Claudia Cardinale, símbolo do cinema italiano, morre aos 87 anos.
Atriz de “O Leopardo”, “8 1/2” e “Era uma Vez no Oeste” marcou época com sua presença em grandes clássicos do cinema europeu
Festival de Veneza anuncia seleção com dois filmes brasileiros
Novas obras de Walter Salles e Petra Costa serão exibidas em setembro no evento italiano
Estreias | Semana fria destaca terror e lançamentos limitados no cinema
O horror canadense "Hora do Massacre" e o drama histórico italiano "O Sequestro do Papa" são as principais novidades da programação
Festival de Cannes começa com polêmica, volta de brasileiros e recorde de cineastas femininas
O 76º Festival de Cannes inicia nesta terça-feira (16/5), em meio a críticas e mudanças. Após uma versão simbólica em 2020 e uma mais enxuta em 2021, o festival reconquista neste ano o seu posto como a maior e mais glamourosa plataforma da indústria no planeta. Saudado por sua importância na revelação de grandes obras, que pautarão o olhar cinematográfico pelo resto do ano, o evento francês também costuma enfrentar críticas por elencar personalidades envolvidas em escândalos. Neste ano, o evento abrirá com a exibição do drama histórico “Jeanne du Barry” (fora de competição), estrelado por Johnny Depp (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald”), que está recuperando sua imagem após ser acusado de agredir e violentar sua ex-esposa, Amber Heard. Em relação às críticas, o diretor do evento, Thierry Fremaux, afirmou não se importar com o julgamento do ator. “Não conheço a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Não sei o que é, Johnny Depp só me interessa como ator. Sou a pessoa menos indicada para falar de tudo isso, porque se há alguém que não se interessou por este mesmo julgamento midiático, sou eu”, declarou Frémaux. Esta não é a primeira vez que o evento é criticado por ignorar pautas femininas. O festival, que estendeu tapete vermelho para Woody Allen exibir “Meia-Noite em Paris” e “Café Society” (durante o auge do #MeToo), também “perdoou” o cineasta Lars von Trier (“Melancolia”), acusado pela cantora Björk de assédio sexual. Neste ano, porém, há uma pequena mudança: dentre os 19 filmes competindo pela Palma de Ouro (premiação máxima), seis deles são dirigidos por mulheres – um recorde para o festival. São eles: “Club Zero” de Jessica Hausner; “Les Filles D’Olfa” de Kaouther Ben Hania; “Anatomie D’une Chute” de Justine Triet; “La Chimera” de Alice Rohrwacher; “L’Ete Dernier” de Catherine Breillat e “Banel Et Adama” de Ramata-Toulaye Sy. O Festival de 2023 também bateu recorde de mulheres selecionadas fora da competição principal – ou seja, incluindo mostras alternativas como a Un Certain Regard e exibições especiais. São 14 títulos dirigidos por mulheres entre os 51 anunciados. Depois da ausência no ano passado, o cinema brasileiro também retorna em grande estilo em 2023. O país está sendo representado por quatro longas-metragens na programação: “A Flor do Buriti” , dirigido por João Salaviza (“Russa”) e Renée Nader Messora (“Chuva e Cantoria na Aldeia dos Mortos”), na mostra Um Certo Olhar; “Levante”, de Lillah Halla (“Menarca”), na Semana da Crítica; “Nelson Pereira dos Santos — Uma Vida de Cinema”, dirigido por Aída Marques (“Estação Aurora”) e Ivelise Ferreira (“A Música Segundo Tom Jobim”), na Cannes Classics; e “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”), nas Sessões Especiais. Para completar, o cineasta cearense Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”) dirige a produção britânica “Firebrand”, que está competindo pela Palma de Ouro. Aïnouz comentou sobre a importância da exibição de longas brasileiros no festival. “É lindo ter essa presença brasileira em Cannes este ano. É importante estarmos de volta à arena cinematográfica internacional”, disse ao jornal O Globo. “Confesso que ficaria mais feliz ainda se ‘Firebrand’ fosse inteiramente brasileiro. Mas tudo bem, a alma dele é brasileira, tem muito calor, independentemente de falar sobre a família real inglesa do século XVI”, completou. O programa apresenta ainda uma seleção de destaque do cinema internacional, incluindo renomados diretores como Wim Wenders (“Papa Francisco: Um Homem de Palavra”), Wes Anderson (“A Crônica Francesa”), Ken Loach (“Eu, Daniel Blake”), Nuri Bilge Ceylan (“A Árvore dos Frutos Selvagens”), Todd Haynes (“Carol”), Nanni Moretti (“Habemus Papam”), Pedro Almodóvar (“Mães Paralelas”), Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”) e Marco Bellocchio (“O Traidor”), juntamente com jovens cineastas de diferentes origens. Além disso, duas aguardadas superproduções de Hollywood estão programadas para terem sua estreia na pequena cidade da Riviera Francesa: “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, o quinto e último capítulo da famosa franquia estrelada por Harrison Ford (“Falando a Real”), e “Assassinos da Lua das Flores”, dirigido por Martin Scorsese (“As Últimas Estrelas do Cinema”) e estrelado por Leonardo DiCaprio (“Não Olhe para Cima”). A recém-empossada presidente do festival Iris Knobloch comentou sobre o evento ao anunciar o programa. “Poderíamos falar de uma volta às origens, mas eu prefiro dizer que Cannes está de volta para o futuro. Cannes oferece uma fotografia do presente cinematográfico, e a seleção dá uma ideia do que agita o cinema neste momento. É um programa estética e geograficamente abrangente. Os filmes e o público estão de volta aos cinemas”, destacou. Confira abaixo a lista atualizada dos títulos em competição nas principais mostras do evento. Concorrentes à Palma de Ouro Club Zero – Jessica Hausner The Zone of Interest – Jonathan Glazer Fallen Leaves – Aki Kaurismaki Les Filles D’Olfa – Kaouther Ben Hania Asteroid City – Wes Anderson Anatomie d’Une Chute – Justine Triet Monster – Kore-Eda Hirokazu Il Sol dell’Avvenire – Nanni Moretti L’Été Dernier – Catherine Breillat Kuru Otlar Ustune – Nuri Bilge La Chimera – Alice Rohrwacher La Passion de Dodin Bouffant – Tran Anh Hun Rapito – Marco Bellocchio May December – Todd Haynes Jeunesse – Wang Bing The Old Oak – Ken Loach Banel e Adama – Ramata-Toulaye Sy Perfect Days – Wim Wenders Firebrand – Karim Aïnouz Filmes indicados ao prêmio Un Certain Regard Le Règne Animal – Thomas Cailley Los Delincuentes – Rodrigo Moreno How to Have Sex – Molly Manning Walker Goodbye Julia – Mohamed Kordofani Kadib Abyad – Asmae El Moudir Simple Comme Sylvain – Monia Chokri A Flor do Buriti – João Salaviza e Renée Nader Messora Los Colonos – Felipe Gálvez Augure – Baloji Tshiani The Breaking Ice – Anthony Chen Rosalie – Stéphanie Di Giusto The New Boy – Warwick Thornton If Only I Could Hibernate – Zoljargal Purevdash Hopeless – Kim Chang-hoon Terrestrial Verses – Ali Asgari e Alireza Khatami Rien à Perdre – Delphine Deloget Les Meutes – Kamal Lazraq Filmes que serão exibidos no Festival de Cannes 2023 Jeanne Du Barry – Maïwenn (abertura do festival) Indiana Jones e o Chamado do Destino – James Mangold (fora de competição) Cobweb – Kim Jee-woon (fora de competição) The Idol – Sam Levinson (fora de competição) Killers of the Flower Moon – Martin Scorsese (fora de competição) Kennedy – Anurag Kashyap (sessão da meia-noite) Omar la Fraise – Elias Belkeddar (sessão da meia-noite) Acide – Just Philippot (sessão da meia-noite) Kubi – Takeshi Kitano (Cannes Première) Bonnard, Pierre et Marthe – Martin Provost (Cannes Première) Cerrar Los Ojos – Victor Erice (Cannes Première) Le Temps d’Aimer – Katell Quillévéré (Cannes Première) Man in Black – Wang Bing (sessões especiais) Occupied City – Steve McQueen (sessões especiais) Anselm (Das Rauschen der Zeit) – Wim Wenders (sessões especiais) Retratos Fantasmas – Kleber Mendonça Filho (sessões especiais)
