Seu Jorge será o guerrilheiro Marighella no primeiro filme dirigido por Wagner Moura
O filme que marcará a estreia na direção do ator Wagner Moura (série “Narcos”) será estrelado por Seu Jorge (“E Aí… Comeu?”). O cantor e ator encarnará Carlos Marighella na produção, que acompanhará a trajetória do guerrilheiro baiano na luta armada contra a ditadura militar, entre 1964 e 1969, quando foi morto por policiais numa emboscada em São Paulo. O rapper Mano Brown chegou a ser cotado para o papel, mas a agenda de shows da banda Racionais MC’s acabou entrando em conflito com o cronograma das filmagens. Seria a estreia do rapper como ator, após compor a trilha de um documentário sobre Marighella, realizado em 2012 pela sobrinha do guerrilheiro, Isa Grinspum Ferraz. Wagner Moura já tinha trabalhado anteriormente com Seu Jorge, quando ambos contracenaram em “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro” (2010). O elenco do filme, intitulado “Marighella”, destaca ainda Adriana Esteves (“Mundo Cão”) e Bruno Gagliasso (“Isolados”), entre outros. A produção foi autorizada a captar R$ 10 milhões via leis de incentivo, apurou 60% do valor até o momento, mas já começa a ser rodada neste fim de semana, adaptando o livro “Marighella: O Guerrilheiro Que Incendiou O Mundo”, do jornalista Mário Magalhães. Em entrevista ao jornal O Globo, Moura citou Che Guevara, falou de golpe e disse que seu filme tomará partido da esquerda brasileira. “Meu filme não será imparcial, será um filme sobre quem está resistindo”, resumiu.
Lady Bird: Estreia na direção de Greta Gerwig bate recorde de avaliação positiva no Rotten Tomates
O filme que marca a estreia na direção da atriz Greta Gerwig (a eterna “Frances Ha”) virou oficialmente o mais bem avaliado do cinema americano em todos os tempos, ao menos no ranking do site Rotten Tomatoes. Produção indie, “Lady Bird” superou o antigo campeão, a animação “Toy Story 2”, com a melhor pontuação já registrada no site. A comédia dirigida por Gerwig e estrelada por Saoirse Ronan (“Brooklyn”) atingiu 100% de aprovação no agregador de críticas da imprensa americana. Ao todo, o site contabiliza 164 resenhas positivas e nenhuma negativa sobre a produção. O número impressionante representa uma crítica positiva a mais do que “Toy Story 2” obteve em 1999, quando também comemorou a aprovação unanime. “Lady Bird” evoca a juventude de Gerwig como adolescente rebelde e inconformista. Com Ronan no papel de protagonista, o filme acompanha uma garota do Norte da Califórnia, que é tratada como ovelha negra da família pela própria mãe (Laurie Metcalf, a mãe de Sheldon na série “The Big Bang Theory”), mas ela própria se vê como uma joaninha (ladybird), querendo voar. Com distribuição do estúdio indie A24, “Lady Bird” foi lançado em 3 de novembro nos Estados Unidos em circuito limitadíssimo, sem nem sequer entrar na mira do CinemaScore, que pesquisa a opinião do público sobre os filmes em cartaz no país. Mesmo assim já arrecadou US$ 10 milhões. Sua aprovação não se resume à imprensa. O filme já conquistou indicações aos principais prêmios do cinema indie americano, concorrendo a três troféus no Gotham Awards e quatro no Spirit Awards, mas a expectativa é que também dispute o Oscar 2018. Infelizmente, a distribuição no Brasil acabou nas mãos da Universal, que tradicionalmente não valoriza a temporada de premiações, e marcou a estreia nacional do filme apenas para daqui a cinco meses. Isto mesmo: em abril, um mês após os resultados do Oscar. Espera-se que o bom senso prevaleça ao descaso. Veja o trailer da produção abaixo:
Primeiro curta dirigido por Kristen Stewart é disponibilizado na íntegra
O primeiro curta dirigido pela atriz Kristen Stewart (“Personal Shopper”) foi disponibilizado na internet e pode ser visto na íntegra logo abaixo, acompanhado por um vídeo de bastidores da produção. Com 17 minutos de duração, “Come Swim” segue a jornada abstrata de um homem (o estreante Josh Kaye) que luta contra seus demônios. Por meio de simbologia, ele se imagina num futuro pós-apocalíptico, desesperado por água, sem saber se é um sonho ou um dia normal de trabalho, demonstrando sintomas de depressão e esquizofrenia. A trilha sonora é da cantora St. Vincent, e entre as diversas vozes que o protagonista escuta o tempo inteiro, da cama ao escritório e de volta para casa, está a da própria Stewart. O curta foi exibido nos festivais de Sundance e Cannes no começo do ano, e o bom resultado demonstra que a atriz aprendeu um ou duas coisinhas com os mestres que a dirigiram ao longo de sua carreira, entre eles Olivier Assayas, David Fincher, Kelly Reichardt e Ang Lee. Além deste curta, ela também dirigiu dois clipes musicais, para as bandas Sage + The Saints e Chvrches.
