Estreia de Lázaro Ramos na direção tem dificuldades para estrear no Brasil
Depois de “Marighella” enfrentar “problemas burocráticos” e demorar dois anos para ser lançado no Brasil, o filme “Medida Provisória”, primeiro longa de ficção dirigido por Lázaro Ramos, atravessa o mesmo périplo de “dificuldades” junto à Ancine para chegar aos cinemas brasileiros. Já exibido e premiado em festivais internacionais desde o ano passado, o filme que tem 92% de aprovação no site Rotten Tomatoes ganhará sua primeira exibição no país na próxima semana, em 15 de dezembro, durante o Festival do Rio. No entanto, segue sem previsão de lançamento comercial em seu próprio país. A assessoria responsável por sua divulgação informou que, ao longo de mais de um ano, os produtores trocaram dezenas de e-mails com a Ancine, que não teria dado retorno. “Questões burocráticas seguem sem retorno conclusivo da agência desde novembro de 2020”, explicou a assessoria Trigo Agência de Ideias, em nota. A coincidência que acompanha “Marighella” e “Medida Provisória” é que ambos são estrelados por atores negros, são politizados e contradizem a visão ufanista de extrema direita que mal e porcamente o atual governo tenta implantar no país. Vale lembrar que o polêmico presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, pediu boicote ao “Medida Provisória”, que ele não viu, em postagens nas redes sociais de março do ano passado. Nos posts, ele justificou a iniciativa com uma fake news, método tradicional dos funcionários do desgoverno atual. Camargo disse que o filme que ele não viu “acusa o governo Bolsonaro de crime de racismo”. Mentira deslavada, claro. “Medida Provisória” é uma adaptação da tragicomédia “Namíbia, Não!”, peça de Aldri Anunciação que Lázaro Ramos já tinha dirigido no teatro em 2011 – quando a presidente era Dilma Rousseff! Além disso, o filme foi inteiramente rodado antes da eleição de Bolsonaro. O ator principal, o inglês descendentes de brasileiros Alfred Enoch, viajou ao Brasil para se aclimatar ao país para as filmagens no início de 2019, meses antes das eleições à presidência da República. Na época, nem os piores pesadelos apontavam uma possível vitória do pior candidato. A trama de “Medida Provisória” se passa num Brasil do futuro em que uma iniciativa de reparação pelo passado escravocrata provoca uma reação no governo federal, que promulga uma nova lei para deportar todos os brasileiros de “melanina acentuada” para o continente africano. A reação de Sérgio Camargo só comprova como o cenário distópico da produção reflete o país criado após a eleição de Bolsonaro. Se o filme foi feito como ficção futurista, o tempo acabou por transformá-lo numa importante advertência sobre o tempo presente. Sinal disto é que, em julho do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) abriu inquérito e pediu esclarecimentos a Sérgio Camargo sobre o fato de que ele “teria negado a existência do racismo, a importância da luta do povo negro pela sua liberdade e a importância do Movimento Negro em nosso país”.
Líder nas pesquisas, Matthew McConaughey não concorrerá a governador do Texas
O ator Matthew McConaughey decidiu não se candidatar ao governado do Texas. Em 1ª lugar numa pesquisa eleitoral divulgada na semana passada, o vencedor do Oscar por “Clube de Compra de Dallas” anunciou em sua conta do Instagram que a eleição é um “caminho que estou optando por não seguir neste momento”. Seu nome foi incluído como político independente numa pesquisa contra os principais concorrentes ao cargo, o atual governador Greg Abbott, do Partido Republicano, e o opositor Beto O”Rourke, do Partido Democrata. E McConaughey venceu os dois com folga – 43% contra 35% na disputa contra Abbott, e 49% contra 27% de O’Rourke. “Como um garoto simples, nascido na pequena cidade de Uvalde, Texas, nunca me ocorreu que um dia seria considerado para a liderança política”, disse o ator em um vídeo de três minutos, em que falou sobre os valores de serviço e responsabilidade, além de problemas na política local e nacional, deixando