Hayao Miyazaki confirma que está trabalhando em novo anime
O famoso diretor de anime Hayao Miyazaki, vencedor do Oscar por “A Viagem de Chihiro” e fundador do célebre Studio Ghibli, confirmou que abandonou sua aposentadoria para fazer mais um longa-metragem de animação aos 80 anos de idade. Em entrevista ao jornal New York Times, Miyazaki reforçou notícias anteriores de que seu novo trabalho será baseado no livro “How Do You Live?”, de Genzaburo Yoshino. Publicado em 1937, o livro segue um adolescente em Tóquio que vai morar com seu tio depois que seu pai morre. O romance é um dos favoritos do diretor. Miyazaki não confirmou se o filme teria o mesmo nome do livro, mas quando questionado por que estava voltando para dirigir, ele simplesmente respondeu “Porque eu queria”. Na verdade, o diretor está trabalhando neste projeto desde 2017, o que significa tecnicamente que nunca se aposentou de fato – apenas tirou férias longas. O cofundador e produtor do Studio Ghibli, Toshio Suzuki, descreveu o novo filme como “fantasia em grande escala”. Mas ele também é um filme artesanal, por ser desenhado à mão. Segundo Suzuki, mesmo com 60 pessoas envolvidas em sua produção, o ritmo de trabalho resulta em um minuto de desenho finalizado por mês. Ou seja, a cada ano são completados 12 minutos da produção. Por isso, a expectativa é finalizar a obra apenas em 2023. Miyazaki se aposentou várias vezes ao longo de sua carreira, sendo a primeira no final dos anos 1990. No entanto, um ano depois, ele voltou a dirigir o filme “A Viagem de Chihiro”, que ao vencer o Oscar de 2002 o reenergizou para continuar trabalhando. Seu último filme foi “Vidas ao Vento”, biografia ficcional do aviador e engenheiro da aviação Jiro Horikoshi, lançado em 2013. Foi na ocasião da première deste anime, durante o Festival de Veneza, que o diretor anunciou sua aposentadoria pela última vez.
A Vilã: Filme de ação coreano vai virar série americana
O filme de ação sul-coreano “A Vilã” (The Villainess) vai virar série. A Amazon está desenvolvendo a produção em parceria com a produtora Skybound, de Robert Kirkman (de “The Walking Dead” e “Invincible”). A adaptação está a cargo da roteirista-produtora Francisca Hu (“Sleepy Hollow”) e o primeiro episódio será dirigido pelo cineasta responsável pelo filme original, Jung Byung-gil. O longa teve première no Festival de Cannes em 2017, ocasião em que foi aplaudido de pé pelo público. A premissa, porém, é bem conhecida pelos fãs de cinema por lembrar as protagonistas de “Nikita” (francesa), “Black Cat” (chinesa) e até “Viúva Negra” (americana), uma jovem que se rebela após ser treinada para se tornar assassina profissional de uma agência secreta. A série vai acompanhar uma mulher asiática que acredita ter sido adotada por pais brancos numa pequena cidade americana. Entretanto, após uma viagem a Seul resultar num incidente violento, ela descobre que seu passado é muito diferente do que imaginava e a única maneira de descobrir sua verdadeira identidade pode ser vender sua alma para uma organização sombria e corrupta. Os produtores estão atrás de uma nova intérprete para o papel principal, que foi vivido por Kim Ok-bin (“Sede de Sangue”) no cinema. Veja abaixo o trailer legendado do filme original.