As Duas Irenes explora contrastes e semelhanças em retrato sensível da puberdade
O longa de estreia de Fábio Meira, “As Duas Irenes”, constantemente subverte expectativas, indo para caminhos imprevisíveis, optando por uma abordagem cadenciada e tranquila, quando muitos diretores cairiam na armadilha trazida pelo conflito principal do filme, concedendo espaço para situações exasperadas. A trama é protagonizada por Irene (Priscila Bittencourt), de 13 anos, filha do meio de 3 irmãs, que tem uma vida comum em algum vilarejo no interior. Ela parece sempre eclipsada pela irmã mais velha, de 15 anos, principalmente diante da festa de debutante que esta terá, e movimentará toda a cidadezinha. Certo dia, ela descobre que o seu pai, Tonico (Marco Ricca), tem outra família e uma filha, também com 13 anos e de mesmo nome, Irene (Isabela Torres). A garota entra na vida desta outra Irene e passa a conhecer melhor a sua irmã homônima e, consequentemente, a si mesma. Se fosse necessário definir em poucas palavras “As Duas Irenes”, diria que é um filme que preza pela delicadeza. Partindo do ponto de vista da garota de 13 anos, acompanhamos uma história de transição, em que a incompreensão dos acontecimentos ao seu redor faz com que a personagem se sinta ainda mais solitária e furiosa. Mas tudo isso mais pra dentro do que pra fora, quase que totalmente comprimido na expressão da personagem e não em diálogos. De maneira não óbvia, Meira faz com que as personalidades das duas irmãs se complementem. Enquanto a primeira Irene se sente incompreendida e frustrada por nunca poder fazer o que quer, sentindo-se superprotegida pelos pais, a outra tem mais liberdade, uma personalidade mais expansiva e objetiva, mas ressente-se de uma figura paterna mais presente. O triângulo formado pelas duas Irenes e Tonico é a base de um conflito aparentemente já visto, mas que aqui ganha desdobramentos complexos. A insatisfação das filhas com as atitudes erradas do pai está sempre na tela, mas, ao mesmo tempo, Tonico é uma figura indiscutível de autoridade e afeto por parte das duas, e mesmo não tendo capacidade de dimensionar tudo o que está em jogo, ambas adotam cautela na maneira como abordam o assunto do pai. A atuação de Marco Ricca é uma das principais qualidades do filme, contribuindo para que Tonico seja crível como essa figura de diversas faces. Completando o mosaico, as personagens estão passando pela puberdade, época da descoberta da sexualidade, e começam a se enxergar de outra forma. Isso, claro, também interfere na maneira como processam essas novas informações. E aqui entra o bom trabalho desempenhado pelas duas jovens atrizes principais, ambas estreantes. Tendo uma grande responsabilidade, Priscila Bittencourt cria uma Irene de expressão fechada, introspectiva, que parece saber sempre mais do que fala às pessoas. Numa construção econômica, ela resiste a todos os rompantes de fúria que parecem passar pela cabeça, optando por uma condução observadora, calada, que não revela seus sentimentos, embora fique claro que a sua cabeça está a mil. Já a Irene de Isabela Torres é o contraponto na medida certa. Extrovertida e com uma sexualidade latente, ela é objetiva na forma de conseguir o que quer, mas deixa transparecer levemente uma insegurança, que vem da falta da figura do pai mais presente. Duas atuações de difícil condução, que as jovens atrizes conseguem dar conta, indicando potencial – para serem acompanhadas de perto em próximos projetos. A direção clássica de Meira é econômica nos enquadramentos, optando por uma condução mais cadenciada, com o ritmo que o interior sugere. Claramente o foco está nas atrizes e seus cotidianos são mostrados com tranquilidade, sem a necessidade de espetacularizar nada. Meira parece entender que essa história ou já foi vista antes, ou que tem um padrão previsível e, portanto, o que tem de melhor a fazer é tirar o pé do acelerador e subverter a lógica mais prevista da condução desse “tipo de conflito”, oferecendo um desenvolvimento lento, mas que nunca revela falta de segurança. Falar mais seria estragar a surpresa. A direção de arte de Fernanda Carlucci também é um destaque por ser aparentemente invisível, o que normalmente é uma característica positiva nesta função. As casas das duas Irenes, de maneira simples e econômica, representam as diferentes classes sociais das personagens. Enquanto a da primeira é grande, espaçosa, nitidamente bem planejada, a outra é mais simples, menor, mais modesta, mas ainda assim aconchegante. E essa diferença se dá discretamente através da acertada escolha dos móveis, das cores das paredes, dos figurinos. Por sempre optar pelas sutilezas e subverter as expectativas mais apressadas, “As Duas Irenes” pode não ter as características que o levem a cair nas graças do grande público, mesmo que sua história seja agradável e de fácil assimilação. Muitos fatores de diversas naturezas interferem nisso. O que é uma pena, pois este é mais um dos trabalhos que indicam que o cinema brasileiro vive grande fase e possui muitas faces.
