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    Polanski perde processo para reverter expulsão da Academia

    26 de agosto de 2020 /

    O cineasta Roman Polanski, que foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por acusações de ter tido relações sexuais com menores, perdeu hoje uma ação judicial em que buscava ser reintegrado à organização. O diretor de “Chinatown” e “O Bebê de Rosemary” argumentou que não teve direito ao devido processo pela Academia quando esta decidiu expulsá-lo sob um novo código de conduta elaborado em resposta a alegações de abuso sexual contra dezenas de homens na indústria do entretenimento. A juíza Mary H. Strobel, do Tribunal Superior de Los Angeles, escreveu em sua decisão que Polanski teve “a oportunidade de apresentar qualquer evidência que considerasse relevante” para a Academia, incluindo um longo documento de seu advogado e uma declaração em vídeo. Polanski, que tem cidadania francesa e polonesa, fugiu dos Estados Unidos em 1978 depois de confessar ter estuprado uma menina de 13 anos e nunca mais voltou, continuando sua carreira na França. Nos últimos anos, várias outras mulheres o acusaram de má conduta sexual naquele período, mas o diretor, que assumiu a culpa da primeira denúncia, nega as novas acusações. Em sua defesa, o cineasta de 87 anos sustenta ter vencido um Oscar em 2003, por “O Pianista”, anos depois do caso ser conhecido. Na ocasião, ter assumido a culpa não foi considerado relevante para sua consagração, mas agora, sem nenhuma outra novidade no caso, além dos pedidos da vítima para deixarem Polanski em paz, ele foi simplesmente expulso. Após esta expulsão, Polanski ainda foi premiado como Melhor Diretor no César (o Oscar francês) por seu filme mais recente, “O Oficial e o Espião”. Este prêmio causou revolta em várias atrizes e arrastou a Academia Francesa para a maior crise de sua existência.

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  • Filme

    Academia Brasileira de Cinema ganha aval para indicar candidato nacional ao Oscar

    13 de agosto de 2020 /

    A Academia Brasileira de Cinema (ABC) foi reconhecida oficialmente como única responsável por escolher o filme que representará o Brasil na busca de uma vaga na disputa de Melhor Filme Internacional no Oscar. A instituição brasileira recebeu aval da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA (AMPAS, na sigla em inglês) e já iniciou o processo seletivo, que neste ano terá mudança de critério, abrangendo lançamentos de streaming, devido à pandemia de covid-19. Até 2016, a escolha era uma atribuição da Secretaria do Audiovisual, vinculada ao Ministério da Cultura. A Academia Brasileira tinha direito apenas a duas vagas fixas dentre os membros da comissão. Isto mudou após a escolha polêmica daquele ano. “Pequeno Segredo” foi selecionado em detrimento do premiado “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. À época, o cineasta chegou a afirmar que seu longa havia sofrido uma “retaliação política” do governo Temer, devido a protestos da equipe contra o “golpe” no Festival de Cannes. No ano seguinte, após um acordo com o então ministro da Cultura do governo Temer, Sérgio Sá Leitão, a Academia passou a ser responsável pela formação da comissão, mas ainda sob supervisão da Secretaria do Audiovisual. Graças ao aval da Academia americana, este vínculo agora deixa de ser necessário. “É um espaço que foi ocupado pelos governos, mas não havia qualquer determinação de que deveria ser assim”, disse Jorge Peregrino, presidente da entidade, ao jornal O Globo. “Natural que a Academia ganhe esse papel de protagonismo, assim como o de entidades similares ao redor do mundo”. A comissão responsável pela escolha foi formada com Afonso Beato (diretor de fotografia), Clelia Bessa (produtora), Lais Bodanzky (produtora e diretora), Leonardo Monteiro de Barros (produtor), Lula Carvalho (diretor de fotografia), Renata Magalhães (produtora), Rodrigo Teixeira (produtor), Roberto Berliner (produtor e diretor) e Viviane Ferreira (diretora e roteirista). Dos nove integrantes, quatro também são membros da AMPAS – Afonso Beato, Lais Bodanzky, Lula Carvalho e Rodrigo Teixeira. Eles vão selecionar longas lançados entre 1º de outubro de 2019 e 31 de dezembro de 2020, data ampliada devido à covid-19. Até o ano passado, o limite de lançamento era 31 de outubro do ano anterior à cerimônia do Oscar. A cerimônia do Oscar em 2021 está marcada para o dia 25 de abril.

