Alec Baldwin é novamente acusado por homicídio no set do filme “Rust”
O ator Alec Baldwin foi novamente acusado pela Justiça do Novo México por homicídio culposo nesta sexta (19/1), pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set do filme “Rust”. A acusação contra Baldwin tinha sido arquivada em abril de 2023 pela promotoria, que alegou ter novas provas e precisar de mais tempo para investigar o caso. Um grande júri formado por 12 pessoas se reuniu na quinta (18/1) para decidir sobre o caso. Ao menos oito deles tinham de concordar que havia causa provável para uma acusação, o que acabou acontecendo. Halyna Hutchins foi baleada em 21 de outubro de 2021, durante o ensaio de uma cena de “Rust”, quando um revólver antigo empunhado por Baldwin disparou. Ele recebeu a arma do produtor assistente David Halls, que lhe disse que ela não continha munição real. Porém, ao disparar a arma, Baldwin matou Hutchins e feriu o diretor Joel Souza. (Nenhuma acusação foi feita em relação ao ferimento do diretor.) David Halls assinou um acordo judicial, assumindo culpa pela acusação de uso negligente de uma arma letal. Os termos do seu acordo incluem uma sentença suspensa e seis meses de liberdade condicional. Além de Balwin, Hannah Gutierrez-Reed, armeira responsável pela segurança do revólver, também será julgada por acusações relativas à morte de Hutchins. Em resposta, os representantes de Baldwin afirmaram em comunicado que estavam “ansiosos pelo nosso dia no tribunal”. Durante a primeira acusação, que completou um ano neste mês, o advogado Luke Nikas disse que seu cliente “confiou nos profissionais com quem trabalhou, que lhe garantiram que a arma não tinha munição real”. Porém, cinco balas de verdade foram encontradas no set, misturadas com balas de festim. “Esta decisão distorce a trágica morte de Halyna Hutchins e representa um terrível erro judiciário”, continuou. “O senhor Baldwin não tinha motivos para acreditar que havia uma bala de verdade na arma – ou em qualquer lugar do set de filmagem”.
Família da diretora de fotografia morta em “Rust” processa Alec Baldwin
A família de Halyna Hutchins, diretora de fotografia morta no set de “Rust” depois de um tiro disparado por Alec Baldwin, abriu processo contra o ator. A ação civil se junta à acusação criminal de homicídio involuntário, que pode ser condenar o ator a cinco anos de prisão. “Abrimos um processo hoje no Tribunal Superior de Los Angeles contra Alec Baldwin, os produtores de ‘Rust’, a armeira Hannah Gutierrez-Reed, o primeiro assistente de direção David Halls e outros réus que podem ter sido responsáveis pela morte de Halyna Hutchins”, disse a advogada Gloria Allred na quinta-feira (9/2). “Que ela descanse em paz.” O novo processo foi movido em nome dos membros da família ucraniana de Hutchins, Olga Solovey, Anatoli Androsvych e Svetlana Zemko, e acusa os envolvidos de negligência e agressão. “Qualquer pessoa responsável por sua morte deve ser responsabilizada”, acrescentou a advogada. A ação cobra danos não especificados “contra cada Réu, solidariamente, em um valor a ser provado no julgamento, incluindo, sem se limitar, ao dano direto ao relacionamento entre Halyna Hutchins e os sobreviventes, sua mãe, seu pai e sua irmã mais nova, e pelo sofrimento emocional resultante da perda de amor, companheirismo, conforto, cuidado, assistência, proteção, afeto, sociedade, orientação, treinamento, assistência