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    Suspeito do atentado contra o Porta dos Fundos ataca o grupo nas redes sociais: “intolerantes” e “marginais”

    2 de janeiro de 2020 /

    Eduardo Fauzi Richard Cerquise, suspeito do atentado incendiário contra o grupo Porta dos Fundos, que se encontra foragido da Justiça em paradeiro desconhecido, postou um vídeo nas redes sociais na quarta-feira (1/1), em que ataca os humoristas. No mesmo dia, seu nome apareceu no Portal dos Procurados, com uma recompensa pela identificação de seu esconderijo (veja acima). Diferente de um vídeo anterior, em que uma aparente célula terrorista, identificada como num Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, assumiu a autoria do atentado e pregou a revolução armada, o novo material não trouxe locução distorcida por efeito digital nem manifestantes mascarados. Fauzi inclusive se identificou para o público. Ele também usou uma saudação integralista, fortalecendo a ligação com o nome do Comando, os uniformes e as bandeiras usadas no vídeo anterior. Fauzi era presidente da seção carioca da Frente Integralista Brasileira (FIB), organização legalmente constituída, que reúne seguidores da extrema direita do pais em torno de símbolos e ideário associados ao nazi-fascismo, mas foi expulso nesta semana, logo após a Polícia Civil identificá-lo como principal suspeito do atentado com coquetéis molotov. Desde 2001, Cerquise também é filiado ao PSL, partido que elegeu o Presidente Jair Bolsonaro e que até o momento, ao contrário do integralistas que condenaram prontamente seu ato, ainda não se pronunciou sobre o caso. No vídeo reproduzido por sites de direita, Fauzi classificou os humoristas como “intolerantes”. E acrescentou: “são criminosos, são marginais, são bandidos” por terem feito o Especial da Natal em que mostram Jesus Cristo como gay, demonstrando grande dificuldade de discernimento e a motivação que facilitará bastante o caso da promotoria. “Quando o Porta dos Fundos escarnece do nome de nosso senhor Jesus Cristo, ele pisa na esperança de milhões de pessoas que só têm Jesus Cristo como riqueza. Quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro. Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos”, acusou o integralista. O suspeito finalizou o vídeo pedindo orações: “Meu nome é Eduardo Fauzi, eu sou guardador de veículos, eu sou povo brasileiro. Se você crê, compartilhe, diga seu amém, me coloque em suas orações. Por Deus, pela pátria e pela família brasileira. Anauê.” “Anauê” é a saudação equivalente a “Heil Hitler” usada pelos integralistas desde a década de 1930. Além de ser um “guardador de veículos” e “povo brasileiro”, Cerquise também foi investigado por suspeita de integrar uma “milícia de estacionamentos”, que controla estacionamentos ilegais no Rio. Ele tem mais de uma dúzia de passagens pela polícia, principalmente por casos de coação, agressão e lesão corporal – inclusive na Lei Maria da Penha (agressão contra mulher) – , que pintam um perfil extremamente violento. Seu nome foi parar no noticiário carioca pela primeira vez em 2013, quando ele agrediu ao vivo na TV o então secretário de Ordem Pública Alex Costa, que dava uma entrevista à Globo durante uma operação da Prefeitura para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária do Rio. Preso em flagrante, Fauzi foi condenado a quatro anos de prisão em fevereiro passado e cumpria a pena em liberdade condicional. Cerquise também tem ligações com a Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella (ACCALE), batizada com o nome de um integralista histórico, que num post do Facebook afirmou não ter se surpreendido com o atentado contra o humoristas, porque “o Porta dos Fundos atacou deliberadamente e de forma calculista os maiores e mais cultuados símbolos sagrados nacionais, entre eles a figura de Jesus Cristo. Ao fazer isso, o Porta dos Fundos se indispôs com milhões de brasileiros”. Esse mesmo tipo de discurso apareceu no vídeo da suposta célula revolucionária de direita, que assumiu o atentado, e em várias outras bocas e locais. A ação de inspiração terrorista, que quase resultou na morte do vigia da sede do Porta dos Fundos, aconteceu após os humoristas sofrerem ataques virtuais de diversos militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, inclusive da família Bolsonaro e de outros integrantes do PFL, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio televisivo da rede Record e até processo judicial. Antes do ataque com coquetéis molotov na véspera do Natal, o Porta dos Fundos chegou a ser alvo de sete ações judiciais devido ao Especial. Mas a tentativa de censura foi rejeitada pela Justiça.

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    Messiah: Netflix entra em nova polêmica religiosa internacional com série sobre “segunda vinda de Cristo”

