Rachel Weisz e Rachel McAdams vivem paixão proibida em trailer de drama britânico
A Bleecker Street divulgou o primeiro trailer do drama britânico “Disobedience”, história de amor proibido entre Rachel Weisz (“A Luz Entre Oceanos”) e Rachel McAdams (“Doutor Estranho”), com direção do chileno Sebastián Lélio (“Uma Mulher Fantástica”). Adaptação do romance homônimo da escritora Naomi Alderman, a trama acompanha o reencontro da personagem de Weisz, ovelha negra da família, com os parentes judeus ortodoxos para o enterro do pai, o rabino da comunidade. Ela acaba chocando os familiares quando decide relembrar o que a levou a sair de casa: seu amor reprimido pela antiga melhor amiga (McAdams), casada com seu primo profundamente religioso (Alessandro Nivola, de “Ginger & Rosa”). Além de dirigir, Lélio trabalhou no roteiro com a inglesa Rebecca Lenkiewicz (do premiado drama polonês “Ida”). A estreia está marcada para 27 de abril nos EUA e ainda não há previsão de lançamento no Brasil.
Rise: Série musical com revelações de Moana e Stranger Things ganha novo comercial
A rede NBC divulgou um novo comercial da vindoura série musical “Rise”. O vídeo foi exibido na noite de domingo (4/2), durante o intervalo do Super Bowl (final do campeonato americano de futebol, maior audiência e espaço comercial mais valorizado da TV americana), e aproveitou o tema esportivo como ponto de partida, traçando a evolução do protagonista, vivido por Damon J. Gillespie, um jogador de futebol colegial que termina cantando num palco. A trama evoca três produções bem-sucedidas da TV aberta americana: a clássica “Fama” e as mais recentes “Glee” e “Friday Night Lights”. Não por acaso, Jason Katims, que criou “Friday Night Lights”, também é o autor da nova série, que tem entre seus produtores a dupla Flody Suarez e Jeffrey Seller, do fenômeno musical da Broadway “Hamilton”. “Rise” é baseada numa história real – narrada no livro “Drama High” – e traz o ator Josh Radnor (“How I Met Your Mother”) como um professor que afeta a vida de adolescentes de uma escola deteriorada, ao recuperar o departamento de teatro da instituição. O elenco também inclui Auli’i Cravalho (dubladora de “Moana”, em seu primeiro papel de carne e osso), Shannon Purser (a Barb de “Stranger Things”), a veterana Rosie Perez (“Segurando as Pontas”) e alguns jovens estreantes, como Ellie Desautels, Erin Kommor, Sergio King e o citado Damon J. Gillespie. Destaque da midseason americana, a série vai estrear em 13 de março nos EUA.
Indicado a cinco Oscars, Lady Bird ganha novo trailer legendado em português
A Universal divulgou o novo trailer oficial legendado de “Lady Bird”, que recebeu cinco indicações ao Oscar 2018, inclusive de Melhor Filme do ano – além de um dispensável subtítulo nacional: “A Hora de Voar”. O filme marca a estreia solo na direção da atriz Greta Gerwig (“Mulheres do Século 20”), que também assina o roteiro, baseado em suas lembranças de juventude. A prévia tem cenas brilhantes, pontuadas por um humor desconsertante, que evoca as comédias indies que Gerwig costuma estrelar – e escrever. Saoirse Ronan (“Brooklyn”) vive a protagonista, uma garota do Norte da Califórnia, que é tratada como ovelha negra da família pela própria mãe (Laurie Metcalf, a mãe de Sheldon na série “The Big Bang Theory”), mas ela própria se vê como uma joaninha (ladybird), querendo voar. O elenco também inclui Timothée Chalamet (“Interestelar”), Tracy Letts (série “Homeland”), Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”), Lois Smith (série “True Blood”), Beanie Feldstein (“Vizinhos 2”), Stephen McKinley Henderson (também de “Manchester à Beira-Mar”) e Odeya Rush (“Goosebumps”). Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia, “Lady Bird” chegou a bater recorde de avaliações positivas do site Rotten Tomatoes, com 100% de aprovação com 194 resenhas elogiosas. Mas isto chamou tanta atenção de um blogueiro, que decidiu postar uma crítica negativa para virar assunto, baixando a nota para 99%. A estreia no Brasil está marcada apenas para 15 de fevereiro – além de atrasada, provavelmente em poucas salas, já que enfrentará concorrência de “Pantera Negra”.
