King Kong se agiganta e assume a liderança das bilheterias nos EUA
“Kong – A Ilha da Caveira” teve uma estreia colossal nos EUA. Não tão grande quanto a de “Logan” na semana passada, é verdade, mas muito acima do esperado, a ponto de deixar o filme do super-herói baixinho sob sua sombra neste fim de semana. A expectativa era de uma arrecadação de no máximo US$ 50 milhões, com muitos analistas prevendo uma briga mais acirrada com “Logan” pelo topo do ranking. Mas o faturamento chegou a US$ 61 milhões, o que deve representar, mais que comemoração, um grande alívio para a Warner Bros e o estúdio Legendary. Afinal, a superprodução custou o dobro de “Logan”: US$ 185 milhões, sem os custos de marketing. No mundo inteiro, o lançamento alcançou US$ 142,6 milhões. Mas a China ainda não entrou na conta. O lançamento chinês está marcado apenas para 24 de março. Além disso, um dos países em que havia grande expectativa por seu desempenho, o Vietnã, onde foi filmado, teve sua estreia marcada por uma tragédia, com um grande incêndio no cinema em que haveria a première – chamas engoliram uma réplica gigantesca de King Kong em sua fachada. Entusiasmada com a boa largada, a Warner já trabalha na continuação, “Kong vs. Godzilla”, que vai juntar suas duas franquias de monstros gigantes. “Logan” caiu para o 2º lugar, com US$ 37,8 milhões, o que representa uma queda de 57% em relação ao fim de semana passado. Trata-se de uma ótima retenção para um filme que, supostamente, apenas fanboys apreciariam, além de mais um sinal de que o público está disposto a pagar para ver super-heróis com classificação etária para maiores. Por sinal, “Logan” não ficou muito atrás da arrecadação internacional de “Kong – A Ilha da Caveira”, somando mais US$ 70 milhões no estrangeiro. Em apenas dez dias, o filme já atingiu US$ 152,6 milhões nos EUA e US$ 438,2 milhões em todo o mundo, consolidando-se como a maior bilheteria de 2017. Fechando o Top 3, o terror racial “Corra!” (Get Out) também segue impressionante, adicionando US$ 21 milhões em seu total de US$ 111 milhões apenas nos EUA. Ainda inédito no exterior, a previsão é de uma estreia somente em junho no Brasil, um mês após o lançamento em home video americano – ou seja, quando estará legalmente disponível para os consumidores de qualquer país do mundo. Fora do Top 10, a estreia limitada de “Personal Shopper”, novo longa francês estrelado por Kristen Stewart, chamou atenção por registrar a maior média de público da semana. O filme foi lançado em quatro salas apenas, e rendeu mais de US$ 23 mil por tela. Como parâmetro, “Kong” teve a segunda maior média da semana, com US$ 15 mil. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Kong – A Ilha da Caveira Fim de semana: US$ 61 milhões Total EUA: US$ 61 milhões Total Mundo: US$ 142,6 milhões 2. Logan Fim de semana: US$ 37,8 milhões Total EUA: US$ US$ 152,6 milhões Total Mundo: US$ 438,2 milhões 3. Corra! Fim de semana: US$ 21 milhões Total EUA: US$ 111 milhões Total Mundo: US$ 111 milhões 4. A Cabana Fim de semana: US$ 10 milhões Total EUA: US$ 32,2 milhões Total Mundo: US$ 32,4 milhões 5. Batman Lego – O Filme Fim de semana: US$ 7,8 milhões Total EUA: US$ 159 milhões Total Mundo: US$ 275,5 milhões 6. Antes que Eu Vá Fim de semana: US$ 3,1 milhões Total EUA: US$ 9 milhões Total Mundo: US$ 9 milhões 7. Estrelas Além do Tempo Fim de semana: US$ 2,7 milhões Total EUA: US$ 162,8 milhões Total Mundo: US$ 206 milhões 8. John Wick – Um Novo Dia para Matar Fim de semana: US$ 2,7 milhões Total EUA: US$ 87,4 milhões Total Mundo: US$ 153 milhões 9. La La Land – Cantando Estações Fim de semana: US$ 1,7 milhão Total EUA: US$ 148,4 milhões Total Mundo: US$ 416,8 milhões 10. Cinquenta Tons Mais Escuros Fim de semana: US$ 1,6 milhão Total EUA: US$ 112,9 milhões Total Mundo: US$ 368,8 milhões
