Michael Madsen, astro dos filmes de Quentin Tarantino, morre aos 67 anos
Ator foi encontrado sem vida em casa após sofrer uma parada cardíaca, segundo representantes
Rebekah Del Rio, cantora de “Cidade dos Sonhos”, morre aos 57 anos
Artista ficou marcada por sua interpretação no filme de David Lynch e voltou a trabalhar com o diretor em “Twin Peaks: O Retorno”
Editora de quadrinhos Dark Horse é comprada por empresa sueca de games
O Embracer Group, uma holding sueca de videogames, anunciou a compra da Dark Horse Media, a empresa de quadrinhos e entretenimento fundada em 1986 por Mike Richardson. Com mais de 300 propriedades intelectuais, a Dark Horse lançou diversos quadrinhos que viraram filmes, como “O Máscara”, “O Guardião do Tempo” (Timecop), “Hellboy”, “300” e “Sin City”, e também séries como “The Umbrella Academy”, “Timecop” e “Resident Alien”. A empresa ainda se especializou em publicações na via inversa, com algumas das melhores revistas em quadrinhos e graphic novels baseadas em títulos do cinema e da TV, como “Aliens”, “Predador”, “Buffy: A Caça-Vampiros”, “Avatar, a Lenda de Aang” e “Star Wars”. Na terça (21/12), a Dark Horse anunciou a produção de mais uma obra com relação cinematográfica: “Black Solstice”, criação original de Travon Free e Martin Desmond Roe, vencedores do Oscar 2021 de Melhor Curta por “Dois Estranhos”. Prevista para dezembro de 2022, a publicação gira em torno de um fenômeno que dá superpoderes para todas as pessoas negras dos EUA por 24 horas.
Clark Middleton (1957 – 2020)
O ator Clark Middleton, que estrelou as séries “Twin Peaks” e “The Blacklist”, morreu no domingo (4/5) por infecção do vírus do Nilo Ocidental, aos 63 anos. “Com o coração pesado, anunciamos a passagem de uma vida eminentemente digna de comemoração: Clark Tinsley Middleton, 63 – amado ator, escritor, diretor, professor, herói, marido, farol, amigo”, escreveu sua esposa Elissa nas redes sociais. “Clark fez a transição em 4 de outubro como resultado do vírus do Nilo Ocidental, para o qual não há cura conhecida. Clark era uma bela alma que passou a vida desafiando limites e defendendo as pessoas com deficiência”. Middleton começou a trabalhar como ator em Nova York em 1983, fazendo sua estreia teatral ao lado da estrela da Broadway Geraldine Page. Nos últimos 30 anos, sua extensa experiência no palco o levou por todo o país, onde se apresentou nos principais teatros das cidades de Nova York e Los Angeles, incluindo a montagem de sua peça individual aclamada pela crítica “Miracle Mile”. Na televisão, Middleton se destacou em papéis recorrentes em “Law & Order”, “Fringe”, no revival de “Twin Peaks” (como o marido de Aubrey/Sherilyn Fenn) e, mais recentemente, em “The Blacklist”, onde interpretou um parceiro profundamente irritante de Raymond “Red” Reddington (James Spader). Sua última participação na série foi exibida em abril passado. Ao longo de sua carreira, Middleton trabalhou com vários diretores proeminentes, como Quentin Tarantino em “Kill Bill Vol. 2” (2004), Robert Rodriguez em “Sin City” (2005), Ang Lee em “Aconteceu em Woodstock” (2009), Bong Joon Ho em “Expresso do Amanhã” (2009) e Alejandro G. Iñárritu em “Birdman” (2014). Membro vitalício do Actors Studio, ele também ensinou atuação por mais de 20 anos na cidade de Nova York. Paralelamente ao trabalho artístico, ainda foi um porta-voz da Fundação de Artrite, após conviver com a artrite reumatóide juvenil por mais de 50 anos. Em comunicado, o criador de “The Blacklist”, Jon Bokenkamp, lamentou a morte do ator. “Estou com o coração partido. Além de ser um ator verdadeiramente único e talentoso, Clark era simplesmente um cara incrível em todos os sentidos. Ele era um louco por filmes. Ele amava seu trabalho com paixão. E ele era incrivelmente generoso de espírito… Eu sei que sua família inteira em ‘The Blacklist’ está arrasada com essa notícia. Clark era um dos bons, e nós o perdemos cedo demais.”
