Jamie Lee Curtis será homenageado pelo Festival de Veneza
A atriz Jamie Lee Curtis, estrela da franquia “Halloween”, vai receber um Leão de Ouro honorário do Festival de Veneza 2021, em homenagem às realizações de sua carreira. Filha de duas lendas de Hollywood, os atores Janet Leigh (“Psicose”) e Tony Curtis (“Quanto Mais Quente Melhor”), ela estreou no cinema em 1978 no clássico “Halloween”, de John Carpenter, e continua vivendo o papel da famosa “final girl” Laurie Strode até hoje, nas novas continuações do terror. Mas ela não é só a mais famosa “scream queen” do cinema. Jamie Lee Curtis também estrelou vários blockbusters, incluindo comédias, romances e filmes de ação que marcaram época, como “Trocando as Bolas” (1983), “Perfeição” (1985), “Um Peixe Chamado Wanda” (1988), “Meu Primeiro Amor” (1991), “True Lies” (1994), “Sexta-Feira Muito Louca” (2003) e o recente “Entre Facas e Segredos” (2019). A cerimônia para homenagear a estrela acontecerá no dia 8 de setembro, no Palazzo del Cinema, antecedendo a première mundial do novo longa da franquia de terror, “Halloween Kills”. “Me sinto incrivelmente grata por ser honrada desta forma pelo Festival Internacional de Cinema de Veneza. Parece impossível para mim que eu esteja nesta indústria por tempo o bastante para receber um prêmio pelo ‘conjunto da obra’ – e isso acontecer agora, com ‘Halloween Kills’, é muito significativo para mim”, disse Curtis em comunicado. Além de Jamie Lee Curtis, o Festival de Veneza deste ano já tinha confirmado homenagem ao ator e diretor Roberto Benigni (“A Vida é Bela”) com um Leão de Ouro especial pela carreira. No ano passado, Tilda Swinton foi contemplada com o mesmo prêmio, e recentemente Julie Andrews, Jane Fonda, Robert Redford, David Cronenberg, John Woo e Tim Burton também foram homenageados com o Leão de Ouro pelo conjunto da obra. A 78ª edição do festival italiano vai acontecer entre 1º e 11 de setembro.
Kleber Mendonça Filho integra o júri do Festival de Cannes 2021
A organização do Festival de Cannes anunciou os artistas que farão parte do júri internacional da competição de 2021. E o diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho foi um dos selecionados. O cineasta de “Bacurau” vai se juntar a duas colegas de profissão: a francesa Mati Diop (“Atlantique”) e a austríaca Jessica Hausner (“Little Joe”). O júri também inclui cinco atores: o sul-coreano Song Kang-ho (“Parasita”), o francês Tahar Rahim (“O Mauritano”), a americana Maggie Gyllenhaal (“Secretária”), a francesa Mélanie Laurent (“Oxigênio”) e a canadense Mylène Farme (“A Casa do Medo – Incidente em Ghostland”), que também é cantora e compositora. Com cinco mulheres e quatro homens, trata-se de um dos grupos mais diversos da história de Cannes, que se somará ao presidente do júri, Spike Lee, para distribuir prêmios entre os 24 filmes da mostra competitiva e entregar a cobiçada Palma de Ouro. Spike Lee é o primeiro artista preto a ocupar a presidência do júri do festival francês. Ele terá a tarefa de suceder o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, que presidiu a premiação com louvor em 2019, apresentando ao mundo “Parasita”, do sul-coreano Bong Joon Ho, vencedor da Palma de Ouro em 2019 e, posteriormente, do Oscar em 2020. Um dos destaques daquele filme foi o ator Song Kang-ho, que agora retorna à Croisette com nova função. Do grupo de jurados, Diop, Hausner e Mendonça Filho também exibiram filmes na competição de Cannes em 2019, o último ano em que o festival foi realizado, e todos saíram premiados do evento. Eles agora vão escolher quem será premiado em 2021. Após ser cancelado no ano passado devido à pandemia de coronavírus, o Festival de Cannes 2021 vai acontecer entre os dias 6 e 17 de julho na Riviera Francesa.