Filme que vai juntar Godzilla e King Kong define roteiristas
O estúdio Legendary iniciou o desenvolvimento de “Godzilla vs Kong”. Segundo o site The Hollywood Reporter, Terry Rossio (“Piratas do Caribe”, “O Cavaleiro Solitário”) será o chefe da equipe de roteiristas, comandando um verdadeiro time de escritores, ao estilo das séries de TV. Os escritores com quem Rossio trabalhará são Patrick McKay e JD Payne (“Star Trek – Sem Fronteiras”), Lindsey Beer (do vindouro “Dungeons & Dragons”), TS Nowlin (da franquia “Maze Runner”), e J. Michael Straczynski (“Guerra Mundial Z”, séries “Sense8” e “Babylon 5”). Além de criar a história de “Godzilla vs Kong”, a ideia é a aproveitar o crossover das duas franquias Godzilla para estabelecer um universo compartilhado de monstros com novas produções. “Kong – A Ilha da Caveira” estreou na quinta (10/3) já referenciando o filme de “Godzilla” (2014). Ele será seguido por “Godzilla: King of Monsters”, atualmente em produção e previsto para março de 2019. Finalmente, “Godzilla vs Kong” chegará aos cinemas em maio de 2020.
Kong – A Ilha da Caveira usa truques digitais, ação e humor para disfarçar falta de roteiro
“Kong – A Ilha da Caveira” quer ser mais que um spin-off/reboot do mais famoso gorila de Hollywood. Tem a clara pretensão de superar tudo o que já foi visto antes no gênero. Considerando que o cinema é lugar de milagres, onde o impossível se torna possível, por que não pagar para ver? Para começar, porque não há reembolso. Como espetáculo tecnológico, o novo filme faz o “King Kong” (2005) de Peter Jackson parecer uma obra-prima, e, como aventura seria uma covardia compará-lo ao clássico de 1933. Claro, nenhum remake, nem o de Jackson supera o original. Ainda que houvesse as precariedades técnicas em 1933 e o macaco não passasse de um boneco animado a partir de um esqueleto em arame, forrado com uma antiga estola de pele, o “King Kong” original alinhava uma cena de ação após a outra num clima mágico sem igual. Para não dizer que falta boa vontade, o novo Kong tem lá algumas qualidades. A maior delas vem da comparação com a quase esquecida versão de 1976, com Jessica Lange. Dessa, “Kong – A Ilha da Caveira” ganha. Mas não de lavada. Existe sim uma ambição de renovação em cena comandada por Jordan Vogt-Roberts. O diretor é egresso da TV e do cinema independente norte-americano. Tem uma pegada boa para as comédias, tendo se destacado na série “You’re the Worst” e no ótimo filme “Os Reis do Verão”, sobre três garotos que se exilam da sociedade montando um acampamento na selva. Apoiados pelo sucesso que o igualmente indie Colin Trevorrow obteve com o blockbuster “Jurassic World” (2015), os produtores sentiram que podiam apostar as fichas no jovem diretor com ponto de vista para o novo. Acontece que o talentoso Jordan Vogt-Roberts caiu de pára-quedas no meio de uma produção imensa e, pelo resultado, não teve muito tempo pra se situar. O maior problema de “Kong – A Ilha da Caveira” é que não consegue se decidir o que pretende ser. É um filme de monstros? Um filme de terror? Um filme de ação (anti-guerra)? Os três roteiristas contratados não se firmam em nenhum desses registros, e ainda roubam cenas inteiras de “Apocalypse Now” (1979), “Jurassic Park” (1993) e “Godzilla” (2014). Uma pena, porque se examinarmos a