    31 de dezembro de 2019 /

    O Especial de Natal do Porta dos Fundos não é a única produção recente a envolver a Netflix numa polêmica religiosa. Na véspera da estreia da série “Messiah”, a Royal Film Commission da Jordânia solicitou que a produção não fosse disponibilizada no país por violar “a santidade da religião” e as leis do país. O diretor da organização do governo da Jordânia, Mohannad al-Bakr, realizou uma entrevista coletiva na segunda-feira (30/12) em Amã para fazer o anúncio, que também foi publicado no site da RFC. “Ao tomar conhecimento de seu conteúdo, a RFC pediu oficialmente à direção da Netflix que se abstivesse de disponibilizar a série na Jordânia”, diz o comunicado da comissão. Um porta-voz da Netflix indicou que não recebeu uma solicitação legal formal para remover a série de seu serviço de streaming no país. “‘Messiah’ é uma obra de ficção”, disse um porta-voz da Netflix em comunicado publicado pelo site Deadline. “Não é baseado em nenhum personagem, figura ou religião. Todos os programas da Netflix apresentam classificações e informações para ajudar os membros a tomar suas próprias decisões sobre o que é certo para eles e suas famílias.” “A história é puramente fictícia e os personagens também”, concordou a comissão, antes de fazer ressalvas. “No entanto, a RFC considera que o conteúdo da série pode ser amplamente percebido ou interpretado como uma violação da santidade da religião, possivelmente violando as leis do país”. O anúncio da RFC representa uma reviravolta para a organização. “Messiah” foi parcialmente filmado na Jordânia em 2018 e teria recebido incentivos fiscais do governo jordaniano para sua produção. Criada pelo belga Michael Petroni (roteirista de “A Menina que Roubava Livros”) e produzida pelo casal americano Mark Burnett e Roma Downey, responsável por várias produções cristãs, como a série “A Bíblia” e o remake de “Ben-Hur”, “Messiah” acompanha o surgimento de um homem milagroso que poderia representar o Segundo Advento – a segunda vinda de Cristo. Quando uma oficial da CIA investiga este homem – conhecido por alguns como Al-Masih – , que atrai atenção e seguidores internacionais durante atos de perturbação pública, ela embarca em uma missão global de alto risco para descobrir se ele é uma entidade divina ou um trapaceiro enganador. A série traz o belga Mehdi Dehbi (da série “Tyrant”) no papel-título e ainda destaca em seu elenco Michelle Monaghan (“Missão: Impossível – Efeito Fallout”), Jane Adams (“Hung”), John Ortiz (“Bumblebee”), Melinda Page Hamilton (“Damnation”), Stefania LaVie Owen (“Chance”), Tomer Sisley (“Família do Bagulho”), Dermot Mulroney (“Álbum de Família”), Beau Bridges (“Homeland”) e Wil Traval (“Jessica Jones”). A estreia está marcada para 1 de janeiro em streaming.

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    Polícia identifica filiado do PSL como suspeito do ataque ao Porta dos Fundos

    31 de dezembro de 2019 /

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um dos responsáveis pelo atentado à bomba contra o grupo Porta dos Fundos. Por meio de monitoramento das câmeras de tráfego, os policiais acompanharam um dos suspeitos e cumpriram na manhã desta terça-feira (31/12) mandados de busca, apreensão e prisão provisória contra Eduardo Fauzi Richard Cerquise. Como ele não foi encontrado em seu endereço residencial, é considerado foragido. Fauzi é dono de estacionamento, presidente da Associação dos Guardadores Autônomos de Veículos São Miguel e filiado ao PSL (partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro) desde 2001, de acordo com informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu nome foi parar no noticiário carioca pela primeira vez em 2013, quando agrediu o então secretário de Ordem Pública Alex Costa, durante uma operação da Prefeitura para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária do Rio. Ele foi condenado a quatro anos de prisão em fevereiro passado pela agressão, mas cumpria a pena em liberdade. Segundo a Polícia Civil, além desse processo, Fauzi tem mais uma dúzia de registros criminais, acusado de lesão corporação, ameaça, coação no curso do processo, agressão configurada na Lei Maria da Penha (violência contra mulher), desacato e exercício ilegal da profissão. Ele também foi investigado por suspeita de integrar uma “milícia de estacionamentos”, que controla estacionamentos ilegais no Rio. “Monitoramos a rota de chegada e de fuga dos veículos usados na conduta”, explicou o delegado Marco Aurélio Ribeiro, da 10ª DP, sobre como chegou ao suspeito. “A partir desse momento seguimos a trajetória que foi feita do veículo. No momento da conduta eles estavam encapuzados, mas pelas imagens foi possível identificar a fuga a pé de um dos participantes, e nesse momento ele não tinha mais o rosto coberto. Fizemos a rota da fuga a pé e conseguimos identificar imagens do rosto, o local onde ele usou um táxi, o motorista o reconheceu como o autor do delito. As imagens foram submetidas a exame pericial e essa perícia veio positiva”. No endereço do suspeito, um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca, foram apreendidos R$ 119 mil em dinheiro, munição, computadores, um simulacro de arma e uma camisa de entidade “filosófico-política”, segundo a polícia. O delegado disse ainda que investigações continuam com intuito de localizar e identificar os outros autores do crime. “Nenhuma linha de investigação está sendo descartada. Estamos apurando se é um ato isolado ou se há ligação com alguma entidade. As peças periciais estão sendo produzidas.” O atentado à sede do Porta dos Fundos aconteceu após o grupo humorístico retratar Jesus Cristo como gay no Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, que estreou no dia 3 de dezembro no Netflix. Participaram do ataque quatro homens brancos encapuzados. Três atiraram coquetéis molotov incendiários, enquanto um quarto registrou a ação num celular. Esse vídeo posteriormente foi divulgado num manifesto em que os homens se identificaram como uma célula terrorista, chamada Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, pregando a revolução armada pela “espada de Deus” contra os “marxistas culturais” do Brasil. Após o vídeo viralizar, a Frente Integralista Brasileira (FIB), organização legalmente constituída, que reúne seguidores da extrema direita do pais em torno de símbolos e ideário associados ao nazi-fascismo, disse em nota que não reconhecia o tal Comando e sugeriu que o vídeo poderia ser “forjado com o fim de incriminar os integralistas”. Levantamentos das atividades pregressas de Eduardo Fauzi Richard Cerquise, porém, contestam essa afirmação. Em setembro de 2018, uma nota no site integralista Notícias do Sigma apresenta o suspeito como presidente da divisão carioca da Frente Integralista Brasileira. O Comando, que reivindicou o ataque, é o mesmo grupo responsável por atacar a UniRio em 2018, quando roubou e queimou bandeiras antifascistas postas em frente à universidade de Direito. No dia 25 de novembro, Fauzi afirmou no Facebook que os responsáveis pelo roubo das bandeiras expostas na universidade eram alunos – e até um docente – da própria instituição. Fauzi também tem ligações com a Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella (ACCALE), batizada com o nome de um integralista histórico, que num post do Facebook afirmou não ter se surpreendido com o atentado, porque “o Porta dos Fundos atacou deliberadamente e de forma calculista os maiores e mais cultuados símbolos sagrados nacionais, entre eles a figura de Jesus Cristo. Ao fazer isso, o Porta dos Fundos se indispôs com milhões de brasileiros”. A ação, que quase resultou na morte do vigia da sede do Porta dos Fundos, aconteceu após os humoristas sofrerem ataques virtuais de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, inclusive da família Bolsonaro e de outros integrantes do PFL, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio televisivo da rede Record e até processo judicial. Antes do ataque com coquetéis molotov na véspera do Natal, o Porta dos Fundos chegou a ser alvo de sete ações judiciais devido ao Especial. Mas a tentativa de censura foi rejeitada pela Justiça.

