Fora de Série é uma das melhores surpresas do ano no cinema
“Ser jovem é a experiência mais dolorosa e mais hilária”, disse Olivia Wilde em entrevista para o jornal The Guardian. E de fato, por mais que “Fora de Série”, a estreia da atriz na direção de longas-metragens, seja um filme para rir bastante, há uma profundidade e uma compreensão do que é ser jovem que falta na grande maioria dos filmes do gênero produzidos neste século. Como vivemos em um momento em que tudo que fazemos tem um viés político, vale lembrar que Wilde é uma democrata entusiasmada, que trabalhou duro durante as campanhas de Obama, e cuja mãe é congressista. Assim, seu filme também trata de situações da pauta política dos dias de hoje, como a orientação sexual e a sororidade. “Fora de Série” conta a história de duas garotas que são melhores amigas. Elas estão no último ano do ensino médio e prestes a ingressar em uma nova fase de suas vidas. Acreditam que deram o melhor de si, ralando muito nos estudos, diferente da grande maioria de seus colegas, que passaram o ano brincando, indo a festas etc. Na verdade, a visão que Wilde tem da escola é quase caótica, mas muito divertida. Em determinado momento, parece a “Escolinha do Professor Raimundo”. Por isso, uma delas fica horrorizada ao saber que vários de seus colegas também vão para universidades conceituadas, mesmo não tendo estudado tanto quanto ela. Daí a necessidade de, no último dia do ano, antes de receber o diploma, ir a uma das festas malucas da turma. Isso se torna algo de fundamental importância para as duas. Desde o começo, o filme é um convite ao riso, ao mesmo tempo em que acompanhamos o aprofundamento daquelas personagens – e até dos coadjuvantes que aparecem pouco e que seriam apenas funcionais na trama. Assim, a transição da comédia para o drama pode ser sentida com mais força. O que dizer da cena da piscina? Ao mostrar a cena para Will Ferrell em um corte inicial do filme, o ator e comediante, que produz o longa, disse entre lágrimas: “Essa é uma das mais belas cenas que eu vi na vida”. Dá para imaginar que Olivia Wilde tenha fica emocionada com o apoio do amigo, mas ela revelou que muita gente queria cortar a cena. Dá para imaginar? Um dos grandes méritos do filme é fazer o público se sentir mais vivo ao conduzi-lo de volta para esse momento de transição da vida. O sentimento é similar ao evocado por “Lady Bird”, de Greta Gerwig, só que com muito mais experimentação e estranheza, o que é melhor. Assim, a história chega às telas com um grau de frescor maior que o visto no cinema independente atual. E com uma maravilhosa liberdade expressada nos diálogos íntimos das duas amigas, como na revelação de um brinquedo de pelúcia para auxiliar na masturbação de uma delas. As duas adolescentes, Molly (Beanie Feldstein) e Amy (Kaitlyn Dever), se amam e se apoiam mutuamente. Molly sofre por ser gordinha e acreditar que não tem chance com os garotos da escola, enquanto Amy é lésbica e encontra muita dificuldade em chegar numa garota por quem se sente atraída. Ao mostrar tanto o doce e o amargo desses momentos da vida, “Fora de Série” encanta. A primeira experiência sexual de Amy, o baque de ver a pessoa amada beijando outra pessoa, a alegria com o sucesso da colega, a aproximação com colegas distantes através de pequenos diálogos que revelam mais aprofundadamente quem são aquelas pessoas, tudo isso é muito bonito. “Fora de Série” é também um filme sobre ser jovem em 2019, o que o torna também uma espécie de documentário de uma época. E uma das melhores surpresas do ano no cinema.