Trailer de Lady Bird, estreia de Greta Gerwig na direção, tem cenas brilhantes
A A24 divulgou o trailer e o pôster do filme “Lady Bird”, que marca a estreia na direção da atriz Greta Gerwig (“Mulheres do Século 20”). A prévia tem cenas brilhantes, pontuadas por um humor desconsertante, que evoca os filmes estrelados pela própria atriz. Ela não atua na produção, mas Saoirse Ronan (“Brooklyn”) é basicamente uma transposição das personagens rebeldes e desfocadas que Gerwig transformou em carreira. Vale lembrar que, além de atriz, Gerwig é uma escritora talentosa. Ela escreveu, entre outros, “Frances Ha” (2012) e “Mistress America” (2015), seus filmes mais famosos. E também assina o roteiro de “Lady Bird”, que é uma síntese de suas angústias existenciais, inspirado em sua própria vida. O filme acompanha as aventuras de uma jovem do Norte da Califórnia, que é tratada como ovelha negra da família pela própria mãe (Laurie Metcalf, a mãe de Sheldon na série “The Big Bang Theory”). Mas ela se vê como uma joaninha (ladybird), querendo voar. O elenco também inclui Timothée Chalamet (“Interestelar”), Tracy Letts (série “Homeland”), Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”), Lois Smith (série “True Blood”), Beanie Feldstein (“Vizinhos 2”), Stephen McKinley Henderson (também de “Manchester à Beira-Mar”) e Odeya Rush (“Goosebumps”). O filme terá sua première no Festival de Toronto e chega ao circuito comercial dos EUA em 10 de novembro. Ainda não há previsão para seu lançamento no Brasil.
Mano Brown pode estrelar cinebiografia de Marighella
O filme sobre a vida do político e guerrilheiro Carlos Marighella, que vai marcar a estreia na direção do ator Wagner Moura, pode também lançar o líder do Racionais MC’s, Mano Brown, como ator. Segundo a coluna Gente Boa, do jornal O Globo, o rapper seria nada menos que o protagonista do filme. Mano Brown foi o autor de parte da trilha sonora de um documentário sobre Marighella, realizado em 2012 pela sobrinha do guerrilheiro, Isa Grinspum Ferraz. A ligação não termina aí: o rapper também fez um clipe contando a história do guerrilheiro. O projeto será uma adaptação do livro “Marighella – O Guerrilheiro que Incendiou o Mundo”, de Mário Magalhães, e ainda vai contar com Adriana Esteves (“Mundo Cão”) no elenco. Ainda não há previsão para a estreia.
Saoirse Ronan aparece nas primeiras fotos do filme de estreia de Greta Gerwig como diretora
“Lady Bird”, o filme que marca a estreia da atriz Greta Gerwig (“Frances Há”) como diretora, divulgou suas primeiras fotos. As duas imagens destacam a protagonista Saoirse Ronan (“Brooklyn”). Numa delas, ela parece usar um uniforme escolar e na outra está num consultório médico, acompanhada por Laurie Metcalf (série “The Big Bang Theory”). Na trama, Saoirse interpreta uma jovem em seu último ano na escola, que quer desesperadamente sair da cidade pequena onde vive para morar em Nova York. O elenco também inclui Timothée Chalamet (“Interestelar”), Tracy Letts (série “Homeland”), Lucas Hedges (“Manchester à Beira-Mar”) e Odeya Rush (“Goosebumps”). O filme terá sua première no Festival de Toronto e chega ao circuito comercial dos EUA em 10 de novembro. Ainda não há previsão para seu lançamento no Brasil.
