Cannes: Netflix fecha acordo para exibir novo filme do diretor de “Carol”
A Netflix venceu um leilão para adquirir os direitos de distribuição do longa “May December”, estrelado e produzido por Natalie Portman (“Cisne Negro) ao lado de Julianne Moore (“Kingsman: O Círculo Dourado”) e Charles Melton (“Riverdale”). A gigante do streaming fechou um acordo de US$ 11 milhões para exibir o longa dirigido por Todd Haynes (“Carol”), que estreou no último sábado (20/5) no Festival de Cannes. O contrato foi considerado a maior negociação do festival até o momento e trouxe otimismo para os filmes norte-americanos, que tiveram um início de vendas morno no evento. De acordo com o Deadline, o diretor reagiu com muita alegria ao acordo e confirmou que a equipe ficou empolgada com a notícia. Após sua primeira exibição, “May December” recebeu uma salva de palmas do público em pé por oito minutos. As primeiras reações dos críticos foram bastante positivas, com 90% de aprovação no Rotten Tomatoes e elogios as performances dos atores e a direção cuidadosa de Haynes. Com esse prestígio, ele se tornou um dos poucos filmes norte-americanos adquiridos pela Netflix ao longo de sua tumultuada relação com Cannes. Normalmente, o streaming aposta em títulos de fora dos Estados Unidos. Vale apontar a ironia por trás desse negócio. O Festival de Cannes impede produções da Netflix e outras plataformas de participarem da competição da Palma de Ouro, com a justificativa de que os filmes precisam passar nos cinemas. Entretanto, vários títulos premiados de Cannes já foram adquiridos pela plataforma após sua passagem pelo festival e lançados diretamente em streaming. As negociações estão sendo finalizada pela CAA Media Finance e pela UTA Independent Film Group, com a Rocket Science intermediando os acordos internacionais. Antes de a Netflix conseguir o acordo, haviam rumores de até cinco empresas interessadas. Na edição deste ano do Festival de Cannes, os longas americanos foram recebidos em uma temperatura mais fria que o comum. Além do longa de Haynes, o único outro filme dos Estados Unidos que conseguiu um acordo de distribuição foi “The End We Start From”, da diretora Mahalia Belo (“The Long Song”). O longa estrelado por Jodie Comer (“Killing Eve: Dupla Obsessão”) e Benedict Cumberbatch (“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”) será distribuído pela Republic Pictures, uma divisão da Paramount. Segundo o Deadline, a greve de roteiristas prejudicou o mercado, que já enfrentava uma redução nas grandes aquisições pelas plataformas de streaming. Acredita-se que os vendedores estejam buscando valorizar filmes completos que possam ser lançados rapidamente após a greve, sem passar por modificações ou refilmagens. “May December” acompanha Elizabeth (Natalie Portman), uma atriz de Hollywood que viaja para a Geórgia para pesquisar sobre a vida de Gracie (Julianne Moore), uma mulher que se tornou notícia após começar um relacionamento com Joe (Charles Melton), um homem 23 anos mais novo que ela. Enquanto se prepara para o filme sobre o passado do casal, a atriz observa o casamento de Gracie e Joe, 20 anos depois do relacionamento virar fofoca nacional. O longa ainda não tem previsão de estreia.
