MGM estaria à venda
Um dos mais antigos estúdios de Holllywood, a MGM contatou dois bancos de investimento para iniciar um processo formal de venda, procurando gerar interesse de outros estúdios de Hollywood, conglomerados internacionais, firmas de investimento e gigantes do streaming. A informação foi publicada pelo Wall Street Journal, citando pessoas familiarizadas com os bastidores da produtora. A venda da MGM tem sido cogitada há vários anos, mas nunca foi formalizada porque o estúdio nunca aceitou o preço oferecido, e não está claro se conseguirá o que busca na atual situação do mercado. Mas os acionistas acreditam que sua biblioteca de títulos está especialmente valorizada na atual era de streaming, em que uma multidão de plataformas compete por conteúdo e espectadores. O estúdio por trás dos filmes de James Bond também possui a franquia “Rocky”, “O Silêncio dos Inocentes”, “O Exterminador do Futuro” e as séries “The Handmaid’s Tale” e “Vikings”, sem esquecer um catálogo de clássicos produzidos desde 1924. O WSJ afirma que o estúdio contratou os bancos Morgan Stanley e LionTree para explorar uma venda, e que seu valor de mercado foi avaliado em cerca de US$ 5,5 bilhões, com base em ações negociadas de forma privada, e incluindo dívidas – US$ 2,3 bilhões em dívidas de longo prazo. Há pouco tempo, a MGM manteve conversas exploratórias com a Apple, que cobriram desde um acordo de produção de streaming até uma aquisição completa. Em outubro, a MGM venceu suas redes televisivas, This TV e Light TV para o Allen Media Group. O maior acionista da MGM atualmente é o fundo de hedge Anchorage Capital, cujo fundador, Kevin Ulrich, preside o conselho do estúdio e enfrenta pressão de outros investidores financeiros que buscam fazer dinheiro, diante da indefinição do futuro do mercado cinematográfico diante da pandemia de coronavírus. A MGM já adiou duas vezes o lançamento de seu principal filme pronto, “007 – Sem Tempo para Morrer”, cuja estreia encontra-se marcada para abril de 2021. A pressão aumentou após vazar, no mês passado, que Ulrich foi processado por agressão sexual em um caso que foi resolvido com um acordo.
Peter Lamont (1929 -2020)
O diretor de arte e designer de produção Peter Lamont, que venceu um Oscar pela cenografia de “Titanic”, morreu aos 91 anos. Ele também se destacou por seu trabalho em 18 dos 25 filmes da franquia “007” e foi descrito pelos produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli como “um integrante amado da família 007 e um gigante da indústria”, nas redes sociais. Lamont começou a trabalhar na franquia em “007 Contra Goldfinger” (1964), criou os efeitos visuais de “007 Contra o Foguete da Morte” (1979) e se tornou o principal designer de produção dos longas a partir de “007: Somente Para os Seus Olhos” (1981), cargo que manteve até “007: Cassino Royale” (2006), filme que marcou sua aposentadoria. Seu trabalho consistia desde escolher locações, preparar cenários e selecionar acessórios. No caso de Bond, esse produção incluía armas icônicas, carros e apetrechos de espionagem que o personagem utilizava. Além de Bond, Lamont teve uma frutífera parceria com o cineasta James Cameron, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar por “Aliens: O Resgate” (1986) e a cobiçada estatueta por “Titanic” (1997). Ele foi indicado ao prêmio da Academia outras duas vezes, por “Um Violinista no Telhado” (1981) e “007: O Espião Que Me Amava” (1977).
