The Weinstein Company anuncia que vai pedir falência
O estúdio The Weinstein Company, fundado pelos irmãos Bob e Harvey Weinstein, anunciou que vai entrar com pedido de falência após o fracasso das tentativas de vender a empresa para um grupo de investidores. “Reconhecemos que essa é uma solução extremamente infeliz para nossos funcionários, credores e quaisquer vítimas, mas a direção não tem escolha”, disse a empresa em comunicado oficial divulgado no domingo (25/2). A falência vai acontecer devido a empresa estar afundada em processos. Há uma denúncia coletiva aberta em dezembro por várias atrizes alegando que a empresa permitiu o comportamento predatório de Harvey Weinstein, um processo da ex-assistente pessoal dele, Sandeep Rehal, alegando que era forçada a facilitar os ataques do ex-chefe, tendo ela mesma sido vítima de assédio, e ações dos produtores Scott Lambert e Alexandra Milchan, que querem uma compensação pelo escândalo sexual ter cancelado uma série planejada para Amazon. Até mesmo a Lindt, fabricante suíça de chocolate, foi à justiça em busca de compensação pelo cancelamento de uma festa pós-Globo de Ouro, para a qual ela já tinha pago uma cota de patrocínio. A gota d’água foi uma ação de direitos civis contra os irmãos Weinstein e a empresa, aberta pelo procurador-geral da Nova York, Eric Schneiderman, acusando os empresários de tratamento “vicioso e explorador” dos funcionários e condenando o estúdio de cinema por não proteger as vítimas. Este processo acabou com as chances do estúdio de ser comprado por investidores. Havia uma negociação ativa encaminhada por Maria Contreras-Sweet, ex-secretária de Pequenos Negócios do presidente Barack Obama, que encabeçou uma oferta de US$ 500 milhões, apoiada pelo investidor Ronald Burkle, entre outros. A oferta incluía uma suposição de dívidas de US$ 225 milhões, de acordo com a Variety, e sugeria a manutenção dos funcionários e a instalação de um novo conselho diretor majoritário, com Contreras-Sweet como presidente. Mas o procurador-geral criticou o plano de Contreras-Sweet de colocar o antigo chefe de operações do estúdio, David Glasser, no cargo de diretor geral. Em seu processo, ele afirma que os funcionários “estariam se reportando a alguns dos mesmos gerentes que falharam em investigar as falhas de conduta (de Harvey Weinstein) ou proteger adequadamente as funcionárias”. Por conta disso, em 16 de fevereiro, o conselho de administração da TWC anunciou a decisão unânime de demitir Glasser por “justa causa”, sem oferecer mais explicações. Glasser já ameaçou aumentar a pilha de processos contra a companhia, alegando rescisão injusta, retaliação, violação de contrato e difamação, de acordo com o site The Hollywood Reporter. Mas a remoção do executivo não contentou Schneiderman. Ele exige que as vítimas sejam devidamente compensadas e que o escritório do procurador-geral pudesse supervisionar a empresa. No domingo, o conselho também escreveu uma carta a Contreras-Sweet e Burkle, dizendo que trabalharam “incansavelmente para concluir um acordo para apresentar ao procurador-geral”, de acordo com uma cópia obtida pelo Hollywood Reporter. A carta alega que Contreras-Sweet não conseguiu entregar o financiamento provisório que a TWC precisava para administrar seus negócios e não conseguiu incluir uma provisão prometida para políticas de recursos humanos “padrão ouro”. “Nós acreditamos nesta empresa e nos objetivos estabelecidos pelo procurador-geral”, afirmava a carta. “Com base nos eventos da semana passada, no entanto, devemos concluir que seu plano para comprar essa empresa foi ilusório.” A declaração de falência se tornou o único caminho possível para administrar as dívidas crescentes. A MGM passou recentemente por isso e conseguiu se reestruturar. Mas ninguém espera que a TWC retorne desse mergulho no precipício financeiro. O fim da TWC, inaugurada em 2005, representa o fim de uma era no cinema, que começou ainda nos anos 1980 na Miramax, o primeiro estúdio dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, e fomentou a carreira de cineastas como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Kevin Smith, Paul Thomas Anderson, David O. Russell, os irmãos Coen, etc. Até Walter Salles teve filme distribuído nos Estados Unidos pelos irmãos Weinstein. O prelúdio deste desfecho foram as denúncias contra Harvey Weinstein, que vieram à tona em outubro, em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, detalhando décadas de abusos sexuais. Desde então, mais de 70 mulheres acusaram o produtor de má conduta sexual, incluindo estupro, e a repercussão incentivou outras mulheres a denunciarem a conduta sexual de diversos homens poderosos no cinema, na TV e em outras indústrias. Harvey Weinstein foi demitido de sua própria empresa no dia 8 de outubro e logo depois expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar. Paralelamente aos processos civis, investigações criminais também foram abertas contra ele em delegacias de Los Angeles, Beverly Hills, Nova York e Londres. Por meio de seus advogados, Weinstein alega só ter feito sexo consensual.