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    Olivia de Havilland (1916 – 2020)

    26 de julho de 2020 /

    A atriz Olivia de Havilland, vencedora de dois Oscars e uma das últimas estrelas da era de ouro de Hollywood, morreu na noite de sábado (25/7), de causas naturais enquanto dormia em sua casa, em Paris, aos 104 anos. Sua beleza angelical lhe rendeu vários papéis de protagonista romântica. Mas ela também foi heroína de ação. E a primeira pessoa – homem ou mulher – a enfrentar a indústria de Hollywood, implodindo o sistema abusivo de semi-escravidão contratual, usado pelos estúdios para humilhar atores e forçá-los a fazer filmes contra suas vontades, que vigorou até meados dos anos 1940. Sua vitória na Justiça mudou as relações entre astros e estúdios para sempre, inaugurando a era “moderna” em que atores de sucesso se tornaram capazes de escolher o que filmar e com qual estúdio quiserem. Não foi seu único processo. Mais recentemente, ela entrou com uma ação contra o produtor Ryan Murphy por retratá-la na série “Feud” (de 2017), em que foi vivida por Catherine Zeta-Jones “sem autorização e sem aprovação”. O caso estava sendo encaminhado à Suprema Corte dos EUA. Olivia De Havilland nunca foi uma atriz comum. Sua beleza lendária a aproximou de astros famosos. Havia rumores de seu relacionamento com Errol Flynn e registros de envolvimentos com James Stewart, o magnata Howard Hughes, o diretor John Huston e até com o jovem John F. Kennedy, futuro presidente dos EUA, ainda nos anos 1940. Mas, apesar das fofocas, ela recusou vários cortejos, escolhendo intelectuais como maridos. Seu primeiro casamento, em 1946, foi com o escritor e roteirista Marcus Aurelius Goodrich (“Ases da Armada”), com quem teve um filho, Benjamin. O segundo aconteceu em 1955 com Pierre Galante, editor da revista Paris Match, com quem teve uma filha, Gisele. Os dois casamentos acabaram em divórcio. Ela certamente enfrentou alguns rivais poderosos na carreira, mas considerava a própria irmã mais nova como sua maior inimiga, a atriz vencedora do Oscar Joan Fontaine (que morreu em dezembro de 2013 aos 96 anos). Seu pai, Walter, era um advogado britânico de patentes que fazia negócios no Japão, por isso ela nasceu em Tóquio, em 1º de julho de 1916. Já sua mãe, Lilian, era uma atriz de teatro que queria que suas filhas seguissem seus passos. Assim, aos 3 anos, a pequena Olivia foi com a mãe e a irmã morar na Califórnia. Sua educação começou em um convento, mas, ao terminar o colegial, ela se matriculou no Mills College, em Oakland, onde se interessou por atuar. Sua estrela brilhou durante uma apresentação teatral de “Sonho de uma Noite de Verão”, de Shakespeare. No palco como substituta de emergência de Gloria Stuart – a diva temperamental desistira na véspera – , chamou atenção do empresário Max Reinhardt, que tinha ido à estreia atrás de talentos para atuar na versão cinematográfica da peça. Ela assinou um longo contrato com a Warner e debutou em Hollywood naquela adaptação, em 1935, aos 19 anos de idade. Sua atuação encantou os executivos do estúdio que, no mesmo ano de “Sonho de uma Noite de Verão”, a lançaram em mais três produções. E já como protagonista. Um destes trabalhos de seu ano inaugural rapidamente estabeleceu sua reputação como estrela e firmou sua primeira e mais famosa parceria nas telas: nada menos que “Capitão Blood”, um dos melhores filmes de piratas da velha Hollywood, dirigido por Michael Curtiz, em que contracenou com Errol Flynn. Ao todo, Olivia viveu o par romântico de Errol Flynn em nove filmes da Warner, incluindo o famoso “As Aventuras de Robin Hood” (1938), no qual interpretou a icônica Lady Marian, e o épico “A Carga de Cavalaria Ligeira” (1936), ambos dirigidos por Curtiz – ela foi igualmente dirigida nove vezes pelo diretor. Já consagrada como uma das principais atrizes da Warner, Olivia foi atraída por uma oferta para atuar numa superprodução de um estúdio rival no final dos anos 1930. Era “…E o Vento Levou” (1939). Lisonjeada e encantada pelo projeto, uma das superproduções mais caras da época, ela pressionou pela chance de demonstrar que era mais que uma atriz comercial. Após uma dura negociação, que incluiu direitos de distribuição para a Warner, Olivia conseguiu ser liberada para viver Melanie Hamilton, a noiva e depois esposa de Ashley Wilkes, personagem de Leslie Howard, criando um retrato de mulher tímida, gentil e benevolente, que contrastava de forma frontal com o ciúme venenoso de seu marido e com o gênio de sua prima espirituosa, Scarlett O’Hara (Vivien Leigh). A performance lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar, como Melhor Atriz Coadjuvante – ela acabou sofrendo uma derrota histórica para sua colega de elenco Hattie McDaniel, primeira atriz negra premiada pela Academia, que foi mantida separada e segregada do elenco durante as filmagens e até na própria premiação. “…E o Vento Levou” (1939) venceu oito Oscars, tornando-se o filme mais premiado de sua época, uma distinção que durou por duas décadas – até “Gigi” (1958). Empolgada com o impacto do filme e pela nomeação, Olivia voltou à Warner com a expectativa de mais papéis de prestígio. Mas eles não se materializaram. O estúdio queria mais filmes de ação com Errol Flynn, no máximo algumas comédias românticas. Ela chegou a ouvir que tinha sido contratada porque era bonita e fotografava bem, não porque soubesse atuar. Conforme seu contrato inicial