Jeremy Bulloch (1945 – 2020)
O ator inglês Jeremy Bulloch, que foi o intérprete original do caçador de recompensas Boba Fett na primeira trilogia “Star Wars”, morreu em um hospital de Londres nesta quinta (17/12), aos 75 anos. Segundo seus agentes, ele morreu pacificamente, cercado por sua família, de complicações de saúde após seus muitos anos vivendo com a doença de Parkinson. Além de viver Boba Fett, ele teve uma carreira longa de mais de 45 anos, iniciada ainda criança em 1958, em “Somente Deus por Testemunha”, um dos mais famosos filmes sobre o desastre do transatlântico Titanic. Ele participou de várias séries inglesas, incluindo “Doctor Who”, e produções populares do cinemas britânico, como “Tudo Começou em Paris” (1963), musical estrelado pelo roqueiro Cliff Richard, o drama “O Ídolo Caído (1966), com Jennifer Jones, a comédia “O Amor de um Homem” (1970), com Peter Sellers, e os clássicos “Mary Stuart, Rainha da Escócia (1971), com Vanessa Redgrave, e “Um Homem de Sorte” (1973), com Malcolm McDowell, sem esquecer sua entrada na franquia do agente secreto James Bond em “007: O Espião que me Amava” (1977), antes de aparecer numa galáxia distante. Até então relegado a pequenos papéis, Bulloch acabou ingressando na cultura pop mundial ao dar vida a Boba Fett em 1980, primeiro em “O Império Contra-Ataca” e depois em “O Retorno de Jedi”, em 1983. O ator acabou substituído no papel do caçador de recompensas na trilogia seguinte, mas mesmo assim voltou a aparecer em “Star Wars” – sem a máscara e a armadura mandaloriana – como o Capitão Colton em “A Vingança dos Sith” (2005). “Ele será lembrado não apenas por sua representação icônica do personagem lendário, mas também por seu calor e espírito generoso, que se tornaram uma parte duradoura de seu rico legado”, disse o perfil oficial de “Star Wars” no Instagram. Além de integrar o panteão de intérpretes de “Star Wars”, Bullock também deve ser saudado por participar de três longas de 007 como o personagem Smithers, um assistente do laboratório do inventor Q, na fase estrelada por Roger Moore. Depois da estreia em 1977, seu pequeno papel voltou a ser visto em “007 – Somente Para Seus Olhos” (1981) e “007 Contra Octopussy” (1983).
Revólver usado por Sean Connery no primeiro filme de 007 é vendido por US$ 256 mil
Uma arma usada por Sean Connery no primeiro filme de James Bond foi vendida por US$ 256 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) em um leilão em Beverly Hills na quinta-feira (3/12), superando as estimativas do mercado, informou a casa de leilões Julien’s Auctions. A pistola arrematada, uma Walther PP semiautomática desativada, que junto com seu modelo menor, o PPK, é uma das imagens mais conhecidas da franquia de 007, foi usada por Connery no filme “007 Contra o Satânico Dr. No”, de 1962. O interesse pelo artigo pode ter sido aumentado pelo fato de Connery, o primeiro James Bond da franquia, ter morrido recentemente – em 31 de outubro, aos 90 anos. A Julien’s afirmou que o comprador, que pediu para permanecer anônimo, é um norte-americano que viu todos os filmes de James Bond com seus filhos. Originalmente, a casa de leilões estimava vender a arma por US$ 100 mil a menos. Além da pistola de 007, um capacete criado para Tom Cruise em “Top Gun” e uma espada usada por Bruce Willis em “Pulp Fiction: Tempo de Violência” renderam, respectivamente, US$ 108 mil e US$ 35,2 mil no leilão.
Sean Connery morreu de pneumonia, problemas cardíacos e “velhice”
A causa oficial da morte de Sean Connery foi pneumonia, problemas cardíacos e “velhice”, segundo seu atestado de óbito. A lenda da atuação morreu em 31 de outubro em sua casa nas Bahamas, de 90 anos, de acordo com o atestado de óbito obtido pelo site TMZ. O documento também lista sua profissão como “ator aposentado”. O certificado diz que Connery cita “pneumonia, insuficiência respiratória, velhice [e] fibrilação atrial” como razões de sua morte. A última condição pode levar a coágulos sanguíneos, derrames e insuficiência cardíaca. A esposa de Connery por 45 anos, Micheline Roquebrune, também revelou, por ocasião de sua morte, que Connery travou uma longa batalha contra a demência e “foi em paz”. Primeiro intérprete do agente James Bond no cinema, ele viveu o espião em sete filmes e foi nomeado cavaleiro pela Rainha Elizabeth II em 2000. Seu último papel no cinema foi no filme “A Liga Extraordinária”, de 2003, mas ele ainda continuou aceitando trabalhos de dublagem após se dizer aposentado, como no game “James Bond 007: From Russia with Love” de 2005, baseado no filme “Moscou Contra 007”, que ele estrelou em 1963.
