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    Estreias | Terror “Imaginário” tem maior destaque nos cinemas

    14 de março de 2024 /

    Maioria dos lançamentos da semana chega em circuito limitado, com destaque para o filme turco "Ervas Secas", premiado no último Festival de Cannes

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    Estreias | “Farofeiros 2” chega em mil cinemas

    7 de março de 2024 /

    Programação também inclui dois documentários internacionais indicados ao Oscar, que vai premiar os vencedores no domingo

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    Estreias | “Duna 2” e indicados ao Oscar são principais novidades de cinema

    29 de fevereiro de 2024 /

    Além do blockbuster de ficção científica, as telas recebem três indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional: "Eu, Capitão", "A Sala dos Professores" e "Dias Perfeitos"

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    Estreias | “O Menino e a Garça” é a principal novidade nos cinemas

    22 de fevereiro de 2024 /

    Filme que disputa o Oscar de Melhor Animação é o grande destaque da Semana do Cinema, com ingressos ao preço promocional de R$ 12

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    Estreias | “Madame Teia” e “Bob Marley” chegam nos cinemas

    15 de fevereiro de 2024 /

    Circuito cinematográfico também recebe o premiado "Zona de Interesse", que disputa cinco Oscars, e uma nova animação da série infantil "Masha e o Urso"

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    Estreias | “A Cor Púrpura” é a principal novidade nos cinemas

    8 de fevereiro de 2024 /

    Terror "Baghed - A Bruxo dos Mortos" também se destaca entre os lançamentos, com exibição em 500 telas

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    Estreias | Indicado a 11 Oscars, “Pobres Criaturas” chega aos cinemas

    1 de fevereiro de 2024 /

    A programação de estreias desta quinta (1/2) tem filmes premiados e com avaliações altamente positivas da crítica. Só que, entre os três lançamentos mais amplos, apenas “Pobres Criaturas” se encaixa nessa descrição. Favorito a colecionar estatuetas do Oscar (são 11 indicações), a fantasia com performance consagradora de Emma Stone divide espaço com a comédia de ação “Argylle – O Superespião”, destruída pela imprensa dos Estados Unidos, e a produção infantil nacional “Gato Galático e o Feitiço do Tempo”, mais um projeto de influencer digital em busca do público de cinema. Sem chances de gerar bilheterias blockbusters, os três chegam em circuito médio, com cerca de 200 telas cada. O circuito limitado ainda recebe dois lançamentos sul-americanos impactantes e avassaladores em seu terror – sobrenatural e baseado em fatos históricos. Confira a lista completa.   POBRES CRIATURAS   A fantasia gótica que volta a juntar Emma Stone e o diretor Yorgos Lanthimos após “A Favorita” (2018) é um “Frankenstein” feminista e sexual. Adaptação do romance de 1992 de Alasdair Gray, roteirizada por Tony McNamara (também de “A Favorita”), a trama desenrola-se num passado alternativo, rico em elementos góticos e steampunk da era vitoriana – com visual reminiscente de “Metrópolis” (1927) – e acompanha Bella Baxter, uma criatura renascida através dos experimentos de um cientista (Willem Dafoe, de “Aquaman”) com o corpo de uma mulher adulta recém-falecida, mas o cérebro de um bebê. À medida que Bella se adapta à sua nova existência, ela começa a aprender e a se desenvolver rapidamente, adquirindo linguagem e conhecimento sobre o mundo que a rodeia. É quando um advogado aventureiro, vivido por Mark Ruffalo (o Hulk de “Os Vingadores”), fica fascinado por sua existência e decide introduzi-la ao mundo exterior, guiando-a por diversas cidades europeias, onde ela vivencia uma série de experiências que moldam sua compreensão sobre a vida, a sexualidade e as interações humanas. Ao longo de sua jornada, Bella transforma-se em uma mulher autêntica, com desejos e ambições, ao mesmo tempo em que desafia as convenções sociais de sua época. A história não é nova, já tendo sido levada ao cinema em “A Prometida” (1985), uma revisão feminista de “A Noiva de Frankenstein” (1935). Mas a abordagem revigora o material com um visual impressionante – dos efeitos à paleta de cores – e uma performance audaciosa de Emma Stone, principalmente em seus aspectos físicos. A atriz usa seu corpo e expressões faciais para comunicar a evolução de Bella, e explorar seu despertar sexual com uma franqueza e uma intensidade raras. Pelo desempenho desinibido, ela já foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Veneza, Globo de Ouro e Critics Choice. Com uma proposta que entrelaça a absurdidade com questões existenciais, “Pobres Criaturas” está indicado a 11 Oscars, incluindo Melhor Filme, Direção, Roteiro e Atriz.   ARGYLLE – O SUPERESPIÃO   A comédia de ação mantém a assinatura estilística do diretor Matthew Vaughn, que se especializou em pastiches de James Bond na franquia “Kingsman”. A trama segue Elly Conway, uma romancista interpretada por Bryce Dallas Howard (“Jurassic World”), conhecida por livros de espionagem, especificamente sua criação Agente Argylle, um espião bonitão imaginado como Henry Cavill (“O Homem de Aço”) com um penteado dos anos 1990. Os problemas começam quando a obra transcende a ficção e começa a se manifestar no mundo real. A premissa intrigante – mas que lembra outros filmes – gira em torno de como os enredos fictícios de Elly se alinham perigosamente com eventos do mundo real da espionagem, levando-a a uma aventura inesperada ao lado de Aidan, um espião de verdade vivido por Sam Rockwell (“Três Anúncios para um Crime”), que é bem diferente de sua visão romanceada da profissão. O filme se desdobra com Elly sendo arrastada para um turbilhão de eventos que imitam suas próprias criações literárias, onde a fronteira entre ficção e realidade se torna cada vez mais tênue. Apesar de um elenco estelar, que ainda inclui Bryan Cranston (“Breaking Bad”) e Samuel L. Jackson (“Capitã Marvel”), “Argylle” é sobrecarregado por reviravoltas confusas e um estilo visual que, ao tentar impressionar, sucumbe ao exagero dos efeitos especiais. Cheio de clichês com a desculpa da “metalinguagem”, o filme não funciona como comédia e não se leva a série como thriller de ação. Resultado: apenas 37% de aprovação no Rotten Tomatoes.   GATO GALÁCTICO E O FEITIÇO DO TEMPO   Seguindo os passos de Luccas Neto, o youtuber Ronaldo Souza também tenta fazer sua transição do digital para a película. Seu segundo filme como Gato Galáctico gira em torno de um relógio especial que o leva a Cronópolis, uma cidade sob a maldição do vilão Perpétuo, interpretado por Daniel Infantini. Na busca para desfazer o feitiço e salvar crianças desaparecidas, ele encontra aliados e descobre mais sobre seu passado. O filme explora temas como amizade, coragem e a importância das relações familiares, elementos comuns em produções voltadas para o público infantil. Dirigido por Rodrigo Zanforlin e com roteiro de André Brandt e Gui Cintra, o filme tenta transpor a popularidade de Gato Galáctico do ambiente digital para o cinema, um desafio que envolve capturar a essência do criador de conteúdo de uma maneira que ressoe tanto com seu público fiel quanto com novos espectadores. Apesar da proposta aventureira e do esforço em criar uma história com elementos fantásticos, como o relógio mágico e o cenário de Cronópolis, “Gato Galáctico e o Feitiço do Tempo” enfrenta desafios para convencer nos cinemas, especialmente no que tange à profundidade dos personagens e à coesão do enredo. A produção acaba sendo um compilado dos principais defeitos do cinema infantil brasileiro, com interpretação teatral (tudo é exagerado), diálogos recitados (falas não naturais) e muitos furos narrativos (não precisa aprofundar, porque é para crianças).   O MAL QUE NOS HABITA   O terror argentino mergulha o espectador em uma atmosfera rural carregada de tensão e medos ancestrais. Dirigido e roteirizado por Demián Rugna, que ganhou boa reputação no gênero com “Aterrorizados” (2017), o filme se passa em uma região isolada da Argentina, onde dois irmãos se deparam com sinais de uma presença maligna após escutarem disparos na calada da noite. Sem demora, eles encontram uma cena macabra que sinaliza o início de uma série de eventos sobrenaturais ligados a uma possessão demoníaca que assola a comunidade local. A história evolui a partir da descoberta de um jovem moribundo, conhecido como “podre”, vítima de uma entidade demoníaca que busca se manifestar fisicamente. Na tentativa de conter essa ameaça, os irmãos se veem enredados em uma trama de desespero e violência, onde cada decisão os leva a enfrentar consequências cada vez mais terríveis. O filme explora temas de exorcismo e influências malignas de forma inovadora, evitando clichês do gênero e construindo um enredo onde as crenças populares e os rituais de proteção se misturam com a urgência de combater um mal que se espalha como praga. Rugna cria uma atmosfera opressora, onde o medo e a paranoia se manifestam tanto nas paisagens desoladas quanto nos atos extremos de violência. “Quando o Mal Espreita” se destaca não apenas pela sua abordagem original da possessão demoníaca, mas também pelo modo como insere o espectador em um cenário onde o horror é palpável e a luta pela sobrevivência se entrelaça com a perda da inocência e da humanidade. Com sua narrativa ágil e momentos de tensão ininterrupta, trata-se de uma experiência marcante para os aficionados pelo gênero.   OS COLONOS   O “western” ambientado na Terra do Fogo, no extremo sul da América do Sul, é uma paulada, que retrata a brutalidade do colonialismo no início do século 20. A trama segue a missão sangrenta ordenada por um poderoso proprietário de terras, que busca estabelecer uma rota para seus rebanhos através do território, sem consideração pelas vidas indígenas. Ele recruta um ex-soldado escocês, um mercenário americano e um jovem mestiço de habilidades notáveis com armas para “limpar a ilha”, um eufemismo para a eliminação violenta dos povos nativos. A jornada dos personagens através das vastas e belas paisagens da região é marcada por conflitos e atrocidades, refletindo a crueldade e a ganância inerentes à expansão colonial. A natureza deslumbrante da região, com suas planícies gramadas, montanhas e florestas, contrasta agudamente com a violência dos homens, destacando a pequenez de suas ambições diante da magnitude da terra. O filme, que marca a estreia do diretor chileno Felipe Gálvez, desloca a narrativa para uma discussão política, quando um oficial do governo confronta o latifundiário sobre sua reputação e o tratamento dos indígenas, buscando uma narrativa unificadora para a nação, apesar do genocídio. Premiado pela crítica no Festival de Cannes, “Os Colonos” resulta numa poderosa condenação da identidade nacional construída à custa de atrocidades, desafiando a glorificação da conquista e a complexidade da história colonial da América do Sul.

