Ministério da Justiça censura “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a suspensão da disponibilização, exibição e oferta do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, produção de 2017 de Danilo Gentili que […]

Divulgação/Paris Filmes

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a suspensão da disponibilização, exibição e oferta do filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola”, produção de 2017 de Danilo Gentili que passou a ser associada à pedofilia por perfis bolsonaristas. É o primeiro ato de censura federal a um filme desde o final da ditadura militar.

Antes disso, porém, o Ministério da Justiça não via a problemas com a produção, chegando a liberá-la para maiores de 14 anos. O filme foi exibido nos cinemas em 2017 sem qualquer reclamação, além das críticas negativas que recebeu na imprensa.

O longa traz os menores Bruno Munhoz e Daniel Pimentel como os estudantes Bernardo e Pedro, que se veem pressionados pelas obrigações escolares, a necessidade de tirar boas notas e ter bom comportamento. Após momentos de frustração, Pedro encontra no banheiro do colégio um diário com dicas para instaurar o caos na escola sem ser notado.

O que, na visão do Ministério da Justiça, justifica a censura é uma cena de cunho sexual que envolve o ator Fabio Porchat e os dois menores da trama.

No Twitter, o ministro da Justiça Anderson Torres compartilhou um trecho do despacho, publicado no Diário Oficial da União desta terça (15/3).

O documento determina que Netflix, Telecine, Globoplay, YouTube, Apple TV+ e Amazon Prime Video suspendam a exibição e oferta do filme, “tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente consumerista”. Caso as plataformas não cumpram a determinação em cinco dias, será aplicada multa diária no valor de R$ 50 mil.

Na segunda, também pelas redes sociais, Torres já havia afirmado que “tomaria providências” sobre a obra.

Já Gentili disse sentir “orgulho” de ter conseguido “desagradar” em um mesmo nível de intensidade tanto os petistas quanto os bolsonaristas, e falou em “falso moralismo”.

“O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento vieram fortes contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo”, ele escreveu no Twitter no domingo.