Al Pacino enfrenta escândalo sexual no trailer cinematográfico de Paterno
A HBO divulgou o segundo e cinematográfico trailer de “Paterno”, filme de temática absolutamente atual, que deve dominar o Emmy 2018. O que levanta a inevitável questão: porque os filmes da HBO são indicados ao Emmy, quando os da Netflix concorrem ao Oscar? A prévia é uma paulada que resume a trama de forma eficiente pela exploração de seus conflitos, tanto de forma íntima quanto em grande escala, ao contar a história real de Joe Paterno, ex-treinador de futebol da Universidade Penn State envolvido num escândalo sexual. Depois de se tornar o treinador mais vitorioso da história do futebol universitário, Paterno foi acusado de ter ignorado as acusações de abuso contra seu assistente Jerry Sandusky, que molestava os jovens. Um relatório concluiu que o treinador e outros funcionários do time estavam cientes das ações de Sandusky, mas optaram por ignorar o fato. As acusações acabaram se tornando públicas e sepultaram as carreiras de todos os envolvidos. O filme traz Al Pacino (“O Poderoso Chefão”) no papel-título e Riley Keough (“Mad Max: Estrada da Fúria”) como a jornalista que não deixa o caso ser abafado, além de Kathy Baker (série “The Ranch”), Annie Parisse (série “Vynil”), Peter Jacobson (série “Colony”), Benjamin Cook (visto na série “Veep”), John D’Leo (“A Família”) e Nicholas Sadler (“Nunca Diga Seu Nome”). Trata-se do quarto trabalho de Pacino para a HBO, após “Phil Spector” (2013), “Você Não Conhece o Jack” (You Do Not Know Jack, 2010) e a minissérie “Angels in America” (2003), todas baseadas em histórias reais. A direção está a cargo de Barry Levinson, que foi o diretor de “Você Não Conhece o Jack” e do mais recente telefilme do canal, “O Mago das Mentiras” (The Wizard of Lies), estrelado por Robert De Niro. A estreia de “Paterno” vai acontecer em 7 de abril.
Academia da Televisão divulga novo código de ética com tolerância zero para assédio
A Academia da Televisão dos Estados Unidos, responsável pelos prêmios Emmy, divulgou um novo código de ética e conduta profissional para todos os seus membros, criado após escândalos de assédio que abalaram Hollywood. Assinado pelo presidente da organização, Hayma Washington, o documento declara “tolerância zero por discriminação ou assédio, assim como condutas ilegais, desonestas ou antiéticas”. “A academia não irá tolerar, perdoar ou ignorar condutas antiéticas e está comprometida em reforçar essas normas em todos os níveis. Não há espaço para pessoas que abusam do seu status, poder ou influência, de modo a violar valores reconhecidos de decência”, continua o documento. No texto, a organização explica que “membros e não membros são encorajados a denunciar suspeitas de violação do código”. E avisa: “O desobedecimento das normas pode resultar em medidas disciplinares, incluindo ter a entrada recusada ou ser expulso de eventos e a suspensão ou banimento de membros.” A iniciativa tem conteúdo mais duro que a de outros grupos de Hollywood, como o Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos (o PGA) e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar. Assim como esses dois grupos, a organização televisiva também expulsou Harvey Weinsten, produtor acusado de assédio, abuso e estupro por dezenas de mulheres.