“Homem-Formiga 3” domina programação de cinema
Novo filme da Marvel, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” tem um lançamento de blockbuster nos cinemas brasileiros com distribuição em duas mil salas. Inescapável, deve liderar as bilheterias do fim de semana, mas não teve a melhor das recepções críticas, com apenas 51% (medíocre) de aprovação no Rotten Tomatoes. Com o monopólio de telas, até uma animação briga por espaço com os títulos do circuito limitado. Mas os destaques alternativos são um dos longas europeus mais premiados de 2022, que disputa o Oscar de melhor filme do ano, e o relançamento de um clássico do terror em cópias restauradas. Confira abaixo a lista completa das estreias desta quinta (15/2). | HOMEM-FORMIGA E A VESPA: QUANTUMANIA | O lançamento que inicia a Fase 5 da Marvel é, na verdade, outra história intermediária na interminável narrativa do estúdio, que serve basicamente para introduzir o vilão Kang, o Conquistador, interpretado por Jonathan Majors (“Lovecraft Country”). O personagem já foi visto antes, por meio de uma variante, no capítulo final de “Loki”, e deve retornar em outras configurações até “Vingadores: Dinastia Kang” em 2005. O receio é que a Marvel adote a procrastinação vista em “Quantumania” como norma até lá. Kang é revelado após os heróis da franquia serem sugados para o espaço quântico, onde encontram uma civilização avançada, alienígenas e dois vilões: um brutal e muito acima de suas capacidades, e outro que concorre a mais ridículo do MCU. Com muitos efeitos – e os problemas típicos dos efeitos nas produções da Marvel – , o filme carece, ironicamente, do que diferenciava os longas do Homem-Formiga dos demais lançamentos do estúdio: bom humor. Novamente dirigido por Peyton Reed, volta a reunir Paul Rudd (Scott Lang, o Homem-Formiga), Evangeline Lilly (Hope van Dyne, a Vespa), Michael Douglas (Dr. Hank Pym) e Michelle Pfeiffer (Janet Van Dyne), e também introduz Kathryn Newton (estrela de “Freaky – No Corpo de um Assassino”) como a versão adolescente da filha do Homem-Formiga – e futura heroína – Cassie Lang. | TRIÂNGULO DA TRISTEZA | A comédia que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes, o troféu de Melhor Filme da Academia Europeia e ainda disputa três Oscars é uma sátira que debocha da futilidade dos super-ricos. A trama acompanha modelos, influenciadores e oligarcas de todo o mundo num cruzeiro de luxo, que acaba naufragando. A produção destaca em seu elenco o americano Woody Harrelson (“Venom: Tempo de Carnificina”), o inglês Harris Dickinson (“King’s Man: A Origem”), a filipina Dolly De Leon (“A Interrupção”), a luxemburguesa Sunnyi Melles (“Fassbinder: Ascensão e Queda de um Gênio”), a escocesa Amanda Walker (“A Viagem”) e a sul-africana Charlbi Dean (“Raio Negro”/Black Lightining), que morreu em agosto passado de sepse bacteriana aos 32 anos de idade. A vitória no festival francês foi a segunda Palma de Ouro para o diretor sueco Ruben Östlund, que em 2017 conquistou o prêmio com outra crítica social, “The Square: A Arte da Discórdia”, voltada ao mundo das artes. “Triângulo da Triesteza” também é o primeiro filme falado em inglês do cineasta, que já teve um de seus longas, “Força Maior” (2014), refilmado para o público americano em 2020. | ROCK DOG – UMA BATIDA ANIMAL | Esta já é a terceira animação de Bodi, um cachorro (mastim tibetano) que sonhava virar roqueiro. Depois de realizar seu sonho no primeiro longa e descobrir o custo da fama no segundo, ele volta a fazer tudo de novo em “Uma Batida Animal”, desta vez como treinador de bandas e juiz de reality musical. Quando a banda que treinou estoura e seus comentários viralizam, ele acaba esquecendo o que o motivava em primeiro lugar, e precisa volta a se juntar a seu ídolo para resgatar sua atitude de rock. A coprodução chinesa não tem a qualidade visual da Disney/Pixar, mas as histórias são divertidas suficientes para terem virado franquia. Pra ser noção, o diretor Antony Bell comandou episódios de “Dragões: Pilotos de Berk”, da DreamWorks TV, que apesar de ser uma série tinha aparência mais caprichada. | MORTE A PINOCHET | O primeiro longa de ficção de Juan Ignacio Sabatini dramatiza a Operação Século 20 da Frente Patriótica Manuel Rodríguez, grupo terrorista de esquerda que tentou matar o ditador do Chile Augusto Pinochet em 1986 – após 15 anos da ditadura mais brutal da América Latina. Usando sua experiência como documentarista, o diretor incluiu um prólogo composto por imagens de arquivo (em formato 4:3) que contextualizam o filme num cenário de opressão política e social, com violência nas