Christophe Ruggia é expulso da Associação dos Diretores da França após denúncia de assédio de Adèle Haenel

A Société des Réalisteurs de Films (SRT), espécie de sindicato dos cineastas franceses, expulsou de seus quadros o diretor Christophe Ruggia, após uma reportagem bombástica acusá-lo de assediar a atriz Adèle Haenel, […]

A Société des Réalisteurs de Films (SRT), espécie de sindicato dos cineastas franceses, expulsou de seus quadros o diretor Christophe Ruggia, após uma reportagem bombástica acusá-lo de assediar a atriz Adèle Haenel, vencedora do César (o Oscar francês) por “Amor à Primeira Briga” (2014), quando ela tinha apenas 12 anos.

Em uma extensa reportagem do site de jornalismo investigativo Mediapart, de Paris, a atriz afirmou que Ruggia começou a assediá-la quando ela foi escalada em seu primeiro filme, “Les Diables” (2002), que ele dirigiu. Haenel disse que os avanços ocorreram em várias ocasiões e continuaram até ela completar 15 anos. A publicação também obteve documentos que corroboram a acusação da atriz, que hoje tem 30 anos, incluindo cartas de amor enviadas pelo cineasta à então menor de idade.

A SRT criou a mostra Quinzena dos Realizadores, uma das seções paralelas de maior prestígio do Festival de Cannes, e atualmente é presidida por cineastas como Jacques Audiard, Bertrand Bonello e Céline Sciamma – por sinal, diretora do mais recente filme de Haenel, “Retrato de uma Jovem em Chamas”. É a primeira vez em 50 anos de história que a associação expulsa um de seus membros.

Em um comunicado publicado em sua conta do Twitter, a SRF explicou a ação e ainda ofereceu “apoio total” à atriz Adèle Haenel.

“Iniciamos um procedimento para remover Ruggia da SRF”, diz o post, afirmando que a associação “expressa total apoio, admiração e reconhecimento à atriz Adèle Haenel, que teve a coragem de se manifestar após tantos anos de silêncio”.

Ruggia nega todas as alegações. Ele se pronunciou por meio de seus advogados, dizendo que “refuta categoricamente” qualquer má conduta. A declaração afirma que o casal tinha um “relacionamento profissional e afetuoso” e chama a denúncia de “difamatória”.