, tornando-se o primeiro título latino-americano a ter seus direitos adquiridos pela empresa americana. Isso pode aumentar as chances do filme no Oscar. A Amazon esteve à frente da distribuição de títulos como “O Apartamento”, que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2017, e “Guerra Fria”, que concorreu a três estatuetas. Vencedor do troféu de Melhor Filme da mostra Um Certo Olhar, no último Festival de Cannes, “A Vida Invisível” é um dos 12 títulos inscritos na Secretaria do Audiovisual para representar o Brasil na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional (novo nome da categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira) na premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Ele é um dos favoritos à vaga, ao lado de “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. “A Vida Invisível” é uma adaptação do romance de Martha Batalha “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão” e tem produção da RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira. A trama acompanha Eurídice e Guida, duas irmãs jovens e inseparáveis que enfrentam os pais conservadores no Rio de Janeiro dos anos 1950 para realizar seus sonhos. Eurídice (Carol Duarte, de “O Sétimo Guardião”) quer ser pianista na Áustria e Guida (Julia Stockler, da série “Só Garotas”) quer ir atrás de seu amor na Grécia. Nada sai como planejado, mas as duas contam com o apoio de outras mulheres para sobreviver ao mundo machista. Em setembro, o longa terá a sua primeira exibição na América do Norte, no Festival de Toronto. A estreia no Brasil está marcada para 31 de outubro.
Filme brasileiro Bacurau vence o Festival de Lima
O filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) e Juliano Dornelles (“O Ateliê da Rua do Brum”), conquistou mais um prêmio internacional na noite de sábado (17/8), ao vencer o 23º Festival de Lima. Além de ser considerado o Melhor Filme pelo juri do evento peruano, o longa brasileiro também levou o troféu de Melhor Direção e a premiação da crítica internacional. O Festival de Lima aconteceu entre 9 e 17 de agosto, com cerca de 400 filmes sua programação. As novas conquistas se somam ao Prêmio do Júri no Festival de Cannes e convites para mais de 100 festivais ao redor do mundo, inclusive os prestigiosos festivais de Nova York e Toronto. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros, “Bacurau” retrata o drama de um povoado isolado no nordeste brasileiro que descobre que não consta mais no mapa. E se torna alvo de atentados. “Bacurau” teve sua première brasileira na sexta-feira (16/8), como filme de abertura do Festival de Gramado, e vai chegar aos cinemas brasileiros na próxima semana, no dia 29 de agosto.
Benzinho é o vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
Realizado pela primeira vez em São Paulo, a premiação da ABC (Academia Brasileira de Cinema) consagrou “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, como principal vencedor da noite. Foram, ao todo, seis prêmios. Além de Melhor Filme, o longa venceu as categorias de Direção, Atriz (Karine Teles), Atriz Coadjuvante (Adriana Esteves), Roteiro Original e Montagem de Ficção. Com igual número de troféus, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, dominou os prêmios técnicos: Fotografia, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Efeito Visual. A ironia é que, na hora de indicar o candidato brasileiro ao Oscar, a mesma ABC ignorou “Benzinho”, que tem 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e foi premiado em vários festivais, e preferiu “O Grande Circo Místico”, que foi destruído pela crítica internacional e conquistou na noite de quarta (14/8) os primeiros prêmios de sua trajetória. A vitória do filme de Gustavo Pizzi demonstra que arrependimento não mata, mas rende um karma forte. Terceiro filme mais premiado da noite, “Chacrinha: O Velho Guerreiro” venceu a Votação Popular, além das categorias de Melhor Ator (Stepan Nercessian) e Som. A cerimônia do chamado Grande Prêmio do Cinema Brasileiro foi marcada por protestos contra o governo e por discursos em defesa do audiovisual brasileiro, numa reação ao tratamento dado por Jair Bolsonaro ao cinema nacional. O presidente cortou verbas e não perde a oportunidade de falar mal dos filmes feitos no país. “Mesmo com um cenário positivo para o cinema brasileiro, com filmes sendo premiados em Cannes e com nossos cineastas recebendo convites para a Academia de Hollywood, estamos sob ataque. E, quando se ameaça a nossa existência como setor, ameaça-se a identidade cultural. É preciso manter a serenidade e o trabalho que está sendo feito”, disse Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema, em seu discurso de abertura da cerimônia, que foi acompanhado por vários gritos de protesto contra o presidente Bolsonaro vindos da plateia. Até o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, reafirmou a intenção de seu governo de aumentar o investimento no cinema e rebateu afirmação de Bolsonaro de que a produção precisa de “filtros”. “Não se pode admitir qualquer