Michel Legrand (1932 – 2019)
O compositor francês Michel Legrand, vencedor de três estatuetas do Oscar por suas trilhas sonoras, e que trabalhou com mitos da música como Frank Sinatra, Ray Charles, Miles Davis, Edith Piaf e Elis Regina, faleceu neste sábado (26/1) em Paris aos 86 anos. Sua carreira teve quase 70 anos, marcando tanto a história do jazz quanto a do cinema. Músico e arranjador, Legrand começou a compor música para filmes com o surgimento da Nouvelle Vague francesa, trabalhando para Agnès Varda no clássico “Cléo das 5 às 7” (1962), no qual também estrelou, com Jean-Luc Godard em “Uma Mulher É Uma Mulher” (1961), “Viver a Vida” (1962) e “Bando à Parte” (1964), mas sobretudo com Jacques Demy, para quem quem compôs dois musicais cultuadíssimos, “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964) e “Duas Garotas Românticas” (1967). Com o impacto causado pelos longas de Demy, Legrand chamou atenção do colega Henry Mancini, grande compositor de Hollywood, que lhe convidou a trabalhar em seu primeiro filme americano, assinando a trilha sonora de “Crown, o Magnífico” (1968). E a principal canção do longa, “The Windmills of Your Mind”, rendeu a primeira estatueta do Oscar ao compositor em 1969. Seguiram-se uma coleção de trilhas clássicas, 13 indicações ao Oscar e duas vitórias na Academia, pelas melodias inesquecíveis dos filmes “Houve uma vez um Verão” (1972) e “Yentl” (1984). Mas apesar do sucesso em Hollywood, Legrand não abandonou o cinema francês, trabalhando em obras nos dois continentes, e ainda manteve uma carreira paralela e igualmente premiada na música. Suas composições receberam 17 indicações ao Grammy, vencendo cinco troféus da indústria fonográfica. Entre as muitas trilhas famosas de sua carreira, também merecem citação os trabalhos de “Lola, a Flor Proibida” (1961), “Quem é Polly Maggoo?” (1966), “A Piscina” (1969), “Tempo para Amar, Tempo para Esquecer” (1969), “Mosaico de Sonhos” (1970), “A Garota no Automóvel – Com Óculos e um Rifle” (1970), “As 24 Horas de Le Mans” (1971), “Interlúdio de Amor” (1973), “Os Três Mosqueteiros” (1973), “Verdades e Mentiras” (1973), “Retratos da Vida” (1981), “Amigos Muito Íntimos” (1982), “007 – Nunca Mais Outra Vez” (1983), “Prêt-à-Porter” (1994), “Os Miseráveis” (1995) e o filme recém-resgatado de Orson Welles “O Outro Lado do Vento” (2018). Relembre abaixo seis trabalhos famosos de Legrand no cinema. Na cena de “Cléo das 5 às 7”, é ele quem aparece cantando ao piano.
Beck e Billie Eilish lançam músicas inspiradas pelo filme Roma
Após se tornar o filme com mais indicações no Oscar 2019, “Roma”, de Alfonso Cuarón, vai ganhar um disco com músicas inéditas. A Sony Music vai produzir uma seleção musical inspirada pelo longa da Netflix. As músicas foram compostas por diversos artistas famosos após o lançamento do filme e, portanto, não fazem parte da trilha original. Intitulado “Music Inspired by the Film Roma”, o lançamento está previsto para o próximo dia 8 de fevereiro, e as primeiras músicas já começaram a vir à tona. Duas faixas estão disponíveis no YouTube, entre elas “Tarantula”, cover do grupo Colourbox gravado por Beck, que conta com participação vocal das cantoras Feist e Alex Lilly, e arranjo orquestral do pai do artista, David Richard Campbell. A segunda música é “When I Was Older”, de Billie Eilish. Outros artistas que participam do projeto são El-P, Patti Smith, DJ Shadow, Unkle, Laura Marling e até Bo Cuarón, filha do diretor, mas suas músicas ainda não são conhecidas. Confira as primeiras faixas abaixo.