ruas, e um epílogo com o testemunho de um protagonista real que sobreviveu ao ataque fracassado. Basicamente um grupo de jovens idealistas, a FPMR acreditava que poderia mudar o destino do país com um ato ousados que muitos consideravam impossível: matar o tirano. O professor de educação física Ramiro, a psicóloga Tamara, e Sasha, nascida na favela, marcam o ataque armado para uma tarde de domingo. E o resultado nas telas, entre a moldura documental, é um thriller de ação tradicional, ainda que com narração poética da protagonista Tamara, interpretada por Daniela Ramírez (“Isabel: La Historia Íntima de la Escritora Isabel Allende”). | O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA | Um dos mais icônicos filmes de terror da história retorna aos cinemas em cópia restaurada. O clássico de 1974 dirigido por Tobe Hooper acompanha cinco jovens que acabam se perdendo numa estrada secundário do Texas e vão parar numa fazenda decrépita, onde se deparam com uma família de canibais e o terrível Leatherface. Integrante mais assustador da família Sawyer, Leatherface perseguia os jovens com sua motosserra, brandida de forma perigosa até para a própria segurança de seu intérprete. A cena final do longa, em que o ator Gunnar Hansen agita a motossera, furioso numa estrada, é das mais icônicas da história do cinema. Mas o filme também eternizou outros takes perturbadores, como os close-ups extremos nos olhos da atriz Marilyn Burns, amarrada numa mesa para jantar com canibais. O mais impressionante é que Hooper rodou “O Massacre da Serra Elétrica” por menos de US$ 300 mil, a partir de um roteiro que ele próprio escreveu, e contou com atores que nunca tinham feito cinema antes. Em 1999, a revista Entertainment Weekly elegeu o longa como o segundo mais assustador de todos os tempos, atrás apenas de “O Exorcista” (1973). Mas na época em que foi lançado, o filme perturbou muito mais que a superprodução do diabo, sendo proibido em diversos países. No Reino Unido e na Escandinávia, por exemplo, só foi liberado, justamente, em 1999!
“Triângulo da Tristeza” é o grande vencedor do “Oscar Europeu”
A Academia Europeia de Cinema premiou “Triângulo da Tristeza”, do sueco Ruben Östlund, como Melhor Filme Europeu do ano. A cerimônia dos European Film Awards, considerada o “Oscar europeu”, aconteceu neste sábado (10/12) em Reykjavík, na Islândia. “Triângulo da Tristeza”, que já tinha levado a Palma de Ouro do Festival de Cannes, também conquistou mais três prêmios importantes da Academia Europeia: Melhor Roteiro e Direção para Östlund e Melhor Ator para o croata Zlatko Burić. Inédito no Brasil, o filme só será lançado em 2 de março nos cinemas nacionais. Quando Östlund recebeu seu prêmio de Direção, ele o dedicou à atriz Charlbi Dean, que morreu após fazer o filme, em agosto passado, com apenas 32 anos. Já o prêmio de Melhor Atriz ficou com a luxemburguesa Vicky Krieps pelo drama austríaco “Corsage”, de Marie Kreutzer. Os vencedores foram escolhidos pelos mais de 4 mil membros de todos os ramos da Academia Europeia, com a exceção de oito categorias técnicas, definidas de forma antecipada por um comitê especial no final de novembro. Entre estes troféus, os destaques ficaram com o filme de guerra alemão “Nada de Novo no Front”, de Edward Berger, e o drama irlandês “Belfast”, de Kenneth Branagh, com duas vitórias cada. Confira abaixo a lista completa dos premiados. MELHOR FILME “Triângulo da Tristeza”, de Ruben Östlund MELHOR DIRETOR Ruben Östlund, por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR ATRIZ Vicky Krieps, por “Corsage” MELHOR ATOR Zlatko Burić, por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR ROTEIRO Ruben Östlund, por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR COMÉDIA “O Bom Patrão”, de Fernando León De Aranoa MELHOR ANIMAÇÃO “Interdito a Cães e Italianos”, de Alain Ughetto MELHOR DOCUMENTÁRIO “Mariupolis 2”, de Mantas Kvedaravicius PRÉMIO DA CRÍTICA (FIPRESCI) “Piccolo Corpo”, de Laura Samani MELHOR CURTA-METRAGEM “Granny’s Sexual Life”, de Urska Djukic e Emilie Pigeard MELHOR FOTOGRAFIA Kate McCullough, por “The Quiet Girl” MELHOR EDIÇÃO Özcan Vardar e Eytan İpeker, por “Burning Days” MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Jim Clay, por “Belfast” MELHOR FIGURINO Charlotte Walter, por “Belfast” MELHOR MAQUIAGEM E CABELO Heike Merker, por “Nada de Novo no Front” MELHOR EFEITOS VISUAIS Frank Petzold, Viktor Müller e Markus Frank, por “Nada de Novo no Front” MELHOR TRILHA SONORA Paweł Mykietyn, por “EO” MELHOR SOM Paolo Benvenuti, Benni Atria, Marco Saitta, Ansgar Frerich e Florian Holzner por “Il Buco”.
