Perdeu o Tudum? Veja a íntegra do evento estrelado da Netflix
A Netflix disponibilizou a íntegra do evento Tudum em seu canal no YouTube. Além de todos os anúncios já detalhados por aqui, as 3h17 da apresentação de sábado (25/9) também foram preenchidas por esquetes, brincadeiras e muita conversa fiada, que podem ser conferidas abaixo. O tom meio infantilizado tem a ver com o público que a Netflix decidiu priorizar. Para se ter noção, os lançamentos adultos da plataforma foram basicamente esquecidos pelos produtores do evento. Nenhuma frase foi gasta com filmes como “Ataque dos Cães” (The Power of Dogs), “Passing”, “A Mão de Deus” (The Hand of God) ou mesmo o brasileiro “7 Prisioneiros”, que tem arrancado elogios e prêmios dos principais festivais do cinema mundial. Nem mesmo suspenses como “O Fio Invisível” (Distancia de Rescate) e “O Culpado” (The Guilty) foram citados. O viés juvenil está na origem do Tudum, que já foi chamado de festival e surgiu no Brasil no ano passado. Vale lembrar que a primeira edição do evento foi presencial em janeiro de 2020 no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, com participação de Lana Condor e Noah Centineo, astros da comédia romântica adolescente mais popular da plataforma, a trilogia “Para Todos os Garotos”. Já o segundo ano aconteceu de forma virtual devido à pandemia, contando com apresentação de Maisa Silva. Apenas em sua terceira e atual edição o evento se tornou global, com produção americana, mas sua história brasileira foi lembrada durante a apresentação, durante a primeira participação de Maisa, que mostrou enorme desenvoltura falando em inglês. A atriz também comandou um bloco da programação para apresentar os primeiros minutos de sua série “De Volta aos 15” e a produção nacional “Maldivas”, com Bruna Marquezine e Manu Gavassi. Para introduzir as séries brasileiras, Maisa falou em português. E logo vários idiomas surgiram na tela, como espanhol, francês e especialmente o coreano, que escancararam o grande diferencial da Netflix em relação às plataformas rivais. O serviço é realmente internacional, com produções vindas de diferentes lugares do mundo. E são produções de qualidade, como “La Casa de Papel”, “Lupin”, vários animes japoneses e séries sobrenaturais coreanas. Dividido em três blocos de cerca de uma hora cada, o caro infomercial teve como anfitriões a atriz Lilly Singh (“Perfeita É a Mãe”), os astros Finn Wolfhard e Caleb McLaughlin (de “Stranger Things”) e a estrela Nicola Coughlan (“Bridgerton”), além de contar com mais de 145 atores convidados para falar de 70 títulos exclusivos do streaming, incluindo novidades de “The Witcher”, “Emily em Paris”, “Cobra Kai”, “Bridgerton”, “Stranger Things”, “La Casa de Papel”, “Sandman” e “Vikings: Valhalla”, sem esquecer de filmes como “Resgate 2”, “Alerta Vermelho” e “Não Olhe Para Cima”. Eis a integra do evento.
A Família Addams tira férias no trailer da nova animação
A Universal divulgou um novo trailer dublado da animação “A Família Addams 2”, que ganhou subtítulo nacional: “Pé na Estrada”. A prévia revela o tema da continuação ao acompanhar os famosos personagens criados por Charles Addams numa viagem de férias por diversos pontos turísticos dos EUA, como as cataratas do Niágara, o Grand Canyon e uma praia de Miami. Na trama, Gomez e Mortícia ficam preocupados por seus filhos Vandinha e Feioso estarem se afastando da família ao entrarem na adolescência. Por isso, resolvem colocar todo mundo dentro de um trailer assombrado para uma excursão ao redor dos EUA. “A Família Addams 2: Pé na Estrada” trará de volta os dubladores originais do primeiro filme, que incluem Charlize Theron (“Tully”) como Morticia Addams, Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) como seu marido Gomez, Chloë Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”) e Finn Wolfhard (série “Stranger Things”) nos papéis dos filhos Vandinha (Wednesday) e Feioso (Pugsley), Nick Kroll (série “The League”) como o Tio Chico (Fester), Bette Midler (“Abracadabra”) como a Vovó Addams e Snopp Dog (“Meu Nome é Dolemite”) como o primo Coisa (It). A continuação também tem novamente direção da dupla Conrad Vernon e Greg Tiernan, que desta vez formam parceria com a animadora Laura Brousseau (integrante da equipe do longa anterior). A estreia está marcada para 7 de outubro no Brasil, uma semana após o lançamento nos EUA. Veja abaixo o trailer com a dublagem em português e o original com as vozes famosas (sem legendas).