Succession: Série do diretor de A Grande Aposta ganha primeiro trailer
O canal pago HBO divulgou sete fotos e o primeiro trailer da série “Succession”, drama produzido e dirigido pelo cineasta Adam McKay, que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por “A Grande Aposta” (2015). Escrita pelo inglês Jesse Armstrong (criador de “Fresh Meat” e escritor de comédias politizadas como “Conversa Truncada” e “Quatro Leões”), a trama é descrita como um “drama familiar que acompanha uma família americana dona de um grande conglomerado de mídia, que não é apenas rica e poderosa, mas também poderosamente disfuncional”. O elenco destaca Brian Cox (“Churchill”) no papel de um magnata que resolve reconsiderar os planos de aposentadoria. Ao fazer isso, humilha o filho mais preparado (Jeremy Strong, de “Detroit em Rebelião”), que se via pronto para assumir seu lugar na empresa, alimentando uma rivalidade com seus irmãos ambiciosos – vividos por Sarah Snook (“O Predestinado”), Kieran Culkin (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”) e Alan Ruck (série “The Exorcist”). McKay dirige o primeiro episódio e divide a produção dos demais com seu parceiro na Gary Sanchez Productions, o comediante Will Ferrell (“Pai em Dose Dupla”). “Succession” tem previsão de estreia para junho.
Trailer do novo filme de Gus Van Sant traz Joaquin Phoenix como cartunista quadriplégico
O Amazon Studios divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Don’t Worry, He Won’t Get Far on Foot”, cinebiografia do cartunista John Callahan, que traz Joaquin Phoenix (“Vício Inerente”) no papel principal. O filme narra como Callahan superou abusos sexuais, vícios e um acidente de carro que o deixou quadriplégico para virar cartunista nos anos 1970. De estilo inconfundível, seus quadrinhos cheios de humor negro – e por vezes controversos – o tornaram famoso. Com o projeto, Joaquin Phoenix volta a ser dirigido por Van Sant, após os dois trabalharam juntos em “Um Sonho sem Limites” (1995), segundo filme do ator, então com 21 anos. Marcante para o jovem, a produção foi o primeiro trabalho em que ele foi creditado como Joaquin Phoenix, já que até então era chamado de Leaf Phoenix. O elenco do filme também inclui Jonah Hill (“Anjos da Lei”), Jack Black (“Jumanji”) e Rooney Mara (“Lion”) com figurino e penteados de 40 anos atrás. A première vai acontecer no fim de semana no Festival de Sundance 2018 e a estreia comercial está prevista para maio nos Estados Unidos. Ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.
Here and Now: Série do criador de True Blood ganha novas imagens e primeiro trailer
A HBO divulgou o pôster, novas fotos e o primeiro trailer de “Here and Now”, terceira série de Alan Ball produzida pelo canal pago, após os sucessos de “Six Feet Under” (A Sete Palmos) e “True Blood”. Desta vez, a premissa sugere um “This Is Us” sobrenatural – até no título genérico. A série gira em torno de uma família multirracial, formada por uma professora de filosofia, seu marido advogado, os três filhos adotivos (vindos da Somália, Vietnã e Colômbia) e uma filha biológica. A família aparentemente perfeita, no entanto, esconde falhas profundas. Além disso, uma das crianças começa a ter visões. O elenco é liderado por Holly Hunter (“Barman v Superman”) e Tim Robbins (“Um Dia Perfeito”) e inclui os jovens Sosie Bacon (“13 Reasons Why”), Jerrika Hinton (“Grey’s Anatomy”), Raymond Lee (“Mozart in the Jungle”) e Daniel Zovatto (“Revenge”). Alan Ball não criava uma série nova desde “True Blood”, que abandonou antes do final para se dedicar, como produtor, ao lançamento de “Banshee”, drama criminal ultraviolento que se encerrou em 2016, após quatro temporadas, como o maior sucesso do canal pago Cinemax. A estreia mundial está marcada para 11 de fevereiro.
