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    Diretor do novo filme de Penélope Cruz revela que nasceu mulher

    6 de setembro de 2022 /

    O premiado diretor italiano Emanuele Crialese revelou publicamente pela primeira vez que nasceu mulher, durante sua participação no Festival de Cinema de Veneza. Vencedor do Prêmio Especial do Júri em Veneza em 2011, por seu filme “Terraferma”, o diretor trouxe seu sexo biológico à tona durante a entrevista coletiva de seu novo filme, “L’Immensita”, estrelado por Penélope Cruz. “L’Immensita” acompanha uma família italiana que cresce em Roma nos anos 1970. A filha mais velha se identifica como um menino, complicando as relações já tensas entre sua mãe, interpretada por Cruz, e seu pai abusivo e infiel. “É inspirado na minha infância e na minha própria história”, disse Crialese. “Nasci biologicamente uma mulher, mas isso não significa que não tenha em mim uma grande parte (que é uma) personagem feminina. Essa é provavelmente a melhor parte de mim”, disse ele, abordando pela primeira vez sua transição. “A certa altura eu tive que fazer uma escolha… entre viver ou morrer. Você não escolhe fazer esse tipo de jornada. Você nasce assim”, acrescentou. Ele não deu detalhes de sua transição, mas disse que, como em seu filme, muitas vezes contou com o apoio de sua mãe e reconheceu a ansiedade que isso causou nela. No filme, a mãe inicialmente exuberante de Cruz cede sob o peso de seu marido autoritário e trio de filhos problemáticos, todos marcados por viver em uma casa infeliz. Cruz, que ganhou o prêmio de melhor atriz em Veneza no ano passado por “Mães Paralelas”, disse que sua personagem é um prisioneira na própria casa, igual a tantas outras que se encontram em uma situação da qual não há como escapar. “Há muitas mulheres ao redor do mundo presas em suas próprias casas, tentando fingir na frente de seus filhos que nada é tão ruim quanto parece. É apenas (feito) por sobrevivência. Eu conheço algumas dessas terríveis, horríveis histórias”, disse ela na apresentação. Ela comentou também porque é atraída a viver o papel de mães no cinema. “L’Immensita” é o mais recente de uma longa série de filmes em que Cruz lida com questões da maternidade. “(Eu tinha) um instinto maternal muito forte desde que eu era uma menina de cinco anos que dizia a todos no parque que meu plano era me tornar mãe o mais rápido possível”, disse ela. “L’Immensita” terá estreia comercial no dia 15 de setembro na Itália, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil. Veja abaixo o trailer italiano da produção.

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    Fantasmas de “O Telefone Preto” e “Pluft” são as maiores atrações nos cinemas