Oscar 2019: Lady Gaga e Kendrick Lamar deixam disputa de Melhor Canção mais pop
A Academia de Ciências e Artes Cinematográficas dos Estados Unidos resolveu ser um pouco mais pop no Oscar 2019. A “ousadia” consistiu em barrar, apenas pela quarta vez neste século, músicas de desenhos animados de sua seleção de Canções Originais. A lista privilegia sucessos de rádio, trazendo artistas já consagrados pelo Grammy, como Lady Gaga (por “Nasce uma Estrela”), Kendrick Lamarr (“Pantera Negra”) e Jennifer Hudson (“RBG”), ao lado de duas composições mais “cinematográficas”, compostas especificamente para cenas musicais dos filmes “A Balada de Buster Scruggs” e “O Retorno de Mary Poppins”. As duas opções mais convencionais respondem pelas ausências sentidas de Thom Yorke (“Suspiria”), Troye Sivan (“Boy Erased”), Sade (“Viúvas”) e Dolly Parton (“Dumplin'”), que estavam entre os 15 pré-selecionados na categoria. Mesmo assim, já representa um grande avanço na categoria, que tradicionalmente valoriza trabalhos antiquados, por refletir o gosto de homens brancos com mais de 60 anos de idade – a média dos eleitores da Academia. Relembre abaixo a disparidade das músicas selecionadas para o Oscar 2019. Elas devem ser interpretadas ao vivo durante a cerimônia de premiação, marcada para 24 de fevereiro em Los Angeles, com transmissão no Brasil pelos canais Globo e TNT.
Conheça a abertura e a música-tema do novo desenho de Carmen Sandiego
A Netflix divulgou a abertura de “Carmen Sandiego”, nova série animada baseada no jogo e nos desenhos de “Em que Lugar da Terra Está Carmen Sandiego?”. Em clima de “007”, a música é composta por Jared Lee Gosselin (“Shrek Terceiro”) e cantada por Raquel Castro (a Marisol da série “Empire”). Carmen Sandiego surgiu pela primeira vez num jogo (“Where in the World Is Carmen Sandiego?”) de 1985, criado por Gene Portwood e Lauren Elliott, ex-funcionários da Disney, com o intuito de ensinar geografia às crianças. No game, detetives da agência ACME tentam deter a organização criminosa V.I.L.E., liderada por Carmen Sandiego, que realiza roubos impossíveis ao redor do mundo. Fez tanto sucesso que virou uma série animada exibida entre 1994 e 1999 pela Fox Kids. As duas produções tem visuais bem diferentes, embora a atração da Netflix preserve as roupas vermelhas e até o chapelão da protagonista. Em sua nova versão, Carmen também ganhou contornos de uma Robin Hood moderna. Embora seja publicamente percebida como uma criminosa pela maioria das agências da lei – correção, uma mestre criminosa, devido à escala e teatralidade de seus assaltos – ela na verdade só rouba de outros ladrões, especialmente da V.I.L.E. A protagonista é dublada por Gina Rodriguez (a “Jane The Virgin”) e o elenco de vozes em inglês ainda destaca Finn Wolfhard (“Stranger Things”), no papel de Player/Jogador, amigo e cúmplice de Carmen Sandiego. A série estreia na sexta (18/1) em streaming.
Aquaman: Vídeos divulgam créditos finais do filme e bastidores da música de Skylar Grey
O sucesso de “Aquaman” virou case promocional para diversas empresas que tiveram participação em diferentes etapas da sua produção. Dois vídeos liberados no fim de semana pegam carona no fenômeno estrelado por Jason Momoa e dirigido por James Wan para divulgar trabalhos derivados do longa. A Filmograph, empresa que produz títulos e créditos de filmes em Hollywood, divulgou a sequência final de “Aquaman” em sua conta no portal de vídeos Vimeo. Além do belo trabalho de direção de arte, a sequência que apresenta os nomes do elenco e da equipe ainda destaca uma música da cantora Skylar Grey. Intitulada “Everything I Need”, a música ganhou um vídeo específico com os bastidores de sua gravação, cortesia, por sua vez, da WaterTower Music, a gravadora das trilhas da Warner. Veja abaixo os dois trabalhos derivados do filme.