tipo de filtro (no cinema brasileiro). Até porque filtro em Cultura tem nome, e é censura”, disse ele, arrancando aplausos. Ao receber um dos prêmios de “O Grande Circo Místico”, o veterano diretor do filme, Cacá Diegues, disse que o cinema feito no país não pode refletir o gosto de uma pessoa apenas e deu seu testemunho de resistência. “Ninguém vai conseguir acabar com o cinema brasileiro. Eu tenho 57 anos de carreira cinematográfica e vivi momentos muito piores do que este. E estou aqui”. Confira abaixo todos os premiados da ABC. PRÊMIOS DA ACADEMIA Melhor Longa-Metragem de Ficção Benzinho Melhor Longa-Metragem Documentário Ex Pajé Melhor Longa-Metragem Infantil Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano Melhor Longa-Metragem Comédia Minha Vida em Marte Melhor Direção Gustavo Pizzi, por Benzinho Melhor Atriz Karine Teles, por Benzinho Melhor Ator Stepan Nercessian, por Chacrinha: O Velho Guerreiro Melhor Atriz Coadjuvante Adriana Esteves, por Benzinho Melhor Ator Coadjuvante Matheus Nachtergaele, por O Nome da Morte Melhor Direção de Fotografia Gustavo Hadba, por O Grande Circo Místico Melhor Roteiro Original Karine Teles e Gustavo Pizzi, por Benzinho Melhor Roteiro Adaptado Carlos Dieges e George Moura, por O Grande Circo Místico Melhor Direção de Arte Artur Pinheiro, por O Grande Circo Místico Melhor Figurino Kika Lopez, por O Grande Circo Místico Melhor Maquiagem Catherine LeBlanc Caraes e Emmanuelle Fèvre, por O Grande Circo Místico Melhor Efeito Visual Marcelo Siqueira e Thierry Delobel, por O Grande Circo Místico Melhor Montagem em Ficção Livia Serpa, por Benzinho Melhor Montagem em Documentário Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, por Todos os Paulos do Mundo Melhor Som Christophe Penchenat, Simone Petrillo e Emmanuel Croset, por O Grande Circo Místico Melhor Trilha Sonora Original Elza Soaes e Alexandre Martins, por My Name is Now, Elza Soares Melhor Trilha Sonora Zeca Baleiro, por Paraiso Perdido Melhor Longa-Metragem Estrangeiro Infiltrado na Klan Melhor Longa-Metragem Ibero-americano Uma Noite de 12 Anos (Argentina, Espanha, Uruguai) Melhor Curta-Metragem de Animação Lé Com Cré Melhor Curta-Metragem Documentário Cor de Pele Melhor Curta-Metragem de Ficção O Órfão Melhor Série Brasileira de Animação Irmão do Jorel Melhor Série Brasileira Documentário Inhotim Melhor Série Brasileira de Ficção Escola de Gênios PRÊMIOS DO PÚBLICO Melhor Longa-Metragem de Ficção Chacrinha: O Velho Guerreiro Melhor Longa-Metragem Documentário My Name is Now, Elza Soares Melhor Longa-Metragem Estrangeiro Nasce uma Estrela Melhor Longa-Metragem Ibero-americano Uma Noite de 12 Anos (Argentina, Espanha, Uruguai)
Festival de Toronto seleciona três filmes brasileiros em sua mostra principal
A organização do Festival de Toronto 2019 divulgou uma lista abrangente de filmes que integrarão sua programação oficial. E entre os títulos estão três filmes brasileiros. Dois deles já foram premiados em Cannes, “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz. O terceiro é “Três Verões”, de Sandra Kogut, estrelado por Regina Casé (“Que Horas Ela Volta?”), que inicia sua carreira no circuito dos festivais. Os três integrarão a mostra World Contemporary Cinema, a principal de Toronto. No ano passado, o vencedor do evento (que é escolhido pelo público) foi “Green Book”, que acabou levando o Oscar de Melhor Filme. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), “Bacurau” venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e retrata o drama de um povoado isolado no nordeste brasileiro que descobre que não consta mais no mapa. A partir daí, se torna alvo de atentados. Considerado o Melhor Filme da mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, “A Vida Invisível” acompanha Eurídice e Guida, duas irmãs jovens e inseparáveis que enfrentam os pais conservadores no Rio de Janeiro dos anos 1950 para realizar seus sonhos: Eurídice (Carol Duarte, de “O Sétimo Guardião”) e quer ser pianista na Áustria e Guida (Julia Stockler, da série “Só Garotas”) quer ir atrás de seu amor na Grécia. Nada sai como planejado. Mas as duas contam com o apoio de outras mulheres para sobreviver ao mundo machista. “Três Verões”, por sua vez, reflete a situação política do Brasil acompanhar o impacto de operações como a Lava Jato numa família envolvida em esquemas de corrupção, apresentando a situação com um viés de luta de classes, pelo olhar de seus empregados. O foco é na personagem de Casé, caseira de uma casa de praia pertencente a uma família rica, na qual os proprietários só aparecem durante os fins de ano. Além destes filmes, Toronto também selecionou “Wasp Network”, do francês Olivier Assayas, que tem produção do brasileiro Rodrigo Teixeira. O filme será exibido fora de competição, em sessão especial. Por fim, a mostra Wavelengths, dedicada a filmes mais experimentais, vai contar ainda com mais dois títulos nacionais: “Sete Anos em Maio”, de Affonso Uchôa, e “A Febre”, de Maya Da-Rin. O Festival de Toronto vai acontecer entre os dias 5 e 15 de setembro no Canadá.
