Álbum de Katy Perry é o pior de 2024, segundo a crítica
Com nota 37 no Metacritic, "143" foi o único disco do ano a receber classificação vermelha de ruim
Sia revela que está no espectro autista
A cantora Sia revelou, em entrevista ao podcast “Rob has a Podcast”, ter sido diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). A notícia foi dada dois anos após Sia pedir desculpas pela forma como o TEA foi representado no filme “Music” (2021), que ela dirigiu. Na entrevista, Sia falou sobre a evolução pessoal que teve desde o diagnóstico. “Por 45 anos, eu era tipo ‘preciso colocar a minha roupa de humana’. E só nos últimos dois anos eu me tornei realmente eu mesma”, desabafou. O sentimento que a cantora descreveu de sentir a necessidade de “interpretar o comportamento de um ser humano em vez de apenas ser um” está alinhado com a prática de “masking”, feita por pessoas do espectro que o camuflam. A supressão de comportamentos autistas pode ser feita tanto de forma consciente como inconsciente, como uma forma de se misturar com pessoas neurotípicas (ou seja, que não possuem nenhuma síndrome ou transtorno neurológico ou psiquiátrico). Apesar de poder ser identificado na infância, esse aspecto do autismo também pode causar diagnósticos tardios. “Eu estou no espectro e estou em recuperação e tanto faz – tem muitas coisas”, disse a artista no podcast, onde também afirmou que largou a bebida. Sia contou tudo o que sentia a respeito de precisar “corrigir” seu comportamento. “Ninguém nunca pode te conhecer e te amar quando você está cheia de segredos e… vivendo com vergonha”, disse. “Quando finalmente nos sentamos em um lugar cheio de estranhos e contamos a eles os seus segredos mais profundos, obscuros e vergonhosos, e todo munto ri junto conosco, e nós não nos sentimos como pedaços de lixo pela primeira vez em nossas vidas, e nos sentimos vistos pela primeira vez nas nossas vidas por quem nós somos, então nós começamos a ir ao mundo e apenas operarmos como seres humanos e seres humanos com corações em vez de apenas fingirmos ser alguma coisa”, explicou. O filme “Music”, estrelado por Maddie Ziegler (“A Vida Depois”), foi criticado principalmente devido à escalação de uma atriz neurotípica no papel de uma autista não-verbal. Em uma das cenas, a personagem de Ziegler recebe um tratamento controverso de contenção ao passar por uma sobrecarga sensorial, que ocorre quando um ou mais sentidos (como tato, audição, visão, etc) do paciente é estimulado em excesso, desencadeando uma crise. Em 2021, quando o filme foi indicado a dois Globos de Ouro, a cantora publicou diversas retratações em seu Twitter antes de deletar sua conta. Nas postagens, ela prometeu excluir todas as cenas impróprias nas próximas edições e alegou ter “ouvido as pessoas erradas”. “E essa é minha responsabilidade, minha pesquisa claramente não foi minuciosa e abrangente o suficiente”, desculpou-se. A retratação veio após ela pedir que as pessoas assistissem à produção antes de julgar. Ela acrescentou que o filme passará a ter um aviso indicando que “não aprova ou recomenda o uso de contenção em pessoas autistas” e que “existem terapeutas ocupacionais autistas especializados em processamento sensorial que podem ser consultados para explicar formas seguras de fornecer um retorno proprioceptivo e de pressão profunda para auxiliar na segurança durante momentos de crise”.