Música-tema do inédito 007 – Sem Tempo para Morrer é indicada ao Grammy
A música “No Time to Die”, de Billie Eilish, tema de “007 – Sem Tempo para Morrer”, recebeu uma indicação ao Emmy 2021, apesar do filme ter sido adiado para abril de 2021 devido à pandemia de coronavírus. O filme, que marca a despedida de Daniel Craig do papel de James Bond, foi originalmente planejado para chegar aos cinemas na Páscoa passada, mas acabou adiado para novembro. Um mês antes da data prevista, Billie Eilish liberou a música e o clipe em streaming. Mas dias depois o longa sofreu um segundo adiamento, passando para o ano que vem. Com isso, a música, lançada em 1º de outubro, tornou-se elegível para o Grammy, logo depois de dominar a premiação de 2020, que aconteceu em janeiro, quando conquistou cinco vitórias, incluindo Melhor Álbum, Música, Gravação e Arista Nova. A gravação de “No Time to Die” foi produzida pelo irmão de Eilish, Finneas, ao lado de Stephen Lipson, com arranjos orquestrais de Hans Zimmer e Matt Dunkley, e participação instrumental do guitarrista Johnny Marr (ex-The Smiths). Com 18 anos de idade, Eilish é a artista mais jovem da história a compor e gravar uma música-tema dos filmes de James Bond. A indicação para “No Time to Die” foi na categoria Melhor Canção Escrita para Mídia Visual, onde competirá com “Beautiful Ghosts”, cantada por Taylor Swift no musical “Cats”, “Carried Me With You”, cantada por Brandi Carlile na trilha da animação “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica”, “Stand Up”, entoada por Cynthia Erivo no filme “Harriet”, e o sucesso “Into the Unknown”, cantado por Idina Menzel e Aurora no desenho “Frozen 2”. O vencedor será anunciado em 31 de janeiro de 2021, em cerimônia que será exibida no Brasil pelo canal pago TNT.
Daniel Craig homenageia Sean Connery: “Um dos maiores do cinema”
A morte de Sean Connery, o primeiro James Bond do cinema, mobilizou fãs e famosos em todo mundo neste sábado (31/10), e Daniel Craig, que atualmente ocupa o papel de 007, também decidiu se manifestar, por meio de um comunicado à imprensa, em que chama seu predecessor de “um dos maiores nomes do cinema”. “É com grande tristeza que recebi a notícia do falecimento de um dos maiores nomes do cinema. Sir Sean Connery será lembrado como Bond e como muito mais. Ele definiu uma era e um estilo. A sagacidade e o charme que ele levou à tela poderia ser medida em mega watts; ele ajudou a criar o blockbuster moderno. Ele continuará a influenciar atores e cineastas em anos por vir. Meus pensamentos estão com sua família e seus entes queridos. Onde quer que ele esteja, espero que haja um campo de golfe”. Connery gostava de jogar golfe, esporte que se tornou seu maior passatempo após sua aposentadoria precoce dos cinemas em 2003 – depois de se estressar com a fracassada produção de “A Liga Extraordinária”. Os produtores atuais dos filmes de 007, Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, também emitiram um comunicado sobre sua morte. “Estamos arrasados com a notícia do falecimento de Sir Sean Connery. Ele foi e sempre será lembrado como o James Bond original, cuja marca indelével na história do cinema começou quando ele pronuciou aquelas palavras inesquecíveis, ‘O nome é Bond … James Bond’. Ele revolucionou o mundo com seu retrato corajoso e espirituoso do agente secreto sexy e carismático. Ele é, sem dúvida, o grande responsável pelo sucesso da série de filmes, e seremos eternamente gratos a ele”, afirmaram.