essência, o filme até promete um ponto de partida diferente. A premissa é que o programa LandSat (Satélite de mapeamento de terras) em 1973, tira fotos de uma ilha perdida (A Ilha da Caveira do título) e John Goodman (“Argo”) convence o governo a lançar uma expedição para explorar o lugar. Eles levam alguns soldados que acabam de ser derrotados no Vietnã e são chefiados por Samuel L. Jackson (“Os Oito Odiados”). Para completar a equipe, convidam um britânico das ex-forças especiais (Tom Hiddleston, de “Thor”) e um fotógrafa “anti-guerra”, interpretada por Brie Larson (vencedora do Oscar 2016 por “O Quarto de Jack”). O frustrado capitão feito por Jackson chega a ilha querendo mostrar a imponência da armada norte-americana, e Kong aparece sem cerimônias e destrói todos os brinquedinhos voadores. Os sobreviventes se espalham pela selva e então – essa é a melhor parte do filme – descobrem que a ilha é oca e esconde uma caverna, onde animais pré-históricos ficaram preservados. Quando esse fiapo de história acaba, fica patente que os roteiristas, o diretor e o elenco estão perdidos. Tom Hiddleston e Brie Larson estão tão desorientados em cena, que acabam não se assumindo como protagonistas. E o impasse rola por todos os lados. Sabe-se que a produção começou a ser rodada antes mesmo do roteiro estar pronto. Levando em consideração que a trama engana bem até o ataque de Kong aos helicópteros, o que deve totalizar uns 25 minutos de filme, e que o edifício treme, desaba e não fica mais de pé nos 90 minutos seguintes, então, é absurdo deduzir, mas o diretor começou a trabalhar com menos de metade de uma história formulada! Para os produtores de Hollywood, depois do sinal verde, pouco importa a falta de roteiro, é preciso manter o foco na dimensão operacional. Nesse sentido, cabe ao diretor ser profissional. Como a trama patina e se torna repetitiva, o negócio é improvisar com o seu melhor número de mágica, no caso, o humor. Toda vez que o assunto acaba em Kong, ele bota um Creedence para enxotar o tédio de cena. E felizmente quando o recurso se esgota, ele obtêm o auxílio do veterano John C. Reilly (“Guardiões da Galáxia”), como um piloto da 2ª Guerra encalhado há 29 anos na ilha. O personagem é quase uma apropriação dos roteiristas do doido Dennis Hooper de “Apocalypse Now”. Para a maioria dos atores isso podia soar como uma desvantagem, mas Reilly é um baita ator. E acaba dando um encanto bonachão ao personagem que disfarça a roubada. Outros personagens, como John Goodman e Toby Kebbell (“Quarteto Fantástico”), parece que foram destinados a desempenhar papéis mais significativos. Cria-se uma aura de pó de pirlimpimpim em volta deles, mas na falta de texto e sem ideias, eles não decolam. O personagem mais bem composto em cena é Kong. Ainda assim, fica claro que poderiam ter dado mais atenção ao uso da criatura em sua dimensão tecnológica. O CGI é convincente, mas suas proporções parecem erradas. Cada hora, o gorila aparece com um tamanho diferente. Coroando a comédia de erros: há várias cenas de transição que não se encaixam, que fazem os personagens acabarem em lugares diferentes do que estavam nas cenas anteriores. A platéia gargalha a valer na sessão, o que pode parecer um sinal positivo para o filme. Mas será que o público ri pela diversão ou por conta das “cartolinas” que estavam despencando na cena? Uma lástima. Quando esse Kong acaba, deixa uma sensação de vazio na tela. Nos anteriores, inclusive o de Peter Jackson, a tecnologia era usada para dizer alguma coisa. Aqui, para deixar de dizer.
