Suspeito de atentado contra Porta dos Fundos é extraditado da Rússia
Eduardo Fauzi Richard Cerquise, o homem identificado como um dos responsáveis pelo atentado à bomba contra a sede da produtora Porta dos Fundos em 2019, foi finalmente extraditado da Rússia, onde se escondeu ao ter a identidade descoberta. Ele desembarcou na noite de quinta (3/3) no Rio de Janeiro e foi encaminhado ao Presídio José Frederico Marques, em Benfica. Após ser identificado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um dos cinco homens que jogaram coquetéis molotov na sede da produtora, na véspera de Natal, o próprio suspeito assumiu a autoria do crime em postagens nas redes sociais. Em sua denúncia, o MP-RJ considerou que, ao lançar os artefatos explosivos, Fauzi assumiu o risco de matar o vigilante que estava trabalhando na portaria do edifício na ocasião do atentado. Como a porta de acesso ao edifício é de vidro, o vigilante podia ser visto pelo lado externo. Ainda segundo o Ministério Público, o vigilante só não morreu porque teve pronta reação, conseguindo controlar o incêndio causado e fugir do imóvel, apesar de a portaria ser pequena, com apenas uma saída. De acordo com a acusação, o delito tem o agravante de ter sido praticado por motivo fútil. O ataque aconteceu porque o grupo do qual Fauzi fazia parte não gostou do especial de fim de ano produzido pelo Porta dos Fundos para a Netflix, em que Jesus foi retratado como gay. Depois do crime, os responsáveis pelo atentado divulgaram um vídeo de teor similar ao de organizações terroristas, usando máscaras, fazendo ameaças e incentivando o ódio contra os humoristas. A expectativa é que, com a prisão no Brasil, o réu nomeie os comparsas responsáveis pelo ato criminoso, até agora não identificados. Fauzi é dono de estacionamento, presidente da Associação dos Guardadores Autônomos de Veículos São Miguel e filiado ao PSL (partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro) desde 2001, de acordo com informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu nome foi parar no noticiário carioca pela primeira vez em 2013, quando agrediu o então secretário de Ordem Pública Alex Costa, durante uma operação da Prefeitura para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária do Rio. Ele foi condenado a quatro anos de prisão em fevereiro de 2018 pela agressão, mas cumpria a pena em liberdade. Segundo a Polícia Civil, além desse processo, Fauzi tem mais uma dúzia de registros criminais, acusado de lesão corporação, ameaça, coação no curso do processo, agressão configurada na Lei Maria da Penha (violência contra mulher), desacato e exercício ilegal da profissão. Ele também foi investigado por suspeita de integrar uma “milícia de estacionamentos”, que controla estacionamentos ilegais no Rio. Ele também militou na FIB (Frente Integralista Brasileira) por 10 anos e chegou a ser presidente da sucursal carioca da organização de extrema direita, originalmente inspirada pelo nazi-fascismo.
Globo é multada por racismo em piada de programa humorístico
Por decisão da Justiça de São Paulo, o Grupo Globo foi multado em R$ 88 mil por racismo. A denúncia por discriminação racial foi motivada por uma piada do programa humorístico “Jornal Sensacionalista”, exibido no Multishow, que relacionou um cachorro à religião de matriz africana candomblé. O episódio polêmico foi exibido nos dias 26 e 28 de outubro de 2013. Na piada, o animal denominado “cãodomblé” aparecia com vestimentas brancas e era tratado por sua tutora e pela comunidade local como um animal especial, já que ele “recebe entidades”, “prevê o futuro” e “joga búzios”. A denúncia foi feita pela Coordenação de Políticas para a População Negra e Indígena (CPPNI) à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. A multa foi estabelecida ainda em 2013, mas o Grupo Globo recorreu. Em outubro do ano passado, a emissora conseguiu decisão favorável na primeira instância. O Estado de São Paulo recorreu e o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) autorizou a cobrança da multa. Na decisão do TJ-SP, a desembargadora Maria Fernanda De Toledo Rodovalho ponderou: “Conclui-se que discriminação, no caso em tela, é deliberada e dirigida especificamente à identidade de um grupo étnico minoritário (candomblecistas), o que configura ato ilícito de prática discriminatória e preconceituosa de raça e de cor, com as consequências administrativas que o acompanham”.