    21 de julho de 2022 /

    Por coincidência, as duas estreias mais amplas desta quinta (21/7) contam histórias com crianças fantasmas, que querem ajudar crianças de verdade a enfrentar sequestradores malvados. Mas enquanto uma é aterrorizante, a outra é uma comédia infantil. “O Telefone Preto” marca a volta do diretor Scott Derrickson (de “A Entidade” e “Livrai-nos do Mal”) ao terror sobrenatural, após um desvio por “Doutor Estranho”. Já “Pluft – O Fantasminha” tem uma das maiores estreias nacionais dos últimos tempos, chegando em 700 salas. O circuito limitado recebe mais dois filmes nacionais, com destaque para “A Casa das Antiguidades”, exibido nos principais festivais internacionais do mundo, inclusive Cannes, que premiou o principal título internacional da lista: “Memória”, de Apichatpong Weerasethakul, vencedor do Prêmio do Júri do festival francês no ano passado. Embora a maioria do público brasileiro só vá ter acesso aos dois filmes de fantasmas, a programação de cinema recebe ao todo nove lançamentos. Confira abaixo os trailers e os detalhes de cada um deles, inclusive daqueles que são filmes fantasmas de verdade – visíveis apenas para cinéfilos que conhecem as salas mitológicas que projetam arte fora dos shopping centers.   | O TELEFONE PRETO |   A volta do diretor Scott Derrickson ao terror, após comandar “Doutor Estranho” (2016), é um dos melhores filmes recentes do gênero, com 86% de aprovação no Rotten Tomatoes. A trama é baseada no conto de mesmo nome de Joe Hill, filho de Stephen King e autor da obra que inspirou a série “Locke & Key”. A história faz parte do best-seller “Fantasmas do Século XX” e foi adaptada pelo próprio Derrickson em parceria com o roteirista Robert Cargill, com quem o diretor desenvolveu a franquia “A Entidade”. Por sinal, o papel principal é de Ethan Hawke, que estrelou o primeiro “A Entidade” (2012). Ele vive um serial killer sequestrador de crianças que, numa referência distorcida a “It”, usa balões negros e disfarce de palhaço para cometer seus crimes. Só que seus planos são atrapalhados quando seu alvo mais recente recebe uma ajuda inesperada para escapar. Fantasmas de vítimas passadas ligam para o menino recém-sequestrado no telefone preto do título, que não tem fio e não deveria funcionar, ensinando-o a sobreviver, enquanto sua melhor amiga da escola começa a ter visões de seu cativeiro. Os jovens Mason Thames (“For All Mankind”) e Madeleine McGraw (a jovem Hope de “Homem-Formiga e a Vespa”) encabeçam o elenco mirim.   | PLUFT – O FANTASMINHA |   A nova adaptação da famosa peça infantil de Maria Clara Machado é o primeiro filme live-action infantil brasileiro produzido para exibição em 3D. A trama clássica mostra como Pluft, uma criança fantasma com medo de gente, inicia uma amizade com Maribel, uma menina com medo de fantasma, que foi raptada pelo terrível pirata Perna-de-Pau. Como os únicos em busca de Maribel são três marinheiros atrapalhados, Pluft se vê impelido a virar o herói da história. O longa dirigido por Rosane Svartman (“Tainá, a Origem”) chega às telas 60 anos depois da primeira adaptação cinematográfica de “Pluft”, que contou com participação de Tom Jobim e Dorival Caymmi. A nova versão destaca a volta às telas de Arthur Aguiar, vencedor do “BBB 22”. As filmagens aconteceram bem antes do reality show, em 2020, e o papel do ex-“Rebelde” é pequeno, como um dos três marinheiros que procuram a protagonista. Além dele, o elenco traz as crianças Nicolas Cruz e Lola Belli (“Onde Está Meu Coração”), Fabiula Nascimento (“Segundo Sol”), Juliano Cazarré (“Pantanal”), Lucas Salles (“Detetive Madeinusa”) e Hugo Germano (“Desenrola”).   | CASA DE ANTIGUIDADES |   Exibido nos festivais de Cannes e Toronto, e premiado em Estocolmo e Chicago, o longa de estreia de João Paulo Miranda Maria retrata a vida de um trabalhador negro em uma cidade fictícia de colonização germânica no sul do Brasil. Natural do sertão brasileiro, ele se sente solitário, condenado ao ostracismo pelas diferenças culturais e étnicas, e invisível para os patrões. Um dia, descobre uma casa abandonada repleta de objetos que o lembram de suas origens. Ele se instala lentamente nesta casa e cada vez mais objetos começam a aparecer. Estrelado pelo veterano Antônio Pitanga (“Ganga Zumba”, “Rio Babilônia”, “Irmãos Freitas”), o drama trata de racismo estrutural e foi rodado em Treze Tílias, cidade catarinense que deu forte apoio ao presidente eleito em 2018.   | ELA E EU |   A dramédia brasileira traz Andréa Beltrão como uma roqueira que desperta depois de 20 anos de coma e descobre que tem uma filha adulta, criada pela atual esposa de seu ex-marido. Seu despertar impacta a todos na família, que precisam absorver seu retorno, enquanto ela reaprende a andar, falar e se relacionar, com o detalhe de permanecer tão desajustada quanto era há duas décadas. Exibido nos festivais do Rio e de Brasília do ano passado com outro título (“Antes Tarde”), a produção é o segundo longa de ficção dirigido por Gustavo Rosa de Moura (“A Canção da Volta”), que já teve um terceiro (“Cora”) exibido no circuito dos festivais nacionais no final do ano passado.   | ÚLTIMA CIDADE |   A produção independente é um drama de vingança estrelado por Julio Adrião (“Nise: O Coração da Loucura”) e rodado com trejeitos de cinema de arte – e com bela fotografia – pelo estreante Victor Furtado (assistente de “O Clube dos Canibais”). Montado em seu cavalo e na companhia de um andarilho, o personagem de Adrião é carregado de simbolismo quixotesco ao embarcar em sua jornada para uma grande cidade do Nordeste brasileiro (uma Fortaleza futurista), visando enfrentar aquele que tomou suas terras e acabou com sua família. O estilo alegórico também evoca a politização do Cinema Novo e ajuda a enfatizar uma crítica à desigualdade e à especulação que assolam as grandes cidades do país.   | DIÁRIOS DE OTSOGA |   A obra do casal português Miguel Gomes (“As Mil e Uma Noites”) e Maureen Fazendeiro é um drama metalinguístico para cinéfilos, um filme de confinamento pandêmico sobre um filme de confinamento pandêmico, que tem a peculiaridade de ser montado de trás para frente. É que a projeção começa pelo fim e avança em direção a seu começo, mostrando os bastidores de uma produção cinematográfica sob as mesmas circunstâncias do filme real, com baixo orçamento e protocolo pesado contra covid-19. Os atores interpretam atores, os diretores aparecem como (versões de) si mesmos e cada cena é motivada pela que vem depois dela (ou seja, antes dela). Confuso? Mas inteligente, com personagens que surgem do nada para só chegarem depois na projeção desordenada, criando um senso de caos que reflete a própria situação da pandemia. A propósito do tema, Otsoga é Agosto escrito ao contrário. O quebra-cabeças cinematográfico rendeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Mar del Plata e de Melhor Filme Estrangeiro do ano pela Associação dos Críticos Online dos EUA.   | OS AMORES DELA |   O primeiro filme de Charline Bourgeois-Tacquet teve première em Cannes, foi premiado em Melbourne e atingiu 91% de aprovação no Rotten Tomatoes com um triângulo amoroso típico do cinema francês, apresentado de forma atípica. A atriz Anaïs Demoustier (“Alice e o Prefeito”) interpreta a Anaïs do título original (“Les Amours d’Anaïs”), uma mulher de 30 anos falida e em crise amorosa, que um dia conhece um homem casado que imediatamente se apaixona por ela. O detalhe é que a esposa do novo amante é uma escritora famosa (Valeria Bruni Tedeschi, de “Loucas de Alegria”), de quem Anaïs é fã declarada e por quem se sente totalmente atraída, criando uma confusão conjugal.   | PARADISE – UMA NOVA VIDA |   A comédia italiana explora a paranoia de um jovem (Vincenzo Nemolato, de “Martin Eden”) enviado a uma cidade isolada nos Alpes suíços pelo serviço de proteção a testemunhas, onde dá de cara com o assassino da máfia denunciado por ele, que também foi relocado pelo mesmo programa. Temendo pela vida, ele procura se disfarçar e aprender formas de matar o assassino antes de ser morto. Mas se prova mais que amador, completamente inepto. Até que a desconfiança começa a ruir, conforme a solidão e as saudades da Sicília os aproxima. A amizade inesperada rende cenas divertidas, porém não afasta a sensação de uma ameaça em potencial.   | MEMÓRIA |   Vencedor da Palma de Ouro de 2010 com “Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”, o tailandês Apichatpong Weerasethakul voltou a ser consagrado no Festival de Cannes com este filme, vencedor do Prêmio do Júri do ano passado. “Memória” também marca a estreia em inglês e espanhol do cineasta e foi rodado na Colombia. O filme acompanha Jessica, personagem da inglesa Tilda Swinton (“Doutor Estranho”), que visita sua irmã em Bogotá. Lá, ela lida com ataques de insônia e procura a fonte de sons que lhe parecem sobrenaturais no meio da noite. Durante o dia, faz amizade com uma arqueóloga, que estuda restos humanos descobertos dentro de um túnel em construção, e com um escamador de peixes em uma pequena cidade próxima. Com eles, compartilha memórias e momentos de lirismo característicos das obras do diretor, que retrata a linha tênue entre a vida e a morte – e o cinema e o sonho – com nenhum outro.