claro que pensa em concorrer, mas não desta vez. Ele explicou que pode servir ao seu estado natal de maneiras diferentes do que como político. “Vou continuar a trabalhar e investir a generosidade que tenho, apoiando empreendedores, negócios e fundações que acredito estarem criando caminhos para que as pessoas tenham sucesso na vida. Organizações que têm a missão de servir e construir confiança e, ao mesmo tempo, gerar prosperidade. Esse é o sonho americano”, disse McConaughey. Caso disputasse a eleição e fosse eleito, McConaughey não seria o primeiro astro de Hollywood a ocupar um cargo executivo nos Estados Unidos. Clint Eastwood foi eleito prefeito de Carmel, uma cidadezinha de 4 mil habitantes, Arnold Schwarzenegger foi governador da Califórnia e Ronald Reagan, além de também governar a Califórnia, teve dois mandatos como presidente do país. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Matthew McConaughey (@officiallymcconaughey)
Marighella: Filme brasileiro mais visto de 2021 chega na Globoplay em uma semana
Um mês após sua estreia nos cinemas, “Marighella” já vai trocar de telas. A Globoplay programou a estreia exclusiva do filme em streaming para o próximo sábado (4/12). A expectativa dos produtores era que “Marighella” pudesse vender 100 mil ingressos, o que seria um feito diante das dificuldades enfrentadas pelo cinema nacional – e a Cultura em geral – desde a posse de Bolsonaro. Mas até o fim de semana passado, o filme tinha sido visto por cerca de 250 mil espectadores e arrecadado em torno de R$ 5 milhões nas bilheterias, consolidando-se como o maior sucesso do cinema brasileiro em 2021 e da era pandêmica em geral. O longa recupera a história de Carlos Marighella, guerrilheiro comunista que pegou em armas contra a ditadura militar. Retratado como um herói na obra, em interpretação magistral de Seu Jorge, Marighella é considerado um simples bandido pelos negacionistas da ditadura, que atualmente ocupam cargos públicos e, de acordo com o diretor Wagner Moura, chegaram a tentar censurar a produção, dificultando seu lançamento o máximo que puderam. Rodado em 2017, o longa teve pré-estreia mundial no Festival de Berlim de 2019 e chegou a ser exibido nos EUA no ano passado, onde atingiu 88% de aprovação da crítica, na média apurada pelo site Rotten Tomatoes. Durante sua passagem internacional, a estreia de Wagner Moura na direção foi coberta de elogios, rendendo até comparação às obras dos grandes cineastas do cinema engajado dos anos 1960 e 1970. No Brasil, no entanto, enfrentou entraves burocráticos da Ancine, que represaram a liberação de sua verba e impediram o lançamento originalmente planejado há dois anos, atrasando sua estreia para 2021. Agora, a contragosto de muitos no governo, atingirá ainda maior alcance, com a exibição para o público em casa. Veja abaixo o trailer do filme.
Matthew McConaughey pode virar governador do Texas
Uma pesquisa eleitoral divulgada nesta terça (22/11) pelo jornal Dallas Morning News revelou que ator Matthew McConaughey poderia se tornar o novo governador do Texas. Seu nome foi incluído como político independente numa pesquisa contra os principais concorrentes ao cargo, o atual governador Greg Abbott, do Partido Republicano, e o opositor Beto O”Rourke, do Partido Democrata. E McConaughey venceu os dois com folga – 43% contra 35% na disputa contra Abbott, e 49% contra 27% de O’Rourke. Apesar disso, o ator não confirmou que quer o cargo. Ele tem sido cauteloso ao se pronunciar sobre a corrida política, apesar de ter dado a entender que pode se candidatar – o que não fez até agora oficialmente. O detalhe mais curioso é que não se sabe qual é sua filiação partidária. Caso fosse eleito, ele não seria o primeiro astro de Hollywood a vencer a disputa por um cargo executivo nos Estados Unidos. Clint Eastwood foi eleito prefeito de Carmel, uma cidadezinha de 4 mil habitantes, Arnold Schwarzenegger foi governador da Califórnia e Ronald Reagan, além de também governar a Califórnia, teve dois mandatos como presidente do país.
