Festival Varilux traz filmes e séries franceses aos cinemas
O Festival Varilux de Cinema Francês começa sua edição de 2022 nesta terça (21/6) com uma programação de 17 filmes, que serão exibidos em 92 cinemas de 50 cidades até 6 de julho. Além dos filmes, o evento contará com 11 convidados internacionais e uma novidade: a inclusão de séries. Os 17 longas são inéditos no Brasil, reunindo filmes premiados em festivais internacionais e sucessos de bilheteria na França. Nem todos os diretores são franceses. Duas vezes vencedor do Oscar, o iraniano Asghar Farhadi está presente na seleção com uma coprodução francesa: “Um Herói”, vencedor do Grand Prix no Festival de Cannes em 2021. A lista também destaca “O Acontecimento”, de Audrey Diwan, vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2021, “Contratempos”, de Eric Gravel, premiado na Mostra Horizontes de Veneza, “Um Pequeno Grande Plano”, dirigido e estrelado por Louis Garrel, e “Peter Von Kant”, o mais recente filme de François Ozon, exibido no Festival de Berlim deste ano. A programação ainda inclui duas obras escolhidas como homenagens: “O Papai Noel é um Picareta” (1982), de Jean-Marie Poiré, que comemora 40 anos, e “As Aventuras de Molière” (2007), de Laurent Tirard e Ariane Mnouchkine, em comemoração aos 400 anos de nascimento do famoso dramaturgo francês. Já a relação de profissionais do cinema francês que marcarão presença em sessões no Rio de Janeiro e em São Paulo conta com o diretor Eric Gravel, de “Contratempos”, e o ator Gilles Lellouche, que tem três filmes na programação – “O Destino de Hoffman”, “Kompromat” e o sucesso “Golias”, uma das maiores bilheterias da França em 2022. Para completar, serão exibidos episódios de sete séries também inéditas no Brasil: “Cheyenne e Lola”, “As Sentinelas”, “Jogos do Poder”, “O que Pauline Não Diz”, “Ópera”, “Síndrome E” e “A Corda”. As sessões são gratuitas, mas apresentarão apenas os dois primeiros capítulos de cada uma das produções e somente no Rio e em São Paulo. Horários, salas e outros detalhes da programação podem ser conferidos no site oficial do evento: https://variluxcinefrances.com/
Festival de Veneza homenageará Catherine Deneuve com Leão de Ouro pela carreira
A icônica estrela do cinema francês Catherine Deneuve será homenageada na 79ª edição do Festival de Veneza com um Leão de Ouro honorário pelas realizações de sua carreira. “É uma alegria receber esse prestigioso prêmio no Festival de Veneza, que amo e conheço há muito tempo, desde que participei com o filme ‘A Bela da Tarde’ (1967), de Luis Buñuel, premiado com o Leão de Ouro”, declarou a atriz de 78 anos em comunicado. Entre os vários prêmios de sua carreira, a estrela mais indicada a troféus César (o Oscar francês) de todos os tempos possui uma Coppa Volpi de Melhor Atriz no Festival de Veneza de 1998 por “Place Vendôme”, de Nicole Garcia. Diretor do evento, o crítico italiano Alberto Barbera, acrescentou que festival vai homenagear a “eterna diva, um verdadeiro ícone das grandes telas (…) entre as maiores intérpretes da historia do cinema”. Deneuve já ganhou homenagens semelhantes do Festival de Cannes e de Berlim. Durante sua carreira extraordinária, Catherine Deneuve trabalhou