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    Estreias | Cinemas recebem dois filmes do Oscar 2024

    25 de janeiro de 2024 /

    A programação de cinema desta quinta (25/1) recebe dois lançamentos que disputam o Oscar de Melhor Filme, “Anatomia de uma Queda” e “Vidas Passadas”, mas o circuito amplo privilegia a comédia romântica “Todos Menos Você” e a fantasia infantil brasileira “Príncipe Lu e a Lenda do Dragão”. Outros filmes incluem a continuação do blockbuster nacional “Nosso Lar”, thrillers espanhóis intensos e animações inovadoras. Confira abaixo a relação completa das estreias.   ANATOMIA DE UMA QUEDA   Filme europeu mais premiado do ano, vencedor do Festival de Cannes e do European Film Awards (o Oscar europeu), o drama de tribunal e suspense da francesa Justine Triet (“Sibyl”) acompanha o julgamento de uma mulher suspeita de matar o marido. O homem foi encontrado ensanguentado no gelo, após uma queda de um andar elevado da casa da família e a única testemunha do que aconteceu é o filho cego do casal, que vive mudando sua versão dos acontecimentos. A trama se desdobra em um mistério: foi acidente, suicídio ou assassinato? A verdade transita entre a vida doméstica do casal e o tribunal, e para expô-la, Triet explora temáticas como sexo, ambição, papéis de gênero, casamento e os julgamentos sociais impostos às mulheres. A narrativa é enriquecida por flashbacks do marido e pelo envolvimento do filho do casal, vivido por Milo Machado Graner, cuja visão prejudicada é tanto um ponto do enredo quanto uma metáfora na história. Este é o tipo de filme que mantém o espectador questionando a verdadeira natureza dos eventos e a culpabilidade dos personagens até o final, provocando reflexões sobre percepção, verdade e justiça. O papel principal é interpretado pela alemã Sandra Hüller (conhecida por “Toni Erdmann”), que também venceu o European Awards na categoria de Melhor Atriz do ano e concorre ao Oscar de Melhor Atriz, que será entregue em março. Ao todo, “Anatomia de uma Queda” disputa a cinco Oscars, incluindo Melhor Direção e Filme do Ano – mas, por motivos muito franceses, não foi selecionado pela França para tentar vaga no Oscar de Filme Internacional.   VIDAS PASSADAS   O primeiro longa-metragem da cineasta coreano-canadense Celine Song apresenta uma narrativa envolvente que se desenrola ao longo de 24 anos, explorando as relações e o conceito de in-yun, uma conexão pessoal que transcende vidas. A trama segue a jornada de Hae Sung, interpretado por Teo Yoo, e Nora, vivida por Greta Lee, dois amigos de infância de Seul que se separam quando Nora emigra para Toronto com sua família. A história avança 12 anos, quando os dois se reconectam virtualmente, compartilhando conversas pelo Facebook e Skype. Nora, agora uma dramaturga, e Hae Sung, um estudante de engenharia, discutem sobre suas vidas, transformações e memórias, enquanto Nora se adapta a uma nova identidade em uma cultura diferente. Essa reconexão virtual revela sentimentos não resolvidos entre eles, embora Nora esteja casada com Arthur, um escritor interpretado por John Magaro. A presença de Arthur adiciona tensão à história, pois ele representa um novo capítulo na vida da protagonista e um obstáculo potencial ao reencontro com Hae Sung. Mesmo assim, Hae Sung decide visitar Nora em Nova York, desencadeando uma série de emoções e reflexões sobre as escolhas feitas e os caminhos não percorridos. “Vidas Passadas” destaca a complexidade das relações humanas e o impacto da distância e do tempo em amizades e amores passados. A cinematografia e a trilha sonora intensificam a atmosfera de nostalgia e introspecção, enquanto a direção de Song conduz habilmente uma jornada emocional que questiona o destino, a identidade, existências paralelas e o significado das conexões humanas ao longo do tempo, fazendo com o espectador se veja refletido na tela, questionando sua própria trajetória. Inspirada em sua própria experiência pessoal, a estreia de Celine Song foi considerada tão impressionante que concorre a dois Oscars: Melhor Roteiro Original e Filme do ano.   TODOS MENOS VOCÊ   Sucesso nas bilheterias dos EUA, o filme é apontado como responsável por resgatar o gênero das comédias românticas no cinema. Com uma abordagem jovem e contemporânea, a produção revitaliza o gênero sem inovar na fórmula, que segue uma estrutura clássica – da peça “Muito Barulho por Nada”, de William Shakespeare. Na história, os personagens de Sydney Sweeney (conhecida por “Euphoria”) e Glen Powell (de “Top Gun: Maverick”) são antigos colegas de faculdade que reatam a convivência ao serem convidados para o casamento de um amigo em comum. A situação se complica quando descobrem que seus ex-namorados também estão na lista de convidados, levando-os a combinar um relacionamento falso para criar um clima. Só que tem um detalhe: os dois na verdade nunca se suportaram. A premissa é das mais conhecidas do gênero, envolvendo um casal que se repudia até se apaixonar. Tudo acontece durante um casamento na Austrália, onde a combinação de paisagens deslumbrantes, atuações carismáticas e um roteiro bem elaborado resultam numa diversão leve e descomplicada. A direção é de Will Gluck (de “A Mentira” e “Pedro Coelho”), que também assina o roteiro em parceria com Ilana Wolpert (de “High School Musical: A Série: O Musical”), e o elenco ainda inclui Alexandra Shipp (“X-Men: Apocalipse”), Hadley Robinson (“O Pálido Olho Azul”), Michelle Hurd (“Star Trek: Picard”), Dermot Mulroney (“Invasão Secreta”), Darren Barnet (“Gran Turismo”), Rachel Griffiths (“A Sete Palmos”) e Bryan Brown (“Deuses do Egito”).   AS BESTAS   O suspense de Rodrigo Sorogoyen (“Madre”), um dos diretores mais aclamados do cinema contemporâneo espanhol, é baseado num caso criminal real na Espanha. Construído como uma tragédia, o enredo acompanha o casal francês Antoine (Denis Ménochet) e Olga (Marina Foïs), que se mudam para a região da Galícia, na Espanha, com o objetivo de adotar práticas agrícolas sustentáveis. Eles se encontram em oposição a dois irmãos locais, Xan (Luis Zahera) e Lorenzo (Diego Anido), cuja hostilidade contra os “estrangeiros” vai além do mero desagrado. O filme explora as tensões entre os personagens principais, enfatizando um conflito cultural e ideológico no ambiente rural. O roteiro, coescrito por Sorogoyen e Isabel Peña, desenvolve uma narrativa onde os confrontos são intensificados pela recusa de Antoine em vender suas terras para projetos de energia eólica, algo desejado por muitos na comunidade. Esse impasse gera uma série de eventos hostis, incluindo sabotagem e intimidação, à medida que a tensão entre o casal e os irmãos aumenta. Além de atuações intensas, a obra é notável pelo seu aspecto visual e técnico. Apesar de alguma controvérsia relacionada à representação dos personagens locais, “As Bestas” recebeu nove prêmios Goya em 2022, incluindo Melhor Filme e Direção.   