Mark Wahlberg encontra a religião em trailer de drama edificante
A Sony Pictures divulgou o primeiro trailer de “Father Stu”, drama edificante que mostra a transformação de Mark Wahlberg de bad boy sem destino num padre adorado. Baseado na história real do padre Stuart Long, o filme mostra toda a trajetória do protagonista, desde seu passado como boxeador, sua mudança para Los Angeles com o sonho de virar ator e o emprego de balconista que o fez encontrar a religião – na verdade, uma bela latina que só namorava homens batizados. Após um grave acidente de moto que o deixa com sequelas, ele encontra sua vocação, usando seus últimos esforços físicos para seguir o sacerdócio. E com seu exemplo, acaba inspirando multidões. A produção também traz Mel Gibson (“A Força da Natureza”) e Jacki Weaver (“O Grito”) como os pais de Stu, além de Teresa Ruiz (“Luis Miguel: A Série”) e Malcolm McDowell (“Gossip Girl”). Roteiro e direção são de Rosalind Ross, que é namorada de Gibson e estreia nas duas funções no cinema, após escrever um curta e um episódio da serie “Matador” em 2014. O lançamento está marcado para 15 de abril nos EUA, no fim de semana da Páscoa, e ainda não há previsão para o Brasil.
Filme indicado ao Oscar 2022 será lançado pela Star+ no Brasil
O filme “The Eyes of Tammy Faye”, que na terça (8/2) rendeu indicação ao Oscar para atriz Jessica Chastain, será lançado no Brasil em streaming pela plataforma Star+. No entanto, a data de lançamento ainda não foi divulgada. O longa é uma cinebiografia da televangelista americana Tammy Faye Bakker, papel de Chastain. Ela e o marido, Jim Bakker (Andrew Garfield), criaram a maior rede de radiodifusão religiosa americana, nas décadas de 1970 e 1980. Mas o império ruiu quando o marido foi preso por vários crimes de fraude e conspiração criminal em 1989. Durante sua carreira, Tammy Faye ficou conhecida pela personalidade excêntrica e glamourosa. Mas embora parecesse desconectada da realidade ao encarnar o materialismo da “teologia da riqueza”, ela também é lembrada por defender pontos de vista éticos, que divergiam dos televangelistas tradicionais, particularmente na aceitação da comunidade LGBTQIAP+ e apoio aos pacientes com HIV no auge da epidemia de AIDS. “The Eyes of Tammy Faye” foi indicado ao Oscar em duas categorias: Melhor Atriz com Jessica Chastain, e Melhor Maquiagem e Penteados. Curiosamente, Andrew Garfield também concorre ao Oscar na categoria de Melhor Ator, mas pelo filme “tick, tick… BOOM!”, lançado por outra plataforma de streaming, a Netflix. Além de Chastain e Garfield, o elenco da biografia inclui Vincent D’Onofrio (“Demolidor”), Cherry Jones (“Transparent”), Sam Jaeger (“The Handmaid’s Tale”) e Fredric Lehne (“Supernatural”). Escrito por Abe Sylvia (roteirista das séries “Disque Amiga para Matar” e “Nurse Jackie”) e dirigido por Michael Showalter (criador de “Search Party” e “Wet Hot American Summer”), “The Eyes of Tammy Faye” estreou em 17 de setembro nos EUA. 🙌 Fomos abençoados por esta notícia 🙌 Em breve chega a história de Tammy Faye e Jim Bakke ao #StarPlusBR, com a atriz indicada ao Oscar, Jessica Chastain e Andrew Garfield que, bom, é o Andrew Garfield. pic.twitter.com/WV5dTc9F3Q — Star+ Brasil (@StarPlusBR) February 9, 2022
Joseph Gordon-Levitt viverá famoso líder de seita suicida
O ator Joseph Gordon-Levitt (“Os 7 de Chicago”) vai estrelar o drama de época “White Night”, sobre a história controversa de Jim Jones. Jones entrou para a História como fundador e líder do Templo dos Povos, seita que se tornou mundialmente conhecida pelos assassinatos de um congressista e repórteres americanos, seguidos por um ato de suicídio coletivo por ingestão de veneno de mais de 900 de seus integrantes na Guiana em 1978, tragédia batizada pela mídia como o Massacre de Jonestown. O elenco também destaca Chloë Grace Moretz como Deborah Layton, uma das sobreviventes do massacre. Ela era uma das principais integrantes do Templo dos Povos antes de descobrir a verdade sobre Jones e