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    J.K. Rowling devolve prêmio humanitário após acusações de transfobia

    30 de agosto de 2020 /

    A escritora J.K. Rowling, autora dos livros da saga “Harry Potter” e da franquia cinematográfica derivada, “Animais Fantásticos”, devolveu um prêmio que recebeu da fundação de Direitos Humanos batizada com o nome do falecido senador Robert F Kennedy. O prêmio Ripple of Hope, cujos vencedores anteriores incluem Barack Obama, Joe Biden e o arcebispo Desmond Tutu, é concedido a pessoas que demonstram “compromisso com mudanças sociais” e foi concedido à autora de “Harry Potter” em dezembro de 2019 por seu trabalho com uma instituição de caridade para crianças. Desde então, Rowling fez comentários transfóbicos na internet e Kerry Kennedy, filha do célebre político americano e presidente da fundação, manifestou sua “profunda decepção”. Em um comunicado oficial, a escritora afirma que considerou “incorreto” o posicionamento de Kerry Kennedy, que a considerou “responsável por machucar pessoas trans”. Rowling fez questão de relembrar que é uma antiga doadora de caridades voltadas à comunidade LGBT e sempre apoiou o direito de pessoas trans de viver livre de perseguição, mas reafirmou algumas de suas posições justificando que sua luta é pelo direito das mulheres. “Nenhum prêmio ou homenagem, não importa minha admiração pela pessoa que o concebeu, significa tanto pra mim a ponto de eu renunciar ao direito de seguir as regras de minha própria consciência”, ela disse, em comunicado, sobre a decisão de devolver a homenagem. Em sua manifestação, Rowling repetiu comentários que revoltaram fãs de “Harry Potter”, ao chamar a defesa dos direitos trans de “radical” e afirmar que “há conflito entre o atual movimento radical pelos direitos trans e os direitos das mulheres”. Rowling começou a se manifestar publicamente contrária aos direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados em junho com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocava mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. Por conta dessas posições, ela foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne, e ainda ganhou uma lição de Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV. Maines, que aos 15 anos foi proibida de frequentar o banheiro de sua escola, escreveu um longo ensaio para demonstrar que a falta de fundamento dos argumentos de Rowling expressavam apenas preconceito. A polêmica tomou proporções tão grandes que a Warner não sabe o que fazer em relação a “Animais Fantásticos 3”, que perdeu cronograma de filmagens, embora estivesse em pré-produção quando a pandemia paralisou seus trabalhos. E atitudes como a devolução de um prêmio por realizações humanitárias, acompanhado por discurso anti-direitos trans, só piora a situação.

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    J.K. Rowling apaga elogio a Stephen King após escritor defender mulheres trans

    30 de junho de 2020 /

    J.K. Rowling se envolveu em uma nova polêmica no Twitter. Desta vez, não pelo que escreveu, mas pelo que apagou. E ainda envolveu seu colega escritor Stephen King na confusão. Tudo começou quando a autora de “Harry Potter” publicou uma frase sobre direitos de mulheres, que foi retuitada pelo autor de “It – A Coisa” no domingo (28/6). O post de Rowling compartilhado por King dizia: “Andrea Dworkin escreveu: ‘Homens geralmente reagem às palavras das mulheres – faladas ou escritas – como se fossem atos de violência; às vezes homens reagem às palavras das mulheres com violência’. Não é odioso para mulheres falar sobre suas próprias experiências, e elas não merecem ser punidas por fazerem isso”. Após perceber que seu post tinha sido retuitado, Rowling escreveu um elogio ao escritor. “Eu sempre reverenciei Stephen King, mas hoje meu amor atingiu – talvez não o nível de Annie Wilkes [personagem de ‘Louca Obsessão’] – mas novos níveis. É tão mais fácil para homens ignorarem questões femininas ou diminuí-las, mas não vou esquecer os homens que se posicionaram quando não era preciso. Obrigada, Stephen”. Só que mais adiante o escritor respondeu a um fã preocupado com seu apoio à Rowling que o comentário também abrangia mulheres transexuais. “Sim. Mulheres trans são mulheres”. Foi o que bastou para Rowling retirar o elogio feito, apagando seu post sobre King. Além de ter apagado o tuíte, Rowling também parou de seguir King na rede social. Seu ódio parece ter atingido – talvez não o nível de Annie Wilkes – mas novos níveis. Transfóbica assumida, J.K. Rowling tem se isolado na comunidade literária e colocado o futuro de suas franquias infantis, “Harry Potter” e “Animais Fantásticos”, em risco devido ao acirramento de sua postura intolerante. O preconceito da escritora começou a ficar claro para o público quando a escritora decidiu se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres, e subiram de tom na publicação de um texto longo em seu site pessoal, em que Rowling assumiu ser contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocaria mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety. Além disso, quatro escritores LGBTQIA+ abandonam agência literária de Rowling em protesto, enquanto funcionários da Hachette, editora de seus livros, estão se recusando a trabalhar com seu novo livro, “O Ickabog”.