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    “A Mão de Deus” vence o “Oscar italiano”

    4 de maio de 2022 /

    O prêmio David di Donatello, equivalente ao Oscar da Itália, consagrou “A Mão de Deus”, de Paolo Sorrentino, com a conquista de quatro troféus, incluindo Melhor Filme e Diretor, durante cerimônia realizada na noite de terça (3/5) em Roma. A produção da Netflix também rendeu o troféu de Melhor Atriz Coadjuvante para Teresa Saponangelo e um prêmio de Melhor Fotografia para Daria D’Antonio. O drama autobiográfico de Sorrentino já tinha sido premiado no Festival de Veneza passado, onde ganhou o Grande Prêmio do Júri, e ainda foi indicado ao Oscar deste ano na categoria de Melhor Filme Internacional. Além de “A Mão de Deus”, a premiação do cinema italiano ainda destacou a fantasia “Freaks Out”, dirigida por Gabriele Mainetti, que conquistou nada menos que seis troféus em categorias técnicas. Confira abaixo a lista dos vencedores. MELHOR FILME A Mão de Deus MELHOR DIRETOR Paolo Sorrentino – A Mão de Deus MELHOR DIRETOR ESTREANTE Laura Samani – Small Body MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Valia Santella – Ariaferma MELHOR ROTEIRO ADAPTADO Monica Zapelli, Donatella Di Pietrantonio – L’Arminuta MELHOR PRODUTOR Andrea Occhipinti, Stefano Massenzi e Mattia Guerra (Lucky Red); Gabriele Mainetti (Goon Films) com Rai Cinema em coprodução com Gapbusters – Freaks Out MELHOR ATRIZ Swamy Rotolo – A Chiara BEST ATOR Silvio Orlando – Ariaferma MELHOR ATOR COADJUVANTE Eduardo Scarpetta – Qui Rido Io MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Teresa Saponangelo – A Mão de Deus MELHOR FOTOGRAFIA Daria D’Antonio – A Mão de Deus Michele D’Attanasio – Freaks Out MELHOR TRILHA Nicola Piovani – I Fratelli Di Filippo MELHOR MÚSICA ORIGINAL The Depth of the Abyss – Manuel Agnelli MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Massimiliano Sturiale, Ilaria Fallacara – Freaks Out MELHOR FIGURINO Ursula Patzak – Qui Rido Io MELHOR MAQUIAGEM Diego Prestopino, Emanuele De Luca, Davide De Luca – Freaks Out MELHOR CABELO Marco Perna – Freaks Out MELHOR EDIÇÃO Massimo Quaglia, Annalisa Schillaci – Ennio MELHOR SOM Gilberto Martinelli, Fabio Venturi, Gianni Palllotto, Francesco Vallocchia – Ennio MELHORES EFEITOS VISUAIS Stefano Leoni – Freaks Out MELHOR DOCUMENTÁRIO Ennio MELHOR CURTA metragem Maestrale, Nico Bonomolo MELHOR FILME INTERNACIONAL Belfast

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    Jacques Perrin (1941–2022)

    22 de abril de 2022 /

    O ator e cineasta francês Jacques Perrin, que emocionou o mundo ao estrelar “Cinema Paradiso”, morreu na quinta-feira (21/4) aos 80 anos em Paris, de causa não revelada, mas “em paz”, segundo comunicado da família. Com quase uma centena de filmes na carreira, Perrin apareceu pela primeira vez nas telas aos cinco anos de idade, como figurante em “Portas da Noite” (1946). Depois disso, só voltou ao cinema aos 16 anos, mas a partir daí nunca mais saiu da vista do público. Rapidamente, acumulou um punhado de clássicos do cinema francês, como “Os Trapaceiros” (1958), de Marcel Carné, e “A Verdade” (1960), de Henri-Georges Clouzot. Até estourar aos 20 anos com “A Garota da Valise” (1961), de Valerio Zurlini, seu primeiro trabalho como protagonista e também sua primeira produção italiana, em que contracenou com a icônica Claudia Cardinale. Perrin repetiu imediatamente a parceria com Zurlini em seu filme seguinte, “Dois Destinos” (1962), em que viveu o irmão caçula de Marcello Mastroianni. E com o sucesso passou a estrelar diversas produções italianas. Pouco tempo depois venceu a Coppa Volpi, como Melhor Ator do Festival de Veneza por seu papel no drama existencial “Um Homem Pela Metade” (1966), de Vittorio De Seta. Fez 30 longas só nos anos 1960, incluindo títulos históricos como o musical “Duas Garotas Românticas” (1967), de Jacques Demy, a comédia mod “Viver à Noite” (1968), de Marcel Camus, e o impactante drama político “Z” (1969), de Costa-Gavras, indicado ao Oscar de Melhor Filme. Costa-Gavras se tornou um de seus maiores parceiros. Perrin trabalhou durante uma década e em cinco filmes da fase mais polêmica do politizado cineasta grego, desde sua estreia em 1965, com “Crime no Carro Dormitório”. Além de estrelar, também produziu os trabalhos mais famosos do diretor: “Z”, “Estado de Sítio” (1972) e “Sessão Especial de Justiça” (1975), todos proibidos pela censura da ditadura militar no Brasil. Perrin tomou gosto pelo trabalho de produtor, e ao voltar a atuar para Zurlini, assegurou-se de ter um lugar atrás das câmeras de “O Deserto dos Tártaros” (1976), o que lhe rendeu o troféu David di Donatello (o Oscar italiano) como produtor do Melhor Filme do ano. Como ator, sua performance em “Cinema Paradiso” (1988) ainda é lembrada por ter levado o público mundial às lágrimas. Ele interpretou a versão adulta do menino Totó, criando um dos momentos mais tocantes da obra de Giuseppe Tornatore, numa homenagem à sétima arte. A parceria com o cineasta ainda se estendeu a “Estamos Todos Bem” (1990), mas logo em seguida Perrin passou a se dedicar cada vez mais aos bastidores, trabalhando como produtor, roteirista e diretor de séries e documentários, até relegar a atuação cinematográfica a pequenas participações. Ele chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Documentário como diretor do naturalista “Migração Alada” (2001) e venceu o César (o Oscar francês) da categoria por “Oceanos” (2009). Seu último trabalho como ator foi no filme “Goliath”, de Frédéric Tellier, lançado no mês passado na França, mas ainda deixou dois longas encaminhados como produtor.