Festival de Cannes vai homenagear carreira de Marco Bellocchio
O Festival de Cannes vai prestar uma homenagem ao diretor italiano Marco Bellocchio, com a entrega de uma Palma de Ouro honorária pelas contribuições de sua carreira ao cinema. O cineasta vai receber a honraria durante a cerimônia de encerramento do festival. Bellocchio também vai lançar seu novo filme, o documentário “Marx Can Wait”, durante o evento francês. Aos 81 anos, o italiano é considerado um dos maiores diretores vivos do cinema europeu. Na ativa desde os anos 1960, ele exibiu sete filmes em Cannes, incluindo o recente “O Traidor”, de 2019, que contava com a brasileira Maria Fernanda Cândido em seu elenco. Outros filmes de destaque da carreira de Bellocchio são “De Punhos Cerrados” (1965), “Em Nome do Pai” (1971), “Olhos na Boca” (1982), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vincere” (2009) e “A Bela que Dorme” (2012). Além do diretor italiano, o Festival de Cannes também homenageará neste ano a atriz e cineasta americana Jodie Foster (“Elysium”) com a Palma de Ouro honorária. O evento francês vai acontecer de 6 a 17 de julho na Riviera francesa.
Annette: Ópera rock com Adam Driver e Marion Cotillard ganha novo trailer
A Amazon divulgou a versão americana do trailer de “Annette”, filme de Leos Carax (“Os Amantes de Pont Neuf”) que vai abrir o Festival de Cannes neste ano. A prévia destaca o estilo surreal do cineasta francês em cenas de visual impactante e interpretação exagerada dos protagonistas Adam Driver (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) e Marion Cotillard (“Aliados”). “Annette” é o primeiro filme falado em inglês de Carax, que retornará a Cannes nove anos depois de apresentar “Holy Motors” no festival. Originalmente concebida como uma ópera rock pela banda Sparks, que assina a trilha sonora original, a trama acompanha um ator de “stand up” e uma cantora da fama internacional, que formam um casal cercado de glamour. Mas o nascimento de sua primeira filha, Annette, uma “menina misteriosa com um destino excepcional” altera o rumo de suas vidas. O mais famoso festival de cinema do mundo, que habitualmente acontece em maio, este ano foi adiado devido à pandemia para o mês de julho. A exibição de “Annette” vai abrir o evento daqui a duas semanas, no próximo dia 6.
Gêmeos de “Big Little Lies” vão estrelar remake do terror “Boa Noite Mamãe”
Depois de enlouquecer Nicole Kidman em “Big Little Lies”, os gêmeos Cameron e Nicholas Crovetti (intérpretes de Josh e Matt Wright no drama premiado da HBO) vão agora aterrorizar Naomi Watts no remake americano de “Boa Noite Mamãe”, terror austríaco dos cineastas Severin Fiala e Veronika Franz lançado em 2014. O filme gira em torno da reação de dois irmãos gêmeos à volta de sua mãe para casa – uma propriedade rural afastada – , após passar por uma cirurgia estética. O rosto coberto por curativos faz os irmãos desconfiarem de que aquela não é realmente sua mãe. Os irmãos Crovetti parecem gostar mesmo de tocar o terror, porque recentemente também filmaram juntos “Witch Hunt”, sobre bruxas foragidas. Cameron ainda está na série “The Boys”, onde vive o filho do herói/vilão Capitão Pátria (Homelander). As filmagens de “Goodnight Mommy” (o título americano do filme austríaco) já começaram em New Jersey, com direção de Matt Sobel que só tem um longa no currículo, o drama indie “Take Me to the River” (2015), inédito no Brasil. O remake será lançado pela Amazon em data ainda não divulgada.
