Parasita tem vitória histórica no Oscar 2020
Bong Joon Ho não tem hora para parar de celebrar. Ele avisou duas vezes que pretendia comemorar com bebidas, ao receber os troféus de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme Internacional por “Parasita”, na premiação do Oscar 2020, que aconteceu na noite de domingo (9/2) no Dolby Theatre, em Los Angeles. Ainda não tinha começado o primeiro drinque quando ouviu seu nome ser chamado novamente, como Melhor Diretor. Em estado de legítima perplexidade, conseguiu citar como Martin Scorsese influenciou sua carreira, além de agradecer a Quentin Tarantino por sempre falar de seus filmes quando ninguém o conhecia. E saiu do palco extasiado, acreditando ter feito História com sua participação na cerimônia. Mas estava enganado. Precisou voltar mais uma vez, quando “Parasita” venceu o Oscar de Melhor Filme do ano. O cineasta sul-coreano foi responsável pela maior surpresa dos 92 anos da História do Oscar. Isto porque nunca antes um filme falado em língua estrangeira tinha vencido o troféu principal da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. “Parasita” venceu o troféu principal da cerimônia… e mais três. Individualmente, Bong Joon Ho ficou com quatro Oscars, o que também é um feito histórico – anteriormente, apenas Walt Disney tinha vencido quatro troféus na mesma cerimônia, mas todos como produtor e por filmes diferentes em 1954. É interessante reparar o contexto que tornou possível essa reviravolta espetacular. Ao buscar maior inclusão, após a recepção negativa da falta de representatividade racial entre os indicados ao Oscar 2016, a Academia decidiu aumentar a presença de minorias em seus quadros e ampliou convites para artistas internacionais. Cineastas, roteiristas, produtores, técnicos e atores de mais países passaram a votar na premiação, fazendo disparar a quantidade de membros da Academia, que somou quase dois mil novos eleitores do Oscar em quatro anos. Isso, sem dúvida, mexeu com o DNA do troféu. Os eleitores estrangeiros não fazem parte das panelinhas de Hollywood, não trabalharam anteriormente com os indicados e não avaliam os filmes pelo ponto de vista da indústria cinematográfica americana. Em outras palavras, seus votos desconsideram interesses do mercado local dos EUA. É fato que a vitória do francês “O Artista” em 2012 já tinha aberto uma brecha. Mesmo assim, aquele filme não era falado em idioma estrangeiro (era cinema mudo) e fazia uma homenagem a Hollywood. O sinal de que algo estava mudando foi dado apenas no ano passado, com as três vitórias do mexicano “Roma”. O filme falado em espanhol venceu, entre outros, um prêmio de Melhor Direção. A conquista de “Parasita”, claro, é muito maior, incomparável. O Melhor Filme do ano é estrelado por atores sul-coreanos que não fazem parte do SAG, realizado por um equipe estrangeira não filiada aos sindicatos hollywoodianos e exibido nos cinemas dos EUA com legendas. Se a consagração de “Moonlight”, um filme indie com diretor negro, elenco negro e temática LGBTQIA+, causou um terremoto nos bastidores da premiação em 2017 – a rede ABC exigiu mais filmes populares em nome da audiência – , a vitória de “Parasita” deve trazer consequências ainda maiores. Os otimistas podem imaginar uma abertura definitiva do prêmio – e do mercado americano – para o resto do mundo. Os realistas, porém, já devem estar calculando o tamanho da reação do mercado, dos sindicatos e dos estúdios americanos contra essa internacionalização. O slogan “America First” não venceu uma eleição nos EUA por acaso. Curioso, ainda, que “Parasita” tenha sido tão bem-recebido, em proporção inversa ao desdém dispensado a “A Despedida” (The Farewell), de Lulu Wang, barrado no Oscar. O vencedor do Spirit Awards (o “Oscar” do cinema independente) no sábado (8/2) também tinha cineasta e elenco asiático e foi exibido com legendas. Mas, diferente da obra sul-coreana, era uma produção americana, com diretora americana e diversos atores nascidos no país. Neste sentido, a eleição de “Parasita” também pode ser vislumbrada como um voto de protesto contra a seleção de concorrentes feita pela Academia – “A Despedida” não foi o único longa injustiçado. A verdade é que a tão evidente falta de diversidade entre os indicados se deu como efeito colateral da pressão de bastidores por uma seleção de filmes populares. Dentre as opções oferecidas, “Parasita” era um dos poucos filmes (ao lado de “Adoráveis Mulheres”) que não contava histórias de homens brancos heterossexuais, geralmente em luta – às vezes em guerra – por ideais masculinos de poder e superioridade. Joaquin Phoenix, que assimilou perfeitamente a mensagem de “Coringa”, fez um discurso sensível nesse sentido, ao aceitar seu Oscar de Melhor Ator. Ao falar das diferentes causas sociais que engajam seus colegas, ele sintetizou: “Lutamos contra a noção de que uma nação, um povo, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar a outra com impunidade”. A vitória de “Parasita” rechaçou o viés conservador ensaiado para o Oscar 2020, representado pelas histórias de homens heterossexuais brancos, que dominaram as indicações – como se esse tipo de narrativa fosse mais indicado a prêmios. Exceção gritante, o filme sul-coreano não tinha apenas etnia diversa, mas equilíbrio entre papéis masculinos e femininos, além de franco questionamento social – “marxismo cultural”, já que trata da luta de classes. A ressaca de Bong Joon Ho também é, portanto, fruto de resistência cultural. Ao barrar o cinema indie, a Academia deixou aberta uma fresta para o cinema mundial, que se transformou em saída. E, ironicamente, a empresa que trouxe o longa sul-coreano para os EUA foi um estúdio indie, o Neon, completando a vingança. Importante destacar ainda outro aspecto da internacionalização da Academia, menos evidente que a vitória de “Parasita”. No domingo, várias conquistas foram celebradas por artistas estrangeiros também em filmes americanos. Para citar alguns, o neozelandês Taika Waititi venceu a categoria de Melhor Roteiro Adaptado por “Jojo Rabbit” e a islandesa Hildur Guðnadóttir assinou a Melhor Trilha em “Coringa”. Tratam-se de vitórias com alcances duradouros, que vão além da entrega dos troféus. Lembrem-se que a simples indicação ao Oscar costuma render convite para os nomeados ingressarem na Academia. A brasileira Petra Costa, por exemplo, não venceu a disputa de Melhor Documentário – o único candidato americano faturou a categoria, numa inversão em relação ao troféu de Melhor Filme – , mas ajudará a escolher o vencedor de 2021. Mais estrangeiros