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    Quatro escritores LGBTQIA+ abandonam agência literária de JK Rowling em protesto

    24 de junho de 2020 /

    Quatro escritores representados pela agência literária de JK Rowling — autora da franquia “Harry Potter” — decidiram deixar a empresa depois que Rowling começou campanha contra direitos de transexuais. Fox Fisher, Drew Davies e Ugla Stefanía Kristjönudóttir Jónsdóttir disseram que não podiam mais trabalhar com a Blair Partnership, com sede em Londres, porque não estavam convencidos de que a empresa “apoia nossos direitos”. Os três se identificam como parte da comunidade LGBTQIA+. Um quarto autor também rompeu contrato com a agência, mas preferiu se manter anônimo. Em declaração conjunta, eles contaram que pediram à editora “que reafirmasse seu compromisso com os direitos das pessoas trans”, mas sentiram que a empresa de JK Rowling “era incapaz de se comprometer com qualquer ação que julgávamos apropriada e significativa”. De acordo com o jornal The Guardian, Jónsdóttir – também conhecido como Owl Fisher e co-autor de “Trans Teen Survival Guide” (o guia de sobrevivência do adolescente trans) – sugeriu que a agência literária deveria realizar treinamento com o grupo All About Trans (tudo sobre trans), mas “essa solicitação não foi encarada positivamente pela gerência”. Por isso, eles decidiram deixar a Blair Partnership, alegando que “a liberdade de expressão só pode ser mantida se as desigualdades estruturais que impedem oportunidades iguais para grupos sub-representados forem desafiadas e alteradas”. A Blair Partnership emitiu um comunicado em que fez uma afirmação genérica, dizendo que apoia “os direitos de todos os nossos autores de expressar seus pensamentos” e que “é nosso dever, como agência literária, apoiar a todos nessa liberdade fundamental”. A polêmica com JK Rowling começou quando a escritora decidiu se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, coloca mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety. Até o momento, a Warner, para quem os filmes de “Harry Potter” representam uma mina de ouro, e que atualmente desenvolve um terceiro “Animais Fantásticos” escritos por Rowling, divulgou apenas um comunicado ambíguo, em que reforça sua posição em defesa de “uma cultura diversificada e inclusiva”, ao mesmo tempo em que valoriza seus “contadores de histórias” (Rowling). “Os eventos nas últimas semanas confirmaram nossa determinação como empresa de enfrentar questões sociais difíceis. A posição da Warner Bros. sobre inclusão está bem estabelecida, e promover uma cultura diversificada e inclusiva nunca foi tão importante para nossa empresa e para nosso público em todo o mundo. Valorizamos profundamente o trabalho de nossos contadores de histórias, que se dedicam muito ao compartilhar suas criações com todos nós. Reconhecemos nossa responsabilidade de promover a empatia e advogar a compreensão de todas as comunidades e todas as pessoas, principalmente aquelas com quem trabalhamos e com as quais alcançamos através de nosso conteúdo”, diz o texto que, realmente, não se posiciona a respeito da polêmica. Caso a situação continue evoluindo de forma dramática, o estúdio deverá ser pressionado a sair de cima do muro.

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    Funcionários da Hachette não querem mais trabalhar com J.K. Rowling

    17 de junho de 2020 /

    A polêmica causada pelos comentários transfóbicos de J.K. Rowling começa a afetar sua carreira. Funcionários da editora Hachette manifestaram sua insatisfação em uma reunião e se recusaram a seguir trabalhando no novo livro da autora de “Harry Potter”. Segundo o Daily Mail, a divisão de livros infantis da empresa disse “não estar preparada para trabalhar” em ‘O Ickabog’, novo livro de Rowling, criticando as manifestações recentes da escritora. Uma fonte que trabalha na editora teria dito ao jornal britânico que a insatisfação veio de apenas “um punhado de funcionários”, que “conversarão com seus respectivos gestores” sobre o assunto. Mas a Hachete acabou se manifestando oficialmente sobre o assunto. “Nós acreditamos que todos têm o direito de expressar livremente suas crenças e pensamentos”, informou a Hachette em um comunicado. “Por isso não comentamos nas visões pessoais de nossos autores e respeitamos o direito de nossos funcionários expressarem seu ponto de vista”. A editora seguiu o comunicado dizendo que jamais obrigaria seus funcionários a trabalharem em um livro que possa lhes causar incômodo por motivos pessoais, mas que há “uma distinção entre isso e se recusar a trabalhar por discordar da opinião de um escritor” expressada em sua vida pessoal. Em março passado, funcionários da Hachete se manifestaram publicamente contra decisão da editora de lançar o novo livro de Woody Allen, “A Propósito de Nada”. Graças a essa pressão, a editora cancelou o lançamento. O livro, porém, acabou publicado por outra empresa. Rowling começou a se manifestar contra os direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no começo de junho (em 6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, coloca mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. E levou a atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, a se expressar num depoimento pessoal sobre o tema, publicado na revista Variety.