Sean Connery (1930 – 2020)
O ator Sean Connery, o primeiro e melhor James Bond do cinema, morreu neste sábado (31/10) nas ilhas das Bahamas, enquanto dormia, aos 90 anos, após estar “indisposto há algum tempo”. “Um dia triste para todos que conheciam e amavam meu pai e uma triste perda para todas as pessoas ao redor do mundo que gostaram do maravilhoso talento que ele tinha como ator”, disse seu filho Jason à BBC. Lembrado como o espião mais charmoso e elegante do cinema, e fora das telas como um cavaleiro, nomeado pela Rainha Elizabeth II Sir Sean Connery em 2000, ele não podia ser mais diferente da percepção pública de sua imagem. Em contraste, ele não era nenhum pouco refinado – como os atores britânicos de hoje, que estudaram em faculdades de artes para seguir carreira. Ele quase nem estudou. Para virar ator, foram dois dias de aulas de atuação e canto, que lhe renderam uma vaga no coro de uma montagem itinerante do musical “South Pacific”, no início de sua carreira. A busca pelo teatro surgiu da necessidade de pagar de contas, e era apenas mais uma tentativa numa longa lista de empregos temporários do proletário escocês de sotaque carregado, que cresceu na pobreza e fez muitos trabalhos braçais antes de considerar os palcos. Thomas Sean Connery nasceu em 25 de agosto de 1930, o mais velho de dois filhos de pais operários em Edimburgo (seu pai dirigia um caminhão e trabalhava em uma fábrica de borracha). Ele abandonou a escola pouco antes de completar 14 anos e trabalhou em uma variedade de empregos ocasionais, incluindo como leiteiro, pedreiro e salva-vidas. Convocado para servir na Marinha Real, acabou dispensado depois de três anos por ter desenvolvido úlcera e recebeu uma bolsa do governo para se tornar aprendiz de polidor de caixões. Também trabalhou na impressão de um jornal de Edimburgo antes de tentar fazer carreira no fisiculturismo e levantamento de peso. Em 1950, ele competiu no concurso Mr. Universo, terminando em terceiro. Com quase 2 metros de altura e músculos definidos, ainda modelou nu para uma galeria de arte de Edimburgo. A presença imponente e a maneira rude também lhe renderam dinheiro como figurante em peças, séries e filmes. Até que teve a chance de substituir Jack Palance (“Os Brutos Também Amam”) num teleteatro ao vivo da BBC, em 1957. A aclamação recebida por seu desempenho lhe fez perceber que podia viver apenas como ator. Ele estreou no cinema no mesmo ano, como um capanga com problema de dicção no filme de gângster “No Road Back”, e assim assinou seu primeiro contrato com um estúdio, a 20th Century Fox. Em pouco tempo, progrediu para papéis de coadjuvante, contracenando com Lana Turner em “Vítima de uma Paixão” (1958), mas foi a BBC que o lançou como protagonista, no papel-título de “Macbeth” (1960), como Alexandre, o Grande, em “Adventure Story” (1961) e como o Conde Vronsky em “Anna Karenina” (1961). Após interpretar um soldado em “O Mais Longo dos Dias” (1962), a epopeia de Darryl F. Zanuck sobre o Dia D, da 2ª Guerra Mundial, Connery chamou atenção dos produtores americanos Harry Saltzman e Albert Broccoli, que notaram como ele “caminhava como uma pantera”. Durante a conversa inicial, eles ficaram impressionados com seu magnetismo animal, que emanava de sua presunção e falta de filtros. Antes dele, os produtores procuraram David Niven e Cary Grant, atores bem mais velhos, conhecidos por viverem aristocratas e ricos nas telas, mas ambos recusaram um