Teen Choice Awards tem pior audiência de todos os tempos
A premiação do Teen Choice Awards foi um fracasso de público na rede americana Fox. Apenas 721 mil pessoas sintonizaram a atração na noite de domingo (11/8) nos Estados Unidos, o que rendeu 0,2 ponto na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes). Cada ponto inteiro equivale a 1,3 milhão de público adulto qualificado na medição da consultoria Nielsen. Os números representam uma queda de 30% e 50% em audiência geral e demográfica, respectivamente, em relação ao ano passado. E totalizam a pior audiência de todos os tempos para a atração, que passa a ter seu futuro questionado. O baixo interesse também coloca em dúvida os dados de engajamento da premiação, que supostamente teria recebido mais de 55 milhões de votos online. Onde foi parar esse público? Alguns dos resultados bizarros dão pistas sobre o que aconteceu com o público invisível. Os vários troféus vencidos por “After”, grande fracasso de bilheteria nos Estados Unidos e desastre de crítica, e “Shadowhunters”, série cancelada por baixa audiência, indicam manipulação de fã-clubes, com muitos votos repetidos para forçar vitórias improváveis, que não refletem realmente o gosto médio dos adolescentes americanos. Importante considerar que a catástrofe de público do Teen Choice Awards se manifestou dois meses após o MTV Movie & TV Awards também registrar a pior audiência de sua História, visto por apenas 434 mil pessoas na MTV – uma queda de mais de 60% em relação à sintonia do programa no ano passado. Ambas as premiações tem o mesmo público-alvo e enfrentam a mesma desvalorização. Mas não estão sozinhas na falta de credibilidade. O People Choice Awards, exibido pelo canal pago E!, foi outro fiasco no ano passado, atraindo 580 mil espectadores em novembro. Em contraste, premiações da crítica, como o Globo de Ouro e o Critics Choice (exibida pela mesma Fox), foram assistidas por 18,6 milhões e 14,9 milhões de espectadores, respectivamente. Vale refletir.
Bacurau vai representar o Brasil no prêmio Goya, o “Oscar espanhol”
O filme “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, vai representar o Brasil no prêmio Goya, o equivalente espanhol ao Oscar. O longa concorrerá a uma vaga entre os indicados na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano. Estrelado por Sonia Braga (“Aquarius”), Barbara Colen (idem), Karine Teles (“Benzinho”) e pelo alemão Udo Kier (do clássico “Suspiria”), entre outros, “Bacurau” retrata o drama de um povoado isolado no nordeste brasileiro que descobre que não consta mais no mapa. E se torna alvo de atentados. O longa venceu o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e já foi convidado para mais de 100 festivais ao redor do mundo, inclusive o prestigioso Festival de Nova York. “Bacurau” terá sua première brasileira na sexta-feira (16/8), como filme de abertura do Festival de Gramado, e chega aos cinemas brasileiros no dia 29 de agosto.