Loja de Unicórnios: Brie Larson volta a trabalhar com Samuel L. Jackson no trailer de sua estreia na direção
A Netflix divulgou fotos, pôster e o trailer legendado de “Loja de Unicórnios” (Unicorn Store), que marca a estreia de Brie Larson na direção, além de voltar a reunir a estrela de “Capitã Marvel” com Samuel L. Jackson. O filme acompanha uma garota (Larson) que é reprovada em sua faculdade de arte, volta a morar na casa dos pais e arranja um emprego medíocre de estagiária num escritório. Quando acredita que nunca mais materializará seus sonhos, recebe o convite para conhecer uma loja que garante ter tudo o que ela deseja. E o que ela sempre quis na vida foi ter um unicórnio. Samuel L. Jackson vive O Vendedor – com iniciais maiúsculas, como o personagem deixa claro – , que promete lhe entregar o unicórnio, desde que ela se mostre “digna”. Mas onde guardar o unicórnio? Obviamente, não no porão da casa dos pais. E como alimentá-lo? Enquanto embarca nessa jornada, ela se vê confrontando a família e todos os que não acreditam em seu delírio. O vídeo já explica a moral da história, ao argumentar que “todo mundo precisa de magia na vida, mesmo sendo adulto”. Larson se apaixonou pelo roteiro de Samantha McIntyre (série “Married”), que estava engavetado após quase ser filmado em 2012 por Miguel Arteta (“Alexandre e o Dia Terrivel, Horrível, Espantoso e Horroroso”). Na ocasião, Rebel Wilson (“A Escolha Perfeita”) teria o papel principal. O resultado representa, na verdade, a terceira parceria de Larson e Jackson, que também trabalharam juntos em “Kong: A Ilha da Caveira”. E o elenco ainda inclui Bradley Whitford (“Corra!”), Joan Cusack (“Uma Secretária de Futuro”), Karan Soni (“Deadpool”), Hamish Linklater (“Legion”) e Annaleigh Ashford (“Masters of Sex”). O detalhe é que “Loja de Unicórnios” foi filmado muito antes de “Capitã Marvel”. Com dois curtas como diretora no currículo, Larson resolveu assumir as filmagens logo após vencer o Oscar de Melhor Atriz (por “Quarto do Pânico”) em 2016. Trabalhando em clima de pequena produção indie, apresentou o resultado pela primeira vez no Festival de Toronto de 2017. Só depois a produção foi negociada com a Netflix. A estreia está marcada para 5 de abril em streaming.
Atriz-mirim de Projeto Flórida estreia como diretora aos 8 anos de idade
A atriz-mirim Brooklynn Prince, que encantou o mundo com sua performance em “Projeto Flórida” (2017), está estreando como diretora aos 8 anos de idade. Ela passou para trás das câmeras para comandar um curta para um projeto do Facebook. Intitulado “Colours”, o curta da estrelinha nascida em 2010 será disponibilizado no canal Curated by Facebook, lançado no ano passado para destacar “o que está acontecendo na intersecção entre tecnologia, criatividade e comunidade social”. O diretor criativo do Instagram, Kay Hsu, assumiu que todos da equipe ficaram “impressionados” com a “paixão e visão” de Prince, que encerrou suas filmagens no começo de janeiro. Além do vídeo da menina, o projeto terá curtas do inéditos DJ Steve Aoki e do produtor Mikey Alfred (de “Mid90s”). Os três deverão estrear em fevereiro no canal Curated by do Facebook e no Instagram. Depois disso, Brooklynn Prince poderá ser vista no terror “The Turning” (nova versão do conto gótico “A Volta do Parafuso”, de Henry James), como dubladora de duas animações (“The One and Only Ivan” e “Angry Birds 2”) e protagonizando uma série sem título da Apple sobre uma detetive mirim. Segundo a revista The Hollywood Reporter, ela também está interessada em fazer sua estreia como diretora de longa-metragens. Em seu Instagram, a talentosa menina escreveu: “Meu sonho de dirigir começou no ‘Projeto Florida”. Adorei assistir ao trabalho de Sean [Baker] e me inspirei em sua paciência, visão e criatividade. Desde então, meu sonho é de me tornar um dos mais jovens diretores de todos os tempos. Hoje minha jornada como diretor começa. Obrigado ao meu amigo e mentor, Sean Baker, por acreditar em mim e à incrível equipe e elenco. Espero fazer todos vocês muito orgulhosos. Mal posso esperar para o mundo ver ‘Colours'”. Veja o post original abaixo. Visualizar esta foto no Instagram. My dream of directing started on The Florida Project. ? I loved watching Sean work and was inspired by his patience, vision, and creativity. Since then my dream was to become one of the youngest directors of all time. ?Today my journey as a director begins. Thank you to my friend and mentor, Sean Baker for believing in me, and to the amazing crew and cast. I hope to make you all very proud. I can't wait for the world to see Colours. ??? Big Thanks to: @curatedbyfb @sammobeanhead @alexcocofyi @booneeb Dreams come true. ???? #Godisgood #herstory Uma publicação compartilhada por Brooklynn Prince (@thebrooklynnkimberly) em 3 de Jan, 2019 às 1:37 PST
