Johnny Depp se diz vítima de abusos de Amber Heard
Em seu quarto e último dia de depoimento, Johnny Depp encerrou seu testemunho no julgamento de difamação contra a ex-mulher, Amber Heard, afirmando que foi ele a verdadeira vítima de abuso doméstico, não ela. “Sim”, disse o ator quando perguntado por seu advogado em uma pergunta final, se foi “vítima de violência doméstica”. Na retomada do julgamento nesta segunda (25/4), o astro de “Piratas do Caribe” procurou recuperar o domínio da narrativa após vários dias de interrogatório, no qual foi bombardeado pelo advogado de Heard com textos, vídeos e áudios que o retrataram como um homem violento, drogado e capaz de explosões de raiva contra a ex-esposa. Ele começou o dia ainda confrontado pelo advogado de defesa, Ben Rottenborn, que apresentou reportagens sobre a implosão de sua carreira, publicadas bem antes do artigo de 2018, em que sua ex-esposa se apresentou como vítima de violência doméstica – sem nomeá-lo. Em seu processo, Depp afirma que foi o artigo que fez sua carreira desandar. O advogado ainda mostrou novos áudios violentos de Depp gravados pela ex-esposa. Em um deles, ela reage a uma briga dizendo: “Vá apagar seu cigarro em outra pessoa”. No tribunal, Depp disse que a atriz tinha uma propensão de fazer declarações “grosseiramente exageradas”. Em outra gravação, Depp é que teria “exagerado grosseiramente” ao dizer que, se Heard não parasse de discutir, a situação viraria um “banho de sangue”. Após o almoço, foi a vez dos advogados de Depp tentarem reverter a imagem negativa evocada pela defesa. Com ajuda da advogada Jessica Meyers, o ator repetiu a tese de que não estava sendo ameaçador em seus textos, mas simplesmente usando “humor abstrato”. E insistiu que não bebia demais. “Eu nunca tive apagões”, continuou ele, em um claro contraste com o material apresentado pela defesa, incluindo imagens e textos do próprio Depp. Embora tenha admitido, ao ser confronto por provas, que Heard foi fundamental para sua desintoxicação de opioides em 2015, Depp aproveitou para recolocar o tema em debate ao afirmar que sua ex-esposa também foi o gatilho de suas recaídas. O detalhe mais estranho desse encerramento é que, após dois dias confrontado com um retrato pouco lisonjeiro de si mesmo, os próprios advogados de Depp acrescentaram novas injúrias do ator no processo, ao reproduzirem as gravações do casal feitas por ele. Numa delas, o intérprete de Jack Sparrow chama a então esposa de “dor na bunda”, “harpia” e “vadia”. Além disso, declara que Heard tinha um “distúrbio de personalidade limítrofe” porque disse que o amava. O auto-descrito “pobre drogado velho” também foi ouvido dizendo para Heard: “Nunca vou ficar limpo e sóbrio”. Também foi possível ouvir Heard chorando e dizendo a Depp que ele é “muito malvado” e um “valentão”. “Você está me matando”, afirmou Heard, quando Depp pediu a um assessor que a levasse embora. Outro áudio trouxe Depp pedindo que a atriz o cortasse com uma faca: “Você pegou tudo, você quer meu sangue, pegue”. Depp explicou ao tribunal que disse a Heard para cortá-lo porque seu sangue “era a única coisa que ela não tinha”. Ele levou a faca para um encontro com Heard na época da discussão do divórcio. “Eu tinha uma faca no bolso. Eu peguei a faca e disse: ‘aqui, me corte'”, contou. “Eu estava quebrado, realmente não aguentava mais no final”, explicou Depp ao tribunal sobre as gravações. O mais interessante em todos os áudios foi o que não se ouviu: ofensas da atriz. O momento mais agressivo registrado por Depp foi uma gravação de telefone em que Heard o desafia a provar que ele foi a vítima do casal. Heard falou: “Diga ao mundo que eu, Johnny Depp, um homem, sou vítima de violência doméstica e veja quantas pessoas acreditam ou estão do seu lado”. Mais um áudio complicado, registrado em meados de 2016, ainda mostrou Depp comentando as alegações de abuso logo após Heard pedir uma medida restritiva de proteção. “A questão do abuso é que temos que lidar com isso”, disse Depp em um ponto da gravação. “Você me forçou indo para o ataque”, respondeu Heard, agitada. Para completar o dia, os advogados de Depp ainda retiraram o nome do ator Paul Bettany (“WandaVision”) de sua lista de testemunhas. Bettany foi o destinatário das mensagens mais violentas de Depp sobre Heard, incluindo os textos em que manifestou seu desejo de afogá-la, queimá-la e depois estuprar seu cadáver. O intérprete do Visão do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) chegou a mencionar à imprensa que achava constrangedor ver seu nome envolvido no julgamento, com essas mensagens vindo à tona. Assim como Depp, Heard também prestará depoimento no julgamento, que começou em 11 de abril e deve durar cinco semanas. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do quarto dia de depoimentos do ator.