estarão votando no próximo ano. Assim, se a Academia superar as pressões do mercado americano, a tendência é o Oscar continuar surpreendendo. Mas pressões, com certeza, virão. A propósito, os que comemoraram a derrota do “marxismo cultural” representado por “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, podem não ter percebido, mas o discurso da vencedora da categoria, a cineasta Julia Reichert, de “Indústria Americana”, encerrou-se com uma citação ao “Manifesto Comunista”. “Os trabalhadores têm cada vez mais dificuldade hoje em dia, e acreditamos que as coisas vão melhorar quando os trabalhadores do mundo se unirem”, disse a americana, parafraseando o slogan “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, que se tornou célebre na obra de Karl Marx e Friederich Engels. Para completar sem alongar demais, omitindo comentários para outras categorias remanescentes, vale ressaltar, mesmo que rapidamente, o reconhecimento à brilhante fotografia do inglês Roger Deakins, verdadeiro motivo de “1917” ter sido considerado, de véspera, o maior favorito ao Oscar. A lista completa dos filmes premiados pode ser conferida abaixo. Melhor Filme – “Parasita” “Ford vs Ferrari” “O Irlandês” “Jojo Rabbit” “Coringa” “Adoráveis Mulheres” “História De Um Casamento” “1917” “Era Uma Vez Em Hollywood” Melhor Direção – Bong Joon Ho – “Parasita” Sam Mendes – “1917” Martin Scorsese – “O Irlandês” Quentin Tarantino – “Era Uma Vez Em Hollywood” Todd Phillips – “Coringa” Melhor Atriz – Renée Zellweger – “Judy” Cynthia Erivo – “Harriet” Scarlett Johansson – “História De Um Casamento” Saoirse Ronan – “Adoráveis Mulheres” Charlize Theron – “O Escândalo” Melhor Ator – Joaquin Phoenix – “Coringa” Antonio Banderas – “Dor e Glória” Adam Driver – “História De Um Casamento” Jonathan Pryce – “Dois Papas” Leonardo DiCaprio – “Era Uma Vez Em Hollywood” Melhor Atriz Coadjuvante – Laura Dern – “História De Um Casamento” Margot Robbie – “O Escândalo” Kathy Bates – “O Caso Richard Jewell” Scarlett Johansson – “Jojo Rabbit” Florence Pugh – “Adoráveis Mulheres” Melhor Ator Coadjuvante – Brad Pitt – “Era Uma Vez Em Hollywood” Tom Hanks – “Um Lindo Dia na Vizinhança” Al Pacino – “O Irlandês” Joe Pesci – “O Irlandês” Anthony Hopkins – “Dois Papas” Melhor Roteiro Adaptado – Taika Waititi – “Jojo Rabbit” Greta Gerwig – “Adoráveis Mulheres” Anthony McCarten – “Dois Papas” Todd Phillips & Scott Silver – “Coringa” Steven Zaillian – “O Irlandês” Melhor Roteiro Original – Bong Joon Ho e Han Jin Won – “Parasita” Noah Baumbach – “História De Um Casamento” Rian Johnson – “Entre Facas e Segredos” Quentin Tarantino – “Era Uma Vez Em Hollywood” Sam Mendes & Kristy Wilson-Cairns – “1917” Melhor Fotografia – Roger Deakins – “1917” Jarin Blaschke – “O Farol” Rodrigo Pietro – “O Irlandês” Robert Richardson – “Era Uma Vez Em Hollywood” Lawrence Sher – “Coringa” Melhor Figurino – Jacqueline Durran – “Adoráveis Mulheres” Arianne Phillips – “Era Uma Vez Em Hollywood” Sandy Powell e Christopher Peterson – “O Irlandês” Mayes C. Rubeo – “Jojo Rabbit” Mark Bridges – “Coringa” Melhor Edição – Andrew Buckland e Michael McCusker – “Ford vs Ferrari” Yang Jinmo – “Parasita” Thelma Schoonmaker – “O Irlandês” Tom Eagles – “Jojo Rabbit” Jeff Groth – “Coringa” Melhor Maquiagem e Cabelo – “O Escândalo” “Coringa” “Judy” “Malévola: Dona do Mal” “1917” Melhor Trilha Sonora – Hildur Guðnadóttir – “Coringa” Alexandre Desplat – “Adoráveis Mulheres” Randy Newman – “História de um Casamento” Thomas Newman – “1917” John Williams – “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Canção Original – (I’m Gonna) Love Me Again – “Rocketman” I’m Standing With You – “Superação: O Milagre da Fé” Into the Unknown – “Frozen 2” Stand Up – “Harriet” I Can’t Let You Throw Yourself Away – “Toy Story 4” Melhor Design de Produção – “Era Uma Vez Em Hollywood” “1917” “Parasita” “O Irlandês” “Jojo Rabbit” Melhor Edição de Som -“Ford vs. Ferrari” “Era Uma Vez Em Hollywood” “Coringa” “1917” “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Mixagem de Som – “1917” “Ford vs Ferrari” “Coringa” “Era Uma Vez Em Hollywood” “Ad Astra” Melhores Efeitos Visuais – “1917” “Vingadores: Ultimato” “O Irlandês” “O Rei Leão” “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Animação – “Toy Story 4” “Como Treinar o seu Dragão 3” “Perdi Meu Corpo” “Link Perdido” “Klaus” Melhor Documentário – “Indústria Americana” “The Cave” “Democracia em Vertigem” “For Sama” “Honeyland” Melhor Filme Internacional – “Parasita” (Coreia do Sul) “Les Misérables” (França) “Dor e Glória” (Espanha) “Corpus Christi” (Polônia) “Honeyland” (Macedônia) Melhor Curta Animado – “Hair Love” “Kitbull” “Dcera (Daughter)” “Memorable” “Sister” Melhor Curta Documentário – “Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)” “Life Overtakes Me” “In the Absence” “St. Louis Superman” “Walk Run Cha-Cha” Melhor Curta Live-Action – “The Neighbors’ Window” “Brotherhood” “Nefta Football Club” “Saria” “A Sister” Louise Alves
Oscar 2020 pode consagrar reacionarismo ou surpreender radicalmente
A premiação ao Oscar 2020, que acontece neste domingo (9/2), tende a consagrar um momento de conservadorismo histórico da indústria cinematográfica americana. Mas não está descartada uma surpresa radical. Os detalhes desses resultados alternativos envolvem políticas de bastidores e as próprias regras da votação. Como não há possibilidade de prêmios fora da lista de indicados, já está registrado um grande retrocesso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ao privilegiar majoritariamente histórias de homens brancos heterossexuais, após o esforço de diversificação da organização ter rendido um número recorde de mulheres premiadas e grande representatividade racial e sexual em 2019. Vale comparar. Na lista de concorrentes de Melhor Filme no Oscar 2019 estavam “Pantera Negra”, “Infiltrado na Klan”, “A Favorita”, “Roma”, “Nasce Uma Estrela”, “Bohemian Rhapsody”, “Vice” e “Green Book”. Apenas um desses filmes representava uma história de homem branco heterossexual: “Vice”, apropriadamente sobre um político de direita dos EUA. Neste ano, as tramas sobre brancos heterossexuais totalizam seis títulos, de um total de nove indicados ao Oscar de Melhor Filme: “Ford x Ferrari”, “O Irlandês”, “Jojo Rabbit”, “Coringa”, “1917” e “Era uma Vez em Hollywood”. Extremamente masculinos, filmes como “O Irlandês” e “1917” chegam a relegar mulheres a papéis de figuração. “1917” tem uma desculpa narrativa, já que mulheres não lutaram no front da 1ª Guerra Mundial. Mas “O Irlandês”, que projeta décadas de desenvolvimento