se aproximava do fim, Olivia deixou claro que não tinha intenção de renová-lo. Com receio de perder sua estrela, a Warner aceitou incluir alguns dramas entre seus filmes habituais. Um deles foi “A Porta de Ouro” (1941), em que ela interpretou uma professora seduzida por um astuto exilado europeu (Charles Boyer) em busca de uma esposa para obter visto americano. Seu desempenho rendeu-lhe outra indicação ao Oscar, desta vez como Melhor Atriz. Mas ela voltou a perder para uma rival: a própria irmã, Joan Fontaine, que venceu por “Suspeita”, de Alfred Hitchcock. As duas deixaram de se falar depois disso. De fato, Olivia e Joan foram as únicas irmãs a vencer o Oscar na categoria de Melhor Atriz, mas em vez de comemorarem a façanha, sua rivalidade “fraterna” foi considerada a mais feroz da história de Hollywood. Após a segunda indicação, ela começou a recusar papéis que considerava inferiores. A Warner retaliou suspendendo-a por seis meses e, quando seu contrato venceu, o estúdio insistiu que, devido às suspensões, ela ainda lhes devia mais filmes. Mas a Warner jamais suspeitou que a atriz “bonitinha” e que “fotografava bem” tivesse mais obstinação que a fictícia Scarlett O’Hara. Amanhã foi outro dia para Olivia de Havilland, que processou e venceu. O caso se arrastou por um ano e meio, período em que ficou afastada das telas, mas a Suprema Corte da Califórnia aprovou uma decisão de primeira instância em seu favor em 1945. Conhecida como “a decisão de Havilland”, a orientação jurídica determinou que nenhum estúdio poderia prolongar arbitrariamente a duração do contrato de um ator. Foi o fim da semi-escravidão de Hollywood. A atriz se declarou independente, colocando-se no mercado para todos os estúdios. E choveram ofertas, inclusive da própria Warner. Para compensar o tempo em que passou brigando na Justiça, ela apareceu logo em quatro filmes de 1946. Apenas um deles era uma comédia romântica, demonstrando o novo rumo de sua carreira, focado na busca do Oscar. A seleção incluía “Devoção”, um daqueles dramas de prestígio que a Warner não queria lhe dar, mas que enfim deu após o fim do contrato, no papel da escritora Emily Brontë (de “O Morro dos Ventos Uivantes”). Viveu também uma mãe solteira que abandona o filho em “Só Resta uma Lágrima”, de Mitchell Leisen, produzido pela Paramount. E interpretou gêmeas, uma boazinha e outra malvada, em “Espelho d’Alma”, clássico noir de Robert Siodmak, distribuído pela Universal. A estratégia deu certo. Olivia de Havilland venceu seu primeiro Oscar por “Só Resta uma Lágrima”. Ela enfrentou Hollywood, assumiu o controle da carreira e escolheu os filmes que queria fazer. E conquistou o reconhecimento da Academia. Mas a atriz não queria apenas empatar com a irmã. Queria superá-la. Isto ficou claro quando Olivia se recusou a receber os parabéns de Joan ao vencer sua estatueta. Esse esforço rendeu mais dois clássicos: “Na Cova da Serpente” (1948), de Anatole Litvak, em que deu vida à uma mulher internada num hospício, e “Tarde Demais” (1949), de William Wyler, como uma herdeira solteirona seduzida por um golpista mais jovem (Montgomery Clift). O primeiro lhe rendeu nova indicação ao Oscar, perdendo (injustamente) para Jane Wyman por “Belinda”. O outro lhe valeu seu segundo Oscar de Melhor Atriz. Aqueles foram os últimos dois filmes que ela realmente gostou de fazer. Após aparecer como a “mulher mais velha”, as ofertas de bons papéis diminuíram. Mesmo assim, Olivia enfrentou o “ageismo” implacável da velha Hollywood com menos lançamentos, mas sem abrir mão da qualidade. Fez “Eu Te Matarei, Querida! (1952), de Henry Koster, “Não Serás um Estranho” (1955), de Stanley Kramer, “A Noite É Minha Inimiga” (1959), de Anthony Asquith, e até “O Rebelde Orgulhoso” (1958), em que voltou a trabalhar com Michael Curtiz, culminando esta fase numa parceria histórica com a igualmente lendária Bette Davis no suspense “Com a Maldade na Alma” (1964). Foram os derradeiros filmes dignos de seu nome. Ao passar dos 50 anos, Olivia trocou as grandes produções por aparições num punhado de séries – como “Big Valley” (em 1965), a minissérie “Roots: The Next Generations” (em 1979) e “O Barco do Amor” (em 1981) – , e pela função de cota de prestígio em filmes de baixa qualidade, como a “nunsplotation” “Joana, a Mulher que Foi Papa” (1972) e os thrillers de desastre “Aeroporto 77” (1977) e “O Enxame” (1978). Seu último papel no cinema foi em “O Quinto Mosqueteiro” (1979), como a Rainha-mãe de Louis XIV (Beau Bridges), numa homenagem do diretor Ken Annakin a seus primeiros longas de capa e espada. Depois disso, sua carreira ainda se estendeu por mais uma década em produções televisivas, o que lhe valeu um último reconhecimento: o Globo de Ouro pela minissérie “Anastácia: O Mistério de Ana” (1986), aos 70 anos de idade. Em 1988, ele anunciou a aposentadoria e se mudou para Paris, na França, onde se tornou uma celebridade adorada. Ela chegou a receber a maior honraria do país, a comenda da Legião de Honra, em 2010. “Você honra a França por nos escolher como sua morada”, disse o presidente Nicolas Sarkozy na cerimônia. Ao saber de sua morte, a presidente do SAG-AFTRA (sindicato dos atores dos EUA), Gabrielle Carteris, evocou sua importância histórica para a classe artística. “Olivia de Havilland não era apenas bonita e talentosa, era uma visionária corajosa e uma inspiração para todas as gerações. Ela era uma maravilha e uma lenda. Descanse em paz.”