Confrontado com textos e áudios violentos, Johnny Depp faz piadas
Depois de uma quarta-feira (20/4) de mutilação e fezes, o depoimento de Johnny Depp no processo movido contra sua ex-esposa Amber Heard por difamação prosseguiu nesta quinta com novas doses de bizarrice e violência. E tentativas de humor. Desta vez, porém, quem conduziu o interrogatório foi o advogado da atriz, Ben Rottenborn. Um dos momentos mais tensos foi quando um áudio revelou a vontade de Depp de se automutilar. “Onde você quer a cicatriz?” diz Depp. Ao que Heard implora: “Não corte sua pele. Por favor, não corte sua pele. Porque eu faria isso? Por favor não faça isso. Por favor, não se corte.” A defesa de Heard exibiu uma enxurrada de evidencias com textos, imagens, áudio e vídeo para tentar demostrar que as reações violentas de Depp não eram eventuais, mas constantes. Conhecidas desde o julgamento que Depp perdeu no Reino Unido, ao processar o jornal The Sun por chamá-lo de “espancador de esposa”, as mensagens trocadas com Paul Bettany, intérprete do Visão no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), foram as mais horripilantes, especialmente o trecho em que Depp revela seu desejo de afogar, depois queimar e finalmente estuprar o “cadáver queimado” de Heard. Rottenborn listou as substâncias que Depp e Bettany teriam ingerido nas noitadas em que passaram juntos, incluindo cocaína, Xanax e Adderall, além de bebida, antes de ler uma mensagem incriminadora. “Bebi a noite toda antes de pegar Amber para voar para LA no domingo passado. Feio, companheiro. Sem comida por dias. Pós. Meia garrafa de uísque”, escreveu Depp. “Um índio agressivo com raiva em um maldito apagão, gritando obscenidades e insultando qualquer f*da que chegasse perto”, continuou o ator. Em outro texto de 2015 para sua irmã mais velha, Depp se referiu à sua então esposa como “aquela prostituta imunda”. Questionado sobre o vocabulário, Depp disse: “Eu tenho uma maneira particular de usar palavras no meu vernáculo”. Essa observação não pareceu impressionar o júri e outros espectadores, muitos dos quais são fãs autodeclarados de Depp. No entanto, Depp arrancou algumas risadas com várias piadas durante o interrogatório. Numa delas, o ator retrucou um de seus próprios textos controversos, lido em voz alta pelo advogado. No texto, Depp afirma: “A única razão pela qual escolhemos a garganta é o amor”. Heard respondeu: “Minha garganta é sua. Você vai ser a minha morte, mas eu não me importo”. Depp respondeu: “Tenho outros usos para sua garganta que não incluem ferimentos”. No banco das testemunhas, Depp zoou: “Desculpe, você poderia ler isso de novo”. Alguns no tribunal riram. Ele também fez graça ao falar do vício compartilhado com o cantor Marilyn Manson. “Nós tomamos cocaína juntos algumas vezes”, admitiu, antes de brincar: “Uma vez, eu dei uma pílula a Marilyn Manson para que ele parasse de falar tanto.” Outro registro calou os risos, mesmo quando Depp tentou se esforçar para tornar a situação engraçada. Num áudio, sua voz é ouvida usando palavrões para se referir a Heard. E diz que “eu dei uma cabeçada na por** da sua testa. Isso não quebra um nariz.” “Eu disse essas palavras, mas estava usando as palavras que a senhorita Heard estava usando, mas não houve uma cabeçada intencional”, disse Depp. “Se você quiser ter uma conversa pacífica com a senhorita Heard, talvez seja necessário aplacá-la um pouco”, completou, achando engraçado. Entre os vídeos, Rottenborn exibiu uma gravação de Heard que mostra Depp, aparentemente bêbado, batendo no armário da cozinha e quebrando outros objetos, antes de descobrir que ela estava gravando com seu telefone, jogando-o longe. “Claramente eu estava tendo um mau momento”, disse Depp ao tribunal. E então reconheceu que “atacou alguns armários, mas não toquei na Srta. Heard”. Ele disse que Heard gravou o vídeo ilegalmente e que “a parte mais interessante” foi que ela apareceu sorrindo no final. Confrontado com registros de seu excesso de bebidas desde antes do relacionamento com Heard, ele declarou que “não bebia tanto”. Mas o advogado lembrou seu testemunho no caso de difamação que moveu contra o tabloide The Sun, no Reino Unido, onde havia dito que “estava abusando de álcool com certeza” após o fim do casamento com Vanessa Paradis. Depois de retrucar com um “você estava lá?” para Rottenborn, Depp teve que admitir o testemunho anterior, contradizendo sua posição de que nunca teve problemas com excesso de bebidas. Neste momento, mensagens de Depp sobre Paradis, com quem ele foi casado antes de Heard, foram lidas no tribunal, revelando o mesmo tom usado contra a atriz. “Extorsionista francesa” e “ex-buc***” foram algumas das expressões usadas para definir a ex-esposa – apontando, segundo a defesa, um padrão de linguagem ofensiva. Fotos do ator em estado lamentável, após beber muito e se drogar, foram apresentadas como evidência de seu problema com substâncias controladas. Mas o ator insistiu em sua linha de defesa, de que não fazia isso para se divertir e sim para lidar com uma infância triste e o trabalho na indústria cinematográfica. “Não é como se eu tomasse as pílulas para ficar chapado, eu tomava as pílulas para ficar normal”, declarou sobre seu vício assumido em Oxicodona. Destruição de propriedades, quartos cheios de “prostitutas e animais” e momentos sangrentos também foram trazidos à luz, como a destruição de um banheiro depois de uma discussão com Heard sobre a atenção que outra mulher estaria dando a ela. Na sequência desse incidente, ele mandou uma mensagem para Paul Bettany em que afirmou: “Claro que eu bati e mostrei cores feias para Amber em uma jornada recente. Feio e triste, ah, como eu amo isso”. Os textos também demonstram que a atriz tentou convencê-lo a se desintoxicar. Numa mensagem de 2014, Depp inclusive lhe agradeceu por ajudá-lo. “Muito obrigado por me deixar limpinho pra caral**”, ele escreveu para Heard. Outra comunicação, desta vez para a mãe da ex-esposa, traz o ator elogiando-a pelo esforço, dizendo que “foi Amber e Amber apenas que me fizeram superar isso”. O advogado de Heard também trouxe ao tribunal o relato de um processo aberto pelo gerente de locação Greg “Rocky” Brooks no set do filme “City of Lies” em 2017, quando Depp o atacou fisicamente apenas porque o avisou que as filmagens do dia precisavam terminar. Este caso ainda está aberto e em andamento na Justiça. Outra evidência trazida por Rottenborn foi um formulário de seguro feito pela Walt Disney Company que questionava se Depp estava tomando “substâncias ilegais, prescritas por um médico ou não” e o ator assinalou “não”. O advogado alegou que Depp mentiu no formulário, devido a todas as evidências apresentadas e que ainda serão trazidas à corte. O julgamento não terá sessão nesta sexta, retornando apenas na próxima segunda (25/4). Todos os depoimentos estão sendo transmitidos ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os primeiros vídeos divulgados do terceiro dia de depoimentos do ator.
