Após investigação, Globo diz que Marcius Melhem é inocente de acusação de assédio
Após investigação de denúncia, o comitê de ética e compliance do Grupo Globo absolveu Marcius Melhem de acusações de assédio moral apresentadas pela atriz Dani Calabresa. O processo, iniciado em janeiro, levou dezenas de funcionários e ex-funcionários a testemunharem sobre o caso. Eles também assinaram um abaixo-assinado em defesa de Melhem, descrevendo a acusação como uma “maldade” contra o ex-diretor do Departamento de Humor da emissora. Ex-diretor, porque assim que sua inocência foi constatada, Melhem pediu uma licença de quatro meses para cuidar de um problema de saúde de sua filha de 10 anos. Ele vai viajar com a família para os Estados Unidos, onde a menina deverá passar por uma cirurgia, segundo o próprio humorista informou em comunicado. A Globo informou que, durante seu afastamento, o roteirista Silvio de Abreu, responsável pela teledramaturgia da emissora, também acumulará a supervisão dos programas de humor. Mas, segundo apurou o colunista Mauricio Stycer, do UOL, Melhem teria dito a colegas que não pretende reassumir o cargo executivo ao retornar. Apesar de bastante polêmica, a briga entre Melhem e Calabresa segue envolvida em mistério. Quem revelou a confusão foi outro colunista do UOL, Leo Dias, que em dezembro passado criou sua própria confusão ao envolver no caso pessoas que prontamente disseram não ter problema algum com Melhem. O especialista em fofocas publicou que, além de Calabresa, as atrizes Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros também haviam denunciado Melhem. As duas negaram a mentira no mesmo dia. Leo Dias também informou que Marcelo Adnet testemunhou a favor das atrizes, o que ele contestou no dia seguinte. Restou, portanto, apenas Dani Calabresa, que jamais negou a história. Em sua apuração, Styler descobriu que o desentendimento correu no processo de criação do programa “Fora de Hora”, no primeiro semestre de 2019. A atriz queria que, em vez de um projeto novo, a emissora reeditasse o programa “Furo”, que ela apresentou em parceria com Bento Ribeiro na MTV, entre 2009 e 2012. Melhem jamais teria considerado a opção de reviver o “Furo” na Globo, mas Calabresa foi escalada para ser a apresentadora do “Fora de Hora”, ao lado de Paulo Vieira. A atriz acabou deixando o projeto, provavelmente durante uma briga. Em seu texto, Stycer acrescenta a palavra “plágio” às acusações de assédio movidas pela comediante, trazendo à tona uma possível disputa pela autoria do projeto.
Stephen King lamenta censura à livro de Woody Allen: “O próximo é sempre mais fácil”
O escritor Stephen King lamentou a decisão do Hachette Book Group de cancelar o lançamento do livro de memórias de Woody Allen, cedendo aos grupos de pressão da internet. Ele publicou alguns posts sobre o assunto, dizendo que a decisão o fazia se sentir “muito desconfortável”. “A questão não é sobre ele. Não dou à minima para o Sr. Allen. Mas quem será o próximo é que me preocupa”, escreveu o autor de best-sellers. “Uma vez que você começa [a censurar], o próximo é sempre mais fácil”, acrescentou. A posição de King, claro, recebeu críticas. Muitas pessoas se manifestaram, defendendo um ponto de vista “politicamente correto” que justificaria a censura ao livro do cineasta e o cerceamento de sua liberdade de expressão. King respondeu a um dos comentários. “Se você acha que ele é pedófilo, não compre o livro. Não vá aos filmes dele. Não o ouça tocar jazz no Carlyle. Manifeste-se com sua carteira… mantendo-a fechada. Nos EUA, é assim que fazemos”, disse, defendendo o direito do cineasta de escrever e filmar, e também o do público de não pagar para ver. A Hachette anunciou na sexta-feira (6/3) que não lançaria mais o livro do diretor de cinema, previsto para abril, após sofrer pressão do filho do diretor, Ronan Farrow, que renegou seu contrato com a empresa, e protesto de seus funcionários, que abandonaram o trabalho na tarde de quinta para manifestar sua contrariedade com a decisão. A manifestação ganhou apoio de muitos escritores e até de editoras rivais. O caso representa uma importante manifestação no mundo real da prática do “cancelamento” virtual. