Martin Scorsese, James Cameron e Clint Eastwood alertam que pandemia pode matar o cinema
Mais de 70 diretores e produtores de Hollywood, entre eles os cineastas vencedores do Oscar James Cameron, Clint Eastwood e Martin Scorsese, uniram forças com proprietários de cinemas em um alerta e apelo por ajuda financeira do governo dos EUA, dizendo temer pelo futuro da indústria. Em uma carta aos líderes do Senado e da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, eles disseram que o fechamento das salas causado pelo coronavírus teve um efeito devastador e que, sem recursos, “os cinemas podem não sobreviver ao impacto da pandemia”. Além das assinaturas individuais, o documento é endossado pelo Sindicato dos Diretores, a Associação Nacional dos Proprietários de Cinema e a Associação do Cinema dos EUA. Devido à pandemia os cinemas paralisaram suas projeções em meados de março nos EUA. Embora grandes redes, incluindo AMC Entertainment e Cineworld, já tenham reaberto algumas salas com capacidade reduzida, os principais maiores do país, em Los Angeles e Nova York, continuam com a política de salas fechadas. Para piorar, os esforços para levar o público de volta ao cinema fracassaram. A iniciativa da Warner de lançar “Tenet” resultou em uma bilheteria muito abaixo do esperado nos EUA e, diante do receio de perder fortunas, os estúdios de Hollywood atrasaram o lançamento de filmes prontos, como “Viúva Negra” e “Top Gun: Maverick”, para 2021. A este quadro, somam-se ainda a decisão da Disney de lançar “Mulan” em streaming e um acordo histórico, firmado entre o estúdio Universal e os cinemas da rede AMC, para diminuir drasticamente a janela de exibição entre os lançamentos cinematográficos e sua disponibilização em streaming. Diante de todos esses desdobramentos, o cenário vislumbrado para o futuro dos cinemas parece realmente ser apocalíptico.
Cinemas do Rio não querem abrir sem pipoca
As redes de cinema do Rio pretendem se reunir com a prefeitura da cidade no início da noite desta segunda-feira (15/9) com a intenção de convencer a gestão de Marcello Crivella a liberar a pipoca e o refrigerante junto do ingresso para os filmes. De acordo com Patrícia Cotta, executiva de marketing da rede Kinoplex, as bombonières chegam a representar 50% das receitas de um cinema. “Sem bombonières, não vamos reabrir”, disse a executiva da Kinoplex ao jornal O Globo. Para os representantes das redes que protestam, sem a venda de guloseimas, o negócio se torna economicamente inviável. Por conta disso, o Sindicato das Empresas Exibidoras do Estado do Rio publicou uma nota confirmando que as salas não reabrirão nesta semana devido à restrição ao comércio de alimentos. A polêmica é reveladora, por demonstrar que os filmes não são mais o principal negócio dos donos do cinema – ao contrário do streaming – e por revelar que a exigência de uso de máscaras de proteção durante as sessões não será levada a sério. Afinal, como se pode lutar por venda de pipoca e Coca-Cola e defender que as pessoas fiquem de máscara para consumi-los? A polêmica se resume numa questão simples. Se há exigência do uso de máscaras, da entrada aos assentos dos cinemas, não deveria haver sequer debate sobre consumo de alimentos ou bebidas dentro das salas. Mas não é o que diz Gilberto Leal, presidente do Sindicato dos Exibidores do Rio, que prefere comparar os cinemas às “praças de alimentação dos shoppings” e “bares e restaurantes”, que “estão recebendo frequentadores normalmente…”. Nesta defesa da pipoca, Leal não menciona nenhuma vez o uso obrigatório de máscara nos cinemas. Em vez de comemorar a reabertura após seis meses de paralisação do setor, graças ao avanço da conscientização sobre atitudes de higiene e prevenção contra a pandemia de coronavírus, as empresas exibidoras assumem preferir ficar mais tempo fechadas, porque teria faltado liberar a pipoca. Mas vale lembrar que a pandemia não acabou. Só no estado do Rio de Janeiro, 177 pessoas morreram de covid-19 nas últimas 24 horas. O número de mortes em 24 horas é o maior desde o dia 19 de agosto. Fica a dúvida, portanto, se as pessoas que se arriscarem em ir aos cinemas poderão se sentir seguras ao se fechar num espaço limitado com dezenas de desconhecidos sem máscaras para que os exibidores possam vender mais Coca, Pepsi ou Guaraná tamanho família.