tentar denunciá-lo. O filme é baseado justamente no livro de memórias de Layton, “Seduction Poison”. A adaptação foi escrita por William Wheeler (“A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”) e será dirigida pela norueguesa Anne Sewitsky (“A Very British Scandal”). A produção é da FilmNation e ainda não há previsão de estreia. “Entrar na órbita magnética de Jim Jones através dos olhos de uma jovem idealista e apaixonada nos lembrou que qualquer um pode ser vítima do extremismo, dadas as circunstâncias certas”, disse Ashley Fox, presidente de produção da FilmNation, em comunicado. “White Night” não é o único projeto sobre o massacre de Jonestown em curso em Hollywood. Em novembro passado, Leonardo DiCaprio assinou contrato para interpretar Jim Jones em um filme escrito por Scott Rosenberg (das franquias “Venom” e “Jumanji”) e produzido pela MGM. Mas desde então o projeto não apresentou nenhum novo desenvolvimento.
Grupo evangélico volta a pedir censura contra Porta dos Fundos
Derrotada no STF em sua tentativa de reimplantar a censura no Brasil, a Associação Centro Dom Bosco atacou de novo nesta quarta (15/12). O grupo evangélico entrou com uma ação no TJ de SP contra as empresas que administram a Paramount no Brasil e o grupo Porta dos Fundos pelo lançamento do novo especial de Natal da trupe. Primeira versão animada do já tradicional especial de Natal, “Te Prego lá Fora” foi lançado também nesta quarta, com exclusividade no serviço de streaming Paramount+. Com roteiro de Fabio Porchat, a produção acompanha a adolescência de Jesus Cristo no ensino médio, quando precisa se fingir de bad boy para escapar da perseguição do diretor pedófilo da escola, Herodes, obcecado em encontrar aquele que seria o Messias. Segundo a Associação Centro Dom Bosco, o pedido de censura contra o novo especial tem a “necessidade de proteger o sentimento religioso de uma violação grave”. A petição cita ainda que a censura busca evitar “que a onda de intolerância contra àqueles que professam alguma religião não se agrave ainda mais”. Importante lembrar que os únicos registros conhecidos de intolerância religiosa no Brasil são ataques de evangélicos que chutam santas católicas e rotulam religiões afro-brasileiras como satânicas. Os exemplos de religiosos intolerantes são bem mais numerosos. A própria Associação Centro Dom Bosco já tentou censurar um especial de Natal feito pelo Porta dos Fundos, divulgado pela Netflix em 2019. A Justiça carioca, inclusive, deu ganho de causa ao grupo religioso, mas a decisão foi revertida no STF. Na decisão, o ministro relator Gilmar Mendes destacou que os ofendidos pelo material podiam simplesmente não assistir ao vídeo. Cármen Lúcia concordou e disse que o especial não está exposto aos que não querem vê-lo. Curiosamente, foi a mesma conclusão da primeira juíza a analisar a ação de 2019. Adriana Sucena Monteiro Jara Moura citou o artigo 5º da Constituição, que assegura a liberdade de expressão, e abordou o argumento de suposto “abuso desse direito” à luz da jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal). Ela concluiu dizendo que “não há exposição a seu conteúdo a não ser por opção daqueles que desejam vê-lo. Resta assim assegurada a plena liberdade de escolha de cada um de assistir ou não ao filme e mesmo de permanecer ou não como assinante”. A Associação Centro Dom Bosco apelou na justiça contra a decisão original e encontrou um simpatizante no desembargador Benedicto Abicair, que justificou ser favorável à censura como uma medida “para acalmar os ânimos”, após o Porta dos Fundos ter sua sede atacada por uma célula terrorista de direita. Se mantida, a decisão serviria de estímulo para outras organizações de extrema direita agirem para proteger a “sociedade brasileira”. Não por acaso, a censura foi comemorada pelo autor confesso do atentado terrorista contra a sede do grupo. O STF reforçou a liberdade de expressão e o Porta dos Fundos continuou rindo por último. Veja abaixo o trailer do novo especial.