Festival de Cannes vai homenagear carreira de Marco Bellocchio
O Festival de Cannes vai prestar uma homenagem ao diretor italiano Marco Bellocchio, com a entrega de uma Palma de Ouro honorária pelas contribuições de sua carreira ao cinema. O cineasta vai receber a honraria durante a cerimônia de encerramento do festival. Bellocchio também vai lançar seu novo filme, o documentário “Marx Can Wait”, durante o evento francês. Aos 81 anos, o italiano é considerado um dos maiores diretores vivos do cinema europeu. Na ativa desde os anos 1960, ele exibiu sete filmes em Cannes, incluindo o recente “O Traidor”, de 2019, que contava com a brasileira Maria Fernanda Cândido em seu elenco. Outros filmes de destaque da carreira de Bellocchio são “De Punhos Cerrados” (1965), “Em Nome do Pai” (1971), “Olhos na Boca” (1982), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vincere” (2009) e “A Bela que Dorme” (2012). Além do diretor italiano, o Festival de Cannes também homenageará neste ano a atriz e cineasta americana Jodie Foster (“Elysium”) com a Palma de Ouro honorária. O evento francês vai acontecer de 6 a 17 de julho na Riviera francesa.
Diretor de O Traidor fará minissérie sobre o caso Moro
O cineasta italiano Marco Bellocchio, grande vencedor do David di Donatello (o Oscar italiano) deste ano por “O Traidor”, vai produzir e dirigir uma minissérie sobre o caso Moro. No caso, o Moro não é aquele que você pode estar pensando, mas o ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro, sequestrado e assassinado em 1978 pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas. Intitulada “Exterior, Night”, a minissérie analisará o trágico caso Moro sob múltiplas perspectivas, levantando todos os interesses em jogo, inclusive daqueles que torciam à distância pelo assassinato político. Para quem não tem idade para saber ou já chegou na idade de esquecer, o caso Moro dominou a mídia mundial no final da década de 1970, pela ousadia dos terroristas e a importância da vítima. Um dos políticos mais populares da Itália, Moro foi eleito cinco vezes ao cargo de primeiro-ministro, como líder da Democracia Cristã, e revolucionou a política de sua época ao atrair o partido Socialista para seu governo de centro. Na época em que foi sequestrado, era tão querido na Itália que o Papa Paulo VI chegou a se oferecer para trocar de lugar com ele, disposto a se tornar refém dos Brigadas Vermelhas se o político fosse libertado. Embora os Brigadas Vermelhas fossem um grupo de extrema esquerda, as investigações sobre o assassinato de Moro apontaram um grande complô por trás da ação, que teria participação da CIA, a agência secreta americana, com o objetivo de criar tensões capazes de desestabilizar o governo e permitir um renascimento da direita na Itália, supostamente capaz de dar uma resposta mais dura aos terroristas. A história é intrincada, cheia de nuances, muitos elementos conspiratórios e tão fascinante que já inspirou vários longas, com destaque para o primeiro, “Aldo Moro – Herói e Vítima da Democracia”, vencedor do Urso de Prata de Melhor Ator (Gian Maria Volontè) no Festival de Berlim de 1986. Hollywood também filmou o caso em “O Ano da Fúria”, dirigido por John Frankenheimer em 1991 – com Andrew McCarthy no papel principal. E Paolo Sorrentino destacou a responsabilidade do primeiro ministro Giulio Andreotti pelo desfecho trágico em “Il Divo”, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes em 2008. Mas o mais curioso é que o próprio Bellocchio já dedicou um filme ao tema: “Bom Dia, Noite”, premiado no Festival de Veneza de 2003. A série será uma coprodução da rede pública italiana RAI e as empresas Kavac e Fremantle, e deveria ter sido oferecida ao mercado internacional durante o Festival de Cannes deste ano, que foi cancelado devido à pandemia do novo coronavírus. Ainda não há previsão para o começo da produção ou data para seu lançamento.