contrato para cinco filmes, que era a oferta inicial. Ao ouvir que o valor era de US$ 1 milhão, Connery aceitou na hora. E embora fosse muito diferente dos intérpretes que Saltzman e Broccoli inicialmente procuravam, transformou James Bond no personagem que todos imaginam agora, quando fecham os olhos: um homem de forte presença física, enorme apelo sexual e carisma de sobra, mas extremamente brutal quando necessário. Connery definiu cada detalhe de James Bond ao estrelar os primeiros cinco filmes produzidos pela United Artists com a superespião britânico do escritor Ian Fleming. Logo após a estreia do primeiro, “007 Contra o Satânico Dr. No” (1962), feito com o orçamento mais baixo de toda franquia, em locações na Jamaica, Connery passou a receber milhares de cartas de fãs por semana. O segundo, “Moscou Contra 007” (1963), foi a única continuação direta de sua fase como James Bond e ele dizia que também era seu favorito. Mas foi o terceiro, “007 Contra Goldfinger” (1964), que transformou a franquia num fenômeno mundial. Ele ainda fez “007 Contra a Chantagem Atômica” (1965) e ao chegar ao quinto longa, “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes” (1967), já tinha se tornado um dos maiores astros de cinema do mundo. Os primeiros filmes de Connery como Bond fizeram tanto sucesso que lançaram moda, inspirando imitadores, paródias e influenciaram para sempre a cultura pop com suas frases icônicas, carros cheio de gadgets, Bond girls e supervilões obcecados em dominar o mundo. Mas quando Saltzman e Broccoli lhe ofereceram mais US$ 1 milhão para renovar seu contrato, Connery disse não. Entre os filmes de 007, ele tinha se diversificado, filmando até um clássico do suspense com Alfred Hitchcock, “Marnie, Confissões de uma Ladra” (1964), e outra produção marcante com Sidney Lumet, “A Colina dos Homens Perdidos” (1965). Portanto, não lhe faltavam ofertas de papéis. Enquanto isso, “007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade” (1969) foi rejeitado pelo público, tornando-se um desastre de bilheteria e o único filme do espião estrelado pelo australiano George Lazenby – apesar de, em contraste, ter um dos melhores roteiros da saga. Os produtores voltaram a procurá-lo e Connery então aceitou o maior salário já oferecido para um ator até então, US$ 1,25 milhão por um filme, mais um acordo com o estúdio United Artists para financiar dois outros filmes para ele. E assim James Bond voltou a ser quem era em “007 – Os Diamantes São Eternos” (1971). Com o dinheiro que ganhou para viver 007 mais uma vez, Connery fundou um fundo educacional com o objetivo de ajudar crianças carentes na Escócia. Paralelamente, ele também criou sua própria produtora e retomou sua parceria com Sidney Lumet, estrelando “O Golpe de John Anderson” (1971), “Até os Deuses Erram” (1973) e a adaptação de Agatha Christie “Assassinato no Expresso Oriente” (1974). Mas quando Saltzman e Broccoli lhe procuraram novamente para fazer “Com 007 Viva e Deixe Morrer” (1973), ele disse estar “farto de toda a história de James Bond” e recusou a impressionante oferta de US$ 5 milhões, fazendo com que a franquia trocasse de mãos, para a consagração da versão suave e debochada de Bond, vivida por Roger Moore. Mesmo assim, Connery retrataria 007 uma última vez, aos 52 anos, no apropriadamente intitulado “007 – Nunca Mais Outra Vez”, pelo qual recebeu uma fortuna não revelada da Warner Bros em 1983. O filme só existiu por