O REFÉM – ATENTADO EM MADRI   O thriller espanhol acompanha as consequências de um atentado terrorista e apresenta uma parceria já estabelecida entre o diretor Daniel Calparsoro e o talentoso ator Luis Tosar, que previamente colaboraram em “Até o Céu” (2020) – e na série homônima da Netflix – , recebendo elogios da crítica. A história se concentra em Santi, interpretado por Luis Tosar, um taxista que, de forma inesperada, se torna refém do único terrorista sobrevivente do atentado fracassado. A reviravolta acontece quando Santi é forçado a se tornar uma bomba humana, caminhando pela Gran Vía de Madrid com um colete explosivo. Esse cenário tenso estabelece o tom para a ação frenética e uma complexa interação entre os serviços de inteligência, as forças de emergência e os meios de comunicação espanhóis. A atuação de Tosar como Santi é um ponto alto da produção, destacando-se na representação de um homem comum enfrentando uma tragédia extraordinária. Graças a seu desempenho, o longa supera o formato padrão de thriller, tornando-se uma reflexão sobre a condição humana diante de circunstâncias extremas.   NAUEL E O LIVRO MÁGICO   O filme chileno-brasileiro de animação, dirigido por Germán Acuña, narra a história de um menino, Nauel, que vive com seu pai pescador e tem um medo intenso do mar. A vida do garoto muda drasticamente quando ele descobre um livro mágico antigo e atrai a atenção de um feiticeiro malicioso que quer o livro para si. A situação se agrava quando o pai de Nauel é sequestrado pelo vilão, levando o garoto a embarcar em uma jornada perigosa para resgatá-lo e enfrentar seus temores. Repleto de elementos tradicionais, como animais falantes e uma jovem que ajuda o protagonista a encontrar coragem, a história, direcionada principalmente ao público infantil, faz de Nauel um personagem com o qual crianças podem se identificar, aprendendo a lidar com seus próprios medos. Mas ainda que siga uma fórmula tradicional, o longa se diferencia por seu estilo visual marcante. A animação mistura técnicas digitais com traços que remetem aos animes dos anos 1970, além de contar com cenários bem elaborados, que criam um ambiente cativante e atraente. O resultado evidencia a qualidade crescente da cena de animação da América Latina.   BIZARROS PEIXES DAS FOSSAS ABISSAIS   A animação do diretor Marão acompanha uma tartaruga urbana com transtorno obsessivo-compulsivo, dublada por Rodrigo Santoro. O filme explora a obsessão da personagem pela ordem e limpeza através de detalhes visuais, em vez de diálogos. Mas uma enchente inesperada a arrasta do conforto de sua loja ao caótico centro do Rio de Janeiro, onde ela encontra um ambiente desordenado que desafia suas compulsões. O elenco de vozes também conta com a atriz Natália Lage como a protagonista feminina, uma mulher com superpoderes excêntricos, e o dublador Guilherme Briggs, que empresta sua voz a uma nuvem com características particulares. Juntos com a tartaruga, eles formam o trio central de personagens, que embarcam numa jornada única, desde a Baixada Fluminense até as profundezas oceânicas das fossas abissais, passando por Araraquara e Sérvia, enfrentando rinocerontes espaciais pelo caminho, enquanto buscam de cacos de um jarro que formam um mapa. A trama inusitada é acompanhada por uma estética anárquica, criada por Marão e sua pequena equipe, que mistura técnicas diferentes de animação para refletir um espírito caótico: cenas em preto e branco são sucedidas por sequências coloridas e texturizadas, enquanto os personagens transitam entre momentos de introspecção e caricaturas cômicas. Misturando ação, humor e elementos de fantasia num cenário brasileiro, a animação conclui com um desvio para o drama familiar, oferecendo uma experiência de entretenimento diferenciada e marcada pela criatividade.   PRÍNCIPE LU E A LENDA DO DRAGÃO   O segundo longa-metragem de Luccas Neto produzido para os cinemas apresenta uma aventura ambientada em um reino medieval, onde Neto interpreta o personagem principal. A história segue a jornada de Lu, um príncipe jovem e desinteressado, que enfrenta a tarefa de amadurecer rapidamente devido a uma profecia que ameaça seu reino com a aparição de um dragão. Apesar da criatura estar no título, este elemento-chave da trama quase não aparece o filme, que segue uma estrutura narrativa convencional de contos de fadas, incluindo reis, espadas, dragões e princesas. Dirigido por Leandro Neri, o longa infantil também conta com Maurício Mattar e Flávia Monteiro, como os pais reais de Lu, e Renato Aragão, o eterno Trapalhão, que assume agora o papel de simples coadjuvante, como mentor do jovem protagonista.   NOSSO LAR 2 – OS MENSAGEIROS   A sequência do blockbuster espírita lançado em 2010, baseado na obra homônima psicografada pelo médium Chico Xavier, acompanha um grupo de mensageiros da cidade Nosso Lar, liderados por Aniceto (Edson Celulari), que vai à Terra com o objetivo de ajudar a salvar três de seus protegidos que estão prestes a fracassar. Com histórias que se cruzam, um é médium que não cumpriu o planejado em sua missão, outro é líder de uma casa espírita e o terceiro é um empresário responsável por uma oficina espiritual. Com direção de Wagner de Assis (do primeiro “Nosso Lar”), o filme também traz no elenco Vanessa Gerbelli (“Maldivas”), Fábio Lago (“Tropa de Elite”), Julianne Trevisol (“Os Mutantes”), Othon Bastos (“O Paciente: O Caso Tancredo Neves”) e Fernanda Rodrigues (“O Outro Lado do Paraíso”), além de Renato Prieto (“Nosso Lar”), que retoma o papel do médico André Luiz, protagonista do primeiro filme e um dos espíritos autores mais frequentes nas obras de Xavier. Bastante didático, o filme tem objetivo de conversão, buscando transmitir ensinamentos espíritas, enquanto oferece aos espectadores...