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    Estrela transexual de Supergirl refuta argumentos transfóbicos de J.K. Rowling

    13 de junho de 2020 /

    A atriz Nicole Maines, estrela de “Supergirl” que vive a primeira super-heroína transexual da TV, deu um depoimento à revista Variety em que desarma os ataques de J.K. Rowling contra comunidade trans. A intérprete da Sonhadora refutou os argumentos da escritora dos livros de “Harry Potter” e dos filmes “Animais Fantásticos” para justificar sua transfobia, afirmando que eles contradizem as próprias histórias que ela escreveu. Nicole Maines não é apenas atriz. Ele se tornou ativista trans ao enfrentar, aos 15 anos de idade, o mesmo preconceito assumido por Rowling em seus ataques contra a comunidade transexual. Após redefinir sua identidade, ela foi humilhada e impedida de frequentar o banheiro feminino de sua escola. Como também não podia ir ao banheiro masculino, onde sofria bullying, sua família entrou com uma ação na Justiça contra discriminação. Em junho de 2014, a Suprema Corte dos Estados Unidos concluiu que o distrito escolar havia violado seus direitos humanos. A família Maines recebeu uma indenização de US$ 75 mil e a escola foi proibida de impedir alunos transgêneros de entrar no banheiro com qual se identificassem. A decisão criou jurisprudência e virou um marco histórico na luta pela aceitação da comunidade trans. E também tornou a ainda adolescente Nicole Maines conhecida em todos os EUA. O argumento do banheiro exclusivo feminino foi utilizado por Rowling para justificar seus ataques à comunidade trans. Rowling já tinha se manifestado contrária aos direitos transexuais em dezembro passado, ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Os ataques foram retomados no sábado passado (6/6) com ironias contra “pessoas que menstruam”, que não seriam mulheres. Os comentários se acirraram e Rowling acabou publicando um texto longo em seu site pessoal contra o “ativismo trans”, que, segundo sua interpretação, colocava mulheres em perigo. “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ser ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou a escritora. A posição de Rowling foi criticada pelos três astros dos filmes de “Harry Potter”, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, bem como pelo protagonista do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne. Mas foi Maines quem teve a paciência de demonstrar, com clareza, a falta de fundamento dos argumentos da escritora, que expressariam apenas preconceito. “A parte central do movimento trans-excludente e seus argumentos residem na ideia de que mulheres trans são uma ameaça para a segurança de mulheres cisgênero e, assim, ao conquistarmos o direito de existir em locais públicos e participar da sociedade, estaríamos tirando os direitos de outras mulheres”, escreveu Maines. “Eu conheço bem esse argumento. A primeira vez que eu o ouvi, ainda estava na escola. Um ofício estava circulando sobre eu usar o banheiro feminino em minha escola em Orono, Maine. Havia uma garota, que devia ser de uma série ou duas acima da minha, e que disse que tinha medo de me ver no mesmo banheiro porque ‘ela vai olhar pra mim enquanto eu estiver me trocando’”, ela lembrou. “Como uma criança da 6ª série, foi muito desolador saber que eu estava sendo excluída porque as pessoas achavam que eu era algum predador perigoso.” Maines diz que é um absurdo mulheres se sentirem inseguras porque banheiros e vestiários são frequentados pela comunidade trans. “Nos 20 estados e em aproximadamente 200 cidades que têm políticas de gênero, descobrimos que permitir que as pessoas trans utilizem as instalações que correspondem à sua identidade de gênero não traz o menor impacto negativo na segurança pública.” “Acho engraçado no ensaio dela que ela também crie uma ‘câmara de eco’, porque acho que é exatamente onde e como essa mentalidade se desenvolve, e como essas ideologias permaneceram tão fortes por todos esses anos, porque são as pessoas que afirmam ser especialistas e