Sensacionalista? 5ª temporada de “The Crown” é o oposto: complacente com família real
A 5ª temporada de “The Crown” gerou muitas polêmicas antes da sua estreia na Netflix, que aconteceu na quarta-feira (9/11). Porém, uma vez disponibilizada no serviço de streaming, ficou comprovado que tudo não passou de muito barulho por nada. As acusações foram alimentadas, basicamente, por especulações sem fundamento. No lugar do “sensacionalismo bruto”, conforme a denúncia da atriz Judi Dench, o que o público de fato encontrou foi uma temporada que trata a família real com admiração e respeito. Logo na primeira aparição da Rainha Elizabeth II (com Imelda Staunton no papel, que já pertenceu a Olivia Colman e Claire Foy), é possível notar o tom respeitoso adotado pela atração. A rainha é vista numa consulta com um médico, que a aconselha a não trabalhar tanto. “Correndo o risco de soar como um disco quebrado, quanto menos tempo você passar de pé, melhor”, diz ele. E a Rainha apenas responde: “Risco ocupacional, receio”. Ou seja, a série faz questão de mostrar a Rainha Elizabeth II como alguém que continuava viajando de um extremo ao outro do país para participar de eventos sociais, fazer discursos, apertar as mãos e conversar com as pessoas, sempre sem reclamar de nada, embora ela já tivesse passado da idade de se aposentar. Mais do que isso, o criador da série Peter Morgan faz questão de humanizar a sua personagem, mostrando um lado da sua história que é pouco conhecido do público. É possível notar, por exemplo, a decepção dela com os relacionamentos fracassados dos seus filhos, a tensão com sua mãe nonagenária e a contradição entre ser uma rainha, uma irmã, uma mãe e uma esposa, tudo ao mesmo tempo. Os diálogos também reforçam essa representação heroica dela. Em certo momento, a princesa Margaret, interpretada por Lesley Manville, pergunta a ela: “Quantas vezes Philip fez alguma coisa? Interveio quando você não pôde? Foi forte quando você não pôde ser? Ficou bravo quando você não pôde ficar?”. Ao mesmo tempo, ela lê notícias de jornal que a chamam de “irrelevante” e “velha”. O 4ª episódio da temporada, intitulado “Annus Horribilis”, apresenta uma dramatização de um discurso real que a rainha deu em 1992. Nesse discurso, ela refletiu publicamente sobre o período em que os casamentos dos seus filhos desmoronaram e sobre o incêndio no Castelo de Windsor que causou danos catastróficos. E se isso não fosse suficiente, ela fez o discurso enquanto estava com um resfriado tão forte que quase a deixou sem voz. As críticas anteriores a “The Crown” foram influenciadas pela morte recente da Rainha Elizabeth II e pelo medo em relação à maneira como ela poderia ter sido retratada na série. Parte desse receio foi alimentado pelo fato de que a trama dessa temporada seria centrada num período polêmico da vida da família real, a década de 1990, quando a popularidade do agora Rei Charles (interpretado por Dominic West) estava em baixa depois que seu caso com Camilla Parker Bowles (Olivia Williams) vir à tona, enquanto ainda era casado com a Princesa Diana (Elizabeth Debicki). Porém, até ao abordar esses temas, a série foi respeitosa. Um dos momentos mais constrangedores para Charles envolve as gravações de telefonemas entre ele e Camilla, quando ele diz que queria reencarnar como um absorvente interno para poder viver dentro dela. Nesse caso, a série foca na maneira como as reputações das pessoas envolvidas foram destruídas porque a mídia publicou transcrições desses telefonemas. Não só isso, mas na época o público podia ligar para um determinado número de telefone e escutar as gravações feitas de maneira ilícita. Ou seja, a abordagem feita por “The Crown” é a de que Charles e Camilla eram um casal apaixonado que na época não pôde ficar junto por ter sofrido uma enorme invasão de privacidade. Outro momento da série que foi alvo de críticas foi uma encenação do momento em que Charles tenta persuadir o primeiro ministro John Major (Jonny Lee Miller) de que ele deveria apoiar a abdicação da rainha em favor de sua ascensão imediata ao trono. Nesse caso, o verdadeiro Major descreveu a cena como “um barril de bobagens maliciosas”. Entretanto, a cena serve mais para mostrar o personagem de Charles como um sujeito progressista, que se irrita com as maneiras antiquadas da sua família. Ao longo de toda a