Bolsonaro volta a falar da concessão para Globo continuar no ar
Jair Bolsonaro voltou a falar sobre seu possíveis dificuldades para a renovação da concessão da Rede Globo, que vence em outubro de 2022. A insinuação aconteceu num encontro com apoiadores no cercadinho do Palácio do Alvorada, na noite de segunda-feira (22/11). Usando tom de ameaça, Bolsonaro disse: “A Globo tem encontro comigo ano que vem. Encontro com a verdade”. E acrescentou, no seu jeito de fazer uma afirmação para afirmar o oposto em seguida: “Não vou perseguir ninguém. Tem que estar com as certidões negativas em dia, um montão de coisas aí”. Fez ainda um paralelo com a vida militar. “Igual à parada matinal: tem que estar arrumadinho. Ela e qualquer outra empresa.” Bolsonaro começou a ameaçar tirar a Globo do ar em outubro de 2019, numa live exibida logo após uma reportagem do “Jornal Nacional” vincular seu nome às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. Em meio a várias ofensas, dirigiu-se à emissora em seu melhor estilo truncado: “Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição. Nem pra vocês nem pra TV nem rádio nenhuma. Mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês, nem pra ninguém”. Em maio de 2020, irritado com a cobertura que a Globo vinha fazendo da pandemia do coronavírus, Bolsonaro voltou à carga. “Não vou dar dinheiro para vocês. Globo, não tem dinheiro para vocês. Em 2022… Não é ameaça não. Assim como faço para todo mundo, vai ter que estar direitinho a contabilidade, para que você [Globo] possa ter sua concessão renovada. Se não tiver tudo certo, não renovo a de vocês nem a de ninguém”. Apesar de insistir três vezes naquilo que “não é ameaça não”, Bolsonaro precisa do Congresso para tirar a concessão de funcionamento da Globo. A decisão pela não-renovação tem de ser autorizada por dois quintos do Congresso em votação nominal. E o contestado ainda pode recorrer na Justiça. De todo modo, a insinuação serve de alerta para quem gosta de novela da Globo e ainda não decidiu em quem votar.
Kevin Spacey terá que pagar US$ 31 milhões à produtora de “House of Cards”
O ator Kevin Spacey foi condenado a pagar à MRC Entertainment, produtora da série “House of Cards”, quase US$ 31 milhões por má conduta sexual nos bastidores da série. O veredito foi proferido por uma corte de arbitragem e nesta segunda (22/11) a MRC deu entrada na Corte Superior de Los Angeles para confirmar a sentença. O intérprete de Frank Underwood foi demitido da produção após denúncias de abuso sexual. As acusações, que incluíam tocar um assistente de produção, fizeram com que o MRC conduzisse uma investigação e, por fim, rescindisse seus contratos de atuação e produção. De acordo com a decisão de 19 de outubro, Spacey violou repetidamente as obrigações contratuais de fornecer serviços “de maneira profissional” e “consistente com as orientações, práticas e políticas razoáveis” da produtora. Além disso, a produtora teve que interromper as gravações da 6ª temporada da série, reescrever a temporada e encurtá-la de 13 para oito episódios para cumprir o prazo de entrega. Além disso, a Netflix optou por cancelar a série após o escândalo. Spacey chegou a alegar que tinha direito a uma indenização, porque foi a decisão da MRC e da Netflix de demiti-lo — ou seja, não sua conduta — que causou perdas financeiras. Não conseguiu convencer. A produção de “House of Cards” foi interrompida dois dias após a primeira denúncia, quando o ator Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery”) revelou que Spacey tentou abusar dele quando tinha 14 anos, em 1986. Desde então, as denúncias contra o ator se multiplicaram, e até funcionários da atração resolveram acusá-lo. Além de demitir Spacey de “House of Cards”, a Netflix também cancelou o lançamento da cinebiografia de Gore Vidal, “Gore”, estrelada e produzida pelo ator, que já se encontrava em pós-produção. Outro prejuízo causado pelo ator foi a refilmagem de “Todo o Dinheiro do Mundo”. O diretor Ridley Scott decidiu refazer parte do filme para retirar o ator do longa, que já estava finalizado quando o escândalo estourou. Ele foi substituído por Christopher Plummer, que chegou a ser indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo desempenho. Spacey também chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais de Los Angeles, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas impediram todos os casos de ir a julgamento. Por conta disso, ele não foi condenado e ainda brincou num vídeo de 2019 que aquele “foi um ano muito bom”. Embora “House of Cards” tenha sido cancelada, Spacey continua postando vídeos caracterizado como seu personagem. No ano passado, comparou sua situação à das pessoas que perderam empregos durante a pandemia.