pessoas que afirmam ter feito suas pesquisas que ficam alimentando seus preconceitos mutuamente. Achei surpreendente que ela dissesse que estava fazendo toda essa pesquisa e conversando com psiquiatras e membros da comunidade. Um, eu adoraria ver os recibos. Segundo, acho que ela está realizando pesquisas de maneira bastante tendenciosa, porque na minha pesquisa a grande maioria do mundo da medicina discorda da sua linha de pensamento”, acrescenta. “Outra coisa que Rowling mencionou em seu ensaio é que uma pessoa pode mudar sua certidão de nascimento sem ter que se submeter a terapia sexual ou hormonal – ou seja, agora qualquer pessoa pode entrar em um banheiro específico de gênero. Isso é falso”, ela contesta. “Eu tive que passar por anos de terapia e aconselhamento antes de mudar minha identificação de gênero na carteira de identidade. Eu tive que obter duas cartas de recomendação vindas de diferentes psicólogos. Eu fui questionada por todos na minha vida se eu me conhecia bem como eu dizia que me conhecia. Ninguém passa por todo esse questionamento, essa invasão em sua identidade para ir a um banheiro e ver um completo estranho dizer: ‘Ei, você não pode estar aqui. Você é alguém que apenas decidiu ser uma garota um dia’”. “Não, eu não ‘decidi’ apenas: tive que provar a mim mesmo e reforçar minha identidade com estranhos e outras pessoas da minha família, psiquiatras, amigos, colegas e colegas e minha comunidade, repetidamente”, contou. A atriz também revelou que decidiu fazer a transição médica, mas nem todo transexual faz. “Existem milhões de razões pelas quais uma pessoa trans pode não querer uma transição médica e nenhuma delas é da conta de ninguém, a não ser de quem precisa decidir. Tudo isso remonta à autonomia corporal. Ninguém – cis, trans, homem ou mulher – deve sujeitar seu corpo a mais ninguém. As pessoas trans não precisam e não devem ser obrigadas a alterar seu corpo para serem consideradas aceitáveis. Quero dizer, não é exatamente a mesma coisa pelas quais as mulheres lutam há décadas? Contra a pressão para mudar a nós mesmas e nossos corpos para agradar outras pessoas? Este é apenas mais um conjunto de padrões de beleza irracionais. E isso machuca todos nós”. “O que torna tudo isso tão decepcionante é que eu era – e ainda sou – uma fã de ‘Harry Potter’. Eu sou completamente Sonserina. E esses comentários são de partir o coração para muitos fãs LGBTQIA+. Esses livros ajudaram muitos a assumirem e aceitarem suas identidades. Quantas crianças fantasiam sair do armário e aprender mágica?”, lamentou. “Os comentários de Rowling falam contra a própria mensagem de seus livros – sobre sermos mais fortes juntos, sobre inclusão, sobre autodescoberta, bravura e triunfo sobre as adversidades. São contraditórios em relação ao mundo que ela criou”. É neste ponto que ela defende a separação entre arte e artista, defendendo que, a partir do momento da publicação, a arte pertence ao público. “Mas ainda sou fã e vou lhe dizer o porquê: porque esses livros e suas mensagens ainda existem, e o que quer que Rowling acredite pessoalmente não pode tirar isso de nós. Ninguém pode tirar isso de nós, e esse mundo realmente pertence aos fãs agora. Ninguém pode mudar se isso te ajudou a se assumir. Isso pertence a você”. “Eu acho que é realmente importante reconhecer e falar que, num momento em que estamos testemunhando uma mudança histórica na luta para acabar com a opressão contra vidas negras, ela tenha escolhido atacar identidades trans e usar sua enorme plataforma para se afastar da discussão racial. O movimento trans e o movimento Black Lives Matter (vidas negras importam) compartilham uma luta semelhante em nossas batalhas para nos sentirmos seguros em nossos corpos e em nossas peles, quando outras pessoas determinam que somos de alguma forma inferiores. É exaustivo ter que constantemente tentar explicar às pessoas, em termos cada vez mais simples, que merecemos direitos humanos, que merecemos nos sentir tão seguros quanto eles. E é sobre isso que deveríamos estar falando”, ela conclui.

