Oscar “temático” consagra o Conduzindo Miss Daisy de 2019
A noite do Oscar 2019 foi “temática”, reflexo de uma Academia empenhada em ser cada vez mais politicamente correta, após o #OscarSoWhite, ainda que o resultado final represente uma visão liberal dessa abordagem. Do principal vencedor da cerimônia, realizada no domingo (24/2) em Los Angeles, aos prêmios menos badalados, a mensagem que a distribuição de troféus buscou transmitir foi de incentivo à diversidade. Homens brancos venceram menos prêmios que o costume, resultando em maior reconhecimento para mulheres (15 estatuetas) e pessoas negras (7). São números que representam recordes de diversidade para a Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Isto permitiu que o mais famoso dos cineastas negros, que já deveria ter sido premiado há 30 anos, finalmente vencesse seu primeiro Oscar – Spike Lee, pelo roteiro de “Infiltrado na Klan”. Dois atores negros foram premiados como coadjuvantes, Regina King (por “Se a Rua Beale Falasse”) e Mahershala Ali (“Green Book”). E Ali se tornou o segundo ator negro a vencer dois Oscars, após Denzel Washington. Marcas de segregação técnica ruíram em várias categorias. Peter Ramsey foi o primeiro diretor negro a vencer o Oscar de Melhor Animação – por “Homem-Aranha no Aranhaverso”. A veterana Ruth E. Carter virou a primeira figurinista negra a conquistar sua categoria – por “Pantera Negra”. Sua colega, Hannah Beachler, consagrou-se como a primeira mulher negra indicada e vencedora do Oscar de Design de Produção (cenografia) – também por “Pantera Negra”. E não ficou nisso. Asiáticos tiveram destaque por meio do casal Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, vencedores do Oscar de Melhor Documentário por “Free Solo”, e com Domee Shi, diretora do Melhor Curta Animado, “Bao”. O Oscar de Melhor Ator foi para Rami Malek, filho de egípcios, que comentou sua origem ao agradecer o prêmio, lembrando que Freddie Mercury, seu papel em “Bohemian Rhapsody”, também era filho de imigrantes africanos. O mexicano Alfonso Cuarón representou os latinos conquistando três estatuetas – Melhor Direção, Fotografia e Filme Estrangeiro por “Roma”. Por isso, o fecho da noite, com “Green Book” eleito o Melhor Filme, poderia (pseudo) representar uma conclusão do tema. Afinal, trata-se de drama que critica o racismo, ao celebrar a amizade entre um motorista branco sem educação e seu passageiro refinado, um músico negro em turnê pelo sul segregado dos Estados Unidos dos anos 1960. Entretanto, trata-se de um filme sobre racismo escrito, dirigido e produzido por brancos – o cineasta Peter Farrelly e os roteiristas Nick Vallelonga e Brian Hayes Currie – , que privilegia o arco de redenção de seu protagonista branco, um racista bruto, que se transforma ao longo de sua jornada. Vale lembrar que o intérprete do personagem negro venceu o Oscar de Ator Coadjuvante, o que deixa claro sua menor importância em comparação ao branco da trama. O vencedor do Oscar é, portanto, o “Conduzindo Miss Daisy” de 2019. Um filme sobre racismo para branco ver e aplaudir, numa abordagem bastante convencional sobre tensões raciais, que considera o ponto de vista negro mero coadjuvante. “Green Book” é similar ao filme de 30 anos atrás até do ponto de vista narrativo, na história do motorista e seu passageiro, apenas mudando quem conduz o veículo, para chegar no mesmo destino: a transformação positiva do personagem branco. Além disso, assim como “Conduzindo Miss Daisy”, o diretor de “Green Book” sequer foi considerado merecedor de indicação na categoria de Melhor Direção. Para completar as comparações, vale ainda lembrar que apesar da vitória do drama de Bruce Beresford, o favorito da crítica e filme mais lembrado daquele Oscar era “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, muito negro para a época. O tema da diversidade pode ter embalado o Oscar 2019, mas, na hora de definir o prêmio principal, a Academia decidiu ignorar novamente Spike Lee, que tratou de racismo de forma mais contundente em “Infiltrado na Klan”. Pior ainda: barrou “Se a Rua Beale Falasse”, de Barry Jenkins, melhor abordagem do “tema”, que sequer foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, embora tenha vencido, 24 horas mais cedo, o Spirit Awards de filme indie do ano. A vitória de “Green Book” também é o “Crash” de 2019. Em 2006, os eleitores da Academia elegeram outro filme mediano, “Crash: No Limite”, como opção para derrotar “O Segredo de Brokeback Mountain”, de temática homossexual, que irritava a maioria conservadora da época. Até a vitória de “Green Book”, a conquista de “Crash” era considerada a pior decisão da Academia em todos os tempos. O filme que a Academia não queria que vencesse em 2019 era “Roma”. Não porque seria a primeira vez que uma obra falada em outra língua levaria o Oscar – o francês “O Artista” era mudo. Mas porque “Roma” é produção de uma plataforma de streaming. A discussão sobre se as produções da Netflix são cinema tem dividido a comunidade cinematográfica. Uma vitória no Oscar representaria o aval da principal instituição da indústria. Para que isso não acontecesse, “Green Book” ganhou o voto dos contrários. E se juntou a “Crash” na história dos Oscars da mediocridade humana. Um esforço inútil, pois as conquistas de “Roma”, especialmente na categoria de Melhor Direção, já mudaram a Netflix de patamar. Ao final das contas, o que fica para a História é que o cineasta de “Debi e Lóide” venceu o Oscar. Porque tudo é discutível em “Green Book”, menos que seu diretor é o mesmo de “O Amor É Cego”, que achava gordofobia engraçada, e “Ligado em Você”, concebido como piada de deficientes. O fato de a Academia premiar “Green Book” também demonstra que, embora o Oscar 2019 tenha se esforçado para ser “temático”, as opções disponíveis para Melhor Filme foram muito limitadas. Podendo listar dez títulos, os organizadores da premiação preferiram limitar suas indicações a oito, deixando de fora o superior “Se a Rua Beale Falasse”, além de diversas outras possibilidades premiadíssimas. Sobre esse contexto, leia mais aqui. Em resumo, a Academia barrou o cinema independente para privilegiar produções de grandes estúdios, como Fox, Disney, Sony, Universal e, sim, Netflix. “Green Book” é um filme com distribuição da Universal na América do Norte. E o estúdio realmente investiu em estratégia para fazê-lo conquistar o Oscar, trazendo para sua equipe especialistas em crises. Os spin doctors conseguiram apagar incêndios que deveriam ter sido devastadores, causados por revelações do passado do diretor Peter Farrelly – achava engraçado mostrar seu pênis para as atrizes de seus filmes – e do roteirista Nick Vallelonga – apoiou declaração de Trump de que muçulmanos americanos simpatizam com os terroristas que derrubaram as Torres Gêmeas de Nova York. Esta é a equipe que venceu o Oscar 2019. E Jimmy Kimmel não apareceu com o envelope correto do verdadeiro vencedor. Claro, Oliva Colman (por “A Favorita”) e não Glenn Close (por “A Esposa”) como Melhor Atriz também rende discussão. Mas não pode ser comparada à consagração do filme que o New York Times chamou de “indesculpável”. Decisões politicamente corretas não impediram o ato falho da Academia, ao oferecer a versão branca de como é o racismo como conclusão do Oscar 2019. Confira aqui a lista completa dos premiados.