Michel Piccoli (1925 – 2020)
Michel Piccoli, um dos atores mais importantes do cinema da França, morreu na semana passada (1/5), aos 94 anos de idade. A notícia só se tornou pública nesta segunda-feira (18/5), em comunicado da família à imprensa. Responsável por papéis inesquecíveis em dezenas de clássicos, Piccoli morreu de um acidente vascular cerebral, segundo declaração da família. Também produtor, diretor e roteirista, Michel Piccoli deixou uma obra com mais de 200 títulos em uma carreira que abrangeu sete décadas de cinema, além de papéis na televisão e teatro, ao longo das quais colaborou com mestres da estatura de Alfred Hitchcock, Henri-Georges Clouzot, Jacques Rivette, Costa-Gavras, Luis Buñuel, Jean Renoir, René Clément, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Agnès Varda, Jacques Demy, Marco Ferreri, Mario Bava, Manoel de Oliveira, Theodoros Angelopoulos, Nani Moretti, Marco Bellocchio e Louis Malle. O reconhecimento a seu talento foi atestado por uma profusão de prêmios, incluindo o de Melhor Ator no Festival de Cannes – pela atuação em “Salto no Escuro” (1980), de Bellocchio. Nascido em Paris em 27 de dezembro de 1925, ele era filho de músicos – a mãe era pianista e o pai um violinista suíço. Mas apesar de estrear nas telas aos 20 anos, em uma breve figuração em “Sortilégios” (1945), de Christian-Jaque, sua carreira demorou para engatar, o que só aconteceu depois de uma década, em filmes como “French Can Can” (1955), de Renoir, e “O Calvário de uma Rainha” (1956), de Jean Delannoy. Mas o que o tirou dos papéis de coadjuvantes foi sua amizade com Buñuel. “Escrevi para esse diretor famoso pedindo que ele viesse me ver em uma peça. Eu, um ator obscuro! Era a ousadia da juventude. Ele veio e nos tornamos amigos”, Piccoli contou, em uma entrevista antiga. O ator apareceu em seis filmes de Buñuel, geralmente representando uma figura autoritária. A primeira parceria se manifestou em 1956, como um padre fraco e comprometido, que viajava pelas florestas brasileiras em “A Morte no Jardim”. Em “O Diário de uma Camareira” (1964), viveu o preguiçoso e lascivo monsieur Monteil, obcecado sexualmente por Jeanne Moreau, intérprete da empregada do título. E num de seus principais desempenhos, deu vida a Louche, o cavalheiro burguês responsável pela transformação de Catherine Deneuve em “A Bela da Tarde” (1967). No filme, a atriz vivia a esposa de um médico respeitável que era convencida por Louche a passar as tardes trabalhando em um bordel de alta classe com clientes excêntricos. Piccoli reprisou o papel quase 40 anos depois, em “Sempre Bela” (2006), de Manoel de Oliveira. Para Buñuel, ainda encarnou um versão charmosa do Marquês de Sade em “Via Láctea” (1969), foi sutilmente dominador como secretário do Interior em “O Discreto Charme da Burguesia” (1972) e sinistro como chefe da polícia no penúltimo filme do diretor, “O Fantasma da Liberdade” (1974). Durante esse período, Piccoli fez parte da cena dos cafés filosóficos de Paris, que incluía os escritores Boris Vian, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, além da cantora Juliette Gréco, com quem se casou em 1966 – separaram-se em 1977. Ele também se tornou um membro ativo do partido comunista francês. Os anos 1960 foram sua década mais criativa e variada, em que se juntou à novelle vague, atuando em obras memoráveis. Seu primeiro papel de protagonista no movimento que revolucionou o cinema francês foi como o marido de Brigitte Bardot em “O Desprezo” (1963), de Godard. No filme, ele interpreta um roteirista