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    Rupert Grint se junta a Daniel Radcliffe e Emma Watson contra JK Rowling

    12 de junho de 2020 /

    O ator Rupert Grint, intérprete de Ron Weasley nos filmes de “Harry Potter”, voltou a se juntar a seus colegas de elenco Daniel Radcliffe e Emma Watson na mesma luta. Desta vez, eles não enfrentam Voldemort, mas a criadora da saga infantil, J.K. Rowling. Os três saíram em defesa dos direitos trans após a escritora manifestar opiniões transfóbicas no Twitter e em seu site pessoal. Grint divulgou um comunicado nesta sexta-feira (12/6), em que diz: “Estou firmemente com a comunidade trans e ecoo os sentimentos expressos por muitos de meus colegas. Mulheres trans são mulheres. Homens trans são homens. Todos devemos ter o direito de viver com amor e sem julgamento.” É basicamente o que disseram seus colegas. “Mulheres transgêneros são mulheres”, escreveu Radcliffe na segunda (8/6), em um ensaio publicado no site do Trevor Project, uma organização sem fins lucrativos dedicada à intervenção em crises e prevenção de suicídio para pessoas LGBTQIA+. “Qualquer declaração em contrário apaga a identidade e a dignidade das pessoas trans e vai contra todos os conselhos dados por associações profissionais de saúde que têm muito mais conhecimento sobre esse assunto do que Jo ou eu.” E Watson escreveu no Twitter na quarta-feira (10/6): “As pessoas trans são o que dizem ser e merecem viver suas vidas sem serem constantemente questionadas ou informadas de que não são quem dizem ser”. Além deles, o roteirista Steve Kloves, que adaptou os livros de Rowling nos filmes de “Harry Potter”, também se posicionou, dizendo à revista Variety nesta sexta: “Nossa diversidade é a nossa força. Nestes tempos difíceis, é mais importante do que nunca que mulheres e homens trans e pessoas não binárias se sintam seguras e aceitas por quem são. Parece muito pouco para se pedir”. Outros integrantes da franquia, como as atrizes Katie Leung, a Cho Chang, e Bonnie Wright, a Gina Weasley, além da estrela do prólogo “Animais Fantásticos”, Eddie Redmayne, também se manifestaram a favor da comunidade trans desde que Rowling começou a atacá-la no sábado (6/6). Tudo quando Rowling reagiu a um artigo no site de desenvolvimento global Devex, intitulado “Criando um mundo mais igualitário pós-Covid-19 para pessoas que menstruam”, com o seguinte tuíte: “‘Pessoas que menstruam’. Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude? Wumben? Wimpund? Woomud? [modificações propositais da palavra ‘woman’, que significa mulher em inglês]”. Após reclamações de trans que menstruam, ela reagiu: “Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, uma realidade vivida por mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas excluir o conceito de sexo remove a capacidade de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é ódio falar a verdade… A ideia de que mulheres como eu – que são empáticas com pessoas trans há décadas, encontrando parentesco porque elas são vulneráveis ​​da mesma maneira que mulheres, ou seja, sofrem violência masculina – ‘odeiam’ trans só porque acham que sexo é real e tem consequências… é um absurdo.” O comentário não caiu bem, especialmente porque, no ano passado, Rowling já tinha se envolvido numa discussão similar ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Para justificar suas posições, ela publicou um longo texto em seu site, em que assume um ataque explícito ao que chama de “ativismo trans”. Rowling contou que foi encorajada a tuitar seus pensamentos no sábado depois de ler que o governo escocês continuava com planos de reconhecimento de gênero que ela considera “controversos” e “que na verdade significam que tudo que um homem precisa para ‘se tornar mulher’ é dizer que é mulher. Para usar uma palavra muito contemporânea, esse foi meu ‘gatilho’. ” “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. Outra justificativa usada por Rowling para manter seu ataque vem da “enorme explosão de mulheres jovens que desejam fazer a transição e também com o número crescente de pessoas que parecem estar destransicionando (retornando ao sexo original), porque se arrependeram de tomar medidas que, em alguns casos, alteraram seu corpo irrevogavelmente e tiraram sua fertilidade. Alguns dizem que decidiram fazer a transição depois de perceberem que eram atraídos pelo mesmo sexo, e que a transição foi parcialmente motivada pela homofobia, na sociedade ou em suas famílias.” “A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso”, completou.

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    Emma Watson constesta J.K. Rowling: “As pessoas trans são o que dizem ser”