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia foi fruto de raiva da ex, numa batalha legal pela guarda dos filhos, vencida por Farrow, que a teria manteve viva com o passar dos anos por lavagem cerebral promovida em Dylan Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan Farrow, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor – iniciando a campanha que resultou na censura. Muito do atual repúdio contra Allen se deve à campanha nas redes sociais comandada por Dylan, que resolveu retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem de seu irmão sobre Weinstein. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de “cancelamento” contra o diretor, apesar de não trazerem nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. O casal adotou duas filhas, que já são jovens adultas com 20 e 21 anos, e jamais denunciaram Allen por qualquer comportamento. Também vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais nos últimos dias contra a reputação do diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim, o que ajudaria a explicar a decisão inesperada da Hachette – o surgimento de fatos mudariam o entendimento da desistência. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. The Hachette decision to drop the Woody Allen book makes me very uneasy. It's not him; I don't give a damn about Mr. Allen. It's who gets muzzled next that worries me. — Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020 Once you start, the next one is always easier. — Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020 If you think he's a pedophile, don't buy the book. Don't go to his movies. Don't go listen to him play jazz at the Carlyle. Vote with your wallet…by withholding it. In America, that's how we do. https://t.co/znGZu0wJEF — Stephen King (@StephenKing) March 7, 2020
Editora cede à pressão e cancela lançamento de livro de Woody Allen
O grupo editorial Hachette anunciou nesta sexta (6/3) que não publicará mais o livro de memórias do diretor Woody Allen, cujo lançamento estava previsto para o próximo 7 de abril. A empresa cedeu à pressão do filho do diretor, Ronan Farrow, e ao protesto de seus funcionários, que abandonaram o trabalho na tarde de quinta para manifestar sua contrariedade com a decisão. “A Hachette Book Group decidiu que não publicará as memórias de Woody Allen, intitulada ‘Apropos of Nothing'” e “devolverá todos os direitos ao autor”, disse Sophie Cottrell, porta-voz da editora, em comunicado. “A decisão de cancelar o livro do Sr. Allen foi difícil. Na HBG, levamos muito a sério nosso relacionamento com os autores e não cancelamos livros por nada. Publicamos e continuaremos a publicar muitos livros desafiadores. Como editores, garantimos que todos os dias em nosso trabalho, diferentes vozes e pontos de vista conflitantes podem ser ouvidos. Também, como empresa, estamos comprometidos em oferecer um ambiente de trabalho estimulante, solidário e aberto para todos os nossos funcionários. Nos últimos dias, a liderança da HBG teve longas conversas com nossa equipe e outras pessoas. Depois de ouvirmos, chegamos à conclusão de que avançar com a publicação não seria viável para a HBG”, completa o texto, repleto de contradições. O cancelamento de “Apropos of Nothing” está sendo comemorado no Twitter como uma vitória do “politicamente correto” e se trata realmente de uma importante manifestação no mundo real da prática do “cancelamento” virtual, que tem acirrado ânimos nas redes sociais. Também é uma manifestação, em pleno século 21, da mentalidade de turba, com foices e forcados – ou fogueiras e forcas – , que ilustram linchamentos públicos em filmes clássicos. Uma caça às bruxas, em outras palavras. Não se deixem enganar, trata-se de uma vitória da censura contra a cultura. Uma censura de esquerda, não menos perigosa que a das ditaduras fascistas. Na prática, uma grupo de pressão conseguiu jogar um livro na fogueira, porque não concorda com seu suposto conteúdo. Algo como os nazistas fizeram nos anos 1930. Além de atacar a liberdade de expressão, os protestos dos justos, que falam em defesa da ética, visam impedir a defesa real de uma pessoa que está sendo atacada por todos os lados por algo que pode nem sequer ter feito. O objetivo é tão somente impedir que se conheça o “outro lado” de uma história, que algumas pessoas não admitem que seja conhecida e, para isso, não medem esforços para impedir a existência do contraditório. A decisão da Hachette abre um precedente assustador, ao demonstrar que fake news capazes de mobilizar a opinião pública podem gerar censura. Não que a denúncia contra Woody Allen seja fake news. Mas não é news, nos dois sentidos da palavra em inglês – notícia e novidade. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia foi fruto de raiva da ex, numa batalha legal pela guarda dos filhos, vencida por Farrow, e se manteve viva com o passar dos anos por lavagem cerebral diária promovida em Dylan Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan Farrow, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor – iniciando a campanha que resultou na censura. Muito do atual repúdio contra Allen se deve à campanha nas redes sociais comandada por Dylan, que resolveu retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem de seu irmão sobre Weinstein. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de “cancelamento” contra o diretor, apesar de não trazerem nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. O casal adotou duas filhas, que já são jovens adultas com 20 e 21 anos, e jamais denunciaram Allen por qualquer comportamento. Também vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais nos últimos dias contra a reputação do diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim, o que ajudaria a explicar a decisão inesperada da Hachette – o surgimento de fatos mudariam o entendimento da desistência. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. Toda essa polêmica pode até render mais um capítulo no livro de memórias do cineasta, que agora deverá ser oferecido para outra editora – e possivelmente publicado primeiro no exterior. Até o título pode ser mudado. A publicação, que seria lançada com o nome de “Apropos of Nothing” (a propósito de nada), virou “tudo” para seus detratores.
Funcionários de editora protestam contra publicação do livro de memórias de Woody Allen
Funcionários do grupo editoral americano Hachette promoveram um walk out, um protesto em que deixaram seus escritórios na tarde desta quinta-feira (5/3), manifestando seu desacordo com o anúncio da publicação de um livro de memórias do cineasta Woody Allen. A reação dos funcionários aconteceu após as recentes declarações de Ronan Farrow, filho de Allen, que repudiou o contrato da editora, acusando-a de “falta de ética e de compaixão por vítimas de agressões sexuais”. Allen foi denunciado por abusar da filha Dylan Farrow quando ela era uma criança. O diretor sempre negou e o caso tem bastidores conturbados, pois foi trazido à tona durante a separação do diretor e da atriz Mia Farrow. Em comunicado, a Hachette afirmou que respeita a opinião de seus funcionários e que irá “iniciar uma discussão mais profunda sobre o assunto assim que possível”. Dylan foi ao Twitter agradecer a manifestação de solidariedade. “Obrigada do fundo do meu coração”, ela tuitou. Além dos cerca de 75 funcionários, que abandonaram o trabalho e desceram para frente do prédio da Hachette, vários escritores se manifestaram em apoio ao protesto. Até editoras rivais prestaram solidariedade, numa expressiva condenação pública da reputação – o chamado cancelamento social – de Woody Allen. E à favor da censura. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor. O repúdio contra Allen se deve à decisão de Dylan de retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem sobre Weinstein do irmão. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de repúdio generalizado contra o diretor, apesar de não trazer nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. Mas vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais na quinta (5/6) contra o diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. Toda essa polêmica deve alimentar o livro de memórias do cineasta, intitulado “Apropos of Nothing” (a propósito de nada) e descrito como “um relato exaustivo da vida de Woody Allen, pessoal e profissional”. Até segunda ordem, a publicação tem previsão de lançamento para abril nos EUA.