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    Estreias | Programação de cinema destaca Turma da Mônica Jovem

    18 de janeiro de 2024 /

    O filme da “Turma da Mônica Jovem” é o maior lançamento desta quinta (18/1), ocupando o circuito amplo dos cinemas. Mas as telas também recebem filmes de terror, animação, catástrofe e drama da temporada do Oscar – com dois filmes portugueses no circuito de arte. Confira as estreias da semana.   TURMA DA MÔNICA JOVEM – REFLEXOS DO MEDO   A nova fase na franquia cinematográfica da Turma da Mônica introduz uma mudança significativa de elenco, equipe criativa e produção em relação às versões live-action anteriores. Recebendo hate desde a escalação, por substituir o elenco original amplamente aclamado, e sofrendo questionamentos precoces pela divulgação de trailers de qualidade duvidosa, o lançamento vem confirmar muitos dos temores dos fãs. Para começar, a trama complica a simplicidade dos primeiros lançamentos ao ser apresentada como uma história de terror (ao estilo “Scooby-Doo encontra os Feiticeiros de Waverly Place”), mas não usa o gênero para representar uma jornada de amadurecimento como “Laços” e “Lições”, embora houvesse uma possibilidade clara de explorar os medos/traumas associados à chegada à adolescência e à transição para o Ensino Médio. A história se desenrola no contexto do primeiro dia de aula do Ensino Médio, quando Mônica, Cebola, Magali, Cascão e Milena descobrem que o Museu do Limoeiro está ameaçado de ser leiloado. Determinados a impedir que isso aconteça, os amigos se unem para investigar os motivos por trás da situação e se deparam com segredos antigos e assustadores relacionados ao bairro. À medida que exploram esses mistérios, percebem que estão lidando com uma ameaça maior do que imaginavam, envolvendo elementos sobrenaturais. Há a intenção de abordar temas de terror e suspense, mas falhas técnicas e a falta de conexão entre os intérpretes impedem que a tentativa seja levada a sério. Complicador maior, a história traz uma Magali feiticeira. Embora seja uma característica que os leitores reconhecem dos gibis da versão jovem da Turma, o detalhe não deixa de ser um choque para o público que cresceu com os quadrinhos originais ou descobriu os personagens nos dois filmes recentes. E, no fundo, só serve para tornar a produção mais próxima de um “Detetives do Prédio Azul Jovem”. Por sinal, esse é o grande paradoxo da “Turma da Mônica Jovem”: embora o elenco seja mais velho, o filme é mais infantil, sem o mesmo apelo universal para todas as idades dos anteriores. A direção é de Maurício Eça (“A Menina Que Matou os Pais”), o papel de Mônica é feito pela atriz Sophia Valverde (“As Aventuras de Poliana”) e o grande elenco – com personagens demais – ainda destaca Xande Valois (“Um Tio Quase Perfeito”) como Cebola, Bianca Paiva (“Chiquititas”) como Magali, Theo Salomão (“Escola de Gênios”) como Cascão e Carol Roberto (“The Voice Kids”) como Milena.   MEU AMIGO ROBÔ   A animação sem diálogos é uma fantasia gentilmente excêntrica, ambientada numa versão animada da Nova York dos anos 1980, povoada exclusivamente por animais antropomórficos e robôs surpreendentemente sensíveis. Esta narrativa, que dispensa falas em favor de uma narrativa visual expressiva, é baseada na graphic novel de 2007 de Sara Varon, que originalmente tinha um público-alvo jovem. O filme de Berger, no entanto, mergulha em nostalgia pela Nova York da era Reagan, apelando para um público mais amplo e difícil de definir. Apesar de adequado para crianças, o subtexto incidente e a atmosfera de melancolia podem confundir os mais jovens. Premiado no Annie Awards 2023 (o Oscar da animação) como Melhor Filme Independente, a obra do espanhol Pablo Berger (da versão muda de “Branca de Neve”) explora a relação entre dois personagens principais, um cão e um robô, que vivem uma amizade caracterizada por um companheirismo potencialmente queer, mas mantido em castidade. A história segue o cão, vivendo uma vida solitária no East Village, cuja rotina é interrompida ao montar um robô de um kit que ele compra, inspirado por um infomercial. A amizade entre o cão e o robô floresce através de atividades compartilhadas, como passeios turísticos e patinação no Central Park, ao som de “September” de Earth, Wind and Fire. No entanto, a separação inevitável ocorre quando o companheiro mecânico enferruja após um dia na praia, forçando o cão a enfrentar o inverno sozinho, enquanto o robô se deteriora, sonhando com um reencontro. “Meu Amigo Robô” aborda temas de amor, perda e amizade, sugerindo que relacionamentos finitos não são necessariamente fracassados. A narrativa comovente também se destaca por suas referências visuais inteligentes aos anos 1980 e à vida nas ruas de Nova York, explorando as alegrias e tristezas da vida urbana e a busca por conexão em um mundo frequentemente indiferente.   MERGULHO NOTURNO   Embora não seja adaptação de um conto de Stephen King, o terror compartilha das características tradicionais das obras do autor, confrontando americanos comuns com o sobrenatural. Na trama, o casal formado por Wyatt Russell (“O Falcão e o Soldado Invernal”) e Kerry Condon (de “Os Banshees de Inisherin”) se muda com a filha adolescente (Amelie Hoeferle, de “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”) e o filho caçula (Gavin Warren, de “Fear the Walking Dead”) para uma nova casa, apenas para descobrir que a piscina do quintal é assombrada por espíritos malévolos. A produção da Blumhouse/Atomic Monster expande a história de um aclamado curta-metragem homônimo de 2014, de Rod Blackhurst e Bryce McGuire. A direção é do próprio McGuire, que faz sua estreia em longas e, desde o início, estabelece um clima de suspense e tensão. No entanto, a ampliação da história para o formato de longa-metragem enfrenta desafios. Embora comece de forma promissora, o desenvolvimento da história se depara com complicações em seu roteiro e mitologia, tornando-se vítima de uma narrativa excessivamente elaborada. O que é bizarro diante de uma premissa que se resume, basicamente, a duas palavras: piscina assombrada.   