BAFTA 2019: Roma vence o “Oscar britânico”
“Roma”, de Alfonso Cuarón, foi o grande vencedor do BAFTA Awards 2019, a premiação da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas (BAFTA, na sigla em inglês). A produção mexicana em preto e branco da Netflix venceu quatro troféus, incluindo o principal, de Melhor Filme do ano. Os demais foram os troféus de Melhor Direção, Fotografia e Filme em Língua Não Inglesa, todos eles conquistados por Cuarón, como diretor, cinematógrafo e produtor do longa. O “Oscar britânico” também consagrou a produção local “A Favorita”, de Yorgos Lanthimos, que conquistou até mais prêmios: sete ao todo, inclusive Melhor Atriz para Olivia Colman e Atriz Coadjuvante para Rachel Weisz. Entre os atores, os premiados foram Rami Malek, por seu desempenho como Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody”, e Mahershala Ali, como coadjuvante em “Green Book”. A vitória no BAFTA cacifa ainda mais “Roma” na disputa do Oscar 2019. Nesta década, 55,5% dos vencedores da Academia britânica (cinco de nove) também conquistaram o prêmio da Academia americana. A premiação também rendeu um troféu para Lady Gaga, pela trilha de “Nasce uma Estrela”, para Spike Lee, pelo roteiro de “Infiltrado na Klan” e para a produção de “Homem-Aranha no Aranhaverso”, como Melhor Animação. Para completar, em votação aberta ao público, Letitia Wright, a Princesa Shuri de “Pantera Negra”, foi eleita a Revelação do ano. Confira abaixo a lista completa dos vencedores. Melhor Filme “Roma” Melhor Filme Britânico “A Favorita” Melhor Filme de Língua Não-Inglesa “Roma” Melhor Documentário “Free Solo” Melhor Animação “Homem-Aranha no Aranhaverso” Melhor Direção Alfonso Cuarón (“Roma”) Melhor Roteiro Original Deborah Davis e Tony McNamara (“A Favorita”) Melhor Roteiro Adaptado Spike Lee, David Rabinowitz, Charlie Wachtel e Kevin Willmott (“Infiltrado na Klan”) Melhor Atriz Olivia Colman (“A Favorita”) Melhor Ator Rami Malek (“Bohemian Rhapsody”) Melhor Atriz Coadjuvante Rachel Weisz (“A Favorita”) Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali (“Green Book: O Guia”) Melhor Estreia de Roteirista, Diretor ou Produtor “Beast” – Michael Pearce (Roteirista e Diretor) e Lauren Dark (Produtor) Melhor Trilha Sonora “Nasce Uma Estrela” Melhor Fotografia “Roma” Melhor Edição “Vice” Melhor Direção de Arte “A Favorita” Melhor Figurino “The Ballad of Buster Scruggs” “Bohemian Rhapsody” “A Favorita” “O Retorno de Mary Poppins” “Duas Rainhas” Melhor Cabelo e Maquiagem “A Favorita” Melhor Som “Bohemian Rhapsody” Melhores Efeitos Visuais “Pantera Negra” Melhor Curta-Metragem Animado Britânico “Roughhouse” Melhor Curta Britânico “73 Cows” Estrela em Ascenção Letitia Wright (“Pantera Negra”)
Uma Aventura Lego 2 estreia em 1º lugar, mas com metade da bilheteria do filme original
“Uma Aventura Lego 2” estreou em 1º lugar na América do Norte com a bilheteria de US$ 34,6M (milhões). Apesar de assumir o topo do ranking, o desempenho ficou baixo das expectativas, já que representa metade do obtido pelo lançamento do primeiro “Uma Aventura Lego” em 2014 – US$ 69M nos EUA e no Canadá. A crítica gostou, com 84% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes. Mas os números que importam indicam que este provavelmente foi o último capítulo da saga do boneco lego Emmett. O filme também estreou no Brasil e em diversos outros países neste fim de semana, rendendo ainda menos que no mercado norte-americano, ao enfrentar uma disputa direta com “Como Treinar Seu Dragão 3” – inédito nos EUA. O 2º lugar do ranking norte-americano ficou com a comédia “Do Que os Homens Gostam”, remake feminino e negro de “Do que as Mulheres Gostam” (2000), no qual o papel de Mel Gibson foi reinventado para Taraji P. Henson (da série “Empire”). Fez US$ 19M, mas não agradou à crítica (49%) e deve ser lançado direto em streaming no Brasil. Mais uma estreia decepcionante completou o pódio em 3º lugar. Após uma entrevista polêmica, com confissão de racismo de Liam Neeson, “Vingança a Sangue Frio” fez apenas US$ 11 milhões, tornando-se uma das piores estreias da carreira do ator nos últimos anos. A ironia é que o longa, remake do suspense nórdico “O Cidadão do Ano” (2014), foi considerado um dos melhores thrillers da fase vingativa de Neeson – isto é, desde “Busca Implacável” (2008) – , com 74% de aprovação no Rotten Tomatoes. Estreia na quinta (14/2) nos cinemas brasileiros. Outro remake, “Amigos para Sempre”, ficou em 4º lugar, atingindo um total de US$ 85,8M nos Estados Unidos e Canadá em cinco semanas. Este desempenho é ofuscado pelo fato de o longa ser um dos maiores fracassos internacionais do ano. Rendeu só US$ 8,9M no resto do mundo, com apenas mais dois países para estrear, provavelmente porque é a terceira versão da mesma