Brendan Fraser culpa assédio de ex-presidente do Globo de Ouro por declínio na carreira
Um dos atores mais populares dos anos 1990, Brendan Fraser desapareceu nos últimos anos. Mas a causa não teriam sido fracassos de bilheteria no começo do século. Ele finalmente resolveu contar sua versão da história, como mais um a dizer #MeToo (eu também). Em uma longa reportagem publicada pela revista americana GQ, o astro da trilogia “A Múmia” revelou que, além da atenção necessária para cuidar do filho autista, um fato o deixou depressivo e sem vontade de continuar a carreira: o assédio sexual que ele sofreu em 2003, durante um almoço realizado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na singla em inglês), que promove o Globo de Ouro. Uma jornalista do The New York Times já havia revelado na época que Philip Berk, ex-presidente da organização, havia apertado as nádegas do ator durante o evento. Mas, segundo Fraser, Berk foi além: “Sua mão esquerda se aproximou, me agarrou na poupa da minha bunda e um de seus dedos tocou no períneo. E começou a movê-lo”, relembrou o ator. Fraser diz que o gesto o deixou paralisado. “Eu me sentia mal. Eu me senti como uma pequena criança. Senti como se houvesse uma bola na garganta. Eu pensei que ia chorar”. Ele conta que deixou o local imediatamente e cogitou contar o episódio a um policial do lado de fora do local, mas se sentiu humilhado. “[Isso] me fez recolher. Isso me fez sentir recluso.” Berk, que ainda é membro da HFPA, foi procurado pela GQ e contestou a história: “Fabricação total”. Entretanto, há fatos que atestam a veracidade da acusação. Além do relato da jornalista, os representantes do ator pediram na época um pedido de desculpas por escrito à Associação. Berk escreveu uma carta, mas afirmou que não admitiu “nenhuma transgressão”. “[Escrevi] o habitual. ‘Se eu fiz qualquer coisa que aborreceu o Sr. Fraser, não foi intencional e peço desculpas.” Fraser ainda comentou que tem acompanhado o movimento das mulheres que têm denunciado casos de assédio, tanto dentro quanto fora de Hollywood. “Eu conheço Rose [McGowan], conheço Ashley [Judd], eu conheço Mira [Sorvino]. Eu trabalhei com elas. Não falo com elas há anos, mas as considero minhas amigas. Eu assisti a este movimento maravilhoso, essas pessoas com a coragem de dizer o que não tive coragem de dizer.” O ator revelou também que desde o incidente com o ex-presidente da HFPA raramente é convidado ao Globo de Ouro. Berk nega qualquer tipo de boicote. “Sua carreira declinou sem nossa culpa”, diz o acusado de assédio. Brendan Fraser poderá ser visto a seguir no elenco da série “Trust”, que estreia em 25 de março no canal pago americano FX. Na produção, sobre o sequestro do neto de John Paul Getty nos anos 1970, ele terá o mesmo papel vivido por Mark Wahlberg no filme “Todo o Dinheiro do Mundo”.
Demitido de Transparent, Jeffrey Tambor ganha apoio do elenco de Arrested Development
Após ser demitido de “Transparent”, série mais premiada da Amazon, sob alegações de assédio sexual, o veterano ator Jeffrey Tambor continua empregado e amado por sua outra família televisiva, na série “Arrested Development”. Em entrevista ao jornal AM New York, o ator David Cross afirmou que a maioria do elenco de “Arrested Development” decidiu apoiar o patriarca da família Bluth. “Eu não posso falar para todos, mas sei que há muitos de nós que estamos do lado dele – pela quantidade limitada de informações que sabemos, estamos do lado de Jeffrey – e eu sou um deles”, disse Cross, referenciando o elenco, que inclui Jason Bateman, Michael Cera, Jessica Walter, Will Arnett, Tony Hale, Portia de Rossi e Alia Shawkat. Por curiosidade, Shawkat também apareceu na última temporada de “Transparent”, que até o quarto ano foi protagonizada por Tambor, no papel de um pai de família que se descobre transexual na Terceira Idade. O elenco completo de “Arrested Development” voltou recentemente a se reunir