Jodie Comer será a Josefina do Napoleão vivido por Joaquin Phoenix
A atriz Jodie Comer (a Villanelle de “Killing Eve”) entrou em “Kitbag”, próximo filme de Ridley Scott, que contará a história de Napoleão. A atriz viverá Josefina (Josephine), a esposa de Napoleão Bonaparte, que será vivido por Joaquin Phoenix (“Coringa”). O filme será uma superprodução e marcará um reencontro entre o diretor e o ator Joaquin Phoenix após 21 anos. Eles trabalharam juntos em outro épico, “Gladiador” (2000), que rendeu a primeira indicação ao Oscar da carreira de Phoenix – que finalmente venceu seu Oscar no ano passado, por “Coringa”. Comer também volta a trabalhar com Scott após ter, segundo relatos do site Deadline, surpreendido positivamente o diretor no ainda inédito “The Last Duel”, que ele filmou no ano passado. A produção é da Apple e pretende ser uma “história de origem”, traçando a ascensão de Napoleão (Phoenix) de soldado a imperador, e retratando ainda seu relacionamento volátil e intenso com sua mulher, Josephine (Comer). O roteiro foi escrito por David Scarpa, que escreveu “Todo o Dinheiro do Mundo” para Scott. Ainda não há previsão para o começo das filmagens ou para a estreia de “Kitbag”.
Joaquin Phoenix vai estrelar filme do diretor de Hereditário e Midsommar
O cineasta Ari Aster, que causou comoção com os terrores “Hereditário” (2018) e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” (2019), definiu seu próximo projeto. Mais uma vez produzido pelo estúdio indie A24, o longa será chamado “Disappointment Blvd.” e será estrelado por ninguém menos que Joaquin Phoenix, vencedor do Oscar como “Coringa”. Segundo a sinopse adiantada, “Disappointment Blvd.” é um “retrato íntimo de um dos empresários mais bem-sucedidos de todos os tempos” e sua história se passará ao longo de várias décadas. Todos os outros detalhes da trama estão sendo mantidos em sigilo. Aster vai escrever, dirigir e coproduzir o filme com Lars Knudsen. Não há previsão para o começo das filmagens, mas Phoenix, que encerrou recentemente outro filme da A24, o drama “C’mon C’mon”, de Mike Mills, também está comprometido com o diretor Ridley Scott para estrelar “Kitbag”, produção para a Apple TV+ em que viverá Napoleão Bonaparte.
Apple vai bancar Napoleão de Ridley Scott com Joaquin Phoenix
O diretor Ridley Scott (“Perdido em Marte”) definiu o financiamento de seu próximo filme, fechando contrato com a Apple para materializar seu ambicioso projeto épico sobre Napoleão Bonaparte. O filme será uma superprodução e marcará um reencontro entre o diretor e o ator Joaquin Phoenix após 21 anos. Eles trabalharam juntos em outro épico, “Gladiador” (2000), que rendeu a primeira indicação ao Oscar da carreira de Phoenix – que finalmente venceu seu Oscar no ano passado, por “Coringa”. Intitulado “Kitbag”, o longa pretende ser uma “história de origem”, traçando a ascensão de Napoleão (Phoenix) de soldado a imperador, e retratando ainda seu relacionamento volátil e intenso com sua mulher, Josefina (Josephine). O roteiro está a cargo de David Scarpa, que escreveu “Todo o Dinheiro do Mundo” para Scott. O cineasta planeja rodar “Kitbag” após finalizar “Gucci”, outro drama histórico, embora em tom criminal, inspirado no assassinato do estilista Maurizio Gucci em 1995, que será estrelado por Lady Gaga. O detalhe é que ele ainda não começou “Gucci”. O diretor de 82 anos está atualmente dando os retoques finais em “The Last Duel”, épico passado no século 14, que reúne Ben Affleck, Matt Damon e Adam Driver. O longa está em pós-produção e ainda não tem previsão de estreia.
Joaquin Phoenix será Napoleão em novo épico de Ridley Scott
O ator Joaquin Phoenix, vencedor do Oscar por “Coringa”, vai estrelar o próximo filme de Ridley Scott (“Perdido em Marte”), chamado de “Kitbag”, no papel de Napoleão Bonaparte. A produção marca um reencontro entre o ator e o diretor após 20 anos. Eles trabalharam juntos em outro épico, “Gladiador” (2000), que rendeu a primeira indicação ao Oscar da carreira de Phoenix. Segundo o site Deadline, “Kitbag” deve ser uma “história de origem”, traçando a ascensão de Napoleão de soldado a imperador, e retratando ainda o relacionamento volátil e intenso com sua mulher, Josefina (Josephine). O roteiro está a cargo de David Scarpa, que escreveu “Todo o Dinheiro do Mundo” para Scott. O cineasta planeja rodar “Kitbag” após finalizar “Gucci”, outro drama histórico, embora em tom criminal, inspirado no assassinato do estilista Maurizio Gucci em 1995, que será estrelado por Lady Gaga. O detalhe é que ele ainda não começou “Gucci”. O diretor de 82 anos está atualmente à frente de “The Last Duel”, épico passado no século 14, que reúne Ben Affleck, Matt Damon e Adam Driver. O longa está em pós-produção e ainda não tem previsão de estreia.