história, depois do original “Intocáveis” (2011) em francês e um remake em espanhol. Após liderar por três semanas, “Vidro” caiu para o 5º lugar, prestes a atingir US$ 100M no mercado doméstico. Orçado em torno de US$ 20M, o filme de M. Night Shyamalan faturou dez vezes mais que seu investimento e já soma US$ 221,4M mundiais. Abaixo do Top 5, ainda houve a abertura de uma quarta estreia fracassada. O terror “Maligno” (The Prodigy) implodiu com apenas US$ 6M em 6º lugar – e 45% de aprovação da crítica. Este lançamento pavoroso chega daqui a um mês ao Brasil, em 14 de março. Para completar, mais um lembrete para Hollywood parar de fazer remakes: “Miss Bala”, refilmagem do thriller mexicano homônimo de 2011, desabou para o 10º lugar em sua segunda semana. Sim, há 4 remakes entre os 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, mas todos tendem a dar prejuízo. Clique nos títulos abaixo para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Uma Aventura Lego 2 Fim de semana: US$ 34,4M Total EUA e Canadá: US$ 34,4M Total Mundo: US$ 52,5M 2. Do Que os Homens Gostam Fim de semana: US$ 19M Total EUA e Canadá: US$ 19M Total Mundo: US$ 19M 3. Vingança a Sangue Frio Fim de semana: US$ 10,8M Total EUA e Canadá: US$ 10,8M Total Mundo: US$ 10,8M 4. Amigos para Sempre Fim de semana: US$ 7,2M Total EUA e Canadá: US$ 85,8M Total Mundo: US$ 94,7M 5. Vidro Fim de semana: US$ 6,4M Total EUA e Canadá: US$ 98,4M Total Mundo: US$ 221,4M 6. Maligno Fim de semana: US$ 6M Total EUA e Canadá: US$ 6M Total Mundo: US$ 6M 7. Green Book – O Guia Fim de semana: US$ 3,5M Total EUA e Canadá: US$ 61,5M Total Mundo: US$ 106,1M 8. Aquaman Fim de semana: US$ 3,3M Total EUA e Canadá: US$ 328,5M Total Mundo: US$ 1,1B 9. Homem-Aranha no Aranhaverso Fim de semana: US$ 3M Total EUA e Canadá: US$ 179,8M Total Mundo: US$ US$ 352,5M 10. Miss Bala Fim de semana: US$ 2,7M Total EUA e Canadá: US$ 11,8M Total Mundo: US$ 11,9M
Vingadores: Guerra Infinita vence o prêmio da Sociedade de Efeitos Visuais
A Sociedade de Efeitos Visuais, sindicato dos técnicos da categoria cuja sigla em inglês é VES, anunciou os vencedores de sua premiação anual, em cerimônia realizada nesta quarta (6/2) em Los Angeles. E “Vingadores: Guerra Infinita” conquistou a categoria principal, como Melhores Efeitos Visuais no Cinema. O filme não foi a única produção de super-heróis da Marvel consagrada pela premiação. “Homem-Aranha no Aranhaverso” venceu o troféu de Melhores Efeitos em Animação. E ambos ainda conquistaram prêmios na categoria de personagem criado por computador – Thanos pelo filme dos Vingadores e Miles Morales como o Homem-Aranha animado. A cerimônia dos prêmios técnicos também consagrou as séries “Perdidos no Espaço” e “Altered Carbon”, da Netflix. Veja a lista completa dos premiados abaixo. Melhores Efeitos Visuais em Filme Vingadores: Guerra Infinita Melhores Efeitos Visuais de Apoio em Filme Primeiro Homem Melhores Efeitos Visuais em Animação Homem-Aranha no Aranhaverso Melhores Efeitos Visuais em Série Perdidos no Espaço Melhores Efeitos Visuais de Apoio em Série Jack Ryan Melhor Personagem de Efeitos Digitais de Filme Vingadores: Guerra Infinita – Thanos Melhor Personagem de Efeitos Digitais de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso – Miles Morales Melhor Personagem de Efeitos Digitais de Série Perdidos no Espaço – Humanoid Melhor Ambiente Virtual de Filme Jogador N° 1 Melhor Ambiente Virtual de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Ambiente Virtual de Série Perdidos no Espaço Melhor Fotografia Digital em Filme ou Animação Jogador N° 1 Melhores Efeitos Visuais de Simulação em Filme Vingadores: Guerra Infinita Melhores Efeitos Visuais de Simulação em Animação Homem-Aranha no Aranhaverso Melhores Efeitos Visuais de Simulação em Série Altered Carbon Melhor Composição Digital em Filme Vingadores: Guerra Infinita Melhor Composição Digital em Série Perdidos no Espaço Melhores Efeitos Visuais em Projeto Especial Childish Gambino’s Pharos Melhores Efeitos Visuais em Projeto de Tempo-Real Age of Sail Melhores Efeitos Visuais em Comercial John Lewis Melhor Personagem Digital em Comercial Volkswagen – Bam Melhor Composição em Comercial Apple – Welcome Home
Annie Awards: Homem-Aranha no Aranhaverso vence tudo no “Oscar da animação”