Felipe Camargo vai estrelar nova série da Star+
O ator Felipe Camargo (“Novo Mundo”) será o protagonista de uma nova série da plataforma de streaming Star+. Chamada provisoriamente de “O Santo Maldito”, a atração trará o ator no papel de um professor universitário e crítico ferrenho de religiões. Contudo, após problemas financeiros, ele acaba aceitando a proposta de um pastor cadeirante da periferia, vivido por Augusto Madeira (“A Menina que Matou os Pais”), para fazer cultos. Othon Bastos (“Carcereiros”) e Ana Flávia Cavalcanti (“Sob Pressão”) também estão no elenco. A plataforma aposta no projeto e já confirmou a produção da 2º temporada, enquanto as gravações dos primeiros episódios acontecem em São Paulo, sob direção de Gustavo Bonafé (“O Doutrinador”).
Talibã proíbe mulheres em séries e novelas do Afeganistão
O Talibã proibiu a produção de séries e novelas afegãs que tenham mulheres no elenco. A nova regra encabeça uma lista de oito diretrizes religiosas divulgadas para a mídia local no domingo (21/11). Anisa Shaheed, uma das jornalistas mais renomadas do Afeganistão, confirmou a diretiva por meio de sua conta no Twitter, além de postar uma foto do documento. Foi a primeira diretriz do gênero do Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, instituído pelo Talibã em setembro, após o grupo radical islâmico retomar o poder no país. A regra que proíbe as mulheres de aparecer no cinema e na TV era algo previsto. As atrizes já tinham sido banidas pelo Talibã quando o grupo assumiu o poder pela primeira vez, de 1996 a 2001. Na época foi até pior, com a proibição completa de filmes, televisão, música e até fotografias. Diante desta perspectiva, em setembro, várias publicações internacionais registraram o temor de cineastas afegãs pelo futuro de sua arte sob o governo do Talibã. Muitas já fugiram do país. A diretriz recém-anunciada também pede às jornalistas de TV que usem hijabs islâmicos quando estiverem fazendo reportagens e veta exibição de pessoas com corpo descoberto, representações do Profeta Maomé ou outras figuras sagradas, programas humorísticos em que pessoas são humilhadas e conteúdos que vão contra os valores islâmicos. Questionado pela agência AFP, o porta-voz do ministério, Hakif Mohajir, disse que “essas não são regras, mas uma orientação religiosa”.