com o criador Mitchell Hurwitz para novos episódios, que serão exibidos no final deste ano pela Netflix. O serviço de streaming ainda não definiu a data de lançamento, nem tampouco comentou o status de Tambor. A demissão de Tambor de “Transparent” foi tomada após uma investigação interna, que apurou denúncia de uma ex-assistente do ator, Van Barnes, feita em uma publicação no seu perfil privado do Facebook, na qual relatava comportamento inadequado. Logo em seguida, a colega de elenco Trace Lysette o acusou de ter feito comentários sexuais e tentado abusar dela em ocasiões diferentes. Ambas são transexuais. O ator de 73 anos, que venceu dois prêmios Emmy de Melhor Ator de Série de Comédia por “Transparent”, chegou a vir a público negar “de maneira contundente e veemente” qualquer tipo de comportamento inadequado. Mas, após a segunda denúncia, disse que sua permanência na série tinha se tornado insustentável. “Por conta da atmosfera politizada que parece ter afetado nosso set, eu não vejo como posso voltar a ‘Transparent'”, ele desabafou, em comunicado. Após a demissão, Tambor se disse “profundamente desapontado” num comunicado, pela forma como a Amazon conduziu “essas falsas acusações”. “Estou ainda mais desapontado com a caracterização injusta de Jill Soloway, que me descreveu como alguém capaz de causar danos a qualquer dos meus companheiros de elenco”, completou, referindo-se à criadora da série, que o colocou no fogo. Em seu próprio comunicado, Soloway disse: “Eu tenho muito respeito e admiração por Van Barnes e Trace Lysette, cuja coragem em falar sobre suas experiências em ‘Transparent’ é um exemplo de liderança neste momento da nossa cultura. Nós agradecemos pelo apoio da população trans, que abraçou nossa visão para ‘Transparent’ desde a concepção da série. Ficamos de coração partido por causa da dor e do sentimento de traição que a situação delas gerou na comunidade”. Cross ecoou o sentimento de Tambor: “Eu achei muito curioso que a Amazon não tenha divulgado os resultados de sua investigação interna. Não tenho certeza porque eles decidiram agir assim. Eu sei que tudo isso é bastante curioso pra mim”. Embora Cross tenha dito que o elenco apoia Tambor, eles não são responsáveis pela produção. Embora toda a 5ª temporada já tenha sido gravada, a Netflix pode optar por eliminar as cenas do ator, em vista de sua demissão pela Amazon. “Eu certamente espero que não”, acrescentou o colega de Tambor. Vale observar que, dessa forma torta, a série mais premiada da Amazon se equiparou à série mais premiada da Netflix. “House of Cards” também perdeu recentemente seu protagonista devido a acusações de assédio sexual. A produção da Netflix exibirá sua 6ª e última temporada sem Kevin Spacey.
Meryl Streep chama Harvey Weinstein de “patético” por citá-la em sua defesa
Os advogados de Harvey Weinstein usaram uma declaração de Meryl Streep para alegar, num processo judicial, que ele não abusou das mulheres que o acusam. E a atriz retalhou, chamando o produtor de “patético”. Na terça-feira (20/2), Weinstein pediu a um juiz federal de Nova York que arquivasse um processo de extorsão movido por seis mulheres que disseram que foram atacadas sexualmente ou assediadas por ele. Os advogados de Louisette Geiss, Katherine Kendall, Zoe Brock, Sarah Ann Masse, Melissa Sagemiller e Nannette Klatt argumentaram que “a Weinstein Sexual Enterprise” era essencialmente uma organização criminosa, tendo em conta as “centenas” de mulheres que alegaram má conduta de Weinstein. Em sua moção, os representantes do produtor argumentaram que as mulheres estavam impedidas de processá-lo por conta de prescrição criminal dos fatos alegados e que o status de ação coletiva das alegações era inválido porque se aplicaria a “todas as mulheres que se encontraram com Weinstein, independentemente de alegarem ter sofrido algum dano identificável”. E nisso entrou o no nome de Meryl Streep, que em uma declaração