Joaquin Phoenix nomeia filho de River, em homenagem ao irmão falecido
O atores Rooney Mara e Joaquin Phoenix já são papais. O bebê nasceu e seu nome foi escolhido em homenagem ao falecido River Phoenix, irmão de Joaquin. Quem deu a informação foi o documentarista russo Viktor Kossakovsky durante o Festival de Cinema de Zurique, ao se desculpar pela ausência de Phoenix, que é produtor executivo de seu novo documentário, “Gunda”. “Ele inclusive acabou de ter um bebê, seu nome é… um lindo filho chamado River, então ele não pode promover o filme no momento”, explicou o diretor. River era irmão mais velho de Joaquin e considerado o melhor ator jovem de sua geração – a mesma de Keanu Reeves, Brad Pitt, Johnny Depp e Leonardo DiCaprio. Ele morreu aos 23 anos, em 1993, de insuficiência cardíaca durante uma overdose. Joaquin tinha 19 anos na época e presenciou a morte do irmão, que teve muito impacto em sua vida. A gravidez de Rooney foi noticiada em maio deste ano, meses após os dois serem vistos saindo de uma clínica de fertilização. O casal se conheceu durante as filmagens do filme “Ela”, de Spike Jonze, lançado em 2012. Mas o relacionamento só veio a público durante a gravação do filme “Maria Madalena”, de 2016, no qual ela era a protagonista e ele viveu Jesus.
Sequestrador armado na Ucrânia exige apoio a documentário de Joaquin Phoenix
Um sequestro de ônibus na Ucrânia terminou de forma inusitada após o presidente do país, Volodymyr Zelensky, ceder a uma exigência do criminoso, indicando em seu Facebook oficial um documentário vegano narrado pelo ator Joaquin Phoenix, vencedor do Oscar por “Coringa”. O criminoso, um ativista e ex-presidiário chamado Maksym Kryvosh, entrou em um ônibus em Lutsk na manhã de terça (21/7), portando um rifle automático e várias granadas. Ele também alegou ter espalhado bombas pelo veículo e passou a fazer exigências bizarras, incluindo que vários oficiais do governo ucraniano declarassem publicamente que eram “terroristas assassinos”. Ao ver que o presidente cedeu a seu pedido de indicar o filme “Terráqueos” para os ucranianos, ele se rendeu pacificamente e deve ter “uma longa sentença”, segundo o ministro do interior Arsen Akakov, que também se pronunciou sobre a exigência inusitada do criminoso. “‘Terráqueos’ é um bom filme… você não precisa ser tão louco e causar um horror tão grande no país inteiro para indicá-lo. Vocês podem apreciar o filme sem isso”, disse Akakov. “Terráqueos” é um documentário de 2005 sobre direitos dos animais, que condena práticas consideradas cruéis da indústria agropecuária. Esta é uma das principais causas defendidas por Joaquin Phoenix, que narrou o filme dirigido por Shaun Monson. O filme foi disponibilizado na íntegra no YouTube, com legendas em português. Veja abaixo.
Joel Schumacher (1939 – 2020)
O cineasta Joel Schumacher, de “Batman Eternamente” (1995) e “Batman e Robin” (1997), faleceu nesta segunda-feira (22/6) aos 80 anos, enquanto enfrentava um câncer. Schumacher teve uma longa carreira em Hollywood, iniciada como figurinista de “O Destino que Deus Me Deu”, dramédia estrelada por Tuesday Weld em 1972. Ele chegou a Los Angeles após ter trabalhado como desenhista de roupas e vitrinista em Nova York, e se estabeleceu rapidamente na indústria cinematográfica, quebrando o galho até como cenografista em “Abelhas Assassinas” (1974). Após assinar figurinos de filmes de Woody Allen – “O Dorminhoco” (1973) e “Interiores” (1978) – , foi incentivado pelo cineasta a escrever e, eventualmente, tentar a direção. O incentivo rendeu os roteiros da famosa comédia “Car Wash: Onde Acontece de Tudo” (1976) e do musical “O Mágico Inesquecível” (1978), versão de “O Mágico do Oz” com Diana Ross e Michael Jackson, dois sucessos absurdos dos anos 1970. Com essas credenciais, conseguiu aval para sua estreia na direção, que aconteceu na comédia sci-fi “A Incrível Mulher que Encolheu” (1981), logo seguida por “Taxi Especial” (1983), produção centrada na popularidade do ator Mr. T (da série “Esquadrão Classe A”). O trabalho como diretor começou a chamar atenção a partir do terceiro filme, quando Schumacher demonstrou seu raro talento para escalar atores. No drama “O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas” (1985), ele juntou uma turma jovem que marcou a década de 1980: Demi Moore, Rob Lowe, Emilio Estevez, Judd Nelson, Andrew McCarthy e Ally Sheedy – apelidados de “brat pack” pela mídia. O sucesso comercial veio com dois terrores inventivos, que viraram exemplos da chamada “estética MTV” no cinema. Ele usou elementos de clipes para dar uma aparência juvenil aos temas sobrenaturais. Em “Os Garotos Perdidos” (1987), filmou uma história de vampiros delinquentes, reunindo pela primeira vez os atores Corey Haim e Corey Feldman, que formariam uma dupla inseparável ao longo da década, ao mesmo tempo em que explorou a imagem de Jim Morrison, cantor da banda The Doors, como referência para uma juventude vampírica que se recusava a envelhecer. Em “Linha Mortal” (1990), juntou o então casal Kiefer Sutherland (seu vilão em “Os Garotos Perdidos”) e Julia