causa de uma brecha contratual nos direitos do personagem e não foi considerado parte da franquia oficial. O ator continuou sua carreira de sucesso por mais três décadas, variando radicalmente sua filmografia, por meio de títulos como a bizarra e cultuada sci-fi “Zardoz” (1974), de John Boorman, o épico “O Homem que Queria ser Rei” (1975), de John Huston, que lhe valeu uma amizade para toda a vida com Michael Caine, a emocionante aventura medieval “Robin e Marian” (1976), sobre o fim da vida de Robin Hood, dirigida por Richard Lester, o clássico de guerra “Uma Ponte Longe Demais” (1977), de Richard Attenborough, etc. Ele acompanhou os tempos e virou astro de superproduções do cinema hollywoodiano pós-“Guerra nas Estrelas”, repleto de efeitos visuais, estrelando a catástrofe apocalíptica “Meteoro” (1979), de Ronald Neame, o western espacial “Outland: Comando Titânio” (1981), de Peter Hyams, as fantasias “Os Bandidos do Tempo” (1981), de Terry Gilliam, e “Highlander: O Guerreiro Imortal” (1986), mas principalmente “Indiana Jones e a Última Cruzada” (1989), de Steven Spielberg, como o pai do personagem de Harrison Ford. A década também lhe rendeu consagração em dois blockbusters: a adaptação do best-seller “O Nome da Rosa” (1986), dirigida por Jean-Jacques Annaud, pela qual foi premiado com o BAFTA (o “Oscar britânico”) de Melhor Ator, e o célebre filme “Os Intocáveis” (1987), maior sucesso da carreira do diretor Brian de Palma. O papel do policial honesto Jim Malone, integrante da equipe intocável de Elliot Ness (Kevin Costner), marcou seu desempenho mais elogiado e seu primeiro e único Oscar, como Melhor Ator Coadjuvante de 1988. Seu nome continuou a lotar cinemas durante os anos 1990, em sucessos como “A Caçada ao Outubro Vermelho” (1990), que lançou o personagem Jack Ryan nas telas, a aventura “O Curandeiro da Selva” (1992), em que veio filmar no Brasil, e em thrillers como “A Rocha” (1996), ao lado de Nicolas Cage, e “Armadilha” (1999), ao lado de Catherine Zeta-Jones. Mas aos poucos foi se envolvendo em produções que, apesar de extremamente caras, tinham cada vez menor qualidade. “Os Vingadores” (1998), que adaptou a série homônima da TV britânica, e principalmente “A Liga Extraordinária” (2003), baseado nos quadrinhos de Alan Moore, marcaram seu desencanto pelo cinema, levando-o a decidir-se por uma aposentadoria precoce. Connery recusou fortunas e apelos de vários cineastas, ao longos dos anos, para mudar de ideia. Mas sua decisão era final, feito o título de seu último filme de 007. “Nunca mais outra vez”. Fora das telas, ele se casou duas vezes: com a falecida atriz australiana Diane Cilento (“Tom Jones”, “O Homem de Palha”), com quem teve um filho, e a artista francesa Micheline Roquebrune, que permaneceu a seu lado desde 1975 – e em meio a muitos casos bem documentados de infidelidade do ator. Os produtores atuais dos filmes de 007, Michael G. Wilson e Barbara Broccoli, emitiram um comunicado sobre sua morte. “Estamos arrasados com a notícia do falecimento de Sir Sean Connery. Ele foi e sempre será lembrado como o James Bond original, cuja marca indelével na história do cinema começou quando ele pronuciou aquelas palavras inesquecíveis, ‘O nome é Bond … James Bond’. Ele revolucionou o mundo com seu retrato corajoso e espirituoso do agente secreto sexy e carismático. Ele é, sem dúvida, o grande responsável pelo sucesso da série de filmes, e seremos eternamente gratos a ele.”