Primeiro filme dirigido pela atriz Karen Gillan ganha trailer
A Orchard divulgou o pôster e o trailer “The Party’s Just Beginning”, que marca a estreia na direção da atriz Karen Gillan (de “Guardiões da Galáxia” e “Jumanji”). A talentosa escocesa também assina o roteiro e estrela o filme, que mergulha de cabeça num tema complexo, o suicídio. Na trama, após testemunhar o suicídio de seu melhor amigo, a personagem de Gillan entra numa espiral emocional, indo a extremos que se manifestam em cenas festivas de comédia sexual e, paralelamente, em autoavaliações de crise dramática existencial. O elenco inclui Lee Pace (também de “Guardiões da Galáxia”), Paul Higgins (série “Utopia”), Matthew Beard (“Kiss Me First”), Siobhan Redmond (“Alice Através do Espelho”) e Jamie Quinn (“Two Doors Down”). Elogiado pela crítica, “The Party’s Just Beginning” concorre aos prêmios de Melhor Roteiro de Estreia na BIFA (a premiação do cinema indie britânico) e Melhor Filme Escocês do ano no BAFTA (a Academia Britânica de Filmes e TV). A estreia vai acontecer em 7 de dezembro em circuito limitado nos Estados Unidos e não há previsão de lançamento no Brasil.
Casamento de Carey Mulligan e Jake Gyllenhaal desmorona no trailer de drama indie elogiadíssimo
A IFC Films divulgou o segundo trailer de “Wildlife”, drama indie elogiadíssimo, que marca a estreia na direção do ator Paul Dano. Aos 33 anos, ele coleciona grandes performances em filmes como “Sangue Negro” (2007) e “The Beach Boys: Uma História de Sucesso” (2014). Agora mostra mais facetas de seu talento ao dirigir e escrever a adaptação do romance homônimo de Richard Ford (“Estranhos Encontros”). Dano assina o roteiro com sua parceira Zoe Kazan (que escreveu e estrelou “Ruby Sparks”) e filma os atores Carey Mulligan (“Mudbound”) e Jake Gyllenhaal (“Animais Noturnos”) nos papéis principais. Eles vivem um casal, no começo dos anos 1960, cujo relacionamento começa a desmoronar diante do filho adolescente (Ed Oxenbould, de “A Visita”). Desempregado e sem propósito, ele decide se voluntariar para combater um grande incêndio nas florestas da região, enquanto a mulher embarca num caso com um homem mais velho (Bill Camp, da série “The Night of”). Exibido nos festivais de Sundance, Cannes e Toronto, “Wildlife” encantou a crítica internacional e atingiu 100% de aprovação no Rotten Tomatoes A estreia acontece em 19 de outubro nos Estados Unidos e ainda não há previsão de lançamento no Brasil.
Wildlife: Elogiado drama de estreia de Paul Dano como diretor ganha primeiro trailer
A IFC Films divulgou o trailer de “Wildlife”, drama indie que marca a estreia na direção do ator Paul Dano. Aos 33 anos, ele coleciona grandes performances em filmes como “Sangue Negro” (2007) e “The Beach Boys: Uma História de Sucesso” (2014). Agora mostra mais facetas de seu talento ao dirigir e escrever a adaptação do romance homônimo de Richard Ford (“Estranhos Encontros”). Dano assina o roteiro com sua parceira Zoe Kazan (que escreveu e estrelou “Ruby Sparks”) e filma os atores Carey Mulligan (“Mudbound”) e Jake Gyllenhaal (“Animais Noturnos”) nos papéis principais. Eles vivem um casal, no começo dos anos 1960, cujo relacionamento começa a desmoronar diante do filho adolescente (Ed Oxenbould, de “A Visita”). Desempregado e sem propósito, ele decide se voluntariar para combater um grande incêndio nas florestas da região, enquanto a mulher embarca num caso com um homem mais velho (Bill Camp, da série “The Night of”). Exibido nos festivais de Sundance e Cannes, “Wildlife” encantou a crítica internacional e atingiu 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Ainda sem estreia prevista para o Brasil ou mesmo os Estados Unidos, o filme terá seu lançamento comercial em novembro no Reino Unido.