disposto a vender a própria esposa a um produtor (Jack Palance) para que seu roteiro saísse do papel e virasse filme dirigido por Fritz Lang (interpretado pelo próprio). Entre suas performances em clássicos da nouvelle vague ainda se destacam “A Guerra Acabou” (1966), de Alain Resnais, e “As Criaturas” (1966), de Agnès Varda. Mas Piccoli se projetou mais com sucessos de público, como “O Perigoso Jogo do Amor” (1966), de Roger Vadim, na qual contracenou com a americana Jane Fonda, o filme de guerra de René Clement “Paris Está em Chamas?” (1966), e principalmente o clássico musical “Duas Garotas Românticas” (1967), de Jacques Demy. A carreira do astro francês se internacionalizou após o filme de Demy, que chegou a ser indicado ao Oscar. Em 1968, ele estrelou a cultuada adaptação de quadrinhos italianos “Perigo: Diabolik” (1968), de Mario Bava, como o policial que tenta prender o criminoso do título. E no ano seguinte começou sua parceria de sete filmes com outro mestre italiano, Marco Ferreri – iniciada por “Dillinger Morreu” – , sem esquecer sua estreia em produções de língua inglesa, no suspense “Topázio”, de ninguém menos que Alfred Hitchcock. A consagração continuou nos anos 1970, marcada pelo principal e mais escandaloso filme de Ferreri, “A Comilança” (1973), e por uma das melhores obras de Chabrol, o noir “Amantes Inseparáveis” (1973). Com a fama adquirida, ele aproveitou para começar a produzir – a partir de “Não Toque na Mulher Branca” (1974), outra parceria com Ferreri. Piccoli também integrou a produção norte-americana de Louis Malle, “Atlantic City” (1980), estrelado por Burt Lancaster e Susan Sarandon, fez “Paixão” (1982), de Godard, e trabalhou com Marco Belocchio (em “Salto no Escuro” e “Olhos na Boca”) e Jerzy Skolimowski (“O Sucesso É a Melhor Vingança”), antes de viver o vilão que ajudou a lançar um dos principais nomes da geração de cineastas dos anos 1980. Premiado no Festival de Berlim, “Sangue Ruim” (1986) deslanchou a carreira de Leos Carax (então em seu segundo longa) e popularizou mundialmente a atriz Juliette Binoche. A lista de papéis clássicos não diminuiu com o tempo, rendendo “Loucuras de uma Primavera” (1990), de Malle, e “A Bela Intrigante” (1991), de Jacques Rivette, em que pintou – e consagrou – a nudez de Emmanuelle Béart. Sua trajetória teve muitas outras realizações, novas parcerias com Rivette, filmes com Édouard Molinaro, Jean-Claude Brisseau, Raoul Ruiz, Bertrand Blier, mais Manoel de Oliveira, dezenas mais. Tanta experiência o levou a escrever e dirigir. Ele assinou três longas, um segmento de antologia e um curta, mas apenas um repercutiu entre a crítica – “Alors Voilà” (1997). Como intérprete, porém, não lhe faltou consagração, incluindo o David di Donatello (o Oscar italiano) de Melhor Ator por um de seus últimos papéis, como papa em “Temos Papa” (2011), de Nani Moretti. Outros desempenhos importantes no final de sua carreira incluem o último longa do grego Theodoros Angelopoulos, “Trilogia II: A Poeira do Tempo” (2008). E após ser homenageado pela Academia Europeia de Cinema com um troféu pela carreira, ainda emplacou três lançamentos premiados em 2012: “Vocês Ainda Não Viram Nada!”, de Resnais, “Holy Motors”, de Carax, e “Linhas de Wellington” (2012), de Valeria Sarmiento. A despedida das telas se deu logo em seguida, com “Le Goût des Myrtilles” (2014), de Thomas De Thier. Ele deixa sua terceira esposa, a roteirista Ludivine Clerc, com quem se casou em 1978, e sua única filha, Anne-Cordélia, fruto de seu primeiro casamento com Eléonore Hirt.