Cinemas poderão reabrir em Salvador a partir de segunda
Os cinemas, teatros e centros de eventos de Salvador poderão reabrir a partir da próxima segunda-feira (14/10), indicou o prefeito ACM Neto (DEM). Ao falar com a imprensa sobre a reabertura nesta sexta, o prefeito afirmou que os cinemas deverão seguir um protocolo de medidas de prevenção definido pelo setor, e terão o horário de funcionamento de segunda a domingo, das 12h às 23h. A venda de ingressos deverá ser feita, preferencialmente, por meio digital. “Os resultados de Salvador no combate ao novo coronavírus têm sido excelentes nesses seis meses de medidas contra a doença. Quando anunciamos a reabertura de alguma atividade é porque temos plena convicção de que isso pode acontecer com segurança”, afirmou ACM Neto. Em uma das medidas de prevenção definidas, ingressos para poltronas adjacentes só poderão ser compradas pelo mesmo cliente — e, mesmo assim, apenas dois assentos. Para clientes diferentes, um distanciamento mínimo de duas poltronas será exigido. Além disso, haverá medição de temperatura dos espectadores na entrada e o uso de máscaras será obrigatório. As mesmas regras básicas servirão para os teatros, locais de shows e eventos.
Netflix compra um dos cinemas mais famosos de Hollywood
É oficial: a Netflix é a nova proprietária do Egyptian Theatre, um dos “palácios de cinema” mais antigos de Hollywood. O preço de venda não foi divulgado, mas o acordo permite ao ex-proprietário, a American Cinematheque (Cinemateca Americana), continuar a programar o cinema histórico nos fins de semana, após a superação da pandemia de coronavírus. Localizado no coração de Hollywood, mais exatamente no número 6706 da Hollywood Boulevard, o cinema foi inaugurado em 1922 e serviu de palco para a primeira première hollywoodiana, com o lançamento de “Robin Hood” (1922), estrelada por Douglas Fairbanks. Concebido pelo artista Sid Grauman e pelo desenvolvedor imobiliário Charles E. Toberman, o “cinema egípcio” acabou servindo de modelo para o lançamento do “cinema chinês” na mesma avenida. Inaugurado por Grauman em 1928, o Chinese Theater acabou se tornando mais popular, graças à sua calçada com a impressão de mãos e pés de astros famosos – costume que teria começado por acidente durante a construção. O Egyptian Theatre foi adquirido pela organização cultural American Cinematheque em 1998, após passar seis anos fechado durante um período de decadência da região de Hollywood. Há uma ironia na aquisição, porque ao restaurar o cinema nos anos 1990, a Cinematheque dividiu a grande sala original em duas, batizando o espaço menor de sala Steven Spielberg. É o nome do célebre diretor que se manifestou contra a participação dos filmes da Netflix na disputa pelo Oscar deste ano. A Netflix pretende agora usar o local para realizar as premières dos filmes que pretende lançar na disputa das próximas edições do Oscar. Por sinal, a ideia de comprar o Egyptian surgiu, justamente, da experiência positiva da plataforma com a première de “Roma” no local. O filme de Alfonso Cuarón acabou vencendo quatro Oscars – o fato que teria incomodado Spielberg. Além das premières, a Netflix vai programar exibições e eventos especiais, de segunda a quinta, em seu espaço físico. “A American Cinematheque teve a honra de trazer de volta à vida Egyptian Theatre em 1998, e, juntamente com a Netflix, estamos entusiasmados em continuar essa administração, restaurando-a mais uma vez para uma nova geração de fãs de cinema assistirem filmes na tela grande”, disse o presidente da American Cinematheque, Rick Nicita, em comunicado sobre o negócio. A venda levou mais de um ano para ser finalizada, pois a Cinematheque é uma organização sem fins lucrativos, que comprou o marco histórico por um preço simbólico (US$ 1) da agora extinta Autoridade de Reconstrução de Los Angeles. Posteriormente, a organização investiu quase US$ 13 milhões para restaurar o antigo palácio do cinema. “O amor pelo cinema é inseparável da história e da identidade de Los Angeles”, acrescentou o prefeito Eric Garcetti, em nota oficial. “Estamos trabalhando para o dia em que o público possa retornar aos cinemas – e essa parceria extraordinária preservará uma parte importante de nossa herança cultural que poderá ser compartilhada nos próximos anos.” Além de assumir a programação dos dias de semana, a Netflix investirá na renovação do espaço exibidor. “O Egyptian Theatre é uma parte incrível da história de Hollywood e é apreciado pela comunidade cinematográfica de Los Angeles há quase um século”, disse Scott Stuber, chefe da divisão de filmes da Netflix. “Estamos ansiosos para expandir sua programação de maneiras que beneficiem tanto os amantes do cinema quanto a comunidade de Hollywood”.