Críticas de Kong: A Ilha da Caveira são mais entusiasmadas que as de A Bela e a Fera
Os críticos americanos gostaram de “A Bela e a Fera”, mas as declarações de amor só foram dedicadas para “Kong: A Ilha da Caveira”. Os dois candidatos a blockbuster vão chegar aos cinemas nos próximos dias e competirão ferozmente pelas bilheterias. “Kong: A Ilha da Caveira” chega antes, já nesta semana, e conquistou 83% de aprovação na média do site Rotten Tomatoes, enquanto “A Bela e a Fera”, que estreia uma semana depois, ficou com 74%. No Brasil, as datas são 9 e 16 de março, respectivamente. Os maiores elogios para “Kong” dizem respeito ao ritmo frenético, à qualidade dos efeitos visuais e ao roteiro redondo. O crítico da revista Variety ousou dizer que o filme é, de forma surpreendente, melhor – não, 10 vezes melhor! – que “Jurassic World”. Os dois filmes compartilham um roteirista, Derek Connolly. Em compensação, o crítico do Guardian chutou o balde e derramou ácido por todo o lado, ao considerar o filme tão trash que o lembrou de Ed Wood, o pior diretor de todos os tempos. Já “A Bela e a Fera” teve como destaque negativo os efeitos da Fera, que saltaram aos olhos desde as primeiras fotos, mas isso teria sido compensado com uma cenografia deslumbrante. Também houve quem reclamasse da falta de novidades, já que se trata de uma releitura que pouco acrescenta – além de atores reais – à animação clássica, sendo “instantaneamente esquecível”. Mas, por outro lado, houve eco para o espetáculo tecnicamente perfeito. Veja abaixo alguns dos principais comentários sobre os dois filmes. Kong: A Ilha da Caveira “A surpresa é que ‘Kong: A Ilha da Caveira’ não é apenas dez vezes melhor que Jurassic World, mas um espetáculo de criaturas gigantes excitante e muito bem elaborado” (Owen Gleiberman, Variety). “Esta volta altamente divertida de uma das criaturas gigantes mais longevas do cinema corre como um louco – o filme parece ter 90 minutos e não 2 horas – e consegue um equilíbrio ideal entre ação feroz, humor, reinvenção de gênero e, talvez de forma mais impressionante, uma desprendida consciência de sua própria modesta importância no esquema maior das coisas” (Todd McCarthy, The Hollywood Reporter). “Não se pode menosprezar a importância de John C. Reilly para o longa. No momento em que ele aparece, o filme parece imediatamente revigorado e energizado; sua mera presença acrescenta uma enorme quantidade de charme e humor” (Drew Taylor, The Playlist). “Nós não embarcamos na ‘Ilha da Caveira’ pelos personagens (sejam eles bem desenvolvidos ou não), nós vamos para ver o maldito macaco. E o diretor Jordan Vogt-Roberts e a empresa Industrial Light & Magic entregam um Kong de cair o queixo” (Chris Nashawaty, Entertainment Weekly). “Derivativo e um pouco bobo, mas consistentemente divertido: há personalidade e estilo de sobra neste blockbuster monstro” (Jordan Farley, Total Film). “Esta fantasticamente confusa e exasperantemente aborrecida tentativa de atualização da história de King Kong se parece com uma mistura de Jurassic Park, Apocalypse Now e alguns empréstimos visuais exóticos de Miss Saigon. Não chega perto do poder elementar do King Kong original ou do remake de Peter Jackson. É algo que Ed Wood Jr poderia ter feito com um trilhão de dólares caso tivesse o aval para fazer o que quisesse com esse dinheiro – mas sem a menor a diversão” (Peter Bradshaw, do The Guardian). A Bela e a Fera “Após os espectadores digerirem todo o esplendor visual, eles poderão perceber que toda a experiência foi um pouco sem graça e sem profundidade, e com um resultado tão efervescente quanto instantaneamente esquecível” (Leslie Felperin, The Hollywood Reporter). “O novo ‘A Bela e a Fera’ é um filme tocante, bastante ‘assistível’, mas nunca convence totalmente que era um filme que o mundo estava esperando” (Owen Gleiberman, Variety). “Com seus olhos lindos, seu sorriso encantador e seu conjunto de sardas na ponta do nariz, Emma Watson é uma perfeita heroína da Disney. Há uma inocência e inteligência nela que se encaixa perfeitamente com a personagem. E descobrimos que ela também sabe cantar” (Chris Nashawaty, Entertainment Weekly). “’A Bela e a Fera’ casa o espetáculo visual e o magnífico design com uma história melhor do que o longa original, lançando um feitiço sobre os antigos fãs e também os mais novos” (Brian Truitt, USA Today). “Uma deliciosa recriação live-action de uma fábula familiar. Você já viu isso antes, mas seu espírito e graça são irresistíveis” (Matt Maytum, Total Film). “Em última análise, ‘A Bela e a Fera’ se revela como uma recriação cínica feita aparentemente apenas para produzir um ano fiscal mais promissor para os acionistas da Disney. Este é um produto que é mais calculista do que inspirador” (Rodrigo Perez, The Playlist).