Novo trailer de “Ghostbusters: Mais Além” reforça ligação com “Os Caça-Fantasmas”
A Sony divulgou um novo trailer de “Ghostbusters: Mais Além”, em versões dublada e legendada, que deixa ainda mais clara a relação do filme com a franquia “Os Caça-Fantasmas”, com direito a cenas da comédia de 1984, participações especiais e a confirmação de parentesco dos novos personagens com um integrante da comédia original. Recém-chegados numa nova cidadezinha, para morar na casa herdada de seu avô, os personagens de Mckenna Grace (“Annabelle 3: De Volta para Casa”) e Finn Wolfhard (“Stranger Things”) são nada menos que netos do Dr. Egon Spengler, interpretado pelo falecido Harold Ramis nos dois “Caça-Fantasmas” dos anos 1980. Assim, Carrie Coon (“The Leftovers”), mãe solteira das duas crianças, interpreta a filha de Spengler. Mas algo aconteceu para ela não falar sobre o passado de seu pai com os filhos. Por isso, quem ajuda as crianças a entender o legado da família é um professor da sua escola, vivido por Paul Rudd (“Homem-Formiga”). A prévia também apresenta vários efeitos de luz e fantasmas ameaçadores. Confirmada como uma continuação direta das comédias originais, “Ghostbusters: Mais Além” ainda conta com participações do elenco original, como Annie Potts, que aparece falando da herança da família, e é possível ouvir Dan Aykroyd atendendo o famoso telefone dos Caça-Fantasmas (“quem você vai chamar?”) na cena final do vídeo. A direção é de Jason Reitman (“Juno”, “Tully”), filho do diretor dos dois primeiros Caça-Fantasmas, Ivan Reitman, e a estreia está marcada para 18 de novembro no Brasil, um dia antes do lançamento nos Estados Unidos.
Trailer mostra as férias da Família Addams em nova animação
A MGM divulgou o trailer da animação “A Família Addams 2”, que revela o tema da continuação. Ainda sem legendas ou dublagem em português, a prévia mostra os famosos personagens criados por Charles Addams numa viagem de férias por diversos pontos turísticos dos EUA, como as cataratas do Niágara, o Grand Canyon e uma praia de Miami. Na trama, Gomez e Mortícia ficam preocupados com a forma como seus filhos Vandinha e Feioso estão se afastando deles conforme entram na adolescência. Por isso, resolvem colocar todo mundo dentro de um trailer assombrado para uma excursão ao redor dos EUA. A continuação trará de volta os dubladores originais do primeiro filme, que incluem Charlize Theron (“Tully”) como Morticia Addams, Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) como seu marido Gomez, Chloë Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”) e Finn Wolfhard (série “Stranger Things”) nos papéis dos filhos Vandinha (Wednesday) e Feioso (Pugsley), Nick Kroll (série “The League”) como o Tio Chico (Fester), Bette Midler (“Abracadabra”) como a Vovó Addams e Snopp Dog (“Meu Nome é Dolemite”) como o primo Coisa (It). “A Família Addams 2” também repete a direção da dupla Conrad Vernon e Greg Tiernan, que desta vez formam parceria com a animadora Laura Brousseau (integrante da equipe do longa anterior). A estreia está marcada para 7 de outubro no Brasil, uma semana após o lançamento nos EUA.