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    Leonardo Villar (1923 – 2020)

    3 de julho de 2020 /

    O ator Leonardo Villar, consagrado pelo Festival de Cannes em “O Pagador de Promessas” (1962), morreu na manhã desta sexta-feira (3/7) em São Paulo, aos 96 anos, vítima de uma parada cardíaca. Ele tinha sido internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após se sentir mal na noite de quarta. Nascido em Piracicaba, no interior de São Paulo, Leonildo Motta (seu nome de batismo) foi virar Leonardo Villar no teatro. Ele atuou em peças da Companhia Dramática Nacional (CDN), no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e no programa televisivo de clássicos da dramaturgia “Grande Teatro Tupi” (entre 1952 e 1959) antes de ser alçado ao estrelato mundial como Zé do Burro, o personagem principal de “O Pagador de Promessas”. O filme tinha sido rejeitado pelo autor da peça original, Dias Gomes, após mudanças no texto promovidas pelo então galã transformado em cineasta Anselmo Duarte. Até os diretores do Cinema Novo atacaram a produção, jamais superando a inveja por sua consagração. Mas o fato é que “O Pagador de Promessas”, com um galã atrás das câmeras e um estreante no cinema diante delas, encantou a crítica mundial e faturou a Palma de Ouro. É até hoje, 58 anos depois, o único filme brasileiro vencedor de Cannes. E com o seguinte detalhe: venceu “apenas” os clássicos absolutos “O Anjo Exterminador”, de Luís Buñuel, “Cléo das 5 às 7”, de Agnès Varda, “O Eclipse”, de Michelangelo Antonion, e “Longa Jornada Noite Adentro”, de Sidney Lumet. Foi também o primeiro filme da carreira de Villar. Ator de teatro, ele ficou com o papel por insistência de Duarte, que recusou “sugestões” sucessivas para que Mazzaropi estrelasse o longa, o que facilitaria seu sucesso comercial. A grande ironia é que o filme tornou-se um sucesso justamente pela interpretação crível e inesquecível do ator, que deu vida ao simples Zé do Burro, um homem que só queria pagar uma promessa, carregando uma cruz gigante contra a vontade da Igreja local. Villar foi a alma de “O Pagador de Promessas”, carregando-o nas costas como o personagem, até o tapete vermelho da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, que encerrou a trajetória consagradora do longa com uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Graças à fama de Zé do Burro, Villar se estabeleceu como um dos principais astros do cinema brasileiro, dando vida a outros personagens e obras icônicas, como os papéis-títulos de “Lampião, Rei do Cangaço” (1964), de Carlos Coimbra, e o excepcional “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” (1965), de Roberto Santos, que lhe rendeu o troféu Candango de Melhor Ator no Festival de Brasília. Estabelecendo uma bem-sucedida parceria com Coimbra, ainda estrelou dois sucessos do diretor, “O Santo Milagroso” (1967) e “A Madona de Cedro” (1968), sem esquecer o maior título da carreira de Cacá Diegues, “A Grande Cidade ou As Aventuras e Desventuras de Luzia e Seus 3 Amigos Chegados de Longe” (1966). Ele viveu até Jean Valjean na versão brasileira de “Os Miseráveis”, clássico de Victor Hugo transformado em novela por Walther Negrão em 1967, na Bandeirantes. Mas a partir da entrada na rede Globo, com “Uma Rosa Com Amor” em 1972, praticamente trocou o cinema pelas novelas, com passagens por cerca de 30 sucessos da emissora, incluindo “Estúpido Cupido”, “Tocaia Grande”, a versão original e o remake de “Os Ossos do Barão”, “Barriga de Aluguel”, “Laços de Família”, “Pé na Jaca”, até “Passione”, seu último trabalho em 2011, em que viveu o divertido Antero Gouveia. Entre uma novela e outra, intercalou telefilmes da Globo, entre eles “O Duelo” (1973) e “O Crime do Zé Bigorna” (1974), com Lima Duarte, mas isso também significou longos períodos afastado do cinema. De todo modo, os poucos filmes da fase final de sua carreira marcaram época, como “Ação Entre Amigos” (1998), de Beto Brant, “Brava Gente Brasileira” (2000), de Lúcia Murat, e “Chega de Saudade” (2007), de Laís Bodanzky.