Vencedores de Cannes disputam troféu da Academia Europeia de Cinema
A Academia Europeia de Cinema anunciou nesta terça-feira (8/11) os indicados ao European Film Awards de 2022. E três filmes premiados no Festival de Cannes deste ano lideram as nomeações. A lista destaca o próprio vencedor do Festival de Cannes, “Triângulo da Tristeza”, do sueco Ruben Östlund, junto com “Holy Spider”, coprodução dinamarquesa e sueca de Ali Abbasi, que conquistou o prêmio de Melhor Atriz (Zar Amir-Ebrahimi) no evento francês, e “Close”, do belga Lukas Dhont, vencedor do Grand Prix de Cannes. “Close” e “Holy Spider” são ainda os candidatos respetivamente da Bélgica e Dinamarca a uma vaga no Oscar de Melhor Filme Internacional. Os três empataram com quatro indicações cada e também disputam o troféu de Melhor Filme Europeu do ano com o espanhol “Alcarràs”, de Carla Simón, e o austríaco “Corsage”, de Marie Kreutzer. Os premiados nas categorias técnicas, incluindo edição, figurino e cinematografia, serão escolhidos por um comitê de oito membros e anunciados em 23 de novembro. Já os vencedores das categorias principais serão escolhidos pelos mais de 4 mil membros de todos os ramos da Academia e anunciados numa cerimônia marcada para 10 de dezembro em Reykjavik, na Islândia. Confira a lista das categoria principais. MELHOR FILME “Alcarràs”, de Carla Simón “Close”, de Lukas Dhont “Corsage”, de Marie Kreutzer “Holy Spider”, de Ali Abbasi “Triângulo da Tristeza”, de Ruben Östlund MELHOR DIRETOR Lukas Dhont, por “Close” Maire Kreutzer, por “Corsage” Jerzy Skolimowski, por “Eo” Ali Abbasi, por “Holy Spider“ Alice Diop, por “Saint Omer” Ruben Östlund, por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR ATRIZ Vicky Krieps por “Corsage” Zar Amir Ebrahimi por “Holy Spider“ Léa Seydoux por “Uma Bela Manhã” Penélope Cruz por “Mães Paralelas“ Meltem Kaptan por “Rabiye Kurnaz vs George W. Bush” MELHOR ATOR Paul Mescal por “Aftersun” Eden Dambrine por “Close” Elliott Crosset Hove por “Godland” Pierfrancesco Favino por “Nostalgia” Zlatko Burić por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR ROTEIRO Carla Simón & Arnau Vilaró, por “Alcarràs” Kenneth Branagh, por “Belfast” Lukas Dhont & Angelo Tijssens, por “Close” Ali Abbasi & Afshin Kamran Bahrami, por “Holy Spider“ Ruben Östlund, por “Triângulo da Tristeza“ MELHOR COMÉDIA “Cop Secret”, de Hannes Þór Halldórsson “La Fracture”, de Catherine Corsini “O Bom Patrão”, de Fernando León De Aranoa MELHOR ANIMAÇÃO “Little Nicholas Happy As Can Be”, de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre “My Love Affair with Marriage”, de Signe Baumane “Les Voisins de Mes Voisins”, de Anne-Laure Daffis, Léo Marchand “Interdito a Cães e Italianos”, de Alain Ughetto “Oink” (Knor)”, de Mascha Halberstad MELHOR DOCUMENTÁRIO “A House Made of Splinters”, de Simon Lereng Wilmont “Girl Gang”, de Susanne Regina Meures “Mariupolis 2”, de Mantas Kvedaravicius “The Balcony Movie”, de Paweł Łoziński “Marcia Su Roma”, de Mark Cousins PRÉMIO FIPRESCI “107 Mothers”, de Peter Kerekes “Dalva”, de Emmanuelle Nicot “Other People”, de Aleksandra Terpińska “Pamfir”, de Dmytro Sukholytkyy-Sobchuk “Piccolo Corpo”, de Laura Samani “Sonne”, de Kurdwin Ayub MELHOR CURTA-METRAGEM “Granny’s Sexual Life”, de Urska Djukic e Emilie Pigeard “Ice Merchants”, de João Gonzalez “Love, Dad”, de Diana Cam Van Nguyen “Techno, Mama”, de Saulius Baradinskas “Will My Parents Come To See Me”, de Mo Harawe