Leonardo DiCaprio vai viver líder da seita do massacre de Jonestown
O ator Leonardo DiCaprio está em negociações avançadas com a MGM para estrelar um filme sobre Jim Jones, o líder de uma seita que, em 18 de novembro de 1978, promoveu o massacre de mais de 900 seguidores. Além de estrelar, DiCaprio negocia participar da produção com sua empresa, Appian Way. O roteiro foi escrito por Scott Rosenberg (das franquias “Venom” e “Jumanji”) e se dedica a contar a história do pastor que fundou o Templo dos Povos na cidade de Indianapolis, nos Estados Unidos, em 1955, e que, depois de realizar supostos milagres, decide construir a cidadela de Jonestown, na Guiana, que ele considerava um paraíso utópico, livre da opressão do capitalismo dos Estados Unidos. Em meio a denúncias de abusos humanos, o governo americano enviou uma delegação liderada pelo congressista Leo Ryan ao local, em novembro de 1978. O político e repórteres da rede NBC que o acompanhavam foram metralhados pelos seguidores de Jones, que em seguida celebraram o ato que entrou para a História. Embora costume ser chamado de suicídio coletivo, muitos seguidores que tomaram veneno não sabiam o que estavam fazendo, já que ele foi servido na bebida. Entre os 918 membros mortos da comunidade, 304 eram crianças. Ainda não há previsão de estreia para “Jim Jones”. DiCaprio será visto a seguir em duas produções de streaming, contracenando com Jennifer Lawrence na comédia “Não Olhe para Cima”, de Adam McKay, prevista para 24 de dezembro na Netflix, e no western criminal “Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorsese, que vai chegar na Apple TV+ no fim de 2022. Veja abaixo uma reportagem do programa americano “Today”, da NBC, sobre a tragédia.
Isabelle Drummond é acusada de construir igreja no quintal de uma casa alugada
A atriz Isabelle Drummond foi acusada de construir uma igreja no quintal de uma casa alugada no Rio de Janeiro. A dona da propriedade expôs a situação no Twitter. “Inacreditável. A atriz Isabelle Drummond alugou minha casa por dois anos, construiu uma igreja no meu quintal sem a minha autorização”. “Para minha surpresa, me bloqueou nas redes sociais. Por quê? Ninguém sabe que ela tem uma igreja evangélica?”, acrescentou no mesmo post. Ela disse que só soube da construção por um vizinho, já que mora em São Paulo e a casa alugada fica no Rio de Janeiro. “Mas não era segredo. Sendo ela uma pessoa pública, com uma igreja que também recebe abertamente as pessoas, dificilmente seria um segredo. E se tem CNPJ, também é público”, disse. A antiga intérprete de Emília no “Sitio do Picapau Amarelo” aparece, de fato, como diretora no quadro societário da Igreja Casa Shores, no Rio de Janeiro, com CNPJ aberto. No Twitter, a atriz Paula Braun, esposa de Mateus Solano, defendeu Isabelle, sem citar o nome da artista. “Não entendo mesmo exporem uma pessoa pelo que ela faz em casa, seja rezar ou fazer uma suruba. Se eu fosse a atriz processava a proprietária que fez um exposed de algo que poderia ter resolvido particularmente. E é muito louco a proporção que toma aqui.” Em seguida, Mariana Rocha, a proprietária, respondeu: “Só a minha família sabe como encontramos a casa, nosso único bem. É fácil falar quando não é conosco. A exposta aqui sou eu, tá?”. Tomando as dores de Drummond, Braun ainda retrucou: “Mas você tem todo o direito de se chatear e de resolver isso juridicamente via contrato e acordo entre as partes. A partir do momento que você expõe vira espetáculo de mídia”. Na verdade, o espetáculo de mídia começa a partir do momento que uma celebridade cria um igreja. A assessoria de imprensa de Isabelle Drummond ainda não se pronunciou sobre a acusação. Gente, primeiramente #FORABOLSONARO — Mari (@cinemari) August 14, 2021 Foi só um desabafo. É curioso estarem surpresos pela igreja, achei que todo mundo soubesse. Eu tentei acordo, mas fui bloqueada. Já já eu supero. Boa noite e usem máscara. A pandemia não acabou. #ForaBolsonaro 🥰😘😉 — Mari (@cinemari) August 14, 2021
Governo Bolsonaro muda Programa Nacional de Apoio à Cultura