“Homem-Aranha no Aranhaverso” saiu consagrado do Annie Awards 2019, premiação que celebra as melhores produções do gênero, lançadas no cinema e na TV. O filme da Sony venceu todas as categorias que disputou, na cerimônia realizada na noite de sábado (2/2) em Los Angeles, incluindo Melhor Animação, Direção, Roteiro e Dublagem. Não é à toa que o Annie Awards é considerado o “Oscar da animação”. Geralmente, os vencedores do prêmio também conquistam a estatueta de Melhor Animação na cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Confira abaixo a lista completa dos vencedores, que também inclui prêmios para “O Retorno de Mary Poppins”, “Os Incríveis 2”, o japonês “Mirai”, a série do “Mickey Mouse” e duas produções da Netflix, “Hilda” e “BoJack Horseman”, líderes das categorias “televisivas”. Melhor Longa Animado Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Longa Animado Independente Mirai Melhor Produção Especial Animada O Retorno de Mary Poppins Melhor Curta Animado Weekends Melhor Série de Animação – Crianças em Idade Pré-Escolar Ask the StoryBots Melhor Série de Animação – Crianças Hilda Melhor Série de Animação – Público Geral BoJack Horseman Melhor Direção em Série Animada Disney Mickey Mouse – Eddie Trigueros Melhor Direção em Longa Animado Homem-Aranha no Aranhaverso – Bob Persichetti, Rodney Rothman, Peter Ramsey Melhor Roteiro em Longa Animado Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Roteiro em Série Animada Hilda Melhor Dublagem em Longa Animado Ilha dos Cachorros – Bryan Cranston como Chief Melhor Dublagem em Série Animada BoJack Horseman – Will Arnet, como BoJack Melhor Edição em Programa para a TV Operação Big Hero: A Série Melhor Edição em Filme de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Música em Longa Animado Os Incríveis 2 – Michael Giacchino Melhor Música em Série Animada Disney Mickey Mouse – Christopher Willis Melhor Design de Produção para a TV Age of Sail Melhor Design de Produção em Filme de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Storyboard para a TV Disney Mickey Mouse Melhor Storyboard em Filme de Animação Os Incríveis 2 Melhores Efeitos de Animação em Produção para a TV Tales of Arcadia: Trollhunters Melhores Efeitos de Animação em Filme de Animação WiFi Ralph: Quebrando a Internet Melhor Animação de Personagem em Produção para TV Hilda – O Rei, Hilda, Arfur Melhor Animação de Personagem em Filme de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso – Múltiplos Personagens Melhor Animação de Personagens em Filme Live-Action O Retorno de Mary Poppins Melhor Animação de Personagens em Video Game GRIS – Gris (Cinemático) (VENCEDOR) Melhor Design de Personagem em Produção para TV Rapunzel’s Tangled Adventure – Rapunzel Bird, Cassandra Bird, Father Parrot, Special Birds Melhor Design de Personagem em Filme de Animação Homem-Aranha no Aranhaverso – Múltiplos Personagens Melhor Produção de Realidade Virtual Crow: The Legend Melhor Comercial de TV Animado Greenpeace ‘There’s a Rang-Tan In My, Bedroom’ Melhor Filme de Estudante Best Friend
Vidro se mantém no topo das bilheterias da América do Norte pela terceira semana consecutiva
Por conta do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, os cinemas dos Estados Unidos e do Canadá tiveram uma das piores bilheterias dos últimos tempos, com o melhor faturamento abaixo dos US$ 10 milhões. Enfrentando apenas um lançamento inédito no fim de semana, “Vidro” conseguiu se manter em 1º lugar pela terceira vez consecutiva. Responsável pela maior arrecadação, fez somente US$ 9,5M (milhões), mas está prestes a ultrapassar os US$ 200M em todo o mundo. É mais um sucesso da carreira do diretor M. Night Shyamalan, que bancou por conta própria o orçamento de US$ 23M e terá retorno considerável com seu investimento. A dramédia “Amigos para Sempre”, remake do sucesso francês “Intocáveis” (2011), também repetiu o 2º lugar, mas sua arrecadação internacional é um desastre. Sinal óbvio de que, hoje em dia, só americano vê remake americano. No Brasil, onde foi lançado em 17 de janeiro, não entrou nem no Top 10. A estreia da semana, por sinal, foi outro remake. “Miss Bala” trouxe Gina Rodriguez (“Jane the Virgin”) no papel que Stephanie Sigma desempenhou no original mexicano de 2011. Sem o diretor Gerardo Naranja, que depois comandou episódios tensos da série “Narcos”, “Miss Bala” implodiu em sua reprise em inglês com bilheteria de US$ 6,5M. Os fracassos dos remakes são cada vez mais óbvios. Mas Hollywood continua pagando para refilmar o que o resto do mundo já viu quando era original, assim como continua pagando direitos de videogames que nunca fazem sucesso ao virar filme. Confira abaixo os rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Vidro Fim de semana: US$ 9,5M Total EUA e Canadá: US$ 88,6M Total Mundo: US$ 198,9M 2. Amigos para Sempre Fim de semana: US$ 8,8M Total EUA e Canadá: US$ 75,5M Total Mundo: US$ 81,6M 3. Miss Bala Fim de semana: US$ 6,7M Total EUA e Canadá: US$ 6,7M Total Mundo: US$ 6,7M 4. Aquaman Fim de semana: US$ 4,7M Total EUA e Canadá: US$ 323,5M Total Mundo: US$ 1,1B 5. Homem-Aranha no Aranhaverso Fim de semana: US$ 4,4M Total EUA e Canadá: US$ 175,2M Total Mundo: US$ 347,2M 6. Green Book – O Guia Fim de semana: US$ 4,3M Total EUA e Canadá: US$ 55,8M Total Mundo: US$ 81,3M 7. O Menino que Queria Ser Rei Fim de semana: US$ 4,2M Total EUA e Canadá: US$ 13,1M Total Mundo: US$ 16,7M 8. A Caminho de Casa Fim de semana: US$ 3,5M Total EUA e Canadá: US$ 35,9M Total Mundo: US$ 50,9M 9. Escape Room Fim de semana: US$ 2,9M Total EUA e Canadá: US$ 52M Total Mundo: US$ US$ 96M 10. They Shall Not Grow Old Fim de semana: US$ 2,4M Total EUA e Canadá: US$ 10,7M Total Mundo: US$ 10,7M