temporada, Charles é retratado sob uma luz positiva, como o membro mais realista de toda a realeza. Ele é visto apoiando a decisão do governo de desativar o iate real em vez de gastar o dinheiro dos contribuintes para reformá-lo e também demonstra uma clara paixão pelo meio ambiente e pela medicina alternativa. Em certo momento, o príncipe aparece fazendo um discurso apaixonado para um grupo de jovens antes de se divertir na pista de dança com alguns dançarinos de break. E se isso não fosse suficiente para vender uma imagem positiva do agora Rei, a cena ainda é intercalada com os dizeres: “O príncipe Charles fundou o The Prince’s Trust em 1975 para melhorar a vida de jovens desfavorecidos. Desde então, o Prince’s Trust ajudou um milhão de jovens a atingirem o seu potencial”. Por sinal, o ator Dominic West já trabalhou com o verdadeiro Charles em eventos da instituição de caridade e é um entusiasta desta iniciativa. Igualmente criticada de forma prematura foi a maneira como a série iria representar a figura da Princesa Diana e sua relação com Charles. Mas a série os retrata como duas pessoas muito diferentes que enfrentaram uma pressão global para que seu casamento fosse bem-sucedido. Quando saem de férias com a família, Diana quer fazer compras e ir para a praia, mas Charles está mais interessado em museus e escavações arqueológicas. “Não é extraordinário como a compreensão de duas pessoas sobre diversão pode ser tão completamente diferente?”, Charles pergunta a um amigo, desanimado. Nesse caso, quem sai perdendo é Diana, que acaba sendo vista como desprendida, imprudente e até egoísta. Ela é mostrada como alguém que está afastada do irmão e tem uma relação de dependência com seus filhos pequenos. Ela também é vista como uma pessoa determinada a derrubar a monarquia, embora a Rainha sempre a trate com bondade. “Você é esposa do meu filho mais velho, mãe dos meus netos e um valioso membro sênior desta família”, a rainha diz para ela em certo momento. Assim, de acordo com a série, foi a determinação de Diana em ser uma forasteira dentro da família real – e não a intenção da família real de torná-la uma – que colocou a princesa no caminho trágico que eventualmente levou à sua morte (fato que só vai ser mostrado na 6ª temporada). A série também não mostra nenhuma cena de sexo e não aborda temas mais polêmicos, como a amizade do príncipe Andrew com o pedófilo condenado Jeffrey Epstein e a traficante sexual Ghislaine Maxwell (amizade esta que aconteceu justamente na época em que a 5ª temporada se passa). Neste sentido, a série prova-se o oposto do que vinha sendo acusada: complacente com a família real, suavizando todas as polêmicas que pudessem comprometer a monarquia. Todos os episódios da 5ª temporada de “The Crown” já estão disponíveis na Netflix. Assista ao trailer abaixo.
Novos protagonistas falam das polêmicas de “The Crown”: “Incomodando muita gente”
Os atores Dominic West e Elizabeth Debicki, intérpretes do príncipe Charles e da princesa Diana na 5ª temporada da série “The Crown”, sabem o tamanho do desafio que tem pela frente. Não apenas por assumir papéis que renderam vários prêmios para seus antecessores, Josh O’Connor e Emma Corrin. Mas também pelas polêmicas envolvendo a produção da Netflix. Ambos aceitaram falar sobre as controvérsias ao jornal The New York Times. E foram direto ao ponto. “A série parece estar incomodando muita gente”, resumiu West. “Se alguém acredita que não sentimos uma tremenda responsabilidade, essa pessoa estaria errada”, completou Debicki. Lançada nesta quarta (9/11) em streaming, a 5ª temporada de “The Crown” se passa na década de 1990, quando o então Príncipe Charles teve um caso extraconjugal com Camilla Parker-Bowles, que levou ao fim eu casamento com a Princesa Diana. O fato de a série retratar esse momento em específico, que ainda divide opiniões no Reino Unido, tem rendido muitas críticas de personalidades britânicas que afirmam que a Netflix estaria fazendo um “desserviço” ao público, passando a ideia de que a atração é um retrato genuíno da família real. Afinal, a série faz muitas suposições e inventa diálogos para contar uma história com reflexos na realidade, mas que é pura ficção. “Você está sempre muito consciente de que todos têm uma opinião forte sobre o que aconteceu, e as pessoas sabem de que lado elas estão. É um campo minado, até