Here and Now: Nova série do criador de True Blood ganha primeiras fotos
A HBO divulgou sete fotos de “Here and Now”, terceira série de Alan Ball produzida pelo canal pago, após os sucessos de “Six Feet Under” (A Sete Palmos) e “True Blood”. Se as séries anteriores marcaram época pela originalidade, a nova não parece seguir o mesmo caminho, já que evoca “This Is Us” – até no título genérico. Mas a descrição oficial contém espaço para uma reviravolta. A série gira em torno de uma família multirracial, formada por uma professora de filosofia, seu marido advogado, os três filhos adotivos (vindos da Somália, Vietnã e Colômbia) e um biológico. A família aparentemente perfeita, no entanto, esconde falhas profundas. Além disso, uma das crianças começa a ver coisas que os outros não conseguem. A sinopse não deixa claro se este detalhe é um elemento sobrenatural ou uma crítica social, mas acrescenta que a série pretende fazer uma “reflexão tragicômica sobre as complicadas forças que operam sobre todos nós na América de hoje”. O elenco é liderado por Holly Hunter (“Barman v Superman”) e Tim Robbins (“Um Dia Perfeito”) e inclui os jovens Sosie Bacon (“13 Reasons Why”), Jerrika Hinton (“Grey’s Anatomy”), Raymond Lee (“Mozart in the Jungle”) e Daniel Zovatto (“Revenge”). Alan Ball não criava uma série nova desde “True Blood”, que abandonou antes do final para se dedicar, como produtor, ao lançamento de “Banshee”, drama criminal ultraviolento que se encerrou em 2016, após quatro temporadas, como o maior sucesso do canal pago Cinemax. A estreia mundial está marcada para 11 de fevereiro.
Nostalgia: Drama indie com Jon Hamm ganha primeiro trailer
O estúdio indie Bleeker Street divulgou o pôster e o trailer de “Nostalgia”, novo drama do diretor Mark Pellington (“A Última Palavra”), estrelado pelo ator Jon Hamm (da série “Mad Men”). A trama acompanha várias histórias entrelaçadas de amor e perda, e explora a relação das pessoas com os objetos e as memórias que moldam suas vidas. Além de Jon Hamm, o elenco conta com Catherine Keener (“Corra!”), Nick Offerman (série “Parks and Recreation”), Bruce Dern (“Os Oito Odiados”), Patton Oswalt (“Jovens Adultos”), Amber Tamblyn (“Quatro Amigas e um Jeans Viajante”), John Ortiz (“Kong: A Ilha da Caveira”), Annalise Basso (“Capitão Fantástico”) e Ellen Burstyn (“Interestelar”). “Nostalgia” estreia nos EUA em 16 de fevereiro e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
Woody Allen cansa o público com sua Roda Gigante
Cinema é uma Arte produzida em conjunto por um imenso grupo de pessoas, e a chance de algo se perder no meio do processo (por descuido, má sorte ou incompetência) é enorme. Woody Allen sempre fala isso quando relembra filmes antigos validando que a obra que está produzindo é, na maioria das vezes, boa no papel, mas toda sorte de infortúnios acontece entre a ideia e a produção resultando em um produto final muitas vezes insatisfatório. “Tive muita sorte com ‘Match Point’”, ele disse certa vez. “Tudo o que costumava dar errado num filme, deu certo nesse. Todas as decisões tomadas, não só por mim, mas por todo mundo, funcionaram. Não sei se um dia consigo repetir isso ou fazer um filme tão bom”, comentou sobre sua obra prima no século 21, um comentário que, ao contrário, serve para explicar o equivoco de “Roda Gigante”. Desde que lançou “Um Assaltante Bem Trapalhão”, seu filme de estreia, em 1969, que Woody Allen marca presença nos cinemas ao menos uma vez por ano. Com exceção de 1970, 1974 e 1981, todos os outros anos entre 1969 e 2017 tiveram Woody Allen nos cinemas (e o projeto de 2018, inclusive, já foi filmado e se chama “A Rainy Day in New York”), resultando em uma filmografia vastíssima que traz tanto momentos de genialidade (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, “Manhattan”, “Tiros na Broadway”, “Hannah e Suas Irmãs” e “Crimes e Pecados” formam um Top 5 involuntário) com desleixos tolos (“Igual a Tudo na Vida”, “O Escorpião de Jade”, “Scoop”, “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos” e “Neblina e Sombras”) insinuando a ideia de que, muitas vezes, Woody não se dedica tanto ao processo no set (e ele é o primeiro a assumir isso) deixando a mercê da sorte o resultado final da produção. Às vezes dá certo. Outras… 40 anos depois, “Roda Gigante” se conecta com “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” numa