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  • Etc,  Filme

    Guerra Cultural: Veto de Bolsonaro à Lei do Audiovisual é publicado no Diário Oficial

    30 de dezembro de 2019 /

    O veto integral da prorrogação do Recine (Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica) e incentivos fiscais da Lei do Audiovisual foi publicado nesta segunda-feira (30/12) no Diário Oficial da União. O projeto de lei foi aprovado na primeira metade de dezembro pelo Congresso Nacional e vetado na sexta (27/12) por Bolsonaro. O autor do projeto, o deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ), ex-ministro da Cultura, considerou a decisão um reflexo do “obscurantismo” do governo em relação à Cultura brasileira. “É inacreditável o obscurantismo do governo e a falta de visão da importância de uma indústria que gera mais de 300 mil empregos e responde por meio ponto percentual do PIB”, criticou o deputado em declaração para a imprensa, prometendo trabalhar para derrubar o veto no Congresso. “Todos os países desenvolvidos têm programas de incentivo, como forma de estímulo a um setor de relevância econômica e cultural. Trabalharemos pela derrubada desse absurdo veto”, disse ele. O veto de Bolsonaro prejudica principalmente cidades que poderiam receber salas de cinema. O parque exibidor nacional tem grande potencial, mas enorme déficit. Enquanto o mercado chinês estourou com incentivos, que multiplicaram as telas do país, Bolsonaro optou pelo inverso do “milagre chinês”, cortando a já pequena ajuda federal que incentivava a abertura de cinemas no Brasil. Criado em 2012, o Recine visa justamente a expansão e a modernização do parque cinematográfico. Graças ao Recine, o número de salas de exibição do país deu um salto quantificativo, chegando ao maior nível da série histórica, com 3.356 telas em 2018, superando o recorde anterior, de 3.276 salas em 1975, quando o Estado tinha maior presença no mercado, via a extinta Embrafilme. Deste total de 2018, 93 salas foram construídas com apoio no mecanismo. O mais importante é que 60 foram construídas em cidades do interior – da Bahia, de Pernambuco, de São Paulo, do Paraná, e do Rio de Janeiro – , muitas das quais não tinham acesso à programação de cinema até então. Isto porque o mecanismo, que oferece incentivos fiscais para abertura de novas salas, visa democratizar o circuito audiovisual, ainda muito restrito às grandes capitais brasileiras. As regiões Norte e Nordeste, além de cidades do interior com poucos ou nenhum cinema, recebem estímulos especiais para investimentos. Só em 2019, o programa destinou aproximadamente R$ 27 milhões em isenção fiscal para compra de bens, máquinas e equipamentos para a construção de novas salas. Dos R$ 11 milhões aprovados para a modernização de salas já existentes, a maior parte foi destinada à aquisição de equipamentos para acessibilidade a portadores de necessidades especiais. Ou seja, o Recine também é (era?) um programa de cidadania. Já os benefícios fiscais previstos na Lei do Audiovisual permitem que pessoas físicas e empresas possam deduzir do imposto de renda valores que financiem projetos de produções de filmes e séries. É “apoio indireto” porque permite que contribuintes tenham abatimento de imposto, ao direcionar recursos a projetos aprovados na Ancine. Para empresas, a dedução prevista é de até 4%, enquanto pessoas físicas podem abater até 6%. Além disso, o patrocinador pode associar sua imagem ao produto resultante do projeto fomentado. A Lei do Audiovisual difere dos mecanismos de “fomento direto”, nos quais a Ancine apoia projetos por meio de editais e seleções públicas, financiando a produção com as verbas do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Ao vetar a continuidade desses incentivos, Bolsonaro busca concentrar deliberadamente toda a verba do audiovisual no FSA, que é resultante de uma taxa (Condecine) cobrada diretamente do próprio setor – não é “dinheiro público”, na medida que não sai do orçamento federal para Educação, Saúde e oba-oba eleitoreiro, e sim de empresas de filmes, séries e telefonia – e funciona como uma espécie de imposto regulador do mercado. Bolsonaro já avisou que vai proibir que determinados filmes recebam verba do FSA, transformando esse mecanismo num instrumento de controle analógico à censura. Entre os alvos prioritários citados pelo presidente estariam filmes que contem “mentiras” sobre a ditadura, produções com temática LGBTQIA+, que foram atacadas em várias oportunidades, e provavelmente as produções da Globo, que o presidente considera sua inimiga pessoal. Para realizar esse controle, que ele já chamou de “filtros”, Bolsonaro colocou algumas peças importantes em lugares estratégicos, contando com a participação de um diretor da rede Record, braço televisivo da Igreja Universal, no comitê que administra o caixa do FSA, e de um pastor nomeado como diretor da Ancine, justamente na outra ponta da liberação da verba. Vale lembrar que, ao tomar conhecimento desse projeto em agosto passado, o então secretário da Cultura, Henrique Pires, demitiu-se e acusou o governo de planejar impor censura à expressão artística no Brasil por meio da implantação de “filtros” para a liberação de verbas e incentivos fiscais. Caso o Congresso derrube o novo veto, tornará mais difícil para Bolsonaro concentrar todo incentivo do audiovisual numa única “torneira”, que ele poderia fechar a seu bel prazer, deixando escorrer verba apenas para filmes evangélicos e de “educação moral e cívica”.