Hayao Miyazaki abandona aposentadoria para fazer animação à mão, um minuto por mês
Apesar de ter anunciado sua aposentadoria em 2013, Hayao Miyazaki, o cineasta japonês responsável por clássicos da animação como “Princesa Mononoke” e “A Viagem de Chihiro” (vencedor do Oscar em 2003), está trabalhando há três anos num novo filme. O projeto veio à tona em 2017. Mesmo assim, não deve ficar pronto tão cedo. Toshio Suzuki, produtor do Studio Ghibli, revelou para a revista americana Entertainment Weekly que Miyazaki está trabalhando em um longa animado totalmente feito à mão, de longo processo de produção. “Quando fizemos ‘Meu Amigo Totoro’ [em 1988], tínhamos só oito animadores trabalhando nele, e demoramos oito meses para completar o filme todo. Agora, temos 60 pessoas, e só conseguimos fazer um minuto por mês”, contou ainda. “Isso significa que fazemos 12 minutos por ano. Já estamos nessa produção há três anos, então temos 36 minutos completos. Esperamos finalizar o filme todo nos próximos três anos”, disse. Um dos motivos para a demora é que, “além de fazer tudo à mão, Miyazaki decidiu que quer desenhar mais frames, para a animação parecer mais fluida”, explicou o produtor da obra. O título do novo filme do cineasta de 79 anos é “Kimi-tachi wa Dou Ikiru ka?” (Como Você Vive?). Suzuki acrescentou que o longa trará um retorno de Miyazaki a histórias “grandes e fantasiosas”, como as de seus filmes mais famosos. Em suas últimas obras, como “Ponyo” (2008) e “Vidas ao Vento” (2013), o cineasta havia escolhido um tom mais intimistas. “Quando ele disse que queria sair da aposentadoria, nós pensamos: ‘O que ele pode fazer que não fez ainda? O que falta para ele alcançar na carreira?'”, contou. “Uma das respostas foi dar mais dinheiro e mais tempo para ele fazer o filme da forma como quisesse, sem restrições de orçamento ou prazo de entrega”, explicou. O último longa concluído por Miyazaki foi “Vidas ao Vento”, em 2013.
Retrospectiva: Os Melhores Filmes de 2019
Listas de fim de ano são uma tradição no exercício da frustração. Elas sempre deixam de fora algum título esquecido pela crítica ou favorito do público. Na tentativa de remediar os “esquecimentos”, neste ano a Pipoca Moderna, por meio de seu editor, reuniu uma coleção de listas para vários gostos e inclinações. Além do Top 10, foram relacionados diversos Top 5 em diferentes categorias – que abrangem desde as divisões tradicionais de gênero até um “mapa” da produção cinematográfica mundial, sem esquecer algumas peculiaridades do mercado, como o crescimento do streaming e as deficiências do circuito nacional. À exceção de duas listas específicas, foram considerados apenas filmes lançados no Brasil em 2019, tanto na programação de cinema – em alguns casos, apenas em São Paulo – quanto em streaming – filmes da Netflix, Amazon ou oferecidos para locação via Video On Demand no YouTube, Google Play, iTunes, etc. Melhor filme de 2019, o vencedor do Festival de Cannes “Parasita”, de Bong Joon Ho, também liderou mais duas listas: de melhor filme de suspense e de produção asiática. Vale observar que os títulos do Oriente Médio foram computados juntos do cinema africano, pois ambos são sub-representados no mercado nacional, e que faltaram produções da Oceania para somar um Top 5. A seleção também reflete a falsa polêmica de Martin Scorsese, que acusou os filmes da Marvel de não serem cinema. “Vingadores: Ultimato” entrou no Top 10, assim como outras adaptações de quadrinhos, como “Coringa” e “Homem-Aranha no Aranhaverso”. Mas “O Irlandês”, incensado drama de 3h30 de streaming do diretor americano, não. A Netflix, entretanto, está bem defendida na seleção pelo melhor drama americano de 2019: “História de um Casamento”, de Noah Baumbach – além de aparecer com outras