Regina Duarte continua bolsonarista com posts polêmicos nas redes sociais
A ex-atriz Regina Duarte demonstrou neste fim de semana nas redes sociais que continua uma bolsonarista convicta, com posts criticando o Dia da Consciência Negra e o “fique em casa maligno”. “Fique em casa” é como Bolsonaro batizou, de forma pejorativa, o isolamento social necessário para evitar a superlotação dos hospitais e o morticínio durante o pico da pandemia de covid-19. No sábado, ela postou um texto no Instagram em que (ainda) reclama do isolamento social e, paradoxalmente, critica o fim dele. “Te proibiram de viver e agora querem festejar o Carnaval?” diz o texto. Na legenda, Regina Duarte reforçou seu posicionamento acusando o “‘fique em casa’ maligno” de ter feito mal ao país, desde prejudicar a saúde (sério!) pela falta de sol até a economia. “E a Economia, agora, quem assume?”, questionou, ironicamente sugerindo que o país não tem governo. Vale lembrar que o tal movimento “fique em casa” chegou a ser defendido até por Gabriela Duarte, filha da atriz – entre outras pessoas sensatas que ajudaram o país a passar pela pior fase da pandemia, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde. Não contente, ela dobrou a aposta neste domingo (21/11) com uma crítica ao Dia da Consciência Negra. Ao lado do vídeo de uma entrevista infeliz do ator Morgan Freeman, da qual ele já se arrependeu, a ex-atriz escreveu: “Ontem foi comemorado o Dia da Consciência Negra. Quando teremos o Dia da Consciência Branca, Amarela, Parda…?”. Sugerindo que não existe racismo a ser enfrentado no Brasil, ela ainda lamentou a vitimização por “culpas antepassadas”, sugerindo que lutar por melhores condições de igualdade é “olhar para trás”. O texto original diz: “Quanto tempo vamos ainda nos vitimizar ao peso de anos, de séculos de dor por culpas antepassadas? Quando vamos parar de olhar pra trás e enfrentar o hoje e nós olharmos com a coragem da cara limpa? Maduros, evoluídos, conscientes de nossa luta, irmanados em nossa capacidade, de sermos… HUMANOS? Simplesmente IRMÃOS?”. Regina Duarte virou ex-atriz ao aceitar o convite de Bolsonaro para encerrar um contrato lucrativo com a rede Globo e assumir a pasta da secretaria de Cultura. Ficou no cargo três meses, sendo demitida num vídeo risível em que Bolsonaro a engabelou com outra de suas muitas lorotas – prometendo lhe dar a presidência da Cinemateca. Durante o período em que esteve à frente da secretaria, ela conseguiu desagradar a maioria da classe artística do país, dar entrevistas constrangedoras, transformar velhos amigos em inimigos e liquidar todo o respeito que tinha conquistado ao longo da carreira. A desmoralização, porém, não parece ter sido suficiente para quebrar seu encantamento com o ideário bolsonarista. Ela continua firme no compartilhamento de memes e mensagens extremistas. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte)
Viola Davis vira Michelle Obama nas primeiras fotos de “The First Lady”
A revista americana Entertainment Weekly publicou as primeiras imagens de “The First Lady”, minissérie do canal pago Showtime que vai retratar as primeiras-damas dos Estados Unidos. As imagens destacam as transformações de Viola Davis (“O Esquadrão Suicida”) em Michelle Obama, Gillian Anderson (“The Crown”) em Eleanor Roosevelt e Michelle Pfeiffer (“Homem-Formiga e a Vespa”) em Betty Ford. Os episódios vão se focar na vida pessoal, atuação e influência política das três primeiras-damas citadas. Elas terão companhia dos atores O-T Fagbenle (“Viúva Negra”) como Barack Obama, Kiefer Sutherland (“Designated Survivor”) como Franklin D. Roosevelt e Aaron Eckhart (“Invasão a Casa Branca”) como Gerald Ford. A produção foi desenvolvida pelo roteirista Aaron Cooley (“Melhor. Pior. Finde. De. Todos.”) e conta com direção da dinamarquesa Susanne Bier, que já venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (por “Em um Mundo Melhor”) e o Emmy (pela minissérie “The Night Manager”). Caso a atração se prove um sucesso, novas temporadas devem abordar outras esposas famosas de presidentes americanos. The first look at Viola Davis as Michelle Obama, Michelle Pfeiffer as Betty Ford and Gillian Anderson as Eleanor Roosevelt in ‘THE FIRST LADY’ has been released. (Source: https://t.co/Z1GnlxUjtw) pic.twitter.com/0lCKrmz6ir — DiscussingFilm (@DiscussingFilm) November 8, 2021