    10 de junho de 2020 /

    Emma Watson, que viveu a bruxinha Hermione Granger nos filmes de “Harry Potter”, é a mais nova intérprete de personagem criado por J.K. Rowling a criticar a escritora por suas posições transfóbicas. “As pessoas trans são o que dizem ser e merecem viver suas vidas sem serem constantemente questionadas ou informadas de que não são quem dizem ser”, a atriz escreveu no Twitter nesta quarta-feira (10/6). Ela se junta a seu colega Daniel Radcliffe, o Harry Potter, e também a Eddie Redmayne, o Newt Scamander de “Animais Fantásticos”, que condenaram publicamente os comentários de Rowling contra pessoas transexuais, que a escritora repetiu de forma mais contundente num longo texto publicado em seu site também nesta quarta. A polêmica começou no sábado (6/6), quando Rowling reagiu a um artigo no site de desenvolvimento global Devex, intitulado “Criando um mundo mais igualitário pós-Covid-19 para pessoas que menstruam”, com o seguinte tuíte: “‘Pessoas que menstruam’. Tenho certeza de que costumava haver uma palavra para essas pessoas. Alguém me ajude? Wumben? Wimpund? Woomud? [modificações propositais da palavra ‘woman’, que significa mulher em inglês]”. Após reclamações de trans que menstruam, ela reagiu: “Se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo. Se o sexo não é real, uma realidade vivida por mulheres em todo o mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas excluir o conceito de sexo remove a capacidade de discutir suas vidas de maneira significativa. Não é ódio falar a verdade… A ideia de que mulheres como eu – que são empáticas com pessoas trans há décadas, encontrando parentesco porque elas são vulneráveis ​​da mesma maneira que mulheres, ou seja, sofrem violência masculina – ‘odeiam’ trans só porque acham que sexo é real e tem consequências… é um absurdo.” O comentário não caiu bem, especialmente porque, no ano passado, Rowling já tinha se envolvido numa discussão similar ao defender uma mulher demitida por tuitar que as pessoas não podiam alterar seu sexo biológico. Naquele momento, ela se posicionou contra uma legislação do Reino Unido que permitiria que as pessoas trans pudessem assumir suas identidades sociais. Para justificar suas posições, ela publicou um longo texto em seu site, em que assume um ataque explícito ao que chama de “ativismo trans”. Rowling contou que foi encorajada a tuitar seus pensamentos no sábado depois de ler que o governo escocês continuava com planos de reconhecimento de gênero que ela considera “controversos” e “que na verdade significam que tudo que um homem precisa para ‘se tornar mulher’ é dizer que é mulher. Para usar uma palavra muito contemporânea, esse foi meu ‘gatilho’. ” “Eu me recuso a me curvar a um movimento que eu acredito estar causando um dano demonstrável ao tentar erodir a ‘mulher’ como uma classe política e biológica e oferecer cobertura a predadores como poucos antes dele”, ela escreveu. “Quando você abre as portas dos banheiros e dos vestiários para qualquer homem que acredite ou se sinta mulher – e, como já disse, os certificados de confirmação de gênero agora podem ser concedidos sem a necessidade de cirurgia ou hormônios -, você abre a porta a todo e qualquer homem que deseje entrar. Essa é a verdade simples”, disse a autora. Outra razão pela qual Rowling diz que é contra o ativismo trans de sua preocupação com “a enorme explosão de mulheres jovens que desejam fazer a transição e também com o número crescente de pessoas que parecem estar destransicionando (retornando ao sexo original), porque se arrependeram de tomar medidas que, em alguns casos, alteraram seu corpo irrevogavelmente e tiraram sua fertilidade. Alguns dizem que decidiram fazer a transição depois de perceberem que eram atraídos pelo mesmo sexo, e que a transição foi parcialmente motivada pela homofobia, na sociedade ou em suas famílias.” “Quanto mais relatos de disforia de gênero eu li, com descrições perspicazes de ansiedade, dissociação, distúrbios alimentares, auto-mutilação e auto-ódio, mais eu me perguntei se, caso eu tivesse nascido 30 anos depois, eu também poderia ter tentado fazer a transição. O fascínio de escapar da feminilidade teria sido enorme. Lutei com um TOC grave quando adolescente. Se eu tivesse encontrado uma comunidade e simpatia online, que não consegui encontrar em meu ambiente imediato, acredito que poderia ter sido convencida a me transformar no filho que meu pai abertamente dizia preferir. ” Ela continuou: “Quero ser bem clara aqui: sei que a transição será uma solução para algumas pessoas disfóricas de gênero, embora também esteja ciente, através de uma extensa pesquisa, que estudos têm mostrado consistentemente que entre 60-90% do total dos adolescentes disfóricos de gênero irão emergir de sua disforia… A atual explosão do ativismo trans está exigindo a remoção de quase todos os sistemas robustos pelos quais os candidatos à reatribuição sexual eram obrigados a passar. Um homem que não pretendia fazer cirurgia e não tomar hormônios pode agora obter um certificado de reconhecimento de gênero e ser uma mulher à vista da lei. Muitas pessoas não estão cientes disso.” Trans people are who they say they are and deserve to live their lives without being constantly questioned or told they aren’t who they say they are. — Emma Watson (@EmmaWatson) June 10, 2020

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    Adoráveis Mulheres rejuvenesce história clássica do século 19 com tom feminista