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    Catherine Spaak (1945–2022)

    18 de abril de 2022 /

    A atriz Catherine Spaak, que foi símbolo sexual do cinema italiano dos anos 1960, morreu em Roma aos 77 anos. Ela sofreu uma hemorragia cerebral no ano passado e sua morte foi noticiada no domingo (17/4) pela RAI News. Filha de pais belgas, Spaak nasceu na França, mas foi naturalizada italiana após começar a rodar um filme atrás do outro no país. Desde o começo da carreira, a atriz alternou-se entre produções italianas, como “Amantes e Adolescentes” (1960), de Alberto Lattuada, e francesas como “O Poço das 3 Verdades” (1961), de François Villiers. E ainda era uma coadjuvante adolescente quando chamou atenção do grande público, na comédia de viagem “Aquele que Sabe Viver” (1962), de Dino Risi. O filme que a catapultou para o estrelato foi “Um Pedaço de Mau Caminho” (1962). Ela tinha só 17 anos quando encarnou o papel-título, uma lolita loira de cabelo chanel que encanta o maduro Ugo Tognazzi. Apresentada de maiô no pôster, ela se consagrou imediatamente como sex symbol, virando uma das atrizes mais requisitadas do cinema italiano. Ao atingir a maioridade, Spaak passou a aparecer em alguns dos filmes mais picantes da Itália, destacando-se em “Vidas Ardentes” (1964), de Florestano Vancini, “Mulher de Muitos Amores” (1965), de Luigi Comencini, “Não Faço a Guerra, Faço o Amor” (1966), de Franco Rossi, “Vidas Vazias” (1963) e “Momentos Eróticos” (1969), ambos de Damiano Damiani, “Adultério à Italiana” (1966), “O Marido é Meu… e o Mato Quando Quiser” (1968), “O Mando é das Mulheres” (1968) e “Aquele Amor com Tanto Amor” (1970), os quatro de Pasquale Festa Campanile, além de diversas antologias de temáticas sexuais. A lista inclui dois longas com o maior ídolo italiano, Marcello Mastroianni: a antologia “Homem, Mulher e Dinheiro” (1965) e a comédia “Break Up (Brinquedo Louco)” (1968), ambos dirigidas por Marco Ferreri. Ela também integrou os elencos do romance francês “La Ronde” (1964), de Roger Vadim, da comédia épica “O Incrível Exército Brancaleone” (1966), de Mario Monicelli, e do cultuado terror “O Gato de Nove Caudas” (1971), de Dario Argento. Mas teve dificuldades para encontrar bons papéis após se tornar “velha” para o tipo de filme que a consagrou, ao passar da metade dos anos 1970 e dos 30 anos de idade. Depois do spaghetti western “Cavalgada Infernal” (1975), de Antonio Margheriti, a atriz passou a se dedicar a trabalhos televisivos, retornando ao cinema apenas espaçadamente e em pequenas participações. Apesar disso, seu último desempenho foi como protagonista de cinema, vivendo uma senhora com Alzheimer que faz amizade com um jovem bipolar em “Uma Amizade Inesperada”. Lançado em 2019, o filme de Enrico Iannaccone recebeu muitos elogios da crítica. Spaak também apresentou programas da televisão italiana e gravou discos, cantando músicas de Françoise Hardy. Por ocasião de seu falecimento, ela recebeu uma homenagem do ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini. Falando à imprensa, ele a definiu como “uma artista multifacetada, culta e elegante, que encontrou um lar em nosso país que ela acolheu e amou”.

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    “Sonic 2: O Filme” é o maior lançamento dos cinemas

    7 de abril de 2022 /

    Maior lançamento desta quinta (7/4), “Sonic 2: O Filme” chega em 1,6 mil telas, ocupando os multiplexes espalhados pelos shopping centers de todo o Brasil. Por causa da pandemia, o filme original de 2020 teve sua trajetória nos cinemas interrompida antes de superar o recorde de bilheteria de “Pokémon: Detetive Pikachu”, mas ao repetir elenco e equipe (com direção novamente a cargo de Jeff Fowler), a Paramount reforça sua aposta na premissa para tentar liderar o mercado das adaptações de videogames. No circuito de arte, os destaques são três dramas europeus que foram recentemente indicados a prêmios das Academias de Cinema da Dinamarca, França e Itália. Completam a programação dois filmes brasileiros, saídos do circuito dos festivais nacionais. Confira abaixo maiores detalhes e os respectivos trailers dos seis títulos que entram em cartaz nesta semana.   SONIC 2 – O FILME No mesmo tom de comédia infantil do primeiro filme, mas com mais personagens digitais, “Sonic 2” volta a mostrar que não há problemas que o ouriço mais veloz do mundo não possa vencer e canastrice que Jim Carrey não seja capaz de superar. Como o vilão bigodudo Dr. Ivo Robotnik, desta vez o comediante alista o fortão Knuckles para lutar contra Sonic e seu novo aliado Tails, recriando elementos da famosa franquia de videogames da SEGA – em meio a citações excessivas de filmes de super-heróis. Com personagens animados ligeiros e imagens de colorido intenso, a produção foca especificamente o público infantil, sem perder tempo em apresentar atrativos para os jovens adultos que cresceram jogando “Sonic”.   O PACTO O veterano diretor dinamarquês Bille August (“Trem Noturno para Lisboa”) examina o final da vida de Karen Blixen (a autora do livro que virou o filme “Entre Dois Amores”), 17 anos após desistir de sua aventura na África e voltar para a Dinamarca. Destruída pela sífilis e arrasada por ter perdido sua fazenda e o amor de sua vida, ela se reinventa como uma superestrela literária, tornando-se mundialmente famosa, mas extremamente solitária aos 63 anos. Até conhecer o poeta Thorkild Bjørnvig, de 30 anos. Juntos, eles fazem um pacto: ela promete torná-lo um grande artista, em troca dele obedecê-la incondicionalmente – independentemente do preço. Intérpretes do casal central, Birthe Neumann (“Festa de Família”) e Simon Bennebjerg (“Lover”) venceram o Robert (o Oscar dinamarquês) de Melhor Atriz e Ator do ano.   CAIXA PRETA O cineasta francês Yann Gozlan e o ator Pierre Niney voltam a trabalhar juntos num novo suspense após “O Homem Ideal” (2015). Desta vez, Niney é o técnico responsável pela investigação de um desastre aéreo, que transforma o exame dos sons registrados na caixa preta, encontrada nos destroços da queda, numa verdadeira obsessão. Indicado a cinco prêmios César (o Oscar francês), já foi exibido no Brasil durante o Festival Varilux do Cinema Francês do ano passado.   TRE PIANI O premiado diretor italiano Nanni Moretti (“A Missa Acabou”) conta a história de três famílias que vivem em apartamentos diferentes no mesmo condomínio, todos confrontados com problemas muito intensos. Há uma mulher que luta contra a solidão e a áspera relação do marido com o irmão, um casal que enfrenta a terrível suspeita de que o seu vizinho, um idoso, abusou da filha, e pai e mãe desesperados, após seu filho atropelar e matar uma mulher. Baseado em romance de Eshkol Nevo, concorreu ao David di Donatello (o Oscar italiano) na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. MAR DE DENTRO Um drama sobre a maternidade escrito e dirigido por mulheres. Assinado por Dainara Toffoli (da série “As Five”), traz Monica Iozzi (“Mulheres Alteradas”) no papel de uma profissional de sucesso que, ao se descobrir grávida de um colega de trabalho, tem de lidar com a transformação de seu corpo e sua vida. Mas o “pior” ainda está por vir. Quando o bebê nasce, ela precisa aprender a ser mãe mesmo sem sentir a menor vocação e vontade.   A MESMA PARTE DE UM HOMEM O primeiro drama da documentarista Ana Johann se passa numa localidade isolada do interior, onde a personagem de Clarissa Kiste (“Amor de Mãe”) vive com a filha adolescente e o marido, até a chegada de um estranho (Irandhir Santos) despertar nela o desejo por tudo o que estava adormecido.  