007: Sem Tempo para Morrer teve lançamento negociado em streaming
Netflix, Apple e Amazon teriam tentado comprar os direitos exclusivos de exibição de “007: Sem Tempo para Morrer” para lançamento em streaming. Quem apurou as negociações foi a agência de notícias Bloomberg. E ao ir atrás de confirmação, a revista Variety descobriu que o negócio não aconteceu porque a MGM pediu muito caro: US$ 600 milhões. As empresas de streaming teria buscado a MGM após o primeiro adiamento do filme, que inicialmente estava previsto para abril deste ano e foi atrasado por seis meses em março, tornando-se o primeiro grande lançamento de cinema afetado pela pandemia. No início de outubro, porém, o filme sofreu nova mudança de calendário e agora só será lançado um ano após a data original. Oficialmente, porém, a MGM informou que “Não comentamos boatos”. “O filme não está à venda. O lançamento do filme foi adiado até abril de 2021 para preservar a experiência cinematográfica dos espectadores”, diz um comunicado da empresa. O filme custa mais de US$ 250 milhões para ser produzido e, devido aos adiamentos causados pela pandemia do coronavírus, o estúdio teria desperdiçado mais US$ 50 milhões em campanhas promocionais que não serviram para nada, pois, com a nova data, o filme ainda está longe de estrear. Por outro lado, “007: Sem Tempo para Morrer” tem várias parcerias promocionais para ajudar a abater esses custos – entre elas com os carros Land Rover, relógios Omega e cervejas Heineken. Essas empresas esperam que o filme chegue aos cinemas e poderiam argumentar não ter investido para um lançamento por streaming. A negociação, porém, tem precedentes. Após a pandemia, vários estúdios venderam seus filmes para serviços de streaming. A Sony, em particular, conseguiu aval de seus parceiros publicitários, McDonald’s e Crown Royal, para levar “Um Príncipe em Nova York 2” para a Amazon. “007: Sem Tempo Para Morrer” será o último filme de Daniel Craig como James Bond e trará com Rami Malek como o grande vilão da vez. Com direção de Cary Joji Fukunaga (“Beasts of No Nation”), o lançamento está marcado para 1 de abril no Brasil – data que, ironicamente, parece uma pegadinha.
Margaret Nolan (1943 – 2020)
A atriz Margaret Nolan, que ficou conhecida como mulher de ouro do filme “007 Contra Goldfinger”, morreu em 5 de outubro passado, aos 76 anos. Além de aparecer na abertura e no pôster de “Goldfinger”, ela também teve um papel no longa e se destacou em diversas comédias britânicas, participando até de um filme com os Beatles. Nolan começou sua carreira nas artes como modelo, adotando o pseudônimo de Vicky Kennedy no início dos anos 1960, mas retomou seu nome de nascimento assim que começou a atuar. Seu corpo cheio de curvas chamou atenção dos produtores do canal britânico ITV, que a lançaram em seu primeiro papel de garota sexy num episódio de 1963 da série clássica “O Santo” (The Saint), ao lado do futuro 007 Roger Moore. Ela chegou ao cinema no ano seguinte, em nada menos que cinco filmes. Nolan viveu uma candidata a miss na comédia “Um Corpo de Mulher”, teve uma cena em “Os Reis do Ié-Ié-Ié”, primeiro filme dos Beatles, juntou-se a outra banda de Liverpool, Gerry & The Pacemakers, em “Frenéticos do Ritmo”, e ainda apareceu em “Saturday Night Out”. Mas foi mesmo com “007 Contra Goldfinger” que atingiu status de ícone na Inglaterra. Embora tenha aparecido no filme como Dink, massageando James Bond (Sean Connery), seu desempenho mais lembrado acontece na famosa sequência de abertura, como a modelo pintada de ouro, que serve de tela para cenas da produção, projetadas sobre o corpo. O visual mod-psicodélico também foi evocado no pôster do filme, com Connery estampado sobre sua pele dourada. Esse trabalho lhe rendeu vários convites para voltar a ser modelo, inclusive uma sessão de fotos para a revista Playboy, mas ela não quis largar o cinema. Depois de filmar “Três Quartos em Manhattan” (1965) com o francês Marcel Carné, apareceu na sua primeira