recente disse que Weinstein “sempre foi respeitoso com ela em sua relação de trabalho”. Eis a resposta da atriz, em comunicado à impresa: “O uso de minha declaração (verdadeira) pelos advogados de Harvey Weinstein – que ele não foi sexualmente transgressivo ou fisicamente abusivo em nossa relação comercial – como evidência de que ele não era abusivo com muitas outras mulheres é patético e explorador. As ações criminosas de que ele é acusado de realizar contra os corpos dessas mulheres são de responsabilidade dele, e se houver qualquer justiça no sistema, ele pagará por elas – independentemente de quantos bons filmes, feitos por muitas pessoas boas, Harvey teve a sorte de ter adquirido ou financiado”. Weinstein produziu diversos filmes estrelados por Streep, incluindo “A Dama de Ferro” (2011), que rendeu um Oscar para a atriz. Ele enfrenta mais de 60 alegações de má conduta sexual desde que o jornal New York Times e a revista New Yorker publicaram denúncias contra seu comportamento em outubro. A declaração citada por seus advogados foi feita por Streep nas primeiras semanas do escândalo. “Harvey foi exasperante, mas respeitoso comigo em nossa relação de trabalho e com muitos outros com quem trabalhou profissionalmente”, ela disse na ocasião. Em outra declaração, dirigida a Rose McGowan em dezembro, Streep afirmou que desconhecia rumores de que Weinstein abusava das mulheres. “Nem todo ator, atriz e diretor que fez filmes que HW distribuiu sabia que le abusava das mulheres, ou que estuprou Rose na década de 1990, outras mulheres antes e outras depois, até que nos disseram. Nós não sabíamos que o silêncio feminino tinha sido comprado por ele e seus facilitadores”, ela escreveu.
Televisa demite diretor após denúncia de estupro de atriz de How to Get Away with Murder
A Televisa, principal rede de televisão do México, anunciou nesta quarta-feira (21/2) que demitiu o diretor e produtor Gustavo Loza, após a atriz mexicana Karla Souza (a Laurel da série “How to Get Away with Murder”) denunciar que foi vítima de estupro no início de sua carreira — sem revelar o nome do agressor. A revelação da atriz foi a maior denúncia de violência sexual na indústria de entretenimento mexicana. Karla Souza é uma grande estrela no México, graças ao destaque conseguido em “Los Nobles: Quando os Ricos Quebram a Cara”, filme de maior bilheteria do país, recorde estabelecido em 2013 e só quebrado nos últimos meses pela animação da Disney-Pixar “Viva: A Vida É uma Festa”. Após a denúncia feita em entrevista à CNN En Español, todos os projetos envolvendo Loza foram cancelados. O diretor não tem vínculo fixo com o canal, mas fez diversas séries e filmes de sucesso para a empresa. “A Televisa não tolerará condutas como a denunciada hoje”, garantiu a companhia em um comunicado. Karla Souza foi dirigida por Loza em dois trabalhos: na série “Los Héroes del Norte” (2010-2011), que ele também produziu, e, já como atriz consagrada, no filme “Qué Culpa Tiene el Niño?” (2016). Em seu relato, a atriz contou que, na época do abuso, foi separada de outros colegas de elenco no set e colocada em um hotel diferente daquele usado pelo restante da equipe, em que somente o diretor estava hospedado. Ele então passou a procurá-la no local fora do horário de trabalho. “Ele batia à minha porta dizendo que queria repassar algumas cenas e eu pensava: ‘São duas da manhã, isso é inapropriado e não deveria estar acontecendo'”. Quando ela se recusou a atendê-lo, ele reagiu com agressividade em relação à Karla. “Ele decidiu não filmar a minha cena e, de repente, começou a me humilhar na frente dos outros no set. Era o tipo de poder psicológico que ele exercia sobre mim”. Depois de um mês de abuso de poder, a atriz afirmou, chorando, que sentiu que não havia mais escolha a não ser “ceder”. “Eu acabei cedendo para ele. Deixei que ele me beijasse, me tocasse de maneiras que eu não queria que ele me fizesse e, em uma destas ocasiões, ele me atacou violentamente e, sim, ele me estuprou”, denunciou. Em sua conta no Twitter, Loza se defendeu. “Eu nego qualquer acusação contra mim”, escreveu. Veja abaixo. Me deslindo de toda acusación en mi contra por parte de @NTelevisa_com y de @DeniseMaerker quienes el día de hoy me han acusado sin fundamento referente al caso de la presunta violación denunciada por @KarlaSouza7 lo cual lamento profundamente y condeno abiertamente. — Gustavo Loza (@gusloza) February 21, 2018