certo ponto”, disse West, quando questionado a respeito da responsabilidade de representar uma história conhecida do público. Debicki, por sua vez, enxerga o desafio como algo positivo. Segundo ela, isso representa “um exercício realmente interessante porque as pessoas trazem sua memória viva para essa história. Eu nunca tinha feito parte de qualquer coisa parecida”. Um dos motivos de “The Crown” estar sendo tão criticada é por causa da recente morte da Rainha Elizabeth II. Talvez em respeito à memória da rainha, parte do público britânico não quer vê-la representada de maneira negativa na atração. Quando questionado sobre a impacto da morte da rainha na série, West disse: “me lembro de sentir o quanto aquela morte tinha sido incrível, que efeito incrível ela teve, e que figura mundial maravilhosa e única a rainha foi. Mas outra coisa interessante foi que boa parte da 5ª temporada girava em torno do debate se Charles um dia se tornaria rei.” O ator ainda afirmou que, “na década de 1990, muita gente dizia que ‘não acho que ele seja o cara certo’. Mas a hora chegou, e foi incrível como todos o aceitaram rápida e instantaneamente como o novo rei — e sem questionar. Parece que boa parte daquele período tumultuado que tínhamos representado para Charles, de se ele viria ou não a cumprir seu destino, teve uma resposta naqueles poucos dias”. “Sempre me surpreende a rapidez com que a história se move, a rapidez que as mudanças acontecem”, afirmou Debicki. “Isso choca um pouco. Ficamos todos muito tristes e fizemos uma pausa nas gravações. E em seguida aquela linda fila começou a se formar, composta por todas aquelas pessoas com idades, modos de vida e capacidades tão diferentes, todas passando diante do caixão. Foi muito triste para mim.” Falando sobre a sua proximidade com o papel da Princesa Diana, Elizabeth Debicki disse que “minha primeira lembrança desse período, como acho que a de muitas pessoas da minha idade, foi testemunhar as reações dos meus pais ao funeral dela. É uma lembrança muito clara para mim.” West foi ainda mais longe, dizendo que “eu observo a família real desde que os dois se casaram. Eu era obcecado por Diana. Ainda sou. Eu devia ter dez ou 11 anos. Eu me lembro de planejar com dois amigos sobre tentarmos acampar do lado de fora do palácio para tentar vê-la – é triste me lembrar disso agora.” Entre as pessoas que criticaram a série, destacam-se o ex-primeiro-ministro britânico John Major, interpretado por Jonny Lee Miller na série. Ele acusou “The Crown” de apresentar a “mentira prejudicial e maliciosa” de que Charles planejou usurpar o trono. Outro ex-primeiro ministro britânico, Tony Blair, apontou que muitas cenas em que aparecem na temporada nunca aconteceram na vida real, assim como falas de impacto da trama nunca foram ditas por ele. Um exemplo seria uma suposta reunião em que o Príncipe Charles buscaria pavimentar o caminho para se casar com sua amante Camilla. Enfurecido, ele chamou a produção de “um lixo completo e absoluto”. Acabou ecoando a atriz Judi Dench (“Belfast”), que escreveu uma carta ao jornal The Times, de Londres, chamando “The Crown” de “sensacionalismo bruto” e afirmando que a atração deveria trazer um aviso de “ficção” no início de cada episódio. A Netflix atendeu parcialmente o pedido, incluindo o aviso de “dramatização fictícia” abaixo da descrição do trailer da 5ª temporada. “As pessoas dizem ‘por que precisamos mexer de novo com essas coisas?’. Na época, não havia perspectiva. O divórcio e até mesmo a morte de Diana – precisamos de 25 anos ou qualquer que tenha sido o tempo que passou a fim de processar”, explicou West. “E é interessante o que pensamos agora, e a maneira pela qual podemos ser muito mais equilibrados em nossa visão desse assunto. É o benefício de ver a situação em retrospecto”. Ele acrescentou que “Charles é um personagem bastante controverso, na forma como ele é retratado”. Mas que tem experiência própria com o agora Rei para admirá-lo. “Eu estive envolvido na [instituição de caridade] Prince’s Trust e realmente admiro o trabalho que ele faz com essa organização. Não queria de forma alguma comprometer isso. Mas estou cada vez mais convencido de que a série não põe esse trabalho em risco e tampouco põe em risco qualquer coisa relacionada com a família real”, concluiu. Assista abaixo ao trailer da nova temporada.
