Diretor demitido vai ganhar US$ 40 milhões de bônus pelo sucesso de Bohemian Rhapsody

O sucesso de “Bohemian Rhapsody” vai deixar Bryan Singer milionário, graças aos termos de seu contrato com o estúdio 20th Century Fox. De acordo com apuração da revista The Hollywood Reporter, Singer […]

O sucesso de “Bohemian Rhapsody” vai deixar Bryan Singer milionário, graças aos termos de seu contrato com o estúdio 20th Century Fox. De acordo com apuração da revista The Hollywood Reporter, Singer vai receber um “bônus” de US$ 40 milhões pelo desempenho do longa nas bilheterias.

Apesar de ter sido demitido duas semanas antes do final das filmagens e substituído por Dexter Fletcher (“Voando Alto”), o contrato do diretor estabelecia uma compensação extra caso o filme atingisse algumas metas.

“Bohemian Rhapsody” superou os US$ 800 milhões de faturamento mundial e se tornou a cinebiografia musical mais bem-sucedida de todos os tempos, além de ter vencido o Globo de Ouro – não como musical, mas na categoria de drama.

Singer foi dispensado da produção graças a supostos conflitos com a equipe e o elenco, provocados por atrasos, sumiços e outros comportamentos pouco profissionais do cineasta. Segundo boatos, uma briga entre Singer e o ator Rami Malek, intérprete de Freddie Mercury, foi tão grave que o diretor jogou um adereço do cenário no ator.

“Basicamente, Bryan teve alguns problemas pessoais”, se limitou a dizer o produtor ao comentar os motivos que levaram o cineasta da franquia “X-Men” a sair do filme sobre o Queen. A tensão nos bastidores foi exposta quando Singer não voltou para o trabalho após o feriado do Dia de Ação de Graças em 2017.

O diretor alegou que enfrentava problemas com doença na família e pediu para só retomar as filmagens após os feriados de fim de ano, mas a Fox optou por dispensá-lo e contratar um substituto para encerrar a produção.

O nome de Singer gerou ainda mais desgaste para o estúdio com o ressurgimento de novas denúncias contra ele, envolvendo sexo com menores de idade. O diretor se defendeu das acusações publicadas na semana passada pela revista The Atlantic acusando um dos repórteres de homofobia e revelando que a mesma denúncia tinha sido vetada por supostos problemas de apuração pela revista Esquire. Os autores da reportagem confirmaram que a editora da Esquire barrou a publicação original, mas disseram “não saber porquê”.

Anteriormente, Singer foi alvo de duas ações legais por abuso sexual de menor. A mais recente é de 2017, quando foi acusado de estupro por Cesar Sanchez-Guzman. O jovem conta que tinha 17 anos quando compareceu a uma festa em um iate na qual Singer era um dos convidados.

A ação ainda tramita na justiça americana. Mas chama atenção o fato de o advogado de Cesar Sanchez-Guzman ser Jeffrey Herman, o mesmo que representou Michael Egan em 2014, quando este também fez acusações de abuso sexual de menor contra vários figurões de Hollywood, inclusive Singer. Mais tarde, Egan voltou atrás nas denúncias, após inúmeras contradições em seus depoimentos. No caso de Singer, por exemplo, ele acusou o diretor de estuprá-lo numa viagem ao Havaí. Entretanto, Singer estava no Canadá filmando um dos longas dos “X-Men” no período apontado, e diante das evidências o caso foi retirado.

Apesar da demissão e das polêmicas, Singer sai fortalecido com o sucesso de “Bohemian Rhapsody” nas bilheterias e no Oscar 2019, onde o longa foi indicado a cinco prêmios, incluindo melhor filme.

Ele também foi garantido pelo produtor Avi Lerner à frente da adaptação dos quadrinhos de “Red Sonja”, pelo qual assinou outro contrato milionário.