Coleção de pôsteres mostra “A Família Adams” de férias
A MGM divulgou uma coleção de pôsteres da animação “A Família Addams 2”, que revela o tema da continuação. As imagens mostram os personagens criados por Charles Addams com roupas de férias. Na trama, Gomez e Mortícia ficam preocupados com a forma como seus filhos Vandinha e Feioso estão se afastando deles conforme entram na adolescência. Por isso, resolvem colocar todo mundo dentro de um trailer assombrado para uma viagem de férias pelos EUA. Assim como o primeiro longa animado, a continuação trará de volta as dublagens de Charlize Theron (“Tully”) como Morticia Addams, Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) como seu marido Gomez, Chloë Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”) e Finn Wolfhard (série “Stranger Things”) nos papéis dos filhos Vandinha (Wednesday) e Feioso (Pugsley), Nick Kroll (série “The League”) como o Tio Chico (Fester), Bette Midler (“Abracadabra”) como a Vovó Addams e Snopp Dog (“Meu Nome é Dolemite”) como o primo Coisa (It). Novamente dirigido pela dupla Conrad Vernon e Greg Tiernan (que também trabalharam juntos em “A Festa da Salsicha”), desta vez em parceria com a animadora Laura Brousseau (da equipe do primeiro filme), “A Família Addams 2” tem estreia marcada para 7 de outubro no Brasil, uma semana após o lançamento nos EUA.
Cena do novo Caça-Fantasmas mostra ataque de marshmallows
O monstro do marshmallow está de volta. A Sony divulgou uma cena legendada de “Ghostbusters: Mais Além”, que destaca o icônico personagem da franquia “Os Caça-Fantasmas”. Sim, apesar do nome mal traduzido, “Ghostbusters: Mais Além” é continuação dos filmes que a mesma Sony lançou nos anos 1980 com o título nacional de “Os Caça-Fantasmas”. Na cena, a criatura não aparece gigante como no clássico de 1984, quando parecia um Godzilla de marshmallow aterrorizando Nova York, mas em formato miniatura, multiplicando-se no interior de um supermercado como se fosse Gremlins. Diferente do filme com elenco feminino de 2016, o novo “Caça-Fantasmas” é uma continuação direta das comédias originais e conta com participações do elenco clássico – até o relutante Bill Murray está na história. Apesar disso, a trama focará uma nova família encabeçada por Carrie Coon (“The Leftovers”), como mãe solteira dos personagens de Finn Wolfhard (“Stranger Things”) e Mckenna Grace (“Annabelle 3”), que tem relação direta com o Dr. Egon Spengler, vivido pelo falecido Harold Ramis nos anos 1980. Além deles, Paul Rudd (“Homem-Formiga”), visto em destaque no vídeo abaixo, participa do elenco como um professor de cidade pequena. A direção é de Jason Reitman (“Juno”, “Tully”), filho do diretor dos dois primeiros Caça-Fantasmas, Ivan Reitman, e a estreia está marcada para novembro “somente nos cinemas”.
Caça-Fantasmas 3 sofre novo adiamento
A Sony anunciou um novo adiamento de “Caça-Fantasmas: Mais Além” (Ghostbusters: Afterlife). O filme, que estrearia em julho deste ano, já tinha sido atrasado para março de 2021. Agora, foi para 11 de junho nos EUA, praticamente um ano mais tarde que a data originalmente marcada. Diferente do filme com elenco feminino de 2016, o novo “Caça-Fantasmas” é uma continuação direta das comédias originais e conta com participações do elenco original – até o relutante Bill Murray está na história. Apesar disso, a trama focará uma nova família encabeçada por Carrie Coon (“The Leftovers”), como mãe solteira dos personagens de Finn Wolfhard (“Stranger Things”) e Mckenna Grace (“Annabelle 3”). Além deles, Paul Rudd (“Homem-Formiga”) participa do elenco como um professor de cidade pequena. A direção é de Jason Reitman (“Juno”, “Tully”), filho do diretor dos dois primeiros Caça-Fantasmas, Ivan Reitman.