O governo Bolsonaro mudou as diretrizes da política de fomento cultural com a publicação de um decreto nesta terça (27/7), que dá novo texto ao Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac). A portaria redefine a classificação das áreas culturais contempladas pela Lei Rouanet, criando divisões de “arte sacra” e “belas artes” como categorias distintas, que abrangeriam as demais. O decreto também tira o poder da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), colegiado formado por representantes das áreas culturais que definem os projetos habilitados a captar verbas. Agora, basta o secretário de Cultura dizer o que o pode e o que não pode ser feito, concentrando todas as decisões sobre fomento e incentivo cultural. As mudanças ecoam manifestações do secretário Mario Frias e seu assistente, o ex-policial militar André Porciuncula, em redes sociais sobre a “verdadeira” natureza da arte, frequentemente referida pela dupla como “o belo” e “o sublime”, além de vetos a projetos que não os agradam, entre eles um filme sobre o presidente Fernando Henrique Cardoso – que Jair Bolsonaro já quis matar – , um festival de jazz “antifacista” e um documentário sobre a escalada política da Igreja Universal – que a criação da divisão de “arte sacra” reforça. Jair Bolsonaro celebrou a publicação da portaria, escrevendo no Twitter que “o instrumento objetiva uma gestão eficiente, com controle de prestação de contas — e traz inédita valorização de Belas Artes e Arte Sacra”. Na superfície, parece só mais uma malvadeza do governo contra a classe artística, mas esse pequeno decreto embute algo muito pior e perigoso para o Brasil. A mudança acontece após o ex-secretário Roberto Alvim, definido por Bolsonaro como “um secretário de Cultura de verdade”, fazer um discurso de teor nazista, parafraseando Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha do governo de Adolf Hitler, para definir o projeto do governo atual para a Cultura. Hitler era admirador das artes clássicas grega e romana, que ele julgava estarem livres de influências judaicas. Para ele, a arte deveria visar a um ideal de beleza e perfeição. Para Alvim, Frias e o governo Bolsonaro também. Nazistas dividiam a cultura em “belas artes” e “artes degeneradas” e culpavam os comunistas (muitos deles judeus) pela decadência das artes. Não é diferente com o governo Bolsonaro, que ao vetar incentivos de manifestações críticas sugere estar acabando com “a mamata” da esquerda na Cultura, barrando também produções degeneradas, como o filme da “Bruna Surfistinha” – citado pelo capitão reformado como exemplo de um suposto baixo nível do cinema brasileiro. São fatos, que até rendem justificativas na seara do “mal entendido”. “No meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista. Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela”, disse Alvim ao buscar se defender. Só que, nos últimos dias, a proximidade do governo Bolsonaro com o nazismo deixou o campo abstrato para ganhar fatos concretos. Eduardo Bolsonaro simplesmente postou foto e frases de Hitler em suas redes sociais e, depois de ser bloqueado pelo Facebook, alegou que a plataforma estava “cerceando o seu direito de livre manifestação de maneira unilateral e autoritária”. Em seguida, encontrou-se com a neta de um ministro da Alemanha nazista, que ainda foi recebida no Palácio do Planalto. Beatrix von Storch, vice-líder do AfD (Alternativa para Alemanha), partido da extrema direita alemã vigiado pelo próprio governo de seu país por atos antidemocráticos, posou para fotos até com um sorridente Jair Bolsonaro. O presidente, inclusive, postou a imagem em seu Twitter. Isto mesmo: a neta de um ministro de Adolf Hitler, líder de um partido tido como neonazista e conhecida por discursos xenofóbicos, foi recebida pelo presidente do Brasil na sede do governo federal, e ele ainda divulgou o fato espontaneamente e feliz. “Somos unidos por ideais de defesa da família, proteção das fronteiras e cultura nacional”, escreveu Eduardo Bolsonaro, reforçando o que o governo de seu pai tem em comum