de personagens, não tem qualquer justificativa para dar a sua principal atriz menos de uma página de diálogos. Apenas uma obra indicada ao Oscar de Melhor Filme é focada em personagens femininas: “Adoráveis Mulheres”, como deixa claro o título. E apenas uma tem personagens não brancos: “Parasita”, que é estrangeiro, realizado na Coreia do Sul. Por que o Emmmy consagra séries como “Fleabag”, “A Maravilhosa Sra. Meisel” e “Killing Eve” e o Oscar não consegue reconhecer tramas femininas? Como é possível ignorar o que o Spirit Awards, premiação do cinema independente americano, reconheceu há menos de 24 horas atrás, com a consagração de “A Despedida” (The Farewell), de Lulu Wang, como Melhor Filme do ano? Note-se: uma obra-prima com protagonistas femininas, escrito e dirigido por um mulher e com elenco inteiramente asiático. E que não recebeu uma mísera indicação ao Oscar. Para contrabalançar o fato de que prevaleceram histórias de homens, um comunicado dos organizadores buscou inverter a perspectiva ao destacar que 62 mulheres foram indicadas, compondo quase um terço dos candidatos ao Oscar deste ano. Nenhuma cineasta, porém, vai disputar o prêmio 100% masculino de Melhor Diretor. Greta Gerwig, que comandou “Adoráveis Mulheres”, conseguiu, ao menos, ser lembrada na vaga de Melhor Roteiro Adaptado. Mas vale comparar novamente: o Spirit Awards destacou três mulheres cineastas em sua premiação de Melhor Direção e ainda consagrou a (agora) cineasta Olivia Wilde como Revelação do ano, por “Fora de Série”. Por que tamanha diferença? É fácil encontrar explicação, bastando observar o momento de ruptura, em que o Oscar deixou de ser ousado. A premiação de “Moonlight”, de diretor negro, com elenco negro e temática homossexual, como Melhor Filme de 2017 deu início a uma pressão brutal da rede ABC, responsável pela transmissão da cerimônia nos EUA, por filmes mais convencionais. Com a justificativa supostamente não racista e não homofóbica de que dramas indies não têm apelo comercial para atrair audiência, o canal exigiu mudanças na premiação, desde a duração do evento até a “qualidade” dos indicados, com força econômica e contratual para forçar a Academia a se submeter. Vale lembrar que foi nesta época que a organização chegou a propor um prêmio para Filme Popular, que rendeu polêmica e acabou abortado. O Oscar 2020 se apresenta como resultado final dessa pressão. Nada mais é, portanto, que uma disputa entre filmes populares, reunindo a maior competição de blockbusters por estatuetas em décadas, quiçá de toda a História da premiação. “Coringa”, filme com maior número de indicações, fez mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. Outros filmes de grande orçamento, como “Ford x Ferrari” e “1917”, também passaram pelo topo das bilheterias, e “Era uma Vez em Hollywood”, que fetichiza a Hollywood de antigamente, consagrou-se como um dos maiores sucessos da carreira do diretor Quentin Tarantino. Ainda por cima, todos os indicados são produções de grandes estúdios. Não há um longa independente sequer, quando a regra do século 21 era, até “Moonlight”, o contrário. O problema do Oscar também se estende aos consensos de comadres que resultam na consagração dos mais simpáticos e bonitos e não dos melhores atores, uma vez que se trata de uma votação entre colegas. Tanto que é possível garantir as premiações dos quatro nomes que disputam os prêmios de melhores intérpretes brancos deste ano: Joaquin Phoenix, Renée Zellweger, Brad Pitt e Laura Dern. Os dois primeiros seriam favoritos, de qualquer forma. Mas o quarteto inteiro? Por coincidência, são vitórias que deixam o Oscar já pouco diversificado com um tom mais loiro. Sam Mendes é outra barbada na categoria de Melhor Direção por “1917”? Está mais para seu Diretor de Fotografia, o veterano Roger Deakins. Nem dá para cravar que “1917” já pode ser considerado vencedor, horas antes da abertura do envelope de Melhor Filme. O Oscar mudou recentemente a forma como contabiliza os votos de sua categoria principal, criando a possibilidade de o vencedor não ser aquele mais votado como Melhor, e sim aquele que mais vezes aparecer nas células de votação – citado entre os melhores. Se, por exemplo, “Era uma Vez em Hollywood” (provável) ou “Parasita” (incrível) aparecer como segundo ou terceiro filme na preferência da maioria dos eleitores, pode acumular mais pontos, caso “1917” não seja eleito por unanimidade. Vale considerar que “1917”, apesar da narrativa convencional, é ousado tecnicamente, uma maravilha visual e o melhor filme de Sam Mendes desde sua estreia com “Beleza Americana”, quando venceu o Oscar pela primeira vez, há 20 anos, enquanto “Era uma Vez em Hollywood” representa seu oposto. A narrativa é anti-convencional, mas passa longe de ser o melhor trabalho de Quentin Tarantino, além de ser marginalmente racista e repetir a reviravolta subversiva de “Bastardos Inglórios” – é quase como se Tarantino virasse um sub-Tarantino, copiando a si mesmo. Só que a indústria cinematográfica adora se congratular e este filme tem até Hollywood em seu título. Uma vitória de “Parasita”, por outro lado, representaria algo completamente diferente, por abalar conceitos estabelecidos, como, por exemplo, o fato de o Oscar ser uma premiação de filmes americanos e não um troféu internacional. A vitória do francês “O Artista” em 2012 já tinha aberto uma brecha para o mundo. Mesmo assim, tratava-se de uma produção sem idioma estrangeiro (era cinema mudo) e uma homenagem a Hollywood (mais uma). “Roma” ensaiou assustar em 2019. Mas uma vitória de “Parasita”, com atores não brancos, equipe estrangeira e em língua não inglesa, seria um grande choque. Um novo paradigma. E sabe-se lá com que consequências. E o Oscar brasileiro? “Democracia em Vertigem” deveria ser o grande azarão da premiação. A disputa contra filmes premiadíssimos – e uma produção de Barack Obama – parecia encaminhar o fato de que sua vitória se resumia à própria indicação. Mas o documentário de Petra Costa ganhou grande impulso na reta final da votação, graças ao governo Bolsonaro, que o promoveu no mundo inteiro com ataques oficiais. Considerado vilão ambiental e inimigo da classe artística, por seus ataques pessoais ao “queridinho” Leonardo DiCaprio, Bolsonaro pode ter consagrado o longa com a mais inesperada vitória (ou a segunda, na possível chance de “Parasita” vencer como Melhor Filme) do Oscar 2020. A conferir, a partir das 22h, com transmissão ao vivo pelo canal pago TNT, pelo portal G1 e pela plataforma Globoplay. Mais canais de transmissão podem ser conferidos aqui.