O pior filme do ano estreia nos cinemas
Oficialmente, a principal estreia desta quinta (6/5) nos cinemas é “Godzilla vs. Kong”. Mas o filme não só saiu na quinta passada como liderou as bilheterias do último fim de semana em “pré-estreia”, conforme registrado. A lista factual de lançamentos é composta por filmes bem menores, figurativa e literalmente, em relação aos monstros gigantes da Warner. Um dos destaques é o drama brasileiro “Raia 4”, sobre uma pré-adolescente apática que se dedica à natação competitiva. Sua expressão quase inalterada durante a projeção reflete uma história em que aparentemente nada acontece, até que tudo acontece, num final daqueles que ressignifica a história, rende discussões e justifica a consagração do longa de estreia do jovem gaúcho Emiliano Cunha com o Prêmio da Crítica – além do Kikito de Melhor Fotografia – no Festival de Gramado de 2019. A programação tem mais dois filmes premiados. A comédia francesa “Minhas Férias com Patrick” rendeu o César (o Oscar francês) de Melhor Atriz para Laure Calamy. A história em si é típica do cinema do país, acompanhando uma farsa entre amantes. Calamy vive a professora amante do pai de um de seus alunos, que resolve encontrá-lo “por coincidência” nas férias com a esposa e o filho. O passeio, porém, envolve um burro (o animal, não o marido) não muito cooperativo. O outro título “premiado” é “Music”, estreia da cantora Sia como cineasta. Levou três Framboesas de Ouro, consagrando-se como o mais premiado do anti-Oscar 2021, o troféu que ninguém quer, porque ridiculariza os piores filmes e artistas do ano. Catástrofe absoluta, com apenas 8% de aprovação no Rotten Tomatoes, o musical de Sia sobre uma garota autista (a musa mirim da cantora, Maddie Ziegler) é tão ruim, mas tão ruim que ainda vai virar cult. “Music” levou três Framboesas para casa: Pior Atriz, para Kate Hudson, Pior Atriz Coadjuvante para Maddie Ziegler e Pior Direção para Sia. Para quem gosta, há outra ruindade chegando nos cinemas, o terror “Rogai por Nós”, com 27% no Rotten Tomatoes, e outro cult, o final de “Fate/Stay Night”, uma das sagas de anime mais dark de todos os tempos – imagine “Battle Royale” com mágica – , mas que só fará sentido para quem viu a série e os outros dois longas da franquia. Confira abaixo os trailers de todos esses lançamentos. Raia 4 | Brasil | 2019 Minhas Férias com Patrick | França, Bélgica | 2020 Music | EUA | 2020 Rogai por Nós | EUA | 2021 Fate/Stay Night Heavens Feel: III – Spring Song | Japão | 2020
Framboesa de Ouro elege documentário trumpista, Sia e Rudy Giuliani como piores do ano
Premiação dos piores do ano, o Framboesa de Ouro 2021 teve seus vencedores revelados na tarde deste sábado (24/4), um dia antes da cerimônia do Oscar. E o grande vencedor foi um documentário trumpista, “Absolute Proof”, que alega que a eleição do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi resultado de recorde de fraudes eleitorais. Além de Pior Filme, o delírio conspiratório de extrema direita ainda rendeu o troféu de Pior Ator para o responsável pela coisa toda: o cara-de-pau Mike Lindell, CEO da MyPillow, que também dirigiu a produção. Para completar o clima politizado, o evento ainda consagrou outro canastrão trumpista da vida real: Rudy Giuliani. O ex-prefeito de Nova York e advogado de Donald Trump, que foi pego abrindo as calças em “Borat: Fita de Cinema Seguinte”, venceu como Pior Coadjuvante e Pior Dupla (com o zíper da calça), aumentando a avacalhação sobre os derrotados na última eleição americana. Giuliani foi levado a aparecer no filme de Sacha Baron Cohen ao participar de uma suposta entrevista conduzida pela atriz indicada ao Oscar Maria Bakalova. Convidado pela falsa jornalista a continuar a conversa em um quarto de hotel, ele aparentemente abre o zíper e enfia a mão dentro das calças, sem perceber as câmeras escondidas. Apesar da ênfase política, o Framboesa de Ouro também fez o que faz de melhor: constranger a velha e má Hollywood. Entre os favoritos a levar framboesas, “Music” confirmou sua ruindade, curiosamente após ser incensado na recente e mais polêmica edição do Globo de Ouro. A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, em inglês) achou que o filme era uma das melhores comédias/musicais do ano e Kate Hudson uma das melhores atrizes. Já a associação dos Razzies (apelido do Framboesa