Filho de Woody Allen diz que livro do diretor é “falta de ética e compaixão por vítimas de agressões sexuais”
Há alguns anos não há anúncio de projeto de Woody Allen sem manifestação bombástica de seus filhos. E, sem tardar, o jornalista Ronan Farrow criticou a decisão do grupo editoral Hachete de publicar o livro de memórias de seu pai, anunciado na segunda-feira passada (2/3). Fez mais. Em retaliação, afirmou que deixará de publicar suas obras pela Hachette, porque não deseja estar na mesma editora do diretor. “A Hachette não fez as verificações sobre o conteúdo deste livro”, disse Farrow, denunciando o fato de a editora não ter entrado em contato com sua irmã, Dylan Farrow, que acusa Woody Allen de abusos, o que constitui, segundo ele, uma “falta enorme de profissionalismo”. “Isto demonstra a falta de ética e de compaixão por vítimas de agressões sexuais”, acrescentou Farrow. A declaração, entretanto, é digna de atenção pela “vendetta” que embute, não pelo que afirma. Porque as palavras de Farrow não fazem sentido. É preciso dizer o óbvio: um “livro de memórias” não inclui as “memórias” de quem não o escreveu. Não se trata de jornalismo, obviamente, mas de uma obra de cunho pessoal. A única verificação feita pela editora é de ordem jurídica, visando checar trechos que possam render processos. Fora isso, não se “edita” fatos narrados em primeira pessoa com censura prévia. Ronan deveria saber a diferença entre livro de memórias e reportagem, já que é jornalista. Mas também é raro ver jornalista defendendo a censura. Como se trata de uma acusação forte, também é importante ressaltar que, ao contrário do que Ronan Farrow afirma, as acusações contra Woody Allen foram, sim, verificadas: por um tribunal de justiça nos anos 1990, após duas investigações distintas que duraram vários meses e que não encontraram causa para procedimento legal contra o diretor. Mas o porta-voz da ética não aceita esse resultado. Seu tribunal de opinião pública só permite um veredito: culpado, independente das provas. Tomando o caso de forma pessoal, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e o contrato para livros com o grupo Hachete. Dylan Farrow, que tem o apoio da mãe adotiva, Mia Farrow, e de Ronan, voltou a acusar Allen no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem do irmão. No auge do #MeToo, suas denúncias conseguiram criar uma reação de repúdio generalizado contra o diretor, como se houvesse fato novo. Allen sempre negou tudo, retrucando que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen. Dez anos mais velho que Ronan, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima de abuso. Vítima de uma campanha de manipulação da mãe, Mia Farrow. O cineasta deve abordar essa polêmica em seu livro, intitulado “Apropos of Nothing” (a propósito de nada) e descrito como “um relato exaustivo da vida de Woody Allen, pessoal e profissional”. A publicação será lançada em abril nos EUA.
Woody Allen lança livro de memórias em abril
A editora Grand Central Publishing, uma divisão do Hachette Book Group, anunciou na segunda (2/3) que vai publicar um livro de memórias de Woody Allen. Envolto em boatos por anos e até considerado impublicável no auge do cancelamento do diretor pelo movimento #MeToo, a obra, batizada em inglês de “Apropos of Nothing” (a propósito de nada), será lançado em 7 de abril nos EUA. “O livro é um relato abrangente de sua vida, pessoal e profissional, e descreve seu trabalho em filmes, teatro, televisão, boates e publicações”, de acordo com comunicado da editora. “Allen também escreve sobre seus relacionamentos com a família, amigos e os amores de sua vida”. Os termos financeiros do acordo editoral entre o cineasta e a Grand Central não foram revelados. Além dos EUA, “Apropos of Nothing” será lançado no Canadá, Itália, França, Alemanha e Espanha, seguido por lançamentos em “países ao redor do mundo”. Ainda segundo o comunicado, Allen fará “várias entrevistas” para promover o livro. A publicações de suas memórias servirão como nova oportunidade para o diretor contar sua versão dos fatos mais polêmicos de sua vida, como o envolvimento com Soon-Yi Previn, a filha de sua então companheira Mia Farrow, com quem é casado até hoje, e a acusação de sua