Teaser anuncia Família Addams 2 para o Halloween de 2021
A MGM divulgou um novo pôster e o teaser da continuação da animação “Família Addams”, que promete um lançamento para o Halloween de 2021, quando as coisas voltarem ao “anormal”. Com direção de Conrad Vernon (de “A Festa da Salsicha”), o filme anterior foi o primeiro longa animado baseado nos personagens criados por Charles Addams em 1938 e trouxe as vozes de Charlize Theron (“Tully”) como Morticia Addams, Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) como seu marido Gomez, Chloë Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”) e Finn Wolfhard (série “Stranger Things”) nos papéis dos filhos Vandinha e Feioso (Pugsley), Nick Kroll (série “The League”) como o Tio Chico (Fester), Bette Midler (“Abracadabra”) como a Vovó Addams, Snopp Dog (“Meu Nome é Dolemite”) como o primo Coisa (It) e Allison Janney (vencedora do Oscar 2018 de Melhor Atriz Coadjuvante por “Eu, Tonya”) como a vilã Margaux Needler. Orçada em US$ 50 milhões, a produção acabou faturando US$ 203 milhões em todo mundo, mas não agradou a crítica, com apenas 44% de aprovação no Rotten Tomatoes. Por enquanto, não há informações sobre a trama do novo filme, que, segundo o material, será lançado nos cinemas.
Pôster oficializa produção de “Família Addams 2”
A MGM divulgou o primeiro pôster da continuação da animação “Família Addams”, que destaca Wandinha (Wednesday) e oficializa a produção, originalmente encomendada no ano passado – mais especificamente no fim de semana de estreia do primeiro filme. Com direção de Conrad Vernon (de “A Festa da Salsicha”), o filme anterior foi o primeiro longa animado baseado nos personagens criados por Charles Addams em 1938 e trouxe as vozes de Charlize Theron (“Tully”) como Morticia Addams, Oscar Isaac (“Star Wars: Os Últimos Jedi”) como seu marido Gomez, Chloë Grace Moretz (“Carrie, a Estranha”) e Finn Wolfhard (série “Stranger Things”) nos papéis dos filhos Vandinha e Feioso (Pugsley), Nick Kroll (série “The League”) como o Tio Chico (Fester), Bette Midler (“Abracadabra”) como a Vovó Addams, Snopp Dog (“Meu Nome é Dolemite”) como o primo Coisa (It) e Allison Janney (vencedora do Oscar 2018 de Melhor Atriz Coadjuvante por “Eu, Tonya”) como a vilã Margaux Needler. Orçada em US$ 50 milhões, a produção acabou faturando US$ 203 milhões em todo mundo, mas não agradou a crítica, com apenas 44% de aprovação no Rotten Tomatoes. A continuação tinha estreia marcada para 22 de outubro de 2021, mas, devido ao coronavírus, o pôster inaugural evita data específica e estampa que seu lançamento vai acontecer “em breve”. Por enquanto, não há informações sobre a trama do novo filme.
Pinóquio de Guillermo del Toro oficializa elenco estelar
Primeiro projeto de Guillermo del Toro a ser lançado após o cineasta assinar contrato de exclusividade com a Netflix, a versão animada gótica de “Pinóquio” oficializou seu elenco de dubladores. A Netflix anunciou nas redes sociais um elenco estelar, que inclui o estreante Gregory Mann como Pinóquio, Ewan McGregor (“Aves de Rapina”) como o Grilo Falante e David Bradley (“Game of Thrones”) como Gepetto, além de Cate Blanchett (“Carol”), Tilda Swinton (“Suspiria”), Tim Blake Nelson (“Watchmen”), Finn Wolfhard (“Stranger Things”), Ron Perlman (“Hellboy”), Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”), John Turturro (“Transformers”) e Burn Gorman (“The Expanse”). A animação em stop-motion vai contar uma versão altamente estilizada da fábula de Carlo Collodi (1826–1890), passada nos anos 1930, durante a ascensão do fascismo na Itália de Mussolini. A trama é descrita como uma história de amor e desobediência, mostrando como Pinóquio luta para corresponder às expectativas de seu pai. O projeto está sendo desenvolvido há cerca de uma década – as primeiras imagens dos bonecos dos personagens foram divulgadas em 2011 – , porque é uma produção altamente artesanal. Para fazer o filme, Del Toro se juntou com Mark Gustafson, animador de “O Fantástico Sr. Raposo” (2009), com quem divide a direção, com Patrick McHale, que criou a minissérie animada “Over the Garden Wall” e escreveu episódios de “Adventure Time”, com quem divide o roteiro, e para o design da produção ainda se inspirou na arte de Gris Grimly, ilustrador de livros infantis, que concebeu o visual de um “Pinóquio” gótico em 2002. A produção, por sua vez, conta com parcerias com a Jim Henson Company (“O Cristal Encantado: A Era da Resistência”) e a ShadowMachine (“BoJack Horseman”), e ainda terá fantoches criados pela produtora Mackinnon and Saunders (“Noiva Cadáver”). Com estreia prevista para 2021, a animação