Terry Crews denuncia que é obrigado a pagar cachê para seu molestador
O ator Terry Crews fez um desabafo à coluna/site Page Six, do New York Post, revelando que, além de ter sido abusado, ainda é obrigado a pagar ao profissional que acusou de assédio sexual e à empresa que o mantém empregado. Trata-se de seu ex-agente, Adam Venit, funcionário da empresa WME, uma das mais poderosas agências de talento de Hollywood. “É isso que acontece. O que é tão estranho e louco é que eu ainda pago eles. Eu vou trabalhar, e ainda preciso mandar um cheque para o meu molestador”, disse o astro da franquia “Os Mercenários” e da série “Brooklyn Nine-Nine”. Ao contrário de muitas atrizes que denunciaram assédio nas redes sociais e não entraram na justiça contra supostos molestadores, Crews abriu uma ação em dezembro contra Adam Venit, afirmando que o executivo da WME agarrou suas genitais durante uma festa. “Isso é Hollywood, é insano. Eu olho para minha conta bancária e fico, ‘Caramba, isso é a coisa mais errada de todos os tempos’. Estou falando, vou fazer tudo o que puder. Se não conseguir justiça, ninguém consegue”, contou o ator, que mudou de agência após o ocorrido. No início de fevereiro, o ator revelou que a impunidade de Venit é tanta que ele está sendo ameaçado para abandonar o processo. As ameaças incluiriam até o suposto cancelamento de sua participação no quarto filme da franquia “Os Mercenários”. “Meus empresários receberam uma ligação na última semana de Avi Lerner, produtor de ‘Os Mercenários 4’, dizendo que eu poderia evitar quaisquer ‘problemas’ na sequência se desistisse da minha ação contra a WME”, escreveu ele no Twitter há duas semanas, completando em seguida: “Adivinhe quem é o agente de Sly (Sylvester Stalone)? Adam Venit.” Ao contrário de atores e produtores denunciados por assédio, Venit não foi demitido por conta disso. Ele foi apenas suspenso por 30 dias e já voltou à atividade, e continua a receber seu cachê de Crews por contratos em vigor.
Atriz de How to Get Away with Murder revela ter sido estuprada por diretor no começo da carreira
A atriz mexicana Karla Souza, que interpreta a personagem Laurel Castillo na série “How to Get Away with Murder”, revelou ter sido estuprada no começo sua carreira por um diretor de seu país. Em entrevista ao canal de notícias CNN En Español, ela relatou que, na época, foi separada de outros colegas de elenco no set e colocada em um hotel diferente daquele usado pelo restante da equipe, em que somente o diretor estava hospedado. Ele então passou a procurá-la no local fora do horário de trabalho. “Ele batia à minha porta dizendo que queria repassar algumas cenas e eu pensava: ‘São duas da manhã, isso é inapropriado e não deveria estar acontecendo'”. Quando ela se recusou a atendê-lo, ele reagiu com agressividade em relação à Karla. “Ele decidiu não filmar a minha cena e, de repente, começou a me humilhar na frente dos outros no set. Era o tipo de poder psicológico que ele exercia sobre mim”. Depois de um mês de abuso de poder, a atriz afirmou, chorando, que sentiu que não havia mais escolha a não ser “ceder”. “Eu acabei cedendo para ele. Deixei que ele me beijasse, me tocasse de maneiras que eu não queria que ele me fizesse e, em uma destas ocasiões, ele me atacou violentamente e, sim, ele me estuprou”, denunciou. Ela não revelou o nome do diretor, nem deixou claro se foi num filme ou série. Veja a íntegra da entrevista abaixo.