Johnny Depp acusa Amber Heard de agressão e se contradiz em depoimento
O ator Johnny Depp, que está processando a ex-esposa Amber Heard por difamação, mostrou-se bem menos confiante em seu segundo dia de depoimento no tribunal de Fairfax, no estado americano de Virginia, entrando em contradição e exibindo sinais de raiva ao ser questionado pela defesa. A serenidade controlada, frases empoladas e histórias tristes apresentadas no dia anterior viraram histórias de terror na primeira parte da sessão desta quarta (20/4), quando Depp fez denúncias literalmente sangrentas contra Heard. Mas seu tom sofreu outra mudança radical, quando chegou a vez do advogado de Heard, Ben Rottenborn, interrogá-lo nos minutos finais da audiência. Neste momento, Depp se atrapalhou com datas, mostrou-se confuso e reagiu com fúria ao ser questionado sobre as afirmações principais do caso, de que um editorial escrito pela atriz em 2018 no jornal Washington Post destruiu sua vida, carreira e reputação, trazendo prejuízo financeiro ao tirá-lo da franquia “Piratas do Caribe”. “Estou processando ela por difamação e as várias falsidades que usou para acabar com minha vida”, declarou Depp. Antes de Rottenborn pressioná-lo, Depp se mostrou bem à vontade para descrever Heard como mentirosa, manipuladora e extremamente violenta. O ponto mais polêmico foi a briga de março de 2015 que o deixou sem um pedaço do dedo médio da mão direita. Declarações sobre o incidente já surgiram várias vezes no julgamento. O médico particular do ator disse que Depp lhe confessou ter se cortado sozinho e a ficha médica de seu atendimento hospitalar na Austrália reforça esse relato, registrando o incidente como um corte involuntário com uma faca. No tribunal, porém, Depp disse que perdeu a ponta do dedo quando Heard jogou uma garrafa de vodka nele e o vidro quebrou. Segundo Depp, Heard havia chegado à Austrália, após um longo voo de Los Angeles, chateada com uma reunião que teve com um advogado para discutir o pedido de Depp de um acordo “pós-nupcial”. “Ela ficava dizendo: ‘Eu não estou nem em seu testamento. Eu nem estou em seu testamento’”, declarou o ator ao júri. “Achei uma coisa estranha de se dizer. Parecia errado, e ela não deixava de lado esse acordo pós-nupcial, dizendo que eu estava tentando enganá-la para não conseguir nada se algo acontecesse.” O intérprete de Jack Sparrow relatou que a discussão deles aumentou e que Heard “ficou irada e possuída”. Ele disse que acabou indo para a sala de recreação no andar de baixo da casa, onde, apesar de estar sóbrio por vários meses, serviu-se de duas ou três doses de vodka. “Ela me encontrou lá [e disse] ‘Oh, você está bebendo de novo’, um monstro e tudo mais’”, relatou Depp. Em seguida, afirmou que Heard agarrou a garrafa e jogou nele, passando direto por sua cabeça e quebrando às suas costas. Então, ele foi ao bar e se serviu de uma garrafa maior de vodka. Para recriar a situação, Depp levantando-se do banco de testemunha e interpretou o momento em que, segundo ele, Heard pegou outra garrafa para atirar em sua direção. “Minha mão estava na beirada do bar e ela jogou a garrafa grande, que quebrou em todos os lugares, e eu honestamente não senti a dor”. Mas disse que sentiu pingar sangue e “olhei para baixo e percebi que a ponta do meu dedo havia sido cortada. Eu estava olhando diretamente para o meu osso saindo e a parte carnuda do interior do dedo, e o sangue estava saindo.” Depp afirmou que ao ver o dedo transformado numa espécie de vulcão “Vesúvio” entrou em “uma espécie de colapso nervoso” e começou a escrever nas paredes com seu próprio sangue. Ele não disse o que estava escrito, citando apenas que eram “pequenos lembretes do nosso passado, que representavam mentiras que ela me contou e mentiras nas quais eu a peguei”. Os advogados de Heard disseram que pretendem provar que o corte de Depp foi auto-infligido durante um surto, seguido por coisas horríveis escritas com sangue nas paredes. Depp trocou a palavra “surto” por “colapso”, ao explicar porque não conseguia se lembrar do que fez em seguida. Ele relatou que foi ao pronto-socorro, mas disse a seu médico particular que havia esmagado o dedo em portas sanfonadas. O motivo, de acordo com sua explicação, foi para “manter as coisas o mais compactas possível”. Aos jurados foram mostradas fotos gráficas de sua lesão, bem como uma foto do rosto de Depp com uma marca, que ele afirmou ser resultado de uma agressão de Heard com o cigarro em sua bochecha. Depp disse que fez uma cirurgia para reconstruir o dedo por meio de um enxerto de pele de outra parte da mão. Ele explicou que usou um curativo durante o resto da produção de “Piratas do Caribe: Vingança de Salazar”, escondido no filme por meio de efeitos especiais. O ator também relembrou a ocasião em que encontrou cocô na cama, após uma briga com a então esposa. “Minha reação inicial foi rir. Era uma coisa tão bizarra e tão grotesca que eu só conseguia rir”, começou ele. “Ela tentou culpar os cachorros. Eles são yorkshires pequenos e pesam cerca de 4 kg cada. Eu vivi com aqueles cachorros. Eu peguei o cocô deles. Não foram os cachorros”, acusou. E seguiu descrevendo a esposa como alucinada e agressiva, alguém que sempre o atacava com “violência”. “Em sua frustração e raiva, ela sempre atacava”, ele testemunhou. “Podia começar com um tapa, podia começar com um empurrão, podia começar com um controle remoto da TV na minha cabeça. Poderia começar jogando uma taça de vinho na minha cara. Em suma, foi constante.” O júri provavelmente ouvirá uma versão radicalmente oposta durante o testemunho de Heard. Mas uma prévia dos embates de versões já pôde ser antevista após o final do depoimento espontâneo do ator, quando o advogado da atriz começou a questioná-lo. De imediato, Depp precisou admitir para o júri que o artigo em que baseou seu processo não cita seu nome e que assinou uma declaração em 2016, afirmando que “nenhuma das partes fez falsas acusações” após iniciar o divórcio. Esta declaração foi uma condição exigida por Heard para tirar da Justiça uma medida de restrição contra o ator, após ela indicar a um juiz ter sido vítima de violência doméstica. Ao pedir o divórcio, Heard obteve uma ordem de restrição temporária, alegando que Depp a agrediu depois de uma discussão em que estava bêbado em seu apartamento em Los Angeles. A denúncia diz que ele “começou a ficar obcecado por algo que não era verdade” e “ficou extremamente irritado”, jogando um telefone em Heard, atingindo sua bochecha e olho “com extrema força”. Uma declaração separada de uma amiga de Heard que testemunhou a cena, Raquel Pennington, apoiou a versão de Heard, incluindo uma descrição de que Depp balançava uma garrafa de vinho “como um taco de beisebol”. “Fui aconselhado por meus advogados a não lutar contra isso”, Depp explicou, tentando justificar o motivo de não ter contestado as acusações de abuso de Heard na época, preferindo esperar quase três anos para processá-la por insinuações a este respeito num editorial do Washington Post que não cita seu nome. A parte mais importante do julgamento por difamação é provar que o demandante sofreu danos à sua reputação por uma declaração ou artigo específico. O advogado demonstrou que Heard já tinha feito a acusação anteriormente – e na Justiça – sem ser contestada, e Depp assinou um documento afirmando que a declaração não era falsa. Outro argumento contestado pela defesa foi de que o editorial teria custado ao ator o papel de Jack Sparrow, supostamente extirpado do próximo filme dos “Piratas do Caribe”. O advogado de Heard buscou mostrar que a Disney havia tomado a decisão de não contratar Depp bem antes da publicação do texto, além de lembrar que Depp nem queria fazer o filme. A prova apresentada foi um artigo publicado no jornal britânico Daily Mail, datado de 25 de outubro de 2018, dois meses antes do editorial do Washington Post, que afirmava que Depp estava “fora” da franquia dos piratas. Pressionado pela defesa, Depp confessou a Rottenborn e ao tribunal que ele realmente não tinha ideia se outro filme da franquia seria feito. A Disney não deu nenhum prosseguimento a “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, após as confusões judiciais do ator. Portanto, não seria possível afirmar que ele “perdeu” o papel num filme que nunca entrou em produção. Os argumentos da defesa avançaram direto sobre as alegações de Depp para abrir o caso, mostrando que elas não se sustentam. Mas o julgamento deve se estender até meados de maio e trazer ainda a versão de Heard sobre os detalhes mais sombrios do relacionamento do ex-casal. Depp vai continuar no banco das testemunhas nesta quinta (21/4). Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do segundo dia de depoimentos do ator.