Tony Blair chama “The Crown” de lixo, falso e prejudicial
O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, juntou-se aos protestos contra a 5ª temporada de “The Crown”, que estaria tentando passar a impressão de que os eventos dramatizados em seus episódios seriam verdade, quando foram totalmente inventados. Tony Blair foi o primeiro-ministro do Reino Unido nos meses de 1997 que antecederam a morte da princesa Diana. Por meio de seu porta-voz, ele comunicou que várias cenas descritas como parte da nova temporadas são “um lixo completo e absoluto”. E foi ainda mais longe numa carta publicado pelo jornal Telegraph neste fim de semana. “Será profundamente doloroso para uma família que ainda está de luto pela mesma pessoa em cuja vida todo esse drama foi forjado”, disse o político britânico no texto assinado. “A Netflix pode muito bem considerar que qualquer publicidade é boa publicidade. Mas garanto-lhes que não – ainda mais quando desrespeita a memória de quem já não vive, ou põe palavras na boca de quem ainda vive, mas que se encontra numa posição em que não pode se defender”, continuou. “A ficção não deve ser desfilada como fato. A Netflix continua se recusando a divulgar um aviso no topo dos créditos de abertura, acreditando que ‘todo mundo sabe que esta é uma série de ficção’. Mas isso simplesmente não é justificativa suficiente. Se todos sabem, por que não reconhecer isso? Sem tal ação, muitos milhões – em todo o mundo – ainda poderiam ser influenciados por um roteiro danoso e ficcional, que reivindica ‘autoridade’ ao intercalar ficção com fatos históricos”, apontou. “O entretenimento é uma grande e gloriosa indústria que traz enorme prazer para muitos milhões. A Netflix não deve rebaixar isso com retratos que são prejudiciais e falsos”, concluiu Blair. Blair apontou que muitas cenas em que aparece na série nunca aconteceram, assim como falas de impacto da trama nunca foram ditas por ele. Um exemplo seria uma suposta reunião em que o Príncipe Charles buscaria pavimentar o caminho para se casar com sua então companheira secreta Camilla. O antecessor de Blair, John Major, também contestou anteriormente uma cena em que Charles buscou seu conselho e apoio para assumir a coroa via abdicação de sua mãe, a rainha Elizabeth. No mês passado, após outras figuras públicas britânicas, incluindo a atriz Judi Dench, pressionaram a Netflix para adicionar um aviso no trailer da 5ª temporada, dizendo que a produção era uma “dramatização fictícia” e “inspirada em eventos reais”. A 5ª temporada de “The Crown” estreia na quarta (9/11) na Netflix. A série será encerrada no sexto ano de produção, que atualmente está sendo gravado no Reino Unido. Veja abaixo o trailer dos novos capítulos.
“The Crown” grava cena da morte da princesa Diana em Paris
A produção da série “The Crown” foi flagrada na noite desta quinta (27/10) gravando as cenas da morte da princesa Diana em Paris. As gravações ocorreram ao redor da Ponte de l’Alma, mesmo local em que Lady Di sofreu o trágico acidente que causou sua morte em 1997. Fotos que circulam nas redes sociais mostram o carro que levava Diana, interpretada pela atriz Elizabeth Debicki (“Tenet”), sendo perseguido por paparazzi nas ruas da capital francesa. As imagens surgiram poucos dias após a Netflix negar que faria a gravação da morte de Diana. “O momento exato do impacto do acidente não será mostrado”, disse a Netflix em comunicado à imprensa britânica. Aparentemente, apenas “o momento exato do impacto” não fará parte da reconstituição do acidente fatal. A morte da princesa e a comoção gerada entre a população britânica será exibida na 6ª temporada da série, que não tem previsão de estreia. A 5ª temporada será lançada no dia 9 de novembro e focará o final do casamento entre Diana e o então Príncipe Charles. 'The Crown' films Princess Diana's controversial death scenehttps://t.co/pvwRold8Xo#EntertainmentNews pic.twitter.com/lSap39Y0Oj — NowMyNews (@NowMyNews) October 27, 2022 #e_RadioUS ‘The Crown’ begins filming events leading up to Princess Diana’s fatal car crash https://t.co/JVmcxBzC65 pic.twitter.com/A62Ngl5b6b — E-Radio.US (@eRadioUS) October 27, 2022 The Crown divides fans by filming Princess Diana car crash scene in Paris, 'Shame. Shame. Shame' https://t.co/KUYE81fyny pic.twitter.com/hLNWIV2bbO — woman&home (@womanandhome) October 27, 2022 'The Crown' begins filming events leading up to Princess Diana’s fatal car crash https://t.co/aKkje3QnYk — Fox News (@FoxNews) October 27, 2022