com alguns dos maiores cineastas e estrelou uma quantidade impressionante de clássicos do cinema mundial, incluindo “Vício e Virtude” (1963), de Roger Vadim, “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964), “Duas Garotas Românticas” (1967) e “Pele de Asno” (1970), de Jacques Demy, “Repulsa ao Sexo” (1965), de Roman Polansky, “A Bela da Tarde” (1967) e “Tristana” (1970), de Luis Buñuel, “Liza” (1972) e “Não Toque na Mulher Branca” (1974), de Marco Ferreri, “A Sereia do Mississipi” (1969) e “O Último Metrô” (1980), de François Truffaut, “Fome de Viver” (1983), de Tony Scott, “Indochina” (1992), de Régis Wargnier, “Minha Estação Preferida” (1993), de André Téchiné, “Place Vendôme” (1998), de Nicole Garcia, “Pola X” (1999), de Leos Carax, “Dançando no Escuro” (2000), de Lars von Trier, “8 Mulheres” (2002), de François Ozon, “De Cabeça Erguida” (2015), de Emmanuelle Bercot, “A Verdade” (2019), de Hirokazu Koreeda… E isso é só uma pequena mostra. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por La Biennale di Venezia (@labiennale)
Kang Soo-youn (1966–2022)
A atriz Kang Soo-youn, primeira sul-coreana premiada num festival europeu de ponta, morreu no sábado (7/5) em um hospital de Seul, após sofrer uma parada cardíaca e uma hemorragia cerebral. Ela tinha 55 anos. Soo-youn começou a atuar no cinema ainda criança, com 4 anos de idade numa série da emissora local TBC. A estreia no cinema aconteceu aos 11 e abriu uma sucessão de filmes que a transformou numa das atrizes mirins mais populares da Coreia do Sul. Até que, aos 21 anos, ela se reinventou como atriz de dramas adultos, consagrando-se como Melhor Atriz do Festival de Veneza por seu papel em “The Surrogate Womb”, dirigido por Im Kwon-taek. O filme representou uma mudança radical em sua carreira, trocando sua imagem de menina inocente pela de uma adolescente disposta a tudo, que convence um homem em busca de uma barriga de aluguel a contratá-la para engravidar dele por dinheiro. Ao se tornar a primeira sul-coreana reconhecida no Festival de Veneza, ela se transformou numa das maiores estrelas de seu país natal. Dois anos depois, com o cabelo raspado para viver uma monja budista, ela ainda recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Moscou por “Come Come Come Upward”, de Im Kwon-taek, estabelecendo-se como a maior estrela da Coreia do Sul – o que lhe rendeu convites para integrar o júri de festivais importantes, como de Tóquio e o próprio Festival de Moscou. Soo-youn permaneceu uma das atrizes mais ativas do cinema sul-coreano até o final dos anos 1990. Mas depois de “Rainbow Trout” em 1999, ela decidiu priorizar a televisão, afastando-se das telas grandes para estrelar o drama político histórico “Ladies of the Palace” (2001) no canal SBS, que se tornou uma das séries de maior audiência da Coreia do Sul. Nos últimos anos, porém, ela preferiu diminuir o ritmo. Foram apenas cinco longa-metragens neste século, com o último lançado em 2011. Em compensação, de 2015 a 2017, foi co-diretora executiva do Festival de Busan, principal evento de cinema de seu país. Ela estava pronta para retomar sua carreira com “Jung-E”, produção da Netflix dirigida por Yeon Sang-ho (“Invasão Zumbi”).