A Grande Muralha coloca o talento de Zhang Yimou à serviço da banalidade de Hollywood
Quem conhece ao menos uma fatia da filmografia do chinês Zhang Yimou tem conhecimento de sua habilidade em tratar com a mesma perícia do mais cristalino dos espetáculos visuais até o mais minimalista dos dramas humanos. Se você se pegou embasbacado com as habilidades marciais dos protagonistas de “Herói” (2002) e “O Clã das Adagas Voadoras” (2004), que transitam pela tela com a leveza de uma pena, é certo que também se verá fisgado por uma obra como “Nenhum a Menos” (1999), sobre uma jovem que move montanhas ao desempenhar o papel de professora em um vilarejo em que um bastão de giz é equivalente a ouro. Até certo ponto, é possível afirmar que Yimou volta a trafegar de um projeto pequeno como o bárbaro “Amor Para a Eternidade” (de 2014, lamentavelmente lançado somente em video on demand no Brasil) para outro de grande escala como “A Grande Muralha”. Entretanto, na prática, trata-se de outra tentativa frustrada de ocidentalizar o seu cinema – após “Flores do Oriente” (2011), que trouxe Christian Bale como um padre que encontra a sua redenção ao proteger um grupo de estudantes e prostitutas da sucessão de estupros da guerra contra o Japão. Da China, temos em “A Grande Muralha” uma equipe técnica que não se compara com a de qualquer outra indústria, o elenco de apoio e uma fatia generosa do orçamento. Dos Estados Unidos, há Matt Damon (“Perdido em Marte”) como um líder, a predominância da língua, seis roteiristas diferentes e o restante dos custos de produção. Infelizmente, prevalece a banalidade de uma premissa de videogame. Mercenários europeus, William (Damon) e Tovar (o chileno Pedro Pascal, da série “Narcos”) estão numa busca incansável pelo pó preto chinês (a pólvora) para enriquecerem. O embate com uma criatura, da qual conseguem remover uma das patas, faz com que ambos estudem um atalho. Mergulham em uma viagem de dois dias à Grande Muralha, onde informam sobre a ameaça de criaturas selvagens, ao mesmo tempo em que espiam a existência de um depósito generoso da substância explosiva. Estamos na época da Dinastia Sung e, embora não faltem guerreiros que dariam conta exemplarmente da horda de bestas verdes que atacam os soldados com o único propósito de alimentarem a sua rainha, as habilidades de William e Tovar como arqueiros de algum modo se fazem necessárias. O problema é que sempre que a Comandante Mae Lin (Jing Tian, que será vista a seguir em “Kong: A Ilha da Caveira”) está no centro da ação, os dois heróis se convertem em figuras ainda mais pálidas. Em seus melhores momentos, “A Grande Muralha” é uma bela sinfonia cinematográfica, com uma harmonia no controle de multidões, cores e ação que somente Yimou seria capaz de reger – o que, inclusive, lembra seu trabalho à frente da Olimpíada de Pequim. Mas enquanto o primeiro ataque à Grande Muralha, encenado logo após o prólogo, faz valer a magnitude de uma tela grande de cinema, o que vem a seguir é dramaturgicamente frouxo, uma história de filme B filmada como blockbuster, por um realizador que não consegue adequar a superficialidade de um filme de Hollywood com sua finesse como artista.
Vera Farmiga será mãe de Millie Bobby Brown em Godzilla
A atriz Vera Farmiga (série “Bates Motel”) entrou no elenco da sequência de “Godzilla” (2014). Segundo o site da revista Variety, ela será a mãe da personagem de Millie Bobby Brown (a Eleven de “Stranger Things”), anteriormente confirmada na produção. Kyle Chandler (série “Bloodline”, “Manchester à Beira-Mar”) também está no elenco, como pai da adolescente. Mas não está claro qual é o status da família. Os detalhes da trama ainda não foram revelados. Além dos três, especula-se que Ken Watanabe deve repetir seu papel de “Godzilla” no projeto. Intitulado “Godzilla: King of the Monsters”, o filme tem roteiro de Zach Shields e direção de Michael Dougherty (ambos de “Krampus: O Terror do Natal”). A estreia está marcada apenas para 22 de março de 2019.
Kyle Chandler vai enfrentar Godzilla no próximo filme do monstro gigante
O ator Kyle Chandler (série “Bloodline”, “Manchester à Beira-Mar”) entrou no elenco da continuação de “Godzilla” (2014). Segundo o site da revista Variety, ele vai interpretar o pai de Millie Bobby Brown (a Eleven de “Stranger Things”), anteriormente confirmada no elenco. Os detalhes da trama, entretanto, ainda não foram revelados, mas especula-se que Ken Watanabe deve repetir seu papel de “Godzilla” no projeto. Intitulado “Godzilla: King of the Monsters”, o filme tem roteiro de Zach Shields e direção de Michael Dougherty (ambos de “Krampus: O Terror do Natal”). A estreia está marcada apenas para 22 de março de 2019.