Festival de Toronto homenageará Joaquin Phoenix com prêmio especial pela carreira
O Festival de Toronto anunciou que dará um prêmio especial para o ator Joaquin Phoenix pelo conjunto de sua obra. O prêmio será entregue na abertura do evento, que acontece entre 5 e 15 de setembro no Canadá. Em comunicado, Cameron Bailey, codiretor do festival, elogiou a carreira do ator e disse que o evento está honrado em “celebrar um artista deste calibre em nossa festa inaugural”. Além da homenagem, o Festival de Toronto exibirá a première norte-americana do novo filme de Phoenix, em que ele interpreta o papel título de “Coringa”. O filme fará sua estreia mundial poucos dias antes, no Festival de Veneza, que acontece entre 28 de agosto e 7 de setembro. A estreia de “Coringa” no Brasil está marcada para o dia 3 de outubro.
Emmy copia Oscar e não terá apresentador em 2019
A rede Fox anunciou que a cerimônia de premiação do Emmy 2019 não terá um apresentador fixo, a exemplo do que aconteceu com o Oscar neste ano. Será a quarta vez na História do Emmy que a premiação dos melhores trabalhos da televisão será realizada dessa forma. A última vez que a cerimônia foi realizada sem um apresentador fixo foi em 2003. No caso do Oscar, a decisão aconteceu após a desistência de Kevin Hart – escolhido como apresentador, ele se envolveu numa polêmica. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas pediu que o ator se desculpasse por tuítes insensíveis, mas Hart se recusou e decidiu não apresentar o evento. Com isso, o evento foi mais rápido, com vários artistas de Hollywood se revezando, e registrou até mesmo um pequeno aumento na audiência, que vinha caindo nos últimos anos. Durante o evento semestral da TCA (Associação dos Críticos de TV dos EUA), Charlie Collier, presidente da Fox, confirmou que o sucesso do Oscar neste formato fez o canal “prestar atenção”. O produtor Don Mischer completou dizendo que já fez outras cerimônias do Emmy sem apresentador e o resultado foi positivo: “Pode ser muito melhor fazer sem um apresentador, já que isso funcionou antes e nos permite ser mais imprevisíveis”.
A Vida Invisível: Drama brasileiro premiado no Festival de Cannes ganha novo trailer – e novo título
A Vitrine Filmes divulgou um novo trailer de “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Karim Aïnouz (“Praia do Futuro”). E a prévia revela que o longa simplificou seu título. Virou apenas “A Vida Invisível”, após passar com louvor pelo circuito dos festivais internacionais. O longa foi considerado o Melhor Filme da mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes, e premiado no Festival de Munique com o CineCoPro Award — destinado à melhor coprodução do cinema alemão com outros países. Além de Cannes e Munique, o filme esteve nas seleções oficiais dos festivais de Sydney, na Austrália, do Midnight Sun, na Finlândia, de Karlovy Vary, na República Tcheca, no Transatlantyk Festival, na Polônia, e no Festival de Jerusalém, em Israel. Livre adaptação do romance homônimo de Martha Batalha, “A Vida Invisível” também vem recebendo elogios da imprensa internacional, em publicações de prestígio como as revistas americanas The Hollywood Reporter (que o relacionou como um dos 10 melhores filmes de Cannes) e Variety (para quem o filme é “um forte concorrente do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro”), e atualmente registra 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Definida como um “melodrama tropical”, a trama acompanha Eurídice e Guida, duas irmãs jovens e inseparáveis que enfrentam os pais conservadores no Rio de Janeiro dos anos 1950 para realizar seus sonhos: Eurídice quer ser pianista na Áustria e Guida quer ir atrás de seu amor na Grécia. Nada sai como planejado. Mas as duas contam com o apoio de outras mulheres para sobreviver ao mundo machista. Com estreia marcada para o dia 31 de outubro no Brasil, o filme traz Carol Duarte (“O Sétimo Guardião”) e Julia Stockler (série “Só Garotas”) como protagonistas, além de Gregório Duvivier (“Desculpe o Transtorno”), Nikolas Antunes (“Ilha de Ferro”), Flavio Bauraqui (“Impuros”) e Fernanda Montenegro (“Infância”) como a versão madura da personagem do título.