Festival de Veneza homenageará Paul Schrader com Leão de Ouro especial
O cineasta Paul Schrader será o grande homenageado do Festival de Veneza deste ano. Ele receberá o Leão de Ouro especial pela sua carreira na 79ª edição da mostra cinematográfica, que será realizada de 31 de agosto a 10 de setembro na cidade italiana. “Me sinto profundamente honrado, Veneza é o leão do meu coração”, disse o diretor de 75 anos em um comunicado à imprensa. Para o diretor da Mostra, o crítico italiano Alberto Barbera, o prêmio é uma homenagem a “uma figura da Nova Hollywood, que revolucionou a imaginação, a estética e a linguagem do cinema americano no final dos anos 1960”. Paul Schrader é “um dos autores americanos mais importantes de sua geração, um cineasta que foi influenciado profundamente pela cultura e pelo cinema europeu, um roteirista obstinadamente independente”, acrescentou. Schrader se tornou conhecido primeiramente como roteirista de “Taxi Driver” (1976), numa parceria com Martin Scorsese, antes de se lançar como diretor no final dos anos 1970. Ele dirigiu clássicos como “Hardcore: No Submundo do Sexo” (1979), “Gigolô Americano” (1980), “A Marca da Pantera” (1982) e “Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos” (1985), antes de se especializar em suspenses e se tornar queridinho do cinema independente. Um de seus filmes mais recentes, “Fé Corrompida” (2017), venceu nada menos que 60 prêmios internacionais e lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Roteiro Original. O último, “The Card Counter”, foi exibido no Festival de Veneza do ano passado. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por La Biennale di Venezia (@labiennale)
Festival de Veneza não boicotará cineastas russos “que se opõem ao regime atual”
O Festival de Veneza anunciou nesta quarta (2/3) que não vai banir cineastas russos que se oponham ao atual regime do país, nem seus filmes. “La Biennale di Venezia não fechará suas portas para aqueles que defendem a liberdade de expressão e se manifestam contra a desprezível e inaceitável decisão de atacar um Estado soberano e seu povo indefeso. Para aqueles que se opõem ao regime atual na Rússia sempre haverá lugar em suas mostras”, diz o texto do comunicado oficial dos organizadores do festival. No entanto, o comunicado reforça que o festival rejeitará “qualquer forma de colaboração com aqueles que, pelo contrário, realizaram ou apoiaram atos tão graves de agressão”. A mostra de cinema “não aceitará, portanto, a presença em nenhum de seus eventos de delegações oficiais, instituições ou pessoas vinculadas em qualquer capacidade ao governo russo”. Ao mesmo tempo, fará todos os esforços possíveis para contar com representação da Ucrânia. A declaração ecoa um comunicado do Festival de Cannes, que na terça apontou um caminho semelhante, permitindo filmes russos, mas vetando delegações oficiais russas em 2022. Ambos os festivais tomaram uma atitude mais branda diante de festivais como Estocolmo e Glasgow, que decidiram não exibir qualquer filme russo neste ano, atendendo a um apelo da Academia Ucraniana de Cinema diante da invasão da Ucrânia por tropas russas. Por outro lado, o pedido de boicote total foi atendido pela Academia Europeia de Cinema, que vetou a inclusão de filmes do país de Vladimir Putin na competição dos European Film Awards deste ano, premiação considerada o Oscar europeu.
Almodóvar lança filme na Netflix após falar mal da plataforma
O novo filme do cineasta espanhol Pedro Almodóvar, “Mães Paralelas”, vai chegar na Netflix cinco após o diretor ter falado mal da plataforma e ajudado a acabar com a participação de produções do serviço no Festival de Cannes. Presidente do Festival de Cannes 2017, que teve a primeira e última participação de longas da Netflix, Almodóvar se manifestou veementemente contra a participação de títulos da plataforma na competição. Durante a entrevista coletiva do júri do festival, ele partiu com ímpeto contra o streaming, afirmando que seria um paradoxo que um filme premiado em Cannes não pudesse ser visto nos cinemas. “Eu pessoalmente entendo que a Palma de Ouro não deve ser entregue para um filme que não seja visto nos cinemas”, afirmou. “Tudo isso não significa que eu não esteja aberto para celebrar novas tecnologias e oportunidades, mas enquanto eu estiver vivo, vou defender a capacidade de hipnose que uma tela grande tem sobre o espectador, algo que as novas gerações não conhecem”. A imprensa internacional resolveu provocar, questionando se ele preferia vencer a Palma de Ouro ou ser assistido nos 190 países nos quais os serviços da Netflix são oferecidos. Almodóvar reagiu de forma exaltada. “Mais do que ser visto em 190 países, para mim um filme meu precisa sempre ser assistido em uma tela grande”. Desde estas declarações, o Festival de Cannes deixou de incluir filmes da Netflix em sua programação. A ironia é que a Netflix adquiriu “Mães Paralelas” após o filme abrir o Festival de Veneza, onde foi premiado – troféu de Melhor Atriz para Penélope Cruz. Ninguém ainda perguntou a Almodóvar o que ele acha de ter um filme premiado lançado apenas em streaming no mercado internacional. O primeiro trailer do lançamento em streaming foi divulgado nesta terça (18/1), revelando a data de estreia de “Mães Paralelas” na Netflix: 18 de fevereiro.