com a neta do Ministro das Finanças de Hitler, que ficou conhecido por não aceitar a rendição da Alemanha e desejar continuar a guerra, mesmo após o suicídio de Hitler, com crianças, mulheres e quem restasse. Vale lembrar que “proteção das fronteiras” foi a desculpa nazista para o começo da 2ª Guerra Mundial. Quanto à “cultura nacional”… O ministro da Propaganda nazista, que inspirou discurso do antecessor de Frias, censurou material didático, livros, imprensa, cinema, rádio, música, teatro, museus e galerias de arte para permitir que apenas a ideologia nazista fosse vista e transmitida, de modo a realizar lavagem cerebral na população. O governo Bolsonaro não pode fazer isso, porque o Brasil ainda é uma democracia, mas está levando a cabo algo muito próximo, ao concentrar em Mario Frias e companhia a decisão de bloquear verbas e incentivos de conteúdos contrários à sua ideologia, dificultando ao máximo a produção de contraditórios. O ministro da Propaganda de Hitler foi extremamente bem-sucedido em seu projeto, e as consequências incluíram o Holocausto. Lembram qual é o slogan oficial do governo Bolsonaro? “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”? Em alemão, começa assim: “Brasil Uber Alles”, igual ao “Deutchland Uber Alles” nazista, slogan extraído da canção nacionalista “Das Lied der Deutschen” (A canção dos alemães). Hitler era um fã declarado da canção. Ele chegou a dizer que se tratava da canção que os alemães consideravam “a mais sagrada”. Em 1936, ela foi cantada na abertura dos Jogos Olímpicos de Berlim, quando Hitler e o séquito nazista entraram no Estádio Olímpico. Mesmo assim, não dá para qualificar o governo atual do Brasil como nazista, porque o nazismo não tinha a obsessão religiosa que o capitão reformado demonstra. E é bom que exista esta distinção, com Deus acima de tudo, porque maiores semelhanças seriam muito preocupantes. O governo Bolsonaro não é nazista, mas as coincidências, brevemente listadas, são muitas e se somam, a ponto de gerar este questionamento.
Ancine de Bolsonaro censura filmes sobre FHC e Igreja Universal
Os diretores nomeados pelo governo Bolsonaro para a Ancine tem seguido a recomendação do presidente para usar “filtros” nos (pouquíssimos) projetos aprovados para captação de recursos. Na prática, verifica-se uma censura política e ideológica na entidade que deveria fomentar o cinema no Brasil, com a rejeição de um filme sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que Bolsonaro já sugeriu matar (“Começando com FHC, não deixando ir para fora, não. Matando!”), e de um documentário sobre o avanço da Igreja Universal do Reino de Deus e de outras denominações evangélicas na política nacional – “Os Evangélicos”, em desenvolvimento pelos cineastas Helena Solberg e David Meyer. O avanço político dos pastores tem apoio explícito de Bolsonaro, que recentemente enviou o vice-presidente Mourão a Angola para defender interesses da Igreja Universal naquele país e vergonhosamente nomeou o pastor Marcelo Crivella – que é considerado suspeito de crimes e não pode viajar ao exterior – embaixador do Brasil na África do Sul. A censura política fica evidente na justificativa dada para o veto ao filme de FHC. Assinada por dois diretores da Ancine no dia 7 de julho, a decisão considera que o longa-metragem “dá margem a inegável promoção da imagem pessoal do ex-presidente da República homenageado no documentário, com notório aproveitamento político, às custas dos cofres públicos”. A mesma Ancine não lembrou destas justificativas ao aprovar um filme sobre a eleição de Bolsonaro, “Nem Tudo se Desfaz”, do cineasta Josias Teófilo, que antes tinha filmado um documentário bonzinho sobre o infame terraplanista Olavo de Carvalho, mentor do que de pior há no bolsonarismo. Com relação ao veto do documentário sobre a ambição política da Igreja Universal, a Ancine invocou um artigo que veda “o fomento de conteúdos religiosos ou políticos”. “Só que”, argumenta Meyer, diretor de “Os Evangélicos”, “o tal artigo foi revogado pela própria agência há tempos”.