SOBREVIVENTES – DEPOIS DO TERREMOTO   O candidato da Coreia do Sul ao Oscar 2004 traz novas perspectivas para o cinema de catástrofe. A ação se passa em Seul após um terremoto devastador, quando um único edifício permanece em pé, cercado por escombros. A escassez de alimentos e água logo se torna um problema para os moradores sobreviventes, incluindo Min-sung (Park Seo-joon, de “A Criatura de Gyeongseong”), um jovem servidor público, e sua esposa (Park Bo-young, de “Uma Dose Diária de Sol”). A narrativa não se concentra apenas no drama de sobrevivência, mas também examina questões morais complexas. Young-tak (Lee Byung-hun, de “Round 6”), um homem corajoso, é eleito líder pelos moradores e toma decisões difíceis, incluindo a expulsão violenta dos refugiados que buscam abrigo. E assim, o que começa como um microcosmo funcional e igualitário, logo se transforma rapidamente em um estado fascista, evidenciando tensões sociais e políticas. A produção é adaptação de um webtoon (quadrinhos online) de Kim Soong-Nyung, que examina a complexidade moral em tempos de crise e desafia o público a refletir sobre a natureza humana e as escolhas feitas em circunstâncias extremas. A direção é de Um Tae-hwa (“Desaparecimento: O Garoto que Retornou”).   SEGREDOS DE UM ESCÂNDALO   O novo drama de Todd Haynes (“Carol”) é baseado num fato real, mas se apresenta com uma abordagem original e intensa. Estrelado por Natalie Portman (“Thor: Amor e Trovão”) e Julianne Moore (“Kingsman: O Círculo Dourado”), o filme é marcado por personagens moralmente ambíguos, com o objetivo de criar desconforto proposital. A trama segue uma atriz (Portman) que viaja até a Georgia para estudar a vida de uma mulher da vida real (Moore), que ela vai interpretar em um filme biográfico. A personagem de Moore era uma mulher casada que teve um romance com um adolescente de 13 anos, foi presa e após cumprir a pena judicial se casou com o jovem, vivido por Charles Melton (de “Riverdale”). Mas nem duas décadas de distância e uma vida discreta nos subúrbios fizeram o escândalo ser esquecido. E com sua vida revirada pela estranha em sua casa, questões do casal, até então adormecidas, começam a vir à tona. Na sua busca para compreender Gracie, Elizabeth ultrapassa os limites entre curiosidade e invasão, enquanto seu objeto de estudo se mostra defensiva e complexa. Nesse jogo, o filme cria uma atmosfera tensa e estranha, salpicada por um humor sutilmente obsceno, que dialoga com seu tema tabu. A tensão é equilibrada por elementos cômicos, tornando possível arrancar risadas pela audácia da trama. Mas não se trata de uma obra fácil, especialmente para quem evita mergulhar em narrativas sobre indivíduos terríveis. Ousado em sua temática e na construção dos personagens, “Segredos de um Escândalo” traz os atores entregando performances habilidosas e desconcertantes, que resulta numa experiência que pode ser profundamente perturbadora, mas também extasiante para os cinéfilos.   O NATAL DO BRUNO ALEIXO   Bruno Aleixo é uma mistura de urso de pelúcia e cão, com um toque visual que lembra um Ewok do universo “Star Wars”. Seu um humor peculiar, rabugento e irônico ganhou notoriedade com uma série de vídeos na internet e se popularizou com “O Programa do Aleixo”, lançado na TV portuguesa em 2008. Desde então, Aleixo ganhou vários spin-offs online e participações em outros programas, que fizeram crescer seus coadjuvantes e o tornaram um fenômeno pop em Portugal. O personagem foi criado por João Moreira, Pedro Santo e João Pombeiro. Os dois primeiros assinam seu segundo longa – depois de “O Filme do Bruno Aleixo” (2019) – que chega ao Brasil fora de época, devido à temática natalina. A produção narra as recordações de Natais passados de Bruno Aleixo após um acidente de carro que o deixa em coma – entre as memórias, destaca-se um Natal passado na casa de sua avó brasileira. A trama acaba por recontar o tradicional conto de Natal de Charles Dickens de forma original, utilizando diferentes estilos de animação para cada segmento. Essa abordagem criativa oferece ritmos e tonalidades variadas à narrativa. Apesar de ser um pouco ofuscado pelo sucesso de seu antecessor, a produção foi uma das comédias portuguesas mais destacadas de 2022.   MAL VIVER   O drama do português João Canijo (“Sangue do Meu Sangue”) forma um díptico com “Viver Mal”, ambos ambientados em um hotel. Enquanto a outra obra se foca nos hóspedes, o lançamento atual se concentra na equipe, principalmente nas relações femininas em deterioração. O enredo envolve a gerente do hotel, Piedade (Anabela Moreira), sua mãe Sara (Rita Blanco), dona do estabelecimento, e a filha de Piedade, Salomé (Madalena Almeida), que retorna inesperadamente após a morte de seu pai. Completando o elenco, estão Raquel (Clei Almeida), prima e empregada, em um relacionamento complicado com Angela (Vera Barreto), a fiel governanta e cozinheira. A trama explora as tensões familiares e profissionais, que se misturam no local visivelmente desgastado e em dificuldades financeiras, criando um efeito trágico, com personagens femininas refletindo sobre suas vidas em meio a um ambiente de hostilidade, tristeza e desafeto. Venceu o Prêmio do Júri do último Festival de Berlim.