Trilha nacional de WiFi Ralph ganha clipe com Luísa Sonza
A Disney divulgou o clipe oficial de “Esse É o Lugar”, canção em português da trilha sonora nacional de “WiFi Ralph: Quebrando a Internet”, entoada por Luísa Sonza. O vídeo acompanha o lançamento da animação nos cinemas brasileiros, que aconteceu nesta quinta (3/1). Em ritmo de pop genérico adolescente, o clipe mostra a cantora em um estúdio de gravação, em meio a cenas do filme. A divulgação também ajuda aos mais velhos a desvendarem que Luísa Sonza não é uma ex-BBB, tendo em vista a cobertura intensa de sua vida de celebridade – “Luísa Sonza vai à praia”, “A maquiagem do casamento de Luísa Sonza”. Luísa Sonza, claro, é a cantora de “Nunca Foi Sorte”, que contém a frase: “quem disse que azul é a cor que ele tem que usar”. Vale lembrar que, nesta semana, a letra ganhou resposta. Quem disse, afinal, foi a recém-empossada Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
Sony lança disco de Natal do Homem-Aranha
A Sony revelou que o Homem-Aranha também é cantor. O estúdio-gravadora lançou um disco de Natal do super-herói, com gravações feitas pelos intérpretes das diferentes versões do herói em “Homem-Aranha no Aranhaverso”. O curioso é que o disco “A Very Spidey Christmas”, era apenas uma brincadeira no filme. Mas quando uma produção faz tanto sucesso quanto “Homem-Aranha no Aranhaverso”, até piadas são levadas à sério. A versão do disco disponibilizada na sexta-feira (21/12) via Spotify, YouTube e Apple Music é um EP de cinco faixas. E, além de clássicos de Natal, inclui “Spidey-Bells (A Hero’s Lament)”, paródia de “Jingle Bells” ouvida nos créditos finais da produção. Quem canta é ninguém menos que Chris Pine, uma das vozes de Peter Parker na produção. Outros “cantores” incluem Jake Johnson (o Peter Parker principal), Shameik Moore (Miles Morales) e Jorma Taccone (Homem-Aranha 1967). Mas, ironicamente, Hailee Steinfeld (Gwen-Aranha), que tem uma carreira de cantora na vida real, não entrou na lista. Ouça abaixo todas as canções.
Ouça as 15 músicas pré-selecionadas para o Oscar 2019 de Melhor Canção
A Academia de Ciências e Artes Cinematográficas dos Estados Unidos divulgou a lista das 15 músicas pré-selecionadas para a disputa do Oscar 2019 de Melhor Canção. Todas podem ser ouvidas abaixo. A relação inclui canções de Lady Gaga (para “Nasce uma Estrela”), Kendrick Lamar (“Pantera Negra”), Thom Yorke (“Suspiria”), Troye Sivan (“Boy Erased”), Sade (“Viúvas”), Dolly Parton (“Dumplin'”), Quincy Jones (“Quincy”) e Jennifer Hudson (“RBG”). A música de Hudson, por sinal, é uma composição de Diane Warren, que já disputou nove Oscars da categoria sem vencer nenhum. É uma das duas músicas de documentários da seleção, feita para o filme “RBG”, sobre a juíza Ruth Bader Ginsburg. E, ironicamente, a música de Keisha para a cinebiografia da mesma juíza, “Suprema”, não foi qualificada. Por outro lado, “O Retorno de Mary Poppins” emplacou duas canções, ao estilo dos musicais cafonas que a Academia adora. O mesmo tom marca a faixa selecionada da animação “WiFi Ralph: Quebrando a Internet”. Como “O Retorno de Mary Poppins” deve emplacar compulsoriamente um representante na categoria, resta saber se o Oscar 2019 será um dos primeiros em tempos recentes a não qualificar uma música de animação. São muitas estrelas para apenas cinco vagas. E isso que Keisha (“Suprema”), Eminem (“Venom”), Demi Lovato (“Uma Dobra no Tempo”), Imagine Dragons (“Wifi Ralph”), Post Malone (“Homem-Aranha no Aranhaverso”), Annie Lennox (“A Private War”), Celine Dion (“Deadpool 2”), Sia (“Vox Lux”) e até Prince (“Infiltrado na Klan”) foram barrados. Os finalistas de todas as categorias serão anunciados apenas no dia 22 de janeiro e a cerimônia de premiação está marcada para 24 de fevereiro, com transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais Globo e TNT. Dê play no playlist a seguir para ouvir todas as 15 canções selecionadas. A lista completa está logo abaixo. “Revelation”, de “Boy Erased: Uma Verdade