Kim Ki-duk se defende no Festival de Berlim, mas se recusa a pedir desculpas por agredir atriz
O cineasta sul-coreano Kim Ki-duk, condenado por agressão e acusado de assédio por uma atriz, durante as filmagens de “Moebius” (2013), defendeu-se da polêmica causada por sua participação no Festival de Berlim 2018, após Dieter Kosslick, o diretor do evento, afirmar que tinha barrado filmes de assediadores. O próprio Kosslick precisou se explicar porque o novo longa de Kim Ki-duk, “Human, Space, Time and Human”, não foi enquadrado em seu critério, e agora o cineasta aproveita o evento para se manifestar, em entrevista coletiva com a imprensa internacional. A vítima, cuja identidade é mantida em sigilo, acusou Kim no ano passado de lhe dar três tapas e forçá-la a realizar cenas sexuais sem roupa, que não estavam no roteiro. Sua acusação afirma que Kim forçou-a a pegar o pênis de um ator, apesar de uma garantia anterior de que uma prótese seria usada. Devido a seus protestos, ela foi substituída por outra atriz no filme. Mas não baixou a cabeça. Um tribunal sul-coreano multou Kim com US$ 4,6 mil por agressão, mas os promotores não consideraram as acusações de abuso sexual citando a falta de provas. A atriz já avisou que vai recorrer “Eu não concordo inteiramente com esta decisão, mas a reconheço e assumi a responsabilidade por isso”, disse Kim em Berlim, na tarde de sábado (16/1), após a primeira exibição de imprensa de seu novo longa, que está sendo exibido na seção Panorama do festival alemão. Kim se defendeu, afirmando que os tapas foram feitos como instruções de atuação. “O que estávamos fazendo era ensaiar uma cena”, disse ele. “Havia muitas pessoas presentes. Minha equipe na época não se opôs e não disse que aquilo era inapropriado… Estava relacionado à atuação artística, mas acredito que a atriz interpretou isso de maneira diferente do que eu fiz. ” Quando perguntado diretamente se ele gostaria de se desculpar por bater na atriz, Kim declinou. “Não, acho lamentável que isso tenha sido transformado em um processo judicial”, disse ele. A atriz disse à mídia sul-coreana que ficou desapontada com a sentença do tribunal e pela falta de consideração em relação à acusação de abuso sexual. Ela já deu entrada num recurso, que será julgado em breve. Diante da condenação, a inclusão do filme de Kim Ki-duk no Festival de Berlim gerou protestos de organizações civis da Coreia do Sul. E muitos perceberam hipocrisia no discurso de Kosslick, favorável do movimento #MeToo, simultaneamente ao apoio a Kim. “Estamos vivendo nesta realidade injusta, em que o agressor está trabalhando e sendo recebido em todas as partes como se não houvesse nada, enquanto a vítima que denunciou o abuso está sendo isolada e marginalizada”, diz o manifesto de uma coalização de 140 grupos de direitos humanos em protesto contra o cineasta. Seguindo a linha de violência e provação que o tornou famoso, o novo trabalho de Kim é uma meditação brutal e surrealista sobre a natureza do comportamento humano, incluindo várias cenas de estupro, assassinato e até mesmo canibalismo. O filme segue um pequeno grupo de pessoas que embarca em um cruzeiro turístico a bordo de um antigo navio de guerra, onde o inferno ganha vida. No final da entrevista, Kim abordou porque a violência tem sido um elemento tão recorrente no seu cinema, bem como no cinema sul-coreano em geral. “Já me perguntaram isso muitas vezes na minha carreira. Houve dois traumas na história recente da Coreia: o domínio colonial japonês e a Guerra da Coréia. Muitos cineastas coreanos carregam esses traumas com eles e, como a indústria cinematográfica sul-coreana começou a crescer, vocês veem muitos diretores lidarem com essas questões: muita violência, dor e elementos ditatoriais”. Kim fez questão de agradecer aos organizadores por convidá-lo e expressou apreciação pelas perguntas mais duras da imprensa. “Eu pude sentir que vocês estão muito preocupados com a violência e eu gostaria de agradecer por isso. Tento ser um bom ser humano. Vocês devem saber que na verdade não vivo minha vida como meus filmes”, concluiu.