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    Fábio Porchat indica que terrorismo contra Porta dos Fundos foi estimulado por discurso de ódio

    30 de dezembro de 2019 /

    O humorista Fábio Porchat, um dos líderes da trupe humorística Porta dos Fundos e autor do visado “A Primeira Tentação de Cristo”, defendeu o Especial de Natal atacado por religiosos e políticos (inclusive no Congresso nacional), e fez relação entre essa reação conservadora e o atentado terrorista que visou o grupo. Em artigo publicado nesta segunda (30/12) no jornal O Globo, Porchat defendeu a liberdade de expressão, criticou a intolerância e sugeriu que discursos de ódio e iniciativas de políticos da extrema direita, que assumiram mandatos em 2019, encorajaram o atentado contra o grupo – e os piores sentimentos dos brasileiros. “O Porta dos Fundos fez Especial de Natal em 2013, 14, 15, 16, 17, 18 e nunca houve nenhuma reação violenta direta. Por que será que, em 2019, algumas pessoas se sentiram à vontade para atirar coquetéis molotovs na nossa porta? O que mudou neste ano especialmente para que pessoas tivessem essa audácia justamente agora? Eu tenho um palpite. E você?”, questionou o humorista. No texto, ele ainda lembrou que fazer piada com religião não é contra a Lei, mas várias atitudes de religiosos – políticos ou não – que atacaram o Especial é criminosa. “Satirizar a bíblia, olhe só, não é contra a lei. Chutar a [imagem de] Nossa Senhora é contra a lei. Depredar centros de umbanda é contra a lei. Dizer que você tem que parar de tomar remédio e só quem cura é Deus é contra a lei. Jogar coquetel molotov em uma produtora porque não gostou do que ela produziu é contra a lei. E, veja, brincar com a imagem de Deus não é intolerância. Intolerância é não querer deixar que brinquem”, escreveu Porchat. A ação terrorista contra o Porta dos Fundos aconteceu após o grupo sofrer ataque virtual de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, inclusive da família Bolsonaro, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio televisivo da rede Record e até processo judicial por conta do Especial disponibilizado pela Netflix. Segundo os autos do processo contra o Porta dos Fundos, “Jesus é retratado como um homossexual pueril, Maria como uma adúltera desbocada e José como um idiota traído” no especial de Natal, o que seria um ataque à liberdade religiosa e a dignidade da pessoa humana. A tese ganhou apoio de uma promotora carioca, que ainda alegou que “fazer troça aos fundamentos da fé cristã, tão cara a grande parte da população brasileira, às vésperas de uma das principais datas do cristianismo, não se sustenta ao argumento da liberdade de expressão”. O pedido de censura foi rejeitado. “Ao assistir ao filme podemos achar que o mesmo não tem graça, que se vale de humor de mau gosto, utilizando-se de expressões grosseiras relacionadas a símbolos religiosos. O propósito de muitas cenas e termos chulos podem ser questionados e considerados desnecessários, mesmo dentro do contexto artístico criado com a paródia satírica religiosa. Contudo, há que se ressaltar que o juiz não é crítico de arte e, conforme já restou assente em nossa jurisprudência, não cabe ao Judiciário julgar a qualidade do humor, da sátira, posto que matéria estranha às suas atribuições”, avaliou a juíza Adriana Sucena Monteiro Jara Moura em decisão antológica. Ela concluiu dizendo que “o filme controverso está sendo disponibilizado para exibição na plataforma de streaming da ré Netflix, para os seus assinantes. Ou seja, não se trata de exibição em local público e de imagens que alcancem àqueles que não desejam ver o seu conteúdo. Não há exposição a seu conteúdo a não ser por opção daqueles que desejam vê-lo. Resta assim assegurada a plena liberdade de escolha de cada um de assistir ou não ao filme e mesmo de permanecer ou não como assinante”. Poucos depois dessa decisão, terroristas encapuzados atiraram três bombas incendiárias de coquetel molotov na sede do Porta dos Fundos. Um vídeo divulgado por um grupo integralista (a extrema direita brasileira, inspirada no nazi-fascismo) registrou o ataque e propagou um manifesto de ódio, pregando a revolução armada pela “espada de Deus” contra os “marxistas culturais” do Brasil. Apesar de comprovar a autenticidade do vídeo, a Polícia Civil do Rio decidiu não enquadrar o caso como terrorismo, mas confirmou que já era o segundo ato de terror do grupo, que ficou impune após atacar um campus universitário e queimar cartazes “de esquerda”.

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    Guerra Cultural: Bolsonaro veta incentivos ao audiovisual brasileiro