Spike Lee ilustra o cartaz do Festival de Cannes de 2021
A organização do Festival de Cannes divulgou o pôster de sua 74ª edição. Geralmente marcado por cenas clássicas do cinema, o cartaz deste ano destaca o diretor Spike Lee, que é o presidente do júri que dará a Palma de Ouro ao melhor filme do festival. O diretor de “Infiltrado na Klan” e “Destacamento Blood” tinha sido escolhido para presidir o júri do ano passado, mas a edição de 2020 foi cancelada por causa do coronavírus. Por conta disso, ele acabou reconfirmado neste ano e virou um dos destaques do evento. Mas a imagem usada no cartaz, curiosamente, não tem nenhuma relação com o cinema. A foto que serviu de base para o pôster foi feita por Bob Peterson originalmente para uma campanha publicitária da marca esportiva Nike. Spike Lee é o primeiro artista preto a ocupar a presidência do júri do festival francês. Ele terá a tarefa de suceder o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, que presidiu a premiação com louvor em 2019, apresentando ao mundo “Parasita”, do sul-coreano Bong Joon Ho, vencedor da Palma de Ouro em 2019 e, posteriormente, do Oscar em 2020. Un regard curieux sur le 7e art, le décor cannois en toile de fond 🌴 : Spike Lee à l'honneur sur l'affiche officielle de #Cannes2021 ! 📸Photo de Spike Lee avec l’autorisation de Bob Peterson & Nike © Tous droits réservés / Graphisme © Hartland Villa► https://t.co/GBfCgNlzhj pic.twitter.com/35owKjJhcx — Festival de Cannes (@Festival_Cannes) June 17, 2021
Dois curtas brasileiros são selecionados para o Festival de Cannes
A organização do Festival de Cannes selecionou os curta-metragens brasileiros “Sideral”, de Carlos Segundo, e “Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci, para a disputa da Palma de Ouro da categoria Produção do Rio Grande do Norte, “Sideral” contou com ajuda financeira da Lei Aldir Blanc, solução encontrada pelo Congresso para apoiar parcialmente projetos paralisados pela inoperância da Ancine sob o governo Bolsonaro, enquanto “Céu de Agosto” teve première no Festival de Tiradentes deste ano. Ao todo, 3739 curtas foram assistidos pelo comitê de seleção, e apenas dez concorrerão ao prêmio. Entre os demais selecionados, a competição contará pela primeira vez com obras de Kosovo e Macedônia – além de representantes da Dinamarca, China, França, Hong Kong, Irã e Portugal. A 74ª edição do Festival de Cannes será realizada de 6 a 17 de julho.
Festival In-Edit Brasil disponibiliza mais de 50 documentários musicais online
O Festival In-Edit Brasil, dedicado a documentários musicais, começa nesta quarta (16/6) sua 13ª edição com sua programação toda online. É o segundo ano consecutivo que o evento é apresentado desta forma, devido à pandemia de coronavírus. Mais de 50 documentários serão disponibilizados ao público, que pode acessá-los no site do festival, em quatro mostras agendadas até o encerramento, no dia 27. Apenas as sessões do Panorama Mundial, com longas estrangeiros, são pagas, com ingressos a R$ 3. Já as sessões do Panorama Brasileiro, dividido em Competição Nacional, Mostra Brasil e Curtas Brasileiros são gratuitas, sujeitas a limites de visualização simultânea. Além de lançamentos do gênero, a edição deste ano presta homenagem ao cineasta D.A. Pennebaker, falecido em 2019, com uma retrospectiva especial, que inclui clássicos como “Dont Look Back”, sobre a transformação do então cantor folk Bob Dylan em roqueiro, “Monterey Pop”, sobre o famoso festival de rock de 1967, e “Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, com a fase glam de David Bowie. A programação começa a partir das 20h, quando o público poderá assistir a “Moby Doc”, de Rob Gordon Bralver. Recém-concluído, o filme conta a história do músico Moby, dando imagens a uma autobiografia publicada por ele. A lista de músicos que são temas de documentários inclui ainda a cantora punk Poly Styrene, do X-Ray Spex (“Poly Styrene: I Am a Cliche”), a banda new wave The Go-Go’s (“The Go-Go’s”), o roqueiro glam Phil Lynott, do Thin Lizzy (“Songs for While I’m Away”), e a roqueira glam Suzi Quatro (“Suzi Q”), entre outros. Entre os brasileiros, a lista inclui filmes sobre Luiz Melodia, Jair Rodrigues, João Bosco & Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro e duas bandas históricas do rock nacional, Made in Brazil e Secos & Molhados. A programação completa, com horários das sessões, pode ser acessada no site oficial do festival (https://br.in-edit.org/).