    8 de fevereiro de 2020 /

    A atriz, roteirista e diretora Greta Gerwig, que se projetou atrás das câmeras com “Lady Bird” (2017) há dois Oscars atrás, retorna à temporada de premiações com “Adoráveis Mulheres”. Diferente de seu primeiro voo solo, o novo longa da ainda jovem cineasta segue um estilo mais clássico-narrativo, talvez para se adequar melhor à adaptação do romance homônimo do século 19, embora uma coisa não tenha exatamente a ver com a outra. Mas é importante dizer que há, dentro desse registro mais tradicional, umas pequenas transgressões, brincadeiras com uso de metalinguagem, com a inteligente fusão da personagem Jo (Saoirse Ronan, como sempre ótima) com a autora do romance original, Louisa May Alcott. A adaptação não é perfeita, mas há tanta delicadeza e a personagem de Saoirse é tão querida, que se torna fácil amar a obra de Greta, por mais que a personagem de Emma Watson, Meg, não seja tão bem aproveitada. Quem também se destaca dentre as quatro irmãs é Florence Pugh, como Amy, a mais impulsiva da família e a principal rival de Jo, inclusive nas questões amorosas – ela ama o garoto que é apaixonado por Jo, Laurie (Timothée Chalamet). Para completar o quarteto de irmãs, temos a mais jovem Beth (Eliza Scanlen), que é responsável por uma das cenas mais emocionantes do filme. As quatro têm inclinações artísticas: Jo é escritora, apesar da dificuldade do mercado literário em aceitar obras de mulheres, Meg pensa em ser atriz, Amy é pintora e Beth é apaixonada por música. Jo também é a mais rebelde, até feminista. Não aceita o fato de, na época da Guerra Civil americana, a mulher teria apenas duas opções para evitar a pobreza: casar com alguém com dinheiro ou montar um bordel. Isso quem ensina é a tia March, vivida por Meryl Streep, que é solteira, mas afirma ser uma exceção por ser rica. A rebeldia de Jo e sua rejeição ao garoto rico Laurie, que ela considera apenas como um bom amigo, são os elementos que carregam as emoções do filme. Enquanto Meg, por ser o extremo oposto de Jo, aceita casar com um professor pobre e deixa de lado as pretensões de ser atriz para abraçar uma vida de família e filhos. Há também a presença de outro pretendente, vivido por Louis Garrel, mas seu personagem é pequeno e parece feito apenas para cobrir uma lacuna. Uma das características da adaptação de Greta Gerwig, diferente das versões anteriores, de George Cukor (1933), Mervyn LeRoy (1949) e Gillian Armstrong (1994), está na utilização de duas linhas temporais paralelas, numa montagem que apresenta dois momentos distintos das vidas das personagens. Às vezes, inclusive, é possível se confundir se o que estamos vendo faz parte do passado ou do presente das jovens. Esta é a principal novidade em relação às demais abordagens do livro de Alcott. Gerwig fecha seu filme com brilhantismo, ao brincar com os clichês de comédias românticas e do que se espera do destino das personagens femininas – morrer ou casar, como diz o editor vivido por Tracy Letts – e a rebeldia de Jo e sua vontade de se entregar à carreira de escritora acima de tudo. “Adoráveis Mulheres” foi indicado aos Oscar de Melhor Filme, Atriz (Ronan), Atriz Coadjuvante (Pugh), Roteiro Adaptado (Gerwig), Figurino e Trilha Sonora Original.

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    Emma Watson, Kristen Stewart e Claire Foy estão no calendário Pirelli 2020

    3 de dezembro de 2019 /

    O tradicional calendário Pirelli divulgou as fotos de sua edição de 2020. Seguindo a tendência dos últimos anos, as imagens se distanciam do padrão sensual pelo qual o calendário ficou conhecido em seus primórdios, apesar de, na atual coleção, juntar atrizes jovens bastante fotogênicas. O elenco de famosas inclui as atrizes Emma Watson (“A Bela e a Fera”), Kristen Stewart (“As Panteras”), Claire Foy (“The Crown”), Mia Goth (“Suspiria”), Yara Shahidi (“Grown-Ish”), Indya Moore (“Pose”) e as cantoras Rosalía e Chris Lee. Fotografadas pelo italiano Paolo Roversi na cidade de Veneza, as imagens extraem inspiração da peça clássica “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, e foram batizadas de “Looking for Juliet”. Desta vez, as escolhas refletem a evolução da sexualidade feminina, com a presença de estrelas LGBTQIA+. “A sociedade está mudando muito, muito rápido, e o calendário Pirelli também está mudando”, disse Roversi em comunicado. “Ele não poderia continuar o mesmo de 30 anos (atrás)… é interessante ver como o calendário Pirelli está acompanhando a evolução da sociedade e da fotografia, da estética, da ideia de beleza feminina.” Veja abaixo as fotos e um vídeo com os bastidores da produção.

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    Adoráveis Mulheres vai abrir o Festival do Rio