Anulada” “Suspirium”, de “Suspiria” “All the Stars”, de “Pantera Negra” “The Big Unknown”, de “Viúvas” “We Won’t Move”, de “O Ódio que Você Semeia” “Treasure”, de “Querido Menino” “I’ll Fight”, de “RBG” “Shallow”, de “Nasce uma Estrela” “Girl In The Movies”, de “Dumplin’ “When A Cowboy Trades His Spurs For Wings”, de “A Balada de Buster Scruggs” “Trip A Little Light Fantastic, de “O Retorno de Mary Poppins” “The Place Where Lost Things Go”, de “O Retorno de Mary Poppins” “A Place Called Slaughter Race”, de “WiFi Ralph: Quebrando a Internet” “Keep Reachin”, de “Quincy” “OYAHYTT”, de “Sorry to Bother You”
Playboy alemã admite “erros” na entrevista totalmente falsa em que Ennio Morricone ofende Tarantino
Os editores da versão alemã da revista Playboy responderem à denúncia do compositor Ennio Morricone de que ele nunca deu entrevista para a publicação, muito menos uma entrevista em que chamou o diretor Quentin Tarantino de “cretino” e seus filmes de “lixo”, como virou notícia no fim de semana em todo o mundo. Num primeiro momento, os porta-vozes da revista falaram grosso, dando data e citando testemunha da entrevista. No segundo, afinaram. Admitiram que as frases nunca ditas foram “reproduzidas erroneamente”. “Até agora, considerávamos o freelancer que conduziu a entrevista com Ennio Morricone em nosso nome como um jornalista renomado tanto no impresso quanto no rádio”, disse o editor Florian Boitin em novo comunicado, nesta terça-feira (13/11). “No passado, não tivemos razões para duvidar de sua integridade jornalística e suas habilidades”. “Baseando-se na informação que temos à nossa disposição, precisamos, infelizmente, assumir que as palavras ditas na entrevista foram reproduzidas, em parte, erroneamente. Queremos expressar o nosso arrependimento se retratamos o Sr. Morricone sob uma luz falsa. Estamos trabalhando para clarificar este assunto e explorando medidas legais”, completa o texto. A entrevista viralizou, reproduzida até no Brasil, por Morricone supostamente atacar Tarantino e menosprezar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Ele recebeu o Oscar de Melhor Trilha Sonora por seu trabalho em “Os Oito Odiados”, de Tarantino. Perturbado pela repercussão, o célebre compositor italiano emitiu um comunicado afirmando jamais ter dado a tal entrevista. Além de elogiar Tarantino e seus filmes, Morricone também afirmou que processaria a publicação alemã. Leia abaixo a íntegra da manifestação de Morricone. “Chegou ao meu conhecimento que a Playboy da Alemanha publicou um artigo em que chamei Tarantino de cretino e considero seus filmes um lixo. Isso é totalmente falso. Eu não dei uma entrevista para a Playboy da Alemanha e ainda mais, eu nunca chamei Tarantino de cretino e certamente não considero seus filmes um lixo. Eu requisitei ao meu advogado na Itália para que tome medidas civis e penais. Considero Tarantino um ótimo diretor. Eu gosto muito da minha colaboração com ele e do relacionamento que desenvolvemos durante o tempo que passamos juntos. Ele é corajoso e tem uma personalidade enorme. Eu confio em Tarantino por ser uma das pessoas responsáveis por me dar um Oscar, o que é com certeza um dos maiores reconhecimentos da minha carreira, e sou eternamente grato pela oportunidade de compor música para seu filme. Em Londres, durante uma entrevista coletiva, na frente de Tarantino, afirmei claramente que considero Quentin um dos maiores diretores desta época. E nunca falaria mal da Academia – uma instituição importante que me deu dois dos mais importantes importantes reconhecimentos da minha carreira”. Morricone, que completou 90 anos no último dia 10 de novembro, compôs alguns dos temas mais reconhecidos da história do cinema. Suas trilhas em “Por Um Punhado de Dólares” (1964), “Três Homens em Conflito” (1966), “Era uma Vez no Oeste” (1968), “Sacco e Vanzetti” (1971), “Cinzas no Paraíso” (1978), “Os Intocáveis” (1987), “Cinema Paradiso” (1988), entre vários outros trabalhos, são considerados clássicos absolutos do cinema.