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    Margarita Lozano (1931-2022)

    7 de fevereiro de 2022 /

    A atriz Margarita Lozano, que atuou em vários clássicos do cinema europeu, morreu na madrugada desta segunda-feira (7/2) em Lorca, na Espanha, aos 91 anos. Nascida no então protetorado espanhol de Marrocos, Lozano mudou-se para Madri com 19 anos, visando se tornar atriz, e um ano depois iniciou a carreira cinematográfica, no começo da década de 1950. Focada em melodramas e aventuras descartáveis, sua filmografia começou a mudar de rumo a partir do clássico “Veridiana” (1961), de Luis Buñuel, em que desempenhou um papel coadjuvante, como criada, após uma década de atuação. Ela também coadjuvou em “Noite de Verão” (1963), de Jorge Grau, e “Paixão Proibida” (1963), de Francisco Rovira Beleta, que disputou o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A projeção desses filmes lhe abriu as portas do mercado italiano, que na época representava a indústria cinematográfica mais bem-sucedida da Europa. Sergio Leone a escalou em seu primeiro western spaghetti, o icônico “Por Um Punhado de Dólares” (1964), estrelado por Clint Eastwood. E ela acabou virando estrela frequente de filmes italianos, desde produções comerciais como o thriller “Resgate de uma Vida” (1968) com Franco Nero e a inglesa Charlotte Rampling, até dramas premiadíssimos, como “Diário de uma Garota Esquizofrênica” (1968), de Nelo Risi. Entre os filmes dessa fase, destaca-se o controvertido “Pocilga” (1969), de Pier Paulo Pasolini. Lozano sumiu das telas nos anos seguintes, voltando apenas na década de 1980 em nova leva de clássicos. Seu retorno se deu em nada menos que “A Noite de São Lourenço” (1982), dos irmãos Taviani, premiado no Festival de Cannes e vencedor de seis troféus David di Donatello (o Oscar Italiano), incluindo Melhor Filme. A parceria com Paolo e Vittorio Taviani ainda se estendeu para “Kaos” (1984), “Bom Dia Babilônia” (1987) e “Noites Com Sol” (1990). Também atuou no cultuado “A Missa Acabou” (1985), de Nanni Moretti, premiado no Festival de Berlim, e filmou em francês duas das melhores obras de Claude Berri, “Jean de Florette” (1986) e “A Vingança de Manon” (1986). No mesmo ano intenso, ainda integrou o sucesso “Aldo Moro – Herói e Vítima da Democracia”, de Giuseppe Ferrara, e o drama espanhol “A Metade do Céu”, de Manuel Gutiérrez Aragón, vencedor do Festival de San Sebastián, que lhe rendeu prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante. Apesar de diminuir o ritmo a partir da década de 1990, fez mais seis longas, despedindo-se das telas em 2006 com “Meu Caso com o Imperador”, de Paolo Virzi. Em junho passado, ela foi homenageada pelo governo espanhol, recebendo do Conselho de Ministros a Medalha de Ouro das Belas Artes, como reconhecimento pelas realizações profissionais.

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    Monica Vitti (1931–2022)