comédia besteirol da franquia “Carry On”, “Pra Frente, Vaqueiro” (1965), e encontrou seu nicho como comediante. Embora tenha aparecido no terror “O Caçador de Bruxas” (1968), com Vincent Price, ela transformou o papel de garota sexy numa bem-sucedida filmografia de humor, contracenando inclusive com os americanos Warren Beatty e Jerry Lewis, respectivamente em “A Deliciosa Viuvinha” (1966) e “Um Golpe das Arábias” (1968). Ao ser convidada para mais quatro filmes de “Carry On”, entre eles os sucessos “Manda Ver, Henry” (1971) e “Simplesmente Garotas” (1973), conseguiu manter sua popularidade até meados dos anos 1970. Nolan ainda atuou em diversos episódios de séries britânicas famosas, incluindo “Danger Man”, “Secret Agent”, “The Persuaders” e “Q”, e chegou a ser dirigida por Alfred Hitchcock em “Frenesi”, mas sua cena foi cortada na edição que chegou aos cinemas em 1972. Assim que as ofertas de trabalho diminuíram, no começo dos anos 1980, ela decidiu se reinventar. Mudou-se para a Espanha e passou a trabalhar com fotografia, realizando experiências visuais com fotomontagens. Suas obras foram aclamadas e exibidas em galerias de arte de Londres. Ela só voltou a atuar por insistência de um fã. O diretor Edgar Wright a escalou para um pequeno papel em seu próximo filme, “Last Night in Soho”, que ela completou antes de morrer. “Ela estava no meio de tudo que era cool nos anos 1960”, descreveu Wright em suas redes sociais, ao lamentar a morte da atriz. A atriz deixa dois filhos. Um deles, Oscar Deeks, deu sequência a duas paixões da mãe, virando diretor de fotografia de cinema. Não só isso: sua carreira começou como assistente de fotografia em “007 – Cassino Royale” (2006).
007 – Sem Tempo para Morrer é adiado para abril de 2021
O lançamento de “007 – Sem Tempo para Morrer”, 25º filme da franquia James Bond, foi adiado mais uma vez nesta sexta-feira (2/10). Prevista para novembro, a estreia agora foi transferida para 2 de abril de 2021 nos Estados Unidos. “Entendemos que o adiamento vai ser decepcionante para nossos fãs, mas estamos ansiosos para compartilhar ‘Sem Tempo para Morrer’ no ano que vem”, afirmou o estúdio MGM em comunicado. Com o novo adiamento, o filme vai chegar aos cinemas um ano após a data originalmente prevista. A previsão de sua estreia era 31 de março de 2020 em Londres, mas algumas semanas antes o lançamento precisou ser atrasado por causa da pandemia de coronavírus. Embora a nova data tenha sido divulgada apenas para os EUA, os demais mercados devem acompanhar o adiamento. Os prejuízos causados pela nova mudança são milionários, uma vez que os gastos de marketing estão sendo feitos desde 2019. Na quinta (1/10), a cantora Billie Eilish divulgou o clipe da música-tema, fazendo com que fosse conhecida, em retrospecto, meio ano antes da estreia do filme.
Billie EIlish lança clipe sombrio do tema de 007 – Sem Tempo Para Morrer
A cantora Billie EIlish divulgou nesta quinta (1/10) o clipe sombrio de “No Time to Die”, música-tema do filme “007 – Sem Tempo Para Morrer”. A canção se diferencia de outras gravações dos longas de James Bond por ser incrivelmente romântica. Aos 18 anos, Billie é também a mais jovem cantora e compositora de um tema de 007 na história da franquia. Ela canta sobre um relacionamento trágico, com traições e corações partidos, enquanto o vídeo enfatiza os olhares trocados entre o casal protagonista do filme – muito mais que as inevitáveis cenas de ação. O tom melancólico reflete o que os trailers adiantaram sobre a trama de “007 – Sem Tempo Para Morrer”, que envolve um segredo de Madeleine Swann (Léa Seydoux), a paixão do agente secreto James Bond (Daniel Craig), relacionado ao vilão da vez, o deformado Safin (Rami Malek). O último filme de James Bond estrelado por Daniel Craig tem direção de Cary Joji Fukunaga (“Beasts of No Nation”) e estreia prevista para 19 novembro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA, após adiamento devido à pandemia de coronavírus.










