YouTube cancela quatro séries e troca foco de sua plataforma de streaming
O YouTube Premium cancelou quatro séries originais, assumindo que pretende abandonar a produção de séries, apesar de negativas dissimuladas de seus porta-vozes. Em novembro passado, a plataforma anunciou que iria descontinuar seu serviço de assinatura Premium, passando a oferecer o conteúdo produzido com exclusividade para a plataforma de forma gratuita para todos os usuários a partir de 2020. Na ocasião, o YouTube garantiu que isso não afetaria a produção de séries. Já afetou. Em meio a uma mudança completa de foco da plataforma, as produções de “Ryan Hansen Solves Crimes on Television”, “Champaign ILL”, “Sideswiped” e “Do You Want to See a Dead Body?” foram descontinuadas. Destas, apenas a primeira teve repercussão. Além dos cancelamentos, o YouTube também parou de encomendar novas séries nos últimos meses. Estas ações recentes da plataforma sugerem sua desistência de competir em produção de conteúdo com a Netflix. Em vez disso, o YouTube estaria planejando reforçar seu projeto original, explorando aquilo que sempre fez: exibir vídeos com anúncios. Em vez de séries, priorizar aquilo que seus usuários já buscam: shows, humor e vídeos sem roteiro. E apostar em outro filão, como transmissões de streaming ao vivo – algo que o Facebook já começou a fazer com eventos esportivos. “Nosso objetivo é criar uma programação incrível focada em música, educação, criadores de conteúdo do YouTube e outros programas”, disse Susanne Daniels, chefe global de conteúdo original do YouTube, em comunicado que confirma a tendência. O maior sucesso original do YouTube é “Cobra Kai”, série que dá sequência à história de Karatê Kid com os mesmos atores do original. A 2ª temporada estreia em 24 de abril, mas a expectativa é saber se o programa será renovado para um terceiro ano. Em 2019, o mercado de assinaturas de streaming ganhará mais três serviços gigantes concorrentes: as plataformas da Disney, Apple e Warner Media. E outros players já anunciaram projetos similares para 2020.
Will Ferrell e Adam McKay anunciam final de sua parceria
O ator Will Ferrell e o diretor Adam McKay anunciaram o fim de sua parceria. Os dois eram sócios há 13 anos na produtrao Gary Sanchez Productions. A dupla, que se conheceu em 1995 no programa “Saturday Night Live”, encontrou grande afinidade ao trabalhar junta em filmes. Os cinco primeiros filmes dirigidos por McKay foram estrelados por Ferrell: “O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy” (2004), “Ricky Bobby, a Toda Velocidade” (2006), “Quase Irmãos” (2008), “Os Outros Caras” (2010) e “Tudo por um Furo” (2013). Mas ultimamente o cineasta tem se dedicado mais a produções de temática política, como “A Grande Aposta” (2015) e “Vice” (2018), filmes que o transformaram num autor de prestígio e consagrado pelo Oscar, enquanto Ferrell vive uma fase de comédias fraquíssimas – “Holmes & Watson” foi considerado o Pior Filme de 2018 na votação do troféu Framboesa de Ouro. A diferença se tornou gritante, mas o nome de McKay continuou atrelado aos fracassos do parceiro. Assim, “decidiram se separar e focar em novos esforços criativos”, segundo comunicado assinado pelos dois. “Os últimos 13 anos não poderiam ter sido mais agradáveis e satisfatórios para nós dois na Gary Sanchez Productions. Agradecemos imensamente à nossa incrível equipe e executivos e a todos os escritores, diretores e atores com os quais trabalhamos ao longo dos anos”, acrescentaram. “Nós dois sempre trabalharemos juntos de forma criativa e sempre seremos amigos. E nós reconhecemos que temos a sorte de acabar com esse empreendimento desse jeito”, conclui o texto. McKay e Ferrell têm uma grande lista de projetos em desenvolvimento com sua produtora, que assinou um contrato de três anos com a Paramount em setembro – entre outros, incluem a comédia “Hustlers”, com Jennifer Lopez, o novo filme de Ferrell, “Eurovision”, com distribuição da Netflix, e a série sci-fi “Motherland: Fort Salem” para o canal pago Freeform.