John Boyega divulga nova foto da continuação de Círculo de Fogo
O ator John Boyega (“Star Wars: O Despertar da Força”) divulgou uma nova foto da continuação de “Círculo de Fogo” (2013) em suas redes sociais. A imagem é similar à anterior, na qual ele também aparecia sentado num ambiente escuro. Intitulado em inglês “Pacific Rim: Uprising”, o longa vai se passar alguns anos após os eventos de “Círculo de Fogo” e inclui em seu elenco Scott Eastwood (“Esquadrão Suicida”), Adria Arjona (série “Emerald City”) e Tian Jing (“A Grande Muralha”). Também estão previstos os retornos de alguns integrantes do filme original, como Charlie Day, Burn Gorman e Rinko Kikuchi. A sequência foi escrita pelos criadores da franquia, Travis Beacham e Guillermo Del Toro, com auxílio de feras da sci-fi, como Derek Connolly (“Jurassic World”) e Jon Spaihts (“Prometheus”). O filme marcará a estreia de Steven S. DeKnight como diretor de cinema, após uma longa carreira como roteirista e produtor de séries cultuadas, de “Buffy” à “Spartacus” e “Demolidor”. A estreia está marcada para 22 de fevereiro de 2018 no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
Vídeo de bastidores legendados destaca o lendário diretor chinês de A Grande Muralha
A Universal divulgou um vídeo legendado da produção de “A Grande Muralha”, em que o elenco ocidental exalta o diretor chinês Zhang Yimou (“Herói”). Nas palavras de Matt Damon (“Jason Bourne”), trata-se de “um dos maiores cineastas do planeta”, e enquanto os elogios e a lista de suas realizações se acumulam, a lembrança de sua direção nas Olimpíadas de Pequim vem à tona, acompanhadas por cenas de bastidores que, por coincidência, parecem coreografias de abertura de olimpíada. O visual é espetacular. O filme traz Matt Damon e Pedro Pascal (série “Narcos”) como cavaleiros medievais, que, ao viajarem ao Oriente, acabam descobrindo porque a Grande Muralha foi erguida na China: para proteger seus habitantes de monstros vorazes. O elenco também inclui Willem Dafoe (“Ninfomaníaca”), Andy Lau (“O Clã das Adagas Voadoras”), Tian Jing (“O Mestre dos Jogos”), Hanyu Zhang (“O Tomar da Montanha do Tigre”) e o cantor Han Lu (da boy band EXO). A estreia está marcada para 23 de fevereiro no Brasil, uma semana após o lançamento nos EUA e dois meses depois da première na China, que já transformou o longa em sucesso internacional.
Primeiras imagens de Círculo de Fogo 2 trazem John Boyega e robôs gigantes
A continuação de “Círculo de Fogo” (2013) ganhou suas primeiras imagens oficiais. O ator John Boyega (“Star Wars: O Despertar da Força”) divulgou em seu Twitter uma foto em que aparece no papel de Jake Pentecost, o filho do personagem de Idris Elba no primeiro filme. Ao mesmo tempo, o estúdio Legendary divulgou uma arte que destaca o visual dos novos robôs gigantes da trama, chamados de Jaeggers. O robô azul central deve ser o controlado por Boyega, que já foi flagrado nos sets de filmagens com uma armadura azul. A arte também confirma o título em inglês da produção como “Pacific Rim: Uprising”. O longa vai se passar alguns anos após os eventos de “Círculo de Fogo” e também inclui em seu elenco Scott Eastwood (“Esquadrão Suicida”), Adria Arjona (série “Emerald City”) e Tian Jing (“A Grande Muralha”). Também estão previstos os retornos de alguns integrantes do filme original, como Charlie Day, Burn Gorman e Rinko Kikuchi. A sequência foi escrita pelos criadores da franquia, Travis Beacham e Guillermo Del Toro, com auxílio de feras da sci-fi, como Derek Connolly (“Jurassic World”) e Jon Spaihts (“Prometheus”). O filme marcará a estreia de Steven S. DeKnight como diretor de cinema, após uma longa carreira como roteirista e produtor de séries cultuadas, de “Buffy” à “Spartacus” e “Demolidor”. A estreia está marcada para 22 de fevereiro de 2018 no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.