de Ouro) não poderia discordar mais – assim como toda a crítica americana, que deu apenas 8% de aprovação à bomba dirigida pela cantora Sia no Rotten Tomatoes. “Music” levou três Framboesas para casa: Pior Atriz, para Kate Hudson, Pior Atriz Coadjuvante para Maddie Ziegler e Pior Direção para Sia. Já os líderes em indicações ao prêmio, o fracasso infantil “Dolittle” (com Robert Downey Jr.) e o fenômeno adulto “365 Dias” (hit da Netflix), que disputavam seis Framboesas cada, ficaram apenas com uma vitória cada, respectivamente como Pior Remake e Pior Roteiro. Veja abaixo a lista completa dos premiados. Pior Filme “Absolute Proof” Pior Ator Mike Lindell, por “Absolute Proof” Pior Atriz Kate Hudson, por “Music” Pior Atriz Coadjuvante Maddie Ziegler, por “Music” Pior Ator Coadjuvante Rudy Giuliani, por “Borat: Fita de Cinema Seguinte” Pior Dupla Rudy Giuliani e o Zíper de Sua Calça, por “Borat: Fita de Cinema Seguinte” Pior Diretor Sia, por “Music” Pior Roteiro “365 Dias” Pior Remake, Cópia ou Sequência “Dolittle” (remake)
Framboesa de Ouro: Mulher-Maravilha 1984, Music e 365 Dias disputam prêmio de piores do ano
Dizem as más línguas que a premiação mais esperada do cinema americano não é o Oscar, mas o Framboesa de Ouro, troféu zoador que elege anualmente os piores filmes e artistas do ano. A lista dos indicados de 2021 foi divulgada nesta sexta (12/3) e sugere que o Globo de Ouro também merece um prêmio especial. Entre os favoritos a levar framboesas, “Music” concorre a quatro troféus de ruindade, após ser indicado a dois prêmios no Globos de Ouro. A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, em inglês) achou que o filme era uma das melhores comédias/musicais do ano e Kate Hudson uma das melhores atrizes. Já a associação dos Razzies (apelido do Framboesa de Ouro) não poderia discordar mais – assim como toda a crítica americana, que deu apenas 8% de aprovação à bomba dirigida pela cantora Sia no Rotten Tomatoes. Um segundo filme destacado pelo suspeitíssimo Globo de Ouro também foi lembrado. “Era Uma Vez um Sonho” disputa dois Razzies, inclusive o prêmio de Pior Atriz Coadjuvante, após o HFPA saudar Glenn Close com sinal trocado por sua atuação nesta cilada (25% no Rotten Tomatoes). Em número total de indicações, os piores foram o fracasso infantil “Dolittle” (com Robert Downey Jr.) e o fenômeno adulto “365 Dias” (hit da Netflix), que disputam seis prêmios cada. Mas a lista não perdoa nem super-heróis. “Mulher-Maravilha 1984” disputa duas framboesas, como Pior Sequência e Atriz Coadjuvante (para Kristen Wiig). Para completar, Adam Sandler voltou a ser lembrado como Pior Ator por “O Halloween do Hubie”, chegando à sua 13ª indicação ao Framboesa de Ouro. Só não supera Sylvester Stallone, que já levou 15 indicações, das quais venceu quatro. Os “vencedores” de 2021 serão revelados no dia 24 de abril, na véspera da cerimônia do Oscar. Pior Filme “365 Dias” “Absolute Proof” “Dolittle” “A Ilha da Fantasia” “Music” Pior Ator Robert Downey Jr., por “Dolittle” Mike Lindell, por “Absolute Proof” Michele Morrone, por “365 Dias” Adam Sandler, por “O Halloween do Hubie” David Spade, por “A Missy Errada” Pior Atriz Anne Hathaway, por “A Última Coisa que Ele Queria” e “Convenção das Bruxas” Katie Holmes, por “Brahms: Boneco do Mal 2” e “O Segredo: Ouse Sonhar” Kate Hudson, por “Music” Lauren Lapkus, por “A Missy Errada” Anna-Maria Sieklucka, por “365 Dias” Pior Atriz Coadjuvante Glenn Close, por “Era Uma Vez um Sonho” Lucy Hale, por “A Ilha da Fantasia” Maggie Q, por “A Ilha da Fantasia” Kristen Wiig, por “Mulher-Maravilha 1984” Maddie Ziegler, por “Music” Pior Ator Coadjuvante Chevy Chase, por “The Very Excellent Mr. Dundee” Rudy Giuliani, por “Borat: Fita de Cinema Seguinte” Shia LeBeouf, por “The Tax Collector” Arnold Schwarzeneggar, por “Iron Mask” Bruce Willis, por “Breach”, “Hard Kill” e “Sobreviver à Noite” Pior Dupla Maria Bakalova & Rudy Giuliani, por “Borat: Fita de Cinema Seguinte” Robert Downey Jr. & seu sotaque galês nada convincente, por “Dolittle” Harrison Ford & aquele cachorro digital totalmente falso, por “O Chamado da Floresta” Lauren Lapkus & David Spade, por “A Missy Errada” Adam Sandler & e sua voz irritante de cara burro, por “O Halloween do Hubie” Pior Diretor Charles Band, por todos os três filmes de “Barbie & Kendra” Barbara Bialowas & Tomasz Mandes, por “365 Dias” Stephen Gaghan, por “Dolittle” Ron Howard, por “Era Uma Vez um Sonho” Sia, por “Music” Pior Roteiro “365 Dias” Todos os três filmes de “Barbie & Kendra” “Dolittle” “A Ilha da Fantasia” “Era Uma Vez um Sonho” Pior Remake, Cópia ou Sequência “365 Dias” (cópia polonesa de “Cinquenta Tons de Cinza”) “Dolittle” (remake) “A Ilha da Fantasia” (“reimaginação”) “O Halloween do Hubie” (cópia de “O Bobo e a Fera”) “Mulher-Maravilha 1984” (sequência)