Parceiro de Ryan Murphy, Brad Falchuk assina contrato de exclusividade com a Netflix
O produtor, diretor e roteirista Brad Falchuk assinou um contrato de exclusividade com a Netflix para desenvolver novas séries. Ele é mais conhecido como parceiro de Ryan Murphy na criação de séries de sucesso como “Glee”, “American Horror Story”, “9-1-1” e “Pose”. O contrato foi fechado um ano após Murphy assinar um acordo milionário com a Netflix. Inclusive, Falchuk irá ajudar Murphy a tocar o seu primeiro projeto em streaming: a série musical “The Politician”. Vale lembrar que uma das estrelas de “The Politician”, a atriz Gwyneth Paltrow, casou-se com Falchuk em setembro do ano passado. Segundo o site do Deadline, Falchuk pretende aproveitar o novo contrato para se desvincular um pouco do nome de Murphy, pretendo criar séries próprias para a Netflix. Ele é dono da produtora Brad Falchuk Teley-Vision, que pretende ampliar com a ajuda da plataforma de streaming. A contratação de Falchuk segue um novo modelo de negócios da Netflix, que está cancelando séries produzidas por grandes estúdios – que terão seus próprios serviços de streaming – para apostar em séries que ela própria produzirá – e das quais será 100% proprietária, podendo explorar merchandising, receber pela exibição em outros canais, lançamento de Bluray, etc. Para desenvolver sua nova programação, a plataforma também contratou Kenya Barris (criador de “Black-ish”), Shonda Rhimes (criadora de “Grey’s Anatomy”) e até o casal Barack e Michelle Obama.
Apple anuncia oficialmente seu serviço de streaming, que vai chegar ao Brasil
A Apple anunciou oficialmente nesta segunda (25/3) o seu serviço de streaming de séries originais. Assim como o concorrente da Disney, a plataforma será identificada por um sinal de adição (+), batizada de Apple TV+. O anúncio foi feito pelo presidente da empresa de tecnologia, Tim Cook, no teatro Steve Jobs em Cupertino, na Califórnia, e contou com a presença dos cineastas Steven Spielberg e J.J. Abrams, e atores como Reese Whiterspoon, Jennifer Aniston e Jason Momoa, que estarão nas séries da empresa. O Apple TV+ será um serviço internacional. Isto é, não terá etapa inicial restrita aos Estados Unidos. E deverá ser lançado nos próximos meses, durante o outono norte-americano, para usuários em mais de cem países. O serviço funcionará por meio de uma assinatura e será disponibilizado por um novo aplicativo da Apple TV, que dará ao usuário acesso aos conteúdos exclusivos da Apple. Os preços ainda não foram divulgados pela companhia. Aguardado com expectativa, o Apple TV+ já tem várias séries originais em produção, como “The Morning Show”, estrelada por Jennifer Aniston, Reese Whiterspoon e Steve Carell, que acompanhará os bastidores de um programa de notícias matinal. “Nós vamos trazer um olhar honesto sobre relações entre homens e mulheres no ambiente de trabalho”, disse Aniston durante o evento de apresentação da plataforma, afirmando estar animada por voltar à TV com o projeto – sua primeira série desde o fim de “Friends”, em 2004. Já o diretor Steven Spielberg assina a produção de “Amazing Stories”, nova versão da série de antologia sci-fi criada por ele em 1985. “Vamos ressuscitar essa marca e levá-la a um novo público”, disse o cineasta. Por sua vez, Jason Momoa apareceu ao lado da atriz Alfre Woodward para divulgar “See”, uma nova série de ficção científica, enquanto J.J. Abrams está por trás da atração musical “Little Voice”. A Apple ainda tem várias outras atrações originais previstas, incluindo uma trama de espionagem protagonizada