Petição contra Especial de Natal do Porta dos Fundos passa de 1 milhão de assinaturas

A petição contra o especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, do grupo Porta dos Fundos, foi turbinada por campanhas de grupos religiosos e conservadores e já reuniu mais de 1 […]

A petição contra o especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, do grupo Porta dos Fundos, foi turbinada por campanhas de grupos religiosos e conservadores e já reuniu mais de 1 milhão de assinaturas pelo “Impeachment” do filme. O objetivo da manifestação no site Change.org é para que a Netflix retire a produção do seu catálogo.

O conteúdo do programa, que satiriza Jesus Cristo no Natal, irritou profundamente uma parcela da população. Além da petição, um bispo de Pernambuco pediu boicote à Netflix e houve até requerimento para que a Câmera de Deputados divulgue nota de repúdio contra a plataforma.

No especial, Jesus (Gregorio Duvivier) retorna para a casa dos pais, após uma viagem de 40 dias no deserto, a tempo de festejar seu aniversário de 30 anos, mas chega acompanhado por Orlando (Fabio Porchat), um rapaz espalhafatoso e afetado. A partir daí, os diálogos trazem uma série de insinuações de que os dois têm um relacionamento amoroso. Também há várias piada sobre a traição sofrida por José e o interesse carnal de Maria em Deus.

Houve até famosos que se manifestaram, como o ator Carlos Vereza, que atacou o grupo de humoristas nas redes sociais: “Porta dos Fundos. Vocês são lamentáveis como viventes. Embora Jesus não precise de defesa, principalmente a minha, vocês imaginam que podem debochar, não do Mestre, que é perdão antecipado, mas do maior país católico do planeta e dos que creem num Ser que modificou a história, antes e depois Dele”, escreveu o ator em um texto publicado no Facebook.

Como de praxe, o tema foi bastante explorado por políticos. Além do pedido de requerimento, pedido pela deputada federal Chris Tonietto, seu colega Eli Borges fez um discurso em plenário repudiando a produção que, segundo ele, zomba da fé cristã, e Eduardo Bolsonaro usou o Twitter para divulgar um cartaz onde afirma que a “Netflix ataca cristãos”.

Diante da polêmica, o Porta dos Fundos disse, por meio de sua assessoria, que “valoriza a liberdade artística e faz humor e sátira sobre os mais diversos temas culturais e da nossa sociedade”.

Já a Netflix informou que não irá se pronunciar sobre o ocorrido, mas salientou que valoriza a liberdade de expressão artística e lembrou que a parceria com o Porta dos Fundos rendeu recentemente o Emmy Internacional de Melhor Comédia, vencido pelo especial de Natal do ano passado.