filha adotiva, Dylan Farrow, de tê-la molestado na infância. As acusações não são novas, mas elas ressurgiram em 2017, quando Dylan aproveitou o auge do #MeToo para resgatar a história, conseguindo criar uma reação de repúdio generalizado, como se houvesse fato novo. Allen sempre negou tudo, retrucando que a denúncia é fruto exclusivo de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Ele não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal nos anos 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Dizendo que pretendia acabar com a carreira de Allen, Dylan patrulhou todos os atores que trabalharam com ele e bombardeou as redes sociais até fazer a Amazon renegar seu acordo para distribuir os novos filmes do diretor. Graças a isso, “Um Dia de chuva em Nova York” não foi lançado nos Estados Unidos. O diretor processou a Amazon e chegou a um acordo, lançando o filme no exterior. Ele também decidiu continuar a carreira fora dos EUA, filmando um novo longa na Espanha, “Rifkin’s Festival”, com participação de Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”), Elena Anaya (“A Pele que Habito”), Louis Garrel (“Adoráveis Mulheres”), Gina Gershon (“Não Vai Dar”) e lançamento previsto para este ano. Ao fechar com uma empresa do grupo Hachette, Allen passou a compartilhar a mesma editora de um de seus heróis literários, JD Salinger, e também de um de seus maiores detratores, seu filho Ronan Farrow, que ganhou um prêmio Pulitzer por sua reportagem sobre o produtor Harvey Weinstein, que foi responsável por impulsionar o #MeToo. Há anos Ronan se distanciou de seu pai, ao adotar a defesa da irmã.
Porta-voz de Bill Cosby defende Harvey Weinstein de julgamento injusto e parcial
Condenado por estupro e agressão sexual na segunda-feira (24/2), o produtor de cinema Harvey Weinstein recebeu apoio de outro colega famoso na mesma situação, o ator americano Bill Cosby. Usando as redes sociais de Cosby, uma porta-voz do ator, Andrew Wyatt, defendeu Weinstein, dizendo que o dia foi “muito triste” para o sistema judicial americano. “Não há como alguém acreditar que Weinstein iria receber um julgamento justo e imparcial.” Para justificar esse entendimento, ele cita que os jurados não ficaram isolados e, portanto, tiveram acesso à cobertura da imprensa e aos “sentimentos da opinião pública” sobre o assunto. “Aqui está a pergunta que deve assombrar todos os americanos, especialmente homens ricos e famosos. Para onde vamos neste país para encontrar justiça e imparcialidade no sistema judicial; e para onde vamos neste país para encontrar o devido processo legal?” Cosby foi condenado em 2018 por agredir sexualmente uma mulher. A sentença garante que ele não passará menos de três anos atrás das grades antes que se torne elegível para liberdade condicional supervisionada, embora possa ficar na prisão por até uma década. Ele foi a primeira celebridade condenada por abuso sexual desde o início do movimento #MeToo, deflagrado após os ataques de Weinstein a atrizes, modelos e assistentes se tornarem públicos no fim de 2017. Desde então, vários homens poderosos do entretenimento, da política e de outros campos perderam empregos e foram processados por assédio e coisas piores. Ver essa foto no Instagram Official Statement From Andrew Wyatt Regarding The Verdict Of Harvey Weinstein: This is not shocking because these jurors were not sequestered, which gave them access to media coverage and the sentiments of public opinion. There’s no way you would have anyone believe that Mr. Weinstein was going to receive a fair and impartial trial. Also, this judge showed that he wanted a conviction by sending the jurors back to deliberate, after they were hung on many of the counts. Here’s the question that should haunt all Americans, especially wealthy and famous men…Where do we go in this country to find fairness and impartiality in the judicial system; and where do we go in this country to find Due Process? Lastly, if the #metoo movement isn’t just about Becky [White women], I would challenge #metoo and ask them to go back 400+ years and tarnish the names of those oppressors that raped slaves. This is a very sad day in the American Judicial System. #FreeBillCosby #FarFromFinished #DueProcess #JusticeReform Uma publicação compartilhada por Bill Cosby (@billcosby) em 24 de Fev, 2020 às 11:17 PST