por Brie Larson, a Capitã Marvel. Mas o principal vídeo disponibilizado no evento – que pode ser conferido abaixo – não trouxe imagens das séries, apesar de ter mais de 5 minutos de duração. Um segundo vídeo, com 1 minuto e meio, concentrou todas as cenas, dando pouca perspectiva sobre os projetos – veja o vídeo e saiba mais sobre as séries aqui. Ainda não há previsões sobre quando o Apple TV+ será disponibilizado no Brasil, mas a boa notícia do evento foi que ele chegará no país – ao contrário de Hulu e CBS All Acess, entre outras plataformas exclusivas dos Estados Unidos. Como parte de sua investida em conteúdo, a empresa também vai oferecer acesso a outros serviços por meio do aplicativo Apple TV Channels, que agrupará a programação de canais como Showtime, Starz, HBO e a plataforma CBS All Access. Mas não está claro se esse projeto também será internacional. No evento, a Apple ainda anunciou serviços de notícias, com acesso a jornais e revistas, de games e até um cartão de crédito virtual.
Disney fecha Fox 2000, estúdio de A Culpa É das Estrelas e Clube da Luta
Um dia após assumir o controle da Fox, a Disney desceu a guilhotina em seus novos funcionários, demitindo executivos veteranos de distribuição e marketing, entre outros departamentos que serão extintos na consolidação da fusão. A maior novidade, porém, foi o anúncio de que o estúdio Fox 2000 será fechado. Criado e comandado por Elizabeth Gabler desde 1999, o estúdio era especializado em filmes contemporâneos de médio orçamento. E lançou muitos sucessos, como “O Clube da Luta” (1999), “Nunca Fui Beijada” (1999), “Johnny & June” (2005), “O Diabo Veste Prada” (2006), “Marley & Eu” (2008), “A Culpa É Das Estrelas” (2014), “Joy: O Nome do Sucesso” (2015), “Ponte dos Espiões” (2015), “Estrelas Além do Tempo” (2016), “Com Amor, Simon” (2018) e “O Ódio que Você Semeia” (2018). A empresa será desativada após lançar “The Woman in the Window”, novo filme de Joe Wright (“Anna Karenina”), atualmente em pós-produção e previsto para chegar aos cinemas em outubro. Não há informação sobre se os demais projetos que estavam em desenvolvimento no estúdio foram cancelados ou se serão remanejados para outra divisão da Disney. Também não há posição oficial sobre a situação de Gabler – se ela será dispensada, virará executiva da Disney ou produtora associada. Curiosamente, a Fox 2000 fazia o tipo de filme que deve entrar em demanda com o lançamento da plataforma Disney+ (Disney Plus). A decisão de eliminar o estúdio é consequência de uma projeção de economia na cada dos US$ 2 bilhões com cortes de produções, cargos dobrados e redundâncias operacionais que decorreram da compra da Fox. Várias demissões aconteceram entre quarta e quinta (21/3) nos Estados Unidos e mais são esperadas ao redor do mundo. As divisões televisivas passaram sem muito trauma pela transição, mas a aquisição deixou a Disney com 11 estúdios de cinema: Walt Disney Pictures, Disney Animation, Pixar, Marvel, Lucasfilm, 20th Century Fox, Fox Searchlight, Fox Family, Fox Animation, Blue Sky e Fox 2000. Além de limar um estúdio, a Disney também vai diminuir a produção de filmes da Fox, que deixará de lançar cerca de 20 títulos por ano para se limitar a no máximo meia dúzia de lançamentos anuais a partir de 2020. Esta conta, ao menos, não incluirá os filmes dos X-Men, que passarão a ser produzidos pela Marvel. O detalhe é que a Marvel também vai diminuir – e não aumentar – a quantidade de seus lançamentos em decorrência do acúmulo de estúdios. Serão apenas dois filmes de super-heróis por ano.