Garibaldo vira alvo de políticos ao defender vacinação nos EUA
Personagem mais famoso do programa infantil “Vila Sésamo”, o pássaro Garibaldo virou alvo de ataques raivosos de integrantes do Partido Republicado dos Estados Unidos ao defender a vacinação nas redes sociais. A ave amarela enorme, que em inglês se chama Big Bird, postou em seu Twitter que recebeu a vacina da covid-19. Apesar de ter nascido oficialmente em 1969, quando surgiu no programa, Garibaldo tem eternamente 6 anos. Por isso, esperou pela aprovação da FDA (agência reguladora americana) para vacinas contra a covid-19 para crianças acima de 5 anos, o que aconteceu em 29 de outubro. No sábado (7/11), o perfil oficial do personagem tuitou: “Eu tomei a vacina da covid-19 hoje! Minha asa está um pouco dolorida, mas dará ao meu corpo um impulso extra de proteção que mantém a mim e a outras pessoas saudáveis”. O post irritou profundamente políticos e até jornalistas da extrema direita que são contra a imunização de crianças. O senador do Texas, Ted Cruz, reclamou que se tratava de “propaganda do governo para crianças de 5 anos”. Uma apresentadora da Fox News chamou a postagem de “lavagem cerebral”. E outro político extremista chegou a sugerir que o personagem morreria em sete dias. Vale lembrar que esta não é primeira vez que Garibaldo incentiva a vacinação infantil. Ele fala disso desde pelo menos 1972. Tanto não é novidade que a rede de televisão americana CNN tem utilizado Garibaldo e outros personagem da “Vila Sésamo” para abordar questões da vacinação contra covid-19 em crianças. No Brasil, extremistas ameaçaram de morte os funcionários da Anvisa caso aprovem a vacinação para crianças no país, como já aconteceu nos EUA. São iniciativas estimuladas por quem diz que a vacinação transforma em jacaré, afina a voz e transmite Aids, entre outras desinformações do presidente do país. Já o presidente dos EUA elogiou a iniciativa de Garibaldo, lembrando que só a vacinação de todos irá acabar com a pandemia. “Bom pra você, Garibaldo. Ser vacinado é a melhor maneira de manter a segurança de toda a sua vizinhança”, escreveu Joe Biden. As manifestações extremistas também ganharam comentários irritados do público que tem visto os estados governados por republicanos liderarem as taxas de morte por covid nos EUA. Good on ya, @BigBird. Getting vaccinated is the best way to keep your whole neighborhood safe. — President Biden (@POTUS) November 8, 2021 Government propaganda…for your 5 year old! https://t.co/lKUlomnpq1 — Ted Cruz (@tedcruz) November 6, 2021 Big Bird coming over to vaccinate your kids. pic.twitter.com/LQODCO3GKg — Ted Cruz (@tedcruz) November 7, 2021 Brainwashing children who are not at risk from COVID. Twisted. https://t.co/KPjdHJjpUy — Lisa Boothe (@LisaMarieBoothe) November 6, 2021 *7 days later* Big blood clot Bird is served! pic.twitter.com/gw9jFl9ZvY — Robby Starbuck (@robbystarbuck) November 6, 2021 Look at this government propaganda with Big Bird encouraging vaccinations. It's from 1972, but clearly Big Bird was playing the long game. pic.twitter.com/dTXqEaJ4ci — Josh Jordan (@NumbersMuncher) November 7, 2021 pic.twitter.com/EmTX2wxYox — Lenny (@lennyFL5420) November 7, 2021
“Marighella” já é o filme brasileiro mais visto de 2021
Oficialmente lançado na quinta-feira (5/11), “Marighella” já virou o filme brasileiro mais assistido nos cinemas em 2021, com 36,7 mil espectadores. Foi visto por mais gente que a comédia “Depois a Louca Sou Eu”, que teve 29 mil espectadores em todo seu tempo de exibição, segundo dados do Filme B. O feito resulta de uma distorção. Extraoficialmente, o filme já estava em cartaz desde o começo da semana. A distribuidora Paris Filmes chama isso de “pré-estreia”, alterando o sentido da expressão, que deixa de ser um evento especial para convidados para designar todas as sessões pagas em exibição normal antes de uma data determinada. Na prática, “Marighella” começou a ser exibido na segunda-feira (1/11) e só nas sessões da chamada “pré-estreia”, até quarta, movimentou 26,3 mil espectadores. Na quinta-feira, dia da estreia oficial, mais 10,4 mil passaram pelas catracas. No ranking geral do dia 4, incluindo filmes estrangeiros, o filme só foi menos visto que “Eternos”, novo lançamento da Marvel, que levou 180 mil pessoas aos cinemas. Mas “Marighella” está em cartaz em apenas 275 salas, enquanto “Eternos” tem a maior distribuição do ano no país, ocupando 1,7 mil telas. O interesse do público foi alimentado pela irritação de integrantes do governo pelo tema da produção. Ao mobilizarem disputas de narrativas nas redes sociais, eles acabaram fazendo propaganda da produção. O filme recupera a história de Carlos Marighella, guerrilheiro comunista que pegou em armas contra a ditadura militar. Retratado como um herói no longa, em interpretação magistral de Seu Jorge, Marighella é considerado um simples bandido pelos negacionistas da ditadura, que atualmente ocupam cargos públicos e, de acordo com Wagner Moura, chegaram a tentar censurar a produção, dificultando seu lançamento o máximo que puderam. Rodado em 2017, o longa teve pré-estreia (no sentido clássico da palavra) mundial no Festival de Berlim de 2019 e, inclusive, até já foi exibido nos EUA, onde atingiu 88% de aprovação da crítica, na média apurada pelo site Rotten Tomatoes. No Brasil, no entanto, enfrentou entraves burocráticos da Ancine, que represaram a liberação de sua verba e impediram o lançamento originalmente planejado há dois anos, atrasando a estreia para 2021. A expectativa dos produtores é que “Marighella” possa vender 100 mil ingressos, o que seria um feito diante das dificuldades enfrentadas pelo cinema nacional – e a Cultura em geral – desde a posse do fã de Jim Carrey, o “Debi e Loide” e “O Mentiroso”.
Entrevista de Wagner Moura irrita integrantes do governo
O ator Wagner Moura, que estreia na direção à frente de “Marighella”, irritou integrantes do governo Bolsonaro e simpatizantes da ditadura militar brasileira ao dar uma entrevista contundente ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite de segunda (1/11). Ele falou sobre as ameaças sofridas durante a produção de seu filme “Marighella”, que conta a história do guerrilheiro Carlos Marighella e as barbaridades cometidas pela ditadura no país, mencionando ter enfrentado até tentativa de censura do filme por órgãos do governo, com o cancelamento de recursos da Ancine autorizados para o longa. “Os ataques foram todos. A questão com a Ancine é uma clara censura. O ‘Marighella’ tinha sido contemplado com o fundo setorial para complementação da produção e não recebemos o dinheiro porque foi negado pela Ancine, no momento em que o Bolsonaro falava abertamente em filtragem na Ancine”, declarou, lembrando ainda que outros editais, sobretudo aqueles com temática LGBTQIAP+, foram cancelados após lives de Bolsonaro atacarem as produções. Por conta da identificação do governo Bolsonaro com ideais da ditadura, Moura fez uma comparação à luta contra a repressão de outrora e o enfrentamento contra os representantes atuais do regime. “‘Marighella’ não é apenas sobre quem resistiu à ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970, é sobre os que resistem hoje no Brasil”, afirmou. Ele também comparou os atos de terrorismo de Marighella com o que considera terrorismo de estado praticado por Bolsonaro. “Os acusados de terroristas são os pobres, o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], o Black Lives Matter, e isso sempre me incomodou, mas 600 mil mortos por Covid é terrorismo, 19 milhões de pessoas passando fome, a Amazônia pegando fogo, o ministro da Economia que tem uma conta offshore enquanto o povo paga imposto alto é terrorismo”, afirmou, ao comentar a romantização do guerrilheiro. A respeito de uma declaração de Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, que chamou Marighella de “psicopata comunista”, Moura se recusou a comentar. “Eu não tenho nenhum respeito por nenhuma declaração de quem faça parte desse governo. Nem esse cara, nem aquele da secretaria de Cultura, eu não vou comentar.” Pelo Twitter, o ex-“Malhação” Mario Frias, “aquele da secretaria de Cultura”, decidiu fazer o que Moura não fez. Ele “comentou”: “Somos dois então. Não sinto nada além de desprezo por esse sujeito patético que bate palma pra bandido!”, escreveu. “Também não temos respeito por você”, apoiou André Porciuncula, capitão da PM e braço-direito de Frias na secretaria de cultura, responsável pela aprovação de projetos culturais para receber financiamentos via Lei Rouanet. Teve mais. “Terrorismo quem fez foi o personagem que este ator interpretou e ainda teve a desfaçatez de