    28 de dezembro de 2019 /

    O presidente Jair Bolsonaro vetou, na sexta-feira (27/12), o projeto de lei que prorrogaria até 2024 benefícios fiscais voltados ao audiovisual por meio do Recine (Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica) e a renovação da Lei do Audiovisual. A lei destinava incentivos fiscais à modernização e expansão de salas de cinema pelo país e também à produção cinematográfica e televisiva brasileira. De acordo com a Presidência, o veto ocorreu por uma questão técnica: faltou ao projeto esclarecer a fonte de custeio e os impactos orçamentários dos incentivos. O secretário do Audiovisual André Sturm afirma que o veto não tem relação com a guerra cultural levada adiante por Bolsonaro contra o audiovisual visual brasileiro, que se reflete em vários outros bloqueios que ele já realizou no setor, como a proibição de apoios estatais a festivais de cinema, suspensão de edital de produção de séries, eliminação de programas voltados à exportação de filmes e o congelamento total das verbas do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), que não foram liberadas durante todo o ano de 2019. Para ele, o veto foi “técnico”. “Garanto que não tem nada nisso”, disse Sturm para a imprensa. “Quando o Congresso aprova um benefício fiscal, ele tem que apontar de onde vem o dinheiro para custeá-lo, porque é uma receita a menos. Infelizmente, isso não foi feito, então o que acontece agora é que o projeto tem que voltar para o Congresso”, explicou. O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no começo de dezembro e votado no último dia 12 pelo Senado, que também deu sinal verde para a prorrogação dos benefícios. O veto de Bolsonaro será agora analisado pelo Congresso, que pode derrubá-lo. Curiosamente, o veto acontece dois dias após Bolsonaro declarar que não poderia ficar vetando tudo que vem do Congresso. “Na elaboração de leis quem dá a última palavra sempre é o Congresso, ‘derrubando’ possíveis vetos. Não posso sempre dizer não ao Parlamento, pois estaria fechando as portas para qualquer entendimento”, falou o presidente na quarta-feira (25/12), como justificativa para aprovar vários pontos polêmicos do pacote anticrime, contrariando o ministro da Justiça Sergio Moro e, inclusive, criando despesa obrigatória (não discricionária) com a invenção do “juiz de garantias”. Na quinta (26/12), Bolsonaro também adiantou que pretende acabar com a Lei de Cota, que protege o cinema nacional da distribuição predadora dos blockbusters americanos, e que vai proibir que determinados filmes recebam verba do FSA, dinheiro que vem do próprio mercado audiovisual. Entre os alvos citados estariam filmes que contem “mentiras” sobre a ditadura. Mas também devem entrar na lista de censura federal as produções com temática LGBTQIA+, que foram atacadas em oportunidades anteriores por Bolsonaro, e as produções da Globo, que o presidente considera sua inimiga pessoal. Para realizar esse controle, que ele já chamou de “filtros”, Bolsonaro colocou algumas peças importantes em lugares estratégicos, contando com a participação de um diretor da rede Record, braço televisivo da Igreja Universal, no comitê que administra o caixa do FSA, e de um pastor nomeado como diretor da Ancine, justamente na outra ponta da liberação da verba. Vale lembrar que, ao tomar conhecimento desse projeto em agosto passado, o então secretário da Cultura, Henrique Pires, demitiu-se e acusou o governo de planejar impor censura à expressão artística no Brasil por meio da implantação de “filtros” para a liberação de verbas e incentivos fiscais. Caso o Congresso derrube o novo veto, tornará mais difícil para Bolsonaro exercer seu desejo imperial de censurar veladamente o audiovisual do país, prejudicar a Globo e trocar a atual produção premiada brasileira por filmes evangélicos e de “educação moral e cívica”.

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    Frente Integralista Brasileira diz ser “contra terrorismo” e que está “todo mundo assustado” com atentado

    26 de dezembro de 2019 /

    Ao assumir em vídeo o atentado contra o Porta dos Fundos, o grupo terrorista autodenominado Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, chamou atenção para um movimento que já tentou realizar um golpe de estado e até matar um presidente da República no Brasil. A Ação Integralista Brasileira, organização fascista e antissemita que atacou o Palácio da Guanabara para eliminar Getúlio Vargas em 1938, foi desmantelada durante o Estado Novo, mas seus integrantes migraram para novos partidos políticos e continuaram pregando suas ideias de extrema direita no Brasil. O grupo tentou voltar à ativa durante a ditadura militar. Mas a redemocratização impediu que sua mensagem divisiva de intolerância prosperasse, levando à fragmentação dos integralistas em vários grupelhos diferentes. Com as mudanças políticas mais recentes do país, o movimento voltou a assumir seu nome real e fazer aparições públicas com o uniforme militarizado das camisas verdes, inspirados nos camisas pretas do fascismo italiano, e restaurar sua saudação análoga ao cumprimento nazista – trocando o Heil Hitler por Anauê, pelo bem do Brasil, com o braço direito estendido ao alto. Seus símbolos também lembram o nazismo, ao fazer a substituição da suástica pela letra grega Sigma em suas bandeiras, distintivos e flâmulas, e a cor vermelha pela azul. Hoje, a Frente Integralista Brasileira (FIB) é uma organização legalmente constituída no país, resultante da união de diferentes agremiações integralistas existentes, que até 2005 eram autônomas. Segundo indica a página oficial da organização, a FIB foi fundada oficialmente em 22 de janeiro de 2005. Em comunicado oficial, a FIB afirmou não ter conexão com os terroristas. “O grupo em questão é desconhecido pelo FIB e não possuímos com ele qualquer relação”, diz a organização. “Não temos certeza sobre a autenticidade do vídeo e, por isso, não descartamos a possibilidade de ter sido um material forjado com o fim de incriminar os integralistas”, acrescenta a nota. Um dos líderes da FIB, o advogado Victor Emanuel Vilela Barbuy, diz contabilizar 8 mil adeptos do integralismo hoje no país, mas afirma que a atuação do movimento é restrita ao mundo virtual. Em entrevista ao jornal O Globo, Barbuy procurou se distanciar da ação radical do Comando terrorista. “O integralismo é contra o terrorismo. Só aceita algum nível de violência em situações extremas, como em legítima defesa, por exemplo. Cobrir o rosto também é algo que nunca fez parte da linha do integralismo. Plínio Salgado já deixava claro que toda nossa ação devia ser de peito aberto, sem máscaras. É até proibido pela FIB que se use o uniforme junto com máscara. Nós também, evidentemente, não concordamos com o vídeo do ‘Porta dos Fundos’. Mas não é este o caminho”. Barbuy, que está à frente da sede paulista do FIB, também contou que os integralistas cariocas ficaram assustados com as consequências do vídeo divulgado pelos terroristas. “Todo mundo assustado. E achando muito estranho, ninguém conhece esse pessoal, acha estranho terem conseguido o uniforme, isso não é fácil”, avaliou. Ele acredita que isso pode atrapalhar o movimento integralista, que vinha em ascendência desde a chegada de Bolsonaro ao poder. “O movimento tem crescido muito nos últimos anos. Primeiro, o próprio PRTB adotou o nosso lema, com nossa autorização, evidentemente, ‘Deus, pátria e família’. Agora o próprio Bolsonaro já pegou também o lema, com a proposta de ‘Aliança pelo Brasil’. Mas eles se consideram – acreditem – à direita de Bolsonaro, chamado a política econômica do governo de “muito liberal e a serviço dos grandes grupos econômicos internacionais” e a política externa “subserviente a certos interesses internacionais”. A Polícia Civil do Rio aparentemente não considera suspeita de envolvimento do grupo. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta (26/12), o delegado Marco Aurélio Ribeiro sugeriu que a nota da FIB já serve de prova ou depoimento sobre o caso. Ele afirmou: “O vídeo é verídico. Não se sabe se foi o grupo que fez. O grupo que se diz integralista diz que não é deles. Já negaram a autoria. Não se sabe se foram eles que colocaram o vídeo”, disse. Não há informações sobre depoimentos no inquérito, muito menos de quebra de sigilo telefônico da FIB. O caso corre em segredo de Justiça, então não está claro se essa linha de investigação foi realmente descartada, sem maior aprofundamento.