Netflix reforça que “The Crown” é uma “dramatização fictícia”
A Netfix esclareceu que a série “The Crown” é uma “dramatização fictícia” da história da família real britânica. O esclarecimento foi feito por meio da adição dessa informação na descrição do trailer da 5ª temporada, no YouTube. A descrição diz o seguinte: “Inspirada em eventos reais, esta dramatização fictícia retrata a história da rainha Elizabeth II e os eventos políticos e pessoais que moldaram seu reinado.” Um porta-voz da Netflix disse ao site Variety que “‘The Crown’ sempre foi apresentado como um drama baseado em eventos históricos. A 5ª temporada é uma dramatização fictícia, imaginando o que poderia ter acontecido entre portas fechadas durante uma década significativa para a Família Real – década que já foi escrutinada e bem documentada por jornalistas, biógrafos e historiadores”. Recentemente, a Netflix tem sido alvo de críticas por apresentar conteúdos relacionados à família real que podem ser compreendidos como genuínos pelo público. A imprensa britânica informou que fontes dentro do Palácio de Buckingham estão preocupadas com a representação do caso entre o agora Rei Charles e Camilla Parker-Bowles, caso este que aconteceu enquanto ele ainda era casado com a Princesa Diana. Após a morte de Diana (que deve ser apresentada apenas na 6ª e última temporada da série), Charles se casou com Camilla. E quando ele subiu ao trono no mês passado, após a morte da rainha Elizabeth II, Camilla se tornou rainha consorte. Entretanto, ao mostrar Charles como infiel, “The Crown” poderia prejudicar a sua imagem. Por isso, o reforço sobre “dramatização ficcional” foi incluído na descrição da série. No início desta semana, a atriz Judi Dench (“Belfast”) escreveu uma carta ao jornal The Times, de Londres, chamando “The Crown” de “sensacionalismo bruto” e afirmando que a atração deveria trazer um aviso de “ficção” no início de cada episódio. A 5ª temporada de “The Crown” estreia em 9 de novembro na Netflix. Assista abaixo ao trailer.
Judi Dench critica “The Crown”: “Sensacionalismo bruto”
A atriz Judi Dench (“Belfast”) criticou a vindoura 5ª temporada da série “The Crown”. Numa carta aberta publicada pelo jornal londrino The Times, Dench acusou os produtores da atração de borrarem “as linhas entre a precisão histórica e o sensacionalismo bruto”. Entre as preocupações levantadas pela atriz na sua carta, destaca-se a possibilidade de a série convencer os espectadores, especialmente seu público internacional, de que a dramatização vista na tela é um retrato genuíno da história da família real. Dench aponta como exemplo problemático disso o relato de que a 5ª temporada mostraria o príncipe Charles conspirando para derrubar a sua mãe, a falecida rainha Elizabeth II, e assumir o trono durante o início dos anos 1990. Segundo a atriz, ao tentar empurrar essa narrativa como verdadeira, a série está sendo “cruelmente injusta com os indivíduos e prejudicial à instituição que eles representam”. Dench se diz defensora da liberdade artística, mas afirma que os pronunciamentos da Netflix de que “The Crown” é um “drama ficcional” não são suficientes para diminuir a noção de realidade histórica que a série passa. O ideal, segundo ela, é que a série insira um aviso mais explicito antes de cada episódio. A atriz também pede que a Netflix considere os sentimentos da família real e do Reino Unido, que ainda estão de luto pela morte da rainha. Segundo Dench, o ato de a Netflix assumir uma maior responsabilidade seria uma “marca de respeito a uma soberana que serviu seu povo tão obedientemente por 70 anos e uma forma de preservar sua reputação aos olhos de seus assinantes britânicos.” Judi Dench teve uma relação muito próxima com a família real. Ela foi nomeada dama pela falecida rainha em 1988 e já interpretou tanto a rainha Elizabeth I (no filme “Shakespeare Apaixonado”) quanto a rainha Victoria (em “Sua Majestade, Mrs. Brown” e “Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha”). Além dela, o ex-primeiro-ministro britânico John Major, interpretado por Jonny