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    Estreias | “Meninas Malvadas” e “Beekeeper” são as principais novidades no cinema

    11 de janeiro de 2024 /

    A maior estreia de cinema da semana é “Beekeeper”, filme de ação estrelado por Jason Statham, que chega em quase 800 salas. A comédia musical “Meninas Malvadas” ocupa metade desse circuito, exibida em 400 telas. Com um pouco menos exposição, o drama adolescente brasileiro “Chama a Bebel” também abre em amplo circuito, deixando “Os Rejeitados”, premiado com dois Globos de Ouro e prestes a ser indicado ao Oscar, em poucas salas do circuito limitado. Confira abaixo mais detalhes dos lançamentos desta quinta (11/1).   MENINAS MALVADAS   Vinte anos depois, a nova versão cinematográfica de “Meninas Malvadas”, complementada por músicas da Broadway, traz uma mistura de nostalgia e inovação para a história cultuada. Em 2024, smartphones e redes sociais dominam a dinâmica social, mas os elementos essenciais de 2004, como tribos, dramas escolares e a batalha sociológica do ensino médio, seguem iguais. O desafio da produção é capturar a essência de “Meninas Malvadas” e se conectar com o público da nova geração. O remake acompanha Angourie Rice (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”) no papel de Cady, uma jovem recém-chegada numa nova high school, onde se depara com uma profusão de grupinhos distintos e o domínio das Plásticas, as meninas mais invejadas, comandadas pela cruel Regina George – agora vivida por Reneé Rapp (“A Vida Sexual das Universitárias”). A líder das populares do colégio segue paparicada por suas amigas Gretchen (Bebe Wood, de “Com Amor, Victor”) e Karen (Avantika, de “De Volta ao Baile”) mandando em tudo e em todos. Sentindo-se isolada, a novata é acolhida por Janis (Auli’i Cravalho, de “Crush”), supostamente a garota alternativa da turma, e o gay Damian (o cantor Jaquel Spivey), que a convencem a se infiltrar no grupo das Plásticas para saber todos os podres que elas escondem. Só que, em meio a sua transformação numa falsa Plástica, Cady se apaixona pelo gato da classe, Aaron Samuels (Christopher Briney, de “O Verão que Mudou Minha vida”), e logo passa a agir como uma verdadeira Plástica. No resumo, é a mesma história que os fãs conhecem, com direito a frases decoradas. Mas os esforços para inovar muitas vezes prejudicam a tentativa de se manter fiel à obra original, com uso excessivo de elementos modernos de narração e estilos visuais que refletem as tendências atuais de mídia social. O remake tem roteiro de Tina Fey, que escreveu o filme de 2004 e também volta a aparecer no elenco como uma das professoras da turma. Além dela, o ator Tim Meadows (“O Halloween de Hubie”) reprisa o papel do diretor da escola. No elenco “adulto”, as novidades são as participações de Jon Hamm (“Mad Men”) como professor de educação física, Busy Philipps (“As Branquelas”) como mãe de Regina George e Jenna Fischer (“The Office”) como a mãe de Cady. A performance de Reneé Rapp como Regina George se destaca, trazendo uma presença poderosa e carismática que domina as cenas. Entretanto, a personagem mais revitalizada é Janis, que desempenha um papel mais central na narrativa. Promovendo feminismo e inclusão com a mesma verve de “Barbie”, ela se destaca tanto nas cenas dramáticas quanto nas performances musicais pelo talento de sua intérprete, Auli’i Cravalho, que estreou nas telas dublando a voz e as canções de “Moana”. A direção está à cargo dos novatos Arturo Perez e Samantha Jayne (ambos da série “Quarter Life Poetry”).   BEEKEEPER – REDE DE VINGANÇA   O novo filme de David Ayer (“Esquadrão Suicida”) é um thriller de ação à moda antiga. Herdeiro do gênero, Jason Statham (“Mercenários 4”) interpreta Adam Clay, um apicultor que, sob uma fachada tranquila, esconde habilidades letais e um passado enigmático. A trama se desenrola quando Eloise (Phylicia Rashad, de “Creed”), uma figura materna para Clay, comete suicídio após ser vítima de um golpe eletrônico de phishing. Este evento desencadeia uma jornada de vingança, onde o protagonista busca fazer justiça com as próprias mãos. Escrito por Kurt Wimmer (também de “Mercenários 4”), o filme apresenta cenas de luta intensas, marcadas pelo estilo físico e implacável de Statham, reminiscentes dos heróis de ação clássicos. Como personagem típico do gênero, Clay é na verdade um agente de operações secretas aposentado, que usa todas as suas habilidades para confrontar a rede de phishing, liderada pelo vilão vivido por Josh Hutcherson (“Five Nights at Freddy’s”). Essa rede é retratada como um empreendimento glamouroso, gerenciado a partir de um centro de controle tecnologicamente avançado e repleto de subordinados inescrupulosos. Em um ponto crítico da história, Clay/Statham invade a base de operações de um dos principais cúmplices de Derek/Hutcherson com o objetivo explícito de destruí-la. A tensão escala à medida que se revela a verdadeira natureza do herói: um “Beekeeper” (apicultor), termo que também se refere a um agente de elite treinado para proteger a sociedade de ameaças diversas. Este aspecto dá um novo significado à sua ocupação como apicultor. A vingança de Clay não se limita apenas a retribuir a morte de Eloise, mas também a desmantelar toda a operação criminosa, reafirmando seu compromisso de “proteger a colmeia”, uma metáfora para a sociedade e os inocentes ameaçados. O elenco é complementado por Emmy Raver-Lampman (“The Umbrella Academy”), que interpreta uma agente do FBI, Minnie Driver (“Speechless”), em uma participação como uma alta executiva da CIA, e Jeremy Irons (“Watchmen”) como um ex-diretor da CIA, que se revele um antagonista complexo. Embora a trama siga uma linha previsível, ela se mantém fiel ao estilo das produções dos anos 1990, proporcionando entretenimento e uma dose de nostalgia para os fãs desse tipo de filme.   OS REJEITADOS   O novo drama de Alexander Payne (“Nebraska”), vencedor de dois Globos de Ouro, é uma história ambientada no final de 1970 em uma escola interna na Nova Inglaterra. Paul Giamatti interpreta Paul Hunham, um professor de história rigoroso, desdenhado tanto por alunos quanto por colegas. Com um conjunto de problemas pessoais, incluindo uma condição rara chamada de Síndrome do Odor de Peixe, Paul é forçado a permanecer na escola durante as férias de Natal com alunos que não têm para onde ir. Entre os alunos, destaca-se Angus Tully, interpretado por Dominic Sessa, um jovem inteligente, mas problemático, que se torna o último a permanecer no colégio, junto com Mary Lamb, a cozinheira da escola, interpretada por Da’Vine Joy Randolph, que está de luto pela morte do filho no Vietnã. A trama explora as tensões e a evolução do relacionamento entre Paul, Angus e Mary, abordando temas como solidão e perda, bem como a complexidade das relações entre professores e alunos. O filme é marcado por performances intensas, especialmente de Giamatti e Da’Vine, ambos premiados no fim de semana no Globo de Ouro. A colaboração entre Giamatti e Payne ainda representa um reencontro significativo na indústria cinematográfica. Eles trabalharam juntos anteriormente no aclamado filme “Sideways”, lançado em 2004, que rendeu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado para o cineasta. Em “Os Rejeitados”, a habilidade de Payne em criar narrativas profundamente humanas e a capacidade de Giamatti de retratar personagens complexos e emocionalmente ricos se unem novamente para oferecer um olhar introspectivo sobre os desafios e as nuances da experiência humana.   CHAMA A BEBEL   O drama do cineasta gaúcho Paulo Nascimento aborda questões de diversidade, superação e meio ambiente. A trama acompanha Bebel, uma garota cadeirante interpretada por Giulia Benite (a Monica dos filmes da “Turma da Mônica”), que se muda para uma cidade maior para continuar seus estudos. Lá, ela enfrenta desafios em um novo ambiente, enfrenta bullying e torna-se uma líder ambiental na escola, inspirando-se em Greta Thunberg. O filme foca a jornada da protagonista, destacando sua luta contra práticas insustentáveis e a produção excessiva de lixo na escola. Bebel inova ao criar um biodigestor para converter lixo orgânico em energia, mas com isso desafia um poderoso empresário local. O projeto traz Flor Gil, filha de 15 anos de Preta Gil, em seu primeiro papel no cinema. Além dela, o elenco jovem também destaca a cantora Sofia Cordeiro (ex-“The Voice Kids”) como Rox, a antagonista, que vive a menina malvada da escola. Já o elenco adulto inclui José Rubens Chachá (“O Rei da TV”), Flavia Garrafa (“Diários de Intercâmbio”) e Larissa Maciel, entre outros.   PRAIA DA SAUDADE   O documentário foca a Praia de Atafona (região de Campos de Goytacazes) que está sendo engolida pelo mar. Ao mesmo tempo em que mostra as mudanças climáticas no Brasil, também aborda o genocídio dos povos originários Goytacazes. Narrado por Sonia Guajajara e Sidarta Ribeiro, o filme tem direção de Sinai Sganzerla (“O Desmonte do Monte”), filha do cineasta Rogério Sganzerla e da atriz Helena Ignez.

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    Estreias | Animações “Patos!” e “Wish” chegam aos cinemas