Mães Paralelas: Novo filme de Almodóvar ganha trailer da Netflix
A Netflix divulgou o trailer legendado de “Mães Paralelas”, o novo filme de Pedro Almodóvar, que será lançado diretamente em streaming após ser premiado no Festival de Veneza. A prévia gira em torno da maternidade da personagem de Penélope Cruz, que volta a trabalhar com o diretor na esteira do sucesso de “Dor e Glória”. O filme reforça a mudança temática na produção de Almodóvar, que trocou o desejo, principal manifestação de seus primeiros trabalhos, por histórias de maternidade. A mudança já aconteceu há bastante tempo, como se pode constatar no vencedor do Oscar de 1999 “Tudo Sobre Minha Mãe” e em “Volver”, indicado ao Oscar de 2006. E esteve presente de forma clara em “Dor e Glória”, o filme mais recente e autobiográfico do diretor, que também trouxe Penélope Cruz no papel de mãe. Além de Cruz, o filme tem como protagonistas Aitana Sánchez Gijón (“Velvet Colección”) e a novata Milena Smit (“No Matarás”), e ainda destaca Israel Elejalde (“Veneno”) e outras duas colaboradoras de longa data de Almodóvar, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol indicado ao Oscar. “Mães Paralelas” estreia em 18 de fevereiro em streaming.
Brasil fica fora da disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional
O Brasil ficou mais uma vez fora da disputa do Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional. O candidato brasileiro “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, não passou pela primeira peneira da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, que anunciou nesta terça (21/12) os finalistas em várias categorias. O Brasil não emplaca um indicado na disputa de longa-metragem internacional há 22 anos, desde o excelente “Central do Brasil” em 1999, que também rendeu indicação a Fernanda Montenegro como Melhor Atriz. Em 2008, “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” chegou perto, passando pela primeira peneira, mas acabou não sendo incluído na lista final da Academia. Apesar de premiado no Festival de Veneza, o longa de Aly Muritiba não foi a ausência que chamou mais atenção. A condição de corte mais traumático pertence a “Titane”, de Julia Ducournau, que representava a França após vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano. Entre os que seguem na disputa estão três favoritaços: o japonês “Drive My Car”, escolhido como Melhor Filme do ano (em geral) pelos críticos de Nova York e Los Angeles, o iraniano “A Hero”, de Asghar Farhadi, que já venceu duas vezes a categoria, e o documentário animado dinamarquês “Flee”, um dos destaques da temporada de premiação. Outros títulos que merecem atenção são o italiano “A Mão de Deus”, produção da Netflix vencedora do Leão de Prata no Festival de Veneza e dirigida por Paolo Sorrentino (que também já conquistou a categoria anteriormente), o terror islandês “Lamb”, com Noomi Rapace, e o alemão “O Homem Ideal”, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta (23/12). O Brasil segue no Oscar por meio do curta-metragem “Seiva Bruta”, de Gustavo Milan, que entrou na pré-seleção da categoria de Melhor Curta. Os cinco indicados (finalistas) de cada categoria serão anunciados no dia 8 de fevereiro. Já a premiação está marcada para 27 de março, com transmissão ao vivo de Los Angeles para o Brasil pelo canal pago TNT e pela plataforma Globoplay. Veja abaixo a lista dos filmes pré-selecionados na categoria de Melhor Filme Internacional “Great Freedom” (Áustria) “Playground” (Bélgica) “Lunana: A Yak in the Classroom” (Butão) “Flee” (Dinamarca) “Compartment No. 6” (Finlândia) “O Homem Ideal” (Alemanha) “Lamb” (Islândia) “A Hero” (Irã) “A Mão de Deus” (Itália) “Drive My Car” (Japão) “Hive” (Kosovo) “Noche de Fuego” (México) “The Worst Person in the World” (Noruega) “Plaza Catedral” (Panamá) “El Buen Patrón” (Espanha)