Oscar 2020: Saiba onde, como e quando ver a premiação deste domingo
A cerimônia de premiação do Oscar 2020 acontece neste domingo (9/2) no palco do Dolby Theatre, em Los Angeles, na Califórnia (EUA). Como já é costume, a transmissão para o Brasil vai acontecer pelos canais Globo e TNT. Também foi preservado o hábito de a Globo menosprezar o evento e não exibir seu começo. Desta vez, porém, o telespectador do canal não perderá 15, 30 ou 40 minutos da premiação, mas cerca de 1h30. Isto porque a emissora carioca priorizou um jogo de futebol, que vai levar ao ar exatamente na hora do Oscar – uma partida do torneio Pré-Olímpico, que, até a semana passada, era exclusividade da TV paga. Para compensar o descaso cinéfilo, o canal abriu mão da exclusividade do sinal, liberando o evento ao vivo para o portal G1 e a plataforma Globoplay. Acabou sendo melhor, porque assim a transmissão será integral e com a equipe que faria o trabalho na Globo. Pelo terceiro ano consecutivo, a transmissão será comandada por Maria Beltrão com comentários do crítico Artur Xexéo e da atriz Dira Paes. O G1 começará a cobertura de acesso gratuito às 20h, com a transmissão do Tapete Vermelho, mesma hora em que a Globoplay exibirá um especial do humorístico “Fora de Hora” com o tema do Oscar. A transmissão do prêmio propriamente dito está marcada para as 22h nos dois veículos do grupo Globo. Enquanto isso, na TV Globo, o futebol segue firme até as 0h30. O Oscar entra ao vivo depois da partida – do ponto que estiver. E, após o anúncio do Melhor Filme, a cerimônia será reprisada integralmente no canal aberto. A TNT, por sua vez, começa sua cobertura às 20h30, no tapete vermelho do evento. O canal contará com Hugo Gloss e Carol Ribeiro no local, entrevistando celebridades na entrada do Dolby Theatre. Já a premiação das 22h terá apresentação de Aline Diniz e comentários de Michel Arouca. A reprise do evento está marcada para a segunda (10/2), na faixa da manhã. Esta será a primeira transmissão da TNT sem participação do veterano crítico Rubens Ewald Filho, falecido no ano passado. Em 2019, ele não foi ouvido na TV por conta da repercussão negativa de alguns comentários polêmicos proferidos no ano anterior, mesmo assim participou da cobertura oficial da emissora pela internet. Fora dos veículos televisivos oficiais do Oscar no Brasil, o destaque da programação é a famosa cobertura do tapete vermelho do canal pago E!, ao vivo, a partir das 20h. Vários youtubers também preparam programação especial com seus próprios comentários sobre Oscar, em tempo real. Por sinal, o Oscar possui um canal oficial no YouTube, com vídeos sobre premiação. Vale a pena ficar atento para algum conteúdo especial. Twitter, Facebook e Instagram também terão material especial, desenvolvido em parceria com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, responsável pelo prêmio. O Facebook, por exemplo, programou streaming da chegada das celebridades. Mas o Instagram é que deve concentrar o material mais interessante, como fotos dos bastidores. Nos EUA, a transmissão oficial é da rede ABC, e não adianta usar VPN para tentar acompanhar pelo site oficial da emissora na internet, porque o acesso é via login de provedor americano de TV. Já a PlutoTV, que traz a cobertura do canal ET, aceita VPN. Para completar, ainda há o streaming da Ustvgo, liberado a todos. Mas com o G1 jogando a íntegra do Oscar na internet, qualquer outra alternativa se torna pura redundância.
Adam Sandler zoa o Oscar ao vencer o Spirit Awards em discurso aplaudidíssimo
Premiado como Melhor Ator no Film Independent Spirit Awards 2020, Adam Sandler teve a vitória mais aplaudida da cerimônia, que aconteceu na noite de sábado (8/2) em Santa Mônica, na Califórnia. Ele também arrancou muitas gargalhadas ao contar piadas durante seu discurso de agradecimento pelo troféu por “Jóias Brutas”, aproveitando para manifestar seu “desprezo” pelos eleitores da Academia, que deixaram seu nome de fora da disputa do Oscar. Conforme o comediante engatou uma voz rouca e empostada de discurso, o público não parou de rir um segundo sequer. “Algumas semanas atrás, quando eu fui, entre aspas, “desprezado pela Academia”, me lembrei de quando eu cursava o ensino médio e fui excluído da cobiçada categoria superlativa de Mais Bonito no anuário escolar”, disse Sandler. “Essa honra coube a um babaca que vestia jaqueta jeans e penas no cabelo chamado Skipper Jenkins.” “Mas meus colegas de classe acabaram me homenageando com a designação supostamente menos prestigiosa de Melhor Personalidade”, continuou o ator premiado. “E hoje à noite, ao olhar em volta desta sala, percebo que o Independent Spirit Awards é o melhor prêmio de personalidade de Hollywood.” “Que todos aqueles filhos da mãe babacas de penas no cabelo ganhem o Oscar amanhã à noite. A boa aparência deles desaparecerá com o tempo, enquanto nossas personalidades independentes brilharão para sempre!”, Sandler completou, aplaudido pela multidão de colegas. Ele ainda brincou sobre como suas comédias sempre foram filmes indies de temáticas sociais. “Billy Madison, um Herdeiro Bobalhão”? “Uma abordagem destemida do sistema educacional americano sob a visão de um sociopata privilegiado chamado Billy f**ing Madison… “O Rei da Água”? “Minha exploração abrasadora do pebolim nas faculdades americanas e a manipulação de atletas socialmente incapazes como o Sr. Bobby Boucher”. “Sempre tentei vender minhas verdades com um espírito verdadeiramente independente e, ao mesmo tempo, recebi alguns cheques de pagamento realmente perturbadores. ” Veja abaixo a íntegra do discurso, em inglês sem legendas. E confira aqui a lista completa dos vencedores da premiação, considerada o “Oscar do cinema independente americano”.