Os Simpsons e Deadpool dão boas-vindas ao Mickey
Os Simpsons e Deadpool amanheceram como personagens da Disney – literalmente, no site da Walt Disney Company. E o showrunner da animação e o intérprete do super-herói não deixaram passar a ocasião. O produtor Al Jean e o ator Ryan Reynolds se manifestaram nas redes sociais com posts sobre a compra da Fox. Reynolds publicou uma foto em que aparece como Deadpool, usando um chapéu do Mickey no interior de um ônibus da Disneylândia. E Jean publicou um desenho de Matt Groening, criador dos Simpsons, em que Homer enforca o próprio Mickey, enquanto Bart dá as boas vindas ao novo integrante da família. É amor, ao melhor estilo dos desenhos e dos filmes da Fox. Confira abaixo .@TheSimpsons Thank you Fox and welcome Disney! pic.twitter.com/01uPrPsf7r — Al Jean (@AlJean) March 19, 2019 Feels like the first day of ‘Pool. pic.twitter.com/QVy8fCxgqr — Ryan Reynolds (@VancityReynolds) March 19, 2019
Os Simpsons, Deadpool e Avatar já aparecem no site da Disney
Desde a meia-noite desta quarta (20/3), a Fox é oficialmente parte da Disney. E o novo proprietário já exibe a novidade em seu site oficial. Atualizado nas últimas horas, o banner da site da Walt Disney Company agora traz os protagonistas de “Os Simpsons”, “Deadpool”, “Avatar”, “A Forma da Água” e da série “Atlanta” ao lado de Capitã Marvel, a Rey de “Star Wars”, o Woody de “Toy Story”, a Elsa de “Frozen” e, claro, o Mickey. Veja abaixo. A Disney pagou US$ 71,3 bilhões para fechar a compra, que começou a ser negociada em 2017 e foi concluída oficialmente nesta quarta. Com a transação, a Disney passa a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além da fatia que restou na rede britânica Sky. Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports. Estas empresas continuam sob controle da família de Rupert Murdoch e formarão uma nova Fox americana – sem relações com a Fox brasileira.
Disney vira oficialmente dona da Fox
O site oficial da 21st Century Fox confirmou a previsão divulgada pela Disney na semana passada. A negociação do estúdio foi finalizada. O comunicado oficial, assinado pelos diretores da empresa, estabelece que a Disney será dona da maioria dos ativos da Fox a partir da meia-noite, no horário local – em torno da 1h da manhã em Brasília. Na semana passada, a Disney havia anunciado que os últimos obstáculos legais para a aquisição da Fox haviam sido superados, e estabelecido um prazo para que os executivos do estúdio decidissem como queriam ser pagos, visando assumir o controle de suas novas propriedades na quarta-feira (20/3). A Disney pagou US$ 71,3 bilhões para concluir o negócio, cifra consideravelmente maior do que a proposta inicialmente aceita por Rupert Murdoch e demais acionistas da Fox (US$ 52,4 bilhões). A diferença se deve a uma tática da rival Comcast, empresa proprietária do estúdio Universal, que decidiu entrar em leilão pela Fox, oferecendo mais dinheiro para sua aquisição. Graças a isso, a Disney precisou gastar quase US$ 20 bilhões a mais e se viu sem fôlego para superar a Comcast em outro front: na disputa pela rede de TV paga europeia Sky. A Fox, que detinha parte das ações da Sky, estava prestes a assumir o controle da empresa sediada na Inglaterra, com o compromisso de repassá-la para a Disney, mas a Comcast atropelou as duas, após exaurir as finanças da rival e jogar suas fichas no segundo leilão, ficando com a rede. Bob Iger, o CEO da Disney, recentemente esteve no Brasil para fechar o acordo no mercado nacional. Após sua vinda, ficou acertado que a empresa venderia o canal pago brasileiro Fox Sports quando assumisse o controle da Fox. Foi a única exigência feita pelo CADE para a aprovação da compra. Mesmo sem a Fox Sports, a compra da Fox pela Disney inclui estúdios de cinema e TV, redes de TV paga, fatias de empresas de streaming e negócios internacionais do magnata Rupert Murdoch. A partir desta quarta, a Disney passará a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além da fatia que restou na rede britânica Sky. Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports. Estas empresas continuam sob controle da família Murdoch e formarão uma nova Fox americana – sem relações com a Fox brasileira.