Johnny Depp minimiza vício e mensagens sobre matar Amber Heard
O ator Johnny Depp prestou depoimento nesta terça (19/4) no julgamento do processo que abriu no estado americano de Virginia contra a ex-mulher, Amber Heard, por difamação. O motivo da ação foi um artigo escrito por ela no jornal The Washington Post em 2018, em que se descreveu como uma “figura pública que representa a violência doméstica”. Ao se apresentar, o ator jurou que nunca agrediu Amber Heard ou qualquer outra mulher em sua vida. Ele justificou a iniciativa de processar a atriz pela necessidade de se defender por conta dos filhos, que são constantemente questionados sobre as acusações. Confrontado com as mensagens ameaçadoras revelados no tribunal, com linguagem violenta desejando até morte brutal da ex-esposa, ele disse que tende a ser “bastante expressivo” ao escrever. Ciente do retrato agressivo realçado pelos textos, Depp se esforçou para minimizá-los. “Estou envergonhado com algumas das referências feitas e envergonhado com o tom que, no calor do momento, no calor da dor que eu estava sentindo, me levou para lugares escuros”, disse o ator em voz baixa no banco de testemunha. “Às vezes, a dor tem que ser tratada com humor e, às vezes, com humor muito sombrio”, ele continuou. “Às vezes, você está exagerando algo que fez para fazê-lo entender que você está no Planeta Ponto de Interrogação”, acrescentou. E se justificou com a alegação de que “ela começou”, ao insinuar ser vítima de agressão. Depp também refutou ser um drogado sem controle. Ele afirmou que só fuma maconha e toma medicamentos prescritos para dor. Esse consumo não é para fazer festa, mas para suportar os problemas que enfrenta na vida desde a infância. Em sua defesa, afirmou que essas drogas “eram um alvo fácil” para Heard denunciar, mas elas não afetavam seu comportamento. Mesmo confirmando seu vício em opioides, que diz ter encerrado, ele argumentou que sempre foi um viciado funcional, que nunca perdeu o controle durante filmagens. Entretanto, há amplas evidências em contrário, algumas já expostas no julgamento – pela enfermeira que testemunhou chutes e socos em portas e paredes – , outras levadas à Justiça, como o caso de um assistente do filme “City of Lies”, e as que deverão ser apresentadas ao tribunal pelos advogados de Heard, que pretendem trazer à tona os bastidores de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”. A imprensa americana considerou o testemunho como uma performance teatral, já que pouco foi dito sobre o caso que motivou o julgamento. Na maior parte do tempo, Depp falou de si mesmo, de sua infância e carreira, contando “causos” para divertir os jurados. Depp vai continuar seu depoimento na quarta-feira. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet. Veja abaixo os vídeos do depoimento.
Testemunhas abordam violência entre Johnny Depp e Amber Heard
O julgamento por difamação travado entre Johnny Depp e Amber Heard iniciou nesta semana em Fairfax, no estado americano de Virgínia, com testemunhos sobre as alegações de violência entre o ex-casal. Na quarta (13/4), Isaac Baruch, amigo de infância de Johnny Depp, afirmou não ter visto machucados no rosto da atriz ao cruzar com ela no dia em que teria sido atingida por um telefone jogado pelo ator. Ele acrescentou que ela estava espalhando mentiras. “Muitas pessoas foram afetadas por essa mentira maliciosa que ela começou, criou e espalhou ao redor do mundo”, disse Baruch. Para deixar claro: a mentira não era sobre o telefone ter sido jogado na cara de Heard, mas que seu rosto tivesse ficado marcado pela ação, como fotos que circularam mais tarde (quando o machucado arroxou). Confrontado pela defesa de Heard, Baruch precisou confirmar uma mensagem enviada pelo astro da franquia “Piratas do Caribe”, em que ele dizia esperar ver “o corpo apodrecido [de Amber Heard] decompondo na p***a do porta-malas de um Honda Civic”. Não foi revelado como os advogados da atriz tiveram acesso à mensagem, mas o amigo de Depp confirmou a veracidade do texto, bem como de outras mensagens ofensivas. Ele sugeriu que os ataques eram justificados. “Não é justo. Não é certo o que ela fez e o que aconteceu com as várias pessoas afetadas por isso tudo. É doentio isso tudo”. Nesta quinta (14/4), a situação entornou de vez para Depp, graças aos depoimentos de uma terapeuta e um médico. O Dr. David Kipper, contratado em 2014 para tratar o ator por seu vício em opióides (medicamentos com efeitos analgésicos e sedativos potentes), foi questionado sobre mensagens de sua enfermeira Debra Lloyd, que diziam que Depp havia “socado um quadro branco na cozinha depois de uma briga” e chutado uma porta em um set de filmagem porque estava agitado. Kipper disse que nunca viu nenhuma violência entre Depp e Heard. Mas em março de 2015, quando eles estavam na Austrália, recebeu várias mensagens perturbadoras de Depp com ofensas contra a atriz – “Ela é tão cheia de merda como um ganso de Natal”, “uma malvada maliciosa e uma vadia vingativa”, etc. Depp também informou a Kipper que “cortou a parte superior” do dedo médio. “O que devo fazer? Ir ao hospital? Estou tão envergonhado por pular em qualquer coisa com ela.” Esta informação é importante, porque durante as declarações de abertura na terça-feira, os advogados de Depp alegaram que Heard jogou uma garrafa em Depp que decepou parte de seu dedo. Kipper contradisse essa alegação citando uma mensagem em que Depp admitiu ter cortado o próprio dedo enquanto brigava com a esposa. Depois dessa mensagem, o médico foi ver Depp na Austrália. Em seu depoimento, ele revelou que a residência alugada pela Warner Bros. para as filmagens de “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” estava “uma bagunça. Havia coisas jogadas por todos os lugares”. E sangue nas paredes. Ele disse que foi para o hospital com Depp para ele realizar uma cirurgia na mão. Mas Kipper o avisou que se afastaria se ele não cumprisse o plano de tratamento, pois precisava estar “estável” para a cirurgia. Depp prometeu que cumpriria. Em junho, Depp enviou um mensagem para Kipper dizendo ter trancado seu “filho monstro em uma gaiola”, referindo-se ao vício, e isso “funcionou pra c***lho. “Amber e eu fomos absolutamente perfeitos por três meses inteiros!”, exclamou, acrescentando: “Nós somos melhores amigos agora”. Heard revelou num julgamento anterior, realizado em Londres, que Depp virava um monstro ao beber e se drogar, passando a agir com violência. O outro depoimento desta quinta foi da Dra. Laurel Anderson, que foi terapeuta matrimonial do casal por 21 sessões. Ela comentou anotações feitas na terapia, confirmando agressões de Depp, mas descrevendo a relação “como abuso mútuo”. “Ele conseguiu ser bem controlado por quase 20, 30 anos. Ambos foram vítimas de abuso [na infância] em suas casas, mas eu achava que ele estava bem controlado há décadas. Mas com a Sra. Heard, ele sofreu um gatilho e eles se envolveram no que eu vi como abuso mútuo”, disse ela. Em uma nota de uma sessão, Anderson escreveu que “ele bate nela. Sem punho fechado. Ela revida por orgulho, porque o pai bateu nela.” Questionada sobre a anotação, Anderson disse que o texto se referia a um relato de Heard de que Depp a atingiu com um “tapa de mão aberta”. A terapeuta ainda foi questionada sobre os hematomas no rosto da atriz. Após a fatídica discussão de 21 de maio de 2016, que levou Heard a obter uma ordem de restrição contra Depp, a atriz a visitou para uma sessão particular. Anderson confirmou ter visto hematomas no rosto de Heard, idênticos às fotos que lhe foram mostradas, contrariando o depoimento do amigo de Depp. Uma ex-assistente de Heard também foi ouvida. Kate James pintou um quadro oposto ao dizer que Depp era um cavalheiro e Heard estava sempre louca de drogas, manifestando um comportamento agressivo. A atriz teria cuspido na ex-assistente quando ela lhe pediu aumento. James, porém, não soube contextualizar uma mensagem enviada por Depp, que parecia sugerir um encontro regado a vinho para falar mal de Heard. “Ele escreve de forma abstrata”, foi sua explicação. Todo o julgamento está sendo transmitido ao vivo pelo canal americano Court TV, disponível pela internet.
Amber Heard acusa Johnny Depp de violência sexual
O primeiro enfrentamento entre as defesas de Johnny Depp e Amber Heard, no julgamento do processo aberto pelo ator contra a ex-esposa por difamação, marcou o surgimento de uma nova e grave acusação. A advogada de Heard, Elaine Bredehoft, apresentou a acusação de violência sexual no Tribunal de Justiça do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, após os representantes de Depp chamaram sua ex de “uma pessoa profundamente problemática”. Segundo Bredehoft, o abuso sexual teria acontecido enquanto Heard estava desacordada. Diante das câmeras do canal Court TV, a equipe jurídica da atriz alegou que ela teria sido abusada sexualmente em mais de uma ocasião, uma delas durante três dias de pesadelo na Austrália em março de 2015, enquanto outra teria acontecido nas Bahamas em dezembro daquele mesmo ano. Ao fazer a acusação, a advogada anunciou que a atriz vai testemunhar sobre “abuso sexual, verbal, emocional e físico” que ela supostamente sofreu durante se casamento. Já o representante de Depp apresenta uma versão diferente sobre o histórico de violência trazido à tona por Heard. Segundo ele, as acusações são inventadas e a suposição de que o ator praticou violência tiveram um efeito “devastador” na sua carreira. “Este caso demonstra como as palavras podem ser devastadoras quando são falsas e ditas em público”, disse o advogado do ator, Benjamin Chew, na abertura do processo. “Amber Heard mudou para sempre a vida e a reputação de Depp e vocês o ouvirão contar o terrível impacto que isso teve em sua vida”, continuou, em sua introdução do caso para o júri. Segundo Chew, Heard acusou seu marido de violência para se vingar dele ter pedido o divórcio. Isto teria acontecido originalmente num artigo que ela escreveu para o jornal Washington Post, onde não nomeou Depp, mas afirmou ser uma “figura pública que representa a violência doméstica” e buscou demonstrar como foi assediada pela sociedade após suas denúncias de agressão. Na linha de raciocínio da acusação, a atriz “escolheu lembrar o mundo dessas acusações venenosas em um jornal conhecido mundialmente”. Johnny Depp, de 58 anos, e Amber Heard, 35, já haviam se enfrentado judicialmente na Inglaterra, num processo do ator contra um jornal que o chamou de “espancador de esposa”. A Justiça britânica concordou que Depp agrediu Heard. Agora, Depp processa Heard em US$ 50 milhões pelo editorial que ela escreveu em 2018, onde criticou basicamente a cultura machista que ataca mulheres que denunciam violência sexual. “Eu falei contra a violência sexual e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”, diz o artigo. A atriz, por sua vez, revidou a ação de Depp com outro processo, também de difamação, em que pede US$ 100 milhões. “O processo frívolo que o Sr. Depp moveu contra a Sra. Heard mantém esse abuso e assédio”, diz a ação de Heard. Um júri foi escolhido na segunda-feira para decidir quem tem razão. A expectativa é que o julgamento, que acontece em Fairfax, uma pequena cidade do estado da Virgínia onde o jornal Washington Post é impresso, dure seis semanas.