Spirit Awards 2020: A Despedida e Adam Sandler vencem o “Oscar do cinema independente”
O Film Independent Spirit Awards, premiação anual mais badalada do cinema independente americano, entregou suas estatuetas aos melhores filmes e artistas de 2020 na noite deste sábado (8/2). E o resultado, evidenciado pela vitória de “A Despedida” (The Farewell) e o reconhecimento aos talentos responsáveis por “Jóias Brutas” (Uncut Gems), demonstra o quanto a produção autoral indie se distanciou da indústria cinematográfica mais tradicional, representada pelo Oscar. Em franco contraste com as polêmicas enfrentadas pelo Oscar em 2020, o Spirit Awards consagrou uma história feminina, dirigida por uma mulher, como Melhor Filme do ano. E reconheceu que atores não precisam ser exclusivamente brancos para merecer troféus – todas as cinco indicadas na categoria de Melhor Atriz eram mulheres “de cor”. Os poucos quilômetros que separam a praia de Santa Mônica, onde aconteceu a cerimônia do Spirit, e o Dolby Theatre, em Los Angeles, onde o Oscar será entregue em poucas horas, nunca pareceram tão distantes, na forma de festejar o que representa qualidade no cinema atual. Para dar noção do quão distantes, basta apontar que apenas três filmes americanos de ficção, “História de um Casamento”, “O Farol” e “Judy”, fazem intersecção entre os indicados das duas premiações. Ao optar por superproduções milionárias de estúdios tradicionais, o Oscar virou as costas para a criatividade indie, que a Academia costumava premiar até a fatídica noite de 2017 em que “Moonlight”, drama sobre um negro gay, venceu a estatueta de Melhor Filme e escandalizou os conservadores. As consequências dessa ruptura são claras. Os principais dramas adultos dos EUA, que geralmente ganhavam estreias nacionais nas semanas que antecediam o Oscar, não tiveram lançamento no Brasil em 2020. Pior: nem sequer têm previsão de chegar ao circuito nacional. Da lista de vencedores do Spirit Awards, o público brasileiro só conhece o que saiu pela Netflix, “Jóias Brutas” e “História de um Casamento”, a dupla que foi indicada ao Oscar, “Judy” e “O Farol”, e a comédia “Fora de Série”, que rendeu à atriz transformada em diretora Olivia Wilde o Spirit de Melhor Estreia indie. A grande consagração de “A Despedida”, na verdade, repara uma injustiça brutal do Oscar contra o filme de Lulu Wang, inédito no Brasil. Podendo indicar até 10 longas na disputa de Melhor Filme, a Academia nomeou apenas 9. E deixou de fora essa verdadeira obra-prima, que tem 98% de aprovação no Rotten Tomatoes. Além de Melhor Filme, o reconhecimento de “A Despedida” estendeu-se a Zhao Shuzhen, uma estrela veterana de novelas da China, como Melhor Atriz Coadjuvante pelo papel de Nai Nai – a vovó doente que movimenta a trama. Ela não pôde comparecer à cerimônia, devido ao surto de coronavírus em seu país. O longa mais premiado, porém, foi “Jóias Brutas”, com três troféus: de Melhor Direção, conquistado pelos irmãos Benny Safdie & Josh Safdie, Melhor Edição e Melhor Ator para Adam Sandler. Sinal de apreciação do desempenho, o anúncio da vitória de Sandler rendeu aplausos demorados, mas, apesar dessa sonora unanimidade, a performance elogiadíssima do ator também acabou subestimada pelo Oscar. A premiação de intérpretes serviu inclusive como antítese do consenso de comadres, que se estende do SAG Awards ao Oscar, por romper com a previsibilidade no anúncio dos vencedores. Se Rennée Zellewegger, Melhor Atriz por “Judy”, manteve sua condição de barbada, os demais premiados nem sequer disputam o Oscar. Além de Sandler e Shuzhen, também é o caso de Willem Dafoe, Melhor Ator Coadjuvante por “O Farol”. “O Farol” ainda venceu o prêmio de Melhor Fotografia, para Jarin Blaschke, que é a categoria solitária que disputa no Oscar. Já o outro candidato americano da Academia consagrado pelo Spirit Awards, “História de um Casamento”, conquistou a estatueta de Roteiro para o cineasta Noah Baumbach e o troféu Robert Altman, que homenageia a melhor combinação de diretor e elenco. Para completar, na disputa de Melhor Filme Internacional, “O Parasita” confirmou sua condição de principal obra do ano, superando, entre outros, o brasileiro “Uma Vida Invisível” para aumentar a sua já vasta coleção de troféus. Confira abaixo a lista completa dos premiados. Melhor Filme – A Despedida (The Farewell) A Hidden Life Clemency História de Um Casamento Jóias Brutas Melhor Direção – Benny Safdie & Josh Safdie, por Jóias Brutas Robert Eggers, por O Farol Alma Har’el, por Honey Boy Lulius Onah, por Luce Lorene Scafaria, por As Golpistas Melhor Filme de Estreia – Fora de Série, de Olivia Wilde The Climb, de Michael Angelo Corvino A Vida de Diane, de Kent Jones The Last Black Man in San Francisco, de Joe Talbot Laure de Clermont-Tonnere, de The Mustang A Gente se Vê Ontem, de Stefon Bristol Melhor Atriz – Renée Zellweger, por Judy Karen Allen, por Colewell Hong Chau, por Driveways Elisabeth Moss, por Her Smell Mary Kay Place, por A Vida de Diane Alfre Woodard, por Clemency Melhor Ator – Adam Sandler, por Jóias Brutas Chris Galust, por Give Me Liberty Kelvin Harrison Jr., por Luce Robert Pattinson, por O Farol Matthias Schoenaerts, por The Mustang Melhor Atriz Coadjuvante – Zhao Shuzhen, por A Despedida Jennifer Lopez, por As Golpistas Taylor Russell, por Waves Lauren “Lolo” Spencer, por Give Me Liberty Octavia Spencer, por Luce Melhor Ator Coadjuvante – Willem Dafoe, por O Farol Noah Jupe, por Honey Boy Shia LaBeouf, por Honey Boy Jonathan Majors, por The Last Black Man in San Francisco Wendell Pierce, por Burning Cane Melhor Roteiro – Noah Baumbach, por História de um Casamento Jason Begue & Shawn Snyder, por Ao Pó Voltará Ronald Bronstein, Benny Safdie & Josh Safdie, por Uncut Gems Chinonye Chukwu, por Clemency Tarrell Alvin McCraney, por High Flying Bird Melhor Roteiro de Estreia – Fredrica Bailey & Stefon Bristol, por A Gente Se Vê Ontem Hannah Bos & Paul Thureen, por Driveways Bridget Savage Cole & Danielle Krudy, por Blow the Man Down Jocelyn Deboer & Dawn Luebbe, por Greener Grass James Montague & Craig W. Sanger, por The Vast of Night Melhor Filme Internacional – Parasita (Coreia do Sul) A Vida Invisível (Brasil) Os Miseráveis (França) Retrato de uma Jovem em Chamas (França) Retablo (Peru) The Souvenir (Reino Unido) Melhor Documentário – Indústria Americana Apollo 11 For Sama Honeyland Island of the Hungry Ghosts Melhor Fotografia – Jarin Blaschke, por O Farol Todd Banhazi, por As Golpistas Natasha Braier, por Honey Boy Chanarun Chotrungroi, por The Third Wife Pawel Pogorzelski, por Midsommar: O Mal Não Espera a Noite Melhor Edição – Ronald Bronstein & Benny Safdie, por Jóias Brutas Julie Béziau, por The Third Wife Tyler L. Cook, por Sword of Trust Louise Ford, por O Farol Kirill Mikhanovsky, por Give me Liberty John Cassavetes Award (para filmes feitos por menos de US$ 500 mil) – Give Me Liberty Burning Cane Colewell Premature Loucas Noites com Emily Melhor Cineasta Revelação – Ernesto Green, por Premature Ash Mayfair, por The Third Wife Joe Talbot, por The Last Black Man in San Francisco Melhor Produtor Revelação – Mollye Asher Krista Parris Ryan Zacarias Truer Than Fiction Award (revelação em documentário) – Nadia Shihab, por Jaddoland Khalik Allah, por Black Mother Davy Rothbart, por 17 Blocks Erick Stroll & Chase Whiteside, por América Bonnie Award (para cineastas mulheres) – Kelly Reichardt Marielle Heller Lulu Wang Robert Altman Award (Melhor combo de elenco e direção) – História de um Casamento