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    Vigilante quase morreu incendiado no atentado terrorista contra o Porta dos Fundos

    26 de dezembro de 2019 /

    Um vigilante que trabalhava na sede do grupo Porta dos Fundos quase foi atingido por um dos coquetéis molotov atirados contra a produtora na madrugada de terça-feira (24/12), véspera de Natal. Imagens reveladas das câmeras de segurança, que estão sendo analisadas pela Polícia Civil, mostram que o funcionário estava sentado em uma cadeira perto da porta quando foi surpreendido pelas labaredas da explosão. As chamas chegaram muito perto do corpo do rapaz, que controlou o fogo com um extintor. Graças à sua ação, o prédio não foi completamente incendiado. Imagens do ataque do lado de fora foram registradas por outras câmeras. Quatro homens foram flagrados chegando na sede da produtora no Humaitá, na Zona Sul do Rio, e lançando bombas incendiárias contra o prédio. Logo após, eles deixaram o local em uma moto e um carro. Posteriormente, o suposto grupo divulgou um vídeo em redes sociais, alegando motivação religiosa e ideológica para o ataque, assumindo, assim, a autoria do primeiro atentado terrorista no Brasil desde o fim da ditadura militar. No vídeo, três integrantes – o quarto poderia estar atrás da câmera – aparecem mascarados e uniformizados, em frente às bandeiras da Ação Integralista e do Brasil Império, apresentando-se como o Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira. Num manifesto lido com distorção de voz, o grupo fala em revolução armada. Eles afirmam que cometeram o atentado para “justiçar os anseios de todo povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas Porta dos Fundos tomou quando produziu o Especial de Natal a mando da mega corporação bilionária Netflix”. O texto segue, afirmando que “quando a Revolução Integralista vier, todos estarão condenados ao justiçamento revolucionário. Nós integralistas não renegaremos nosso papel histórico e nos incumbiremos de ser a Espada de Deus”. A ação se enquadra de cabo (“usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”) a rabo (“por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião… com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”) na Lei Antiterrorismo, sancionada em 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, de forma tão clara que poderia até ser tema de redação do Enem. Entretanto, o secretário Marcus Vinícius Braga e outras autoridades da Polícia Civil se recusaram, em declarações dadas na manhã desta quinta (26/12), a fazer o enquadramento. “Terrorismo não é hipótese investigada”. O crime investigado, explosão sem o uso de dinamite ou explosivos análogos, tem pena relativamente branda, de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. O agravante seria considerar também tentativa de homicídio, o que depende de uma série de fatores, apesar das imagens recolhidas nas câmeras de segurança mostrarem claramente que o ato colocou em risco a vida de um vigilante que trabalhava no local.

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    Ataque ao Porta dos Fundos é terrorismo na definição da lei, mas polícia carioca diz que não

    26 de dezembro de 2019 /

    A Polícia Civil do Rio não quer aplicar a Lei de Antiterrorismo na investigação do atentado à bomba contra o grupo Porta dos Fundos. Em entrevista à imprensa, o secretário estadual de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, afirmou que o caso não será classificado como terrorismo e o delegado responsável pela investigação investiga crimes de explosão e tentativa de homicídio. A Lei Antiterrorismo, sancionada em 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, diz que “o terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”. Num dos parágrafos que caracterizam os atos de terrorismo, está listado: “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”. É literalmente o caso do ataque explosivo à sede do grupo humorístico, justificado em nome de “Nosso Senhor Jesus Cristo” por três homens brancos encapuçados num vídeo ameaçador. Entre os crimes previstos na lei Antiterrorismo ainda estão “atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa”, que rende pena de 12 a 30 anos de prisão, e “Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista”, com 5 a 8 anos de reclusão. No vídeo divulgado pelos criminosos, há até manifesto pela revolução armada: “quando a Revolução Integralista vier, todos estarão condenados ao justiçamento revolucionário. Nós integralistas não renegaremos nosso papel histórico e nos incumbiremos de ser a Espada de Deus”. Entretanto, o secretário Marcus Vinícius Braga e outras autoridades da Polícia Civil se recusaram, em declarações dadas na manhã desta quinta (26/12), a fazer o enquadramento. “Terrorismo não é hipótese investigada”. O crime investigado, explosão sem o uso de dinamite ou explosivos análogos, tem pena de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. O agravante seria considerar também tentativa de homicídio, o que depende de uma série de fatores. Segundo o delegado Fábio Barucke, subsecretário Operacional da Polícia Civil, as imagens recolhidas em câmeras de segurança mostram claramente que o ato colocou em risco a vida de um vigilante que trabalhava no local. Outro detalhe curioso da entrevista desta quinta foi o questionamento da legitimidade do grupo terrorista auto-identificado como Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, que assumiu a autoria do atentado, também literalmente, em vídeo que circula no YouTube e nas redes sociais. Apesar de confirmar que as imagens do vídeo que registram o ataque são verídicas, a polícia coloca a autoria em dúvida. O delegado Marco Aurélio Ribeiro afirmou: “O vídeo é verídico. Não se sabe se foi o grupo que fez. O grupo que se diz integralista diz que não é deles. Já negaram a autoria. Não se sabe se foram eles que colocaram o vídeo”, disse. (A posição da Frente Integralista Brasileira pode ser conferida aqui) O ator João Vicente, presente à entrevista coletiva, também fez um rápido pronunciamento como representante do Porta dos Fundos. Acompanhado por um advogado, ele classificou o caso como um “atentado à liberdade de expressão”. “Acho que a gente não está falando aqui sobre o Porta dos Fundos, mas sobre a liberdade de expressão. Estamos falando de um ato violento que a gente não vai permitir. O Rio não precisa de mais violência. Não precisa de mais grupos violentos. Precisa cortar esse mal pela raiz. O que aconteceu foi um atentado à liberdade de expressão” Segundo definição da ONU, ataques terroristas também são atentados à liberdade de expressão. Em sua Declaração sobre Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional, a ONU descreve terrorismo como “atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou em indivíduos para fins políticos são injustificáveis em qualquer circunstância, independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas para justificá-los.”