Entrevista falsa de Ennio Morricone rende polêmica internacional com Quentin Tarantino
Uma entrevista falsa com o compositor Ennio Morricone, publicada pela versão alemã da revista Playboy, ganhou o mundo no fim de semana por suas frases sensacionalistas. No texto, o vencedor do Oscar de Melhor Trilha Sonora por “Os Oito Odiados” (2015) chama o diretor Quentin Tarantino de “cretino” e diz que seus filmes são um “lixo”. “O homem é um cretino. Ele apenas rouba dos outros e depois coloca tudo junto. Não há nada de original nisso. E ele nem ao menos é um diretor. Não pode ser comparado com diretores reais de Hollywood como John Huston, Alfred Hitchcock e Billy Wilder. Eles eram incríveis. Tarantino apenas reaproveita coisas velhas”, publicou a revista como sendo uma frase dita por Morricone. Na entrevista que não aconteceu, o compositor ainda teria chamado os filmes de Tarantino de “lixo” e explicado parte de seu problema com o diretor: “Ele me telefona do nada e quer uma trilha pronta em poucos dias, isso me deixa louco, porque é impossível”. Assim que as declarações bombásticas começaram a ser citadas na Itália e nos Estados Unidos – também foi parar em sites brasileiros – , o célebre compositor italiano emitiu um comunicado afirmando jamais ter dado esta entrevista. Além de elogiar Tarantino e seus filmes, Morricone também afirmou que processaria a publicação alemã. Leia abaixo a íntegra da manifestação de Morricone. “Chegou ao meu conhecimento que a Playboy da Alemanha publicou um artigo em que chamei Tarantino de cretino e considero seus filmes um lixo. Isso é totalmente falso. Eu não dei uma entrevista para a Playboy da Alemanha e ainda mais, eu nunca chamei Tarantino de cretino e certamente não considero seus filmes um lixo. Eu requisitei ao meu advogado na Itália para que tome medidas civis e penais. Considero Tarantino um ótimo diretor. Eu gosto muito da minha colaboração com ele e do relacionamento que desenvolvemos durante o tempo que passamos juntos. Ele é corajoso e tem uma personalidade enorme. Eu confio em Tarantino por ser uma das pessoas responsáveis por me dar um Oscar, o que é com certeza um dos maiores reconhecimentos da minha carreira, e sou eternamente grato pela oportunidade de compor música para seu filme. Em Londres, durante uma entrevista coletiva, na frente de Tarantino, afirmei claramente que considero Quentin um dos maiores diretores desta época. E nunca falaria mal da Academia – uma instituição importante que me deu dois dos mais importantes importantes reconhecimentos da minha carreira”. A Playboy alemã ainda não se manifestou a respeito da polêmica. A versão da entrevista disponibilizada na internet é assinada pela “redação da Playboy”. Atualmente, Tarantino trabalha num novo filme, “Era Uma Vez em Hollywood”, cujo título referencia dois clássicos musicados por Morricone, “Era uma Vez no Oeste” (1968) e “Era uma Vez na América” (1984), ambos dirigidos pelo mestre Sergio Leone. Estrelado por Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e muitos outros astros, “Era Uma Vez em Hollywood” tem previsão de lançamento para agosto.