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    Academia convida 819 novos membros para votar no Oscar, incluindo seis brasileiros

    1 de julho de 2020 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA divulgou nesta terça-feira (30/6) uma lista com 819 novos membros que integrarão a entidade, responsável pela premiação do Oscar. Dando sequência a seu empenho de aumentar a diversidade, a lista tem integrantes de 68 nacionalidades, inclusive do Brasil. Os novos representantes nacionais são Mariana Oliva e Tiago Pavan, produtores do documentário “Democracia em Vertigem”, que foi indicado ao Oscar 2020. A diretora do filme, Petra Costa, já faz parte da Academia desde 2018. Outros representantes do cinema brasileiro que ganham direito a voto são o animador Otto Guerra (“A Cidade dos Piratas”), a montadora Cristina Amaral (“Um Filme de Verão”) e os documentaristas Julia Bacha (“Naila and the Uprising” e “Budrus”) e Vincent Carelli (“Martírio” e “Corumbiara”). Entre os 819 novos votantes, 49% vem do exterior dos EUA, 45% são mulheres e 36% não são brancos – ou, na definição da Academia, pertencem a “comunidades étnicas que eram pouco representadas”. Destaque da lista, toda a equipe principal do filme sul-coreano “Parasita”, grande vencedor do Oscar 2020, do elenco à produção, foi convidada para integrar a Academia. Além deles, a mexicana Yalitza Aparicio, que protagonizou “Roma”, a chinesa Zhao Tao (“Amor até as Cinzas”), o chinês Tzi Ma e suas colegas americanas Awkwafina e a diretora Lulu Wang, que brilharam juntos no filme “A Despedida” (The Farewell), a atriz de origem nigeriana Cynthia Erivo (“Harriet”), o sudanês Alexander Siddig (“Submersão”), a cubana Ana de Armas (“Blade Runner 2049”), Eva Longoria (“Dora e a Cidade Perdida”), James Saito (“Meu Eterno Talvez”), Constance Wu (“As Golpistas), John David Washington (“Infiltrado na Klan”), Brian Tyree Henry (“Brinquedo Assassino”), Rob Morgan (“Luta por Justiça”), Niecy Nash (“Pequena Grande Vida”), Teyonah Parris (“Se a Rua Beale Falasse”), Lakeith Stanfield (“Entre Facas e Segredos”), Zendaya (“Homem-Aranha: Longe de Casa”) e Zazie Beetz (“Coringa”) são alguns dos atores representantes de minorias que passarão a eleger os melhores do cinema. Na relação de atores brancos, destacam-se a estrela e diretora Olivia Wilde (“Fora de Série”), Mackenzie Davis (“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio”), Natasha Lyonne (“American Pie”), o australiano Ben Mendelsohn (“Capitã Marvel”), o inglês George MacKay (“1917”), a inglesa Florence Pugh (“Pequenas Mulheres”), a francesa Adèle Haenel (“Retrato de uma Jovem em Chamas”) e o alemão Udo Kier, visto mais recentemente no filme brasileiro “Bacurau”. Já a eclética listagem de diretores abrange nomes do novo terror, como Ari Aster (“Midsommar”) e Robert Eggers (“O Farol”), novatos franceses, como Ladj Ly (“Os Miseráveis”) e Mati Diop (“Atlantique”), e veteranos ingleses, como Terence Davies (“Vozes Distantes”) e Wash Westmoreland (“Colette”).

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    Oscar é adiado para abril de 2021