e apoio moral de Halyna Hutchins”. A advogada também detalhou as condições de vida da família de Hutchins na Ucrânia, enquanto o país é devastado pela guerra, e observou que Halyna pretendia trazer seus parentes para os Estados Unidos, o que não é mais possível. Porém, a família está liberada para viajar para os EUA nos próximos meses para acompanhar o andamento do processo. Quando questionada a respeito do motivo de os pais e a irmã de Hutchins terem aberto esse processo, sendo que o marido e o filho da diretora de fotografia fizeram um acordo em outubro de para retirar a acusação de homicídio culposo, a advogada respondeu que “Não houve tentativa de contato do Sr. Baldwin, nenhum pedido de desculpas”. “O acordo foi para Matthew e seu filho, e agora estamos representando outras pessoas da família, mãe, pai e irmã, e não houve acordo para eles”, disse Allred. “Queremos responsabilidade e justiça para eles”. Divulgado em 5 de outubro do ano passado, o acordo entre Matthew Hutchins, Baldwin e os produtores de “Rust” fez com que o processo de homicídio culposo movido por Matthew fosse arquivado, e o viúvo ganhou um cargo de produtor executivo no filme, que voltaria a ser rodado. Porém, com todos os obstáculos pelo caminho e as novas acusações criminais, esse acordo parece ter perdido efeito. Familiarizada com o caso, Allred atualmente também representa a continuísta de “Rust”, Maime Mitchell, que abriu um processo de negligência em novembro de 2021 contra Baldwin, os produtores do filme e outras pessoas envolvidas. Existe a possibilidade de a advogada fundir os dois casos. Depois de uma extensa investigação feita pela polícia do condado de Santa Fé, Baldwin e Reed foram formalmente acusados de duas acusações de homicídio involuntário em 31 de janeiro. Baldwin nega que tenha puxado o gatilho da arma que matou Hutchins e feriu o diretor do “Rust”, Joel Souza. Enquanto Baldwin luta contra as acusações, uma primeira audiência no caso criminal está marcada para 24 de fevereiro. Se a juíza Mary Marlowe Summer determinar que existem evidências suficientes para seguir adiante, o caso passará para uma audiência preliminar posterior e, eventualmente, um julgamento. Outra acusação contra Baldwin e Reed é em relação a uma possível “melhoria de arma de fogo”. Na quinta-feira, a porta-voz da promotora distrital de Santa Fé, Mary Carmack-Altwies, disse ao site Deadline que a revisão da promotoria em relação às acusações e à lei está em andamento. “A promotoria distrital e a promotoria especial estão revisando ativamente todas as leis aplicáveis para garantir que tenham o caso mais forte para garantir justiça para Halyna Hutchins”. Afirmando que as acusações da promotoria de Santa Fé são um “terrível erro judicial”, Baldwin e sua equipe jurídica estão tentando fazer com que a procuradora especial seja demitida. O advogado do ator, Lubke Nikas, entrou com uma moção em 7 de fevereiro para desqualificar a recém-eleita legisladora estadual do Partido Republicano, Andrea Reeb, do caso e do julgamento devido à natureza inconstitucional do seu papel duplo. “O Sr. Baldwin e seus advogados podem usar qualquer tática que quiserem para desviar a atenção do fato de que Halyna Hutchins morreu por negligência grosseira e um desrespeito imprudente pela segurança no set de filmagem de ‘Rust’”, disse o escritório da promotoria pública, em resposta.