Frank Miller fecha contrato para transformar Sin City em série
O autor de quadrinhos Frank Miller fechou contrato com o estúdio Legendary para transformar “Sin City” numa série. Os quadrinhos de Miller já foram adaptados em dois filmes de 2005 e 2014, e agora ganharão uma série live-action, além de uma animação que servirá como prelúdio à obra. A Legendary também está negociando com o cineasta Robert Rodriguez, que dirigiu as duas adaptações cinematográficas ao lado de Miller, para participar do projeto. Os dois atuariam como produtores-executivos da série live-action. O acordo prevê a produção de uma 1ª temporada, mas depende de contrato com um canal ou plataforma de streaming para viabilizar o negócio. Este será o próximo passo da Legendary, após assegurar a participação das partes criativas da série. A história original de “Sin City” foi publicada de forma serializada ao longo de 13 edições, entre 1991 e 1992, mas outras minisséries no mesmo universo foram posteriormente acrescentadas, sem ordem cronológica, até o ano 2000 por Miller. O material rendeu ao todo sete volumes encadernados de graphic novels, que lidam com diferentes personagens de um submundo corrupto e ultraviolento, inspirado pelos filmes e romances noir dos anos 1940, com um visual estilizado que transporta a ação para cenários contemporâneos. Vale lembrar que “Sin City” quase virou série na época do lançamento do segundo filme. O hoje execrado produtor Harvey Weinstein, que produziu as adaptações cinematográficas, pretendia desenvolver uma série após a estreia de “Sin City: A Dama Fatal”, mas a sequência não repetiu o sucesso do primeiro longa nas bilheterias e o projeto acabou arquivado.
Rutger Hauer (1944 – 2019)
O ator holandês Rutger Hauer, que ficou mundialmente conhecido como o líder dos replicantes no filme “Blade Runner” (1982), morreu na sexta-feira (19/7) após um curto período de doença, aos 75 anos. Um dos mais famosos atores europeus de sua geração, Hauer era fluente em várias línguas e se projetou em parceria com o cineasta holandês Paul Verhoeven em diversos projetos, a começar pela série medieval “Floris”, em 1969. Sua estreia no cinema foi no segundo longa de Verhoeven, o cultuadíssimo “Louca Paixão” (1973), em que viveu um romance de alta voltagem erótica com a atriz Monique van de Ven. E de cara chamou atenção de Hollywood, graças à indicação do filme ao Oscar. Ele ainda protagonizou mais três filmes de Verhoeven – “O Amante de Kathy Tippel” (1975), “Soldado de Laranja” (1977) e “Sem Controle” (1980) – e outros longas europeus antes de estrear numa produção americana, enfrentando Sylvester Stallone como o vilão terrorista de “Falcões da Noite” (1981). Mas foi ao desempenhar um outro tipo de vilão, o replicante Roy Beatty em “Blade Runner”, que se estabeleceu como astro de grandes produções. Androide que buscava respostas para perguntas existenciais, enquanto lutava por mais tempo para viver, o personagem caçado por Harrison Ford no longa de Ridley Scott tinha uma profundidade incomum para o gênero sci-fi de ação. Era, ao mesmo tempo, um assassino frio e robótico, mas também capaz de amar e filosofar sobre o sentido da vida, apresentando-se mais humano que seu perseguidor. A performance encantou gerações – e cineastas. Ele foi trabalhar com Nicolas Roeg em “Eureka” (1983) e ninguém menos que Sam Peckinpah em “O Casal Osterman” (1983), antes de protagonizar outro blockbuster, vivendo um amor amaldiçoado na fantasia medieval “Ladyhawke – O Feitiço de Áquila” (1985), de Richard Donner. No mesmo ano, fez sua última parceria com Verhoeven em outra produção medieval grandiosa, “Conquista Sangrenta” (1985), em que subverteu expectativas como anti-herói marginal. Hauer também traumatizou o público de cinema como o psicopata de “A Morte Pede Carona” (1986), um dos filmes mais subestimados de sua carreira e um dos mais copiados por imitadores do mundo inteiro. E até caçou o líder da banda Kiss, Gene Simmons, transformado em terrorista em “Procurado Vivo ou Morto” (1986), adaptação de uma série televisa dos anos 1950. O reconhecimento da crítica veio finalmente com o telefilme “Fuga de Sobibor” (1987), no qual liderou uma fuga em massa de um campo de concentração nazista. Ele venceu o Globo de Ouro de Melhor Ator, enquanto a produção levou o prêmio de Melhor Telefilme. A consagração continuou com o drama italiano “A Lenda do Santo Beberrão” (1988), de Ermanno Olmi. Sua interpretação como um bêbado sem-teto que encontra redenção levou o filme a vencer