produções. Indicado para representar o Brasil no Oscar, “Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, é o top nacional, seguido por “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Ambos os filmes foram premiados no mesmo Festival de Cannes que consagrou “Parasita”, e encabeçam uma lista especialmente indicada para quem, como Jair Bolsonaro, não conhece o cinema de qualidade feito no país. A análise de todos os lançamentos de 2019 também deixou evidente que a maioria dos filmes distribuídos no mercado brasileiro é muito fraca. E como Bolsonaro vetou incentivos para ampliar o parque exibidor, isso deve se perpetuar, negando espaço nas telas para filmes premiados e cultuadíssimos. O fato de a comédia de terror “Ready or Not” sair direto em streaming em VOD, quando representou um dos maiores sucessos do gênero nos EUA, também diz muito sobre as decisões tomadas pelos estúdios nacionais. Pior que isso é constatar a qualidade dos títulos que nem sequer têm previsão de lançamento em qualquer tela do país. Não há maior incentivo à pirataria que a “curadoria” mesquinha do mercado e um governo que trabalha para travar todo o setor. Confira abaixo as listas de cinema com os melhores títulos de 2019. 10 MELHORES FILMES DE 2019 1. Parasita | Cine 2. História de um Casamento | Netflix 3. Coringa | Cine 4. Dor e Glória | Cine 5. Amor Até as Cinzas | Cine 6. Homem-Aranha no Aranhaverso | Cine 7. Vingadores: Ultimato | Cine 8. Entre Facas e Segredos | Cine 9. Guerra Fria | Cine 10. Era uma Vez em Hollywood | Cine 5 MELHORES FILMES BRASILEIROS DE 2019 1. Bacurau | Cine 2. A Vida Invisível | Cine 3. Deslembro | Cine 4. Temporada | Cine 5. Divino Amor | Cine 5 MELHORES FILMES DE DRAMA DE 2019 1. História de um Casamento | Netflix 2. Dor e Glória | Cine 3. Amor Até as Cinzas | Cine 4. Guerra Fria | Cine 5. Oitava Série | VOD 5 MELHORES FILMES DE COMÉDIA DE 2019 1. Entre Facas e Segredos | Cine 2. Fora de Série | Cine 3. Meu Nome É Dolemite | Netflix 4. A Maratona de Brittany | Cine 5. Meu Eterno Talvez | Netflix 5 MELHORES FILMES DE AÇÃO E AVENTURA DE 2019 1. Os Aeronautas | Amazon 2. John Wick 3: Parabellum | Cine 3. Vingança a Sangue Frio | Cine 4. Operação Fronteira | Netflix 5. Implacável | VOD 5 MELHORES FILMES DE SCI-FI DE 2019 1. Ad Astra | Cine 2. High Life | Cine 3. I Am Mother | Netflix 4. Code 8 | VOD 5. A Gente Se Vê Ontem | Netflix 5 MELHORES FILMES DE SUSPENSE DE 2019 1. Parasita | Cine 2. Entre Facas e Segredos | Cine 3. Predadores Assassinos | Cine 4. O Professor Substituto | Cine 5. Em Trânsito | Cine 5 MELHORES FILMES DE TERROR DE 2019 1. Nós | Cine 2. Climax | Cine 3. Border | Cine 4. Ready or Not | VOD 5. Midsommar | Cine 5 MELHORES FILMES DE ANIMAÇÃO DE 2019 1. Homem-Aranha no Aranhaverso | Cine 2. Perdi Meu Corpo | Netflix 3. Link Perdido | Cine 4. Toy Story 4 | Cine 5. Como Treinar seu Dragão 3 | Cine 5 MELHORES FILMES DE QUADRINHOS DE 2019 1. Coringa | Cine 2. Homem-Aranha no Aranhaverso | Cine 3. Vingadores: Ultimato | Cine 4. Homem-Aranha: Longe de Casa | Cine 5. Shazam! | Cine 5 MELHORES FILMES DE ROCK DE 2019 1. Rocketman | Cine 2. Yesterday | Cine 3. A Música da Minha Vida | Cine 4. The Dirt | Netflix 5. As Loucuras de Rose | Cine 5 MELHORES DOCUMENTÁRIOS INTERNACIONAIS DE 2019 1. O Silêncio dos Outros | Cine 2. Fyre Festival | Netflix 3. Indústria Americana | Netflix 4. One Child Nation | Amazon 5. Apollo 11 | VOD 5 MELHORES DOCUMENTÁRIOS BRASILEIROS DE 2019 1. Bixa Travesty | Cine 2. Estou me Guardando pra Quando o Carnaval Chegar | Cine 3. O Barato de Iacanga | Cine 4. Torre das Donzelas | Cine 5. Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos | Cine 5 MELHORES FILMES LATINO-AMERICANOS DE 2019 1. Pássaros de Verão | Cine 2. A Camareira | Cine 3. A Odisseia dos Tontos | Cine 4. Vermelho Sol | Cine 5. Tarde para Morrer Jovem | Cine 5 MELHORES FILMES EUROPEUS DE 2019 1. Dor e Glória | Cine 2. Guerra Fria | Cine 3. Uma Mulher Alta | Cine 4. Climax | Cine 5. O Professor Substituto | Cine 5 MELHORES FILMES AFRICANOS E ÁRABES DE 2019 1. Cafarnaum | Cine 2. O Paraíso Deve ser Aqui | Cine 3. Atlantique | Netflix 4. Adam | Cine 5. Rafiki | Cine 5 MELHORES FILMES ASIÁTICOS DE 2019 1. Parasita | Cine 2. Amor Até as Cinzas | Cine 3. Assunto de Família | Cine 4. O Fim da Viagem, o Começo de Tudo | Cine 5. Longa Jornada Noite Adentro | Cine 5 MELHORES FILMES DE STREAMING DE 2019 1. Uma História de Casamento | Netflix 2. Os Aeronautas | Amazon 3. Oitava Série | VOD 4. Fé Corrompida | VOD 5. Meu Nome É Dolemite | Netflix 5 MELHORES FILMES DE 2019 QUE ESTREIAM ATÉ O OSCAR 1. 1917 | Cine 2. Jóias Brutas | Netflix 3. Jojo Rabbit | Cine 4. Retrato de uma Jovem em Chamas | Cine 5. Adoráveis Mulheres | Cine 5 MELHORES FILMES DE 2019 SEM PREVISÃO PARA O BRASIL 1. One Cut of the Dead (Japão) 2. The Last Black Man in San Francisco (EUA) 3. The Standoff at Sparrow Creek (EUA) 4. The Nightingale (Austrália) 5. Extreme Job (Coreia do Sul)
Bolsonaro estabelece novas – últimas? – Cotas de Tela do cinema brasileiro
Um decreto publicado na terça-feira (24) pelo presidente Jair Bolsonaro estabelece as novas cotas obrigatórias de exibição de filmes brasileiros nos cinemas do país em 2020. A regulamentação era aguardada pelo setor audiovisual, por conta da ocupação predatória de “Vingadores: Ultimato” (80% de todas as salas) em 2019, enquanto “De Pernas pro Ar 3” ainda lotava sessões. O setor passou 2019 inteiro sem regulamentação. Desde que Bolsonaro assumiu o governo, há um ano, a política para o audiovisual foi sobretudo de desmontagem do que existia até então. Apesar de finalmente agir sobre o assunto, o governo pretende extinguir o mecanismo no próximo ano, quando ele deveria ser renovado para um novo período. Em agosto, o ministro da Cidadania Osmar Terra, então à frente da Cultura, revelou com todas as letras os planos federais. “É uma lei que até ano que vem tem cota. Depois tem que rever isso”, disse, relacionando a reserva obrigatória para filmes brasileiros com salas de cinemas vazias. A primeira versão da Cota de Tela foi criada nos anos 1930, no governo de Getúlio Vargas. Atualmente, o tema é regulado por Medida Provisória assinada em 2001 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. O mecanismo determina que, até 2021, as salas brasileiras são obrigadas a exibir filmes brasileiros por um número mínimo de dias. A cada ano, este número deve ser definido por meio de um decreto. O descumprimento implica uma multa de 5% da receita bruta média diária do cinema, multiplicada pelos dias em que as cotas não forem respeitadas. O número de filmes brasileiros que devem ser exibidos varia de acordo com o tamanho das empresas exibidoras. Pelo novo decreto, uma empresa que tiver apenas uma sala é obrigada a exibir por 27 dias até três filmes brasileiros em sua programação de 2020. Já empresas que tenham a partir de 201 salas devem dedicar 57 dias de sua programação ao cinema nacional, com pelo menos 24 títulos diferentes. Salas que optarem por programar voluntariamente filmes brasileiros a partir das 17h poderão reduzir em 20% a cota obrigatória. A proteção defendida por FHC, o presidente sociólogo que entendia de economia (veja-se o plano Real), foi estabelecida durante a multiplicação das salas multiplex, que substituíram os antigos cinemas de rua com programações de grandes redes, cujas sedes encontram-se no exterior. As redes programam em bloco, uniformizando a exibição de filmes em todo o país a partir do modelo de distribuição americano. Um dos motivos para a revolução cinematográfica em