Globo decide exibir futebol na hora do Oscar e passa transmissão do prêmio para o G1
Quando não é o carnaval, costuma ser o “Big Brother Brasil”. Mas neste ano a Globo encontrou um motivo inédito para escantear a cobertura do Oscar 2020. A emissora resolveu transmitir um jogo de um torneio que não estava exibindo na TV, e que acontece exatamente na hora do Oscar. Com isso, abriu mão da exclusividade do sinal, liberando o evento ao vivo para o portal G1. O motivo da desistência da Globo é a partida entre as seleções de futebol de Brasil e Argentina pelo torneio Pré-Olímpico. Todas as partidas anteriores da competição foram exibidas com exclusividade pela TV paga. Mas no dia do Oscar, o canal resolveu mudar o planejamento da cobertura da competição. O mais interessante é que, para exibir o jogo, a Globo fez tudo o que nunca faz para valorizar a premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, mudando o horário de transmissão de outras atrações, como “Fantástico” e o “BBB”. A Globo só começará a transmitir o Oscar após a partida, quando o evento estará em sua reta final. O canal, porém, pretende voltar a exibir a premiação, desta vez em sua íntegra, imediatamente após o final da transmissão ao vivo. O conflito de programação acabou levando o Oscar para o portal G1, inesperadamente valorizado por um conteúdo que já causou disputa acirrada no mercado televisivo – apesar do que a Globo faz com ele, desde que tomou a premiação do SBT. Em post no Twitter, o portal informou que irá transmitir o Oscar ao vivo e na íntegra neste domingo (9/2), a partir das 20h, desde o início da chegada das celebridades ao tapete vermelho. A cobertura também deverá ser estendida à plataforma Globoplay. Entretanto, não há maiores informações sobre o formato dessa transmissão. Especificamente, se trará a mesma apresentação e os comentários previstos para a Globo. Pelo terceiro ano consecutivo, a transmissão oficial da Globo será comandada por Maria Beltrão com comentários do jornalista Artur Xexéo e da atriz Dira Paes. “É o terceiro ano seguido do trio. Eu olho para o Xexéo e já sei o que ele está pensando. A Dira é uma luz, tem muito carisma e um conhecimento enorme de cinema. Outra atração é a Anna Vianna, que faz uma tradução impecável. Essas transmissões geram uma grande responsabilidade. Quando você está acostumada com os companheiros que estarão ao seu lado, já é meio caminho andado para dar certo”, declarou Maria Beltrão em comunicado. Já vai preparando a pipoca e a torcida! O G1 transmite o #Oscar ao vivo e na íntegra neste domingo, a partir das 20h, desde o tapete vermelho. Vamos ver juntos a cerimônia de premiação? ==> https://t.co/wazjVYb8pr #OscarNaGlobo pic.twitter.com/uqY8Ml4nbc — G1 (@g1) February 7, 2020
Roteiristas profissionais teriam escrito “agradecimentos perfeitos” de Brad Pitt nos prêmios da temporada
Brad Pitt, que vem ganhando todos os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante da temporada e deve levar também um Oscar no domingo (9/2), tem chamado atenção pelos agradecimentos inteligentes e bem-humorados que vem marcando cada vitória por seu desempenho em “Era uma Vez em Hollywood”. Sem nunca se repetir, ele parece ter uma tiradinha específica para cada público, como no BAFTA (o “Oscar britânico”), em que fez referência ao Brexit e ao afastamento do príncipe Harry da família real. Pois agora surge a notícia que essa ótima performance é, como num filme, uma boa atuação. O site Vulture publicou uma reportagem sugerindo que Brad não é o autor das tiradas geniais, somente seu intérprete. Um repórter da publicação, que pertence ao jornal New York Post, entrou em contato com algumas agências especializadas na criação de discursos, e pelo menos uma delas confirmou que os representantes de Pitt tentaram fazer contato para a contratação de um “escritor fantasma”, que criasse discursos perfeitos para as premiações. A agência frisou, no entanto, que esta é uma prática comum em Hollywood. “É um dos segredos mais mal-guardados desta indústria”, disse o entrevistado, que não quis se identificar. Vale lembrar que a atriz Carrie Fisher, conhecida pelo papel de Princesa Leia em “Star Wars”, teve um período de atuação nesse ramo, escrevendo muitos discursos para colegas da indústria. Segundo a fonte anônima do Vulture, um dos principais motivos para se contratar um profissional de discursos para premiações é que eles “conhecem o público de cada cerimônia”. “Saber a diferença entre o que funciona com os atores [no SAG] e com os britânicos [no BAFTA] é fundamental”, contou. “Outro motivo é que muitos [atores] são preguiçosos”. Veja abaixo alguns dos discursos de Brad Pitt nas vitórias da temporada.
Documentário de Bárbara Paz sobre Hector Babenco vence prêmio internacional na Índia
“Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, documentário sobre os últimos dias do diretor Hector Babenco, ganhou um novo prêmio internacional. Depois de ser premiado no Festival de Veneza, o primeiro longa-metragem dirigido pela atriz Bárbara Paz conquistou o troféu de Melhor Documentário no Festival de Mumbai, um dos mais importantes evento de cinema internacional da Índia. O documentário também foi exibido nos festivais de Mar del Plata (Argentina), do Cairo (Egito), de Havana (Cuba), do Rio, no Maranhão na Tela, Fest Aruanda, mostras de Tiradentes e de São Paulo. E traça um paralelo entre a arte e a doença de Babenco, revelando medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e a fragilidade física que marcou o fim de sua vida. O diretor, que nasceu na Argentina e se naturalizou brasileiro, morreu em 2016, aos 70 anos, vítima de câncer. Foi casado com Bárbara Paz de 2010 até sua morte. E deixou um legado de vários clássicos, entre eles “Pixote: A Lei do Mais Fraco” (1982) e “Carandiru” (2003). O longa chega aos cinemas brasileiros em 9 de abril. Veja o trailer da produção abaixo.
Aubrey Plaza e Bill Murray parodiam O Farol em comercial dos Independent Spirit Awards
O Film Independent Spirit Awards 2020 divulgou um teaser de sua premiação, que traz Bill Murray (“Encontros e Desencontros”) e Aubrey Plaza (“Legion”) em uma paródia de “O Farol”. A atriz é a apresentadora oficial da cerimônia, que será realizada no sábado (8/2) em Santa Monica, nos EUA, um dia antes do Oscar. A premiação, criada em 1985, celebra anualmente os melhores filmes independentes dos EUA. Mas nunca antes sua seleção esteve tão diferente da relação dos indicados ao Oscar quanto em 2020. Se no passado recente os vencedores do Spirit e do Oscar chegavam até a coincidir (“O Artista”, “12 Anos de Escravidão”, “Birdman”, “Spotlight” e “Moonlight”), neste ano apenas um longa indicado à Melhor Filme independente foi selecionado para os troféus da Academia. Os candidatos ao troféu principal são “A Hidden Life”, “Clemency”, “A Despedida” (The Farewell), “História de um Casamento” e “Joias Brutas” (Unuct Gems). Outros filmes com destaque na premiação são “O Farol”, “Honey Boy”, “As Golpistas”, “The Mustang”, “Luce” e “Judy”. Além disso, o brasileiro “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, concorre como Melhor Filme Internacional. Veja aqui a lista completa dos indicados.