Roberts num grupo de estudantes de Medicina (com Kevin Bacon, William Baldwin e Oliver Platt) que decide colocar a própria saúde em risco para descobrir se havia vida após a morte. Os dois filmes tornaram-se cultuadíssimos, a ponto de inspirarem continuações/remakes. Entre um e outro, ele ainda explorou o romance em “Um Toque de Infidelidade” (1989), remake do francês “Primo, Prima” (1975), com Isabella Rossellini, e “Tudo por Amor” (1991), com Julia Roberts. E assinou clipes de artistas como INXS, Lenny Kravitz e Seal – a tal “estética MTV”. Já tinha, portanto, uma filmografia variada quando se projetou de vez com o thriller dramático “Um Dia de Fúria” (1993), um dos vários filmes estrelados por Michael Douglas que deram muito o que falar no período – durante sete anos, entre “Atração Fatal” (1987) e “Assédio Sexual” (1994), o ator esteve à frente dos títulos mais controvertidos de Hollywood. O longa mostrava como um cidadão dito de bem era capaz de explodir em violência, após o acúmulo de pequenos incidentes banais. A projeção deste filme lhe rendeu status e o convite para dirigir o terceiro e o quarto longas de Batman. Mas o que deveria ser o ponto alto de sua trajetória quase acabou com ela. O personagem dos quadrinhos vinha de dois filmes muito bem-recebidos por público e crítica, assinados por Tim Burton, que exploraram uma visão sombria do herói. Schumacher, porém, optou por uma abordagem cômica e bem mais colorida, chegando a escalar o comediante Jim Carrey como vilão (o Charada) e introduzindo Robin (Chris O’Donnell) e até Batgirl (Alicia Silverstone). Ele também deu mais músculos ao traje usado por Val Kilmer em “Batman Eternamente” (1995) e mamilos ao uniforme de George Clooney em “Batman e Robin” (1997) – o que até hoje rende piadas. Abertamente homossexual, Joel Schumacher acabou acusado por fanboys de enfatizar aspectos homoeróticos de Batman. Diante do fiasco, a Warner se viu obrigada a suspender a franquia, que só voltou a ser produzida num reboot completo de 2005, pelas mãos de Christopher Nolan. Em meio à batcrise, o diretor também filmou dois dramas de tribunal, “O Cliente” (1994) e “Tempo de Matar” (1996), inspirados por livros de John Grisham, que tampouco fizeram o sucesso imaginado pelo estúdio, aumentando a pressão negativa. Sem desanimar, ele realizou o suspense “8mm: Oito Milímetros” (1999), juntando Nicolas Cage e Joaquin Phoenix, e ainda foi responsável por lançar Colin Ferrell em seu primeiro papel de protagonista no drama “Tigerland – A Caminho da Guerra” (2000). Ambos receberam avaliações positivas. Mas entre cada boa iniciativa, Schumacher continuou intercalando trabalhos mal-vistos, o que fez com que diversos momentos de sua carreira fossem considerados pontos de “retorno” à melhor fase. O elogiadíssimo suspense “Por um Fio” (2002), por exemplo, com Colin Ferrell basicamente sozinho numa cabine telefônica, atingiu 76% de aprovação no Rotten Tomatoes e assinalou o momento mais claro de “renascimento”. Só que em seguida veio o fracasso dramático de “O Custo da Coragem” (2003), com Cate Blanchett e – novamente – Ferrell, fazendo com que o trabalho seguinte, a adaptação do espetáculo da Broadway “O Fantasma da Ópera” (2004) fosse visto como mais uma chance de recuperação. Cercado de expectativa, o musical estrelado por Gerard Butler e Emmy Rossum se provou, contudo, um fiasco tão grande quanto as adaptações de quadrinhos, encerrando o ciclo de superproduções do diretor. O terror “Número 23” (2007), com Jim Carrey, foi a tentativa derradeira de recuperar a credibilidade perdida. E acabou-se frustrada. Schumacher nunca superou as críticas negativas a esse filme – 8% de aprovação no Rotten Tomatoes – , que tinha conceitos ousados, mas foi recebido como sinal evidente de fim de linha. Ele ainda fez mais três filmes de baixo orçamento, dois deles para o mercado europeu, abandonando o cinema ao voltar a Hollywood para seu último fracasso, “Reféns” (2011), estrelado por Nicolas Cage e Nicole Kidman. Na TV, ainda comandou dois episódios da 1ª temporada de “House of Cards”, ajudando a lançar o projeto de conteúdo original da Netflix em 2013. De forma notável, dezenas de pessoas que trabalharam com Schumacher, nos sucessos e nos fracassos, mobilizaram-se nas últimas horas para lembrar no Twitter que ele não é só o diretor dos piores filmes de Batman. O cineasta foi “uma força intensa, criativa e apaixonada” nas palavras de Emmy Rossum. “Ele viu coisas mais profundas em mim que nenhum outro diretor viu”, apontou Jim Carrey. “Ele me deu oportunidades e lições de vida”, acrescentou Kiefer Sutherland, concluindo que sua “marca no cinema e na cultura moderna viverão para sempre”. Muitos ainda lembraram dele como mentor e amigo. O roteirista Kevin Williams contou como foi convidado para ir a um set por Schumacher e recebeu conselhos que considera importantes para sua carreira. E Corey Feldman revelou, sem filtro, que “ele me impediu de cair nas drogas aos 16 anos”, citando como foi enquadrado e quase demitido pelo cineasta em “Os Garotos Perdidos”. “Pena que eu não escutei”.