Cinemas da China devem reabrir em junho
O vice-secretário geral do governo municipal de Pequim, Bei Chen, revelou que a capital da China reduzirá seu estado de emergência no dia 30 de abril, permitindo que locais de entretenimento, como cinemas e museus, possam reabrir no início de junho, após a conclusão do Congresso Nacional do Povo. Em entrevista coletiva, Chen disse que o governo da cidade “ofereceria uma série de políticas de apoio à indústria cinematográfica” e que “cada agência de cinema regional introduzirá também suas próprias políticas de apoio”. Os cinemas da China, segundo maior mercado de filmes de mundo, estão fechados há mais tempo, desde o final de janeiro, como prevenção contra a pandemia do novo coronavírus. Em março, mais de 600 salas de exibição receberem autorização para reabrir suas portas, mas a permissão foi revertida após uma semana, com a volta do aumento no registro de infectados. Estima-se que a suspensão completa da exibição de filmes resultou num prejuízo de vários bilhões de dólares em custos fixos e perda de receita com ingressos. A China já passou pelo pico da infecção e, nas últimas semanas, começou a registrar dias sem mortes por covid-19.
Brasil registra bilheteria zero nos cinemas pela primeira vez
As salas de cinemas no Brasil registraram público zero pela primeira vez na História. A pandemia de coronavírus gerou a implantação de várias medidas preventivas e a exibição de filmes foi uma das áreas mais impactadas. Segundo a ComScore, empresa de análise de mídia que coleta dados do circuito exibidor nacional em 2002, este foi o primeiro final de semana em que não houve renda de bilheteria de cinema em nenhum local no país.
Espaço Itaú anuncia fechamento de cinemas
Após um fim de semana de funcionamento com lotações parciais, o Espaço Itaú de Cinema informou que começará a fechar suas salas a partir desta semana. “Observando a evolução do coronavírus (covid-19) no Brasil e no mundo, com o objetivo de preservar a saúde dos nossos colaboradores e clientes, o Espaço Itaú de Cinema está agindo de acordo com a responsabilidade que lhe cabe e fechando as suas unidades como forma de conter o aumento do número casos nas cidades onde tem operações, contribuindo assim com a sociedade como um todo”, informou a rede de cinemas. A medida segue orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para reduzir a disseminação do novo coronavírus e as recomendações feitas no domingo (15/3) pelo Governo do Estado de São Paulo. O comunicado também informou o cronograma do fechamento. No Rio de Janeiro e em Brasília, as salas já estão fora de operação, porque seus governadores decretaram paralisação completa de atividades que possam gerar aglomeração de pessoas – além de cinemas, também fecharam teatros e salas de espetáculos, mas espaços de culto religioso tem desafiado a proibição. Em São Paulo, as salas deixam de funcionar a partir de terça-feira (17/3). Em Salvador, o fechamento começa na quarta-feira (18/3). Finalmente, em Curitiba e Porto Alegre, a paralisação das atividades acontece na quinta-feira (19/3). As unidades permanecerão fechadas por tempo indeterminado.