Chefão da Netflix desdenha esforços de streaming de Disney e Apple: “atrasados”
O executivo Ted Sarandos, chefe de programação da Netflix, provocou as concorrentes Apple e Disney ao desdenhar de seus esforços para lançar um serviço de streaming, dizendo que as empresas estão chegando “atrasadas para a festa”. Sarandos abordou os rivais ao responder um questionamento do site Deadline, durante um evento da empresa nos Estados Unidos, uma espécie de “Netfest” em que projetos da empresa foram apresentados à imprensa. A princípio, ele foi diplomático, dizendo: “Eu não tenho como saber exatamente o que eles estão fazendo até lançarem algo. Eu preciso reservar meu julgamento e meus comentários até isto acontecer”. Mas não se conteve, ao complementar a resposta. “O que eu posso dizer é que há anos estamos competindo com 500 canais a cabo, e mesmo assim estamos em quase todas as casas do mundo”, acrescentou. “No fim das contas, é só um aumento na mesa de competidores, e eles estão atrasados para a festa”. Sarandos ainda argumentou que a escala global da Netflix é sua principal vantagem em relação aos competidores. As plataformas novatas da Apple e da Disney devem se lançadas, num primeiro momento, apenas nos EUA. E a Netflix já está produzindo séries no mundo inteiro para diferentes audiências globais. “O que precisamos fazer é exportar tanto conteúdo de Hollywood quanto conteúdo do restante do mundo”, disse o executivo, que ainda destacou o acerto da estratégia com um exemplo concreto. “Às vezes, conseguimos algo como ‘La Casa de Papel’, que é um hit global no mesmo nível de ‘Stranger Things'”.
Disney anuncia que compra da Fox será finalizada na semana que vem
O longo processo de aquisição da Fox pela Disney, que começou em dezembro de 2017, deve ser finalizado na semana que vem. Mais especificamente à meia-noite e dois segundos da quarta-feira que vem, dia 20 de março. A data foi divulgada em comunicado da Disney, que anunciou aos investidores a superação da última barreira internacional (no México) para a compra do estúdio. O obstáculo derradeiro, criado pelas autoridades mexicanas, foi superado com um compromisso similar ao assumido no Brasil, em que a Disney aceitou vencer os canais esportivos da Fox para outras empresas. A Disney também informou que os executivos da Fox devem decidir logo o quanto de dinheiro vivo e quanto de ações da Disney vão querer para completar os US$ 71,3 bilhões da finalização da compra. A cifra é consideravelmente maior do que a proposta inicialmente feita pela Disney e aceita pela Fox (US$ 52,4 bilhões). A diferença se deve a uma tática da rival Comcast, empresa proprietária do estúdio Universal, que decidiu entrar em leilão pela Fox, oferecendo mais dinheiro para sua aquisição. Graças a isso, a Disney precisou gastar quase US$ 20 bilhões a mais e se viu sem fôlego para superar a Comcast em outro front: na disputa pela rede de TV paga europeia Sky. A Fox, que detinha parte das ações da Sky, estava prestes a assumir o controle da empresa sediada na Inglaterra, com o compromisso de repassá-la para a Disney, mas a Comcast atropelou as duas, após exaurir as finanças da rival e jogar suas fichas no segundo leilão, ficando com a rede. Bob Iger, o CEO da Disney, recentemente esteve no Brasil para fechar o acordo no mercado nacional. Após sua vinda, ficou acertado que a empresa venderia o canal pago brasileiro Fox Sports quando assumisse o controle da Fox. Foi a única exigência feita pelo CADE para a aprovação da compra. Mesmo sem a Fox Sports, a compra da Fox pela Disney inclui estúdios de cinema e TV, redes de TV paga, fatias de empresas de streaming e negócios internacionais do magnata Rupert Murdoch. A partir da semana que vem, a Disney passará a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além da fatia que restou na rede britânica Sky. Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports. Estas empresas continuam sob controle da família Murdoch e formarão uma nova Fox americana – sem relações com a Fox brasileira.