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    Grupo terrorista de direita assume atentado contra o Porta dos Fundos

    26 de dezembro de 2019 /

    Um grupo terrorista de direita, denominado Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, assumiu a autoria do atentado à bomba contra a sede do Porta dos Fundos, que aconteceu na véspera do Natal no Rio. O grupo de três homens brancos encapuzados gravou um vídeo ameaçador, que começou a circular em nichos católicos e conservadores no dia de Natal. O material pode ser encontrado no YouTube quando se pesquisa pelo nome do grupo, mas não deve demorar a ser derrubado, já que afronta as regras do portal – e da civilização, de um modo geral. O vídeo já estaria sob investigação pela Polícia Civil do Rio, porque, além da confissão, traz imagens dos três encapuzados atirando coquetéis molotov na fachada do prédio em que funciona a produção do Porta dos Fundos. As cenas teriam sido comparadas às imagens das câmeras de segurança da produtora e da vizinhança, atestando sua autenticidade. Durante o vídeo, uma voz distorcida lê um manifesto, dizendo: “Nós, do Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, reivindicamos a ação direta revolucionária que buscou justiçar os anseios de todo o povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas culturais Porta dos Fundos tomou quando produziu o seu Especial de Natal…”. O texto de tom terrorista cita várias palavras-chaves da extrema direita brasileira, além de assumir caráter de defesa religiosa, com muitas citações a “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Nesta parte, as declarações aproximam a violência brasileira da ação terrorista que resultou no massacre de humoristas da revista francesa Charlie Hebdo, realizado por militantes islâmicos, também em nome da defesa da sua fé, em 2015. O vídeo ainda destaca a bandeira do Brasil Império e outra com a letra grega sigma, que identificava a Ação Integralista Brasileira, organização fascista e antissemita que tentou realizar um Golpe de Estado em 1938, atacando o Palácio da Guanabara, então sede do governo federal, para tentar matar o presidente Getúlio Vargas. Na ocasião, um integrante da família real brasileira participou do atentado. O ataque ao Porta dos Fundos não foi o primeiro atentado realizado pelos terroristas atuais. O mesmo grupo já assumiu atentado à UniRio e à Universidade Federal Fluminense (FF), queimando bandeiras antifascistas nos campus. O Brasil não tinha terroristas desde a ditadura militar, mas discursos de ódio e intolerância que inspiram esse tipo de ação vêm tomando a mídia e as redes sociais de forma crescente, alimentados por pessoas que deveriam ter maior responsabilidade. Muitos dos argumentos usados pelos criminosos para justificar seus atos violentos encontram respaldo em falas e atitudes de políticos e religiosos brasileiros. É possível identificar traços comuns entre o manifesto dos novos integralistas e os diversos ataques sofridos pelo Porta dos Fundos desde o lançamento do Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, na Netflix, que retratou Jesus Cristo como gay. E também com outros ataques à Cultura, vindos de diversos representantes do governo federal. Desde o início do ano, várias manifestações contra a classe artística têm sido feitas por representes da extrema direita nacional. A tendência se intensificou na última semana, devido ao Especial de Natal. Políticos conservadores até convocaram a Netflix para dar explicações ao Congresso sobre o programa. Líderes religiosos lançaram campanha de boicote à plataforma. “Reportagens” jornalísticas enfurecidas foram ao ar na rede Record, que é propriedade do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. E uma entidade religiosa chegou a dar entrada num processo judicial, que encontrou respaldo numa promotora carioca disposta a enquadrar o Porta dos Fundos por “abuso da liberdade de expressão” e restabelecer a censura no país. O ataque com bombas é resultado desse acúmulo de ataques de outras espécies e revela a verdadeira extensão da intolerância no país, alimentada por discursos de ódio em todos os escalões da República e também de figuras religiosas, distorcendo os ensinamentos cristãos até culminar nesse presente de violência de Natal, em nome de “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Quando Fernanda Montenegro posou em setembro para uma revista como vítima de caça às bruxas, amarrada a uma fogueira, para expressar a situação da arte no país sob o governo de Jair Bolsonaro, recebeu xingamentos virulentos do atual secretário da Cultura. A cada dia que passa, a imagem se mostra mais atual, uma verdadeira definição desses tempos, em que fanáticos religiosos usam fogo e violência para conduzir uma cruzada fundamentalista contra a arte e o entretenimento modernos. “Trata-se de uma guerra irrevogável”, conclamou Fernando Alvin em seu próprio manifesto no Facebook, quando atacou Fernanda e a classe artística por estar “deturpando os valores mais nobres de nossa civilização, propagando suas nefastas agendas progressistas, denegrindo nossa sagrada herança judaico-cristã, bom – com essa corja. Não há dialogo possível”. Um discurso, de fato, inspirador. A trocar o diálogo por coquetéis molotov. A propósito, se satirizar Jesus Cristo não fosse arte com valores nobres, o Especial de Natal do Porta dos Fundos do ano passado, “Se Beber, Não Ceie”, que transformou a Santa Ceia em piada, não teria vencido em novembro o prêmio Emmy Internacional de Melhor Comédia… do mundo.