Kleber Mendonça Filho vai integrar o júri do Festival de Berlim 2020
O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho, de “Aquarius” e “Bacurau”, foi convidado a integrar o júri principal do Festival de Berlim 2020, responsável por escolher os melhores do evento e entregar o troféu Urso de Ouro ao vencedor da competição cinematográfica. Ele se junta ao ator britânico Jeremy Irons, presidente do comitê, e a outros cinco jurados anunciados nesta terça (4/2): a atriz franco-argentina Bérenice Bejo (de “O Artista” e “O Passado”), a produtora alemã Bettina Brokemper (parceira dos filmes de Lars von Trier, de “Dogville” a “A Casa que Jack Construiu”), a diretora palestina Annemarie Jacir (“Wajib – Um Convite de Casamento”), o diretor e roteirista americano Kenneth Lonergan (“Manchester à Beira Mar”) e o ator italiano Luca Marinelli (“Entre Tempos”). Este ano, Berlim vai deixar de entregar um prêmio, o Alfred Bauer, que reconhece o melhor filme que “abre novas perspectivas sobre a arte cinematográfica”. A decisão foi tomada após a imprensa alemã publicar acusações sobre o passado nazista de Bauer. Antes de se tornar o primeiro diretor do Festival de Berlim, de 1951 a 1976, ele teria trabalhado com Joseph Goebbels na máquina de propaganda nazista. Ainda não está claro se o prêmio será reintroduzido com um novo nome. Entre os 18 filmes que Kleber Mendonça Filho e seus colegas de júri avaliarão para a premiação está o brasileiro “Todos os Mortos”, dirigido por Marco Dutra (“As Boas Maneiras”) e Caetano Gotardo (“O que se Move”). A lista tem seis filmes dirigidos por mulheres, entre eles “First Cow”, da americana Kelly Reichardt, “The Roads Not Taken”, da inglesa Sally Potter, e “El Prófugo”, da argentina Natalia Meta. Outros candidatos de “pedigree” são “Undine”, do alemão Christian Petzold, “Siberia”, do americano Abel Ferrara, “The Woman Who Ran”, do sul-coreano Hong Sangsoo, “Irradiated”, do cambojano Rithy Panh, “There Is No Evil”, do iraniano “Mohammad Rasoulof”, e “Le Sel des Larmes” (The Salt of Tears), do veterano cineasta francês Philippe Garrel. O Festival de Berlim 2020 ocorrerá entre os dias 20 de fevereiro e 1º de março.
BAFTA Awards 2020: 1917 é o grande vencedor do “Oscar britânico”
A Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla em inglês) consagrou “1917” como o grande vencedor de sua premiação anual, em cerimônia realizada neste domingo (2/2) em Londres. O filme de guerra de Sam Mendes venceu sete BAFTA Awards, equivalente ao Oscar britânico, incluindo Melhor Filme duas vezes (em geral e britânico), além de Direção, Fotografia (do veterano Roger Deakins) e praticamente todos os prêmios técnicos que disputou. “1917” estava indicado a nove BAFTA Awards. Só perdeu dois, de Melhor Penteado e Maquiagem, para a equipe de “O Escândalo”, e Trilha Sonora para o trabalho da islandesa Hildur Guonadottir, uma das unanimidades da temporada em “Coringa”. Líder em indicações, “Coringa” disputou 11 troféus e perdeu a maioria. Além da trilha, conquistou o prêmio de Casting (escalação de elenco) e Melhor Ator para Joaquin Phoenix, que, ao receber seu BAFTA Award, deu o discurso mais contundente da noite. “Acho que enviamos uma mensagem muito clara às pessoas de cor de que não são bem-vindas aqui”, disse no palco centenário do Royal Albert Hall, ao condenar o fato de apenas atores brancos terem sido lembrados nas categorias de interpretação. Outra queixa foi externada pela atriz Rebel Wilson, que ironizou a falta de mulheres ao apresentar o prêmio de Melhor Direção. “Eu não acho que poderia fazer o que eles fazem. Honestamente. Não tenho saco”, apontou, acertando as partes baixas da Academia Britânica – sua versão americana deve esperar igual tratamento. A lista de atores premiados ainda incluiu Renée Zellweger (por “Judy”) como Melhor Atriz, e Brad Pitt (“Era Uma Vez em Hollywood”) e Laura Dern (“História de um Casamento”) como Coadjuvantes. Adicionando Phoenix, trata-se do mesmo quarteto que venceu SAG Awards (prêmio do Sindicato dos Atores dos EUA), Critics Choice e Globo de Ouro, numa tendência anticlimática que ajuda a tornar o Oscar previsível. Entre as animações, “Klaus”, da Netflix, que já tinha causado comoção ao vencer o Annie Awards (considerado o “Oscar da animação”), repetiu a dose, desbancando as produções da Disney, “Toy Story 4” e “Frozen 2”, e até um favorito britânico, “Shaun, o Carneiro: Farmageddon”. “Parasita” e “Jojo Rabbit” também bisaram seus prêmios no WGA Awards (do Sindicato dos Roteiristas dos EUA), respectivamente como Melhor Roteiro Original e Adaptação, com o suspense sul-coreano de Bong Joon ho confirmando ainda seu franco favoritismo como Melhor Filme em Língua Estrangeira. Para completar, outra tendência da temporada se materializou com clareza: a falta de prêmios para “O Irlandês”, superestimado longa (longuíssimo) de Martin Scorsese, que custou o dobro de “1917”. Veja a lista completa dos premiados abaixo. Melhor Filme – 1917 O Irlandês Coringa Era Uma Vez em… Hollywood Parasita Melhor Filme Britânico – 1917 Bait For Sama Rocketman Sorry We Missed You Dois Papas Melhor Direção – Sam Mendes (1917) Martin Scorsese (O Irlandês) Todd Phillips (Coringa) Quentin Tarantino (Era Uma Vez em? Hollywood) Bong Joon-ho (Parasita) Melhor Ator – Joaquin Phoenix (Coringa) Leonardo DiCaprio (Era Uma Vez em Hollywood) Adam Driver (História de um Casamento) Taron Egerton (Rocketman) Jonathan Pryce (Dois Papas) Melhor Atriz – Renée Zellweger (Judy) Jessie Buckley (As Loucuras de Rose) Scarlett Johansson (História de um Casamento) Saoirse Ronan (Adoráveis Mulheres) Charlize Theron (O Escândalo) Melhor Ator Coadjuvante – Brad Pitt (Era Uma Vez em Hollywood) Tom Hanks (Um Lindo Dia na Vizinhança) Anthony Hopkins (Dois Papas) Al Pacino (O Irlandês) Joe Pesci (O Irlandês) Melhor Atriz Coadjuvante Laura Dern (História de um Casamento) Scarlett Johansson (Jojo Rabbit) Florence Pugh (Little Women) Margot Robbie (O Escândalo) Margot Robbie (Era Uma Vez em Hollywood) Melhor Filme em Língua Estrangeira – Parasita The Farewell For Sama Dor e Glória Retrato de Uma Jovem em Chamas Melhor Documentário – For Sama Indústria Americana Apollo 11 Diego Maradona The Great Hack Melhor Animação – Klaus Frozen 2 Shaun, o Carneiro: Farmageddon Toy Story 4 Melhor Roteiro Original – Bong Joon ho e Han Jin-won (Parasita) Fora de Série Entre Facas e Segredos História de um Casamento Era Uma Vez em Hollywood Melhor Roteiro Adaptado – Taika Waititi (Jojo Rabbit) Coringa O Irlandês Adoráveis Mulheres Dois Papas Roteirista, Diretor ou Produtor Revelação – Bait – Mark Jenkin, Kate Byers e Lunn Waite For