Sia pede desculpas por Music, filme indicado ao Globo de Ouro
A cantora australiana Sia publicou um pedido de desculpas em suas redes sociais pela representação do autismo no filme “Music”, sua estreia na direção, depois que o filme surpreendentemente conseguiu duas indicações ao Globo de Ouro. “Music” gerou polêmica por escalar a atriz Maddie Ziegler para interpretar uma mulher autista que ouve música sem parar em seus fones de ouvido. No filme, a atriz se comporta como se tivesse retardo mental e não os sinais tradicionais de autismo. Após sua nomeação para o Globo, Sia prometeu remover as cenas mais graves, de contenção da personagem, e disse que o filme será atualizado com um aviso. “Sinto muito”, ela disse simplesmente em uma postagem. Em outra, acrescentou: “Pretendo remover as cenas de restrição de todas as cópias futuras. Ouvi as pessoas erradas e essa é minha responsabilidade, minha pesquisa claramente não foi completa o suficiente, não foi ampla o suficiente. ” Depois disso, ela simplesmente deletou sua conta no Twitter. Sia já esteve envolvida em discussões no Twitter sobre o filme, num tom bem diferente. Em novembro passado, ela protestou contra críticas que estava sofrendo de pessoas autistas, dizendo que tentou “representar a comunidade com amor”. Muitos perguntaram por que um ator deficiente não poderia ter preenchido o papel. Sia sugeriu que autistas não eram bons atores e reclamou das cobranças. “Duh. Passei três anos pesquisando, acho que é por isso que estou tão chateada. ” O filme foi destruído pela crítica nos EUA e tem apenas 29% de aprovação no Rotten Tomatoes. Mesmo assim, ganhou duas indicações ao prêmio da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), concorrendo ao Globo de Ouro de Melhor Atriz (Kate Hudson) e Melhor Filme de Comédia ou Musical. Hudson, que vive a irmã mais velha de Ziegler no filme, disse que ficou “sem palavras” após a indicação. “Music” estreia comercialmente na próxima semana nos EUA. Veja o trailer abaixo.
Críticos dos EUA lamentam Globo de Ouro tão branco: “constrangimento completo”
Enquanto grande parte da imprensa trata o Globo de Ouro como um prêmio sério, quem trabalha mais próximo de Hollywood tem uma visão mais cínica a respeito do evento, que teria sido criado pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) como forma de garantir sua relevância na indústria do entretenimento. Nunca faltaram críticas ao fato de que são cerca de 80 jornalistas estrangeiros brancos, idosos e pouco representativos que escolhem os indicados e os vencedores. Mas alguns críticos americanos subiram o tom nesta nesta quarta (3/2) após o anúncio dos indicados ao Globo de Ouro deste ano. “Um constrangimento completo e absoluto”. Foi assim que Scott Feinberg, o respeitado crítico de cinema da revista The Hollywood Reporter, definiu a seleção apresentada pela HFPA. “Em um ano em que nenhuma estrela vai realmente comparecer ao evento pessoalmente, até se poderia pensar que a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood deixaria de lado seus piores impulsos e escolheria seus indicados mais pelos méritos do que o costume, não menos. Mas a indústria acordou bem cedo com uma indicação de Melhor Atriz de Musical ou Comédia para Kate Hudson por ‘Music’ e depois de Melhor Filme Musical ou Comédia para esse filme, estreia da estrela pop Sia na direção, que um crítico descreveu como ‘dificilmente um fiasco menos desconcertante’ do que ‘Cats’ (e que tem abismais 29% no Rotten Tomatoes) e só é conhecido, se tanto, por escalar uma atriz não autista como personagem autista. Achei que tínhamos deixado para trás os maus velhos tempos do Globo de Ouro dando indicações de melhor filme para ‘O Turista’ e ‘Burlesque’, mas, infelizmente, aqui estamos nós de novo…” Feinberg ainda lembra que “isso não é tudo”. “‘Era uma Vez um Sonho’, que tem ainda pior pontuação, de 26% no Rotten Tomatoes, foi