Benedict Cumberbatch teve intoxicação por fumar no filme “Ataque dos Cães”
O ator Benedict Cumberbatch (“Doutor Estranho”) revelou que teve três intoxicações por nicotina ao fumar cigarros reais nas filmagens “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog), que estreia na Netflix em 1º de dezembro. “Cigarros sem filtro, tomada após tomada após tomada. Eu tive intoxicação por nicotina três vezes. Quando você precisa fumar muito, é horrível de verdade”, disse o ator em entrevista à revista Esquire. Ele contou que, em busca da maior fidelidade possível para o primeiro papel de cowboy de sua carreira, também evitou tomar banho para ter um fedor autêntico do Velho Oeste. “Eu queria aquela camada de fedor em mim. Queria que as pessoas ao meu redor soubessem o meu cheiro. Mas foi difícil, não foi só durante os ensaios. Eu saía para comer e conhecer amigos da Jane [Campion, a diretora do filme]. Fiquei com um pouco de vergonha da faxineira do local onde eu estava morando”, confessou. Indo além, passou a manter o sotaque e só atender quem lhe chamasse pelo nome de seu personagem, Phil. O ator mantinha até o sotaque para não sair do personagem, e não respondia quando alguém o chamava pelo seu nome real: “Quando alguém esquecia, no primeiro dia, e me chamava de Benedict, eu não me mexia”. O personagem do ator é um homem intimidador e bruto, e razão de desespero para a personagem de Kirsten Dunst (“Melancolia”), diante do bullying que ele pratica contra seu filho, encarnado por Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”). A perseguição maldosa também deixa claro o subtexto gay do interesse do vilão em sua vítima. O elenco ainda destaca Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”), casado com Dunst na vida real. A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. A adaptação é dirigida por Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – e que acrescentou em sua estante o troféu de Melhor Direção no Festival de Veneza deste ano com esta nova obra. “Ataque dos Cães” também venceu o Festival de San Sebastián e atingiu 92% de aprovação da crítica norte-americana e britânica no site Rotten Tomatoes.
Ataque dos Cães: Benedict Cumberbatch é cowboy maldoso em trailer tenso
A Netflix divulgou novos pôsteres e o trailer legendado de “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog), western dirigido por Jane Campion, primeira mulher a vencer a Palma de Ouro do Festival de Cannes – por “O Piano”, em 1993 – e que acrescentou em sua estante o troféu de Melhor Direção no Festival de Veneza deste ano com esta nova obra. A prévia explora o poder intimidador do protagonista, um homem bruto encarnado pelo ator inglês Benedict Cumberbatch (“Dr. Estranho”) no primeiro papel de cowboy de sua carreira, e o desespero da personagem de Kirsten Dunst (“Melancolia”) diante do bullying que ele pratica contra seu filho, encarnado por Kodi Smit-McPhee (“X-Men: Fênix Negra”). A perseguição maldosa também deixa claro o subtexto gay do interesse do vilão em sua vítima. O elenco ainda destaca Jesse Plemons (“Judas e o Messias Negro”), casado com Dunst na vida real. A trama adapta o romance homônimo de Thomas Savage sobre o relacionamento complicado entre dois irmãos, Phil (Cumberbatch) e George Burbank (Plemons). Quando George se casa secretamente com uma viúva (Dunst), seu irmão trava uma guerra implacável para destrui-la. “Ataque dos Cães” também venceu o Festival de San Sebastián e atingiu 92% de aprovação da crítica norte-americana e britânica no site Rotten Tomatoes. A estreia em streaming vai acontecer em 1 de dezembro.