Joaquin Phoenix e Rooney Mara estariam esperando primeiro filho
O casal Joaquin Phoenix e Rooney Mara estariam esperando o primeiro filho, de acordo com fontes da Page Six, coluna/site de fofocas do jornal New York Post. As fontes dizem que a estrela de “Carol” já estaria no sexto mês da gestação. O casal se conheceu no set de “Ela” (2013), de Spike Jonze, mas não começou a namorar até uma segunda reunião para novas filmagens. Em “Maria Madalena” (2018), Rooney Mara tinha o papel-título e Phoenix, que venceu o Oscar por “Coringa”, viveu Jesus. Eles ficaram noivos em julho do ano passado e, bastante reservados, estão juntos em quarentena na cidade de Los Angeles, resguardando-se da pandemia do novo coronavírus. Graças a isso, faltam fotos que garantam com certeza a gravidez. Mas sobram teorias sobre as roupas largas usadas pela atriz nas últimas vezes em que apareceu em público. Caso o boato se confirme, será o primeiro filho de ambos os atores.
Antes de virar Coringa, Joaquin Phoenix quase foi Batman no cinema
Vencedor do Oscar por sua interpretação magistral em “Coringa”, o ator Joaquin Phoenix quase viveu Batman vários anos antes, no projeto que acabou virando “Batman Begins” (2005). Quem estava à frente dessa produção era o diretor Darren Aronofsky (“Mãe!”), que contou nesta sexta (17/4), em entrevista à revista Empire, que Joaquin Phoenix era sua principal escolha para viver Batman. Encarregado de fazer um reboot total da franquia do super-herói no começo dos anos 2000, após o fracasso de “Batman & Robin” (1997), Aronofsky contou que seu filme seria influenciado por clássicos violentos, como “Desejo de Matar”, “Operação França” e “Taxi Driver”, além dos quadrinhos de Frank Miller. Mas a Warner se assustou. Segundo o diretor, a ideia do estúdio era bem diferente, tanto que os produtores sugeriram Freddie Prinze Jr., o Fred dos filmes “Scooby-Doo”, para o papel do herói. “Eu lembro de pensar: ‘Nossa, nós estamos fazendo dois filmes diferentes aqui’. Essa história é real. Eram outros tempos. O Batman que eu escrevi era bem diferente da pegada que eles assumiram no final das contas”, contou Aronofsky. “O Batman que estava diante de mim era ‘Batman & Robin’ (1997), famoso pelos mamilos marcados no uniforme, então eu estava realmente tentando explodir isso e reinventar tudo”, explicou. Mas mesmo não conseguindo agradar ao estúdio, o diretor diz que o tempo gasto no projeto não foi totalmente perdido, já que lhe permitiu conhecer Frank Miller. “Foi algo incrível, porque eu era um grande fã de seu trabalho nas graphic novels, então apenas conhecê-lo foi emocionante na época”, lembrou o diretor. A Warner acabou cancelando a produção, mas Aronofsky ajudou a demonstrar para o estúdio que Batman precisava de um filme mais sombrio. O resultado foi a trilogia do diretor Christopher Nolan, que reinventou o herói por meio da denominação popularizada justamente nos quadrinhos de Frank Miller, como “O Cavaleiro das Trevas”.
Joaquin Phoenix regata bezerro de matadouro após vencer o Oscar
Menos de 48 horas depois de Joaquin Phoenix ter conquistado o primeiro Oscar de sua carreira, o astro de “Coringa” resgatou um bezerro recém-nascido e sua mãe de um matadouro de Los Angeles, levando-o a um santuário de animais de fazenda, o Farm Sanctuary, onde passarão o resto de suas vidas. O Farm Sanctuary registrou em vídeo o resgate pacífico, que foi consequência de uma conversa entre Phoenix e o proprietário do matadouro, durante uma visita às instalações em Pico Rivera, em que o astro foi acompanhado de sua noiva, a também atriz Rooney Mara (“Carol”), e de uma delegação de ativistas. A certa altura, o empresário Anthony Di Maria e o intérprete de Coringa têm um debate semântico sobre como tratar o destino dos animais no matadouro (“colheita” x “assassinato”), mas as imagens apresentadas mostram uma interação respeitosa. O vídeo termina com o ator escoltando a vaca e seu bezerro até uma instalação usada pelo Farm Sanctuary. Phoenix nomeou os refugiados bovinos de Liberty e Indigo, respectivamente. Eles são a quinta vaca e filhote bovinos resgatados do matadouro Manning Beef pelos ativistas da LA Animal Save. O grupo mantém vigílias pacíficas nos matadouros da região, algumas das quais com participação de Phoenix. Vegano convicto e militante da causa animal, o ator também divulgou uma declaração através do grupo. “Eu nunca pensei que encontraria amizade em um matadouro, mas conhecendo Anthony e abrindo meu coração para o dele, percebo que podemos ter mais em comum do que diferenças. Sem esse ato de bondade, Liberty e seu bebê, Indigo, teriam encontrado um terrível fim. Embora continuemos a lutar pela libertação de todos os animais que sofrem nesses sistemas opressivos, devemos fazer uma pausa para reconhecer e celebrar as vitórias e as pessoas que ajudaram a alcançá-las. Shaun Monson, Amy Jean Davis e toda a comunidade de LA Animal Save transformaram sua dor ao testemunhar os maus-tratos em uma advocacia diplomática e eficaz para os que não têm voz. Como resultado, Liberty e Indigo nunca experimentarão crueldade ou o toque de uma mão áspera. Minha esperança é que, enquanto assistimos o bebê Indigo crescer com sua mãe Liberty no Farm Sanctuary, que sempre lembraremos que amizades podem surgir nos lugares mais inesperados; e não importa nossas diferenças, bondade e compaixão devem dominar tudo ao nosso redor.”