falar em ‘amor’ para resumir a história de um homicida. E covardia é defender o socialismo e ir morar em um país capitalista”, escreveu a deputada federal Carla Zambelli, sem definir se o país capitalista a que ela se refere é os EUA e se o Brasil é socialista na comparação inusitada. Não é de hoje que os simpatizantes da ditadura escolheram “Marighella” como alvo. A reação é tão extremada que fez o portal americano IMDb, conhecido por reunir avaliações do público sobre lançamentos de cinema, TV e streaming, alterar os pesos das notas dadas à produção após constatar que o filme sofria “review bombing” de usuários do Brasil, onde o filme permanece inédito. Graças à alteração dos critérios, a nota do longa pulou de 4 para 6,5 na semana passada. Embora reconhecidamente romanceie a luta de Carlos Marighella, que não era pela democracia, mas pelo comunismo, “Marighella” é um filme importante para o momento em que o Brasil atravessa, e isso se reflete nos aplausos e elogios que têm recebido em todo o mundo, desde que teve sua première em 2019 no Festival de Berlim. O filme tem 88% de aprovação entre a crítica americana e finalmente vai chegar no Brasil nesta quinta (4/11). Veja abaixo a íntegra da entrevista de Wagner Moura no programa “Roda Vida”, da TV Cultura.
Fim de meia-entrada é vetado pelo governo de São Paulo
O governador de São Paulo em exercício, deputado Carlão Pignatari, vetou integralmente o projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa que propunha o fim da meia-entrada em eventos culturais no estado. A decisão saiu no Diário Oficial do estado deste sábado (30/10). A justificativa do veto apresentada por Pignatari no Diário Oficial é a de que o projeto conflita com disposições federais sobre o tema, uma vez que o benefício da meia-entrada para estudantes e idosos é garantido por lei federal. Músicos sertanejos e Dedé Santana chegaram a pedir a Jair Bolsonaro que revogasse a lei nacional, com a justificativa de que prejudicava lucros de artistas e empresas do setor cultural. O projeto paulista era de outro representante da direita brasileira, o deputado Arthur do Val, do Patriota, que afirmou não ver lógica em uma pessoa com menor poder aquisitivo pagar mais para que um estudante rico pague menos. O parlamentar citou o exemplo de um universitário rico que paga meia-entrada enquanto a “faxineira que trabalha na casa desse estudante paga inteira” no ingresso. Neste exemplo, ele não considerou que a faxineira pudesse ter um ou mais filhos estudantes, nem que a maioria da população do brasil (inclusive estudantes) é pobre. O projeto definia que todas as pessoas de 0 a 99 anos pudesse ter acesso à meia-entrada, criando, na prática, uma nova inteira. Todo mundo pagaria o mesmo. Mas não seria metade do preço, como alega a justificativa, uma vez que o próprio proponente indica que o fim da meia-entrada é uma reivindicação de empresários do setor. “Todo mundo sabe que a meia-entrada destrói todo um setor cultural”, escreveu Arthur do Val em seu Twitter, revelando o interesse financeiro por trás da “benesse”. “Foi o setor de eventos que me pediu, inclusive, me fez cartas de apoio de que queria a aprovação desse PL porque, basicamente, quando você tem uma casa de show ou é produtor de eventos, você precisa ter previsibilidade de quanto vai arrecadar, e você só fica sabendo disso sabendo quanto pode cobrar de ingresso”, detalhou o político, reforçando que o objetivo não é diminuir o preço. Assim, o preço médio subiria até atingir o atual valor cobrado por uma entrada inteira. Todos pagariam inteira para construir “todo um” setor cultural, na definição do deputado. Trata-se, como costumam ser os projetos da direita brasileira que dizem pensar nos mais pobres, uma tentativa de acabar com direitos adquiridos da população para beneficiar os mais ricos – notadamente, os promotores de evento. O deputado e todos que votaram a favor do projeto na Assembleia Legislativa de São Paulo também demonstram profunda ignorância sobre a função social da meia-entrada, instituída como incentivo para os mais pobres estudarem e não abandonarem a escola ao obter a Carteira de Trabalho, além de permitir a socialização e acesso a Cultura para aposentados constantemente prejudicadas por reformas insensíveis no Congresso. Se todos pagassem o mesmo, a função social inexistiria.