    2 de fevereiro de 2022 /

    Monica Vitti, uma das das mais famosas atrizes do cinema italiano, faleceu nesta quarta (2/2) aos 90 anos, informou o ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini. “Adeus Monica Vitti, adeus à rainha do cinema italiano. Hoje é um dia verdadeiramente triste, morre uma grande artista e uma grande italiana”, escreveu ministro em um comunicado. A voz rouca e sedutora, o olhar melancólico e os cabelos meticulosamente despenteados da atriz marcaram uma coleção de clássicos absolutos do cinema, a partir de sua parceria com o diretor Michelangelo Antonioni. Maria Luisa Ceciarelli (seu nome real) foi “descoberta” pelo maestro em papéis coadjuvantes de comédia dos anos 1950. Os dois se aproximaram, se apaixonaram e ele a lançou ao estrelato em “A Aventura” (1960). Sua beleza não convencional, marcada por expressões tristes, distantes e frias, tornaram Vitti a protagonista perfeita para a trilogia da “incomunicabilidade” de Antonioni, iniciada pelo filme de 1960 e continuada nos cultuadíssimos “A Noite” (1961) e “O Eclipse” (1962), obras sobre o nada, o vazio, a alienação e o tédio, que implodiram a narrativa convencional em favor da exploração da imagem, dos closes de Vitti, conduzindo à evolução da própria linguagem cinematográfica. Depois do quarto filme com Antonioni, “O Deserto Vermelho” (1964), estreia do diretor a cores, Vitti foi estrelar a adaptação dos quadrinhos de “Modesty Blaise” (1966), com direção de Joseph Losey no Reino Unido. Espécie de James Bond feminina, a personagem mudou o perfil da atriz. Graças ao visual fetichista do uniforme de couro da heroína, ela foi alçada à condição de símbolo sexual. Na volta à Itália, Vitti terminou seu romance com Antonioni e passou a explorar sua imagem sexy em várias comédias picantes, virando estrela de produções dos maiores diretores do gênero, como Mario Monicelli (“A Garota com a Pistola”, 1968), Alberto Sordi (“Amor, Ajuda-me”, 1969) e Ettore Scola (“Ciúme à Italiana”, 1970). Entre “A Mulher que Inventou o Rebolado” (1970) e “À Meia-Noite, a Ronda do Prazer” (1975), ambos de Marcello Fondato, ainda foi escalada pelo mestre surrealista Luis Buñuel em “O Fantasma da Liberdade” (1974), estendendo seu alcance aos filmes de língua francesa. Retornou logo em seguida à França para trabalhar ainda com André Cayatte em “A Razão de Estado” (1978). Passada mais de uma década da separação, Vitti reencontrou as câmeras de Antonioni em “O Mistério de Oberwald” (1980). A esta altura, porém, ela estava envolvida com outro cineasta, Roberto Russo. Os dois se conheceram em 1975, quando ele integrava a equipe de “Pato com Laranja”, comédia clássica de Luciano Salce, e se aproximaram durante as filmagens de “Um Caso Quase Perfeito” (1979), filme americano dirigido por Michael Ritchie. Quando Russo estreou como diretor, em “Flirt” (1983), escalou Vitti no papel principal. A interpretação acabou consagrada no Festival de Berlim, estendendo o imaginário criado em torno da atriz como provocadora sensual, que ela estimulou até praticamente o fim da carreira, quando começou a dirigir a si mesma. Com a experiência de ter trabalhado com alguns dos maiores cineastas italianos, a estrela resolveu ir para trás das câmeras em 1990 com apoio de Russo. Ele escreveu e produziu “Escândalo Secreto”, o primeiro longa dirigido por Vitti e também a despedida da atriz do cinema. Ela decidiu sair de cena antes que pudesse envelhecer nas telas, decidindo que o cinema só teria imagens de sua beleza e juventude. E também antes que não pudesse mais atuar, um segredo que só seria conhecido bem mais tarde. Após viver com Roberto Russo por 27 anos, ela se casou com ele em 1995. A esta altura, Vitti já demonstrava sintomas do mal de Alzheimer, situação que só veio a público em 2011. Embora sua decisão de sair de cena fosse interpretada equivocadamente como sinal de vaidade, o reconhecimento conquistado ao longo de sua filmografia comprovam que Monica Vitti foi muito mais que sua beleza lendária, que inverteu signos ao transformar a frieza em algo extremamente quente. Monica Vitti venceu cinco troféus David di Donatello (o Oscar italiano) de Melhor Atriz, mais quatro prêmios especiais da Academia Italiana de Cinema. Também foi premiada em vários festivais internacionais, vencendo o Leão de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim (por “Flirt”) e o Leão de Ouro honorário do Festival de Veneza, numa homenagem por sua carreira em 1995. Sem qualquer controvérsia, seus filmes estão entre os maiores patrimônios da cultura italiana do século 20.

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    Lina Wertmüller (1928-2021)