Começa o julgamento de Johnny Depp x Amber Heard
O julgamento do processo por difamação aberto por Johnny Depp contra sua ex-esposa Amber Heard começou nesta segunda (11/4) em Fairfax County, no estado americano de Virginia, com a seleção dos 12 jurados responsáveis pelo veredito. Embora os atores só devam aparecer na corte na fase de depoimentos, o grande interesse no caso atraiu muitos fãs dos artistas para as imediações do tribunal. A maioria leva cartazes em defesa de Depp, que já perdeu um processo de difamação que abriu no Reino Unido contra um jornal que o acusou de violência doméstica. Muitos viajaram de outros países para apoiar o ator contra a ex-esposa, apesar das evidências expostas anteriormente a apontarem como vítima. Mas os interessados não precisam viajar até o interior dos EUA. Com a definição do júri, o canal pago americano Court TV vai passar transmitir todas as sessões do caso, além de fornecer uma cobertura intensa do processo, numa programação que começa na terça (12/4) e se estenderá até o anúncio da sentença. “Casos judiciais tão importantes quanto este geralmente criam muito barulho, e pode ser difícil para os espectadores superar as distrações para ter uma imagem clara dos fatos, mas é aí que entramos”, disse Ethan Nelson, chefe da Court TV, em um comunicado sobre a transmissão. O caso representa tudo ou nada para Depp, que iniciou o processo, considerado por especialistas nas leis americanas como muito difícil, mas não impossível de ser vencido. Depp está pedindo US$ 50 milhões de indenização por Heard ter escrito um artigo editorial no jornal Washington Post em 2018, intitulado “Eu me manifestei contra a violência sexual – e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”. Embora o ensaio não mencione o nome de Depp, ele afirma que o texto prejudicou sua reputação e lhe custou um papel num vindouro filme dos “Piratas do Caribe”, que a Disney não produziu nem começou a produzir. Em sua resposta à ação, Heard apresentou seu próprio processo, pedindo US$ 100 milhões por Depp prejudicar sua carreira arrastando seu nome para ações judiciais. Apesar dos advogados de Depp tentarem impedir, a Justiça do estado de Virgínia aceitou a ação. Antes mesmo de chegar no tribunal, Depp já teve uma grande derrota em seu caso, quando sua principal linha de argumentação foi bloqueada numa audiência preliminar. O ator escolheu processar Heard em Virgínia, porque se trata do estado menos simpático à adoção de uma medida judicial conhecida como anti-SLAPP. A sigla SLAPP significa, na tradução para o português, Litígio Estratégico Contra a Participação Pública. Em resumo, trata-se de uma ação legal que pretende interromper quaisquer atividades ou manifestações públicas contrárias aos interesses da pessoa ou organização representada em processo. A ação de Depp é um caso típico de SLAPP, já que baseado em artigo que prejudicaria seus interesses. Entretanto, a juíza Penney Azcarate decidiu em 24 de março contra a moção de julgamento sumário de Depp, e disse que Heard pode se valer do estatuto anti-SLAPP sobre o assunto. Para entender o que isso significa, é importante destacar a ironia representada pela decisão judicial. Graças à atenção trazida pelo processo de US$ 50 milhões, aberto por Depp em março de 2019, o estado de Virgínia mudou seu enfoque favorável a ações de SLAPP para fortalecer a aplicação da medida anti-SLAPP sobre manifestações públicas. Agora, o estado garante imunidade de responsabilidade civil para declarações sobre assuntos de interesse público, que estariam protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA – que aborda a Liberdade de Expressão. A juíza Penney Azcarate disse textualmente em sua decisão que o artigo de Heard no Post sobre violência doméstica tem equivalência a uma questão de interesse público. Isso é vital para a atriz, pois reformula toda a disputa legal. Com isso, os advogados de Heard podem argumentar que ela estava exercendo sua liberdade de expressão para abordar um tema de interesse público: a violência doméstica. E isso prejudica frontalmente a estratégia legal de Depp para o julgamento. Para piorar o caso do ator, ela não incluiu o nome do ex-marido em nenhuma linha do artigo. Heard apenas afirma ter sido vítima de abusos em diferentes ocasiões ao longo da vida O processo é todo baseado numa “sugestão” de envolvimento de Depp com violência doméstica – situação ligada ao divórcio tumultuado do casal, realizado num período em que Depp foi proibido de se aproximar de Heard, após ela aparecer com o rosto inchado por suposta agressão. Vale apontar ainda que os advogados de Depp tentaram incluir até o jornal Washington Post como réu ao lado de Heard, mas a Justiça alegou liberdade de imprensa para impedir que a publicação fosse a julgamento. Há dois anos, Depp perdeu um processo por difamação contra o jornal britânico The Sun, que o descreveu como um “espancador de esposa”. O julgamento em Londres não só confirmou que ele teria espancado a esposa como o fez perder um papel lucrativo num filme novo da franquia “Animais Fantásticos” – que ele já tinha começado a filmar quando foi substituído por outro ator, Madds Mikkelsen. Caso seja derrotado mais uma vez, Depp arrisca perder mais que papéis em filmes: há US$ 100 milhões em jogo, mais elevadas custas processuais e advocatícias por ter iniciado o processo. A transmissão ao vivo poderá ser vista em todo o mundo (sem legendas) pela internet a partir de terça (12/4) no endereço digital da Court TV (https://www.courttv.com/title/court-tv-live-stream-web/).