reconhecido na forma de uma indicação de Melhor Atriz Coadjuvante por Glenn Close. Close é uma atriz maravilhosa, mas suspeito que nem mesmo ela diria que merece uma indicação por este filme, que se tornou uma piada corrente, sobre a esnobada de, digamos, Yuh-Jung Youn, a vovó de ‘Minari’ que rouba a cena e que é a Meryl Streep da Coreia do Sul”. O texto é destruidor, cita ainda as indicações a James Corden, “um homem hetero se comportando como um personagem gay em um filme sobre homofobia” em “A Festa de Formatura”, e Jared Leto em “Os Pequenos Vestígios”, uma produção “comercial com apenas 48% no Rotten Tomatoes”, “escolhido em vez de Kingsley Ben-Adir (por ‘Uma Noite em Miami’) e o falecido Chadwick Boseman (por ‘Destacamento Blood’)”. Mas onde ele chuta o balde é no momento em que ressalta “a exclusão total de qualquer um dos quatro filmes fortes centrados na experiência negra americana na disputa de Melhor Filme de Drama”. O Globo de Ouro não valorizou “Destacamento Blood”, “Judas e o Messias Negro”, “A Voz Suprema do Blues” e “Uma Noite em Miami”, quatro filmes fortes com tema e elenco negros, assim como “Minari – Em Busca da Felicidade”, sobre uma família asiática, preferindo destacar dramas que refletem a vida de homens e mulheres brancos. “Destacamento Blood” não teve uma indicação sequer, enquanto os demais entraram em outras seções. Vale apontar que Scott Feinberg é crítico de cinema e não comentou os problemas da lista televisiva da premiação, que ignorou completamente a série mais elogiada do ano, “I May Destroy You”, escrita, dirigida e estrelada por uma mulher negra, Michaela Coel. Foi a revista Vogue quem questionou mais claramente a HFPA sobre essa ausência. “A esnobada do Globo de Ouro em ‘I May Destroy You’ levanta a questão: quais histórias são consideradas universais?”, quis saber a publicação de moda já no título do artigo assinado por Emma Specter. James Poniewozik, no jornal New York Times, foi além: chamou a ausência da série de “crime”. “A série limitada merecidamente aclamada de Michaela Coel sobre um estupro e suas consequências foi um dos feitos narrativos mais impressionantes não apenas do ano, mas talvez da última década. Mas não para o Globo de Ouro, aparentemente.” Em compensação, não faltou “Emily in Paris”, que o crítico do NYT lamentou não ter sido “um erro de digitação”. A série que “recebeu críticas severas em ambos os lados do Atlântico” foi lembrada, assim como a horrível “Ratched” (“estrelas, estrelas e mais estrelas… vai ver que foi por isso”), enquanto a aclamada “I May Destroy You” não. O mesmo vale para “The Boys” e outras tantas séries muito melhores que a relação oficial de indicados. O site Indiewire ainda notou que, embora tenha listado “Lovecraft Country” entre as melhores séries de drama, a HFPA não reconheceu nenhum de seus atores na competição. Elogiadíssima, Zendaya também não foi lembrada pelo filme “Malcolm & Marie”. Assim como, já citado, “Destacamento Blood” de Spike Lee, boicotado em todas as categorias, de direção à interpretação – os organizadores ainda tiveram a audácia de convidar os filhos de Spike Lee para serem “embaixadores” da premiação. Dino-Day Ramos, do site Deadline, ecoou esses sentimentos ao comentar: “É ótimo que haja três cineastas – duas delas mulheres de cor – que foram indicadas na categoria de direção. Eu celebro isso… No entanto, com a quantidade de conteúdo de pessoas de cor e outras comunidades sub-representadas que saiu no ano passado, é difícil acreditar que a HFPA tenha negligenciado e ignorado tantas performances e projetos excelentes. Porque, com base nessas nomeações, a HFPA está nos dizendo que um programa como ‘Emily In Paris’ é melhor que ‘I May Destroy You’. Algo não se encaixa aí”. Diante da polêmica, o jornal Los Angeles Times lembrou que no ano passado a HFPA viu surgir de forma tímida um movimento de denúncia a seu suposto racismo, #GlobesSoWhite, por desprezar programas aclamados como “Olhos que Condenam” e “Watchmen”. E a situação pode se repetir de forma mais intensa após os atuais indicados. “Ignorar ‘I May Destroy You’ pode ser registrado como particularmente chocante neste ano, após a onda recente de promessas de Hollywood para elevar as vozes negras e combater o racismo sistêmico na indústria do entretenimento”, concluiu Tracy Brown, editora da versão digital do LAT.