Parasita tem vitória histórica no Oscar 2020
Bong Joon Ho não tem hora para parar de celebrar. Ele avisou duas vezes que pretendia comemorar com bebidas, ao receber os troféus de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Filme Internacional por “Parasita”, na premiação do Oscar 2020, que aconteceu na noite de domingo (9/2) no Dolby Theatre, em Los Angeles. Ainda não tinha começado o primeiro drinque quando ouviu seu nome ser chamado novamente, como Melhor Diretor. Em estado de legítima perplexidade, conseguiu citar como Martin Scorsese influenciou sua carreira, além de agradecer a Quentin Tarantino por sempre falar de seus filmes quando ninguém o conhecia. E saiu do palco extasiado, acreditando ter feito História com sua participação na cerimônia. Mas estava enganado. Precisou voltar mais uma vez, quando “Parasita” venceu o Oscar de Melhor Filme do ano. O cineasta sul-coreano foi responsável pela maior surpresa dos 92 anos da História do Oscar. Isto porque nunca antes um filme falado em língua estrangeira tinha vencido o troféu principal da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. “Parasita” venceu o troféu principal da cerimônia… e mais três. Individualmente, Bong Joon Ho ficou com quatro Oscars, o que também é um feito histórico – anteriormente, apenas Walt Disney tinha vencido quatro troféus na mesma cerimônia, mas todos como produtor e por filmes diferentes em 1954. É interessante reparar o contexto que tornou possível essa reviravolta espetacular. Ao buscar maior inclusão, após a recepção negativa da falta de representatividade racial entre os indicados ao Oscar 2016, a Academia decidiu aumentar a presença de minorias em seus quadros e ampliou convites para artistas internacionais. Cineastas, roteiristas, produtores, técnicos e atores de mais países passaram a votar na premiação, fazendo disparar a quantidade de membros da Academia, que somou quase dois mil novos eleitores do Oscar em quatro anos. Isso, sem dúvida, mexeu com o DNA do troféu. Os eleitores estrangeiros não fazem parte das panelinhas de Hollywood, não trabalharam anteriormente com os indicados e não avaliam os filmes pelo ponto de vista da indústria cinematográfica americana. Em outras palavras, seus votos desconsideram interesses do mercado local dos EUA. É fato que a vitória do francês “O Artista” em 2012 já tinha aberto uma brecha. Mesmo assim, aquele filme não era falado em idioma estrangeiro (era cinema mudo) e fazia uma homenagem a Hollywood. O sinal de que algo estava mudando foi dado apenas no ano passado, com as três vitórias do mexicano “Roma”. O filme falado em espanhol venceu, entre outros, um prêmio de Melhor Direção. A conquista de “Parasita”, claro, é muito maior, incomparável. O Melhor Filme do ano é estrelado por atores sul-coreanos que não fazem parte do SAG, realizado por um equipe estrangeira não filiada aos sindicatos hollywoodianos e exibido nos cinemas dos EUA com legendas. Se a consagração de “Moonlight”, um filme indie com diretor negro, elenco negro e temática LGBTQIA+, causou um terremoto nos bastidores da premiação em 2017 – a rede ABC exigiu mais filmes populares em nome da audiência – , a vitória de “Parasita” deve trazer consequências ainda maiores. Os otimistas podem imaginar uma abertura definitiva do prêmio – e do mercado americano – para o resto do mundo. Os realistas, porém, já devem estar calculando o tamanho da reação do mercado, dos sindicatos e dos estúdios americanos contra essa internacionalização. O slogan “America First” não venceu uma eleição nos EUA por acaso. Curioso, ainda, que “Parasita” tenha sido tão bem-recebido, em proporção inversa ao desdém dispensado a “A Despedida” (The Farewell), de Lulu Wang, barrado no Oscar. O vencedor do Spirit Awards (o “Oscar” do cinema independente) no sábado (8/2) também tinha cineasta e elenco asiático e foi exibido com legendas. Mas, diferente da obra sul-coreana, era uma produção americana, com diretora americana e diversos atores nascidos no país. Neste sentido, a eleição de “Parasita” também pode ser vislumbrada como um voto de protesto contra a seleção de concorrentes feita pela Academia – “A Despedida” não foi o único longa injustiçado. A verdade é que a tão evidente falta de diversidade entre os indicados se deu como efeito colateral da pressão de bastidores por uma seleção de filmes populares. Dentre as opções oferecidas, “Parasita” era um dos poucos filmes (ao lado de “Adoráveis Mulheres”) que não contava histórias de homens brancos heterossexuais, geralmente em luta – às vezes em guerra – por ideais masculinos de poder e superioridade. Joaquin Phoenix, que assimilou perfeitamente a mensagem de “Coringa”, fez um discurso sensível nesse sentido, ao aceitar seu Oscar de Melhor Ator. Ao falar das diferentes causas sociais que engajam seus colegas, ele sintetizou: “Lutamos contra a noção de que uma nação, um povo, uma raça, um gênero ou uma espécie tem o direito de