Documentário denuncia traumas do elenco do polêmico filme “Kids”
Exibido neste fim de semana no Festival de Tribeca, em Nova York, o documentário “The Kids” voltou a alimentar discussões em torno do polêmico filme “Kids”, lançado em 1995. Rodado com um orçamento apertado e um elenco formado por desconhecidos e amadores, “Kids” acompanhava um grupo de adolescentes skatistas, todos menores de idade, viciados em drogas e sexualmente promíscuos. Na época, a sexualidade escandalosa gerou críticas e problemas com o conselho de classificação etária dos EUA, que aplicou uma censura elevada, NC-17, a mais alta para lançamentos comerciais nos EUA. Mesmo assim, o filme arrecadou espantosos US$ 20,4 milhões nas bilheterias, catapultando as carreiras do diretor Larry Clark, do roteirista Harmony Korine e ainda lançou as agora estrelas Rosario Dawson e Chloë Sevigny. Apesar do sucesso das duas atrizes, a maioria dos desconhecidos que Clark escolheu para desempenhar papéis importantes tiveram dificuldades para encontrar trabalho após a estreia do filme e ficaram frustrados por receberem uma ninharia enquanto o diretor e os irmãos Weinstein, que produziram o longa, tiveram um grande lucro com o lançamento. O documentário mostra como suas vidas foram afetadas pelo sucesso do filme. “Meus sentimentos sobre o filme começaram a mudar depois que o vi no cinema e vi a reação global”, disse Hamilton Harris, roteirista-produtor do documentário e um dos atores não profissionais de “Kids”, que era um skatista de verdade na época do longa original. Em entrevista à Variety, Harris declarou que “Kids”, na época considerado tão realista que poderia ser quase um documentário, era apenas sensacionalista, sem se preocupar com os aspectos positivos de sua geração, como o forte senso de comunidade que haviam criado e a intensidade de suas amizades, que durariam toda a vida. “Éramos um grupo muito unido que andava de skate”, conta Harris. “Estávamos no lugar certo na hora certa e nos tornamos parte desse filme clássico e cultuado, e tivemos que lidar com tudo que veio com isso. Você pode tirar uma pessoa do gueto, mas não pode tirar o gueto de uma pessoa, e para mim gueto se refere ao trauma mental e emocional que passamos”. Harris tentou expressar isso por mais de uma década, especialmente depois que dois de seus colegas de elenco, Justin Pierce e Harold Hunter, morreram jovens por suicídio e overdose, tentando dar sentido à notoriedade trazida por “Kids”. “Há razões pelas quais Harold usava drogas e se isso não for compreendido, não podemos apreciar a plenitude de quem ele era como ser humano”, argumentou Harris. “E Justin. Ele estava no filme ‘Mais uma Sexta-Feira em Apuros’. Ele estava indo bem. Ele estava atuando, mas então ele se matou. O que leva uma pessoa a fazer isso? Precisamos entender.” Em um ponto, ele decidiu transformar sua angústia em filme e começou a escrever um roteiro. Por meio de um amigo em comum, conseguiu entrar em contato com Eddie Martin, um documentarista que já tinha abordado o mundo do skate no filme “All This Mayhem”, em 2014. Os dois se entenderam instantaneamente e começaram a trabalhar em “The Kids”. Para Martin, a história de “Kids” deve ser encarada como um