Alec Baldwin fala pela primeira vez sobre morte de Halyna Hutchins
Alec Baldwin falou pela primeira vez com a imprensa sobre a morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set de “Rust”. Ela faleceu no dia 21 de outubro após ser atingida por balas de um revólver disparado pelo ator, durante o ensaio de uma cena. A arma deveria conter festins ou estar descarregada. Além de atuar, Baldwin também era produtor do filme, por isso defendeu a equipe, ao mesmo tempo em que descreveu a cinematógrafa como amiga. “Ela era minha amiga. No dia em que cheguei em Santa Fé e comecei a filmar, levei ela para jantar com o Joel [Souza], o diretor”, disse Baldwin numa entrevista coletiva transmitida pelos canais de notícia dos EUA. “Éramos uma equipe muito, muito bem treinada filmando um filme juntos, e então esse evento horrível aconteceu”, prosseguiu. “Ocasionalmente ocorrem acidentes acidentais em sets de filmagem, mas nada como isso. Este é um episódio em um trilhão. É um evento em um trilhão”, completou o ator. Ele também destacou que sempre trabalhou com armas de verdade em sets de filmagem e que inúmeras produções são feitas assim, mas que a morte de Halyna Hutchins deve mudar essa prática. “O que precisa acontecer agora: temos que perceber que, quando acontecer uma coisa horrível e catastrófica, algumas novas medidas precisam ser tomadas. Pistolas de borracha, armas de plástico, formas de não usar nenhum armamento real no set. Mas isso não cabe a mim decidir”, acrescentou Baldwin. O ator de 63 anos também contou ter se encontrado com o marido e o filho de Hutchins, mas afirmou que não poderia responder nenhuma pergunta dos repórteres sobre o que aconteceu nas filmagens, dizendo que era uma ordem do xerife de Santa Fé, Adan Mendoza, por se tratar de uma investigação em andamento. Embora o tiro disparado por Baldwin tenha sido acidental, a promotora distrital Mary Carmack-Altwies e o xerife de Santa Fé ainda não descartaram uma acusação criminal contra o ator. “Neste momento, todas as opções estão na mesa. Não comentarei sobre acusações, se elas serão apresentadas ou não, ou sobre quem. Não podemos responder a essa pergunta até que concluamos uma investigação mais completa. Ninguém foi descartado”, afirmou Carmack-Altwies em entrevista coletiva na última quarta-feira (27/10). Por seu papel como produtor de “Rust”, Baldwin dificilmente escapará de processos civis da família de Hutchins e de outros envolvidos no incidente, em busca de indenizações financeiras. Além da diretora de fotografia, morta aos 42 anos, o diretor Joel Souza também foi ferido, ao receber uma bala no ombro durante o ensaio com Baldwin. O departamento do xerife de Santa Fé também investiga o assistente de direção Dave Halls, que entregou a arma a Balwin afirmando que ela não continha munições, e a armeira Hannah Gutierrez-Reed, que deveria ser a primeira a checar a segurança do revólver. Ambos tiveram problemas relacionados a segurança de armas em trabalhos anteriores. Além disso, também há relatos de que integrantes da produção praticavam tiro ao alvo com as armas do filme durante os intervalos da produção. Veja abaixo o vídeo da entrevista de Baldwin, transmitido pela rede americana de notícias CNN.
Assistente de “Rust” admite não ter checado arma que matou diretora de fotografia
Dave Halls, o assistente de direção do filme “Rust”, admitiu à polícia que não conferiu completamente a munição na arma que entregou ao ator Alec Baldwin durante as filmagens, e que acabou matando a diretora de fotografia Halyna Hutchins. Ninguém foi preso ou acusado pelo incidente, que ocorreu na tarde da última quinta-feira (20/10), no rancho Bonanza Creek, enquanto o protagonista e coprodutor Baldwin ensaiava uma cena. Embora as autoridades não descartem acusações contra o ator, a investigação sugere que a morte foi causada por negligência dos responsáveis pelo armamento usado na produção, que continha munição real. O xerife do condado, Adan Mendoza, disse que cerca de 500 balas foram coletadas no set. Este total contém “uma mistura de cartuchos vazios, falsos e verdadeiros”. Agora, a investigação buscará “determinar como (essa munição real) entrou no set e por que estava lá, porque não deveria”, explicou Mendoza em entrevista coletiva para a imprensa. Mendoza ainda ressaltou que é “fundamental uma investigação completa e exaustiva para fazer uma avaliação”, mas já avalia que “houve alguma complacência neste set. “Muitos outros fatos precisam ser corroborados antes que possamos falar em negligência criminosa”, acrescentou, observando que as investigações ainda estão no começo. “É um caso muito complexo. Requer muita investigação, análise e revisões. É por isso que minha equipe está aqui”, comentou a promotora Mary Carmack-Altwies, encarregado do caso. “Não sabemos como isso vai acabar até que tenhamos uma investigação completa”. De acordo com informações divulgadas pelas autoridades, havia três armas no set do western de baixo orçamento “Rust”. A assistente de armas Hannah Gutierrez-Reed disse, numa declaração juramentada entregue aos tribunais nesta quarta-feira (27/10), que no dia do incidente as armas foram guardadas em um cofre durante o almoço, mas as balas não. Segundo Dave Halls, quando Hannah lhe mostrou a arma no set para o ensaio, ele se lembra de ter visto três balas “falsas”. “Ele admite que deveria tê-las conferido, mas não o fez, e não se lembra se ela girou o tambor”, detalha o boletim de ocorrência, que chegou ao público pela imprensa americana. Entretanto, ao entregar o revolver a Baldwin, Halls informou ao ator que se tratava de “arma fria” – isto é, sem munição – , indicando que a tinha checado. Mendoza também disse que investiga rumores de que pessoas praticavam tiro ao alvo no set antes do acidente.