Trailer do filme vencedor do Festival de Cannes 2022 satiriza super-ricos
A Neon divulgou os pôsteres e o trailer de “Triangle of Sadness”, comédia que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2022. A prévia destaca os elementos satíricos da produção, que debocha da futilidade dos super-ricos. A trama acompanha modelos, influenciadores e oligarcas de todo o mundo num cruzeiro de luxo, que acaba naufragando. E destaca em seu elenco o americano Woody Harrelson (“Venom: Tempo de Carnificina”), o inglês Harris Dickinson (“King’s Man: A Origem”), a filipina Dolly De Leon (“A Interrupção”), a luxemburguesa Sunnyi Melles (“Fassbinder: Ascensão e Queda de um Gênio”), a escocesa Amanda Walker (“A Viagem”) e a sul-africana Charlbi Dean (“Raio Negro”/Black Lightining). “Triangle of Sadness” rendeu a segunda Palma de Ouro para o diretor sueco Ruben Östlund, que em 2017 venceu o festival francês com outra crítica social, “The Square: A Arte da Discórdia”, voltada ao mundo das artes. Também é o primeiro filme falado em inglês do cineasta, que já teve um de seus longas, “Força Maior” (2014), refilmado para o público americano em 2020. A estreia vai acontecer em 7 de outubro nos EUA e ainda não há previsão de lançamento no Brasil
Idris Elba concede desejos no trailer fabuloso de “Era uma Vez um Gênio”
A Paris Filmes divulgou o pôster e o trailer nacional de “Era uma Vez um Gênio” (a “tradução” simplista de “Three Thousand Years of Longing”), que marca a volta do cineasta George Miller ao cinema, sete anos após deixar público e crítica impressionados com “Mad Max: Estrada da Fúria”. A prévia revela a premissa da produção, trazendo Idris Elba (“Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”) como um gênio encantado – na verdade, um Djinn – , cuja “lâmpada” mágica vai parar nas mãos de uma viúva solitária vivida por Tilda Swinton (“Doutor Estranho”), após passar séculos perdida. Enquanto pondera seus três desejos, a mulher conhece a história do gênio, que remete às fábulas das “Mil e uma Noites” e à velha moral da história: “cuidado com o que desejar”. O visual, especialmente durante as cenas de recriação do Oriente exuberante, é de encher os olhos, com muitos efeitos visuais, além de uma fotografia, cenografia e figurinos refinadíssimos. Escrito e dirigido por Miller (com ajuda da filha Augusta Gore no roteiro), o filme teve sua primeira exibição mundial no Festival de Cannes, onde dividiu opiniões – atingiu 61% de aprovação no Rotten Tomatoes. A estreia comercial está marcada para 1 de setembro no Brasil, um dia depois do lançamento nos EUA.