conto de advertência. Algumas pessoas fizeram fortuna, enquanto as demais foram deixadas pelo caminho para lidar com as consequências. “É complexo, especialmente quando você aborda adolescentes que realmente não têm muitas alternativas”, ponderou Martin. “Eles aproveitaram a oportunidade? Como, se muitos não tinham sequer lares. Eram fugitivos ou moravam em ambientes tóxicos. Eles confiaram muito nos profissionais de ‘Kids’ e deram tudo de si. E depois ficaram sem ninguém para ajudá-los ou lhes dar orientação para aproveitar a estreita janela de oportunidade que se abriu para eles”. A filmagem de “Kids” foi tudo menos uma experiência profissional tradicional. Menores de idade foram filmados nus e as drogas exibidas nas telas não eram cenográficas, mas produtos reais prontamente disponíveis. Para muitos, a produção poderia ser mais bem descrita como um bacanal do que um set de cinema. Sem participar dos lucros da exploração de suas imagens, o elenco também se viu estereotipado como meninos de rua amorais, o que complicou ainda mais suas chances de prosseguir na carreira, além de criar sentimentos conflitantes. “Larry Clark costumava dizer: ‘Eu digo a verdade e a verdade pode ser chocante’”, lembra Martin. “Bem, minha resposta a isso é: a verdade de quem? ‘Kids’ foi comercializado de uma forma particular que teve um impacto sobre aqueles que foram vendidos como personagens específicos. Vinte e seis anos se passaram, então você pode ver as consequências disso.” Nem Clark nem Korine concordaram em participar da produção de “The Kids”. E Martin ainda sugere que eles estariam tentando impedir o lançamento do documentário. Ele contou que houve contestações legais ao uso de imagens do filme de 1995 em seu trabalho. “Alguém tem tentado impedir o filme de um ângulo legal”, diz Martin. “Eles estão tentando impedir o lançamento, mas estamos lutando pelo uso justo do material. Eles não podem impedir esses indivíduos de contar seu lado da história, então eles estão tentando fazer isso bloqueando o uso das imagens”. Lembre abaixo o trailer de “Kids”.
“Velozes e Furiosos 9” será exibido no Festival de Cannes
O Festival de Cannes vai exibir uma sessão especial de “Velozes e Furiosos 9”. O evento francês acontecerá neste ano de 6 a 17 de julho, várias semanas depois da data prevista para a chegada do blockbuster aos cinemas dos EUA, 25 de junho. Para demonstrar que a sessão definitivamente não é uma première, o filme já está faturando milhões nas bilheterias da China e de vários outros países desde 19 de maio. A sessão especial, logicamente fora da competição, contará com a presença do elenco, formado por Vin Diesel, John Cena, Charlize Theron, Helen Mirren, Jordana Brewster, Tyrese Gibson, Ludacris, Michelle Rodriguez e outros. Até Anitta faz parte da produção, como cantora de “Furiosa”, uma das principais músicas da trilha sonora. Apesar de ser conhecido como palco de lançamento de filmes autorais e de qualidade artística, não é de hoje que Cannes faz concessões ao cinema comercial. Títulos das franquias “Kung Fu Panda”, “Shrek”, “Star Wars” e “X-Men” também foram exibidos anteriormente no festival. No Brasil, a estreia de “Velozes e Furiosos 9” está programada para 24 de junho.