Assistente de direção de “Rust” foi demitido por problema com arma em outro filme
Uma nova acusação veio à tona durante a investigação do acidente que resultou na morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set do filme “Rust”. O assistente de direção que entregou ao ator Alec Baldwin a arma carregada que resultou na fatalidade já tinha sido demitido de outra filmagem por causa de um problema similar, informou um produtor nesta segunda-feira (25/10). Hutchins morreu na quinta-feira (21/10) depois que Baldwin recebeu de Dave Halls um revólver anunciado como “frio”, isto é, sem munição. Entretanto, durante um ensaio em que o ator demonstrava como iria disparar, as balas da arma mataram Hutchins e feriram o diretor Joel Souza. Agora, a produtora Rock Soul Studios, responsável por outro filme independente passado no Velho Oeste, chamado “Freedom’s Path”, revelou ter demitido Halls daquela filmagem “depois que um membro da equipe sofreu um ferimento leve quando uma arma, de forma inesperada, disparou”. “Halls foi retirado imediatamente do set depois que a arma cenográfica foi disparada. A produção não voltou a ser filmada até que Dave estivesse fora da locação. Um relatório sobre o incidente foi coletado naquela ocasião”, acrescentou em comunicado a produtora de “Freedom’s Path”, que ainda não estreou. O assistente já tinha sido criticado por uma produtora de adereços que trabalhou com ele na série “Into the Dark”. Maggie Goll afirmou em entrevista para o canal de notícias americano NBC News que ele era conhecido por não prezar pela segurança no ambiente de trabalho. “Ele permitia que os sets ficassem cada vez mais claustrofóbicos, sem rotas de fuga em caso de incêndio e com as saídas de emergência bloqueadas… Reuniões sobre segurança nem existiam”, afirmou. Goll ainda contou que Halls exigiu que as câmeras continuassem filmando mesmo depois de o técnico de pirotecnia — responsável pelos efeitos especiais que envolvem fogo — avisar que havia algo errado. O site Deadline procurou uma declaração da produtora Blumhouse, responsável pela série “Into the Dark”, sobre investigações sobre o comportamento de Halls, após o registro de uma queixa contra ele em 2019. Em nota, a Blumhouse apenas afirmou que o assistente de direção trabalhou em dois episódios naquele ano “e não foi recontratado depois dessa época”. O estúdio não explicou porque não quis voltar a trabalhar com ele.