dominar, controlar, usar e explorar a outra com impunidade”. A vitória de “Parasita” rechaçou o viés conservador ensaiado para o Oscar 2020, representado pelas histórias de homens heterossexuais brancos, que dominaram as indicações – como se esse tipo de narrativa fosse mais indicado a prêmios. Exceção gritante, o filme sul-coreano não tinha apenas etnia diversa, mas equilíbrio entre papéis masculinos e femininos, além de franco questionamento social – “marxismo cultural”, já que trata da luta de classes. A ressaca de Bong Joon Ho também é, portanto, fruto de resistência cultural. Ao barrar o cinema indie, a Academia deixou aberta uma fresta para o cinema mundial, que se transformou em saída. E, ironicamente, a empresa que trouxe o longa sul-coreano para os EUA foi um estúdio indie, o Neon, completando a vingança. Importante destacar ainda outro aspecto da internacionalização da Academia, menos evidente que a vitória de “Parasita”. No domingo, várias conquistas foram celebradas por artistas estrangeiros também em filmes americanos. Para citar alguns, o neozelandês Taika Waititi venceu a categoria de Melhor Roteiro Adaptado por “Jojo Rabbit” e a islandesa Hildur Guðnadóttir assinou a Melhor Trilha em “Coringa”. Tratam-se de vitórias com alcances duradouros, que vão além da entrega dos troféus. Lembrem-se que a simples indicação ao Oscar costuma render convite para os nomeados ingressarem na Academia. A brasileira Petra Costa, por exemplo, não venceu a disputa de Melhor Documentário – o único candidato americano faturou a categoria, numa inversão em relação ao troféu de Melhor Filme – , mas ajudará a escolher o vencedor de 2021. Mais estrangeiros estarão votando no próximo ano. Assim, se a Academia superar as pressões do mercado americano, a tendência é o Oscar continuar surpreendendo. Mas pressões, com certeza, virão. A propósito, os que comemoraram a derrota do “marxismo cultural” representado por “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, podem não ter percebido, mas o discurso da vencedora da categoria, a cineasta Julia Reichert, de “Indústria Americana”, encerrou-se com uma citação ao “Manifesto Comunista”. “Os trabalhadores têm cada vez mais dificuldade hoje em dia, e acreditamos que as coisas vão melhorar quando os trabalhadores do mundo se unirem”, disse a americana, parafraseando o slogan “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, que se tornou célebre na obra de Karl Marx e Friederich Engels. Para completar sem alongar demais, omitindo comentários para outras categorias remanescentes, vale ressaltar, mesmo que rapidamente, o reconhecimento à brilhante fotografia do inglês Roger Deakins, verdadeiro motivo de “1917” ter sido considerado, de véspera, o maior favorito ao Oscar. A lista completa dos filmes premiados pode ser conferida abaixo. Melhor Filme – “Parasita” “Ford vs Ferrari” “O Irlandês” “Jojo Rabbit” “Coringa” “Adoráveis Mulheres” “História De Um Casamento” “1917” “Era Uma Vez Em Hollywood” Melhor Direção – Bong Joon Ho – “Parasita” Sam Mendes – “1917” Martin Scorsese – “O Irlandês” Quentin Tarantino – “Era Uma Vez Em Hollywood” Todd Phillips – “Coringa” Melhor Atriz – Renée Zellweger – “Judy” Cynthia Erivo – “Harriet” Scarlett Johansson – “História De Um Casamento” Saoirse Ronan – “Adoráveis Mulheres” Charlize Theron – “O Escândalo” Melhor Ator – Joaquin Phoenix – “Coringa” Antonio Banderas – “Dor e Glória” Adam Driver – “História De Um Casamento” Jonathan Pryce – “Dois Papas” Leonardo DiCaprio – “Era Uma Vez Em Hollywood” Melhor Atriz Coadjuvante – Laura Dern – “História De Um Casamento” Margot Robbie – “O Escândalo” Kathy Bates – “O Caso Richard Jewell” Scarlett Johansson – “Jojo Rabbit” Florence Pugh – “Adoráveis Mulheres” Melhor Ator Coadjuvante – Brad Pitt – “Era Uma Vez Em Hollywood” Tom Hanks – “Um Lindo Dia na Vizinhança” Al Pacino – “O Irlandês” Joe Pesci – “O Irlandês” Anthony Hopkins – “Dois Papas” Melhor Roteiro Adaptado – Taika Waititi – “Jojo Rabbit” Greta Gerwig – “Adoráveis Mulheres” Anthony McCarten – “Dois Papas” Todd Phillips & Scott Silver – “Coringa” Steven Zaillian – “O Irlandês” Melhor Roteiro Original – Bong Joon Ho e Han Jin Won – “Parasita” Noah Baumbach – “História De Um Casamento” Rian Johnson – “Entre Facas e Segredos” Quentin Tarantino – “Era Uma Vez Em Hollywood” Sam Mendes & Kristy Wilson-Cairns – “1917” Melhor Fotografia – Roger Deakins – “1917” Jarin Blaschke – “O Farol” Rodrigo Pietro – “O Irlandês” Robert Richardson – “Era Uma Vez Em Hollywood” Lawrence Sher – “Coringa” Melhor Figurino – Jacqueline Durran – “Adoráveis Mulheres” Arianne Phillips – “Era Uma Vez Em Hollywood” Sandy Powell e Christopher Peterson – “O Irlandês” Mayes C. Rubeo – “Jojo Rabbit” Mark Bridges – “Coringa” Melhor Edição – Andrew Buckland e Michael McCusker – “Ford vs Ferrari” Yang Jinmo – “Parasita” Thelma Schoonmaker – “O Irlandês” Tom Eagles – “Jojo Rabbit” Jeff Groth – “Coringa” Melhor Maquiagem