    9 de dezembro de 2021 /

    A cineasta italiana Lina Wertmüller, primeira mulher indicada ao Oscar de Melhor Direção, morreu na manhã desta quinta-feira (9/12) em Roma, aos 93 anos. “A Itália lamenta a partida de Lina Wertmüller, uma diretora que com sua classe e estilo incomparáveis deixou uma marca permanente em nossa cinematografia e em todo o mundo”, manifestou-se o ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini. Agitadora desde a juventude, ela conseguiu a façanha de ser expulsa de 15 escolas católicas diferentes, antes de encontrar um meio de expressão nas artes, decidindo ainda jovem trabalhar no cinema e no teatro. Ela deu seus primeiros passos para virar cineasta com 25 anos de idade, ao conseguir o cargo de assistente de direção no musical “…e Napoli Canta!” (1953). Destacando-se na função, ela chegou a trabalhar como assistente do mestre Federico Fellini no clássico “8 1/2” (1963). No mesmo ano, escreveu e dirigiu seu primeiro longa, o drama “The Basilisks”, concebido na tradição do neorrealismo italiano. Fez depois mais duas comédias, incluindo “Não Brinque com o Mosquito” com a cantora Rita Pavone, que inaugurou sua longa e bem-sucedida parceria com o ator Giancarlo Giannini, e até um western spaghetti (“A Pistoleira de Virginia”) antes de se tornar reconhecida por suas obras iconoclastas na década de 1970. O filme da virada foi “Mimi, o Metalúrgico” (1972), que rendeu o David di Donatello (o Oscar italiano) a Giancarlo Giannini pelo papel-título, um operário comunista em fuga da máfia e em meio a um caso extraconjugal. A partir daí, Wertmüller se especializou em obras satíricas, que combinavam política, humor e sexo. Seu filme seguinte, “Amor e Anarquia” (1973), acompanhava uma conspiração de bordel contra o fascismo e rendeu outro prêmio para Giannini, desta vez no Festival de Cannes. Em 1974, ela lançou um de seus trabalhos mais populares: “Por um Destino Insólito”, em que uma socialite naufraga numa ilha com um marinheiro comunista (obviamente Giannini) e, em pouco tempo, a luta de classe se transforma em guerra de sexos. A comédia fez tanto sucesso que inspirou um remake dirigido por Guy Richie e estrelado por sua então esposa Madonna em 2002. Sua obra-prima, porém, foi “Pasqualino Sete Belezas”. O filme de 1975 acompanhava um homem comum (sim, Giannini) que opta sempre pelo caminho mais fácil, tomando decisões que o levam a situações cada vez piores em plena 2ª Guerra Mundial, até se ver submetido às vontades de uma mulher obesa no comando de um campo de concentração nazista. O filme sobre desgraças em série lhe rendeu consagração mundial e foi indicado a nada menos que quatro Oscars: Melhor Filme Estrangeiro, Ator (Giancarlo Giannini), Roteiro Original e Direção para Wertmüller. Foi a primeira vez que uma mulher disputou o Oscar de Direção, feito que só voltou a acontecer duas décadas mais tarde, quando a neozelandesa Jane Campion foi indicada por “O Piano” em 1993. Após a indicação, Wertmüller assinou um contrato com a Warner Bros para fazer quatro filmes em inglês, resultando em sua estreia na língua de Hollywood, “Dois Perdidos numa Noite de Chuva” – que apesar da mudança de idioma, continuou a trazer Giannini como ator principal, agora ao lado de Candice Bergen. Só que o filme foi um fracasso tão grande que fez a Warner romper o contrato. Ela se vingou de Hollywood juntando dois dos atores mais famosos da Itália em seu lançamento seguinte, “Amor e Ciúme” (1978), estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. Giannini continuou a bordo como coadjuvante, mas o “rebaixamento” resultou no fim da longa parceria. Um detalhe curioso é que o título original de “Amor e Ciúme” entrou no Guinness como o mais longo da História do Cinema – em italiano, o filme foi chamado de “Un fatto di sangue nel comune di Siculiana fra due uomini per causa di una vedova. Si sospettano moventi politici. Amore-Morte-Shimmy. Lugano belle. Tarantelle. Tarallucci e vino”. Os lançamentos continuaram com “Camorra” (1985), premiado no Festival de Berlim, e “Em Noite de Lua Cheia” (1989), exibido no Festival de Veneza, que ainda mobilizaram a crítica nos anos 1980, mas “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), com Sophia Loren, “Ninfeta Italiana” (1996), com Stefania Sandrelli, e “Ferdinando e Carolina” (1999) já não causaram o mesmo impacto. Seu último longa de ficção foi “A Casa dos Gerânios” em 2004, embora tenha continuado a realizar telefilmes e documentários, antes de se voltar exclusivamente ao teatro na última década, onde desenvolveu trabalhos até sua morte. Em 2019, ela recebeu um Oscar honorário por suas realizações, bem como uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

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    A Mão de Deus: Filme premiado de Paolo Sorrentino ganha trailer

    11 de novembro de 2021 /

    A Netflix divulgou o trailer completo de “A Mão de Deus”, novo filme do cineasta italiano Paolo Sorrentino, que venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional por “A Grande Beleza” (2013). A produção se passa em Nápoles, na Itália, e reflete o período da juventude do diretor, mais especificamente o ano de 1986, quando Diego Maradona eletrizou a cidade como jogador do Napoli e se tornou campeão mundial pela seleção argentina. Foi durante a Copa do Mundo de 1986 que o craque do time local marcou o gol que batiza o longa, usando a “mão de deus” (dele próprio, o deus Maradona) para vencer a Inglaterra. Numa entrevista à Variety em 2015, Sorrentino revelou que ser fã de Maradona salvou sua vida naquele ano. Literalmente. “Perdi os meus pais quando tinha 16 anos num acidente com o sistema de aquecimento numa casa nas montanhas onde sempre costumávamos ir. Naquele fim de semana, não fui porque queria assistir a Maradona num jogo do Nápoli com o Empoli. E essa decisão salvou minha vida. ” A sinopse oficial diz que o filme segue Fabietto Schisa, um adolescente italiano cuja vida e família excêntrica são subitamente perturbadas – primeiro pela chegada eletrizante da lenda do futebol Diego Maradona e depois por um acidente chocante do qual Maradona inadvertidamente salva Fabietto, impulsionando seu futuro. “Sorrentino retorna à sua cidade natal para contar sua história mais pessoal, uma história de destino e família, esportes e cinema, amor e perda”, conclui o texto. O elenco de “A Mão de Deus” destaca Filippo Scotti (“Luna Nera”) como o jovem protagonista e o grande parceiro dos filmes de Sorrentino, o veterano Toni Servillo (“A Grande Beleza”) como seu pai, sem esquecer de Renato Carpentieri (“Rosa e Momo”), Luisa Ranieri (“Cartas para Julieta”), Teresa Saponangelo (“O que Mais Posso Querer”), Marlon Joubert (“Romulus”), Massimiliano Gallo (“Pinóquio”) e Alessandro Bressanello (“007 Contra Spectre”). O filme teve première mundial no Festival de Veneza, onde venceu o Grande Prêmio do Júri e mais três troféus paralelos, além de estar indicado em três categorias do European Film Awards (o Oscar europeu). O lançamento em streaming está marcado para 15 de dezembro.

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    Academia Europeia de Cinema anuncia indicados à premiação de melhores do ano