Margot Robbie é femme fatale no trailer e no pôster de Terminal
O thriller britânico “Terminal”, produzido e estrelado por Margot Robbie (“Eu, Tonya”), ganhou pôster e trailer oficiais. A prévia destaca o clima neo-noir da produção, salientado pela atuação de femme fatale de Robbie. A trama segue dois matadores que embarcam em uma missão suicida para um empregador misterioso, disposto a pagar um alto salário. Ao longo do caminho, o par improvável descobre que uma mulher dinâmica chamada Annie (Robbie) pode estar mais envolvida no negócio do que eles inicialmente suspeitavam. O elenco inclui Max Irons (“A Hospedeira”) e Dexter Fletcher (“Kick-Ass: Quebrando Tudo”) como os assassinos profissionais, além de Simon Pegg (“Star Trek: Sem Froteiras”), Mike Myers (“Austin Powers”), Matthew Lewis (franquia “Harry Potter”) e Katarina Cas (“O Lobo de Wall Street”) em papéis secundários. O filme é escrito e dirigido por Vaughn Stein, que também fará sua estreia como diretor principal, após servir como assistente de blockbusters como “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” (2011), “Branca de Neve e o Caçador” (2012), “Guerra Mundial Z” (2013) e o premiado drama “A Garota Dinamarquesa” (2015). A estreia está marcada para 11 de maio nos Estados Unidos e não há previsão para lançamento no Brasil.
Margot Robbie vive femme fatale no primeiro teaser do thriller Terminal
O thriller britânico “Terminal”, produzido e estrelado por Margot Robbie (“Eu, Tonya”), ganhou seu primeiro teaser. A prévia mostra pernas e costas de pessoas que caminham em ambientes mal-iluminados, num clima neo-noir, salientado pela narração da femme fatale encarnada por Robbie. Em sua descrição, ela ainda acrescenta referências à fábula de “Alice no País das Maravilhas”. O filme é um suspense noir escrito e dirigido por Vaughn Stein, que também fará sua estreia como diretor principal, após servir como assistente de blockbusters como “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” (2011), “Branca de Neve e o Caçador” (2012), “Guerra Mundial Z” (2013) e o premiado drama “A Garota Dinamarquesa” (2015). A trama segue dois matadores, que embarcam em uma missão suicida para um empregador misterioso, disposto a pagar um alto salário. Ao longo do caminho, o par improvável descobre que uma mulher dinâmica chamada Annie (Robbie) pode estar mais envolvida no negócio do que eles inicialmente suspeitavam. O elenco ainda inclui Max Irons (“A Hospedeira”) e Dexter Fletcher (“Kick-Ass: Quebrando Tudo”) como os assassinos profissionais, além de Simon Pegg (“Star Trek: Sem Froteiras”), Mike Myers (“Austin Powers”), Matthew Lewis (franquia “Harry Potter”) e Katarina Cas (“O Lobo de Wall Street”) em papéis secundários. “Terminal” estreia em 11 de maio nos Estados Unidos e não tem previsão de lançamento no Brasil.