e Cabelo – “O Escândalo” “Coringa” “Judy” “Malévola: Dona do Mal” “1917” Melhor Trilha Sonora – Hildur Guðnadóttir – “Coringa” Alexandre Desplat – “Adoráveis Mulheres” Randy Newman – “História de um Casamento” Thomas Newman – “1917” John Williams – “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Canção Original – (I’m Gonna) Love Me Again – “Rocketman” I’m Standing With You – “Superação: O Milagre da Fé” Into the Unknown – “Frozen 2” Stand Up – “Harriet” I Can’t Let You Throw Yourself Away – “Toy Story 4” Melhor Design de Produção – “Era Uma Vez Em Hollywood” “1917” “Parasita” “O Irlandês” “Jojo Rabbit” Melhor Edição de Som -“Ford vs. Ferrari” “Era Uma Vez Em Hollywood” “Coringa” “1917” “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Mixagem de Som – “1917” “Ford vs Ferrari” “Coringa” “Era Uma Vez Em Hollywood” “Ad Astra” Melhores Efeitos Visuais – “1917” “Vingadores: Ultimato” “O Irlandês” “O Rei Leão” “Star Wars: A Ascensão Skywalker” Melhor Animação – “Toy Story 4” “Como Treinar o seu Dragão 3” “Perdi Meu Corpo” “Link Perdido” “Klaus” Melhor Documentário – “Indústria Americana” “The Cave” “Democracia em Vertigem” “For Sama” “Honeyland” Melhor Filme Internacional – “Parasita” (Coreia do Sul) “Les Misérables” (França) “Dor e Glória” (Espanha) “Corpus Christi” (Polônia) “Honeyland” (Macedônia) Melhor Curta Animado – “Hair Love” “Kitbull” “Dcera (Daughter)” “Memorable” “Sister” Melhor Curta Documentário – “Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl)” “Life Overtakes Me” “In the Absence” “St. Louis Superman” “Walk Run Cha-Cha” Melhor Curta Live-Action – “The Neighbors’ Window” “Brotherhood” “Nefta Football Club” “Saria” “A Sister” Louise Alves
Oscar 2020 pode consagrar reacionarismo ou surpreender radicalmente
A premiação ao Oscar 2020, que acontece neste domingo (9/2), tende a consagrar um momento de conservadorismo histórico da indústria cinematográfica americana. Mas não está descartada uma surpresa radical. Os detalhes desses resultados alternativos envolvem políticas de bastidores e as próprias regras da votação. Como não há possibilidade de prêmios fora da lista de indicados, já está registrado um grande retrocesso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ao privilegiar majoritariamente histórias de homens brancos heterossexuais, após o esforço de diversificação da organização ter rendido um número recorde de mulheres premiadas e grande representatividade racial e sexual em 2019. Vale comparar. Na lista de concorrentes de Melhor Filme no Oscar 2019 estavam “Pantera Negra”, “Infiltrado na Klan”, “A Favorita”, “Roma”, “Nasce Uma Estrela”, “Bohemian Rhapsody”, “Vice” e “Green Book”. Apenas um desses filmes representava uma história de homem branco heterossexual: “Vice”, apropriadamente sobre um político de direita dos EUA. Neste ano, as tramas sobre brancos heterossexuais totalizam seis títulos, de um total de nove indicados ao Oscar de Melhor Filme: “Ford x Ferrari”, “O Irlandês”, “Jojo Rabbit”, “Coringa”, “1917” e “Era uma Vez em Hollywood”. Extremamente masculinos, filmes como “O Irlandês” e “1917” chegam a relegar mulheres a papéis de figuração. “1917” tem uma desculpa narrativa, já que mulheres não lutaram no front da 1ª Guerra Mundial. Mas “O Irlandês”, que projeta décadas de desenvolvimento de personagens, não tem qualquer justificativa para dar a sua principal atriz menos de uma página de diálogos. Apenas uma obra indicada ao Oscar de Melhor Filme é focada em personagens femininas: “Adoráveis Mulheres”, como deixa claro o título. E apenas uma tem personagens não brancos: “Parasita”, que é estrangeiro, realizado na Coreia do Sul. Por que o Emmmy consagra séries como “Fleabag”, “A Maravilhosa Sra. Meisel” e “Killing Eve” e o Oscar não consegue reconhecer tramas femininas? Como é possível ignorar o que o Spirit Awards, premiação do cinema independente americano, reconheceu há menos de 24 horas atrás, com a consagração de “A Despedida” (The Farewell), de Lulu Wang, como Melhor Filme do ano? Note-se: uma obra-prima com protagonistas femininas, escrito e dirigido por um mulher e com elenco inteiramente asiático. E que não recebeu uma mísera indicação ao Oscar. Para contrabalançar o fato de que prevaleceram histórias de homens, um comunicado dos organizadores buscou inverter a perspectiva ao destacar que 62 mulheres foram indicadas, compondo quase um terço dos candidatos ao Oscar deste ano. Nenhuma cineasta, porém, vai disputar o prêmio 100% masculino de Melhor Diretor. Greta Gerwig, que comandou “Adoráveis Mulheres”, conseguiu, ao menos, ser lembrada na vaga de Melhor Roteiro Adaptado. Mas vale comparar novamente: o Spirit Awards destacou três mulheres cineastas em sua premiação de Melhor Direção e ainda consagrou a (agora) cineasta Olivia Wilde como Revelação do ano, por “Fora de Série”. Por que tamanha diferença? É fácil encontrar explicação, bastando observar o momento de ruptura, em que o Oscar deixou de