citação deliciosa que rememora Alvin Singer, o personagem que se apaixona por Annie Hall (que dá título em inglês ao filme de 1977) e cresceu em uma casa no meio do parque de diversões de Coney Island, nos anos 1950. De forma semelhante, é numa casa sobre o estande de tiro ao alvo com a roda gigante tampando a visão do oceano que vive Richie (o ruivinho Jack Gore), um garoto filho da garçonete (e ex-atriz) Ginny (a esplendorosa Kate Winslet), uma mulher que se apaixonou por outro homem e viu seu casamento ruir, mas encontrou e se juntou a Humpty (Jim Belushi, excelente), o operador do carrossel do parque que é pai de Carolina (Juno Temple), uma moça sonhadora que se casou com um gangster, o entregou em um acordo de delação e agora está jurada de morte. A este quarteto se junta Mickey (um tedioso Justin Timberlake), o romântico escritor que trabalha como salva-vidas na praia e narra a história. Um dos equívocos de “Roda Gigante” é utilizar Justin Timberlake como narrador – nada contra o cantor, aliás, ele esteve ótimo em “A Rede Social” (2010), mas aqui somente tirou vida da trama. Woody já havia aplicado “peça” semelhante em seu público: em “Vicky Cristina Barcelona” (2008), por exemplo, Scarlett Johansson e Penélope Cruz distraem a atenção da audiência enquanto a alma do filme estava em Rebeca Hall. Funcionou. Em “Roda Gigante”, porém, Mickey narra o drama de verão (sim, eis mais um drama na carreira de Woody) de maneira vazia e escapista, e mesmo com a história não sendo sobre ele e sim sobre Ginny Rannell, o fato da química entre Justin Timberlake e Kate Winslet ser algo próximo ao Polo Norte esvazia a atuação de ambos, ainda que Kate consiga entregar uma atuação digna das estatuetas de Oscar, Grammy e Emmy que mantém na estante de sua casa. Outro ponto divergente em “Roda Gigante” é a fotografia do italiano Vittorio Storaro, que já havia iluminado de dourado “Café Society” (2016) e assina também o vindouro “A Rainy Day in New York” (2018). Fotógrafo magistral detentor de três Oscars (por nada menos do que “Apocalypse Now”, “Reds” e “O Ultimo Imperador”), Storaro trouxe para “Roda Gigante” o excesso de cores que marcou um dos maiores fracassos da carreira de Francis Ford Coppola: o cult kitsch “O Fundo do Coração” (1982). E este excesso de cores, que simboliza a constante mudança de luzes do parque de diversões, briga por atenção com as longas falas do roteiro, boa parte delas estranhamente sem nenhum aconchego sonoro, o que resulta em diálogos teatralizados e caricaturais que, infelizmente, cansam. E talvez não exista pecado maior na sétima arte do que cansar o espectador. Há uma boa história em “Roda Gigante”, mas ela não foi transportada para a tela. Falta densidade e tensão ao drama de Ginny, algo que Kate Winslet se esforça sozinha para entregar e em muitos momentos do filme até consegue, mesmo com o embaraço de um ator escada fraco (Timberlake) e das luzes exageradas de Storaro, mas é pouco para salvar o drama de integrar o escalão mais baixo da cinebiografia de Woody Allen – ou mesmo levar a atriz ao Oscar. Retomando a análise certeira de Woody Allen citada no primeiro paragrafo, “certas coisas sempre dão um trabalhão num filme – encontrar os atores certos, fazer concessões em certos papeis, o clima colaborar – e tudo isso simplesmente funcionou (em ‘Match Point’)”. Em “Roda Gigante”, pelo contrário, deu tudo errado. Que venha o próximo.
Alicia Vikander e Eva Green são irmãs em trailer de drama com temática polêmica
A Svensk Filmindustri divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Euphoria”, que traz a atriz sueca Alicia Vikander (“Jason Bourne”) e a francesa Eva Green (série “Penny Dreadful”) como irmãs. A prévia mostra as duas chegando numa comunidade reclusa para realizar algo polêmico. O filme aborda a questão da eutanásia e coloca as duas irmãs em conflito pela decisão de como lidar com o tumor terminal de uma delas. O elenco também inclui os ingleses Charles Dance (série “Game of Thrones”), Charlotte Rampling (“45 Anos”), Adrian Lester (minissérie “London Spy”) e Mark Stanley (também de “Game of Thrones”). “Euphoria” é o terceiro longa da cineasta sueca Lisa Langseth, e todos eles foram estrelados por Vikander. Exibido no Festival de Toronto, o filme estreia em 2 de fevereiro na Suécia e não tem previsão de lançamento no Brasil.