Music: Filme polêmico de Sia ganha novo trailer
O StudioCanal lançou o pôster e um novo trailer de “Music”, primeiro longa-metragem escrito e dirigido pela cantora Sia. A premissa lembra “Tommy” (1975), a clássica opera rock da banda The Who, só que com uma garota no lugar do rapaz incapaz de sentir o mundo como o resto das pessoas. Só que a execução do conceito acabou criando uma polêmica inesperada. O problema se deve à escalação da dançarina Maddie Ziegler (estrela de vários clipes de Sia) no papel de uma garota autista, que a prévia retrata com um comportamento meio abobado e totalmente diferente das pessoas que sofrem de autismo. A polêmica estourou junto da divulgação do primeiro trailer, há cerca de um mês, quando a interpretação de Ziegler foi tachada de “ofensiva” e “imprecisa” nas redes sociais. A crítica acabou se ampliando com o engajamento de Sia, que passou a insultar autodeclarados autistas. O piti de Sia, com direito a xingamentos, fez a situação sair tanto de controle que organizações dedicadas ao atendimento de autistas decidiram fazer campanha de boicote contra o filme. “Music”, que também tem em seu elenco Kate Hudson (“Marshall: Igualdade e Justiça”), Leslie Odom Jr. (“Hamilton”), Juliette Lewis (“Segredos e Mentiras”), Mary Kay Place (“A Festa de Formatura”), Ben Schwartz (“Sonic: O Filme”), Hector Elizondo (“Last Man Standing”) e Tig Notaro (“Star Trek: Discovery”), será lançado em 14 de janeiro na Austrália, junto com o disco de sua trilha sonora.
Sia diz que foi ferida emocionalmente por Shia LaBeouf
A cantora Sia manifestou apoio à FKA Twigs, que entrou com um processo contra Shia LaBeouf por abusos e agressões. Sia chamou LaBeouf de “mentiroso patológico”, assumindo ter tido um relacionamento com o ator de “Transformers”, que participou de seu clipe “Elastic Heart” em 2015. “Eu também já fui machucada emocionalmente por Shia, um mentiroso patológico, que me enganou em um relacionamento adúltero dizendo que era solteiro”, escreveu Sia no Twitter. “Acredito que ele esteja muito doente e tenho compaixão por ele e suas vítimas. Além disso, eu te amo FKA Twigs. Isso é muito corajoso e estou muito orgulhosa de você”. O jornal The New York Times ouviu o ator, que admitiu ter praticado atos de agressão e abuso durante um período em que lutava contra o alcoolismo, embora tenha contestado a veracidade dos relatos específicos de FKA Twigs. “Eu tenho sido uma pessoa abusiva comigo mesmo e com as pessoas ao meu redor por anos. Tenho um histórico de machucar aqueles que são mais próximos de mim. Sinto vergonha deste histórico e peço desculpas àqueles que machuquei. Não posso dizer nada além disso”, comentou. Also I love you @FKAtwigs This is very courageous and I'm very proud of you. FKA Twigs Sues Ex-Boyfriend Shia LaBeouf for Sexual Battery – Variety https://t.co/qnVhrwTbjh — sia (@Sia) December 13, 2020 I too have been hurt emotionally by Shia, a pathological liar, who conned me into an adulterous relationship claiming to be single. I believe he's very sick and have compassion for him AND his victims. Just know, if you love yourself- stay safe, stay away. https://t.co/2NNEj9w8b1 — sia (@Sia) December 13, 2020
Sia briga com a comunidade autista ao lançar o trailer de seu primeiro filme
A cantora Sia comprou briga com a comunidade autista por conta de seu primeiro longa-metragem, “Music”, que ela escreveu e dirigiu. Sia diz que queria homenagear essa comunidade, mas escalou sua protegida, a dançarina Maddie Ziegler, no papel de uma garota autista, e o trailer do longa, revelado no fim de semana, mostrou a jovem apresentando um comportamento meio abobado e totalmente diferente das pessoas que sofrem desse mal. A polêmica estourou junto do trailer, após a interpretação de Ziegler ser considerada “ofensiva” e “imprecisa” nas redes sociais, o que deu início a uma troca de insultos entre Sia e autodeclarados autistas. A situação saiu tanto do controle que até organizações dedicadas ao atendimento de autistas decidiram fazer campanha de boicote contra o filme. Sia acabou tuitando que ficou “muito confusa” com a negatividade em relação