ser ousado. A premiação de “Moonlight”, de diretor negro, com elenco negro e temática homossexual, como Melhor Filme de 2017 deu início a uma pressão brutal da rede ABC, responsável pela transmissão da cerimônia nos EUA, por filmes mais convencionais. Com a justificativa supostamente não racista e não homofóbica de que dramas indies não têm apelo comercial para atrair audiência, o canal exigiu mudanças na premiação, desde a duração do evento até a “qualidade” dos indicados, com força econômica e contratual para forçar a Academia a se submeter. Vale lembrar que foi nesta época que a organização chegou a propor um prêmio para Filme Popular, que rendeu polêmica e acabou abortado. O Oscar 2020 se apresenta como resultado final dessa pressão. Nada mais é, portanto, que uma disputa entre filmes populares, reunindo a maior competição de blockbusters por estatuetas em décadas, quiçá de toda a História da premiação. “Coringa”, filme com maior número de indicações, fez mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. Outros filmes de grande orçamento, como “Ford x Ferrari” e “1917”, também passaram pelo topo das bilheterias, e “Era uma Vez em Hollywood”, que fetichiza a Hollywood de antigamente, consagrou-se como um dos maiores sucessos da carreira do diretor Quentin Tarantino. Ainda por cima, todos os indicados são produções de grandes estúdios. Não há um longa independente sequer, quando a regra do século 21 era, até “Moonlight”, o contrário. O problema do Oscar também se estende aos consensos de comadres que resultam na consagração dos mais simpáticos e bonitos e não dos melhores atores, uma vez que se trata de uma votação entre colegas. Tanto que é possível garantir as premiações dos quatro nomes que disputam os prêmios de melhores intérpretes brancos deste ano: Joaquin Phoenix, Renée Zellweger, Brad Pitt e Laura Dern. Os dois primeiros seriam favoritos, de qualquer forma. Mas o quarteto inteiro? Por coincidência, são vitórias que deixam o Oscar já pouco diversificado com um tom mais loiro. Sam Mendes é outra barbada na categoria de Melhor Direção por “1917”? Está mais para seu Diretor de Fotografia, o veterano Roger Deakins. Nem dá para cravar que “1917” já pode ser considerado vencedor, horas antes da abertura do envelope de Melhor Filme. O Oscar mudou recentemente a forma como contabiliza os votos de sua categoria principal, criando a possibilidade de o vencedor não ser aquele mais votado como Melhor, e sim aquele que mais vezes aparecer nas células de votação – citado entre os melhores. Se, por exemplo, “Era uma Vez em Hollywood” (provável) ou “Parasita” (incrível) aparecer como segundo ou terceiro filme na preferência da maioria dos eleitores, pode acumular mais pontos, caso “1917” não seja eleito por unanimidade. Vale considerar que “1917”, apesar da narrativa convencional, é ousado tecnicamente, uma maravilha visual e o melhor filme de Sam Mendes desde sua estreia com “Beleza Americana”, quando venceu o Oscar pela primeira vez, há 20 anos, enquanto “Era uma Vez em Hollywood” representa seu oposto. A narrativa é anti-convencional, mas passa longe de ser o melhor trabalho de Quentin Tarantino, além de ser marginalmente racista e repetir a reviravolta subversiva de “Bastardos Inglórios” – é quase como se Tarantino virasse um sub-Tarantino, copiando a si mesmo. Só que a indústria cinematográfica adora se congratular e este filme tem até Hollywood em seu título. Uma vitória de “Parasita”, por outro lado, representaria algo completamente diferente, por abalar conceitos estabelecidos, como, por exemplo, o fato de o Oscar ser uma premiação de filmes americanos e não um troféu internacional. A vitória do francês “O Artista” em 2012 já tinha aberto uma brecha para o mundo. Mesmo assim, tratava-se de uma produção sem idioma estrangeiro (era cinema mudo) e uma homenagem a Hollywood (mais uma). “Roma” ensaiou assustar em 2019. Mas uma vitória de “Parasita”, com atores não brancos, equipe estrangeira e em língua não inglesa, seria um grande choque. Um novo paradigma. E sabe-se lá com que consequências. E o Oscar brasileiro? “Democracia em Vertigem” deveria ser o grande azarão da premiação. A disputa contra filmes premiadíssimos – e uma produção de Barack Obama – parecia encaminhar o fato de que sua vitória se resumia à própria indicação. Mas o documentário de Petra Costa ganhou grande impulso na reta final da votação, graças ao governo Bolsonaro, que o promoveu no mundo inteiro com ataques oficiais. Considerado vilão ambiental e inimigo da classe artística, por seus ataques pessoais ao “queridinho” Leonardo DiCaprio, Bolsonaro pode ter consagrado o longa com a mais inesperada vitória (ou a segunda, na possível chance de “Parasita” vencer como Melhor Filme) do Oscar 2020. A conferir, a partir das 22h, com transmissão ao vivo pelo canal pago TNT, pelo portal G1 e pela plataforma Globoplay. Mais canais de transmissão podem ser conferidos aqui.