Vidro aguenta as pedradas e lidera bilheteria dos EUA pelo segundo fim de semana
“Vidro” não se estilhaçou e manteve a liderança da bilheteria em seu segundo fim de semana de exibição nos Estados Unidos e Canadá. O longa arrecadou US$ 19 milhões entre sexta e domingo (27/1), chegando ao total de US$ 73M (milhões) no mercado doméstico. O baixo orçamento, na casa dos US$ 23M, significa que a produção já é lucrativa. O que é uma boa notícia para o diretor Night M. Shyamalan, pois todo o filme foi financiado por ele mesmo, aguentando pedradas sem misericórdia da crítica, com apenas 36% de aprovação na média do Rotten Tomatoes. Em 2º lugar, a dramédia “Amigos para Sempre”, remake americano de “Intocáveis”, também manteve a mesma posição da semana anterior. O longa estrelado por Kevin Hart faturou mais US$ 12 milhões para atingir US$ 63,1M na América do Norte, mas ainda não cobriu seu orçamento, estimado em US$ 37,5 milhões, e vai precisar do público internacional para empatar as despesas. E aí reside o problema, já que esta é a terceira versão da mesma história e o original foi um maiores sucessos mundiais recentes do cinema francês entre o público que lê legendas. No Brasil, onde foi lançado em 17 de janeiro, não entrou nem no Top 10. Surpresa da semana passada, “Dragon Ball Super: Broly” desabou para o 10º lugar do ranking norte-americano, após abrir em 3º. Com isso, “Aquaman” voltou ao Top 3. O longa do super-herói marinho fez mais US$ 7,3M, que o ajudou a atingir US$ 1,09B mundiais e bater o recorde de arrecadação de “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” (2012), virando a adaptação de maior bilheteria da DC Comics em todos os tempos. As más notícias começam em 4º lugar, pois as estreias de sexta (25/1) não tiveram um desempenho tão bom. “O Menino Que Queria Ser Rei”, versão infantil da lenda do Rei Arthur passada nos dias de hoje, fez apenas US$ 7,2 milhões em seu 1º fim de semana. A crítica aprovou, com 86% no Rotten Tomatoes, mas o longa protagonizado pelo filho de Andy Serkis (o César da franquia “Planeta dos Macacos”) vai precisar fazer mágica no exterior. O lançamento no Brasil acontece na quinta (31/1). Já “Calmaria” foi por água abaixo, abrindo em 8º lugar com apenas US$ 4,8M. Trata-se de recorde negativo para Anne Hathaway: pior bilheteria de estreia da carreira da atriz. O noir tropical, que também é estrelado por Matthew McConaughey (que já fez coisa pior), também foi torpedeado pela crítica, afundando com 22% de aprovação. Chega nos cinemas brasileiros em 28 de fevereiro. Confira abaixo os rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Vidro Fim de semana: US$ 19M Total EUA e Canadá: US$ 73,5M Total Mundo: US$ 162,6M 2. Amigos para Sempre Fim de semana: US$ 12,2M Total EUA e Canadá: US$ 63,1M Total Mundo: US$ 69,2M 3. Aquaman Fim de semana: US$ 7,3M Total EUA e Canadá: US$ 316,5M Total Mundo: US$ 1B 4. O Menino que Queria Ser Rei Fim de semana: US$ 7,2M Total EUA e Canadá: US$ 7,2M Total Mundo: US$ 10,4M 5. Homem-Aranha no Aranhaverso Fim de semana: US$ 6,1M Total EUA e Canadá: US$ 169M Total Mundo: US$ 338,1M 6. Green Book – O Guia Fim de semana: US$ 5,4M Total EUA e Canadá: US$ 49M Total Mundo: US$ 59,3M 7. A Caminho de Casa Fim de semana: US$ 5,2M Total EUA e Canadá: US$ 30,8M Total Mundo: US$ 41,3M 8. Calmaria Fim de semana: US$ 4,8M Total EUA e Canadá: US$ 4,8M Total Mundo: US$ 4,8M 9. Escape Room Fim de semana: US$ 4,3M Total EUA e Canadá: US$ 47,9M Total Mundo: US$ US$ 76,4M 10. Dragon Ball Super: Broly Fim de semana: US$ 3,6M Total EUA e Canadá: US$ 28,9M Total Mundo: US$ 98,8M
Vidro abre em 1º lugar nos EUA, mas a surpresa é Dragon Ball Super: Broly