Universal planeja transformar o Homem Invisível na Mulher Invisível com atriz de The Handmaid’s Tale
A Universal está considerando repetir “A Múmia” em novo resgate de um de seus mais famosos “monstros” clássicos. Segundo a revista Variety, depois do corte de orçamento e a saída de Johnny Depp do remake de “O Homem Invisível”, a criatura pode virar mulher e seu papel ser interpretado por ninguém menos que Elisabeth Moss, a protagonista da série “The Handmaid’s Tale”. As negociações entre Moss e o estúdio ainda estão no início, mas o filme já tem roteirista e diretor confirmados. As duas funções serão desempenhadas por Leigh Whannell, um dos criadores das franquias de terror “Jogos Mortais” e “Sobrenatural”, que estreou como diretor em “Sobrenatural: A Origem” e lançou recentemente a ficção científica “Upgrade”. Depp foi escalado para o papel ainda em 2016, quando o estúdio planejava criar um universo compartilhado de monstros com filmes de grandes orçamentos. Mas o pontapé inicial foi gol contra e, após “A Múmia” (2017) feminina, com Tom Cruise como herói, fracassar nas bilheterias, os planos foram reformulados. A ideia agora é produzir filmes baratos, sem grandes astros, e que façam dinheiro. O remake do clássico de 1933, baseado na obra do escritor H.G. Wells, será coproduzido pelo estúdio Blumhouse, especialista em terrores baratos bem-sucedidos. Na trama original, escrita por Wells em 1897, um cientista descobre uma fórmula para ficar invisível, mas isso o torna paranoico e acaba transformando-o num assassino procurado. O primeiro a interpretar o papel foi Claude Rains, que marcou época com seu visual “invisível”. Sob a direção do mestre James Whale (que também fez “Frankenstein”), ele se enrolava em trapos, feito uma múmia, e usava óculos escuros para poder interagir com outras pessoas, e assim não soar como uma voz no vazio.
CADE aprova aquisição da Fox pela Disney no Brasil
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou nesta quarta-feira (27/2), com uma ressalva, a compra das operações brasileiras da Fox pela Disney. No entanto, a autorização da transação depende da venda do canal Fox Sports para outra empresa. A decisão do conselho dá um prazo para que a Disney repasse o canal de esportes e avisa que o CADE pode reconsiderar a operação caso a venda da Fox Sports não se concretize. “Em caso de fracasso da venda do ativo, há a possibilidade do Cade reexaminar o ato de concentração”, afirmou o conselheiro Paulo Burnier, que deu o tom do voto vencedor. A decisão levou em conta que o mercado de esportes na TV paga ficaria concentrado em apenas duas empresas, que deteriam 95% do mercado. Por conta disso, a Globosat não poderá participar da disputa pela Fox Sports, pois já possui o Sportv. Burnier destacou ainda que a venda da Fox Sports será em “regime de porteira fechada” o que incluirá ativos como prédios, equipamentos e contratos com ligas esportivas, como a Copa Libertadores da América e Sul-Americana. A aprovação do Cade também proíbe a Disney de disputar os contratos esportivos que pertencem ao Fox Sports por um determinado prazo para dar fôlego ao comprador e permitir que permaneça como titular da transmissão das ligas esportivas. A aquisição global da Fox pela Disney foi anunciada em 2017 e custou US$ 71,3 bilhões. Nos Estados Unidos, a compra também foi aprovada com condição similar, por parte do órgão de defesa econômica, que obrigou 22 redes regionais de esportes da Fox a serem repassadas para outra empresa. Mesmo sem a Fox Sports, a compra da Fox pela Disney inclui estúdios de cinema e TV, redes de TV paga, fatias de empresas de streaming e negócios internacionais do magnata Rupert Murdoch. A partir da aprovação mundial do negócio, a Disney passará a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além de uma fatia na rede britânica Sky. Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports.