Lee Miller na série, também criticou “The Crown” por apresentar a “mentira prejudicial e maliciosa” de que Charles planejou expulsar a rainha. Em uma declaração ao jornal Mail on Sunday, Major disse que a decisão da série de retratar essa história falsa nada mais é do que “um barril de bobagens jogado para fornecer o máximo de impacto dramático totalmente falso.” A 5ª temporada de “The Crown” estreia em 9 de novembro na Netflix. Leia abaixo a carta aberta de Judi Dench na íntegra. “Senhor, Sir John Major não está sozinho em suas preocupações de que a última série de ‘The Crown’ apresentará um relato impreciso e doloroso da história (News, 17 de outubro). De fato, quanto mais próximo o drama se aproxima de nossos tempos atuais, mais ele parece livremente disposto a borrar as linhas entre a precisão histórica e o grosseiro sensacionalismo. Embora muitos reconheçam ‘The Crown’ pelo relato brilhante, mas ficcional, dos eventos que ela é, temo que um número significativo de espectadores, principalmente no exterior, possa considerar sua versão da história totalmente verdadeira. Dadas algumas das sugestões dolorosas aparentemente contidas na nova série – que o rei Charles conspirou para sua mãe abdicar, por exemplo, ou que uma vez sugeriu que a paternidade de sua mãe era tão deficiente que ela poderia ter merecido uma sentença de prisão – isso é cruelmente injusto para os indivíduos e prejudiciais à instituição que representam. Ninguém acredita mais na liberdade artística do que eu, mas isso não pode passar sem contestação. Apesar de terem declarado publicamente esta semana que ‘The Crown’ sempre foi um ‘drama ficcional’, os criadores da série resistiram a todos os pedidos para que eles carregassem um aviso no início de cada episódio. Chegou a hora de a Netflix reconsiderar – pelo bem de uma família e de uma nação tão recentemente enlutada, como uma marca de respeito a uma soberana que serviu seu povo com tanto zelo por 70 anos e para preservar sua reputação aos olhos de seus assinantes britânicos. Dama Judi Dench Londres W1”
The Crown: Trailer da 5ª temporada destaca crise na monarquia
A Netflix divulgou o trailer da 5ª temporada de “The Crown”, que acompanha a saga da família real britânica durante a crise causada pelo fim do casamento do Príncipe Charles e da Princesa Diana. Os próximos episódios trazem Imelda Staunton, a Dolores Umbridge da saga “Harry Potter”, como última intérprete da rainha Elizabeth II. O papel já foi vivido anteriormente por Claire Foy (nos dois primeiros anos) e Olivia Colman (3ª e 4ª temporadas) e agora será de Stauton por mais duas temporadas, até o encerramento da série. O resto do elenco também foi alterado para refletir a passagem do tempo, trazendo Jonathan Pryce (“Game of Thrones”) como o príncipe Philip, Lesley Manville (de “Trama Fantasma”) como a princesa Margaret, Dominic West (“The Affair”) como o príncipe Charles e Elizabeth Debicki (“Tenet”) como a princesa Diana, além de Claudia Harrison (“Humans”) como a Princesa Anne, Jonny Lee Miller (“Elementary”) como o primeiro ministro John Major e Khalid Abdalla (“O Caçador de Pipas”) como Dodi Al-Fayed. A 5ª temporada vai estrear em 9 de novembro.
5ª temporada de “The Crown” ganha coleção de pôsteres
A Netflix divulgou cinco pôsteres da 5ª temporada de “The Crown”, que traz os novos intérpretes da saga da família real britânica durante a crise do casamento da Princesa Diana. Os próximos episódios trazem Imelda Staunton, a Dolores Umbridge da saga “Harry Potter”, como última intérprete da rainha Elizabeth II. O papel já foi vivido anteriormente por Claire Foy (nos dois primeiros anos) e Olivia Colman (3ª e 4ª temporadas) e agora será de Stauton por mais duas temporadas, até o encerramento da série. O resto do elenco também foi alterado para refletir a passagem do tempo, trazendo Jonathan Pryce (“Game of Thrones”) como o príncipe Philip, Lesley Manville (de “Trama Fantasma”) como a princesa Margaret, Dominic West (“The Affair”) como o príncipe Charles e Elizabeth Debicki (“Tenet”) como a princesa Diana, além de Claudia Harrison (“Humans”) como a Princesa Anne, Jonny Lee Miller (“Elementary”) como o primeiro ministro John Major e Khalid Abdalla (“O Caçador de Pipas”) como Dodi Al-Fayed. A 5ª temporada vai estrear em 9 de novembro.