“Vidro” estreou em 1º lugar nas bilheterias da América do Norte, mas um pouco estilhaçado por conta das elevadas expectativas sobre seu lançamento. Algumas projeções para a continuação/crossover de “Corpo Fechado” (2000) e “Fragmentado” (2016) tratavam o novo longa de M. Night Shyamalan como um blockbuster em potencial, com abertura na casa dos US$ 100M (milhões). Em menos de uma semana, os otimistas cortaram as estimativas pela metade. E mesmo assim a estreia ficou abaixo delas. O lançamento também foi acompanhada por pedradas da imprensa, que quebraram expectativas com apenas 36% de aprovação no Rotten Tomatoes. Entretanto, ao atingir US$ 40,5M de faturamento, tornou-se a terceira maior estreia do diretor, atrás de “A Vila” (2004) e “Sinais” (2002). Também ficou com o posto de terceira maior abertura de cinema durante o feriadão dedicado a Martin Luther King nos Estados Unidos. E teve um bom começo internacional, ajudando o total a chegar a US$ 89M em todo o mundo. O baixo orçamento, na casa dos US$ 23M, garante que a produção será lucrativa. O que é uma boa notícia para Shyamalan, pois todo o filme foi financiado pelo próprio diretor. Já a surpresa positiva do fim de semana ficou para o desempenho de “Dragon Ball Super: Broly”, que abriu em 3º lugar nos EUA, um pouco atrás do faturamento de “Amigos para Sempre” (em 2º lugar). Lançado em 1,2 mil salas (contra mais de 3 mil da concorrência), o longa animado rendeu US$ 10,6M, celebrando a maior abertura de toda a franquia “Dragon Ball” (já são 20 filmes) nos Estados Unidos e no Canadá. Outros filmes em cartaz atingiram marcas expressivas por seus desempenhos contínuos. “Aquaman”, por exemplo, ultrapassou US$ 300M de arrecadação no mercado doméstico, “Bumblebee” superou US$ 400M mundiais (graças à China), e “O Retorno de Mary Poppins” e “Homem-Aranha no Aranhaverso” passaram dos US$ 300M mundialmente. Confira abaixo os rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Vidro Fim de semana: US$ 40,5M Total EUA e Canadá: US$ 40,5M Total Mundo: US$ 89M 2. Amigos para Sempre Fim de semana: US$ 15,6M Total EUA e Canadá: US$ 43,9M Total Mundo: US$ 48M 3. Dragon Ball Super: Broly Fim de semana: US$ 10,6M Total EUA e Canadá: US$ 21M Total Mundo: US$ 86,9M 4. Aquaman Fim de semana: US$ 10,3M Total EUA e Canadá: US$ 304,3M Total Mundo: US$ 1B 5. Homem-Aranha no Aranhaverso Fim de semana: US$ 7,2M Total EUA e Canadá: US$ 158,2M Total Mundo: US$ 322,8M 6. A Caminho de Casa Fim de semana: US$ 7,1M Total EUA e Canadá: US$ 21,2M Total Mundo: US$ 26,3M 7. Escape Room Fim de semana: US$ 5,2M Total EUA e Canadá: US$ 40,7M Total Mundo: US$ 53,7M 8. O Retorno de Mary Poppins Fim de semana: US$ 5,2M Total EUA e Canadá: US$ 158,7M Total Mundo: US$ 306M 9. Bumblebee Fim de semana: US$ 4,6M Total EUA e Canadá: US$ 115,9M Total Mundo: US$ US$ 412,3M 10. Suprema Fim de semana: US$ 3,9M Total EUA e Canadá: US$ 16,8M Total Mundo: US$ 17,5M
Green Book vence prêmio do Sindicato dos Produtores e vira favorito ao Oscar
O Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos (PGA, na sigla em inglês) realizou na noite de sábado (19/1) sua premiação anual de melhores trabalhos de cinema e TV, o PGA Awards. E “Green Book” foi considerado o Melhor Filme do ano. A comédia dramática sobre direitos civis estrelada por Mahershala Ali (“Moonlight”) e Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”) venceu os indicados “Roma”, “Nasce uma Estrela”, “A Favorita”, “Pantera Negra”, “Infiltrado na Klan”, “Podres de Ricos”, “Um Lugar Silencioso”, “Vice” e “Bohemian Rhapsody”. A premiação é considerada grande indicativo para o Oscar, já que os produtores fazem parte dos eleitores da Academia. Nessa década, os PGA Awards só divergiram duas vezes dos vencedores do Oscar: em 2016, quando o sindicato escolheu “A Grande Aposta” e o Oscar premiou “Spotlight: Segredos Revelados”, e em 2017, ocasião em que o PGA premiou “La La Land” e a Academia fez um papelão para anunciar “Moonlight” como vencedor. Muito mais importante para a indústria cinematográfica que o Globo de Ouro, que premiou “Green Book” como Melhor Comédia (ou Musical), o PGA Awards recoloca o filme na disputa do Oscar, após várias controvérsias cercarem a produção. Com o destaque conseguido pela obra, vencedora também do Festival de Toronto, “Green Book” ganhou críticas de jornalistas e cineastas negros por ser um filme anti-racista para branco ver, com a perpetuação dos estereótipos de “redenção de brancos” que costumam acompanhar filmes sobre racismo escritos e dirigidos por brancos. Neste sentido, virou o “Conduzindo Miss Daisy” de 2019 – drama sobre motorista negro de mulher branca que acabou vencendo o Oscar em 1990, mas passou para a história como condescendente e politicamente incorreto. Como se não bastasse, nas últimas semanas voltaram à tona um tuíte xenófobo do roteirista Nick Vallelonga contra muçulmanos que moram nos Estados Unidos, disparado em 2015 para apoiar Donald Trump, e revelações de que o diretor Peter Farrelly achava engraçado mostrar o pênis para suas atrizes em 1998. Em outras categorias, o prêmio de Melhor Animação ficou com “Homem-Aranha no Aranhaverso”, o Melhor Documentário foi “Won’t You Be My Neighbor?”, sobre o apresentador infantil Fred Rogers, “The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story” foi considerada a Melhor Minissérie e as séries “The Americans” e “The Marvelous Mrs Maisel” venceram como Melhor Série, respectivamente de Drama e Comédia.