Yardie: Veja o trailer da estreia de Idris Elba como diretor
O StudioCanal divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Yardie”, estreia na direção do ator Idris Elba (“A Torre Negra”). A prévia acompanha o protagonista das festas movidas a sound system de caminhão na Jamaica dos anos 1970 para o submundo do crime de Londres nos anos 1980. A trama é estrelada por Aml Ameen (série “Sense8”), no papel de um traficante que busca no crime meios de se vingar da morte de seu irmão. O título “Yardie” é uma gíria que designa quem mora nos “Minha Casa, Minha Vida” do governo britânico – prédios chamados de “government yards”. O protagonista chega em Londres no começo dos anos 1980, logo se deparando, sem querer, com o responsável pela morte de seu irmão na Jamaica. A briga pessoal transforma-se em um confronto violento pelas ruas da capital inglesa, coincidindo com o turbilhão político e social da época. O roteiro do filme foi escrito por Brock Norman Brock (“Bronson”) e Martin Stellman (do clássico mod “Quadrophenia”), e o elenco ainda inclui Naomi Ackie (“Lady Macbeth”) e Stephen Graham (“Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”). Exibido nos festivais de Sundance e Berlim, “Yardie” ainda não tem previsão de estreia comercial.
Lady Bird briga com as expectativas e encara o fracasso com ternura
A personagem Christine “Lady Bird” McPherson, vivida pela brilhante Saoirse Ronan, tem uma vontade imensa de sair de sua cidade natal, Sacramento – que é capital da Califórnia, mas para a personagem simboliza o cúmulo da cidade do interior – , e fazer faculdade em Nova York, bem longe dali, apesar de suas notas baixas. Baseada nas memórias da diretora estreante Greta Gerwig, a trama se passa no ano de 2002, o que se reflete num dos momentos mais bonitos e simples do filme, quando a protagonista está no carro com o pai ouvindo a agridoce “Hand in My Pocket”, de Alanis Morrissette, e observa que a cantora compões a música em apenas 10 minutos. Isso diz muito sobre a personagem, de sua vontade de dar um salto às cegas, mesmo sabendo de suas dificuldades em ser tão boa quanto suas colegas de classe, que conseguem tirar melhores notas em Matemática. A formatura está logo ali e ela se sente frustrada com a difícil possibilidade de ingressar em uma universidade do lado leste do país, distante de sua família, como forma de cortar o mais rápido possível o cordão umbilical com a mãe, Marion (Laurie Metcalf), excessivamente preocupada com a filha única. A auto-batizada Lady Bird acha que a mãe, apesar de amá-la muito, não gosta dela, não a aceita como ela é, com suas imperfeições. São coisas como essas que tornam a jovem protagonista tão encantadora, tão apaixonante. E um dos grandes méritos da direção de Greta Gerwig é conseguir deixar o espectador com aquele friozinho na barriga em situações de novidade para a protagonista: a primeira transa, a espera pela correspondência das universidades, a autoafirmação através de novas amizades na escola, a busca de namorados que façam de sua primeira transa algo especial. E nesse sentido nem sempre ela é bem-sucedida. O que não quer dizer que não seja possível se solidarizar e se alegrar com suas pequenas conquistas. Estar com o nome na lista de espera de uma universidade não deixa de ser uma vitória. Ou quase. “Lady Bird” é desses filmes que lidam com o fracasso com muita ternura: há a melhor amiga gordinha que sofre com a solidão e há o pai desempregado (Tracy Letts, sempre ótimo) que sofre com depressão. Há também um outro jovem com um problema complicado que encontrará a compreensão da jovem. O que se projeta nas telas não é simplesmente um filme que conseguiu quase 100% de aprovação no site Rotten Tomatoes, mas uma obra simples e pequena de cinema independente, com sutilezas e sensibilidades que a tornam especial para uma boa parcela da audiência. O curioso é que Gerwig faz o possível para evitar o melodrama e provocar choro fácil, mas isso não impede que o amor transborde e contamine os sentimentos extremos de Lady Bird em relação a sua cidade e sua mãe. A jovem diretora está cercada por atores ótimos, tanto os veteranos já citados, como dois adolescentes presentes em filmes marcantes do cinema americano recente: Lucas Hedges, que brilhou em “Manchester à Beira-Mar”, e o genial Timothée Chalamet, que nem precisa provar mais nada para ninguém depois do que mostrou em “Me Chame pelo seu Nome”. Sem falar em garotas como Odeia Rush e Beanie Feldstein, prestes a estourar. “Lady Bird”, lançado nos cinemas brasileiros com um apêndice – “A Hora de Voar” – foi indicado a cinco troféus do Oscar 2018: Melhor Filme, Direção, Roteiro Original (ambos de Gerwig), Atriz (Saoirse Ronan) e Atriz Coadjuvante (Laurie Metcalf).