Seleção do Festival de Cannes barra Netflix em plena pandemia
A organização do Festival de Cannes anunciou nesta quarta (3/5) os 24 filmes que vão disputar a Palma de Ouro em 2021. E a lista chama atenção por expressar a continuidade do boicote do evento à Netflix. Em plena pandemia, o festival francês manteve seu veto aos filmes de streaming, embora toda a indústria cinematográfica, incluindo o Oscar, e festivais rivais de igual prestígio tenham aberto suas portas às formas alternativas de exibições cinematográficas. Embora seja resultado de pressão dos exibidores franceses, a postura está sendo chamada abertamente de “elitista” por seu preciosismo, que contrasta com a realidade do coronavírus. A situação levou o chefe do festival, Thierry Fremaux, a ter que se justificar, citando “regras” da competição – de novo, até o Oscar mudou suas regras durante a pandemia. Ele também reiterou convite para a Netflix apresentar seus filmes fora de competição no festival, uma condição que a plataforma já recusou anteriormente, por considerar desrespeitoso com os cineastas de seus filmes. “O festival tem uma regra que estabelece que os filmes em competição devem ter um lançamento cinematográfico local”, disse Fremaux, citando o impasse. “A Netflix deseja ter seus filmes em competição e em sua plataforma.” Por conta disso, o próprio diretor do festival revelou que “havia dois filmes potenciais” de sua seleção que agora “podem ir para outros festivais”. “Lamentamos não ter sido possível negociar sua presença fora da competição”, acrescentou. Ao vetar a Netflix, Cannes deixou de fora os novos filmes da neozelandesa Jane Campion (“O Piano”) e do italiano Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”). No caso de Campion, a perda é especialmente sentida porque a competição deste ano tem menos cineastas femininas (apenas 4, contra 20 homens) que outros festivais. Já os filmes selecionados destacam “A Crônica Francesa” (The French Dispatch), de Wes Anderson, que segue a linha de “O Grande Hotel Budapeste” e reúne um grande elenco para viver repórteres de um jornal francês de expatriados, e “Benedetta”, drama erótico do veterano diretor holandês Paul Verhoeven (de “Instinto Selvagem”) sobre uma freira do século 17 que sofre com visões místicas e tentação sexual. Ambos deveriam integrar a edição do ano passado, que acabou cancelada devido à pandemia. Além deles, outros títulos com première mundial em Cannes incluem os novos trabalhos do americano Sean Penn (“Na Natureza Selvagem”), do italiano Nanni Moretti (“O Quarto do Filho”), do iraniano Asghar Farhadi (“A Separação”), do russo Kirill Serebrennikov (“O Estudante”), do dinamarquês Joachim Trier (“Mais Forte que Bombas”), do tailandês Apichatpong Weerasethakul (“Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”), do australiano Justin Kurzel (“Macbeth: Ambição e Guerra”) e dos franceses François Ozon (“Frantz”), Jacques Audiard (“Ferrugem e Osso”), Bruno Dumont (“Camille Claudel 1915”), Mia Hansen-Love (“Eden”) e Leos Carax (“Holy Motors”). O evento será aberto com a projeção de “Annette”, um musical de Carax, estrelado por Adam Driver, Marion Cotillard e com trilha da banda de rock Sparks. Entre os títulos previstos para exibição fora da competição, Oliver Stone traz à Croisette uma versão retrabalhada de “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de 1991, com cenas inéditas, o cineasta Todd Haynes (“Carol”) apresenta seu documentário sobre a banda The Velvet