Diretor revela detalhes inéditos da tragédia no set de “Rust”
O diretor Joel Souza fez um relato detalhado do incidente que resultou na morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set de “Rust”. Após sair do hospital na sexta-feira (22/10), ele prestou depoimento à polícia, e os documentos do caso foram obtidos pelo jornal The New York Times, que tornou alguns trechos públicos. De acordo com Souza, a armeira Hannah Gutierrez-Reed e o assistente de direção Dave Halls haviam checado a arma utilizada por Alec Baldwin na cena que provocou o acidente. Este era o protocolo básico para todas as sequências com armas no filme, garantiu o diretor. O revólver que acabou matando Hutchins foi liberado e anunciado no circuito de avisos do set, em alto e bom som, como uma “arma fria” – ou seja, sem nenhuma bala de verdade -, antes de ser colocado nas mãos do ator Alec Baldwin. A novidade no relato do diretor é que, após as checagens e antes do evento fatídico, equipe e elenco fizeram uma pausa para o almoço. O local de refeição ficava em outro lugar longe do set. Após a volta ao trabalho, Souza não se lembra se as armas foram checadas mais uma vez. Neste ponto, como se verificou posteriormente, elas continham munição real. Relatos trazidos pela imprensa americana revelaram que integrantes da equipe faziam tiro ao alvo com as armas do set durante os intervalos da produção. O diretor ainda revelou que o incidente aconteceu durante os ensaios da cena, e não nas filmagens, quando Balwin foi demonstrar como iria atirar. Souza estava perto da câmera, bem ao lado de Hutchins, decidindo detalhes sobre o ângulo das filmagens, quando viu a colega segurando o abdômen e percebeu que seu ombro também estava sangrando. Por fim, ele também reconheceu que a produção de “Rust” enfrentava problemas de atrasos e falta de equipe, uma vez que vários funcionários haviam se demitido, protestando contra questões financeiras e condições de segurança ruins no set. O cineasta, no entanto, disse que toda a equipe “se tratava de maneira cordial e se dava muito bem” durante as filmagens. O incidente ainda está sob investigação do departamento do Xerife do condado de Santa Fé, no Novo México. Até o momento, nenhuma prisão ou acusação formal foi feita.
Armeira de “Rust” já teria entregue revólver para criança sem verificar
Em meio à investigação do acidente com uma arma carregada de munição real, que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins e feriu o diretor Joel Souza no set do western “Rush”, denúncias de equipes que trabalharam anteriormente com a armeira Hannah Gutierrez-Reed e o assistente de direção David Halls em projetos anteriores têm apontado a falta de profissionalismo dos dois responsáveis pela segurança da produção. Hannah Gutierrez-Reed é filha de um dos maiores atiradores dos EUA, Thell Reed, grande campeão de competições de tiros e que também é um dos armeiros mais requisitados de Hollywood, responsável pelas armas usadas em filmes como “Tombstone” (1993), “Los Angeles: Cidade Proibida” (1997), “Os Indomáveis” (2007) e o recente “Era uma Vez em… Hollywood” (2019). A jovem de 24 anos conseguiu emprego nesta área por indicação do pai e “Rust” foi apenas seu segundo longa. Agora, uma apuração do site Daily Beast afirma que ela também teve problemas em seu primeiro trabalho. O longa “The Old Way”, com Nicolas Cage, chegou a ter filmagens interrompidas porque a armeira teria dado uma arma para uma menina de 11 anos de idade sem verificar corretamente seu carregamento. Segundo uma fonte da produção, membros da equipe interviram para que a arma dada à atriz infantil Ryan Kiera Armstrong fosse verificada antes do começo das filmagens, porque Gutierrez-Reed tinha descarregado a arma no chão, “onde havia pedrinhas e outras coisas”, segundo relato. “Não a vimos checar, não sabíamos se tinha alguma coisa no barril ou não”, disse a fonte à publicação. A fonte também a descreveu como “um pouco descuidada com as armas, balançando elas de vez em quando”. Outra fonte acrescentou: “Havia várias preocupações que levei à atenção da produção. Estive com armas de fogo minha vida inteira e notei que algumas coisas não estavam bem.” Descuido com segurança também foi uma crítica dirigida a David Halls, o assistente que entregou a arma a Alec Balwin e disse que ela não tinha munição, conduzindo à fatalidade. Uma produtora de adereços que trabalhou com Halls na série “Into the Dark” afirmou em entrevista para o canal de notícias americano NBC News que ele era