Julgamento da ação de Johnny Depp contra Amber Heard será exibido ao vivo na TV dos EUA
O julgamento do processo por difamação aberto por Johnny Depp contra sua ex-esposa Amber Heard será exibido ao vivo na TV dos EUA. O canal pago americano Court TV vai transmitir todas as sessões necessárias para o tribunal em Fairfax County chegar ao veredito, a partir do começo da próxima semana em Fairfax County, no estado da Virginia, além de fornecer uma cobertura intensa do processo. “Casos judiciais tão importantes quanto este geralmente criam muito barulho, e pode ser difícil para os espectadores superar as distrações para ter uma imagem clara. dos fatos, mas é aí que entramos”, disse Ethan Nelson, chefe da Court TV, em um comunicado sobre a transmissão. Depp está pedindo US$ 50 milhões de indenização por Heard ter escrito um artigo editorial no jornal Washington Post em 2018, intitulado “Eu me manifestei contra a violência sexual – e enfrentei a ira de nossa cultura. Isso tem que mudar”. Embora o ensaio não mencione o nome de Depp, ele afirma que o texto prejudicou sua reputação e lhe custou um papel num vindouro filme dos “Piratas do Caribe”, que a Disney não produziu nem começou a produzir. Em sua resposta à ação, Heard apresentou seu próprio processo, pedindo US$ 100 milhões por Depp prejudicar sua carreira arrastando seu nome para ações judiciais. Apesar dos advogados de Depp tentarem impedir, a Justiça do estado de Virgínia aceitou a ação. Antes mesmo de chegar no tribunal, Depp já teve uma grande derrota em seu caso, quando sua principal linha de argumentação foi bloqueada numa audiência preliminar. O ator escolheu processar Heard em Virgínia, porque se trata do estado menos simpático à adoção de uma medida judicial conhecida como anti-SLAPP. A sigla SLAPP significa, na tradução para o português, Litígio Estratégico Contra a Participação Pública. Em resumo, trata-se de uma ação legal que pretende interromper quaisquer atividades ou manifestações públicas contrárias aos interesses da pessoa ou organização representada em processo. A ação de Depp é um caso típico de SLAPP, já que baseado em artigo que prejudicaria seus interesses. Entretanto, a juíza Penney Azcarate decidiu em 24 de março contra a moção de julgamento sumário de Depp, e disse que Heard pode se valer do estatuto anti-SLAPP sobre o assunto. Para entender o que isso significa, é importante destacar a ironia representada pela decisão judicial. Graças à atenção trazida pelo processo de US$ 50 milhões, aberto por Depp em março de 2019, o estado de Virgínia mudou seu enfoque favorável a ações de SLAPP para fortalecer a aplicação da medida anti-SLAPP sobre manifestações públicas. Agora, o estado garante imunidade de responsabilidade civil para declarações sobre assuntos de interesse público, que estariam protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA – que aborda a Liberdade de Expressão. A juíza Penney Azcarate disse textualmente em sua decisão que o artigo de Heard no Post sobre violência doméstica tem equivalência a uma questão de interesse público. Isso é vital para a atriz, pois reformula toda a disputa legal. Com isso, os advogados de Heard podem argumentar que ela estava exercendo sua liberdade de expressão para abordar um tema de interesse público: a violência doméstica. E isso prejudica frontalmente a estratégia legal de Depp para o julgamento. Para piorar o caso do ator, ela não incluiu o nome do ex-marido em nenhuma linha do artigo. Heard apenas afirma ter sido vítima de abusos em diferentes ocasiões ao longo da vida O processo é todo baseado numa “sugestão” de envolvimento de Depp com violência doméstica – situação ligada ao divórcio tumultuado do casal, realizado num período em que Depp foi proibido de se aproximar de Heard, após ela aparecer com o rosto inchado por suposta agressão. Vale apontar ainda que os advogados de Depp tentaram incluir até o jornal Washington Post como réu ao lado de Heard, mas a Justiça alegou liberdade de imprensa para impedir que a publicação fosse a julgamento. Há dois anos, Depp perdeu um processo por difamação contra o jornal britânico The Sun, que o descreveu como um “espancador de esposa”. O julgamento em Londres não só confirmou que ele teria espancado a esposa como o fez perder um papel lucrativo num filme novo da franquia “Animais Fantásticos” – que ele já tinha começado a filmar quando foi substituído por outro ator, Madds Mikkelsen. Caso seja derrotado mais uma vez, Depp arrisca perder mais que papéis em filmes: há US$ 100 milhões em jogo, mais elevadas custas processuais e advocatícias por ter iniciado o processo. O novo julgamento está previsto para começar na segunda-feira, mas a transmissão da Court TV só estará liberada após a conclusão da seleção do júri.
Johnny Depp tem derrota judicial em processo contra Amber Heard
O processo multimilionário de Johnny Depp contra Amber Heard por difamação sofreu uma grande derrota antes de chegar ao tribunal. Há menos de um mês do começo do julgamento, o ator teve sua principal linha de argumentação implodida numa audiência preliminar. Depp escolheu processar Heard em Virgínia, porque se trata do estado menos simpático à adoção de uma medida judicial conhecida como anti-SLAPP. A sigla SLAPP significa Litígio Estratégico Contra a Participação Pública em português. Em resumo, SLAPP é uma ação legal que pretende interromper quaisquer atividades ou manifestações públicas contrárias aos interesses da pessoa ou organização representada em processo. O caso de Depp contra Heard foi todo baseado num artigo escrito pela atriz para o jornal Washington Post, em que ela abordava violência doméstica. A ação, no valor de US$ 50 milhões, alega que ex-esposa difamou o ator, enquadrando-se tipicamente como um processo SLAPP. Entretanto, a juíza da Virgínia Penney Azcarate decidiu nesta quinta (24/3) contra a moção de julgamento sumário de Depp, e disse que Heard pode se valer do estatuto anti-SLAPP sobre o assunto. Para entender o que isso significa, é importante destacar a ironia representada pela decisão judicial. Graças à atenção trazida pelo processo de US$ 50 milhões, aberto por Depp em março de 2019, o estado de Virgínia mudou seu enfoque favorável a ações de SLAPP para fortalecer a aplicação da medida anti-SLAPP sobre manifestações públicas. Agora, o estado garante imunidade de responsabilidade civil para declarações sobre assuntos de interesse público, que estariam protegidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA – que aborda a Liberdade de Expressão. A juíza Penney Azcarate disse textualmente nesta quinta que o artigo de Heard no Post sobre violência doméstica tem equivalência a uma questão de interesse público. Isso é vital para a atriz, pois reformula toda a disputa legal. Com isso, os advogados de Heard podem argumentar que ela estava exercendo sua liberdade de expressão para abordar um tema de interesse público: a violência doméstica. E isso prejudica frontalmente a estratégia legal de Depp para o julgamento, que está programado para começar em 11 de abril. Para piorar o caso do ator, Heard não incluiu o nome do ex-marido em nenhuma linha do artigo. Ela apenas afirma ter sido vítima de abusos em diferentes ocasiões ao longo da vida O processo é todo baseado numa “sugestão” de envolvimento de Depp com violência doméstica – situação ligada ao divórcio tumultuado do casal, realizado num período em que Depp foi proibido de se aproximar de Heard, após ela aparecer com o rosto inchado por suposta agressão. A defesa do ator alega que o artigo teria lhe custado um papel lucrativo num potencial filme novo da franquia “Piratas do Caribe” – que até hoje, três anos depois da abertura do processo, nunca entrou em produção. Vale apontar ainda que os advogados de Depp também tentaram incluir o jornal Washington Post como réu ao lado de Heard, mas a Justiça alegou liberdade de imprensa para impedir que a publicação fosse a julgamento. Há dois anos, Depp perdeu um processo por difamação contra o jornal britânico The Sun, que o descreveu como um “espancador de esposa”. O julgamento em Londres não só confirmou que ele teria espancado a esposa como o fez perder – quanta ironia – um papel lucrativo num filme novo da franquia “Animais Fantásticos” – que ele já tinha começado a filmar quando foi substituído por outro ator, Madds Mikkelsen. Após Depp abrir o processo de US$ 50 milhões, Amber Heard contra-atacou com seu próprio processo, no valor de US$ 100 milhões. Os advogados do ator também foram derrotados nas tentativas de barrar a ação da atriz, que irá a julgamento logo em seguida. Será a primeira vez que Depp sentará no banco dos réus, já que ele iniciou os processos anteriores.