Fotos reúnem os novos intérpretes da 5ª temporada de “The Crown”
A Netflix divulgou novas imagens da 5ª temporada de “The Crown”, que marca uma mudança nos intérpretes da saga da família real britânica. Os próximos episódios destacam Imelda Staunton, a Dolores Umbridge da saga “Harry Potter”, como última intérprete da rainha Elizabeth II na série. O papel já foi vivido anteriormente por Claire Foy (nos dois primeiros anos) e Olivia Colman (3ª e 4ª temporadas) e agora será de Stauton por mais duas temporadas, até o encerramento da série. O resto do elenco também foi alterado para refletir a passagem do tempo, trazendo Jonathan Pryce (“Game of Thrones”) como o príncipe Philip, Lesley Manville (de “Trama Fantasma”) como a princesa Margaret, Dominic West (“The Affair”) como o príncipe Charles e Elizabeth Debicki (“Tenet”) como a princesa Diana, além de Claudia Harrison (“Humans”) como a Princesa Anne, Jonny Lee Miller (“Elementary”) como o primeiro ministro John Major e Khalid Abdalla (“O Caçador de Pipas”) como Dodi Al-Fayed. A 5ª temporada vai estrear em 9 de novembro. Nova temporada, nova década e novo elenco. Aqui estão as primeiras imagens da quinta temporada de The Crown. Estreia dia 9 de novembro. pic.twitter.com/KEKrW6E2xh — netflixbrasil (@NetflixBrasil) October 14, 2022 For more: https://t.co/bpD0NDzaTR pic.twitter.com/I8GarPDufk — The Crown (@TheCrownNetflix) October 14, 2022
Pôsteres de “The Witcher”, “The Crown” e “1899” anunciam datas de estreia
A Netflix divulgou uma série de cartazes das suas vindouras atrações durante o evento Tudum. Junto com a divulgação dos pôsteres, o serviço de streaming também disponibilizou a data de estreia de algumas dessas atrações. A 3ª temporada de “The Witcher”, que estreia em 2023, ganhou uma arte com um medalhão quebrado. Já o pôster da minissérie derivada, “The Witcher: A Origem” (The Witcher: Blood Origin), traz duas armas se cruzando e a data de estreia em 25 de dezembro. O cartaz da 5ª temporada do drama “The Crown” destaca uma rachadura na parede e a estreia em 9 de novembro. Por fim, o pôster do misterioso projeto “1899”, nova série dos criadores de “Dark”, mostra um barco à beira de um redemoinho, acompanhado pela data da série: 17 de novembro.
“The Crown” entra no Top 10 da Netflix após morte da rainha Elizabeth II
A 1ª temporada da “The Crown”, lançada em 2016, entrou no Top 10 semanal da Netflix nesta terça (13/9), refletindo uma renovação no interesse após a morte da Rainha Elizabeth II. A atração ficou em 7º lugar entre as séries faladas em inglês da plataforma, acumulando mais de 17,5 milhões de horas assistidas. Essa é a primeira vez que a temporada de estreia de “The Crown” vai parar no Top 10 da Netflix, visto que a Netflix não fazia esse tipo de contagem quando a série foi lançada. Vale lembrar que a contagem semanal da Netflix começou no dia 5 e foi até o dia 11 de setembro. Porém, a morte da rainha aconteceu no dia 8, o que indica que boa parte dessas horas assistidas aconteceram num intervalo de quatro dias. Criada por Peter Morgan (roteirista de “A Rainha”), “The Crown” começou mostrando a juventude da rainha Elizabeth II (interpretada por Claire Foy). A temporada inaugural acompanhou a vida da rainha desde o seu casamento em 1947 a 1955, incluindo a morte do rei George VI, fato que promoveu a ascensão de Elizabeth ao trono e, eventualmente, levou à renúncia de Winston Churchill como primeiro-ministro. O elenco da temporada ainda conta com Matt Smith (“Doctor Who”), Vanessa Kirby (“Pedaços De Uma Mulher”), Jared Harris (“Mad Men”) e John Lithgow (“Dexter”). Depois disso, a série passou por dois reboots, com mudanças completas do elenco. A 5ª temporada estava agendada para estrear em novembro, mas deve atrasar, pois a produção de seus episódios foi suspensa em respeito à rainha. Embora os números de “The Crown” sejam ótimos, eles estão longe da 5ª temporada de “Cobra Kai”, que teve mais de 103 milhões de horas assistidas em apenas três dias e ficou em 1º lugar. Já a série de suspense “O Diabo em Ohio” garantiu o 2º lugar, com 70 milhões de horas assistidas, mais do que o dobro da 3ª colocada, a série “Imperfeitos”, que acumulou 24 milhões de horas. Em 4º lugar, ficou o reality show “Dated and Related” com 19,8 milhões de horas assistidas, seguido de perto por “Sandman”, que acumulou 19,5 milhões de horas. A 6ª colocação foi para “Partner Track”, com 18 milhões de horas assistidas. Fechando o Top 10, ainda aparecem a 4ª temporada de “Stranger Things” e as primeiras temporadas de “Echoes” e “Manifest” Confira abaixo a lista completa do Top 10 das séries faladas em inglês da Netflix. 1. “Cobra Kai 5” 2. “O Diabo em Ohio” 3. “The Imperfects” 4. “Dated and Related” 5. “Sandman” 6. “Partner Track” 7. “The Crown 1” 8. “Stranger Things 4” 9. “Echoes” 10. “Manifest 1”