curso em vários países asiáticos, como a China e a Coreia do Sul, por exemplo, deve-se a Cotas de Tela que desagradam aos EUA, restringindo a quantidade e a ocupação de filmes hollywoodianos em seus mercados. É famosa a foto em que o cineasta Park Chan-wook protesta, em 2006, segurando um cartaz em que se lê “Sem Cota de Telas não haveria ‘Oldboy'”, numa reação dos cineastas do país à pressão dos EUA para diminuir as cotas. Na ocasião, a reserva foi reduzida e ainda assim os cinemas coreanos permaneceram obrigados a exibir 76 dias completos de programação nacional. Em 2012, o cinema local registrou um “market share” de 52,9% e, em 2019, venceu a Palma de Ouro do Festival de Cannes pela primeira vez, com “Parasita”, de Bong Joon Ho. A China já chegou a restringir a entrada de filmes americanos a 20 por ano. Aos poucos, aumentou esse número, mas sobretaxa a produção estrangeira, usando um imposto similar ao Condecine brasileiro para reverter os dólares de Hollywood em incentivo ao seu cinema nacional. Graças a esses mecanismos, tornou-se o segundo maior e mais rico mercado cinematográfico do mundo. A União Europeia trata a situação de forma diferente, oferecendo incentivos financeiros aos países que reservem 50% de suas telas para produções do continente. Na França, o “market share” atingiu 41,6% neste século, e o país ainda promove seu cinema com eventos no exterior – como o Festival Varilux de Cinema Francês, que acontece anualmente no Brasil. Na Espanha, além do incentivo da UE, ainda existe uma reserva de 25% de toda a programação de cinema para filmes nacionais. Mesmo com a Cota de Tela, produções brasileiras ocuparam apenas 14,4% do parque exibidor nacional em 2018, de acordo com relatório da Ancine. Como ficaria sem ela? Segundo Paula Barreto, da LCBarreto — uma das maiores produtoras de cinema do Brasil —, a bilheteria nacional do cinema deste ano, comparada ao mesmo período do ano passado, ficou 40% mais fraca. A diferença? Bolsonaro não assinou a Cota de Tela em 2019.
Animação chinesa comparada aos filmes de Tarantino ganha trailer americano
A animação adulta chinesa “Have a Nice Day” ganhou um novo trailer, voltado para o mercado americano. A prévia surpreende por vir de um país pouco reconhecido pela qualidade de seus longas animados, e apresenta pouca mobilidade em relação aos animes japoneses. Entretanto, suas duas dimensões e quadros parados são suficientes para impressionar, com diálogos e violência que remetem ao cinema de Quentin Tarantino, Park Chan-wook e Johnny To. Uma das críticas citadas no vídeo compara a produção ao que aconteceria se Tarantino refilmasse “Pulp Fiction” como uma animação. A trama gira em torno do roubo de US$ 1 milhão, cometido por um motorista para consertar uma cirurgia plástica em sua namorada. Mas isto coloca um gângster e um ladrão em seu encalço. Segundo longa animado do diretor Liu Jian, o filme arrancou suspiros e elogios da crítica ao ser exibido no Festival de Berlim deste ano, mas também chamou atenção do governo chinês, que, assim como o público, ficou surpreso com o conteúdo do desenho e passou a censurar o esforço dos produtores de exibi-lo nos cinemas. Convidados a participar do Festival de Annecy, o mais importante da animação mundial, os produtores de “Have A Nice Day” foram proibidos de viajar e pediram para o filme ser retirado do evento, em meio a ameaças de represália. Seu crime teria sido realizar um retrato do crime na China mais pesado que os longas com atores reais. Após esta controvérsia, “Have A Nice Day” conseguiu ser liberado para outros eventos internacionais, venceu o Festival Fantasia, mas ainda não tem data de estreia comercial marcada na China. Já nos Estados Unidos, a estreia está marcada para 26 de janeiro em circuito limitado.
Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira registra número recorde de candidatos
A disputa por uma vaga no Oscar na categoria de Melhor Filme de Língua Estrangeira estará mais difícil que nunca em 2018, pois envolverá um número recorde de candidatos, vindos de 92 países. O recorde foi atingido porque, pela primeira vez, haverá aspirantes do Haiti (“Ayiti Mon Amour”), Laos (“Dearest Sister”) e Síria (“Little Gandhi”) na disputa. Entre os principais concorrentes estão “First They Killed My Father”, de Angelina Jolie, selecionado pelo Camboja, “120 Batimentos por Minuto”, de Robin Camillo, da França, “Thelma”, de Joachim Trier, da Noruega, e “The Square”, dirigido por Ruben Ostlund, candidato norueguês que venceu o Festival de Cannes deste ano. Já é possível ver alguns dos candidatos no Brasil. “120 Batimentos por Minuto” faz parte da programação do Festival do Rio e “The Square” é um dos destaques da Mostra de São Paulo, que ainda apresentará mais uma dúzia de filmes que pleiteiam inclusão na categoria. O Brasil disputa a vaga com “Bingo – O Rei das Manhãs”, de Daniel Rezende, mas também está representado em duas coproduções internacionais, por meio do candidato argentino “Zama”, de Lucrecia Martel, e o italiano “A Ciambra”, de John Carpignano. O vencedor do ano passado foi o iraniano “O Apartamento”, de Asghar Farhadi. As indicações para a 90ª edição do Oscar serão anunciadas em 23 de janeiro e a cerimônia de premiação acontecerá em 4 de março em Los Angeles, com transmissão no Brasil pelos canais Globo e TNT.
A Vilã: Filme de ação sul-coreano aplaudido de pé em Cannes ganha trailer legendado
A Paris Filmes divulgou o trailer legendado do filme de ação sul-coreano “A Vilã” (The Villainess), que foi aplaudido em pé no Festival de Cannes deste ano. A prévia combina a perspectiva de games de tiros em primeira pessoa com uma trama muito familiar, em que uma jovem é treinada para se tornar assassina profissional de uma agência secreta. A protagonista Sook-hee é vivida por Kim Ok-bin (“Sede de Sangue”), que estudou artes marciais antes de virar atriz e até então nunca tivera chance de mostrar suas habilidades. A crítica internacional adorou o desempenho e o ritmo frenético de ação (82% de aprovação no Rotten Tomatoes), apesar de sua premissa ser a mesma de “Nikita – Criada Para Matar” (1990), a melhor ideia da carreira de Luc Besson – que já tinha sido reciclada no mercado asiático em “Black Cat” (1991), “versão” made in Hong Kong com direito a continuação. O diferencial é a direção de Jung Byung-gil, responsável pelo excelente policial “Confissão de Assassinato” (2012). Ele também assina o roteiro, que combina história de vingança, melodrama de novela e ação desenfreada. A estreia no Brasil está marcada para 23 de novembro. Confira também 45 fotos da produção, incluindo cenas de bastidores. Clique nas imagens abaixo para ampliá-las.
Versão com atores de Fullmetal Alchemist ganha trailer completo
A Warner Bros. do Japão divulgou o trailer completo do filme “Fullmetal Alchemist”, adaptação live actrion do famoso mangá/anime criado por Hiromu Arakawa. Apesar da trama original ser bastante trágica, a prévia mostra humor de pastelão, interpretações exageradas e efeitos visuais bastante artificiais, resultando quase numa paródia de desenho com atores. Na história brutal dos quadrinhos, os irmãos Alphonse e Edward Elric tentam trazer a mãe de volta à vida usando uma técnica proibida de alquimia, mas, para isso, eles precisam dar algo em troca. Como consequência, Ed perde sua perna e Al perde seu corpo. Para impedir que a alma de Al vague incorpórea, Ed sacrifica um braço para prendê-la dentro de uma grande armadura. E é assim, visando recuperar seus corpos, que os dois irmãos iniciem uma busca pela lendária pedra filosofal. Os quadrinhos foram publicados entre 2001 e 2010, em mais de 100 capítulos, e seguem uma linha steampunk, com a trama passada durante a revolução industrial, mas num universo alternativo de magia e fantasia. O mangá fez tanto sucesso que ganhou duas séries animadas e dois longas de animação. A versão com atores tem direção de Fumihiko Sori, que trabalhou nos efeitos visuais de “Titanic” (1997), e chegará aos cinemas japoneses em dezembro. Não há previsão para seu lançamento no Brasil.