    4 de janeiro de 2024 /

    Duas animações são as principais estreias de cinema desta quinta (4/1). A Disney esperou 40 dias para lançar “Wish” no Brasil e, mesmo assim, escolheu uma data em que sua animação original terá que disputar público com uma concorrente de peso. “Patos” é um lançamento recente da Illumination/Universal e em 13 dias fez muito mais sucesso nos EUA, tanto nas bilheterias quanto com a crítica especializada. Os cinemas também vão receber a cinebiografia de Priscilla Presley, premiada no Festival de Veneza, e mais dois títulos. Confira abaixo as novidades da programação.   PATOS!   Como indica o título nacional, a nova animação da Illumination (criadora dos Minions) segue uma família de patos, os Mallard, que vivem em um lago na Nova Inglaterra, nos EUA. O cauteloso pai da família, Mack Mallard, prefere permanecer nas margens seguras de seu lago, mas sua esposa aventureira Pam e seus filhos, Dax e Gwen, anseiam por explorar o mundo. Eventualmente, a família decide embarcar em uma migração de inverno para a Jamaica, dando início a uma série de aventuras e descobertas. Embora siga uma fórmula convencional, o longa se destaca pelo seu estilo visual inovador. Diferente de muitas produções animadas contemporâneas, “Patos!” apresenta uma estética texturizada que transmite uma sensação menos artificial. As paisagens vistas do ar e a paleta de cores mais suaves criam uma atmosfera única, com sombras mais amenas e um efeito quase aquarelado. Essa abordagem é um reflexo das preferências do diretor francês Benjamin Renner, conhecido por filmes animados encantadores e pessoais como “Ernest & Celestine” (2012) e “A Raposa Má” (2017). A narrativa também é enriquecida pelo roteiro de Mike White (criador de “The White Lotus”), que faz a jornada dos Mallards ser pontuada por momentos de humor sofisticado o suficiente para entreter os adultos, enquanto mantém a história acessível e divertida para o público mais jovem. O elenco de dubladores originais inclui Kumail Nanjiani (“Eternos”) e Elizabeth Banks (“As Panteras”) como os pais, e Caspar Jennings (“O Solado que Não Existiu”) e a estreante Tresi Gazal como seus filhos. Além disso, Awkwafina (“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”) empresta sua voz áspera a uma pomba durona de Nova York, enquanto Danny DeVito (“Mansão Mal-Assombrada”) e Keegan-Michael (“Shmigadoon!”) vivem o Tio Dan e um papagaio jamaicano.   WISH – O PODER DOS DESEJOS   Feita para celebrar o centenário da Disney, a animação explora a Estrela dos Desejos de seus desenhos clássicos e é conscientemente estruturada como as fábulas tradicionais do estúdio, mas com uma abordagem moderna. Esse era uma vez se passa no reino utópico de Rosas, governado pelo monarca feiticeiro Magnifico (voz original de Chris Pine, de “Mulher-Maravilha”). Neste mundo, Magnifico confisca os desejos mais caros de seu povo, guardando-os e ocasionalmente concedendo um. A trama se desenrola quando a adolescente Asha (com a voz de Ariana DeBose, de “Amor, Sublime Amor”) percebe que privar as pessoas de seus sonhos não é a base para uma sociedade feliz. Ela deseja uma mudança fundamental no reino, o que faz uma estrela cair do céu e desencadear os eventos centrais do filme. O elenco de dubladores originais também destaca Alan Tudyk (“Resident Alien”) como a voz do bode de estimação de Asha, chamado Valentino – cujo dom de falar é concedido pela estrelinha. A narrativa luta para encontrar seu lugar, não conseguindo evocar eficazmente o passado para funcionar como uma homenagem, nem ser suficientemente irreverente ou inovadora para justificar suas referências constantes. Refletindo essa encruzilhada, seu visual representa uma tentativa de homenagear as animações desenhada à mão e o presente digital da Disney, combinando animação tridimensional e bidimensional. No entanto, a execução não alcança a harmonia desejada, resultando em uma estética que parece pouco convincente e desconexa. Para completar, o filme é um musical como os desenhos à moda antiga, mas sua trilha sonora tem pouco apelo e originalidade, parecendo mais um produto feito por encomenda de conglomerado do que de inspiração artística. O resultado foi um fracasso de crítica (48% no Rotten Tomatoes) e nas bilheterias de cinema da América do Norte, onde a produção orçada em US$ 200 milhões arrecadou apenas US$ 61 milhões em 40 dias – menos que “Patos” em 13 dias.   PRISCILLA   A biografia dirigido por Sofia Coppola explora a complexidade da vida de Priscilla Beaulieu Presley, interpretada por Cailee Spaeny (“Jovens Bruxas: Nova Irmandade”). A narrativa começa quando Priscilla, com apenas 14 anos, conhece o ícone do rock Elvis Presley, interpretado por Jacob Elordi (“Saltburn”), em uma festa perto de uma base militar dos EUA na Alemanha Ocidental. A história segue a evolução do relacionamento deles, desde o encantamento inicial de Priscilla até os desafios de uma vida compartilhada com uma superestrela. O filme, adaptado da memória de Priscilla Presley, “Elvis e Eu”, apresenta uma visão dupla: a experiência pessoal de Priscilla e uma perspectiva moderna que questiona a natureza de seu relacionamento com Elvis. Coppola captura a solidão e o isolamento de Priscilla, uma mulher presa no brilho e nas expectativas de sua época. Criado em um mundo de papéis de gênero rígidos, Elvis espera que Priscilla cumpra o papel tradicional de esposa. A narrativa destaca a luta da protagonista para se adaptar a esse ideal feminino, evidenciado nas escolhas de figurino, com roupas sofisticadas e, conforme a história evolui, até a expressão de sua independência através de estampas que Elvis desaprovava. O filme explora a complexidade dessa relação, evitando rótulos simplistas e destacando as estruturas de poder em torno do cantor, que influenciam todas as suas relações. “Priscilla” é uma representação artística da jornada de Priscilla através de um casamento difícil. A história se desenvolve de forma gradual, com o impacto tóxico de Elvis corroendo lentamente o casamento, enquanto celebra a autodescoberta feminina e os desafios de formar uma identidade própria. O desempenho no papel-título rendeu a Cailee Spaeny o troféu de Melhor Atriz no Festival de Veneza passado.   DOGMAN   A volta do diretor Luc Besson ao cinema após anos turbulentos, em que enfrentou e se livrou de um processo por violência sexual, gira em torno de Doug (Caleb Landry Jones), um personagem marginalizado e em cadeira de rodas, que prefere a companhia de cães aos humanos. O filme explora a jornada de Doug desde a infância traumática, onde sofreu abusos e foi confinado numa jaula com cães pelo próprio pai, até sua vida adulta, quando utiliza seu domínio sobre os cães para realizar atividades criminosas e, paralelamente, expressa-se artisticamente através de performances de drag queen. A narrativa é apresentada por meio de flashbacks, enquanto Doug relata sua história para uma psicóloga da prisão. O filme tem sido objeto de críticas pela sua abordagem da violência, que alguns consideram excessiva ou desnecessariamente gráfica. Esta violência não se limita apenas a cenas de ação física, mas também abrange a violência psicológica e emocional, retratando um protagonista que enfrenta traumas e adversidades desde a infância. As sequências são apresentadas de maneira crua e impactante, refletindo a realidade brutal do mundo em que Doug vive e as duras experiências que moldam seu caráter e escolhas. Por outro lado, é elogiado por seu aspecto visual distintivo. A cinematografia de Besson, conhecida por seu estilo único e sua habilidade em criar cenas visuais memoráveis, é um ponto forte da produção. O uso de cores, iluminação e composição das cenas contribui para criar uma atmosfera que é ao mesmo tempo sombria e esteticamente envolvente. Esses elementos visuais não apenas complementam a narrativa, mas também aprofundam a imersão do espectador no universo da tela. Em resumo, “Dogman” é um filme que provoca reações fortes.   O MELHOR ESTÁ POR VIR   O diretor italiano Nanni Moretti, vencedor da Palma de Ouro com “O Quarto do Filho” (2001), oferece ao público um filme dentro de um filme. Moretti não só dirige como também estrela o longa no papel de Giovanni, um diretor de cinema obstinado, representando uma figura narcisista e autodepreciativa. No coração da trama está um projeto cinematográfico ambientado em 1956, comandado por Giovanni, que retrata um momento crítico da história política: a invasão da Hungria pela União Soviética e a resposta conflitante dentro do Partido Comunista Italiano. Este enredo histórico é entrelaçado com as nuances da vida pessoal e profissional do diretor, incluindo sua relação conturbada com sua esposa e co-produtora Paola, interpretada por Margherita Buy, e suas reflexões sobre o estado atual do cinema e a influência de plataformas de streaming como a Netflix. Moretti, reconhecido por sua abordagem autoral e introspectiva, utiliza a obra como um meio de explorar e comentar – superficialmente – sobre o mundo do cinema, emulando a estrutura metafílmica de obras clássicas como “8½” de Federico Fellini. Assim como Fellini usou a obra-prima de 1963 para explorar as crises criativas e a vida de um diretor de cinema, Moretti faz algo semelhante, misturando sua biografia com a ficção. Ele cria uma obra que reflete sobre sua própria carreira, suas visões e experiências pessoais, colocando-se no centro da narrativa como um cineasta que luta contra as demandas comerciais e os desafios artísticos da indústria cinematográfica contemporânea. Apesar de ter elementos de comédia e momentos surrealistas, o filme não escapa da autoindulgência típica de projeto de vaidade. O apelo da obra depende muito da familiaridade do espectador com a filmografia de Moretti e seu apreço pelo próprio cineasta.