Homem-Aranha no Aranhaverso revoluciona animações e filmes de super-heróis
“Homem-Aranha no Aranhaverso” é uma explosão de criatividade em todos os quesitos para quem achava que filme de super-herói já esgotou uma fórmula que dizem existir por aí. E também é, sim, o melhor filme solo do herói em 15 anos – desde que Sam Raimi entregou “Homem-Aranha 2”. Trata-se de uma animação. Mas fora das características visuais que Pixar, Disney e DreamWorks padronizaram e acostumaram o mundo inteiro. Mistura com maestria animação tradicional, digital, 3D e o escambau. Mais que isso: traduz a linguagem dos quadrinhos para a tela de maneira revolucionária, visceral, porém orgânica, sem jamais distrair o espectador da história com a beleza de suas imagens. É o tradicional filme de origem virado do avesso. Como diz o título, “Homem-Aranha no Aranhaverso” tem um roteiro loucão que aposta na abertura de infinitas possibilidades, com dimensões e realidades paralelas colidindo para gerar a reunião improvável de diferentes versões do Amigo da Vizinhança. Para embarcar nessa viagem, que fica cada vez mais brisada, graças principalmente às cabeças piradas dos roteiristas Phil Lord e Chris Miller (“Uma Aventura Lego”), o filme confia em duas certezas básicas: todo mundo ama o Homem-Aranha e qualquer um pode usar uma máscara de herói. Não importa cor da pele, classe social, nacionalidade, forma física, idade, gênero ou orientação sexual, o Homem-Aranha do novo século abraça diversidade e representatividade, que sempre estiveram enraizadas no conceito de Stan Lee sobre seus super-heróis: ser diferente é normal e legal demais. O velho Peter Parker de sempre faz parte da história. Velho mesmo, barrigudo, com a barba por fazer, mas de outra dimensão, porque a trama se passa na realidade de Miles Morales (o antigo universo Ultimate da Marvel), completamente diferente daquele que os fãs estão acostumados – para se ter ideia o Peter Parker da dimensão de Miles é loiro e o Dr. Octopus é uma mulher. Mas tem mais. Gwen Stacy de outra dimensão, que ganha poderes de Aranha em vez de Peter, o Aranha Noir, uma garota aranha de visual anime e até um porco aranha antropomórfico. Hilário. E todos vindos de épocas diferentes dos quadrinhos do herói. A animação da Sony é uma homenagem sem precedentes ao personagem da Marvel em diversas mídias, eras e segmentos, e faz desde reverências a Stan Lee e Steve Ditko, os criadores do herói, até piadinhas sobre o merchandising. É dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman, mas é importante ressaltar a força criativa de Phil Lord e Chris Miller, jovens talentos que iniciaram a carreira com um desenho animado absolutamente maluco, “Tá Chovendo Hamburguer”, transformaram “Uma Aventura Lego” em franquia e recentemente foram demitidos de “Han Solo: Uma História Star Wars”, porque foram ousadinhos demais. Azar da Disney, pois “Han Solo” fracassou com a direção burocrática de Ron Howard, enquanto “Homem-Aranha no Aranhaverso” atingiu uma galáxia de elogios. E o impacto dessa animação no cenário pop é merecidamente tão forte que a Sony não somente abriu portas para uma nova franquia com inegável apelo popular, como também colocou pressão para cima da concorrência (Pixar, DreamWorks) e dos próprios filmes do Homem-Aranha com Tom Holland.
Roma é o grande vencedor do Critics Choice Awards 2019
Com quatro troféus, “Roma” foi o grande vencedor do Critics’ Choice Awards 2019 na noite de domingo (13/1) em Los Angeles. O longa produzido pela Netflix venceu como Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Direção e Melhor Fotografia, consagrando o trabalho do cineasta mexicano Alfonso Cuarón, que assinou o trabalho como produtor, diretor e cinematógrafo. “Vice” e “Pantera Negra” se destacaram logo a seguir com três troféus. A premiação do filme da Marvel foi puramente técnica: Design de Produção (a velha cenografia com nome pomposo), Figurino e Efeitos Visuais. Já o longa político premiou Christian Bale com dois troféus e tempo dobrado de discursos, como Melhor Ator e Melhor Ator de Comédia. O filme também foi considerado a Melhor Comédia. Houve um curioso empate na categoria de Melhor Atriz, que dividiu o prêmio entre Glenn Close, por “A Esposa”, e Lady Gaga, por “Nasce Uma Estrela”. Lady Gaga ainda venceu o Critics Choice Award de Melhor Canção por “Shallow”, de “Nasce Uma Estrela”. Com mais indicações da noite – 14, ao todo – , a produção britânica “A Favorita” ficou com apenas dois prêmios: Melhor Elenco e Atriz (Olivia Colman). Nenhum integrante da equipe apareceu para receber a premiação. Mahershala Ali, por “Green Book: O Guia”, e Regina King, por “Se a Rua Beale Falasse”, foram os Melhores Coadjuvantes. Nas categorias dedicadas a filmes de gênero, “Missão: Impossível – Efeito Fallout” venceu como Melhor Filme de Ação, “Um Lugar Silencioso” como Melhor Terror ou Sci-fi (e é ambos) e “Homem-Aranha no Aranhaverso” como Melhor Animação. O Critics’ Choice Awards não é a premiação de todos os críticos americanos, mas de duas associações de críticos que trabalham na TV e na web, uma espécie de Globo de Ouro com eleitores americanos. E, assim como o Globo de Ouro, também premia os melhores da televisão. Por coincidência, a eleição da Melhor Atriz de Minissérie rendeu novo empate: entre Amy Adams, por “Objetos Cortantes” (Sharp Objectcs), e Patricia Arquette, por “Escape From Dannemora”. Ambas aproveitaram para agradecer juntas. De resto, “A Maravilhosa Mrs. Maisel” (The Marvelous Mrs. Maisel) reinou entre as comédias, com três troféus, seguida por “Barry” com dois, enquanto “The Americans” foi o campeão entre os dramas e os prêmios de Minissérie se dividiram entre “The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story” e “Objetos Cortantes” (Sharp Objects). Confira a lista completa de vencedores abaixo. CINEMA Melhor Filme “Roma” Melhor Ator Christian Bale (“Vice”) Melhor Atriz Grenn Close (“A Esposa”) Lady Gaga (“Nasce Uma Estrela”) Melhor Ator Coadjuvante Mahershala Ali (“Green Book: O Guia”) Melhor Atriz Coadjuvante Regina King (“Se a Rua Beale Falasse”) Melhor Ator/Atriz Jovem Elsie Fisher (“Oitava Série”) Melhor Elenco “A