Adaptação do mangá Fullmetal Alchemist ganha pôsteres e teaser com origem trágica dos personagens
A Warner Bros. do Japão divulgou cinco pôsteres de personagens e um novo teaser do filme “Fullmetal Alchemist”, adaptação com atores do famoso mangá/anime criado por Hiromu Arakawa. A prévia destaca a trágica história de origem dos personagens centrais, que apesar de violenta é acompanhada por cenas de tom infantil. Na trama, os irmãos Alphonse e Edward Elric tentam trazer a mãe de volta à vida usando uma técnica proibida de alquimia, mas, para isso, eles precisam dar algo em troca. Como consequência, Ed perde sua perna e Al perde seu corpo. Para impedir que a alma de Al vague incorpórea, Ed sacrifica um braço para prendê-la dentro de uma grande armadura. E é assim, visando recuperar seus corpos, que os dois irmãos iniciam sua busca pela lendária pedra filosofal. Os quadrinhos foram publicados entre 2001 e 2010, em mais de 100 capítulos, e seguem uma linha steampunk, com a trama passada durante a revolução industrial, mas num universo alternativo de magia e fantasia. O mangá fez tanto sucesso que ganhou duas séries animadas e dois longas de animação. A primeira versão com atores da história tem direção de Fumihiko Sori, que trabalhou nos efeitos visuais de “Titanic” (1997), e chegará aos cinemas japoneses em dezembro. Não há previsão para seu lançamento no Brasil.
Filme baseado no mangá Fullmetal Alchemist já tem continuação confirmada
O filme “Fullmetal Alchemist”, adaptação com atores do famoso mangá/anime criado por Hiromu Arakawa, só estreia em dezembro no Japão, mas já tem sua continuação garantida. A revelação foi feita em um painel da Anime Expo 2017, em Los Angeles. A produção foi anunciada como “Parte 2”, o que talvez signifique que a história tenha sido dividida em dois filmes, como aconteceu com outras adaptações live action de mangás, como “Gantz” e “Attack on Titan”. A trama original se estendeu por 27 volumes e mais de 100 capítulos, publicados entre 2001 e 2010, e faz uma linha steampunk, passada durante a revolução industrial, mas num universo alternativo de magia e fantasia. O longa deve se concentrar na trágica história de origem dos personagens centrais, os irmãos Alphonse e Edward Elric, que ao tentarem trazer a mãe de volta à vida usando uma técnica proibida de alquimia, sofrem duras consequências. Para realizar seu intento, eles precisam dar algo em troca. Ed perde sua perna e Al perde seu corpo inteiro. Para impedir que a alma do irmão vagueie incorpórea, Ed sacrifica também um braço para prendê-la dentro de uma grande armadura. E é assim, visando recuperar seus corpos, que os dois irmãos iniciem uma busca pela lendária pedra filosofal. O mangá fez tanto sucesso que ganhou duas séries animadas e dois longas de animação. A primeira versão com atores da história tem direção de Fumihiko Sori, que trabalhou nos efeitos visuais de “Titanic” (1997), e chegará aos cinemas japoneses em dezembro. Não há previsão para seu lançamento no Brasil.