Atores e equipe do Zorra assinam abaixo-assinado em defesa de Marcius Melhem, acusado de assédio moral
Um grupo de atores, redatores e técnicos do programa “Zorra” enviou à direção da TV Globo um abaixo-assinado em defesa do coordenador de humor da emissora, Marcius Melhem, que teria sido acusado de assédio moral. Segundo o texto, o chefe do departamento nunca praticou assédio contra qualquer um dos 55 funcionários que assinam o documento. “Temos todos aqui uma relação baseada no diálogo, profissionalismo e respeito. Toda solidariedade a Marcius Melhem diante dessa maldade, que não vai destruir a harmonia entre nós, nem o prazer de trabalhar neste projeto que nos orgulha tanto”, diz o texto. O conteúdo do documento foi revelado pelo colunista Mauricio Stycer, do UOL. Ele ainda acrescentou que os colegas de Melhem estão recolhendo assinaturas de outros programas de humor da Globo para dar apoio ao chefe, que também é comediante e está à frente de uma renovação nos programas de humor da emissora. O caso foi noticiado originalmente pelo jornalista Leo Dias, outro colunista do UOL, em 26 de dezembro de 2019. Na ocasião, Dias sugeriu que as atrizes Dani Calabresa, Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros haviam denunciado Melhem. As duas últimas negaram o fato no mesmo dia. Leo Dias também informou que Marcelo Adnet testemunhou a favor das atrizes, o que ele negou um dia depois. Até agora, nem Melhem, nem Calabresa comentaram o caso publicamente. Mas tudo indica que a humorista realmente registrou uma queixa, que estaria sendo investigada pelo comitê de auditoria e compliance do Grupo Globo (a área que avalia se o que ocorreu está em conformidade ou não com regras da empresa). A TV Globo abordou o assunto por meio de uma nota genérica de seu departamento de Comunicação. “Todo relato de assédio, moral ou sexual, na Globo é apurado criteriosamente assim que tomamos conhecimento. A Globo reafirma que não aceita qualquer tipo de assédio e, neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo.” Pode ser considerado assédio moral em ambiente de trabalho qualquer situação humilhante, constrangedora, que aconteça de forma repetitiva e prolongada durante o expediente e no exercício de funções profissionais, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias. Pouco antes da denúncia, em novembro, Calabresa deixou o humorístico “Zorra”. Na semana passada, ela estreou um quadro no programa “Se Joga”. Mas Leo Dias, novamente, trouxe informação polêmica sobre a atriz nos últimos dias. Ela poderia deixar a emissora por estar insatisfeita com o ambiente de trabalho.
Diretor da animação O Espanta Tubarão é preso sob acusação de estupro
O diretor francês de animações Eric “Bibo” Bergeron foi preso e indiciado por uma acusação de estupro nesta quinta-feira (16/1). Ele dirigiu animações de sucesso como “O Caminho para El Dorado” (2002), “O Espanta Tubarões” (2004) e “Um Monstro em Paris” (2011). E foi na produção da última que ocorreu o caso que o levou à prisão. Uma integrante da equipe acusou o cineasta de abuso durante a produção do desenho, em 2007, e recentemente cometeu suicídio. A defesa de Bergeron disse, em comunicado à imprensa, que o diretor nega as acusações. “O Sr. Bergeron pretende restaurar a sua honra e a justiça, que foram manchadas por estas denúncias sérias contra ele. Ele gostaria de desfrutar, como todo acusado, da presunção de inocência”, disse seu advogado em comunicado. O cineasta estava trabalhando no longa “Charlotte”, uma biografia animada da pintora Charlotte Salomon, vítima do nazismo, que deve chegar aos cinemas ainda em 2020. A produtora do filme anunciou que os diretores Éric Warin (“A Bailarina”) e Tahir Rana (“O Edifício Wayne”) vão completar o trabalho. A detenção de Bergeron aconteceu apenas dois dias após a prisão de Christophe Ruggia, outro diretor de cinema francês acusado de abusos sexuais. Ruggia foi denunciado pela atriz Adele Haenel, uma das principais estrelas da nova geração do cinema do país (atualmente em cartaz no Brasil com o filme “Retrato de uma Mulher em Chamas”), de assédio e avanços quando ela era menor de idade.