Peaky Blinders: Trailer da 5ª temporada acrescenta política aos crimes da “melhor série britânica”
A rede BBC divulgou o trailer da 5ª temporada de “Peaky Blinders”, premiada como Melhor Série Dramática do Reino Unido pela Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla em inglês). Repleto de explosões e tiros, mas também politicagem, a prévia aprofunda a jornada de Tommy Shelby (Cillian Murphy) e apresenta um novo personagem à trama: um político carismático de direita vivido por Sam Claflin (“Vidas à Deriva”). Segundo a sinopse divulgada, a 5ª temporada da saga da família Shelby vai se passar em 1929, durante o tumulto financeiro mundial causado pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Oportunidade e infelicidade estão por toda parte. Quando Tommy Shelby é abordado por um político (Claflin) com uma visão ousada para a Grã-Bretanha, ele percebe que sua resposta afetará não apenas o futuro de sua família, mas também o de toda a nação. Além de Claflin, a temporada terá outros atores famosos em novos papéis, entre eles Anya Taylor-Joy (“Fragmentado”), Brian Gleeson (“Trama Fantasma”), Neil Maskell (“A Múmia”), Kate Dickie (“A Bruxa”) e Cosmo Jarvis (“Lady Macbeth”). “Peaky Blinders” é uma criação de Steven Knight (roteirista de “Senhores do Crime”) e seu elenco também inclui Paul Anderson (“O Regresso”), Helen McCrory (série “Penny Dreadful”), Joe Cole (“Olhos da Justiça”) e Sophie Rundle (série “Dickensian”). Como as anteriores, a nova temporada contará com apenas seis episódios, que ainda não têm previsão de estreia. A série já se encontra renovada para sua 6ª temporada.
Lucy Hale vai apresentar o Teen Choice Awards 2019
A atriz Lucy Hale (a Aria de “Pretty Little Liars”) vai apresentar a premiação do Teen Choice Awards 2019 ao lado do youtuber David Dobrik. Hale ganhou sete Teen Choice Awards por seu papel em “Pretty Little Liars” e este ano estará no papel-título da série “Katy Keene”, spin-off de “Riverdale”. Ela própria compartilhou a informação em sua conta no Twitter, dizendo-se empolgada por voltar a apresentar o prêmio. Será a segunda vez que ela comandará o evento, após dividir a apresentação com Darren Criss (“American Crime Story”) em 2013. O evento vai premiar artistas em mais de 50 categorias, com ênfase nas áreas de cinema, televisão e música, e acontece no próximo dia 11 de agosto, com transmissão ao vivo no Brasil pelo canal pago Warner. So excited to be back hosting this years @TeenChoiceFOX awards !! YOU TEENS KEEP ME YOUNG!!! @DavidDobrik I will see you there my friend ? be sure to tune in 8/11 on Fox pic.twitter.com/1FzksBmdWh — Lucy Hale (@lucyhale) July 29, 2019
Três astros de Game of Thrones indicados ao Emmy não foram inscritos pela HBO
“Game of Thrones” quebrou o recorde de indicações ao Emmy com 32 nomeações por sua 8ª e última temporada. Deste total, dez indicações foram para os intérpretes da série. Mas o detalhe é que três dos nomeados não foram inscritos pelo canal pago HBO na premiação. Alfie Allen (Theon Greyjoy), Gwendoline Christie (Brienne de Tarth) e Carice van Houten (Melisandre) inscreveram-se por conta própria, após a HBO não considerar suas performances ao enviar para os organizadores do Emmy a lista dos candidatos da série que acreditava ter maior capacidade de obter reconhecimento da Academia de Televisão. A HBO confirmou que não incluiu o trio com o resto do elenco para a consideração da Academia, mas cada um deles, por meio de seus representantes, foi em frente e pagou individualmente a taxa de US$ 225 pela inscrição para se candidatar ao prêmio. Allen foi indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em uma Série de Drama, Christie para Melhor Atriz Coadjuvante em uma Série de Drama e van Houten para Melhor Atriz Convidada em uma Série de Drama. Não é incomum que artistas se inscrevam por conta própria para serem levados em consideração pelo Emmy. Entretanto, é incomum que essas inscrições resultem em indicações. A HBO privilegiou os intérpretes de maior destaque em sua lista oficial, inscrevendo Kit Harington na disputa de Melhor Ator, Emilia Clarke como Melhor Atriz, Nikolaj Coster-Waldau e Peter Dinklage como Atores Coadjuvantes, e Lena Headey, Sophie Turner e Maisie Williams como Atrizes Coadjuvantes. Todos eles conquistaram indicações. A decisão de inscrever uns e não outros reflete o fato de o elenco ser numeroso e também o receio de um excesso de candidatos dividir votos e, assim, diminuir as chances individuais de cada um aos prêmios. Segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, não há ressentimentos entre os que foram esnobados e conseguiram indicações e a HBO, que precisará lidar com a inevitável pulverização de votos em muitos candidatos da série – o que tende a ajudar aos concorrentes das outras atrações.