Have A Nice Day: Veja vídeos e imagens da animação chinesa que parece filme de Tarantino
A animação chinesa “Have A Nice Day” ganhou trailer, cena e pôster, que demonstram porque o filme de Liu Jian é considerado o thriller mais adulto já desenhado. A obra surpreende por vir de um país pouco reconhecido pela qualidade de seus longas animados, e apresenta pouca mobilidade em relação aos animes japoneses. Entretanto, suas duas dimensões e quadros parados são suficientes para impressionar nas prévias disponíveis, com diálogos e violência que remetem ao cinema de Quentin Tarantino, Park Chan-wook e Johnny To. A trama gira em torno do roubo de US$ 1 milhão, cometido por um motorista para consertar uma cirurgia plástica em sua namorada, que coloca um gângster e um ladrão em seu rastro. Segundo longa animado de Liu Jian, o filme arrancou suspiros e elogios da crítica ao ser exibido no Festival de Berlim deste ano, mas também chamou atenção do governo chinês, que, assim como o público, ficou surpreso com o conteúdo do desenho e passou a censurar o esforço dos produtores de exibi-lo nos cinemas. Convidados a participar do Festival de Annecy, o mais importante da animação mundial, os produtores de “Have A Nice Day” foram proibidos de viajar e pediram para o filme ser retirado do evento, em meio a ameaças de represália. Seu crime teria sido realizar um retrato do crime na China mais pesado que os longas com atores reais. Após esta controvérsia, “Have A Nice Day” conseguiu ser liberado para outros eventos internacionais, não se sabe se com nova edição, mas ainda não tem data de estreia comercial marcada, nem na China nem em nenhum outro país.
Naomi Kawase compartilha sua paixão pelo cinema no Festival de Cannes
A cineasta Naomi Kawase volta a provocar os sentidos com seu novo longa, “Radiance” (Hikari). Exibido no Festival de Cannes, o filme tem como tema a visão. Seus personagens são uma jovem funcionária de um serviço de audiodescrição de filmes para deficientes visuais e um fotógrafo maduro que encontra cada vez mais dificuldades para enxergar. Trata-se de um sequência temática de “Sabor da Vida”, um filme sobre o paladar. Mas “Radiance” também aborda o amor pelo cinema. E, principalmente, a dificuldade de se lidar com perdas. Seja a perda da visão. Seja de alguém importante, como o pai desaparecido da protagonista ou sua mãe perdida na senilidade. A trama gira em torno da jovem Misako (Ayame Misaki, de “Ataque dos Titãs”), que escreve áudio-descrições para filmes. Apaixonada pelo cinema, ela prefere filmes com finais felizes e mensagens edificantes. Por isso, ao ter seu trabalho avaliado por um grupo de espectadores, um deles (Masatoshi Nagase, de “Sabor da Vida”) reclama que ela descreve as cenas de forma subjetiva, quando deveria deixar espaço para a imaginação do espectador. A discussão é motivada pelo argumento de que palavras são menos impactantes do que as imagens. E foi exatamente este o ponto de partida da história, conforme revelou a diretora, na entrevista coletiva do festival. “A ideia me ocorreu há dois anos, quando vim para Cannes apresentar ‘Sabor da Vida’. Ainda no avião, checando documentos com as versões de audiodescrição do filme, reparei que os textos continham mais informações precisas sobre a ação e as emoções que as imagens apresentavam. Foi aí que me dei conta de que esses redatores amam o cinema tanto quanto nós”, contou Kawase “A verdade é que, através dos personagens de ‘Radiance’, estamos falando mesmo é dessa paixão pelo cinema”, ela desvendou. No filme, Misako também passa a admirar a força das imagens ao descobrir que seu crítico era um fotógrafo de renome, antes de começar a perder a visão. E suas obras mexem com ela, a ponto de mergulhá-la em seu próprio passado, retornando à casa da infância, no meio da natureza, como é comum nos filmes da cineasta. “Para nós, japoneses, a natureza é fonte de saúde e bem-estar, mas também de desastres, e temos a consciência disso. Temos a tradição de rezar para a natureza, porque entendemos que fazemos parte dela e sem ela não há como sobrevivermos. Os seres humanos têm a tendência de querer controlá-la, mas a verdade é que temos que respeitá-la, porque é a natureza que nos dá condições para vivermos nossas vidas”, ela ponderou, explicando porque seus filmes repetem este tema.