Underground e a atriz Charlotte Gainsbourg (“Ninfomaníaca”) estreia na direção com um documentário sobre sua mãe, a icônica estrela de cinema Jane Birkin (“A Bela Intrigante”). Também nas sessões especiais haverá a projeção do único filme dirigido por brasileiro na programação, “O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Ainouz (“A Vida Invisível”). O evento francês vai acontecer neste ano de 6 a 17 de julho, dois meses mais tarde que sua data tradicional, e também prestará uma homenagem à atriz e diretora Jodie Foster (“O Silêncio dos Inocentes”) com uma Palma de Ouro honorária pelas realizações de sua carreira. Confira abaixo a lista dos filmes que disputarão a Palma de Ouro oficial diante do júri presidido pelo cineasta Spike Lee (“Infiltrado na Klan”), as obras da principal mostra paralela e as sessões especiais, fora da competição de Cannes. COMPETIÇÃO “Annette”, de Leos Carax “Flag Day”, de Sean Penn “Tout S’est Bien Passé”, de François Ozon “A Hero”, de Asghar Farhadi “Tre Piani”, de Nanni Moretti “Titane”, de Julia Ducournau “A Crônica Francesa”, de Wes Anderson “Red Rocket”, de Sean Baker “Petrov’s Flu”, de Kirill Serebrennikov “France”, de Bruno Dumont “Nitram”, de Justin Kurzel “Memoria”, de Apichatpong Weerasethakul “Les Olympiades”, de Jacques Audiard “Benedetta”, de Paul Verhoeven “La Fracture”, de Catherine Corsini “The Restless”, de Joachim Lafosse “Lingui”, de Mahamat-Saleh Haroun “The Worst Person In The World”, de Joachim Trier “Bergman Island”, de Mia Hansen-Love “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi “Ahed’s Knee”, de Nadav Lapid “Casablanca Beats”, de Nabil Ayouch “Compartment No. 6”, de Juho Kuosmanen “The Story Of My Wife”, de Ildiko Enyedi FORA DE COMPETIÇÃO “De Son Vivant”, de Emmanuelle Bercot “Stillwater”, de Tom McCarthy “The Velvet Underground”, de Todd Haynes “Bac Nord”, de Cédric Jiminez “Aline”, de Valérie Lemercier “Emergency Declaration”, de Han Jae-Rim SESSÃO DA MEIA-NOITE “Bloody Oranges”, de Jean-Christophe Meurisse CANNES PREMIERES “Evolution”, de Kornel Mundruczo “Cow”, de Andrea Arnold “Mothering Sunday”, de Eva Husson “Love Songs For Tough Guys”, de Samuel Benchetrit “In Front Of Your Face”, de Hong Sang-soo “Hold Me Tight”, de Mathieu Amalric “Deception”, de Arnaud Desplechin “Val”, dirs: Ting Poo”, Leo Scott “JFK Revisited: Through The Looking Glass”, de Oliver Stone *”Jane By Charlotte”, de Charlotte Gainsbourg SESSÕES ESPECIAIS *”H6″, de Yi Yi “Black Notebooks”, de Shlomi Elkabetz “O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Ainouz “Babi Yar. Context”, de Sergei Loznitsa “The Year Of The Everlasting Storm”, de Jafar Panahi, Anthony Chen, Malik Vitthal, Laura Poitras, Dominga Sotomayor, David Lowery, Apichatpong Weerasethakul MOSTRA UM CERTO OLHAR (UN CERTAIN REGARD) “The Innocents”, de Eskil Vogt “After Yang”, de Kogonada “Delo”, de Alexey German Jr “Bonne Mere”, de Hafsia Herzi “Noche De Fuego”, de Tatiana Huezo *”Lamb”, de Vladimar Johansson *”Un Monde”, de Laura Wandel *”Freda”, de Gessica Généus *”Moneyboys”, de CB Yi “Blue Bayou”, de Justin Chon “Commitment Hasan”, de Hasan Semih Kaplanoglu “Rehana Maryam Noor”, de Abdullah Mohammad Saad “Let There Be Morning”, de Eran Kolirin “Unclenching The Fists”, de Kira Kovalenko *”La Civil”, de Ana Mihai “Women Do Cry”, de Mina Mileva”, Vesela Kazakova Os filmes identificados com * são de diretores estreantes e por isso concorrem ao prêmio especial Câmera de Ouro (Camera d’Or) do festival.