    28 de novembro de 2019 /

    A organização do Festival do Rio anunciou que “Adoráveis Mulheres”, dirigido por Greta Gerwig (“Lady Bird”), foi escolhido como filme de abertura de sua edição de 2019. Neste ano, o festival vai começar mais tarde, no dia 9 de dezembro. A mais nova adaptação de “Little Women”, romance clássico de Louisa May Alcott, volta às telas com grande elenco, formado por Emma Watson (“A Bela e a Fera”), Meryl Streep (“Mamma Mia!”), Laura Dern (“Livre”), Florence Pugh (“Lady Macbeth”), Eliza Scanlen (“Objetos Cortantes”), Louis Garrel (“O Formidável”), James Norton (“McMafia”), mas principalmente Saoirse Ronan e Timothée Chalamet (dupla que trabalhou com Gerwig em “Lady Bird”), que formam o par central. A história é velha conhecida do público de cinema desde os filmes mudos e já rendeu versões famosas, como “As Quatro Irmãs” (1933) com a jovem Katharine Hepburn, “Quatro Destinos” (1949) com a adolescente Elizabeth Taylor e a primeira versão chamada de “Adoráveis Mulheres” (1994) no Brasil, que reuniu simplesmente Winona Ryder, Kirsten Dunst, Claire Danes e Trini Alvarado como as irmãs March, além de Susan Sarandon e Christian Bale. Apesar dos títulos diferentes em português, a trama é sempre a mesma – supostamente. O romance foi baseada na própria vida da escritora e acompanha quatro irmãs que lutam contra as dificuldades para crescer no final do século 19, durante a Guerra Civil americana, entre a descoberta do amor, a inevitabilidade da morte, a superação de perdas, desilusões e outros desafios. “Adoráveis Mulheres” vai estrear comercialmente apenas em 25 de dezembro nos Estados Unidos e em 9 de janeiro no Brasil. Já o Festival do Rio vai se estender de 9 a 19 de dezembro, após sofrer adiamento de um mês e correr risco de cancelamento, devido à política cultural do governo Bolsonaro. Confira abaixo o trailer legendado de “Adoráveis Mulheres”.

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    Rupert Grint confirma que Emma Watson e Tom Felton flertavam na época de Harry Potter

    19 de novembro de 2019 /

    O ator Rupert Grint alimentou uma velha fofoca dos bastidores da franquia “Harry Potter” durante sua recente participação no programa “Entertainment Tonight” para falar da série “Servant”. O ator, que viveu o personagem Rony Weasley na saga, contou que os colegas de elenco Emma Watson (Hermione Granger) e Tom Felton (Draco Malfoy) tinham uma “química” diferente no set de filmagens. “Eles sempre tiveram algo entre eles”, comentou. “Havia algumas faíscas voando ali”. Apesar disso, o ator lembrou que todos eles “eram apenas crianças”. “Foi como qualquer tipo de paquera de escola”, definiu. Grint riu ao acrescentar que ele mesmo não viveu nenhum romance na época. “Eu não tinha nenhuma faísca com ninguém”, brincou. Veja a íntegra da entrevista abaixo. Watson e Felton continuaram amigos após as filmagens de “Harry Potter”, e os rumores de romance também seguiram perseguindo a relação dos dois – apesar de Watson jurar que é “parceira de si mesma”. A nova série de Rupert Grint, “Servant”, produzida e dirigida pelo cineasta M. Night Shyamalan (“Vidro”), estreia em 28 de novembro na plataforma Apple TV+.

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    Adoráveis Mulheres: Emma Watson, Saoirse Ronan e Meryl Streep ganham pôsteres individuais

    29 de outubro de 2019 /

    A Sony divulgou uma coleção de pôsteres com os personagens de “Adoráveis Mulheres”, nova adaptação de “Little Women”, romance clássico de Louisa May Alcott que volta às telas com grande elenco e direção de Greta Gerwig (“Lady Bird”). As imagens destacam os papéis de Emma Watson (“A Bela e a Fera”), Meryl Streep (“Mamma Mia!”), Laura Dern (“Livre”), Florence Pugh (“Lady Macbeth”), Eliza Scanlen (“Objetos Cortantes”) e principalmente Saoirse Ronan e Timothée Chalamet (dupla que trabalhou com Gerwig em “Lady Bird”), que formam o par central. A história é velha conhecida do público de cinema desde os filmes mudos e já rendeu versões famosas, como “As Quatro Irmãs” (1933) com a jovem Katharine Hepburn, “Quatro Destinos” (1949) com a adolescente Elizabeth Taylor e a primeira versão chamada de “Adoráveis Mulheres” (1994) no Brasil, que reuniu simplesmente Winona Ryder, Kirsten Dunst, Claire Danes e Trini Alvarado como as irmãs March, além de Susan Sarandon e Christian Bale. Apesar dos títulos diferentes em português, a trama é sempre a mesma – supostamente. O romance foi baseada na própria vida da escritora e acompanha quatro irmãs que lutam contra as dificuldades para crescer no final do século 19, durante a Guerra Civil americana, entre a descoberta do amor, a inevitabilidade da morte, a superação de perdas, desilusões e outros desafios. Gerwig foi trazida inicialmente para polir o roteiro da obra, mas, após o sucesso de “Lady Bird”, os executivos da Columbia/Sony decidiram dar mais responsabilidades à jovem cineasta, contratando-a para dirigir o longa. Ela reuniu um elenco para encantar a Academia, que, além dos personagens dos pôsteres, também inclui Louis Garrel (“O Formidável”) e James Norton (“McMafia”). A estreia está marcada para 9 de janeiro no Brasil, duas semanas após o lançamento nos EUA – no Natal, data que assume a pretensão de Oscar.

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