Diretor francês é preso após denúncia de abuso da atriz Adele Haenel
O diretor francês Christophe Ruggia foi preso nesta terça-feira (14/1), após investigações das denúncias de abuso sexual feitas por Adele Haenel, uma das principais atrizes da nova geração do cinema do país, atualmente em cartaz no Brasil com o filme “Retrato de uma Mulher em Chamas”. O advogado de Ruggia, Jean-Pierre Versini-Campinchi, nega qualquer má conduta do cineasta. Originalmente, Haenel tinha feito a denúncia numa entrevista, mas o caso ganhou grande repercussão e ela se viu pressionada por vários artistas e até integrantes do próprio governo da França a prestar queixa criminal. A vencedora do César (o Oscar francês) de Melhor Atriz por “Amor à Primeira Briga” (2014) disse ter decidido acusar o diretor em público depois de ver o documentário “Deixando Neverland”, da HBO, com acusações similares sobre Michael Jackson. Mas acreditava que “a justiça ignora” as vítimas em sua situação. Após Nicole Belloubet, ministra da Justiça, prometer que isso não ocorreria, porque os tempos mudaram, Haenel formalizou sua denúncia três semanas depois junto à polícia de Paris. Na extensa reportagem do site de jornalismo investigativo Mediapart, publicada em novembro passado, a atriz afirmou que Ruggia começou a assediá-la quando ela foi escalada em seu primeiro filme, “Les Diables” (2002), que ele dirigiu. Haenel disse que os avanços ocorreram em várias ocasiões, desde seus 12 anos e continuaram até ela completar 15 anos. A publicação também obteve documentos que corroboram a acusação da atriz, que hoje tem 31 anos, incluindo cartas de amor enviadas pelo cineasta à então menor de idade. Assim que o caso veio à tona, Ruggia foi expulso das Société des Réalisteurs de Films (SRT), espécie de sindicato dos cineastas franceses, que criou e organiza a famosa mostra Quinzena dos Realizadores, uma das seções paralelas de maior prestígio do Festival de Cannes. Foi a primeira vez em 50 anos de história que a associação expulsou um de seus membros. A prisão de Ruggia aconteceu dias depois de procuradores franceses iniciarem outra investigação de alegações de abuso de uma adolescente que provocou ondas de choque nos círculos culturais do país. Em um livro publicado neste mês, Vanessa Springora, hoje com 47 anos e chefe da prestigiosa editora francesa Julliard, alegou ter sofrido abuso sexual de Gabriel Matzneff, um autor proeminente de 83 anos, quando tinha 14 anos.