Batalha legal entre Johnny Depp e Amber Heard envolve Hollywood
A batalha de processos travada entre Johnny Depp e sua ex-esposa Amber Heard virou um tapete vermelho de Hollywood. Iniciado por um processo de US$ 50 milhões aberto por Johnny Depp contra Amber Heard em março de 2019, devido a um artigo sobre violência doméstica escrito pela atriz no jornal Washington Post, a briga acabou rendendo um contra-ataque de Heard, que deu entrada em outro processo de US$ 100 milhões contra Depp. Ambos alegam que um difama o outro. A disputa terá uma tentativa de conciliação em 24 de março, mas já tem data para ir a julgamento em 11 de abril. Os dois querem levar o caso ao tribunal e ambos apresentaram uma lista enorme de testemunhas. Entre outros, Depp listou o ator James Franco (“Artista do Desastre”) e o magnata Elon Musk, dono da Space X, para testemunharem sobre seus supostos casos com sua ex-esposa, além do ator Paul Bettany (“WandaVision”) por ter acompanhado as brigas como seu amigo. Tendo dado um depoimento contundente no caso de difamação perdido por Depp no Reino Unido há quase dois anos, a atriz Ellen Barkin (“Animal Kingdom”) está na lista de testemunhas de Heard neste julgamento, assim como o ex-advogado demitido (e processado) por Depp, Jacob Bloom, e representantes dos estúdios Disney e Warner Bros. A relação de evidências que serão trazidas à corte inclui vários e-mails privados de Heard com o astro de “Aquaman”, Jason Momoa, e o diretor daquele filme, James Wan, além de correspondência da atriz com o diretor de “Liga da Justiça”, Zack Synder. Por outro lado, e-mails entre Depp e a criadora da franquia “Animais Fantásticos”, JK Rowling, bem como mensagens para o músico Jack White, também estão incluídos. Há ainda horas de imagens de câmeras de segurança, além de várias fotografias de Heard aparentemente machucada, de destruição causada por Depp surtado e de drogas supostamente pertencentes aos ator. O resultado deste embate deve ser uma exposição da intimidade do ex-casal ainda maior – e mais grotesca – que a revelada no julgamento de 2020, movido por Depp no Reino Unido contra o jornal The Sun por publicar um artigo que o chamava de “espancador de esposa”. Depp perdeu esse processo. Em seu veredito, o juiz inglês considerou que as afirmações do jornal eram “substancialmente verdadeiras” porque “a grande maioria das supostas agressões foi comprovada”. Além de perder a causa, Johnny Depp foi ordenado a pagar cerca de 628 mil libras (aproximadamente R$ 4,3 milhões) ao The Sun para cobrir as despesas jurídicas do jornal com o processo.
Dumbledore admite amar Grindelwald em vídeo de “Animais Fantásticos 3”
A Warner Bros. divulgou um novo comercial de “Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”, que traz Albus Dumbledore (Jude Law) confessando seu amor ao vilão Gellert Grindelwald (ou Gerardo na tradução nacional), que no terceiro filme da saga é vivido por Mads Mikkelsen (“Doutor Estranho”). A cena materializa pela primeira vez a inclinação sexual do futuro diretor da escola de magia de Harry Potter, que até então só tinha sido comentada em posts e entrevistas da escritora J.K. Rowling. Ela mesma assina o roteiro do filme, que é novamente dirigido por David Yates e volta a trazer vários atores dos dois longas anteriores, como Eddie Redmayne (Newt Scamander), Ezra Miller (Credence/Aurelius Dumbledore), Alison Sudol (Queenie Goldstein), Dan Fogler (Jacob Kowalski), Katherine Waterston (Tina Goldstein), Callum Turner (Theseus Scamander), Jessica Williams (Eulalie “Lally” Hicks), Victoria Yeates (Bunty) e William Nadylam (Yusuf Kama). Além disso, o elenco recebeu reforços, como a atriz brasileira Maria Fernanda Cândido (“O Traidor”), Richard Coyle (“O Mundo Sombrio de Sabrina”) e o próprio Mikkelsen, que assumiu o lugar de Johnny Depp no elenco, afastado após um julgamento tumultuado que confirmou sua agressão à então esposa Amber Heard (“Aquaman”). O terceiro “Animais Fantásticos” tem previsão de lançamento em 14 de abril no Brasil, um dia antes dos EUA.
Casa de “Edward Mãos de Tesoura” está à venda na Flórida
A casa que foi usada como cenário para o filme cult “Edward Mãos de Tesoura” (1990) está à venda na Flórida por US$ 700 mil. Localizada em Lutz, nos arredores de Tampa, a casa foi comprada há dois anos por US$ 230 mil pelo atual proprietário e passou por ampla reforma para tornar seu exterior e interior mais parecidos com os registros do filme, já que as cenas internas foram criadas em estúdio. No exterior, foram acrescentadas moitas cortadas ao estilo Mãos de Tesoura e no interior o mesmo papel de parede com cogumelos visto no longa de Tim Burton. A casa ainda ganhou utensílios domésticos similares aos do filme e memorabilia do ator Johnny Depp, incluindo um manequim de Edward Mãos de Tesoura em tamanho real, que estão inclusos no preço do imóvel. A residência tem três quartos e dois banheiros e chegou a ser transformada em museu, antes de ser colocada à venda na última quarta-feira (2/3). Veja abaixo um vídeo de setembro passado, abordando a restauração da casa e a inclusão dos itens do filme em sua decoração.