Cinemas do Espaço Itaú passam a operar com capacidade reduzida
As salas de cinema do Espaço Itaú anunciaram medidas preventivas diante da pandemia do coronavírus. Assim como aconteceu nos EUA, o presidente Jair Bolsonaro também não obrigou o fechamento dos cinemas – nem informou qualquer iniciativa em seu pronunciamento na noite de quinta (12/3) – para conter o surto de covid-19 no Brasil. Mas, como as principais redes norte-americanas, as salas do circuito Itaú terão suas capacidades diminuídas para criar uma “distância social” entre os espectadores. A medida entrou em vigor neste fim de semana e visa reduzir o público das salas, que deverão operar com, no máximo, 60% de suas capacidades. “Essas ações têm o objetivo de manter a saúde dos nossos colaboradores e clientes. Agiremos de acordo com a responsabilidade social que nos cabe para evitar a evolução dos casos na cidade [São Paulo] e no país, contribuindo com toda a sociedade. Com essas novas medidas, buscamos reduzir a aglomeração de pessoas e deixar os ambientes ainda mais seguros”, afirma o Espaço Itaú em comunicado. “Estamos operando com a capacidade de 60% das salas. Nossos colaboradores estão instruindo as pessoas, que não foram ao cinema juntas, que mantenham certa distância de outros frequentadores dentro da sala. Também reforçamos a presença de álcool em gel em nossas instalações”, continua o texto, que conclui dizendo: “Como o cenário no Brasil e no mundo está mudando a cada dia, essas medidas poderão ser revistas a qualquer momento de acordo com as recomendações das autoridades”.
Redes de cinema dos EUA reduzem lotação de salas para isolar público
As maiores redes cinemas da América do Norte anunciaram, por conta própria, que reduzirão a capacidade de suas salas à metade diante da pandemia do novo coronavírus. Apesar de declarar estado de emergência nesta sexta (13/3), o presidente Donald Trump não ordenou o fechamento dos cinemas, como aconteceu na China, Itália e em diversos outros países afetados pelo surto. Assim, as redes tomaram a iniciativa de impor uma barreira à proliferação do covid-19, sugerindo que os espectadores mantenham uma “distância social” entre si, nas cadeiras dos cinemas. As empresas que anunciaram a redução da capacidade das salas foram AMC, Regal e Cineplex. A decisão foi comunicada de forma individual e independente umas das outras. A AMC, entretanto, colocou um limite para a redução: 250 pessoas em qualquer cinema, independentemente de sua capacidade, “para proporcionar espaço adicional entre os espectadores”. Além disso, informou que desinfetará as áreas “de alto contato”, como bilheterias, a cada hora. Os governos de alguns países adotaram medidas similares, mas muito mais restritivas. Na Romênia e na Irlanda, a venda de ingressos foi limitada a 100 espectadores por sessão. A Noruega também planejava adotar a restrição de ingressos por sessão, mas, ao considerar que a progressão da pandemia está se ampliando diariamente, acabou optando por uma decisão mais radical, obrigando o fechamento de todas as salas. China, Itália, Irã e República Tcheca foram os primeiros países a decretar o fechamento completo dos cinemas. A medida foi seguida, nos últimos dias, por Polônia, Líbano, Kuwait, Dinamarca, Noruega, Arábia Saudita e Grécia. Na Coreia do Sul, Japão, Índia e Hong Kong, boa parte do circuito está fechado, mas ainda há regiões com programação normal. Na Ucrânia e na Hungria, apenas as salas das capitais Kiev e Budapeste foram fechadas.