vai chegar depois de uma nova produção live-action de “Pinóquio”, dirigida por Matteo Garrone, que teve première no Festival de Berlim, mas provavelmente antes de outra versão da Disney, com direção de Robert Zemeckis (“De Volta Para o Futuro”), atualmente em pré-produção e ainda sem gravações agendadas. O plano é que o “Pinóquio” de del Toro não seja lançado só na plataforma, mas também nos cinemas. Antes disso, del Toro deve lançar seu remake de “O Beco das Almas Perdidas” (Nightmare Alley, 1947), que teve as filmagens interrompidas devido à pandemia do coronavírus. O diretor deve reiniciar a produção em Toronto ainda neste outono norte-americano. Introducing the epic cast of @RealGDT's stop-motion PINOCCHIO film: Newcomer Gregory Mann as PinocchioEwan McGregor as CricketDavid Bradley as Gepetto Plus:Tilda SwintonChristoph WaltzFinn WolfhardCate BlanchettJohn TurturroRon PerlmanTim Blake NelsonBurn Gorman pic.twitter.com/Jo5HtfdVc4 — NetflixFilm (@NetflixFilm) August 19, 2020
Os Orfãos não aterroriza, mas é terrível
Em uma entrevista disponível nos extras do DVD de “Invocação do Mal”, o cineasta James Wan conta que quando recebeu o roteiro do filme, escrito pelos irmãos Chad e Carey W. Hayes, o texto vinha repleto de cenas de sustos, com poucos intervalos para o desenvolvimento dos personagens. Na ocasião, os roteiristas justificaram sua escolha dizendo que, por se tratar de uma obra de terror, os sustos eram fundamentais. Wan contrapôs esse argumento, explicando a necessidade de construir a tensão que culminaria nos sustos. A visão do experiente diretor prevaleceu e, no final, o resultado foi extremamente bem-sucedido. Esta anedota comprova a necessidade de ter alguém que entenda do gênero na realização de um filme de terror. Infelizmente, este não é o caso de “Os Órfãos”, novo roteiro dos irmãos Hayes, que adaptam o romance gótico “A Volta do Parafuso”, com direção de Floria Sigismondi (“The Runaways: Garotas do Rock”). A trama acompanha a professora Kate (Mackenzie Davis, de “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”), recém-contratada como tutora de Flora (Brooklynn Prince, de “Projeto Flórida”), uma pequena órfã que vive em uma mansão isolada. Pouco tempo depois, o irmão mais velho dela, Miles (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”), chega em casa e logo passa a questionar a autoridade da professora. Kate também não encontra auxílio na governanta Mrs. Grose (Barbara Marten, de “Sanctuary”), descontente com a sua presença naquela casa. E, para completar, estranhas aparições e vultos começam a assustá-la, fazendo-a questionar a sua própria sanidade. O livro de Henry James já foi adaptado inúmeras vezes. Sua versão mais conhecida é “Os Inocentes” (1961), escrita por Truman Capote. Naquele caso, o roteirista explorou a tensão sexual da sua protagonista, sugerindo a revolução sexual que ocorreria nos anos seguintes. Tudo isso se perde nessa nova adaptação. Os roteiristas utilizam apenas um fiapo da trama do livro, criando uma narrativa que não sabe para onde caminha e culmina em lugar algum. O texto sem pé nem cabeça aposta em situações inverossímeis e inexplicáveis, apoiando-se em soluções canhestras que em nada influenciam na narrativa. A ideia de ambientar o filme na década de 1990, por exemplo, não tem qualquer importância. Não é nem o presente nem a época original da história, publicada em 1898. A única justificativa para tal escolha é a necessidade de afastar os personagens de tecnologias modernas, como smartphones e internet. Porém, isso se mostra uma alternativa preguiçosa e uma oportunidade desperdiçada, por não dialogar com a época retratada. É visível também a inexperiência de Floria Sigismondi com o gênero. A diretora aposta em uma sucessão de (tentativas de) sustos que, apresentados em sequência e sem qualquer respiro, acaba anestesiando o público. Da mesma maneira, a falta de preocupação com o desenvolvimento dos personagens causa antipatia. Se por um lado a cineasta retrata Miles como um jovem rico e aborrecido, sua tentativa de estabelecer uma relação matriarcal entre Kate e Flora é igualmente problemática, pois o filme não parece se importar muito com as ramificações desta relação. Seu interesse maior é em tentar nos surpreender com uma reviravolta que nem sequer faz sentido para história. Aliás, essa reviravolta no terceiro ato foi determinante para o longa-metragem receber a classificação “F” (a pior possível) no CinemaScore, uma pesquisa de opinião entre o público americano. E, de fato, o final de “Os Órfãos” é terrível, mas é apenas um dos seus problemas, e certamente não é o único.