conhecido por não prezar pela segurança no ambiente de trabalho. “Ele não mantinha um ambiente de trabalho seguro”, disse Maggie Goll ao canal. “Ele permitia que os sets ficassem cada vez mais claustrofóbicos, sem rotas de fuga em caso de incêndio e com as saídas de emergência bloqueadas… Reuniões sobre segurança nem existiam”. Goll afirma que, uma vez, Halls exigiu que as câmeras continuassem filmando mesmo depois de o técnico de pirotecnia — responsável pelos efeitos especiais que envolvem fogo — avisar que havia algo errado. Além disso, ele não costumava fazer reuniões para orientar a equipe sobre protocolos de segurança quando uma cena envolvia armas. O site Deadline procurou uma declaração da produtora Blumhouse, responsável pela série “Into the Dark”, sobre investigações sobre o comportamento de Halls, após o registro de uma queixa contra ele em 2019. Em nota, a Blumhouse apenas afirmou que o assistente de direção trabalhou em dois episódios naquele ano “e não foi recontratado depois dessa época”. O estúdio não explicou porque não quis voltar a trabalhar com ele, mas o Deadline ouviu de uma fonte que Halls foi “muito agressivo” e “intimidador no set” durante as gravações. Nem David Halls nem Hannah Gutierrez-Reed se manifestaram após estas reportagens virem à tona. Vale destacar que nenhuma acusação foi feita contra ninguém na produção de “Rust” pelo departamento do Xerife de Santa Fé, no Novo Méxica, que investiga as causas da morte de Halyna Hutchins. Além disso, a polícia também segue relatos sobre funcionários da produção que praticaram tiro ao alvo com munição de verdade com as armas utilizadas no set, durante os horários de folga.
Armas de “Rust” eram usadas em tiro ao alvo no set da filmagem
A arma usada no set do filme “Rust”, que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins e feriu o diretor Joel Souza na quinta-feira (22/10), era de tiro esportivo e não cenográfica. E foi usada horas antes para prática de tiro ao alvo por integrantes da produção. Segundo apurou o site TMZ, membros da equipe davam tiros em latas com o equipamento do filme. Revólveres que deveriam ser usados apenas nas filmagens recebiam balas de verdade para a atividade “recreativa”, e a polícia agora trabalha para descobrir quais eram as pessoas envolvidas no tiro ao alvo e quem foi o responsável por colocar a arma de volta nos materiais de filmagem. Uma fonte que estava no set e participou de toda a movimentação desde o acidente ainda informou ao TMZ que, quando os policiais apareceram no set, encontraram munição real e balas de festim armazenadas no mesmo local, o que demonstra a falta de segurança do material. Graças à influência da indústria armamentista na polícia americana, armas de verdade são baratas nos EUA. Por isso, filmes de baixo orçamento como “Rust” acabam utilizando-as em vez de reproduções mais caras. Mas existem protocolos de segurança para impedir que elas sejam carregadas com munição. Para evitar acidentes, as armas ficam sob controle de um armeiro, pessoa responsável por sua manipulação, distribuição e por toda a segurança dos armamentos, que garante que estejam sempre descarregadas ou carregadas apenas com festim. Além disso, os sets incluem a figura do assistente de direção, que, entre outras funções, tem a missão de garantir a segurança geral da produção, checando o trabalho dos demais profissionais. Apesar de tudo isso, uma arma carregada de balas de verdade foi dada a Alec Baldwin pelo assistente de “Rust”, que lhe avisou que ela era segura e não continha munição. A arma foi usada durante um ensaio em que o ator demonstrava como iria disparar, originando a tragédia. Halyna Hutchins foi atingida em cheio no peito, não resistiu aos ferimentos e morreu, enquanto Joel Souza, que estava atrás dela, recebeu uma bala no ombro. Relatos de integrantes da produção afirma que, antes do tiro fatal, uma arma já tinha disparado acidentalmente no set. Sete pessoas da equipe de operação de câmeras se demitiram alegando falta de segurança horas antes da tragédia. Enquanto a investigação é aprofundada, denúncias de equipes que trabalharam anteriormente com a armeira Hannah Gutierrez-Reed e o assistente de direção David Halls em produções anteriores têm apontado a falta de profissionalismo dos dois. Por conta dos relatos que têm surgido, tanto o marido quanto o pai de Halyna Hutchins se pronunciaram publicamente, dizendo que não culpavam Alec Baldwin pela morte dela. Mas querem a verdade e a justiça em relação aos reais culpados.