Sama – Waad Al-Kateab e Edward Watts Maiden – Alex Holmes Only You – Harry Wootliff Retablo – Álvaro Delgado – Aparicio Melhor Fotografia – Roger Deakins (1917) O Irlandês Coringa Ford vs Ferrari O Farol Melhor Trilha Sonora – Hildur Guonadottir (Coringa) 1917 Jojo Rabbit Adoráveis Mulheres Star Wars: A Ascensão Skywalker Melhor Casting – Coringa História de Casamento Era Uma Vez em Hollywood The Personal History of David Copperfield Dois Papas Melhor Edição – Andrew Buckland e Michael McCusker (Ford vs Ferrari) O Irlandês Jojo Rabbit Coringa Era Uma Vez em Hollywood Melhor Design de Produção – Dennis Gassner e Lee Sandales (1917) O Irlandês Jojo Rabbit Coringa Era Uma Vez em Hollywood Melhor Figurino – Jacqueline Durran (Adoráveis Mulheres) O Irlandês Jojo Rabbit Judy Era Uma Vez em Hollywood Melhor Som – Scott Millan, Oliver Tarney, Rachael Tate, Mark Taylor e Stuart Wilson (1917) Coringa Ford vs Ferrari Rocketman Star Wars: A Ascensão Skywalker Melhores Efeitos Especiais – Greg Butler, Guillaume Rocheron e Dominic Tuohy (1917) Vingadores: Ultimato O Irlandês O Rei Leão Star Wars: A Ascensão Skywalker Melhor Maquiagem e Cabelo – Vivian Baker, Kazu Hiro e Anne Morgan (O Escândalo) 1917 Coringa Judy Rocketman Melhor Curta Britânico – Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl) Azaar Goldfish Kamali The Trap Melhor Curta Animado Britânico – Grandad Was a Romantic In Her Boots The Magic Boat Artista Revelação (votação do público) – Micheal Ward Awkwafina Jack Lowden Kaitlyn Dever Kelvin Harrison Jr
Filme de terror LGBTQIA+ vence Mostra de Tiradentes
A 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes premiou o filme de terror cearense “Canto dos Ossos”, da dupla Petrus de Bairros e Jorge Polo, como melhor longa-metragem da sua seção competitiva, a mostra Aurora, em cerimônia realizada na noite de sábado (1/2) na cidade mineira que lhe batiza. O filme vencedor acompanha um grupo de jovens LGBTQIA+ envolvidos com a presença de “vampiros” que sobrevivem através das gerações. Poderia ser um divertido trash. Mas, nas palavras do júri, parece algo bem mais intelectual, acadêmico e chato: o filme “aposta na imaginação como potência gestada coletivamente e acolhe seu caráter disjuntivo”. Como é que é? Sério, a justificativa do júri para o prêmio ainda inclui uma aulinha básica sobre o que pode nos dizer um filme: “Um filme pode nos dizer coisas pela metade, pode errar ou exagerar e, no entanto, pode, à sua maneira, revelar epifanias que nos oferecem o intempestivo cristal de um segmento de tempo, de gesto, de susto privilegiado”. Academicismo ululante, que todo bom estudante de Humanas trata de esquecer quando sai da faculdade para lidar com o resto da humanidade. A eleição de “Yãmiyhex: As Mulheres-Espírito”, de Sueli Maxacali e Isael Maxacali, como melhor longa da mostra paralela Olhos Livres, também inspirou o júri a adjetivar “a delirante efervescência da terra, a estética do estar, um manifesto de atravessamentos”, num jorro de crítica onanista do qual é preciso desviar para não ficar melecado. A diretora Sueli Maxacali foi muito mais efetiva ao dizer simplesmente: “Esse filme é importante para mostrar nossa realidade a vocês”, referindo-se à temática indígena, mas também ao fato de o longa ter sido rodado por nativos brasileiros e mostrar a força das mulheres nas aldeias. A mensagem precisa ser clara para ter potência. Não é por acaso que Tiradentes é o mais universitário dos festivais brasileiros, o único que expõe tema anual, sem deixar a crítica pensar por si mesma. Mas tem seu valor, ao revelar novas gerações de cineastas independentes, ainda que prefira premiar temáticas à realizações. Sobre isto, o júri também premiou o curta carioca “Egum”, de Yuri Costa, de temática racial. Já os vencedores do voto popular foram obras dirigidas por mulheres e com personagens femininas fortes: o longa baiano “Até o Fim”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa e curta potiguar “A Parteira”, de Catarina Doolan. Confira abaixo a lista completa de premiados. Júri oficial Melhor longa-metragem: “Canto dos Ossos”, de Petrus de Bairros e Jorge Polo Melhor curta-metragem: “Egum”, de Yuri Costa Júri popular Melhor longa-metragem: “Até o Fim”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa Melhor curta-metragem: “A Parteira”, de Catarina Doolan Prêmios paralelos Melhor longa-metragem da Mostra Olhos Livres: “Yãmiyhex: As Mulheres-Espírito”, de Sueli Maxacali e Isael Maxacali Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Perifericu”, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Lílis Soares, diretora de fotografia do longa “Um Dia com Jerusa” e dos curtas “Ilhas de Calor” e “Minha História É Outra”.
WGA Awards: Parasita e Jojo Rabbit vencem prêmio do Sindicato dos Roteiristas dos EUA
O Sindicato dos Roteiristas dos EUA (WGA, na sigla em inglês) revelou os vencedores de seu prêmio anual, consagrando as histórias de “Parasita” e “Jojo Rabbit”. Enquanto o suspense de Bong Joon Ho recebeu o prêmio de Melhor Roteiro Original, a comédia de Taika Waititi ficou com o troféu de Roteiro Adaptado na cerimônia, realizada na noite de sábado (1/2) em Nova York. Ambos foram escritos por estrangeiros – os sul-coreanos Bong Joon Ho e Jin Won Hane e o neozelandês Taika Waititi – e vão disputar o Oscar nas mesmas categorias. O roteiro de “Parasita” concorria com “1917”, “Fora de Série”, “Entre Facas e Segredos” e “História de um Casamento”. Mas vale ressaltar que Quentin Tarantino, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Roteiro por “Era Uma Vez em Hollywood”, não disputou o prêmio por não ser membro do Sindicato – graças a uma briga antiga, ele se recusa a participar do WGA. Isto nunca o impediu de conquistar o Oscar de Roteiro Original – já tem dois e é novamente favorito neste ano. Na categoria de “Jojo Rabbit”, por sua vez, estavam também “Um Lindo Dia na Vizinhança”, “O Irlandês”, “Coringa” e “Adoráveis Mulheres”. O WGA Awards ainda premiou o documentário “The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley”, e várias categorias televisivas. As séries “Succession” e “Barry” venceram como Melhores Roteiros de Drama e Comédia, enquanto “Watchmen” ficou com o troféu de Melhor Roteiro de Série Nova. Foi uma lavada da HBO, que ainda conquistou, entre as minisséries, o prêmio de Roteiro Original por “Chernobyl”. Completa a lista “Fosse/Verdon”, do canal pago FX, como Melhor Roteiro Adaptado de Minissérie. “Parasita” estreou em novembro no Brasil e “Jojo Rabbit” finalmente chega na quinta (6/2), quase quatro meses depois de passar pelos cinemas americanos.