Plano da Disney para séries adultas da Fox pode salvar Demolidor, Luke Cage e Punho de Ferro
O CEO da Disney, Bob Iger, adiantou parte da estratégia que pretende adotar com a aquisição da Fox e o lançamento do serviço de streaming Disney+ (Disney Plus), durante teleconferência para investidores do mercado financeiro. Em particular, como pretende aproveitar o material que não é exatamente “de família” em seus planos de competir com a Netflix. Iger revelou que pretende operar três plataformas de streaming simultâneas, que poderão ser assinadas juntas (num pacote com descontos) ou individualmente. Uma delas é o serviço da ESPN, que já funciona nos Estados Unidos, oferecendo conteúdo esportivo. As outras duas são a anunciada Disney+ (Disney Plus), que trará séries e filmes para toda a família, e a incorporação da Hulu, que será focada no público mais adulto. Com a compra da Fox, a Disney passará a controlar a Hulu, assumindo 60% de suas ações – 30% ainda pertencem à Comcast, dona da NBCUniversal, e 10% são da Warner. A ideia é usar a plataforma, que ganhou projeção com o sucesso de “The Handmaid’s Tale”, como destino prioritário das séries do canal pago FX, como “The Americans” e “American Crime Story”. “Vemos o FX desenvolvendo e produzindo conteúdo para o streaming do Hulu – talvez não para a Disney+ (Disney Plus), porque não é o tipo de programação de um ambiente de família. Mas a ideia é que o FX produza mais e traga seus conteúdos para o Hulu, enquanto expandimos [o serviço]”, detalhou Iger. Assim, a ideia é que a Disney opere e ofereça as três plataformas para seus assinantes. “Pensamos que atenderíamos melhor ao consumidor separando as três. No fim, nossa meta é ter uma única plataforma tecnológica, para que as pessoas possam criar uma única conta para assinar os três serviços, com o mesmo cartão e a mesma senha”, detalhou Iger, explicando que a empresa criará descontos para quem quiser assinar as três plataformas, ou duas delas. A inclusão do Hulu no pacote pode sinalizar a intenção da Disney de resgatar as séries adultas da Marvel, canceladas pela Netflix (“Demolidor”, “Luke Cage” e “Punho de Ferro”). Sem o perfil do Disney+ (Disney Plus) pelo excesso de violência e situações adultas, a empresa poderia cumprir a promessa da Marvel de continuar as séries, programando-as para o Hulu. A plataforma, por sinal, já exibe uma série da Marvel: “Runaways” (ou “Fugitivos”, exibida aqui pela Sony). Como o contrato da Netflix impede que os personagens apareçam em outra emissora antes de se completarem dois anos de seu cancelamento, o timing da conclusão do negócio da compra da Fox – que dá o controle do FX e do Hulu para a Disney – converge com essa possibilidade. Qualquer projeto que comece a ser produzido agora só iria mesmo ao ar em 2020. Iger prometeu dar todos os detalhes do lançamento da Disney+ (Disney Plus) e seu pacote de streaming na próxima teleconferência com investidores, programada para abril.