Francis Lai (1932 – 2018)
Morreu o célebre compositor Francis Lai, autor de várias trilhas de cinema, entre elas a de “Love Story”, que lhe rendeu um Oscar em 1971. Ele tinha 86 anos e faleceu na quarta (7/11) na cidade francesa de Nice, de causa desconhecida. Nascido em Nice, Francis Lai foi para Paris com pouco mais de 20 anos para tocar acordeon e integrar a vibrante cena musical do bairro de Montmartre. Em 1965, conheceu o jovem cineasta Claude Lelouch, que o convidou a desenvolver a trilha do filme “Um Homem, uma Mulher”, lançado no ano seguinte. O resultado da primeira trilha de Lai se tornou um marco do cinema. Com seu corinho “da-ba-da-ba-da”, a música-tema virou fenômeno internacional — e uma das gravações mais parodiadas de sua época. A trilha foi indicada ao Globo de Ouro, assim como a parceria seguinte de Lai e Lelouch, “Viver por Viver” (1967). Foi o começo de uma relação duradoura e bem-sucedida entre o cineasta e o compositor, que resultou numa profusão de trilhas que acompanharam a filmografia quase completa de Lelouch. “Francis Lai era o homem da minha vida, um anjo disfarçado de acordeonista”, disse na quarta Lelouch, em entrevista à rádio RTL. “Fizemos 35 filmes juntos e tivemos uma história de amor que durou 50 anos”. O alcance da trilha de “Um Homem, uma Mulher” também abriu as portas de Hollywood para o compositor francês, que no ano seguinte musicou seu primeiro filme falado em inglês, a comédia “Toureiro sem Sorte” (1967), com Peter Sellers e Britt Ekland. Seguiram-se mais comédias, filmes de guerra, suspenses e em pouco tempo Lai passou a dominar o mercado, assinando trilhas de nada menos que dez filmes apenas no ano de 1970 – entre eles, os clássicos “Passageiro da Chuva”, de René Clement, e “Love Story”, de Arthur Hiller, que o consagrou de vez. Ele seguiu em ritmo alucinado durante a década de 1970, bisando suas parcerias com Lelouch, Clement, mas também expandido sua conta bancária até com filmes eróticos, como “Emmanuelle 2” (1975) e o controvertido “Bilitis” (1977) – que ironicamente lhe rendeu a primeira de suas quatro indicações ao César (o Oscar francês). As parcerias com Lelouch foram pontos altos de sua filmografia nas décadas seguintes, rendendo clássicos como “Retratos da Vida” (1981), a continuação “Um Homem, uma Mulher: 20 Anos Depois” (1986), “Itinerário de um Aventureiro” (1988) e “Os Miseráveis” (1995), entre outros, mas também merece destaque o excelente “Olhos Negros (1987), de Nikita Mikhalkov. Ao morrer, Lai trabalhava na trilha de “Les Plus Belles Années”, a derradeira colaboração com seu primeiro e último parceiro de cinema, que Lelouch pretende lançar em 2019. Relembre abaixo alguns dos primeiros e mais famosos trabalhos do compositor.
Trilha de Nasce uma Estrela completa três semanas como disco mais vendido dos Estados Unidos
A trilha sonora de “Nasce uma Estrela”, com músicas de Lady Gaga e do ator Bradley Cooper, completou três semanas em 1º lugar na parada de álbuns da revista Billboard. Foram mais 109 mil cópias comercializadas na semana passada, de acordo com o levantamento realizado pela empresa de consultoria Nielsen, das quais 61 mil representam vendas de CDs tradicionais. O disco de “Nasce uma Estrela” é a primeira trilha sonora a ficar tanto tempo no topo das paradas em mais de 10 anos. O último álbum do gênero a liderar o ranking por três ou mais semanas foi a trilha do telefilme “High School Musical 2”, que ficou quatro semanas em 1º lugar em 2007. Já o último disco com músicas de cinema a ter sucesso igual foi “Bad Boys II”, também com quatro semanas no topo da lista em 2003. O desempenho aumenta a façanha de Lady Gaga como cantora mais bem-sucedida da década, já que a trilha conta como seu quinto disco a abrir em 1ª lugar desde 2011. Os demais são “Born This Way” (2011), “Artpop” (2013), “Cheek to Cheek” (2014) e “Joanne” (2016). Nenhuma outra artista feminina emplacou tantos discos em 1º lugar no mesmo período. “Nasce Uma Estrela” também tornou-se o álbum há mais tempo em 1º lugar da cantora, ultrapassando “Born This Way”, que liderou o ranking da Billboard durante duas semanas em 2011.