o Leão de Ouro no Festival de Veneza. Foi um de seus melhores desempenhos, mas não conseguiu chamar atenção do grande público, graças ao lançamento limitado em circuito de arte. Ele ainda contracenou com Madonna na comédia “Doce Inocência” (1989), mas a busca por novo sucesso de bilheterias o levou ao thriller convencional de ação “Fúria Cega” (1989), de Phillip Noyce, que iniciou um padrão negativo em sua carreira. A partir dos anos 1990, Hauer foi de produção B a produção C, D e Z. Seu rosto continuou por um bom tempo nas capas dos títulos mais alugados em VHS, mas a qualidade dos papéis despencou. Para citar um exemplo, o menos pior foi “Buffy: A Caça-Vampiros” (1992), no qual viveu um lorde dos vampiros. Os papéis televisivos passaram a se alternar com os de cinema/vídeo, e Hauer até recebeu outra indicação ao Globo de Ouro por “A Nação do Medo” (1994). Mas isso foi exceção. Ele chegou a gravar até sete produções só no ano de 2001, e nenhuma delas relevante. No anos 2000, começou a aparecer cada vez mais em séries, como “Alias”, “Smallville”, “True Blood”, “The Last Kingdom” e “Channel Zero”. Mas depois de figurar em duas adaptações de quadrinhos de 2005, “Sin City” e “Batman Begins”, voltou ao cinema europeu, estrelando vários filmes que repercutiram em 2011: “O Sequestro de Heineken”, no papel de Alfred Heineken, o dono da cervejaria holandesa, “Borboletas Negras”, “O Ritual”, “A Aldeia de Cartão”, em que retomou a parceria com Olmi, e principalmente “O Moinho e a Cruz”, uma pintura cinematográfica do polonês Lech Majewski, premiada em diversos festivais internacionais. Bastante ativo na fase final de sua carreira, Hauer ainda viveu o caçador de vampiros Van Helsing em “Dracula 3D” (2012), de Dario Argento, o Presidente da Federação Mundial em “Valerian e a Cidade dos Mil Mundos” (2017), de Luc Besson, e o Comodoro do premiado western “Os Irmãos Sisters” (2018), de Jacques Audiard. E deixou vários trabalhos inéditos, entre eles o drama “Tonight at Noon”, novo longa de Michael Almereyda (“Experimentos”), a aventura épica “Emperor”, de Lee Tamahori (“007 – Um Novo Dia Para Morrer”) e a minissérie “Um Conto de Natal”, do cineasta Steven Knight (“Calmaria”), na qual encarna o Fantasma do Natal Futuro. Sua atuação, porém, não se restringia às telas. Hauer foi ativista de causas sociais, como fundador da Starfish Association, organização sem fins lucrativos dedicada à conscientização sobre a AIDS, e patrocinador da organização ambientalista Greenpeace. Todos esses momentos não devem se perder no tempo, como lágrimas na chuva.
Sin City vai virar série com produção de showrunner de The Walking Dead
A produtora TWC/Dimension está desenvolvendo uma série baseada nos quadrinhos de “Sin City”, de Frank Miller. Segundo o site Deadline, Harvey Weinstein, dono do estúdio e responsável pela adaptação da obra no cinema, contratou o roteirista-produtor Glen Mazzara para o projeto. A versão televisiva não deve manter a estética expressionista dos dois filmes codirigidos por Frank Miller e Robert Rodriguez. O primeiro, “Sin City: A Cidade do Pecado” (2005), foi considerado inovador para a época, quando Hollywood ainda dava os primeiros passos na elaboração de universos digitais. Todos os seus cenários foram criados por computador. Além disso, a produção foi feita em preto e branco, mas com detalhes coloridos, que aproximaram o visual do filme das artes originais. Mazzara já teve uma experiência bem-sucedida com uma adaptação de quadrinhos. Ele foi showrunner de “The Walking Dead” durante a 3ª temporada, tendo sido responsável pela polêmica decisão de matar Andrea (Laurie Holden), que diferenciou a série das publicações de Robert Kirkman. Ele também já transformou um filme no ponto de partida de uma série. Seu último trabalho foi “Damien”, passado no universo do terror “A Profecia” (1976). A direção do piloto ficará a cargo de Len Wiseman, que após se lançar nos cinemas com “Anjos da Noite” (2003), “Duro de Matar 4.0” (2007) e “O Vingador do Futuro” (2012), tem se dedicado à produções televisivas. Ele dirigiu os pilotos de “Sleepy Hollow” e “Lucifer”. Wiseman também dividirá a produção com Mazzara, o próprio Frank Miller, o produtor Stephen L’Heureux (da continuação “Sin City: A Dama Fatal”) e os irmãos Bob e Harvey Weinstein, donos do estúdio. A produção está sendo desenvolvida sem o apoio de nenhum canal. O objetivo era formar o time responsável pela adaptação antes de ir ao mercado. Mas, de acordo com o Deadline, já há interessados.