Olivia Wilde vai estrear como diretora em comédia adolescente feminina
A atriz Olivia Wilde (série “Vinyl”) vai fazer sua estréia como diretora. Ela vai comandar a comédia adolescente feminina “Booksmart”, que será estrelado por Kaitlyn Dever (“Detroit em Rebelião”) e Beanie Feldstein (“Vizinhos 2”). A história segue as personagens de Dever e Feldstein, que, na véspera da formatura do ensino médio, percebem que deveriam ter se esforçado menos e se divertido mais. Determinadas a não ficarem atrás dos colegas, as meninas partem em uma missão para tirar o atraso de quatro anos de diversão em uma noite. O roteiro original é de Emily Halpern e Sarah Haskins (criadoras de “Trophy Wife”), e passou por revisões de Susanna Fogel (“Parceiras Eternas”) e Katie Silberman (“Como Ser Solteira”). A produção está a cargo da Gloria Sanchez, que não é uma pessoa de verdade, mas o nome de uma nova “divisão feminina” da Gary Sanchez Productions, a produtora do ator Will Ferrell (“Pai em Dose Dupla”) e do cineasta Adam McKay (“A Grande Aposta”). Gloria é comandada por Jessica Elbaum, produtora associada da dupla há uma década, desde “Quase Irmãos” (2008), primeiro longa estrelado por Ferrel e dirigido por McKay para a Gary Sanchez. “Booksmart” representa o tipo de filme que a Gloria Sanchez pretende lançar: escrito, dirigido e estrelado por mulheres. Para este filme, a produtora ainda vai se associar com a Annapurna, que também é comandada por uma produtora, Megan Ellison. A experiência de Olivia Wilde como diretora inclui dois curtas e um par de clipes, entre eles “Dark Necessities”, da banda Red Hot Chili Peppers. Ela também já atuou como produtora de cinco documentários em curta-metragem, além de dois filmes indies que estrelou, “Um Brinde À Amizade” (2013) e “Meadowland” (2015)
Indicado a cinco Oscars, Lady Bird ganha novo trailer legendado em português
A Universal divulgou o novo trailer oficial legendado de “Lady Bird”, que recebeu cinco indicações ao Oscar 2018, inclusive de Melhor Filme do ano – além de um dispensável subtítulo nacional: “A Hora de Voar”. O filme marca a estreia solo na direção da atriz Greta Gerwig (“Mulheres do Século 20”), que também assina o roteiro, baseado em suas lembranças de juventude. A prévia tem cenas brilhantes, pontuadas por um humor desconsertante, que evoca as comédias indies que Gerwig costuma estrelar – e escrever. Saoirse Ronan (“Brooklyn”) vive a protagonista, uma garota do Norte da Califórnia, que é tratada como ovelha negra da família pela própria mãe (Laurie Metcalf, a mãe de Sheldon na série “The Big Bang Theory”), mas ela própria se vê como uma joaninha (ladybird), querendo voar. O elenco também inclui Timothée Chalamet (“Interestelar”), Tracy Letts (série “Homeland”), Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”), Lois Smith (série “True Blood”), Beanie Feldstein (“Vizinhos 2”), Stephen McKinley Henderson (também de “Manchester à Beira-Mar”) e Odeya Rush (“Goosebumps”). Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia, “Lady Bird” chegou a bater recorde de avaliações positivas do site Rotten Tomatoes, com 100% de aprovação com 194 resenhas elogiosas. Mas isto chamou tanta atenção de um blogueiro, que decidiu postar uma crítica negativa para virar assunto, baixando a nota para 99%. A estreia no Brasil está marcada apenas para 15 de fevereiro – além de atrasada, provavelmente em poucas salas, já que enfrentará concorrência de “Pantera Negra”.