    15 de junho de 2020 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou o adiamento da 93ª cerimônia do Oscar. Originalmente prevista para acontecer em 28 de fevereiro, ela agora será realizada em 25 de abril de 2021. Além disso, o período de elegibilidade ao Oscar para longas-metragens – que começou em 1º de janeiro e expiraria em 31 de dezembro de 2020 – foi estendido para 28 de fevereiro de 2021. As mudanças refletem tempos incomuns, devido à pandemia de coronavírus, mas não são inéditas. O Oscar já tinha sido adiado três vezes anteriormente – devido às inundações de Los Angeles em 1938, após o assassinato do Dr. Martin Luther King, Jr. em 1968 e após a tentativa de assassinato do Presidente Ronald Reagan em 1981. Já janela de elegibilidade tinha sido estendida para além do período tradicional de 12 meses apenas uma vez, no 6º Oscar. Na ocasião, a cerimônia de março de 1934 foi precedida por uma janela de elegibilidade de 17 meses, de 1º de agosto de 1932 a 31 de dezembro de 1933, para o ajuste do calendário – de modo que o período de elegibilidade pudesse ser o ano anterior a cada cerimônia, de 1 de janeiro a 31 de dezembro, dali em diante. Em um comunicado, a Academia indicou que o evento ainda será realizado no Dolby Theatre em Hollywood e terá transmissão ao vivo pela rede ABC nos EUA, numa aparente rejeição da possibilidade de uma premiação pré-gravada ou com participação virtual dos indicados. Outras mudanças de datas também foram anunciadas. O prazo de inscrição para o Oscar para as categorias gerais – entre elas, Melhor Filme, Trilha Sonora e Canção Original – irá até 15 de janeiro de 2021. O prazo de inscrição para as categorias especiais – Melhor Animação, Documentário, Filme Internacional e curtas – é 1º de dezembro de 2020. Entre 1 e 5 de fevereiro, comitês especializados da Academia farão votações preliminares para reduzir o número de indicados nas categorias especiais, como Documentário e Filme Internacional, entre outras. O resultado dessa peneira será conhecido no dia 9 de fevereiro. De 5 a 10 de março, os vários candidatos de todas as categorias passarão por uma votação preliminar que determinará a lista oficial de indicações ao Oscar. Os nomes dos indicados serão divulgados em 15 de março. A votação final será realizada de 15 a 20 de abril, para a entrega do Oscar aos vencedores em 25 de abril. Os organizadores da premiação também anunciaram que o Governors Awards da Academia, um jantar de gala, geralmente realizado na segunda semana de novembro, no qual a organização, há 11 anos, apresenta Oscars honorários, não ocorrerá neste outono. “Informações adicionais sobre a cerimônia e seleção de homenageados serão fornecidas posteriormente”, disse a Academia em comunicado, sugerindo que os homenageados ainda podem ser escolhidos e celebrados antes ou mesmo durante a cerimônia do Oscar. Da mesma forma, a apresentação dos Prêmios Científicos e Técnicos da Academia, programada para o próximo sábado (20/6) em Beverly Hills, foi adiada para uma data posterior ainda a ser determinada. Para completar, a Academia ainda anunciou que o Museu de Cinema da Academia, esperado há muito tempo, será apresentado a um público selecionado com uma festa de gala na véspera do Oscar, em 17 de abril, e será aberto ao público alguns dias após a premiação, em 30 de abril. “Por mais de um século, os filmes desempenharam um papel importante nos confortando, inspirando e entretendo nos tempos mais sombrios”, disseram o presidente da Academia, David Rubin, e a CEO da entidade, Dawn Hudson, no comunicado. “Eles certamente tem feito isso este ano. Nossa esperança, ao estender o período de elegibilidade e a data de entrega de nossos prêmios, é proporcionar a flexibilidade que os cineastas precisam para terminar e lançar seus filmes sem serem penalizados por algo além do controle de qualquer um. Este próximo Oscar e a abertura de nossa o novo museu marcarão um momento histórico, reunindo fãs de cinema ao redor do mundo para se unirem através do cinema”. Karey Burke, presidente da ABC Entertainment, acrescentou: “Nos encontramos em território desconhecido neste ano e continuaremos a trabalhar com nossos parceiros na Academia para garantir que o evento do próximo ano seja seguro e comemorativo, e que também capte a emoção da abertura do Museu de Cinema da Academia.”

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    Academia anuncia mudanças de impacto para o Oscar 2022

    12 de junho de 2020 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, que organiza anualmente o Oscar, anunciou nesta sexta (12/6) algumas mudanças nas regras da premiação. A que chama mais atenção é a obrigação – por sinal, tardia – de indicar 10 títulos à disputa da categoria principal, de Melhor Filme. Mas só a partir de 2022. Até então, a Academia permitia “de 5 a 10 indicados” a Melhor Filme todos os anos, dependendo da quantidade de votos que cada título recebe. O Oscar 2020, por exemplo, teve nove indicados na categoria, enquanto o de 2019 teve oito. As outras mudanças anunciadas buscam abordar o problema da diversidade entre os membros da Academia e os indicados ao Oscar. Pressionada em 2016 com a campanha #OscarSoWhite, que denunciava a falta de negros indicados ao Oscar, a Academia já vinha promovendo várias mudanças, que devem ser aceleradas após os protestos antirracistas tomarem conta dos EUA nas últimas semanas, repercutindo o assassinato de George Floyd e a ascensão do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam). Neste sentido, a Academia se juntou com o Sindicado dos Produtores de Hollywood (PGA, na sigla em inglês) para criar uma força-tarefa de líderes na indústria cinematográfica, que vão estabelecer padrões de representatividade e inclusão que serão exigidos a produções para que elas possam concorrer ao Oscar. Estas novas determinações serão reveladas em 31 de julho, e entrarão em efeito também para o Oscar 2022. A Academia ainda anunciou que vai promover painéis e discussões sobre raça, e oferecer cursos contra o racismo para todos os membros da organização.