Leo Dias diz que atrizes da Globo denunciaram Marcius Melhem por assédio moral
Marcius Melhem, Coordenador do Departamento de Humor da TV Globo, teria sido acusado de assédio moral por atrizes da emissora. Segundo a Coluna do Leo Dias, Dani Calabresa, Renata Castro Barbosa e Maria Clara Gueiros foram algumas das atrizes do núcleo de humor da Globo responsáveis pela denúncia, que teria sido encaminhada para a empresa. Assim que a notícia foi publicada, Maria Clara Gueiros postou nas redes sociais uma mensagem sucinta, desmentindo a – vamos chamar de – fofoca. Renata Castro Barbosa também disse que não tinha nada a ver com isso. Nenhuma outra atriz da Globo se manifestou publicamente sobre o assunto até o momento. O máximo que Dani Calabresa fez foi sugerir um ambiente de trabalho complicado nas redes sociais. “2019 foi uma eterna prova do líder. To até agora esperando o Bial ou Tiago Leifert me avisarem que posso me mexer e ir mijar em paz”, escreveu ela na madrugada desta quinta (26/12), em tom de humor, no Twitter e no Instagram. O colunista Leo Dias afirmou que a denúncia ganhou até reforço de alguns representantes masculinos do humor na emissora. Marcelo Adnet teria testemunhado a favor das atrizes, ainda segundo Dias. Mas ele também negou a fofoca. Marcius Melhem não se pronunciou e a TV Globo abordou o assunto por meio de uma nota genérica de seu departamento de Comunicação. “Todo relato de assédio, moral ou sexual, na Globo é apurado criteriosamente assim que tomamos conhecimento. A Globo reafirma que não aceita qualquer tipo de assédio e, neste sentido, mantém um canal aberto para denúncias de violação às regras do Código de Ética do Grupo Globo.” Pode ser considerado assédio moral em ambiente de trabalho qualquer situação humilhante, constrangedora, que aconteça de forma repetitiva e prolongada durante o expediente e no exercício de funções profissionais, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Maria Clara Gueiros (@mcgueiros) em 26 de Dez, 2019 às 12:17 PST Ver essa foto no Instagram “Neiiiiva.. cê me reza pra 2020 não sê parecido quessa bosta desse ano Neiiiiva” rs 🍀🙏#vemcomsaude+amor2020 Uma publicação compartilhada por Daniella Giusti🍕atriz/comédia (@calabresadani) em 26 de Dez, 2019 às 6:35 PST
Um dia após vídeo ameaçador, escritor que acusou Kevin Spacey de assédio se suicida
O escritor norueguês Ari Behn se suicidou no Natal aos 47 anos. Ex-marido da princesa da Noruega Martha Louise, Behn era um autor de peças de teatro reconhecido em seu país e foi um dos homens a acusar o ator Kevin Spacey de assédio. Em 2017, ele denunciou o ator por tê-lo apalpado durante um evento do Prêmio Nobel da Paz. No mesmo ano, o escritor e a princesa Martha Louise se divorciaram, um acontecimento inédito na família real norueguesa. Ari Behn deixa três filhas, todas com a princesa: Maud Angelica, de 16 anos, Leah Isadora, 14, e Emma Tallulah, 11. Curiosamente, um dia antes do suicídio, Spacey liberou um vídeo encarnando seu personagem na série “House of Cards”, o político Frank Underwood, em que transmitiu um recado natalino ameaçador. “A próxima vez que alguém fizer algo que você não gosta, você pode atacar. Mas você também pode se segurar e fazer o inesperado. Você pode … matá-los com bondade”. Esta é a segunda morte súbita relacionada a acusadores de Spacey. Em outubro, o ator se livrou de um processo por assédio devido à morte do acusador, aparentemente de câncer. O massagista, cuja identidade permaneceu anônima, denunciou Spacey por tê-lo apalpado durante uma sessão. Depois da morte, o processo acabou cancelado na corte de Los Angeles. O ator ainda teve outro processo, movido por um rapaz que tinha 18 anos na época do assédio, retirado abruptamente na véspera de ir a julgamento. Spacey também chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais de Los Angeles, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas impediram todos os casos de ir a julgamento. Apesar das reviravoltas, que parecem vir de um roteiro da série “House of Cards”, manterem Spacey em liberdade, sua carreira acabou condenada. Ele foi acusado de assédio até por integrantes da produção da própria “House of Cards” e terminou demitido pela Netflix. A série de denúncias só veio à tona após o também ator Anthony Rapp (série “Star Trek: Discovery”) dar seu relato ao site Buzzfeed, afirmando em outubro de 2017 que tinha sido assediado sexualmente por Spacey em 1986, quando tinha 14 anos. Desde então, as acusações se multiplicaram. Como consequência, Spacey foi demitido de vários projetos e teve sua presença no drama “Todo o Dinheiro do Mundo” extirpada após o fim das filmagens. O diretor Ridley Scott chamou às pressas o ator Christopher Plummer para refazer as cenas de Spacey e o substituto foi até indicado ao Oscar.