Cinearte, tradicional cinema de São Paulo, fecha as portas após 56 anos
O Cinearte, um dos cinemas mais tradicionais da cidade de São Paulo, localizado no Conjunto Nacional, no coração da Avenida Paulista, fechou as portas na noite de quarta-feira (19/2) devido à política cultural do governo Bolsonaro. O cinema foi inaugurado em 1963 com o nome de Cine Rio. Também já foi chamado de Cine Bombril, Cine Livraria Cultura e, até março de 2019, Cinearte Petrobras. Segundo orientação de Bolsonaro, a Petrobras não renovou o contrato de patrocínio com o cinema no começo de 2019. O corte foi geral e também atingiu festivais, como o Anima Mundi e o Festival de Rio, além de outros eventos culturais. A atriz Angela Leal revelou que chegou a enfartar quando seu teatro, o Rival, perdeu o apoio da Petrobrás no ano passado. O cinema não conseguiu novo patrocinador para ficar aberto, ao contrário do Cine Belas Artes, que enfrentou o mesmo problema em relação à Caixa Econômica Federal. Mas enquanto o Belas Artes, a poucos metros de distância, tornou sua situação – e causa – pública, o desfecho do Cinearte foi melancólico, sem aviso prévio ou alarde. A maioria do público chegou desavisado ao cinema na noite de quarta, sem saber que se tratava da última sessão. “Foram 22 anos de várias parcerias que tornaram possível a apresentação de inúmeros filmes independentes, debates, mostras, pré-estreias. Agradecemos a todos que, ao longo desta jornada, estiveram conosco nesta empreitada. Fechamos duas salas, mas não apagamos a crença na diversidade possível no cinema e que nosso lema Democracia na Tela esteja também no nosso cotidiano sempre”, disse Adhemar Oliveira, diretor do Circuito Cinearte, em comunicado. O último filme exibido foi “Parasita”, vencedor do Oscar 2020. Além de proibir que estatais possam ajudar a manter cinemas abertos, Bolsonaro vetou integralmente em dezembro a prorrogação do Recine (Regime Especial de Tributação para Desenvolvimento da Atividade de Exibição Cinematográfica) e dos incentivos fiscais da Lei do Audiovisual, que, entre outros objetivos, visavam fomentar a abertura de novos cinemas no Brasil. Não por acaso, durante o primeiro ano do governo Bolsonaro, o parque exibidor nacional registrou sua maior retração desde os anos 1990, perdendo 155 cinemas em relação ao relatório da administração anterior sobre a quantidade de salas de exibição existentes no país. A principal ironia desses dados é que a Ancine comemorou o resultado “robusto”. Quem quiser comparar e reparar na briga com a realidade, pode verificar um exemplo prático do orweliano Ministério da Verdade no próprio site oficial da Ancine, onde o relatório oficial de 2018 (aqui) exalta o recorde de 3.356 cinemas, enquanto o texto mais recente (aqui) afirma que o número era 3.194 e houve um crescimento “robusto” para 3.201 salas em 2019, “ressaltando o fortalecimento do número de cinemas no país”. O mesmo texto traz um link para powerpoints que não cobrem o ano passado, mas citam 3.352 salas em 2018. Noves fora, continuam aproximadamente 150 cinemas a menos.
Dono de rede de cinemas diz que Netflix deu prejuízo para quem exibiu O Irlandês
O presidente-executivo da Cineworld, a segunda maior rede de cinemas do mundo, acusou a Netflix de dar prejuízo aos cinemas que exibiram “O Irlandês”, de Martin Scorsese. Em entrevista ao jornal Financial Times, Mooky Greidinger disse que o filme arrecadou bilheterias “insignificantes”, por ter seu lançamento em streaming programado para poucos dias depois da exibição cinematográfica. A produção da Netflix foi lançada nas salas de cinema dos EUA no dia 1º de novembro e chegou na plataforma em 27 de novembro. “’O Irlandês’ perdeu muita bilheteria. Um trabalho de Scorsese teria gerado boa renda nas salas de cinema”, declarou Greidinger, expondo o impasse entre os proprietários de cinemas e a Netflix. A acusação, porém, não se sustenta. Antes de “O Irlandês”, Scorsese lançou “Silêncio”, sem programação para streaming, que ficou em cartaz por dois meses nos EUA e Canadá, arrecadando apenas US$ 7,1 milhão no mercado doméstico. Foi um dos maiores fracassos de 2016. “Silêncio” tinha 2h41 e foi considerado muito longo pelos exibidores, que abreviaram sua temporada em cartaz. Já “O Irlandês” tem quase uma hora a mais – 3h29, ao todo. Considerando o resultado anterior, é difícil imaginar que “O Irlandês” estourasse as bilheterias. Além disso, ao custo de estimados US$ 159 milhões, devido aos efeitos de rejuvenescimento de seu elenco, dificilmente seria produzido por algum estúdio interessado em fazer dinheiro com a venda de seus ingressos. O motivo é simples. O maior sucesso comercial de Scorsese, o remake “Os Infiltrados” (2006), rendeu US$ 132,2 milhões na América do Norte – menos que o orçamento de seu novo filme. A maior bilheteria mundial do diretor também é incompatível com os gastos no longa de 2019. “O Lobo de Wall Street” (2013) fez US$ 389,8 milhões em todo o mundo, mas “O Irlandês” precisaria de pelo menos US$ 100 milhões a mais para bancar sua produção. Como se vê, há muita falácia nessa briga entre donos de cinema e Netflix, o que apenas dificulta a construção de uma alternativa de convivência – inevitável – entre os dois meios de exibição.