Joe Manganiello entra na adaptação do game Rampage com Dwayne Johnson
O ator Joe Manganiello (“Magic Mike”) negocia integrar o elenco da adaptação do game clássico “Rampage”, que será estrelada por Dwayne Johnson (“Velozes e Furiosos 7”). Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, além dos fortões, o filme deve contar com a atriz Marley Shelton (“Planeta Terror”). Na trama, Manganiello será o líder de um grupo militar privado, enquanto Shelton vai interpretar uma cientista e astronauta. Lançado em 1986, o game acompanhava três monstros gigantes (o macaco George, o lagarto Lizzy e o lobisomem Ralph) que percorriam os EUA destruindo cidades e lutando contra os militares. Todas as criaturas já foram seres humanos, antes de participarem de uma experiência genética feita por um cientista maluco. A adaptação foi escrita pelos roteiristas Carlton Cuse e Ryan Condal (criadores da série “Colony”), marcando um reencontro entre Condal e Johnson após “Hércules” (2014). “Rampage”, por sinal, também reunirá o astro com o cineasta Brad Peyton, que o dirigiu em “Terremoto: A Falha de San Andreas” (2015) e “Viagem 2: A Ilha Misteriosa” (2012). A estreia de “Rampage” está marcada para 20 de abril de 2018.
Resident Evil 6 leva a franquia ao Capítulo Final que merece
A maior qualidade de “Resident Evil 6: O Capítulo Final” é o fato de ser o último filme da franquia. Chega a ser um alívio na verdade. Interessante como filmes ruins se tornam imensamente piores quando vistos numa tela gigante IMAX. É como se todos os seus defeitos ficassem ainda maiores, mais nítidos, mais incômodos. Foi assim no ano passado com coisas como “Independence Day: O Ressurgimento”, “Inferno – O Filme” e “Esquadrão Suicida”. E é assim inevitavelmente com essa… na falta de outro nome, adaptação de game. O segredo dessa franquia ter rendido tantas sequências concebidas por seu diretor e roteirista Paul W.S. Anderson está na forma como ele explora sem pudor sua esposa, a atriz Milla Jovovich, de forma fetichista, mostrando-a em trajes apertados, segurando armas e lutando em câmera lenta contra monstros e zumbis. Boa parte da franquia se resumiu a justificativas para mostrar Milla chutando traseiros de criaturas de forma geek-sexy. Muitas vezes, na companhia de outras atrizes bonitas – Michelle Rodriguez, no primeiro e quinto filmes, Sienna Guillory, no segundo e também no quinto filmes, Ali Larter, que apareceu em três longas, inclusive neste “Capítulo Final”, e a novata Ruby Rose, debutante nesta última bomba. Mesmo assim, houve alguns momentos memoráveis sem exploração feminina ao longo do caminho, como a incursão no interior da Colmeia e os cães zumbis bizarros do primeiro filme, a homenagem a “Os Pássaros” (1963), de Hitchcock, no terceiro, e a utilização de efeitos 3D digitais no quarto, até hoje visto por muitos como um dos melhores usos dessa tecnologia no cinema. Infelizmente, nada de memorável acontece em “Resident Evil 6: O Capítulo Final”. Os cenários não transmitem o mínimo senso de realismo ou beleza, a areia do deserto não parece areia, o roteiro, que nunca foi algo forte em “Resident Evil”, mostra-se ainda mais desleixado. E o filme avança aos trancos, para mostrar a revanche de Alice, a personagem de Milla, contra a corporação Umbrella, com direito a mais lutas em câmera lenta. Cenas que poderiam ser impactantes de alguma maneira, como a luta de Alice sobre um veículo militar, amarrada e perseguida de perto por uma multidão de zumbis, não conseguem despertar a mínima empolgação. A apatia, que já se manifestava nos outros filmes da franquia, agora toma conta do filme como um todo. Tudo é ruim: diálogos, cenas de ação, cenários, fotografia escura, efeitos 3D vagabundos, personagens desinteressantes e conclusão apressada e nada criativa. A única satisfação gerada pelo filme, após quase duas horas de projeção, é saber que acabou. E com direito a um “Capítulo Final” capaz de superar todos os defeitos dos longas anteriores. Um final à altura da franquia.