    9 de novembro de 2021 /

    A Academia Europeia de Cinema (EFA, na sigla em inglês) anunciou nesta terça (9/11) as indicações da 34ª edição de sua premiação anual, os European Film Awards. A lista inclui os vencedores dos festivais de Cannes e Berlim deste ano, respectivamente o francês “Titane”, de Julia Ducournau, e o romeno “Bad Luck Banging or Loony Porn”, de Radu Jude. Mas o segundo não concorre na categoria de Melhor Filme, apenas como Direção e Roteiro. “Titane” está entre os filmes com mais indicações, empatado com “Quo Vadis, Aida?”, de Jasmila ZbaniC, e “Meu Pai”, de Florian Zeller, todos com quatro nomeações cada. Os cerca de 4100 membros da EFA vão agora votar em seus favoritos e os vencedores serão revelados numa cerimônia de gala marcada para 11 de dezembro, em Berlim. Confira abaixo a lista de indicados. Melhor Filme “Compartment No.6”, de Juho Kuosmanen (Finlândia, Rússia, Estónia, Alemanha) “Quo Vadis, Aida?”, de Jasmila Zbanic (Bósnia e Herzegovina, Aústria, Holanda, França, Polónia, Noruega, Alemanha, Roménia, Turquia) “Meu Pai”, de Florian Zeller (Reino Unido, França) “A Mão de Deus”, de Paolo Sorrentino (Itália) “Titane”, de Julia Ducournau (França, Bélgica) Melhor Comédia “Ninjababy”, de Yngvild Sve Flikke (Noruega) “Minha Querida Nora”, de Méliane Marcaggi (França) “Sentimental”, de Cesc Gay (Espanha) Melhor Documentário “Babi Yar. Context”, de Sergei Loznitsa (Holanda, Ucrânia) “Flee”, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca, França, Suécia, Noruega) “Mr Bachmann and His Class”, de Maria Speth (Alemanha) “Taming the Garden”, de Salomé Jashi (Suíça, Alemanha, Georgia) “The Most Beautiful Boy in the World”, de Kristina Lindström & Kristian Petri (Suécia) Melhor Animação “Even Mice Belong in Heaven”, de Denisa Grimmová & Jan Bubeníček (República Checa, França, Polónia, Eslováquia) “Flee”, de Jonas Poher Rasmussen (Dinamarca, França, Suécia, Noruega) “The Ape Star”, de Linda Hambäck (Suécia, Noruega, Dinamarca) “Where is Anne Frank”, de Ari Folman (Bélgica, Luxemburgo, Israel, Holanda, França) “Wolfwalkers”, de Tomm Moore & Ross Stewart (Irlanda, Luxemburgo) European Discovery – Prêmio da Crítica “Lamb”, de Valdimar Jóhansson (Islândia, Suécia, Polónia) “Playground”, de Laura Wandel (Bélgica) “Pleasure”, de Ninja Thyberg (Suécia, Holanda, França) “Bela Vingança”, de Emerald Fennell (EUA, Reino Unido) “The Whaler Boy Kitoboy”, de Philipp Yuryev (Rússia, Polónia, Bélgica) Melhor Direção Julia Ducornau, por “Titane” Radu Jude, por “Bad Luck Banging or Loony Porn” Paolo Sorrentino, por “A Mão de Deus” Jasmila Zbanic, por “Quo Vadis, Aida?” Florian Zeller, por “Meu Pai” Melhor Atriz Jasna Đuričić, em “Quo Vadis, Aida?” Seidi Haarla, em “Compartment No.6” Carey Mulligan, em “Bela Vingança” Renate Reinsve, em “The Worst Person in the World” Agathe Rousselle, em “Titane” Melhor Ator Yuriy Borisov, em “Compartment No. 6” Anthony Hopkins, em “Meu Pai” Vincent Lindon, em “Titane” Tahar Rahim, em “O Mauritano” Franz Rogowski, em “Great Freedom” Melhor Roteiro Radu Jude, por “Bad Luck Banging or Loony Porn” Paolo Sorrentino, por “A Mão de Deus” Joachim Trier & Eskil Vogt, por “The Worst Person in the World” Jasmila Žbanić, por “Quo Vadis, Aida?” Florian Zeller & Christopher Hampton, por “Meu Pai” Melhor Curta-Metragem “Bella”, de Thelyia Petraki (Grécia) “Displaced”, de Samir Karahoda (Kosovo) “Easter Eggs”, de Nicolas Keppens (Bélgica, França, Holanda) “In Flow of Words”, de Eliane Esther Bots (Holanda) “My Uncle Tudor”, de Olga Lucovnicova (Bélgica, Portugal, Hungria, Moldávia)

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    “Patrulha Canina” e “Maligno” são as maiores estreias de cinema

    9 de setembro de 2021 /

    Os maiores lançamentos da semana são a animação “Patrulha Canina – O Filme” e o terror “Maligno”. O primeiro é um desenho à moda antiga, sem um pingo de ironia e para crianças bem pequenas, sobre os cachorrinhos heroicos uniformizados de uma série exibida no SBT. Já o segundo marca a volta do diretor James Wan (“Invocação do Mal”) ao horror sobrenatural após dirigir o blockbuster “Aquaman” (2018). E se trata de um retorno com vingança, extremamente autoral e divisivo (pra amar ou odiar), mas com um dos finais mais perturbadores e inesperados do ano. No circuito limitado, o grande destaque é o documentário “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, vencedor do prêmio do público do Festival de Berlim. Escrito por Bolognesi em parceria com o xamã Davi Kopenawa, o filme mostra a luta dos yanomamis no Norte da Amazônia contra o avanço criminoso dos garimpeiros sobre suas terras. Atual e urgente, é o segundo documentário do diretor sobre indígenas, após o também premiado “Ex-Pajé” (2018), centrado na aculturação causada pelos evangélicos. Entre os outros longas (incluindo mais três brasileiros) que disputam espaço na programação restrita (a pouquíssimas salas e sessões) das maiores cidades, as dicas para os cinéfilos são “Suk Suk”, drama de Hong Kong sobre um casal gay de meia idade, que venceu 17 prêmios internacionais, e “De Volta para Casa”, do pioneiro do cinema asiático-americano Wayne Wang, na ativa desde 1975. Autor de filmes cultuados como “Chan Sumiu” (1982) e “O Clube da Felicidade e da Sorte” (1993), desta vez ele filma um coreano americanizado, profissional de Wall Street, ao voltar à cidade natal para cuidar da mãe doente, que lhe ensina receitas tradicionais e lições de vida à beira da morte. Veja abaixo os trailers de todos os filmes que estreiam nos cinemas neste fim de semana.     Maligno | EUA | Terror     Patrulha Canina – O Filme | EUA | Animação     O Bom Doutor | França | Comédia     Cidadãos do Mundo | Itália | Comédia     Suk Suk – Um Amor em Segredo | Hong Kong | Drama     De Volta para Casa | EUA, Coreia do Sul | Drama     Um Casal Inseparável | Brasil | Drama     Por que Você Não Chora? | Brasil | Drama     Danças Negras | Brasil | Documentário     A Última Floresta | Brasil | Documentário

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