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    Ava DuVernay é eleita para o Conselho responsável pelo Oscar

    10 de junho de 2020 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA, responsável pela premiação do Oscar, divulgou nesta quarta (20/5) o resultado da eleição de seu novo Conselho para o período dos próximos três anos. Entre os eleitos, a grande novidade foi a cineasta Ava DuVernay (“Selma”), que entrou na lista pela primeira vez, junto com outros cinco novatos de setores técnicos. Além de DuVernay, eleita para o ramo de diretores, os outros estreantes no Conselho são Debra Zane, para o ramo de diretores de elenco; Stephen Rivkin, para editores de filmes; Linda Flowers, em maquiadores e cabeleireiros; Lynette Howell Taylor, para produtores, e Rob Bredow, para efeitos visuais. Outro destaque na relação foi a releição de Whoppi Goldberg, uma das 10 conselheiras que continuarão à frente das decisões da Academia. Com o resultado da eleição, o novo Conselho se tornou o mais representativo de todos os tempos, graças às inclusões recordes de mulheres (26) e pessoas de cor (12) entre os 54 membros. O Conselho define a visão estratégica da Academia, preserva a saúde financeira da organização e assegura o cumprimento de sua missão. Os novos conselheiros devem se reunir pela primeira vez já nesta quinta-feira (11/6), por meio de videoconferência, para analisar possíveis mudanças para o Oscar de 2021.

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    Ator e diretora de Selma dizem que filme foi vítima de racismo no Oscar

    5 de junho de 2020 /

    O filme “Selma: Uma Luta Pela Igualdade” (2014), que a Paramount liberou de graça para aluguel digital nos EUA, em apoio aos protestos contra o racismo estrutural, teria sido vítima deste mesmo racismo durante o Oscar 2015. Um dos filmes mais aclamados pela crítica em 2014, alcançando 99% de aprovação no Rotten Tomatoes, “Selma” teve uma recepção frustrante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, recebendo apenas duas indicações ao Oscar: Melhor Canção Original (que ganhou) e Melhor Filme. Mas todos esperavam uma nomeação histórica para Ava DuVernay em Melhor Direção, além do reconhecimento da atuação impressionante de David Oyelowo como Martin Luther King Jr. Enquanto isso, dramas medíocres como “O Jogo da Imitação” (8 indicações), “A Teoria de Tudo” (5 indicações) e “Sniper Americano” (6 indicações) saíram consagrados. A frustração da equipe de “Selma” voltou à tona nesta semana, durante uma conversa de Oyelowo com a Screen International, em que ele acusou a Academia de ter sido racista. O ator lembrou que os atores de Selma usaram camisetas “I Can’t Breathe” em homenagem a Eric Garner, que, assim como no recente caso de George Floyd, foi sufocado até a morte por policiais brancos em julho de 2014. Integrantes da Academia teriam comentado que eles estavam “mexendo com m****” e não votariam no filme porque “onde já se viu fazer isso?” DuVernay confirmou o relato de Oyelowo no Twitter. “História verdadeira”, ela escreveu. Na ocasião, nenhum ator negro foi indicado entre as 20 vagas de interpretação possíveis do Oscar, disparando uma campanha histórica que enquadrou o racismo da Academia nas redes sociais com a hashtag #OscarSoWhite. Nos anos seguintes, a Academia mudou de comando e rumos, trabalhando para diversificar seu quadro de membros. Isto resultou nas vitórias até então impensáveis de “Moonlight” (2016) e “Parasita” (2019) na premiação, apesar da derrota do impactante “Infiltrado na Klan” (2018) para o convencional “Green Book” (2018) no ano retrasado. True story. https://t.co/l7j8EUg3cC — Ava DuVernay (@ava) June 5, 2020

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    Academia estaria estudando adiar o Oscar 2021

    20 de maio de 2020 /

    A revista americana Variety publicou na terça-feira (19/5) que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está estudando a possibilidade de adiar o Oscar 2021, devido à pandemia do novo coronavírus. A informação partiu de fontes que não quiseram ser identificadas. A Academia não se pronunciou sobre o assunto, então não se trata de uma orientação oficial. Mas o vazamento pode indicar que já preocupações sobre a extensão da crise sanitária e a busca por uma opção para realizar a cerimônia de premiação no próximo ano. A organização do Oscar já anunciou medidas oficiais para lidar com a pandemia. A principal diz respeito à dispensa de estreia nos cinemas para filmes que quiserem concorrer ao prêmio. Para ser encaixado nesta condição excepcional, o filme precisa ser disponibilizado em streaming no período em que vigorarem medidas de restrição de circulação. A 93º edição do Oscar está planejada para acontecer no dia 28 de fevereiro de 2021, com a votação aberta em janeiro para todas as categorias. Se a situação não melhorar nos próximos meses, a cerimônia deve ser adiada, segundo as fontes da Variety, para março ou até mesmo abril.