Harry Dean Stanton se despede do cinema e da vida no poético Lucky
Pode até não parecer, mas a trajetória de Harry Dean Stanton, falecido em setembro de 2017, perpassou metade da história do cinema americano. Atuando desde os anos 1950, no cinema e na televisão, o ator hoje é lembrado principalmente por aquele que é o papel de sua vida, o do solitário e atormentado Travis Henderson, de “Paris, Texas” (1984), de Wim Wenders, um dos filmes mais belos já feitos. “Lucky”, de John Carroll Lynch, é uma espécie de filme-testamento do ator. O personagem, um senhor de 90 anos que é veterano da 2ª Guerra Mundial, foi totalmente inspirado em Dean Stanton. Afinal, assim como o personagem, o ator nunca casou, nunca teve filhos (não que ele saiba), começou a fumar desde muito cedo e também serviu, como cozinheiro, durante a guerra dos anos 1940. Logo, Stanton acaba por interpretar a si mesmo em “Lucky”, filme que parece pequeno em suas pretensões, mas que alcança uma dimensão poética impressionante. Na trama, Lucky descobre, depois de um desmaio, que seu corpo começa a dar sinais de chegar ao fim. Em sua vida, vemos muitos espaços vazios, desertos, além de bares e restaurantes. Alguns desses lugares se repetem ao longo da narrativa, como que para acentuar a rotina pouco excitante de Lucky. Essa carência de emoções, ou mesmo de pouca energia para desperdiçar, talvez seja um dos segredos da longevidade de Lucky, junto com o apego à sua vida simples e aos pequenos prazeres que sua vida lhe proporciona. E haja simplicidade em sua vida: as únicas coisas que Lucky abastece no mercadinho são cigarros e caixas de leite. O café é tomado na lanchonete, espaço em que ele é tratado como uma espécie de integrante da família, numa cidade pequena onde todo mundo se conhece. Importante, gostoso e enriquecedor ter no filme a participação especial do amigo David Lynch, interpretando alguém muito parecido com o Gordon de “Twin Peaks”. Lynch e Stanton trabalharam juntos em diversos filmes. Na nova temporada da série, inclusive, o ator aparece em cinco episódios, também em um papel semibiográfico, falando sobre o hábito de fumar desde cedo. Lynch, como um diretor que valoriza muito a figura do homem velho, trata com muito carinho aquele homem que carrega quase um século nas costas. Algumas cenas são de uma beleza ímpar: a cena do aniversário do garotinho mexicano, em que Lucky canta uma canção em espanhol; a cena da conversa com um colega aposentado das forças armadas (Tom Skerritt, com quem Stanton trabalhou em “Alien”), que conta uma história fascinante sobre uma garotinha japonesa; a cena em que David Lynch fala sobre o amor incondicional por seu bicho de estimação desaparecido; e há também mistérios em algumas cenas, ainda que bastante ligados ao realismo que o filme promove. Não falta espaço para filosofar sobre a finitude, sobre aceitar a realidade como ela é, tanto em discussões dos próprios personagens quanto nas entrelinhas, o que faz com que o filme fica com o espectador após a sessão. Trabalhos como este justificam a ida ao cinema. Até porque resulta numa paz de espírito, em vez de lamento pelo fim de uma jornada.
Drama indie sobre adolescente e seu cavalo ganha trailer emocionante
A A24 divulgou pôsteres, fotos e o trailer de “Lean on Pete”, novo drama de Andrew Haigh (“45 Anos”), que rendeu ao ator Charlie Plummer (“Todo o Dinheiro do Mundo”) o troféu de Melhor Ator Jovem do Festival de Veneza 2017. Na adaptação do romance homônimo de Willy Vlautin, ele vive um adolescente pobre, que arranja trabalho cuidando de um velho cavalo de corridas, Lean on Pete, com quem desenvolve uma ligação especial. O dono do cavalo e sua jóquei acabam se tornando sua família adotiva. Mas tudo muda quando o menino descobre que o cavalo será sacrificado. Ele joga tudo para cima para fugir com o amigo, mudando o rumo do filme para um emocionante road movie de fuga. O ótimo elenco da produção inclui Steve Buscemi (“Os Oito Odiados”), Chloe Sevigny (série “Bloodline”), Travis Fimmel (serie “Vikings”), Steve Zahn (“Clube de Compra Dallas”), Amy Seimetz (“Alien: Covenant”) e Thomas Mann (“Kong: A Ilha da Caveira”) A estreia está marcada para 30 de março nos EUA e não há previsão de lançamento no Brasil.