Jodie Foster será homenageada pelo Festival de Cannes
A atriz e diretora americana Jodie Foster vai receber a Palma de Ouro honorária pelas realizações de sua carreira no próximo Festival de Cannes. A homenagem também vai marcar 45 anos de sua primeira participação no evento, como a mais jovem integrante do elenco de “Taxi Driver”. O filme de Martin Scorsese acabou vencendo a Palma de Ouro em 1976. “Cannes é um festival ao qual devo muito, mudou completamente a minha vida. Minha primeira vez na Croisette foi um momento decisivo para mim. Exibir um dos meus filmes aqui sempre é um sonho meu”, disse Foster em comunicado sobre a homenagem. “Estou lisonjeado por Cannes ter pensado em mim e estou muito honrada em poder compartilhar algumas palavras de sabedoria ou contar uma ou duas aventuras com uma nova geração de cineastas”, acrescentou. Além de encantar Cannes, Jodie Foster foi indicada ao Oscar por “Taxi Driver”, sua primeira nomeação aos 13 anos de idade. Mais tarde, ela acabou vencendo dois Oscars, por “Acusados” (1988) e “O Silêncio dos Inocentes” (1992). Com quase 50 filmes como atriz, desde 1991 ela também se tornou uma diretora admirada. A Palma de Ouro honorária já foi concedida em edições anteriores a artistas como Woody Allen, Clint Eastwood e Jane Fonda. O festival vai acontecer neste ano de 6 a 17 de julho, dois meses mais tarde que sua data tradicional, após ter sido cancelado em 2020 devido à pandemia de coronavírus.
Bolsonarista tenta censurar festival de São Paulo contra censura
A vereadora bolsonarista Sonaira Fernandes, ex-funcionária de gabinete de Eduardo Bolsonaro, tentou impedir a realização do festival São Paulo Sem Censura, que será promovido pela Prefeitura da capital paulista nesta semana, entre 3 e 6 de junho. Ela protocolou uma ação popular na 14ª Vara da Fazenda Pública argumentando que se trata de um evento político, que visa “disseminar ódio e repúdio” ao governo federal, e não cultural. Mas na decisão proferida nesta terça-feira (1/6), o juiz José Eduardo Cordeiro Rocha apontou que, na verdade, a vereadora estava incorrendo em tentativa de censura ao buscar impedir uma manifestação contra censura. Ele indeferiu o pedido de liminar. “O acolhimento liminar da pretensão da autora é que seria temerário e poderia representar indevida ingerência do Judiciário em critérios discricionários de escolha da programação do evento cultural pelo Executivo ou ainda, o que seria pior, levar indiretamente à censura prévia do conteúdo da produção artística e à livre manifestação do pensamento, o que é vedado pela Constituição Federal”, escreveu o magistrado. Em sua primeira edição, no ano passado, o festival foi chamado de Verão Sem Censura e abrigou peças teatrais, exposições e outros eventos que sofreram represálias ou censura do governo federal. Um dos maiores entusiastas era o então prefeito Bruno Covas (PSDB), que morreu em decorrência de um câncer em maio. A nova edição, rebatizada de São Paulo Sem Censura, será um dos primeiros eventos de grande porte na cidade com Ricardo Nunes (MDB) como prefeito. Neste ano, o festival concebido pelo secretário da Cultura Alê Youssef será dividido em quatro eixos: Excluídos da Fundação Palmares, Censura Prévia na Lei Rouanet e Ancine, Liberdade de Imprensa e de Expressão e Políticas de Silenciamento. A programação terá atividades sediadas por equipamentos culturais da cidade, como o Theatro Municipal – que terá uma leitura dramatúrgica de “Santo Inquérito”, uma das mais importantes peças modernas do teatro brasileiro, com direção de Bete Coelho – , o Centro Cultural São Paulo (CCSP), o Centro Cultural da Juventude (CCJ), além de ações em ruas e avenidas, da Paulista até Itaquera. Adaptada aos protocolos de distanciamento social, o evento também prevê mostras de filmes na plataforma digital da SPCine, empresa municipal de fomento a cinema. A seleção destaca o trabalho de quatro coletivos independentes de cinema, Babado Periférico, Astúcia, Mbyá-Guarani de Cinema e Surto & Deslumbramento, com exibição de curtas, médias-metragens e webséries, além de debates transmitidos via redes sociais.