Versão 4k de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” estreia na Cinemateca
Após passar pelo Festival de Cannes, na França, a versão restaurada de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” estreia nesta quarta (6/7) no Brasil, com uma sessão especial na Cinemateca Brasileira de São Paulo. O longa será exibido na área externa do espaço, em versão 4k, e acompanhado por debate com participação dos responsáveis pela restauração, o produtor Lino Meireles e a cineasta Paloma Rocha, filha do cineasta Glauber Rocha. A restauração foi realizada na Cinecolor, empresa parceira da Cinemateca Brasileira. A cópia original estava armazenada na Cinemateca, em São Paulo, e consistia de cinco latas de negativos 35mm em perfeitas condições. Por sorte, os rolos não estavam no local que pegou fogo e que guardava parte do acervo de Glauber Rocha, considerado perdido até um relato oficial dar conta do desastre causado pelo incêndio. “Deus e o Diabo na Terra do Sol” é uma das obras mais importantes do cinema brasileiro. Ao ser apresentado no Festival de Cannes de 1964, arrancou tantos elogios da crítica internacional que acabou dando ao Cinema Novo o status de um dos mais importantes movimentos cinematográficos do mundo. A obra-prima de Glauber Rocha junta os temas da seca, exploração religiosa dos mais pobres e criminalidade numa espécie de western caboclo. A trama segue o vaqueiro Manuel (Geraldo del Rey) e sua esposa Rosa (Yoná Magalhães) em fuga para o sertão, após ele matar um coronel que tenta enganá-lo. No meio do deserto, eles encontram duas figuras icônicas: Sebastião (inspirado em Antonio Conselheiro e vivido por Lidio Silva), que se diz divino, e o cangaceiro Corisco (Othon Bastos), que se descreve como demoníaco. Enquanto isso, o mercenário Antonio das Mortes (Maurício do Valle) está em seu encalço. Vale lembrar que o filme ganhou uma sequência, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro” (1969), centrada no personagem Antonio das Mortes. Veja abaixo o trailer da versão restaurada.
Filme que satiriza super-ricos vence Festival de Cannes
O filme “Triangle of Sadness”, do diretor sueco Ruben Ostlund, foi o vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2022. A produção agradou por usar humor ácido para ridicularizar os super-ricos. A trama acompanha modelos, influenciadores e oligarcas num cruzeiro de luxo, que acaba naufragando. E destaca em seu elenco o americano Woody Harrelson (“Venom: Tempo de Carnificina”), o inglês Harris Dickinson (“King’s Man: A Origem”) e a sul-africana Charlbi Dean (“Raio Negro”/Black Lightining). Foi a segunda Palma de Ouro de Ostlund, que em 2017 venceu o festival francês com outra crítica social, “The Square: A Arte da Discórdia”, voltada ao mundo das artes. A premiação deste sábado (28/5) também chamou atenção pelos dois empates alcançados entre os filmes vencedores do Grand Prix e o Prêmio do Júri, tradicionalmente considerados o 2º e o 3º lugar da competição. O drama erótico e político “Stars at Noon”, da francesa Claire Denis (“Minha Terra, África”), e a história de amadurecimento de “To Close”, do diretor belga Lukas Dhont (“Girl”), levaram o Grande Prêmio do Júri, enquanto a jornada de um burro apresentada em “EO”, do polonês Jerzy Skolimowski (“Matança Necessária”), e o retrato do conservadorismo heterossexual de “The Eight Mountains”, do casal belga Charlotte Vandermeersch e Felix Van Groeningen (“Alabama Monroe”), empataram no Prêmio do Júri. O cineasta sul-coreano Park Chan-Wook (“Oldboy”) levou o prêmio de Melhor Direção por “Decision do Leave” e o sueco Tarik Saeh (“Metropia”) ficou com a honraria de Melhor Roteiro por “Boy from Heaven”. Já os troféus de interpretação ficaram com a iraniana Zar Amir Ebrahimi (“Teheran Tabu”), do filme “Holy Spider”, e o veterano sul-coreano Song Kang Ho (o pai de “Parasita”), por “Broker”, novo drama do japonês Hirokazu Koreeda (“Assunto de Família”). Para completar, a Câmera de Ouro, destinada ao melhor trabalho estreante de todo o festival, ficou com as americanas Riley Keough e Gina Gammell por “War Pony”. O filme sobre adolescentes numa reserva indígena dos EUA foi o primeiro longa das duas, mas Riley Keough já tem uma longa carreira como atriz. A neta de Elvis Presley estrelou sucessos como “Magic Mike”, “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Docinho da América” e “Zola”. Encabeçado pelo ator francês Vincent Lindon, o júri ainda fez a entrega de um prêmio especial pelos 75 anos do festival, destinado aos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne, vencedores de duas Palmas de Ouro (por “Rosetta” e “O Filho”) e vários outros troféus do evento francês Para completar, o cinema brasileiro, presente nesta edição de Cannes apenas com a exibição da versão restaurada de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, acabou contemplado, por meio do projeto de “O Casamento”, de Maíra Bühler, com o fundo Hubert Bals, que ajuda produções cinematográficas a saírem do papel.