ao seu trabalho. Uma atitude bem diferente do entusiasmo demonstrado ao lançar o trailer. A atriz irlandesa Bronagh Waugh foi a primeira a questionar Sia sobre a polêmica interpretação de Ziegler. “Posso perguntar por que você não escalou um ator deficiente para este papel?”, ela escreveu no Twitter. “É muito ofensivo a maneira que você escolheu para retratar essa personagem. Pessoas com deficiência não estão quebradas e não precisam de conserto.” Ao ver o comentário, Sia respondeu que tentou “representar amorosamente a comunidade”. Isso desencadeou várias críticas contestando o resultado, com muitos perguntando por que um ator deficiente não poderia ter interpretado o papel. Sia tentou se defender, dizendo a certa altura: “Duh. Passei três anos pesquisando, acho que é por isso que estou tão chateada. ” Ela afirmou que contratou muitas “crianças com habilidades especiais” para trabalhar no filme, incluindo uma garota do espectro, antes de escalar Ziegler. “Ela achou desagradável e estressante”, disse Sia sobre a jovem do espectro. Neste ponto, uma seguidora se ofereceu, dizendo que ela e várias outras atrizes autistas estariam disponíveis para o papel. Ao que Sia respondeu: “Talvez você seja apenas uma atriz ruim”. As respostas atravessadas acabaram gerando ainda mais raiva dentro da comunidade que Sia supostamente estava tentando agradar, até a Sociedade Nacional de Autismo do Reino Unido dizer que “Sia entendeu tudo errado” e a Associação Americana de Pessoas com Deficiências conclamar: “Não assistam ao filme da Sia”. Diante disso, Sia defendeu suas opções e pediu que criticassem o produto acabado, não o trailer. Mas fez o pedido de maneira, digamos, pouco educada, com palavrões. “Grrr. F*** f**ida, por que vocês não assistem meu filme antes de julgá-lo?”, ela escreveu no Twitter. “FÚRIA.” Este piti acabou gerando reação de uma proeminente celebridade deficiente, a atriz Marlee Martlin, vencedora do Oscar por “Filhos do Silêncio” (1986). “Querida Sia, como todo respeito como colega artista, é esse o tipo de resposta que você deseja que as pessoas vejam ao discutir um tópico tão importante, como pessoas com autismo? Por favor, não seja surda ao que eles têm a dizer”, escreveu Matlin. O filme será lançado em fevereiro, junto com o disco de sua trilha sonora. Veja abaixo o trailer que irritou os autistas e a reação que levou Marlee Martlin a se pronunciar. Dear @Sia, With respect as a fellow artist, is this the kind of response you want people to see when discussing such an important topic such as people with Autism? Please don't be deaf to what they have to say. Marlee Matlin — Marlee Matlin (@MarleeMatlin) November 21, 2020
Sia revolta fãs ao defender Johnny Depp e atacar Amber Heard nas redes sociais
A cantora australiana Sia fez uma série de tuítes surtados na sexta-feira (16/10) para defender Johnny Depp (“Piratas do Caribe”) e atacar gratuitamente a atriz Amber Heard (“Aquaman”). Chamando o ator de “vítima”, ela ainda acusou a atriz de ter lucrado com o divórcio, apesar de ter doado tudo o que ganhou no acordo de separação. Os fãs de Sia ficaram passados com as declarações e estão pedindo para a cantora deletar os comentários. Por enquanto, ela está fingindo não ver a grande revolta que causou entre seus seguidores. “Apenas demostrando meu apoio público a Johnny Depp”, disse ela. “Quer dizer, eu adoraria que ele ficasse sóbrio e parasse com as joias, mas ele é claramente a vítima depois de ouvir aquelas fitas”. As “fitas” a que ela se refere são gravações editadas com a voz da atriz, disponibilizadas em vídeos de um perfil anônimo do YouTube, criado exclusivamente para atacá-la e pedir #JusticeForJohnnyDepp. Além de acesso a material que apenas Johnny Depp teria, os vídeos trazem a voz de um homem não identificado declarando ter provas de que Amber não seria vítima de violência doméstica do ex-marido e, sim, sua agressora. Um dos vídeos contém gravações de 2015 em que Heard admite ter batido em Depp. Durante o recente julgamento em Londres, em que o ator processou o jornal The Sun por chamá-lo de “espancador de esposa”, ela foi questionada