Vingadores: Ultimato vira filme de maior público e bilheteria no Brasil
“Vingadores: Ultimato” completou quatro semanas em 1ª lugar nas bilheterias do Brasil. Só no último fim de semana, 901 mil pessoas foram aos cinemas assistir à superprodução da Marvel/Disney, que ainda permanece em cartaz na maior parte dos cinemas do país – após abrir em 80% de todas as telas disponíveis. Com a distribuição ilimitada, o filme atingiu o valor de R$ 312 milhões em sua arrecadação nacional, sendo visto por 17,9 milhões pessoas, segundo levantamento da consultoria Comscore. Com isso, “Vingadores: Ultimato” derrubou um recorde histórico no país, superando os 17 milhões de espectadores que compraram ingressos para assistir ao fenômeno “Titanic” em 1998. O filme dos super-heróis virou o lançamento de maior público em todos os tempos no Brasil – e, claro, maior bilheteria. E os números ainda estão crescendo. Para demonstrar sua força, basta considerar que “Vingadores: Ultimato” teve quase quatro vezes mais público no fim de semana passado que a estreia situada em 2º colocado no ranking, o novo filme de Keanu Reaves. “John Wick 3 – Parabellum” foi prestigiado por 290 mil pessoas e arrecadou R$ 5,1 milhões em seus primeiros quatro dias em cartaz no Brasil. O 3º lugar do fim de semana ficou com “Pokémon: Detetive Pikachu”, com 266 mil espectadores e R$ 4,5 milhões em ingressos vendidos. Após duas semanas nos cinemas, o filme soma público total de 803 mil pessoas e arrecadação de R$ 13 milhões.
Vingadores: Ultimato já foi visto por mais de 12 milhões de pessoas no Brasil
Uma semana após ter registrado a maior estreia de todos os tempos no Brasil – resultado da maior distribuição da História, com a ocupação de 80% dos cinemas – , “Vingadores: Ultimato” já se tornou o filme mais assistido de 2019 no território nacional. Só no dia da estreia, em 25 de abril, 1,6 milhão de pessoas fizeram filas para assistir ao filme. Ao final do primeiro fim de semana, o número chegou em 3,3 milhões de pessoas – estreia recorde no país. Agora, após 11 dias de exibição, “Vingadores: Ultimato” já soma 12,4 milhões de ingressos vendidos no mercado brasileiro. E continua lotando cinemas. Em seu segundo fim de semana em cartaz, o filme rendeu mais R$ 61,9 milhões, atingindo R$ 223,2 milhões na bilheteria nacional. Os números são da empresa especializada comScore. O sucesso é mundial. Em menos de duas semanas, “Vingadores: Ultimato” faturou US$ 2,18 bilhões, passou “Titanic” e se tornou a 2ª maior bilheteria da História do cinema. Por enquanto, o filme só perde para “Avatar” – algo que pode mudar em pouco tempo.