Filme colombiano é premiado na Semana da Crítica de Cannes
O filme colombiano “La Jauría”, sobre o círculo vicioso da violência no país sul-americano, venceu nesta quarta (25/5) o prêmio da mostra paralela Semana da Crítica no Festival de Cannes. “La Jauría” retrata o cotidiano de jovens delinquentes e criminosos a quem um educador tenta dar uma segunda chance por meio de terapia de grupo em uma casa abandonada no coração da floresta tropical. Só que a “reeducação” dos jovens é mais uma prisão do que uma saída para o futuro. A produção marcou a estreia em longa-metragem do diretor Andrès Ramirez Pulido, depois de ter dois curtas, “El Edén” e “Damiana”, selecionados e premiados em vários festivais internacionais. Em “La Jauría”, o cineasta contou com a atuação de jovens saídos da ruas, que receberam o pedido de apenas agir como eram, sem precisar “atuar” para as câmeras. Mesmo assim, o filme exigiu semanas de ensaios para que eles perdessem a inibição e decorassem suas falas. A Semana da Crítica também deu um prêmio especial a uma menina, a atriz francesa Zelda Samson, que interpreta o papel-título do filme “Dalva”, uma vítima de incesto de de 11 anos de idade. “Dalva” é também um filme de estreia, marcando o debut da diretora francesa Emmanuelle Nicot em longa-metragem. Grand Prix / Grand PrizeLA JAURÍA de / by Andrés Ramírez Pulido#SDLC2022 pic.twitter.com/Mmv6EqywV4 — SemaineDeLaCritique (@semainecannes) May 25, 2022 Prix Fondation Louis Roederer de la Révélation / Louis Roederer Foundation Rising Star AwardZelda Samson pour / for DALVA (Love according to Dalva) de / by Emmanuelle Nicot #SDLC2022@LouisRoederer_ pic.twitter.com/La5dHELApr — SemaineDeLaCritique (@semainecannes) May 25, 2022
Exibição de “Elvis” gera 10 minutos de aplausos
A première mundial de “Elvis”, a cinebiografia do Rei do Rock dirigida por Baz Luhrman, registrou o recorde de tempo de aplausos do Festival de Cannes desta ano. A consagração iniciada durante a projeção dos créditos finais durou 10 minutos com o público aplaudindo em pé. Em termos de comparação, o diretor David Cronenberg e o elenco de “Crimes of the Future” ficaram emocionados com a recepção de 6 minutos de aplausos dedicados a seu filme. Em meio aos gritos de “Bravo!” da multidão, Baz Luhrmann se dirigiu emocionado ao público, dentro do Lumière Theatre, dizendo que a reação extrema de aprovação representava para ela “pequena epifania” porque “trinta anos atrás, minha esposa e eu fizemos um pequeno filme chamado ‘Vem Dançar Comigo’” e o único distribuidor que lhe ofereceu espaço disse: “Esse é o pior filme que já vi e você arruinou a carreira de Pat” (Thomson, que ganhou postumamente como Melhor Atriz da Academia Australiana de Cinema). Luhrmann continuou sua história, lembrando que na época “tinha cabelos muito compridos” e resolveu raspar a cabeça dizendo que “Essa coisa de cinema nunca vai dar certo”. “Então, recebi um telefonema e era um francês… ‘Olá, meu nome é Pierre Rissient, sou do Festival de Cannes e vimos seu filme, e gostaríamos de lhe oferecer uma exibição às 12 horas no Palais.’” “Exibi meu filme neste Palais… e no final da apresentação eu lembro que um segurança se aproximou e me disse, ‘Monsieur, a partir de hoje sua vida nunca mais será a mesma’ e não foi.” “Vem Dançar Comigo” venceu um prêmio especial da juventude em Cannes, a primeira de muitas conquistas da produção, que lançou a carreira do cineasta australiano há exatamente 30 anos. Ao fazer ‘Elvis’, Luhrmann imaginava que poderia voltar a Cannes, “mas então veio a covid e a filmagem foi suspensa, e achei isso nunca aconteceria, mas