Escritor de Maze Runner pede desculpas por assédios
O autor da franquia literária “Maze Runner”, James Dashner, publicou no Twitter um pedido de desculpas por seu comportamento e prometeu “procurar aconselhamento e orientação”, após ter sido publicamente dispensado por seu agente e se ver envolvido em denúncias de assédio sexual. “Passei os últimos dias reexaminando minhas ações e pesquisando minha alma”, disse Dashner, acrescentando que ele agora acredita que tem sido “parte do problema” no que diz respeito ao assédio sexual e à discriminação na indústria editorial. “Eu não honrei ou compreendi completamente limites e dinâmicas de poder”, acrescentou o autor. “Eu posso afirmar sinceramente que nunca machuquei outra pessoa de forma intencional. Mas, para os afetados, peço desculpas”. As alegações contra Dashner, Jay Asher e outros escritores populares da literatura juvenil foram postadas num tópico de comentários no site do School Library Journal. As denúncias são todas anônimas e não dão maiores detalhes. Mas, após confrontar Dashner, seu agente Michael W. Bourret resolveu dispensá-lo. “Eu não poderia, em boa consciência, continuar trabalhando com James, e o dispensei ontem”, disse Bourret à imprensa. Asher também sofreu represálias, sendo expulso da Sociedade de Escritores e Ilustradores de Livros para Crianças, além de também perder sua representação pela agência de Andrea Brown. Mas, ao contrário de Dashner, não pediu desculpas. Em vez disso, apresentou-se como um sedutor irresistível, com diversas relações consensuais, e exigiu retratação. A última adaptação cinematografia de Dashner, “Maze Runner: A Cura Mortal”, estreou nos cinemas no mês passado. A message from me to you… pic.twitter.com/xowMvWpyac — James Dashner (@jamesdashner) February 15, 2018
Primeira lista de apresentadores do Oscar 2018 confirma exclusão de Casey Affleck
A divulgação da primeira lista de artistas que entregarão estatuetas do Oscar 2018, que revelou a participação da atriz chilena Daniela Vega, primeira transexual a apresentar a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, também confirmou o “banimento” de Casey Affleck. Vencedor do Oscar de Melhor Ator no ano passado, o ator pediu para ser dispensado da obrigação de anunciar o premiado deste ano, devido à acusações de abuso sexual, e seu nome não foi incluído na lista, que traz os demais atores consagrados no Oscar 2017: Emma Stone (vencedora por “La La Land”), Viola Davis (“Um Limite entre Nós”) e Mahershala Ali (“Moonlight”). Affleck foi premiado por “Manchete à Beira-Mar”, após ser acusado de assédio por duas mulheres com quem trabalhou no documentário “Eu Ainda Estou Aqui” (2010). Na ocasião, a atriz Brie Larson, que entregou o prêmio, fez questão de não aplaudi-lo. “Eu acredito que o que eu fiz no palco falou por si mesmo”, ela afirmou em entrevista para a revista Vanity Fair. Ele foi acusado pela produtora Amanda White e pela diretora de fotografia Magdalena Gorka, que acionaram Affleck judicialmente e o caso foi resolvido em sigilo, com uma indenização financeira. Após vencer o Oscar, o ator deu entrevista ao jornal Boston Globe em que confirmou que todos os envolvidos no caso estavam proibidos por contrato de comentar o assunto. Desde então, o escândalo sexual de Harvey Weinstein veio à tona, repleto de contratos similares, e a tolerância com assediadores diminuiu a zero. No caso de Affleck, havia até uma campanha online para impedir sua participação no Oscar deste ano. Quase 20 mil pessoas assinaram o abaixo-assinado no site Change.org para que ele não fosse convidado a apresentar o prêmio – e o site agora registra que a campanha foi vitoriosa. Segundo o site Deadline, o ator teria ficado com receio e, diante do tom anti-assédio que deverá marcar a cerimônia, preferiu cancelar sua participação a comprometer o resto de sua carreira. A informação foi confirmada por um representante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Os primeiros nomes confirmados para participação da cerimônia de premiação incluem, portanto, três dos quatro atores que venceram os prêmios de interpretação do ano passado, a chilena Daniela Vega e mais os seguintes astros de Hollywood: Chadwick Boseman (“Pantera Negra”), Laura Dern (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), Jennifer Garner (“Clube de Compra Dallas”), Greta Gerwig (diretora de “Lady Bird”), Tiffany Haddish (“Girls Trip”), Tom Holland (“Homem-Aranha: De Volta ao Lar”), Kumail Nanjiani (“Doentes de Amor”) e Margot Robbie (“Eu, Tonya”). A 90ª edição do prêmio mais importante do cinema vai acontecer em 4 de março no Teatro Dolby, em Los Angeles, e contará com o humorista Jimmy Kimmel como mestre de cerimônias. Os canais Globo e TNT realizam a transmissão no Brasil.