As Duas Irenes: Drama brasileiro selecionado para o Festival de Berlim ganha primeiro teaser
A Vitrine Filmes divulgou o teaser do drama “As Duas Irenes”, selecionado para o Festival de Berlim, que marca a estreia de Fabio Meira (co-roteirista de “De Menor”) na direção. A prévia mostra as duas protagonistas do longa, duas meio-irmãs chamadas Irene. Suas intérpretes, Priscila Bittencourt e Isabela Torres, também estreiam no cinema, selecionadas entre 200 candidatas. Rodado em Goiás, a produção acompanha uma jovem que descobre outra filha de seu pai. No elenco, também estão Marco Ricca (“Chatô – O Rei do Brasil”), Susana Ribeiro (“Mulheres no Poder”) e Inês Peixoto (“Redemoinho”). Selecionado para a mostra Gerações, do Festival de Berlim, “As Duas Irenes” ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
Veja fotos do primeiro filme dirigido por Kristen Stewart
A atriz Kristen Stewart vai lançar seu primeiro filme como diretora em janeiro, no próximo Festival de Sundance. Trata-se de um curta, intitulado “Come Swim”, que ela escreveu e dirigiu. As primeiras fotos foram disponibilizadas e podem ser vistas acima. Segundo a sinopse, “Come Swim” acompanha um dia típico na vida de um homem, em duas perspectivas diferentes de um dia saturado: a busca do homem por suas necessidades, e a incapacidade de absorvê-las. Anteriormente, Kristen já tinha dirigido um videoclipe da banda country Sage + The Saints. Foi há dois anos, quando declarou: “Eu definitivamente quero explorar isto na minha vida”. Principal festival do cinema independente mundial, Sundance acontece sob o frio e a neve que costuma cair em Park City, no estado americano de Utah, no início de todo o ano. Em 2017, está marcado para iniciar em 19 e terminar em 29 de janeiro.
Jodie Foster vai estrelar sci-fi do roteirista de Missão Impossível – Nação Fantasma
A atriz e diretora Jodie Foster vai voltar a atuar como protagonista de um sci-fi. Ela foi confirmada à frente de “Hotel Artemis”, filme que marcará a estreia na direção do roteirista Drew Pearce, que escreveu os blockbusters “Homem de Ferro 3” (2013) e “Missão Impossível – Nação Fantasma” (2015). O roteiro de “Hotel Artemis” também é dele. A informação foi compartilhada pelo produtor do filme, Stephen Cornwell, em comunicado. “Ter Jodie Foster é um sonho virando realidade. Ela é um talento extraordinário e irá trazer algo muito especial para o filme. Estamos encantados em tê-la na nossa produção. A visão de Drew é única e mal podemos esperar para vê-lo trazer este projeto com um elenco estelar”, disse. Foster irá interpretar uma personagem chamada “The Nurse” (A Enfermeira) na trama, passada no futuro próximo, mas dentro de um universo distinto. Neste ano, Jodie Foster dirigiu o suspense “O Jogo do Dinheiro”, estrelado por George Clooney e Julia Roberts. Já a última vez em que atuou em um filme foi em outra ficção científica, “Elysium”, lançada em 2013.
Trailer de drama indie traz atriz de Game of Thrones como menina de rua
A Electric Entertainment divulgou o pôster e o primeiro trailer de “The Book of Love”, drama indie estrelado por Jason Sudeikis (“Família do Bagulho”) e Maisie Williams (série “Game of Thrones”). A prévia, como virou tendência, conta toda a história, mostrando Sudeikis como um arquiteto viúvo que, isolando-se em depressão, ainda conversa com a esposa morta (vivida por Jessica Biel, de “O Vingador do Futuro”). Uma dessas conversas o leva a ajudar uma menina de rua (Maisie), que vive recolhendo peças do seu lixo. Os dois se aproximam, a princípio relutantemente, no projeto de construção de um barco, que serve também para que ambos superem seus problemas pessoais. The end. O filme foi escrito e dirigido por Bill Purple, que estreia em longa-metragem após dirigir diversas sitcoms (“New Girl”, “Fresh off the Boat”, “Superstore”, etc.). A estreia está marcada para 13 de janeiro nos EUA.