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    Estreias | Filme do Mamonas Assassinas chega aos cinemas

    28 de dezembro de 2023 /

    Dois filmes nacionais tem tratamento de blockbuster nesta quinta (28/12) após fracassos consecutivos do cinema americano no país. “Mamonas Assassinas – O Filme” e “Minha Irmã e Eu” chegam em cerca de mil salas do circuito nacional. Além deles, as estreias incluem um terror britânico e um drama francês. Confira os detalhes.   MAMONAS ASSASSINAS – O FILME   A cinebiografia conta a história da banda de Guarulhos que se tornou sensação nacional em meados anos 1990. Ela acompanha a vida dos Mamonas antes da fama, principalmente Dinho, as dificuldades no início da carreira e mostra como um conjunto fracassado de rock progressivo, chamado Utopia, se reinventa como uma banda comédia e se torna um fenômeno. Mamonas Assassinas acabou virando uma das bandas mais amadas do Brasil com sua alegria contagiante, mas sua trajetória foi curta, interrompida por um fim trágico – com a morte de todos os seus integrantes em um acidente aéreo na volta de um show, em 2 de março de 1996. Entretanto, quem não conhece direito a banda pode ter dificuldades em entender a trama, que é apresentada de forma episódica, sem um desenvolvimento narrativo coerente. Isso talvez se deva ao fato do projeto original ter sido concebido por Carlos Lombardi – autor de novelas como “Uga Uga” (2000) e Kubanacan (2004) – e escrito pelo repórter Carlos Amorim como uma minissérie da Record TV. O projeto acabou reconfigurado para as telas grandes com direção de Edson Spinello, que comandou as novelas “Apocalipse” (2017) e “Rei Davi” (2012), e faz sua estreia no cinema. Entretanto, a impressão é que faltam “capítulos” na história. A Record deve exibir a versão com todos os episódios ainda em 2024. O que a produção tem de positivo é a energia do elenco, composto por atores desconhecidos do grande público, mas com grande experiência em musicais, que entregam performances melhores que o próprio filme. Ruy Brissac, que interpreta o vocalista Dinho, repete o papel que viveu no teatro em “Mamonas, o Musical”, e que lhe rendeu o prêmio Bibi Ferreira de Ator Revelação. Adriano Tunes, que vive o baixista Samuel Reoli, é humorista e já trabalhou no programa “Dedé e o Comando Maluco”, do SBT, além de musicais como o da apresentadora Hebe Camargo. Robson Lima, que interpreta o tecladista Júlio Rasec, também é ator de teatro e trabalhou em “Yank – O Musical”. Rhener Freitas, que tem o papel do baixista Sérgio Reoli, trabalhou na série “Bia”, do Disney Channel. Já o guitarrista Bento quase foi vivido pelo cantor e apresentador Yudi Tamashiro, que acabou substituído por Alberto Hinomoto, sobrinho do personagem real. Alberto, que tinha 17 anos durante a produção, filmou com a mesma guitarra que pertenceu a seu tio, usada por ele nos shows da banda. As filmagens marcam sua estreia nas telas. Outro nome que estreia como atriz na produção é a famosa tiktoker Fernanda “Fefe” Schneider, intérprete de Valéria Zoppello, a namorada de Dinho, que perdeu seu companheiro quando tinha apenas 24 anos. Fernanda é um fenômeno no TikTok e acumula mais de 16 milhões de seguidores na plataforma. Para completar, os pais de Dinho são interpretados por Guta Ruiz, que já esteve no filme “Gostosas, Lindas e Sexies”, e Jarbas Homem de Mello, marido de Cláudia Raia e ator de “Roque Santeiro – O Musical”.   MINHA IRMÃ E EU   Ingrid Guimarães e Tatá Werneck vivem duas irmãs que se odeiam sem deixar de se amar em seu novo encontro cinematográfico. Amigas de longa data, as duas já dividiram a tela em “De Pernas pro Ar 2” (2012), “Loucas para Casar” (2015) e “TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva” (2017). Desta vez, elas vivem as irmãs Mirian (Ingrid) e Mirelly (Tatá), que nasceram em Rio Verde, Goiás, mas seguiram caminhos opostos na vida. Mirian nunca saiu de sua cidade e se acostumou à rotina pacata do interior. Já Mirelly partiu cedo para o Rio de Janeiro e toda a família acompanha pelas redes sociais seu sucesso, sempre rodeada de amigos famosos. O que os familiares não sabem é que é tudo fake. Na verdade, ela vive com as contas atrasadas e passa muito perrengue fazendo bicos e cuidando dos animais de estimação de celebridades, como a cantora IZA e o casal de atores Lázaro Ramos e Taís Araújo (que interpretam a si mesmos na produção), que ela mente que são seus amigos. Acreditando na mentira, Mirian decide que sua mãe (Arlete Salles) passará a morar com a irmã rica. A situação gera uma grande discussão e o caos culmina com o desaparecimento da mãe das duas, que a partir daí têm que deixar de lado as diferenças e se unir para procurá-la. “Minha Irmã e Eu” é o terceiro filme com “Minha” no título da diretora Susana Garcia, após “Minha Vida em Marte” e o blockbuster “Minha Mãe é uma Peça 3”. Explorando a dinâmica de opostos das irmãs, a comédia de apelo popular é uma das mais divertidas a chegar aos cinemas em 2023.   O SENHOR DO CAOS   O terror folk britânico acompanha Rebecca Holland, interpretada por Tuppence Middleton (“Sombras da Guerra”), uma pregadora cristã que se muda para a cidadezinha de Burrow com a filha Grace e é recebida com curiosidade pela comunidade local, cujas crenças ainda mantém tradições pagãs. Uma dessas tradições é um festival agrícola, que acaba escolhendo Grace como o “Anjo da Colheita”. Entretanto, a menina desaparece misteriosamente durante o evento, levando a protagonista a uma busca angustiante, que revela segredos sombrios sobre o local e seu líder. A atmosfera do filme é impulsionada pelas performances marcantes, especialmente a de Ralph Ineson (“A Bruxa”), que vive o líder carismático e ameaçador da comunidade. As descobertas da protagonista sobre a natureza da cidade e o misterioso festival proporcionam reviravoltas na trama, mantendo o suspense. Com roteiro de Tom Deville (de “A Maldição da Floresta”) e direção de William Brent Bell (de “A Órfã 2: A Origem”), o filme segue alguns padrões do terror pagão rural, estabelecidos no clássico “O Homem de Palha” (1973), mas também oferece surpresas e uma cinematografia marcante, que enfatiza a beleza natural do cenário campestre, capaz de se apresentar tanto de forma idílica quanto inquietante.   PARE COM SUAS MENTIRAS   Adaptação cinematográfica do romance autobiográfico de Philippe Besson, o drama gira em torno de Stéphane Belcourt (interpretado por Guillaume de Tonquédec, de “Qual É o Nome do Bebê”), um autor famoso que retorna, após 35 anos, à sua cidade natal na região francesa de Cognac. O motivo de seu retorno é um convite para um evento, mas suas verdadeiras intenções são reencontrar seu passado romântico, e ao chegar estabelece uma conexão com Lucas (Victor Belmondo, neto do icônico Jean-Paul Belmondo), filho de seu primeiro amor perdido. A narrativa se alterna entre o presente e flashbacks do jovem Stéphane, um estudante desajeitado do último ano do ensino médio, interpretado por Jérémy Gillet, e sua relação com Thomas Andrieu (Julien De Saint Jean), um aluno popular. A história explora a intensidade do primeiro amor e as repercussões de um romance secreto e envergonhado. Apresentado com duas narrativas paralelas – a do Stéphane adulto, celebridade local em Cognac, e a de seu eu jovem em 1984 – , o filme investiga as ramificações da fascinação do protagonista por outro jovem, às vezes beirando o sentimentalismo. A obra guarda semelhanças com “Verão de 85” de François Ozon, ambas adaptações de romances que lidam com o romance gay masculino às vésperas da crise da AIDS, e ambas apaixonadas por um amante que anda de moto. A dor de um tempo desperdiçado e de um amor perdido é um tema familiar no cinema queer, mas o filme de Olivier Peyon (“O Filho Uruguaio”) também oferece uma reflexão comovente sobre o amor adolescente.

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