Conheça 10 filmes e séries sobre a rainha Elizabeth II
De vencedores do Oscar e do Emmy à comédias de humor besteirol e até animações, várias produções audiovisuais retrataram a Rainha Elizabeth II ao longo de sua vida. O filme “A Rainha” (2006), que rendeu o Oscar a Helen Mirren, e a série “The Crown”, que coroou duas intérpretes da monarca, Claire Foy e Oliva Colman com o Emmy, são as atrações mais conhecidas. Mas há outras produções que também retrataram Elizabeth II em diferentes fases de sua vida, além de situações completamente inventadas para diversão do público. Confira abaixo 10 obras que representaram a rainha britânica, da infância à vida que ela nunca viveu. | O DISCURSO DO REI | HBO MAX, VOD* A história segue os eventos após a abdicação do trono pelo Rei Eduardo VIII, que permitiu a ascensão de seu irmão, Rei George VI (Colin Firth), e abriu caminho para a ainda menina Elizabeth (Freya Wilson) se tornar a primeira na linha da sucessão monárquica. | A ROYAL NIGHT OUT | AMAZON PRIME VIDEO A comédia conta uma história da juventude da futura rainha. Durante a comemoração da derrota da Alemanha nazista na 2ª Guerra Mundial, as princesas irmãs Margaret (Bel Powley) e Elizabeth (Sarah Gadon) recebem permissão de deixar o palácio de Buckhingham durante a noite para festejar, e se misturam anonimamente ao povo. | UM SONHO DE MENINA | NÃO DISPONÍVEL EM STREAMING Uma menina chamada Elizabeth é escolhida para representar os estudantes na primeira visita de Elizabeth II à Nova Zelândia, mas seu fervor monarquista é abalado quando ela aprende sobre a história do povo maori e passa a ser ameaçada de substituição no encontro. Só que a essa altura a própria monarca está interessada em conhecê-la, após receber suas cartas sobre os problemas do país. | THE CROWN | NETFLIX A série é um retrato bastante exaustivo, que segue as rivalidades políticas e bastidores do reinado da rainha Elizabeth II, refletindo eventos que moldaram a segunda metade do século 20. O sucesso das primeiras temporadas catapultou Claire Foy ao estrelato. Ela foi substituída no papel da rainha por Olivia Colman na 3ª temporada e por Imelda Staunton na 5ª, conforme a trama avançou as décadas. | SPENCER | AMAZON PRIME VIDEO, VOD* Embora a Princesa Diana (Kristen Stewart) seja o foco principal do filme, a rainha Elizabeth II (Stella Gonet) também tem papel de destaque na reunião natalina que encerrou o matrimônio de Diana e do Príncipe Charles. | A RAINHA | STARZPLAY, VOD* Helen Mirren vive a rainha na época da morte da ex-princesa Diana, demonstrando sua dificuldade em lidar com a mídia e a situação. Com a popularidade da monarquia em jogo, ela precisa mostrar ao povo que é capaz de se adaptar, apesar das desavenças com a falecida nora. | CORRA QUE A POLÍCIA VEM AÍ! | VOD* A tentativa calamitosa de Leslie Nielsen de salvar a rainha do que ele pensa ser uma tentativa de assassinato é uma das cenas mais memoráveis da franquia cômica e a mais famosa interpretada por Jeanette Charles, a atriz que mais vezes viveu Elizabeth II – sempre em pequenas aparições. | MINIONS | TELECINE, VOD* A rainha teve muitas participações especiais em filmes incomuns ao longo dos anos, mas lutar contra um Minion que tenta roubar sua coroa pode ser incluída entre as mais inusitadas. | CORGI: TOP DOG | TELECINE, LOOKE, VOD* O cão favorito da monarca britânica se perde no palácio real e começa uma longa jornada para encontrar o caminho de volta para a rainha. | CHURCHILL: DETONANDO A HISTÓRIA | NÃO DISPONÍVEL EM STREAMING A versão trash da monarca traz Neve Campbell (ela mesmo, de “Pânico”) como a ainda Princesa Elizabeth, combatendo nazistas de rifle em punho, ao lado de um Churchill americano. A explicação é que se trata de uma produção de Hollywood sobre a 2º Guerra. No primeiro dia de filmagem, um ambicioso executivo do estúdio decide que um homem velho com um charuto não ia vender ingressos e muda a história, colocando em seu lugar um herói de ação para vencer a guerra.