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    Filmes lançados em streaming poderão concorrer ao Oscar 2021

    28 de abril de 2020 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas vai aceitar que filmes lançados apenas em streaming concorram ao Oscar 2021. A decisão reflete o estado atual da indústria, com o fechamento dos cinemas em quase todo o mundo e o fortalecimento das plataformas digitais como opção para lançamentos durante a pandemia do novo coronavírus. As mudanças foram determinadas após uma reunião do Conselho de Governadores da Academia por videoconferência nesta terça-feira (28/4). Até então, só poderiam concorrer ao Oscar filmes exibidos em pelo menos uma sala de cinema de Los Angeles por sete dias, com três sessões diárias. Em comunicado, a Academia informou que a flexibilização para permitir inscrição de títulos de streaming só vai valer durante a pandemia e os filmes que forem lançados após o fim do isolamento deverão seguir as regras antigas. “A Academia acredita firmemente que não há maneira melhor de experimentar a magia dos filmes do que vê-los em um cinema. Nosso compromisso com isso é inalterado e inabalável”, diz o texto assinado pelo presidente da Academia, David Rubin, e pela diretora executiva, Dawn Hudson. “No entanto, a pandemia historicamente trágica da covid-19 exige essa exceção temporária às nossas regras de elegibilidade para prêmios. A Academia apoia nossos membros e colegas durante esse período de incerteza. Reconhecemos a importância de seu trabalho ser visto e comemorado, especialmente agora, quando o público aprecia filmes mais do que nunca.” A Academia aproveitou o comunicado para anunciar também que as categorias de mixagem e edição de som serão combinadas em uma única categoria, de Melhor Som, para a premiação do Oscar 2021 – reduzindo assim o número total de troféus concedidos para 25. A combinação das duas categorias era uma vontade antiga dos organizadores, que encontrava resistência entre os sindicatos profissionais. A realização da 93ª edição do Oscar continua prevista para 28 de fevereiro de 2021. A Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood também deve anunciar em breve mudanças em suas regras de elegibilidade para o Globo de Ouro de 2021.

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    Donald Trump ataca o Oscar por premiar “um filme da Coreia do Sul”

    20 de fevereiro de 2020 /

    Donald Trump resolveu atacar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA por dar o Oscar de Melhor Filme a “Parasita”, durante um discurso para uma multidão de correligionários no estado do Colorado. Segundo o presidente dos EUA, “Parasita” deveria ser premiado apenas como Melhor Filme Internacional. “E o vencedor é um filme da Coréia do Sul. O que diabos foi isso? Já tivemos problemas suficientes com a Coréia do Sul no comércio e, além disso, eles dão o [Oscar de] melhor filme do ano. É bom? Eu não sei”. Ele continuou: “Vamos pegar ‘E o Vento Levou’… Podemos voltar à época de ‘E o Vento Levou’, por favor?”. “E o Vento Levou” venceu o Oscar em 1940, seis anos antes de Trump nascer. Ele ainda citou “Crepúsculo dos Deuses”, um pouco mais “novo”, de 1950, entre “tantos filmes excelentes” que representariam o cinema americano e mereciam mais o Oscar que “Parasita”. Trump ainda zombou da cerimônia sugerindo que eles trocaram o envelope, dizendo o nome do vencedor errado – como aconteceu em 2018. Fingindo apresentar o prêmio, ele disse: “‘O vencedor é da Coréia do Sul’. Eu pensei que era o melhor filme estrangeiro, certo? Melhor filme estrangeiro. Isso já aconteceu antes”. “Parasita” venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional e Melhor Filme, além de troféus de Direção e Roteiro Original. Foi a primeira produção falada em língua não inglesa a conquistar a estatueta de Melhor Filme na história da premiação. A declaração de Trump não é surpreendente, porque ele foi eleito prometendo colocar os interesses dos EUA em primeiro lugar. Tem sido assim em todas as áreas e não seria diferente no cinema. Mas o estúdio indie Neon, responsável pela distribuição de “Parasita” nos EUA, preferiu ironizar a falta de refinamento cultural de Trump ao responder ao ataque. “É natural, ele não sabe ler”, publicou a conta oficial da empresa no Twitter, reagindo ao vídeo do discurso com a lembrança de que o filme é exibido com legendas. Veja abaixo. Vale lembrar que o presidente anterior dos EUA, Barack Obama, venceu o Oscar 2020 como produtor do documentário “Indústria Americana”. Por sinal, Obama incluiu “Parasita” em sua lista de Melhores Filmes do ano. Trump ainda aproveitou seu discurso contra o Oscar para criticar Brad Pitt, premiado como Melhor Ator Coadjuvante por “Era uma Vez em Hollywood”. “E então você tem Brad Pitt. Eu nunca fui um grande fã dele. Levantou, fez uma gracinha [ao receber o Oscar]. Ele é um cara pouco inteligente”, disse o presidente. No discurso de agradecimento, Pitt mencionou brevemente o julgamento de impeachment de Trump. “Eles me disseram que eu só tenho 45 segundos aqui, o que são 45 segundos a mais do que o Senado concedeu a John Bolton esta semana”, afirmou Pitt em seu discurso, referindo-se à decisão do Senado de não ouvir as testemunhas de acusação do caso. Understandable, he can't read.#Parasite #BestPicture #Bong2020 https://t.co/lNqGJkUrDP — NEON (@neonrated) February 21, 2020

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