A cantora Britney Spears teve sua tutela encerrada na sexta-feira (12/11), após 13 anos sem poder decidir os rumos de sua carreira e vida pessoal.
“A partir de hoje, a tutela da pessoa e do espólio de Britney Jean Spears está encerrada”, disse a juíza Brenda Penny numa audiência de apenas 30 minutos, na qual ninguém se opôs ao fim do controle legal sobre a artista.
Como queriam os fãs que organizaram o movimento #FreeBritney, ela finalmente se encontra completamente livre para fazer o que quiser.
Britney não compareceu à audiência em Los Angeles, mas em em junho deu um forte depoimento de 20 minutos, implorando ao tribunal que encerrasse o acordo legal que regia sua vida pessoal e sua fortuna desde 2008.
A tutela foi criada numa audiência de 10 minutos que deu a seu pai, Jamie Spears, as chaves para trancá-la em casa e abrir seu cofre. A decisão foi tomada depois que ela teve um colapso público e passou por tratamento para problemas de saúde mental nunca revelados.
A situação só encontrava paralelos em outros casos escandalosos da História, como a internação forçada de Camille Claudel. O detalhe é que a escultura foi classificada como louca por critérios de 100 anos atrás. Desde que foi considerada “incapaz”, Britney gravou discos, fez turnês e acumulou um patrimônio de mais de US$ 60 milhões, que era totalmente controlado por seu pai.
Isto só começou a mudar após vários desdobramentos midiáticos nos últimos meses.
Tudo começou com o documentário “Framing Britney Spears”, dedicado justamente ao movimento #FreeBritney, que gerou até pedidos de desculpas à cantora de várias celebridades. Mas o ponto de virada foi a ida de Britney ao tribunal em junho passado, quando denunciou o próprio pai por situação análoga à escravidão.
Mesmo assim, a juíza manteve tudo como estava. Até este momento, Brenda Penny vinha sendo muito dura com Britney, ignorando várias demandas ao longo do processo. A cantora de 39 anos precisou até chorar numa audiência posterior para convencer a juíza a lhe dar o direito de escolher o próprio advogado.
Até poucos meses atrás, o caso de Britney era defendido por uma advogado indicado pela própria corte no início do processo, há 13 anos, que nunca conseguiu fazer valer qualquer pedido da artista. Mas bastou ele ser substituído para Mathew Rosengart, o escolhido pela artista, para o processo se resolver em velocidade acelerada, deixando claro os abusos a que ela estava submetida.
O último empurrão foi dado por um novo documentário da equipe de “Framing”, intitulado “Controlling Britney Spears”, que trouxe à tona em setembro a situação de vigilância constante da vida de Britney, com escutas em seu quarto e espionagem de suas ligações, sob ordens de seu pai. As revelações foram incluídas numa petição de Matthew Rosengart, que conseguiu tirar Jamie Spears da tutela poucas semanas depois do filme chegar na plataforma Hulu – e antes da estreia na Globoplay no Brasil.
“Esta situação não é sustentável… Esta situação é tóxica”, disse a juíza Brenda Penny em setembro, ao livrar Britney do controle do pai – com uma citação ao hit “Toxic”! – , mas mantendo um contador responsável pelo controle de seus bens.
Na audiência desta sexta, Rosengart afirmou que já não havia motivos para manter Britney sob a tutela de terceiros: “Depois de mais de uma década, chegou a hora de a tutela ser totalmente encerrada”. E sustentou o pedido afirmando que uma “rede de segurança” havia sido criada para ajudar na transição de Britney para a vida normal.
Quando a juíza concordou, os fãs que se aglomeravam do lado de fora do tribunal explodiram em aplausos e começaram a dançar e cantar o hit “Stronger”.
Britney comemorou no Instagram com um vídeo da reação dos fãs e um post em que exclama “Finalmente Livre!”, acompanhado por emojis de coração e um vídeo em que ri e dança.
“Meu Deus, eu amo tanto meus fãs que é uma loucura!!! Acho que vou chorar o resto do dia!!!! Melhor dia de todos… louvado seja o Senhor… posso obter um Amém?”, acrescentou ao lado do vídeo com a comemoração dos fãs.