sobre essa confissão e disse que precisava se defender e também a irmã dela, que Depp teria atacado durante uma intervenção. No mesmo tribunal, a defesa do Sun conseguiu fazer Depp afirmar ter agredido a atriz. Sia disponibilizou um desses vídeos com gravações montadas e acusações sem provas, considerando-o verdade absoluta, e ainda acrescentou sua própria teoria de conspiração maluca sobre a briga do ex-casal. “Clássico comportamento de quem tem borderline, da parte dela”, descreveu a cantora, embora a atriz não tenha transtorno mental. Ela ainda citou o milionário Elon Musk, dono da Tesla e da Space X, com quem Amber namorou por cerca de um ano depois de se separar de Depp em 2018, para acusar, sem qualquer fundamento, que ele teria dado uma fortuna à atriz para ela fingir a doação de todo o dinheiro que ganhou no divórcio. “Aliás, Elon Musk, você não deu a ela os US$ 7 milhões que ela ‘doou’ do acordo? Ela ainda saiu US$ 7 milhões mais rica”, extrapolou a cantora. Para provar que não estava atrás de dinheiro em seu divórcio, Amber Heard doou tudo o que recebeu do ator no acordo de separação (os US$ 7 milhões) à ONG União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e ao Hospital Infantil de Los Angeles. “Por que você está protegendo-a? Ela nunca vai ter a ajuda que precisa se todos nós ficarmos em silêncio!”, completou a australiana, do nada. A briga entre Johnny Depp e Amber Heard não acabou com o divórcio, porque a atriz sugeriu ter sido vítima de violência doméstica e ele resolveu processá-la. O caso ainda não foi à julgamento, mas ele pede US$ 50 milhões de indenização, alegando ter sido difamado e prejudicado em sua carreira por conta dessas alegações. Em resposta, a atriz abriu seu próprio processo, acusando-o de ter iniciado uma “campanha de difamação” contra ela e pedindo US$ 100 milhões em indenização. O caso de Depp tem previsão de julgamento entre os dias 11 e 28 de janeiro de 2021. Entretanto, a equipe jurídica do ator já requisitou um adiamento para março e junho de 2021, porque ele estará filmando “Animais Fantásticos 3” no período marcado. Já a equipe de Heard disse que, entre março e junho, ela deverá estar filmando “Aquaman 2” e não aceita a troca de datas. Amber Heard & Johnny Depp: The Real ABUSER FINALLY REVEALED!! (UNCENSOR… https://t.co/uY1PLsDUYp via @YouTube classic borderline behavior on her part. — sia (@Sia) October 16, 2020
Natalie Portman vira cantora pop em novo trailer e fotos de Vox Lux
O estúdio indie Neon divulgou o pôster, 12 fotos e o segundo trailer de “Vox Lux”, que traz Natalie Portman (“Cisne Negro”) como uma cantora pop. A prévia conta como Celeste, sua personagem, tornou-se uma celebridade ainda adolescente, durante a repercussão de uma tragédia, e mostra sua transformação em estrela glam, com um visual que parece vir do filme “Velvet Goldmine” (1998) ou da continuação nunca filmada de “Cisne Negro” (2010). Toda essa fantasia, porém, contrasta brutalmente com o repertório musical, um pop genérico concebido pela cantora Sia. O filme conta a história dramática de Celeste em duas partes. Nos flashbacks, ela é vivida por Raffey Cassidy (de “O Sacrifício do Cervo Sagrado”) e tem a vida mudada ao sobreviver a um tiroteio em sua escola. O tributo que presta aos colegas, com a ajuda da irmã Eleanor (Stacy Martin, de “Ninfomaníaca”) e de seu empresário (Jude Law, de “Rei Arthur: A Lenda da Espada”), torna-se uma sensação midiática e dá início à sua carreira musical. Já a segunda metade traz Natalie Portman como a protagonista, lidando com os fardos da popularidade enquanto tenta conciliar sua vida pessoal com a profissional. Segundo longa escrito e dirigido pelo ator Brady Corbet (que estreou com “A Infância de um Líder”), “Vox Lux” causou sensação nos festivais de Veneza e Toronto, onde arrançou aplausos e chegou a atingir 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. Desde então, o encanto cedeu um pouco (85%), mas continua forte. A estreia vai acontecer em 7 de dezembro nos EUA, de olho na temporada de premiações, mas ainda não previsão para o lançamento do filme no Brasil.