Novo filme de Pedro Almodóvar será lançado no Brasil pela Netflix
A Netflix anunciou que será responsável por lançar “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, no Brasil. O novo filme do cineasta espanhol, que rendeu o troféu de Melhor Atriz para Penélope Cruz no recente Festival de Veneza, “chega aqui no começo de 2022”, de acordo com uma postagem da plataforma nas redes sociais. A revista americana Variety confirmou que a plataforma comprou os direitos de distribuição do longa para toda a América Latina. “Madres Paralelas” será o primeiro longa do diretor distribuído em streaming no Brasil. Mas o negócio tem precedentes, já que o anúncio acontece poucos dias após o curta “A Voz Humana”, dirigido por Almodóvar, chegar em VOD no país. A trama de “Madres Paralelas” gira em torno da maternidade da personagem de Penélope Cruz, que volta a trabalhar com o diretor após o sucesso de “Dor e Glória”. O elenco também destaca Aitana Sánchez Gijón (“Velvet Colección”) e a novata Milena Smit (“No Matarás”), além de Israel Elejalde (“Veneno”) e outras duas colaboradoras de longa data de Almodóvar, Julieta Serrano e Rossy de Palma, que trabalharam juntas em “Mulheres à Beira de um Colapso Nervoso” (1988) – o primeiro longa do cineasta espanhol indicado ao Oscar. Confira abaixo o anúncio da plataforma. Eu gosto de começar o feriado com boas notícias. Madres Paralelas, o mais novo filme do diretor Pedro Almodóvar, chega aqui no começo de 2022. pic.twitter.com/g6mfTTrHbK — netflixbrasil (@NetflixBrasil) November 2, 2021
“Deserto Particular” é o candidato brasileiro ao Oscar 2022
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais escolheu “Deserto Particular”, do diretor Aly Muritiba, como representante do Brasil no Oscar 2022. Premiado no Festival de Veneza, o longa tentará uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional na premiação da Academia americana. “Deserto Particular” lida com aquilo que o diretor chama de “os afetos masculinos no Brasil contemporâneo” e traz Antonio Saboia (“Bacurau”) como protagonista, no papel de um policial curitibano. Profissional exemplar, ele comete um erro e é afastado de sua função, colocando sua carreira e honra em risco. Sua única alegria é uma moradora do sertão da Bahia com quem se relaciona virtualmente. Não vendo mais sentido em continuar vivendo em Curitiba, ele parte em busca da mulher após seu desaparecimento. Mas logo tem uma surpresa, ao encontrar o personagem de Pedro Fasanaro (“Onde Nascem os Fortes”). Bastante aplaudido ao ser exibido em Veneza, o longa venceu o prêmio do público da mostra paralela Venice Days e fará sua estreia brasileira na 45ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que começa na próxima semana. O lançamento comercial está marcado para o dia 25 de novembro. Em comunicado, Aly Muritiba se disse “extremamente feliz e honrado” de ter seu filme escolhido para representar o Brasil na corrida do Oscar em 2022. “‘Deserto Particular’ é um filme de amor, feito num país conflagrado, dividido, que vem sido regido no signo sob o discurso do ódio, e ter, nesse contexto, nesse momento histórico, um filme de amor como o escolhido para representar nosso país, é uma bela mensagem, um belo sinal, mandado pelos representantes da Academia Brasileira de Cinema. Um recado de crença no cinema, e de crença no poder transformador do amor, da tolerância, do encontro. Fico muito feliz de ter essa responsabilidade, de levar pra os membros da Academia Norte-americana (sic) de Cinema uma outra visão, uma visão distinta de Brasil. Um Brasil mais tolerante, amável. Um Brasil que está muito mais disposto ao encontro, ao sorriso e ao prazer do que à disputa, à guerra, à raiva e ao ódio”, declarou Muritiba. Além de “Deserto Particular”, também disputaram a vaga os filmes “7 Prisioneiros”, “A Nuvem Rosa”, “A Última Floresta”, “Cabeça de Nêgo”, “Callado”, “Carro Rei”, “Cavalo”, “Doutor Gama”, “Limiar”, “Medida Provisória”, “Meu Nome é Bagdáa”, “Por que Você não Chora?”, “Selvagem” e “Um Dia Com Jerusa”. O longa vai se juntar agora a produções de mais de 70 países, que serão examinadas por um comitê especializado da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA (AMPAS, na sigla em inglês), responsável por fazer uma primeira peneira e selecionar os títulos que seguirão na disputa. Na edição passada, foram pré-selecionados 15 filmes, antes do número ser reduzido para os 5 finalistas – os indicados oficiais – na disputa do Oscar. O Brasil não emplaca um indicado há 22 anos, desde o excelente “Central do Brasil” em 1999, que também rendeu indicação a Fernanda Montenegro como Melhor Atriz. Em 2008, “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” chegou a ser pré-indicado, mas não foi incluído na lista final da Academia. No ano passado, o candidato brasileiro foi o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz. A lista dos indicados em todas as categorias será anunciada em 8 de fevereiro e a premiação do Oscar acontecerá em 27 de março de 2022, com transmissão ao vivo no Brasil pelo canal pago TNT e pela plataforma Globoplay.