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    Fábio Porchat e Gregório Duvivier reagem a atentado contra o Porta dos Fundos: “Não vão nos calar!”

    24 de dezembro de 2019 /

    Os comediantes Fábio Porchat e Gregório Duvivier, do grupo Porta dos Fundos, repudiaram o atentado a bomba à sede do Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, realizado durante a madrugada desta terça (24/12). Porchat expressou sua indignação no Twitter. “Não vão nos calar! Nunca! É preciso estar atento e forte”, escreveu na rede social, citando trecho da letra da canção “Divino Maravilhoso”, de Caetano Veloso. O post recebeu vários apoios de solidariedade. “Força para vocês! Não se deixem intimidar!”, escreveu um seguidor. “É esse o espírito de Natal? Que absurdo!”, comentou outro. “Ato terrorista em nome de Deus é a versão brasileira dos que chamam muçulmanos de terroristas”, ponderou mais um. Mas teve gente que incentivou a violência. “Vocês estão sentindo na pele uma pitadinha do que fazem com o nosso Presidente. Tem que ser caba macho para aguentar”, disse uma bolsonarista. “Pena que vocês mesmo, ao colocarem a bomba na sede para se fazerem de vítima, não se explodiram junto com ela. Vocês são um lixo, são o que há de mais podre na sociedade”, escreveu outro, com erros de português (corrigidos neste texto). A teoria de conspiração do auto-atentado, por sinal, espalhou-se rapidamente, feito robô. Em entrevista ao El País Brasil, Gregório ponderou que o atentado refletia justamente esta onda de ódio enfrentada pelo grupo. “É assustador. Eles não estão sós. É um ódio que tem sido pregado na mídia conservadora e no Congresso”, disse. A ação terrorista aconteceu após o grupo sofrer ataque virtual de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio da rede Record e até processo judicial por conta do “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, da Netflix, que retratou Jesus Cristo como gay, além de fazer graça com um triângulo amoroso entre Maria, José e Deus. O ataque faz recordar o terrível atentado contra a revista francesa Charlie Hebdo, em 2015, quando outra controvérsia religiosa, a caricatura do profeta Maomé, foi usada como justificativa de terroristas para chacinar a equipe de humoristas da publicação. Vale lembrar ainda que o “Especial de Natal” anterior do Porta dos Fundos venceu o Emmy Internacional em novembro, como Melhor Comédia… do mundo. Além da polêmica envolvendo “A Primeira Tentação de Cristo”, Gregório Duvivier, intérprete de Jesus no especial, também foi atacado pela militância virtual após inquérito policial revelar que ele trocou mensagens com o hacker preso por invadir o Telegram de integrantes da Lava Jato, questionando “possíveis alvos” com a citação de nomes da rede Globo, do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado. Duvivier apresentou sua defesa e não foi indiciado.

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    Porta dos Fundos sofre atentado à bomba no Rio de Janeiro

    24 de dezembro de 2019 /

    O grupo humorístico Porta dos Fundos foi alvo de um atentado à bomba na madrugada desta terça-feira (24/12), véspera de Natal. O prédio em que fica a sede do grupo, no Rio de Janeiro, foi atingido por dois coquetéis molotov às 4 horas da madrugada. Em comunicado, a assessoria de imprensa do Porta dos Fundos disse que o incêndio foi controlado por um dos seguranças e que nenhum de seus integrantes estava no local no momento do ataque. “Na madrugada do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, a sede do Porta dos Fundos foi vítima de um atentado. Foram atirados coquetéis molotov contra nosso edifício. Um dos seguranças conseguiu controlar o princípio de incêndio e não houve feridos apesar da ação ter colocado em risco várias vidas inocentes na empresa e na rua”, diz a nota. Os integrantes do grupo também afirmam que estão “confiantes que o país sobreviverá a essa tormenta de ódio e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão”. As imagens do ataque, captadas pelas câmeras de segurança do prédio, já foram enviadas para a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, que deve conduzir uma investigação em busca dos responsáveis pelo crime. O caso foi registrado na 10ª DP, no bairro de Botafogo como crime de explosão. “A perícia foi realizada no local e a equipe do Esquadrão Antibombas arrecadou fragmentos dos artefatos para análise. Diligências estão em andamento para esclarecer o caso”, informou a Polícia Civil à imprensa. A ação terrorista aconteceu após o grupo sofrer ataque virtual de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio da rede Record e até processo judicial por conta do “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, da Netflix, que retratou Jesus Cristo como gay, além de fazer graça com um triângulo amoroso entre Maria, José e Deus. O ataque faz recordar o terrível atentado contra a revista francesa Charlie Hebdo, em 2015, quando outra controvérsia religiosa, a caricatura do profeta Maomé, foi usada como justificativa de terroristas para chacinar a equipe de humoristas da publicação. Vale lembrar ainda que o “Especial de Natal” anterior do Porta dos Fundos venceu o Emmy Internacional em novembro, como Melhor Comédia… do mundo. Além da polêmica envolvendo “A Primeira Tentação de Cristo”, Gregório Duvivier, intérprete de Jesus no especial, também foi atacado pela militância virtual após inquérito policial revelar que ele trocou mensagens com o hacker preso por invadir o Telegram de integrantes da Lava Jato, questionando “possíveis alvos” com a citação de nomes da rede Globo, do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado. Duvivier apresentou sua defesa e não foi indiciado.

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