Ataque extremista à “Marighella” gera reação de site americano
Um ataque coordenado contra o filme brasileiro “Marighella” fez o portal americano IMDb, conhecido por reunir avaliações do público sobre lançamentos de cinema, TV e streaming, alterar os pesos das notas dadas à produção. Após a constatação de que a maioria dos comentários negativos vinha do Brasil, onde o filme permanece inédito, o IMDb passou a valorizar mais os comentários positivos do resto do mundo, fazendo com que a nota do filme saltasse de 4 na última quarta-feira (25/10) para 6,5. Ao todo, “Marighella” já recebeu mais de 47 mil avaliações, com 34 mil marcando nota 1 (a mais baixa) e 11 mil dando nota 10 (a mais alta). A maioria esmagadora das notas negativas vem de homens brancos com mais de 30 anos. Para deixar claro seu veto à prática de “review bombing”, bombardeio de comentários negativos com tendência ideológica, o IMDb passou a publicar uma mensagem na página de avaliações do filme, que avisa: “Nosso mecanismo de avaliação detectou atividade incomum de votação para este título. Para preservar a confiabilidade do nosso sistema de avaliação, um cálculo alternativo de notas foi aplicado”. A fórmula usada para este cálculo segue padrões internos e não é divulgada para o público, justamente para evitar que bolsominons ou outros grupos extremistas aprendam como sabotá-la. Em comunicado ao jornal Folha de S. Paulo, o IMDb declarou: “A forma mais simples de explicar é que, apesar de aceitarmos e considerarmos todas as notas enviadas por usuários, nem todas elas têm o mesmo impacto — ou peso — na média final. Quando uma atividade incomum é detectada, nós alteramos os pesos desse cálculo”. Esta é a segunda vez que sites americanos reagem a ataques ideológicos coordenados contra “Marighella”. Em 2019, os primeiros ataques fizeram outro portal famoso de cinema dos EUA, o Rotten Tomatoes, estabelecer uma nova política para a publicação de comentários em sua sessão aberta ao público, barrando “críticas” sobre filmes inéditos – isto é, que ninguém viu. Na época, “Marighella” e outros alvos da extrema direita, como “Capitã Marvel” (!), receberam notas negativas do público antes mesmo de serem exibidos para a crítica especializada. Ao perceber o terrorismo virtual, o Rotten Tomatoes zerou todas as notas e impediu novos comentários até os filmes visados ganharem estreia comercial. “Não queremos que as pessoas usem os comentários como plataforma política”, disse um comunicado do site. Após ser exibido em festivais e estrear nos EUA, “Marighella” atingiu 88% de aprovação entre a crítica americana, conforme registro atualizado nesta semana no Rotten Tomatoes. Estreia de Wagner Moura como diretor, “Marighella” teve sua première mundial no Festival de Berlim de 2019 e foi recebido com muitos aplausos e elogios da crítica internacional. Mas desde sua concepção desagrada bolsonaristas, uma vez que sua trama romanceia a luta armada contra a ditadura no Brasil. A trama foca nos últimos anos da vida do guerrilheiro baiano Carlos Marighella, entre 1964 e 1969, quando ele liderou ataques contra o regime e foi executado em uma emboscada da polícia. Transformado em herói na tela, Marighella é considerado um bandido comum pelos negacionistas da ditadura. Protagonizado por Seu Jorge (“Cidade de Deus””), o elenco também conta com Adriana Esteves (“Benzinho”), Humberto Carrão (“Paraíso Perdido”), Bruno Gagliasso (“Todas as Canções de Amor”) e Herson Capri (“Minha Mãe é uma Peça 3”). A estreia nacional está marcada para a próxima quinta-feira, dia 4 de novembro.