Festival de Veneza premia temáticas e cineastas femininas
O drama francês “Happening”, da cineasta Audrey Diwan, venceu neste sábado (11/9) o Leão de Ouro no Festival de Veneza, numa premiação histórica, que pode ser vista como uma forte mensagem pelos direitos das mulheres, com muitos troféus distribuídos para cineastas e temas femininos. “Sinto-me ouvido esta noite!”, disse Diwan ao aceitar o prêmio. Adaptação do romance homônimo de Annie Ernaux, “Happening” (L’Événement, em francês) conta a história de uma brilhante estudante universitária francesa do início dos anos 1960 que vê sua emancipação ameaçada ao engravidar. Sem opções legais disponíveis, ela tenta encontrar uma maneira de abortar ilegalmente. Além de escolher este filme, o Júri de Veneza, presidido pelo diretor sul-coreano Bong Joon-ho (“Parasita”), também enalteceu um filme sobre maternidade, “Madres Paralelas”, de Pedro Almodóvar, dando à Penélope Cruz o troféu de Melhor Atriz. Numa premiação bastante focada em conquistas femininas, o troféu de Melhor Direção foi para outra cineasta, a neozelandesa Jane Campion por seu primeiro longa em 12 anos, o faroeste empoderador da Netflix “The Power of the Dog”. Para completar o festival das mulheres, a atriz Maggie Gyllenhaal levou o prêmio de Melhor Roteiro por sua estreia na direção, “The Lost Daughter”, adaptação de um romance da escritora italiana Elena Ferrante (pseudônimo de autor desconhecido). O filme masculino mais bem cotado foi o nostálgico “The Hand of God”, inspirado pela juventude do diretor italiano Pablo Sorrentino, que ganhou o Grande Prêmio do Júri (2º lugar) e rendeu ao protagonista Filippo Scotti o troféu de Melhor Jovem Ator. O filipino John Arcilla ficou com a Copa Volpi de Melhor Ator por “On The Job: The Missing 8”, e “Il Buco”, exploração cinematográfica do italiano Michelangelo Frammartino de uma das cavernas mais profundas do mundo, com o Prêmio Especial do Júri. Veja abaixo a premiação completa. Leão de Ouro (Melhor Filme) “Happening”, de Audrey Diwan Grande Prêmio de Júri (2ª Lugar) “The Hand of God”, de Paolo Sorrentino Leão de Prata (Melhor Direção) Jane Campion (“The Power of the Dog”) Copa Volpi Feminina (Melhor Atriz) Penélope Cruz (“Madres Paralelas”) Copa Volpi Masculina (Melhor Ator) John Arcilla (“On The Job: The Missing 8”) Osella de Ouro (Melhor Roteiro) Maggie Gyllenhaal (“The Lost Daughter”) Prêmio Especial do Júri (3ª Lugar) “Il Buco”, de Michelangelo Frammartino Prêmio Marcello Mastroianni (Melhor Ator Jovem) Filippo Scotti (“The Hand of God”) Leão do Futuro (Melhor Filme de Estreia) “Imaculat”, de Monica Stan e George Chiper-Lillemark