tivemos a bravura de Tom (Hanks) ao voltar [às filmagens após a doença], e a bravura deste elenco e desta equipe para enfrentar a covid e terminar este filme. E estamos de volta a Cannes. E ver esse lugar tão cheio de pessoas que amam filmes de todas as formas, diz muito mais sobre o que significa estar de volta, não só à Cannes, mas ao cinema. Por isso somos eternamente gratos, Cannes… Tudo o que posso dizer é merci beaucoup, merci beaucoup”, ele encerrou. O filme foi exibido em sessão de gala fora da competição. Mas nenhum título selecionado para a disputa da Palma de Ouro gerou igual comoção até o momento. “Elvis” destaca Austin Butler (“Era uma Vez em… Hollywood”) no papel do cantor, interpretando desde um jovem roqueiro da metade dos anos 1950 até o homem maduro em sua volta triunfal de 1968 e na fase final da carreira, nos megashows dos anos 1970. E a cereja em cima do bolo: em vez de dublar, ele canta mesmo as músicas que apresenta no filme. O elenco também conta com o ator Tom Hanks (“Finch”) bastante transformado como o coronel Tom Parker, empresário do Rei do Rock, além de Olivia DeJonge (a Ellie da série “The Society”) no papel de Priscilla, a esposa do cantor, e Maggie Gyllenhaal (a Candy de “The Deuce”) como Gladys, a mãe de Elvis. A estreia nos cinemas brasileiros vai acontecer em 14 de julho – quatro semanas após o lançamento nos EUA. Veja o trailer mais recente da produção abaixo.
Exibido em Cannes, novo filme do diretor de “Oldboy” ganha teasers
O estúdio sul-coreano CJ ENM divulgou os pôsteres e os primeiros teasers de “Decision To Leave”, novo filme do premiado cineasta Park Chan-wook (“Oldboy” e “A Criada”). Menos sangrentos que os filmes anteriores do diretor, a trama gira em torno de um detetive eficiente e meticuloso, que investiga uma morte em um vilarejo remoto e, aos poucos, começa a ser seduzido pela principal suspeita, a viúva da vítima. Park Hae-il (“O Hospedeiro”) e a chinesa Tang Wei (“Longa Jornada Noite Adentro”) têm os papéis principais. Exibido na segunda (23/5) na competição principal do Festival de Cannes, o filme será lançado em 29 de junho na Coreia do Sul, mas ainda não ganhou data de estreia no exterior. A produção terá distribuição internacional pela plataforma MUBI, que também disponibilizou seu próprio teaser distinto. Todos os pôsteres e vídeos oficiais podem ser vistos abaixo.
Idris Elba é um gênio encantado no trailer da nova fantasia do diretor de “Mad Max”
A MGM divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Three Thousand Years of Longing”, que marca a volta do cineasta George Miller ao cinema, sete anos após deixar público e crítica impressionados com “Mad Max: Estrada da Fúria”. A prévia revela a premissa da produção, até então mantida em sigilo, trazendo Idris Elba (“Velozes e Furiosos: Hobbs & Shaw”) como um gênio encantado – na verdade, um Djinn – , cuja “lâmpada” mágica vai parar nas mãos de uma viúva solitária vivida por Tilda Swinton (“Doutor Estranho”), após passar séculos perdida. Enquanto pondera seus três desejos, a mulher conhece a história do gênio, que remete aos contos clássicos das “Mil e uma Noites”. O visual, especialmente durante as cenas de recriação do Oriente exuberante, é de encher os olhos, com muitos efeitos visuais, mas também uma fotografia, cenografia e figurinos refinadíssimos. Escrito e dirigido por Miller (com ajuda da filha Augusta Gore no roteiro), o filme tem sua primeira exibição mundial marcada para esta sexta (20/5) no Festival de Cannes, com a estreia comercial marcada para 1 de setembro no Brasil, um dia depois do lançamento nos EUA.