Indignação é um belo filme sobre a juventude
James Schamus é um produtor de bom gosto, que trabalhou diversas vezes com Ang Lee e talvez por isso tenha herdado uma sensibilidade especial, de modo a conseguir um resultado muito bom em sua estreia como diretor. Sua principal opção estética ao filmar “Indignação” foram sequências longas, ainda que com muito uso de campo e contracampo, para que dar conta do texto denso de Philip Roth (“Revelações”), autor do romance homônimo lançado em 2008, que serve de base para a trama. A história se passa durante o período de juventude do escritor, na década de 1950, mais especificamente no ano de 1951, quando explodia a Guerra da Coreia e antes do nascimento oficial do rock’n’roll, que se manifestaria como uma forma de extravasar a energia e a intensidade daquela geração. O personagem principal, o jovem Marcus (Logan Lerman, de “As Vantagens de Ser Invisível”), é um garoto bom e aparentemente muito centrado e correto. Mas há algo nele que o deixa particularmente irritado com as regras impostas pela sociedade. E é interessante esse aspecto, pois, por mais que convide o espectador a assumir seu ponto de vista, especialmente a cada cena positiva entre ele e Sarah Gadon (da minissérie “11.22.63”), o filme não o torna dono da verdade. É possível questioná-lo sempre, por mais que a sabatina com o reitor da universidade (grande momento de Tracy Letts) seja um tanto desnorteadora. A trama se inicia nos últimos dias de Marcus com sua família em New Jersey, antes dele passar a morar na universidade de Winesburg, em Ohio. É lá que percebemos sua dificuldade (ou má vontade) de socialização, por mais que, inicialmente, tenha simpatizado com seus dois colegas de quarto. Sua intenção ali é essencialmente estudar. Quem acaba fazendo com que mude de ideia é a bela e aparentemente recatada Olivia Hutton (Gadon), cujo nome ele recita em voice-over com ar respeitoso, de modo a torná-la, desde o primeiro instante, especial. O tímido e inexperiente Marcus resolve convidá-la para sair. E o resultado do primeiro encontro é inesquecível. Tanto que o rapaz, com aquela mentalidade tão conservadora do início dos anos 1950, não sabe como lidar com o comportamento mais ousado daquela moça, que, para nós, espectadores, é uma promessa de felicidade, algo a não se deixar escapar. Tudo bem que Olivia Hutton é uma garota complexa – tem um histórico de problemas mentais em uma instituição psiquiátrica –, mas sua doçura, beleza e encantamento compensam tudo isso. Schamus sabe muito bem quando inserir as poucas intervenções narrativas extraídas do livro de Roth e quando utilizar apenas imagens para compor seu filme, que nos leva junto do protagonista. O trabalho de direção de atores, o cuidado com a montagem das cenas, especialmente as mais longas e tensas (ou intensas), além dos belos enquadramentos em scope, fazem de “Indignação” um dos melhores filmes de estreia dos últimos anos, provavelmente por sua capacidade de criar identificação com esse momento tão conturbado e ao mesmo tempo tão mágico, que é a juventude e seus encantos e dissabores.
Samuel L. Jackson vai estrelar comédia de estreia de Brie Larson como diretora
O ator Samuel L. Jackson (“Kingsman – Serviço Secreto”) vai estrelar a estreia na direção da colega Brie Larson, vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 2016 por “O Quarto de Jack”. Brie vai comandar a comédia independente “Unicorn Store”. E, além de dirigir, ainda será a protagonista e produtora do filme. Segundo o site da revista Variety, Joan Cusack (“Escola de Rock”) e Bradley Whitford (“O Segredo da Cabana”) também estão no elenco. Com roteiro de Samantha McIntyre (série “Married”), “Unicorn Store” conta a história de uma garota que decide voltar a morar na casas dos pais, quando recebe convite de uma loja para testar suas ideias sobre o que significa ser adulta. As filmagens começaram recentemente em Los Angeles, após o projeto amargar gaveta por quatro anos. O roteiro quase foi filmado em 2012 por Miguel Arteta (“Alexandre e o Dia Terrivel, Horrível, Espantoso e Horroroso”). Na ocasião, Rebel Wilson (“A Escolha Perfeita”) teria o papel principal. Por curiosidade, Brie Larson e Samuel L. Jackson também estarão juntos em “Kong: A Ilha da Caveira”, que estreia em 9 de março no Brasil.