Favorita” Melhor Direção Alfonso Cuarón (“Roma”) Melhor Roteiro Original Paul Schrader (“First Reformed”) Melhor Roteiro Adaptado Barry Jenkins (“Se a Rua Beale Falasse”) Melhor Fotografia Alfonso Cuarón (“Roma”) Melhor Design de Produção Hannah Beachler & Jay Hart (“Pantera Negra”) Melhor Edição Tom Cross (“O Primeiro Homem”) Melhor Figurino Ruth Carter (“Pantera Negra”) Melhor Cabelo e Maquiagem “Vice” Melhores Efeitos Visuais “Pantera Negra” Melhor Canção Original “Shallow” (“Nasce Uma Estrela”) Melhor Trilha Sonora Justin Hurwitz (“O Primeiro Homem”) Melhor Comédia “Podres de Ricos” Melhor Ator em Comédia Christian Bale (“Vice”) Melhor Atriz em Comédia Olivia Colman (“A Favorita”) Melhor Filme de Terror ou Ficção Científica “Um Lugar Silencioso” Melhor Filme de Ação “Missão: Impossível – Efeito Fallout” Melhor Animação “Homem-Aranha no Aranhaverso” Melhor Filme Estrangeiro “Roma” (México) TV Melhor Série – Drama “The Americans” Melhor Ator em Série – Drama Matthew Rhys (“The Americans”) Melhor Atriz em Série – Drama Sandra Oh (“Killing Eve”) Melhor Ator Coadjuvante em Série – Drama Noah Emmerich (“The Americans”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série – Drama Thandie Newton (“Westworld”) Melhor Série – Comédia “A Maravilhosa Sra. Maisel” Melhor Ator em Série – Comédia Bill Hader (“Barry”) Melhor Atriz em Série – Comédia Rachel Brosnahan (“A Maravilhosa Sra. Maisel”) Melhor Ator Coadjuvante em Série – Comédia Henry Winkler (“Barry”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série – Comédia Alex Borstein (“A Maravilhosa Sra. Maisel”) Melhor Série Limitada “The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story” Melhor Telefilme “Jesus Christ Superstar Live in Concert” Melhor Ator em Série Limitada ou Telefilme Darren Criss (“The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story”) Melhor Atriz em Série Limitada ou Telefilme Amy Adams (“Sharp Objects”) Patricia Arquette (“Escape at Dannemora”) Melhor Ator Coadjuvante em Série Limitada ou Telefilme Ben Whishaw (“A Very English Scandal”) Melhor Atriz Coadjuvante em Série Limitada ou Telefilme Patricia Clarkson (“Sharp Objects”) Melhor Série de Animação “BoJack Horseman”
Remake de Intocáveis supera Aquaman e estreia em 1º lugar na América do Norte
Ele prefere desistir de apresentar o Oscar a pedir desculpas de forma clara e convincente, mas a controvérsia sobre o passado homofóbico do ator Kevin Hart não parece ter prejudicado sua popularidade nos Estados Unidos. Seu mais recente filme, que o mundo inteiro já viu há oito anos e reviu há três, abriu em 1º lugar com US$ 19,5M (milhões) de faturamento, encerrando o reinado de “Aquaman” no topo das bilheterias da América do Norte, “Amigos para Sempre” (The Upside) é o remake americano do fenômeno francês “Intocáveis” (2011), que já tinha ganhado versão argentina, “Inseparáveis” (2016), e ficou no freezer por mais de um ano devido ao escândalo de Harvey Weinstein. O filme é o primeiro lançamento dos novos donos da The Weinstein Company, agora chamada de Lantern Entertainment. Na trama, Kevin Hart é um desempregado de passado criminoso contratado para cuidar de um milionário quadriplégico, vivido por Bryan Cranston (“Breaking Bad”). Sim, você realmente já viu este filme. E seu sucesso nas bilheterias da América do Norte perpetua a má reputação do público americano em relação à capacidade de ler legendas. Hollywood aproveita dessa deficiência para produzir remakes de sucessos internacionais. O problema dessa lógica é que, se o remake não fizer sucesso no mercado doméstico, há poucas chances de recuperar o dinheiro no exterior, já que os estrangeiros sabem ler. Uma alternativa é enganar o público com um título completamente diferente para disfarçar a mesma história. É o caso específico desse “Amigos para Sempre”, que trará ao Brasil na quinta-feira (17/1) esse conhecido melodrama disfarçado de comédia pela terceira vez. “Aquaman” caiu para o 2º lugar na América do Norte, somando mais US$ 17,2M, valor suficiente para lhe permitir entrada no seleto clube dos bilionários. O filme do super-herói da DC Comics atingiu US$ 1 bilhão de arrecadação em todo o mundo. Saiba mais sobre outras marcas que o filme superou aqui. O Top 3 se completa com outra estreia, o filme de cachorrinho “A Caminho de Casa”, que fez US$ 11,3M e chega em 28 de fevereiro no Brasil. A direção é de um especialista em filmes de bichos: Charles Martin Smith, ator do clássico “Os Intocáveis” (não confundir com o remake da semana) que encontrou nova vocação com “Bud, o Cão Amigo” (1997) e “Winter, o Golfinho” (2011). A semana contou ainda com uma terceira estreia ampla, a sci-fi “Replicas”, que fez apenas US$2,5M, ficou em 12º lugar e se tornou a pior abertura da carreira do ator Keanu Reeves. Provavelmente, o público achou que a premissa requentada pertencia a um lançamento da Netflix. Por sinal, deve sair no Brasil direto em VOD. Saiba mais sobre o desempenho do primeiro grande fracasso de 2019 aqui. Confira abaixo os rendimentos dos 10 filmes mais vistos no final de semana nos Estados Unidos e no Canadá, e clique em seus títulos para ler mais sobre cada produção. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Amigos para Sempre Fim de semana: US$ 19,5M Total EUA e Canadá: US$ 19,5M Total Mundo: US$ 19,5M 2. Aquaman Fim de semana: US$ 17,2M Total EUA e Canadá: US$ 287,8M Total Mundo: US$ 1B 3. A Caminho de Casa Fim de semana: US$ 11,3M Total EUA e Canadá: US$ 11,3M Total Mundo: US$ 11,3M 4. Homem-Aranha no Aranhaverso Fim de semana: US$ 9M Total EUA e Canadá: US$ 147,7M Total Mundo: US$ 302,3M 5. Escape Room Fim de semana: US$ 8,9M Total EUA e Canadá: US$ 32,4M Total Mundo: US$ 34,9M 6. O Retorno de Mary Poppins Fim de semana: US$ 7,2M Total EUA e Canadá: US$ 150,6M Total Mundo: US$ 287,8M 7. Bumblebee Fim de semana: US$ 6,8M Total EUA e Canadá: US$ 108,4M Total Mundo: US$ 364,7M 8. Suprema Fim de semana: US$ 6,2M Total EUA e Canadá: US$ 10,5M Total Mundo: US$ 10,9M 9. A Mula Fim de semana: US$ 5,5M Total EUA e Canadá: US$ 90,5M Total Mundo: US$ US$ 91,7M 10. Vice Fim de semana: US$ 3,2M Total EUA e Canadá: US$ 35,9M Total Mundo: US$ 35,9M