Os Órfãos vira segundo terror do ano considerado lixo pelo público americano
Críticas negativas não costumam espantar fãs de filmes de terror, gênero que sempre sofreu muito preconceito entre “especialistas” em cinema. Mas em 2020 o público está sendo tão duro quanto a crítica. Neste fim de semana, “Os Órfãos” (The Turning) virou o segundo terror de 2020 a receber classificação “F” no CinemaScore (pesquisa de opinião entre o público de cinema dos EUA). Trata-se da pior nota possível, raramente dada por quem pagou para ver o filme pesquisado. Entretanto, o terrível “F” marcou de forma infame o lançamento da Universal apenas três semanas após o reboot de “O Grito” receber a mesma praga do público. Ou seja, em apenas dois meses, dois filmes de terror foram considerados lixo completo pelos espectadores de cinema dos Estados Unidos. Para entender a dimensão dessa repulsa, é importante notar que nenhum filme tirou nota “F” durante todo o ano de 2019. Nem em 2018. Na verdade, o “F” não era pronunciado pelo público americano desde o divisivo “Mãe!”, de Darren Aronofsky, em 2017. “Mãe!”, ao menos, conseguiu agradar parte da crítica, obtendo 69% de aprovação no Rotten Tomatoes. No caso dos novos terrores, porém, a execração é unânime. “O Grito” teve apenas 16% de aprovação no Rotten Tomatoes. E “Os Órfãos” conseguiu se sair pior, com 13%. Ambos são histórias batidíssimas, que consagram a falta de criatividade dos produtores de Hollywood. A história de “O Grito” é tão manjada que a produção já é a segunda versão americana levada às telas neste século. E olha que o “original” do cinema japonês também era refilmagem de outra produção, um telefilme do mesmo diretor, Takashi Shimizu. Para resumir: foi a quarta vez que a mesma história chegou às telas desde 2000. Isto, porém, é risível perto da quantidade de vezes que a história de “Os Órfãos” já foi filmada. O filme de Floria Sigismondi (“Runaways – Garotas do Rock”) é uma adaptação do clássico do terror gótico americano “A Volta do Parafuso”, de Henry James, uma das histórias de fantasmas mais conhecidas e filmadas de todos os tempos. A obra já rendeu um clássico absoluto, “Os Inocentes” (1961), com Deborah Kerr, e tem até versão brasileira, “Através da Sombra” (2015), de Walter Lima Jr. Para não falar que a iniciativa foi motivada por falta de versão recente na língua inglesa, a BBC produziu uma versão com Michelle Dockery em 2009. Considerando a unanimidade conquistada, “Os Órfãos” deve ser a pior adaptação de todas. Mas o longa em que Mackenzie Davis (“Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”) é aterrorizada por Finn Wolfhard (o Mike de “Stranger Things”) e Brooklynn Prince (a revelação de “Projeto Flórida”) pode perder esse título em breve. Como se não bastasse, em agosto será lançada uma versão neozelandesa da mesma história e a Netflix pretende usá-la como base da 2ª temporada de “A Maldição da Residência Hill”. A estreia de “Os Órfãos” no Brasil está marcada para quinta-feira (30/1), enquanto “O Grito” se dispõe a ser xingado em português a partir de 13 de fevereiro.