Coprodução brasileira, O Traidor vence o “Oscar italiano”
A coprodução brasileira “O Traidor” (Il Traditore), que conta com a atriz Maria Fernanda Cândido em seu elenco, venceu o troféu David di Donatello, considerado o “Oscar do cinema italiano”, em cerimônia realizada na noite de sexta-feira (8/5). Dirigido pelo veterano Marco Bellocchio, o filme narra a história do mafioso Tommaso Buscetta, primeiro grande delator da máfia e que teve sua vida intimamente ligada ao Brasil, de onde foi extraditado duas vezes. “O Traidor” teve cenas filmadas no Rio, que foram produzidas pela empresa brasileira de cinema Gullane. Além do troféu de Melhor Filme, “O Traidor” venceu mais cinco prêmios, entre eles o de Melhor Direção, Melhor Ator para Pierfrancesco Favino (o intérprete de Buscetta) e melhor Ator Coadjuvante para Luigi Lo Cascio. Já o prêmio de Melhor Atriz ficou com Jasmine Trinca, pela atuação em “La Dea Fortuna”, de Ferzan Ozpetek. Os prêmios foram anunciados – mas não entregues fisicamente – durante uma cerimônia sem frescuras, realizada no horário nobre da emissora italiana RAI pelo apresentador Carlo Conti, em um estúdio vazio, com participações de artistas via videoconferência ao vivo. Até o presidente da Itália, Sergio Mattarella, enviou uma mensagem para o evento em que afirmou que “o cinema, como muitos grandes mestres italianos nos ensinaram, é a arte do sonho”. E que, “para reconstruir nosso país após a dramática epidemia, será necessário recuperar inspirações e, portanto, voltar a sonhar e fazer as pessoas sonharem”. A premiação serviu como um ritual de renascimento coletivo justamente quando as restrições locais de circulação, para contar a pandemia de coronavírus, começaram a ser eliminadas lentamente. “Meu desejo é que a comunidade cinematográfica italiana comece a trabalhar novamente”, disse Bellocchio, falando de sua casa. “Tenho 80 anos e também espero fazer mais alguns filmes”, acrescentou.
A Favorita é o Melhor Filme Europeu de 2019 em premiação consagradora
“A Favorita”, produção britânica dirigida pelo grego Yorgos Lanthimos, foi o grande vencedor da premiação da Academia Europeia de Cinema, numa cerimônia realizada na noite de sábado (7/12) em Berlim. Venceu, ao todo, oito categorias, entre elas as de Melhor Filme Europeu, Melhor Comédia, Direção e ainda consagrou Olivia Colman, que, após vencer o Oscar no começo do ano, chegou ao fim de 2019 com o troféu de Melhor Atriz europeia. A obra de Yorgos Lanthimos dominou a premiação, superando “J’Accuse”, de Roman Polanski, “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar, “Os Miseráveis”, de Ladj Ly, “Systemsprenger”, de Nora Fingscheidt, e “O Traidor”, de Marco Bellocchio, todos eles nomeados para o prêmio de Melhor Filme Europeu. O espanhol Antonio Banderas ficou com o prêmio de Melhor Ator, por “Dor e Glória”, e a cineasta francesa Céline Sciamma com o troféu de Melhor Roteiro, por “Retrato de uma Jovem em Chamas”. Pela primeira vez, a Academia Europeia também atribuiu um prêmio para Melhor Série de Ficção, distinguindo a produção alemã “Babylon Berlin”, de Achim von Borries, Henk Handloegten e Tom Tykwer. O evento também prestou homenagens para o cineasta alemão Werner Herzog e a atriz francesa Juliette Binoche, com prêmios pelas realizações de suas carreiras. E ainda contou com a presença do diretor ucraniano Oleg Sentsov, recém-libertado após ficar cinco anos preso na Rússia, acusado de terrorismo. Ele anunciou uma iniciativa da Academia, a criação da Coligação Internacional de Cineastas em Risco, destinada a apoiar “realizadores que enfrentem perseguições políticas por causa do seu trabalho”. Confira abaixo a lista dos premiados. Melhor Filme “A Favorita” Melhor Direção Yorgos Lanthimos (“A Favorita”) Melhor Atriz Olivia Colman (“A Favorita”) Melhor Ator Antonio Banderas (“Dor e Glória”) Melhor Roteiro Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”) Melhor Documentário “For Sama” Melhor Comédia “A Favorita” Melhor Animação “Buñuel In The Labyrinth Of The Turtles” Melhor Fotografia Robbie Ryan (“A Favorita”) Melhor Cenografia Antxón Gómez (“Dor e Glória”) Melhor Montagem Yorgos Mavropsaridis (“A Favorita”) Melhor Figurino Sandy Powell (“A Favorita”) Melhor Maquiagem Nadia Stacey (“A Favorita”) Melhor Som Eduardo Esquide, Nacho Royo-Villanova e Laurent Chassaigne (“A Noite de 12 Anos”) Melhores Efeitos Visuais Martin Ziebell, Sebastian Kaltmeyer, Neha Hirve, Jesper Brodersen e Torgeir Busch (“About Endlessness”) Prêmio Descoberta/Fipresci (Prêmio da Crítica) “Os Miseráveis” Prêmio do Público “Guerra Fria” Melhor Curta-Metragem “The Christmas Gift” Melhor Série “Babylon Berlin”
Academia Europeia de Cinema indica filmes de Polanski, Bellocchio e Almodóvar como Melhores do Ano
A Academia Europeia de Cinema anunciou os indicados a seus prêmios anuais. Na lista, divulgada neste sábado (9/11) durante o Festival de Sevilha, na Espanha, quatro filmes se destacam com o mesmo número de nomeações. Empatados em número de categorias, aparecem o espanhol “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar, o italiano “O Traidor”, de Marco Bellocchio, o britânico “A Favorita”, de Yorgos Lanthimos, e o francês “An Officer and a Spy” (J’accuse), de Roman Polanski. As indicações ao filme de Polanski foram as que mais chamaram atenção. Não pela qualidade do filme, que, inclusive, foi premiado no Festival de Veneza deste ano, mas pelo timing. Polanski volta a ser celebrado um dia após ser novamente acusado de ter cometido estupro nos anos 1970. Em denúncia publicada pelo jornal Le Parisien na sexta (8/11), a fotógrafa francesa Valentine Monnier afirmou que o cineasta a estuprou em 1975 na Suíça, quando ela tinha 18 anos. Ela foi a sexta mulher a acusar o diretor de crime sexual, embora apenas um caso tenha ido à julgamento e levado Polanski a se exilar na França, para escapar da condenação nos Estados Unidos em 1977. Os quatro filmes citados vão disputar o troféu de Melhor Filme Europeu do ano, juntamente com o francês “Les Miserables”, de Ladj Ly, e o alemão “Systemsprenger” (“System Crasher”), de Nora Fingscheidt. Almodóvar, Polanski, Bellocchio e Lanthimos estão ainda na disputa de Melhor Direção, juntando-se à francesa Celine Sciamma por “Retrato de um Jovem em Chamas”. Nas categorias de interpretação, destacam-se as presenças da vencedora do Oscar Olivia Colman por “A Favorita”, António Banderas por “Dor e Glória”, Jean Dujardin por “J’accuse”, e Adèle Haenel por “Retrato de um Jovem em Chamas”. Esta última também esteve nas manchetes da imprensa francesa nesta semana, igualmente às voltas de denúncia de abuso sexual, mas na condição de vítima, tendo acusado o diretor que lançou sua carreira cinematográfica, Christophe Ruggia, de assédio quando ela tinha 12 anos de idade. Os Prêmios Europeus de Cinema (European Film Awards) visam reconhecer a excelência dos filmes produzidos na Europa e são entregues anualmente pela Academia Europeia de Cinema, composta por cerca de 3,5 mil profissionais da indústria cinematográfica do continente. A 32ª cerimônia de premiação vai acontecer em Berlim, Alemanha, no dia 7 de dezembro. Confira abaixo a lista dos indicados. Melhor Filme Les Misérables – Ladj Ly J’accuse – Roman Polanski Dor e Glória – Pedro Almodóvar System Crasher – Nora Fingscheidt A Favorita – Yorgos Lanthimos O Traidor – Marco Bellocchio Melhor Direção Pedro Almodóvar – Dor e Glória Marco Bellocchio – O Traidor Yorgos Lanthimos – A Favorita Roman Polanski – J’Accuse Céline Sciamma – Retrato de uma Jovem em Chamas Melhor Atriz Olivia Colman – A Favorita Trine Dyrholm – Queen Of Hearts Noémie Merlant & Adèle Haenel – Retrato de uma Jovem em Chamas Viktoria Miroshnichenko – Beanpole Helena Zengel – System Crasher Melhor Ator Antonio Banderas- Dor e Glória Jean Dujardin – J’Accuse Pierfrancesco Favino – O Traidor Levan Gelbakhiani – And Then We Danced Alexander Scheer – Gundermann Ingvar E. Sigurðsson – A White, White Day Melhor Roteiro Pedro Almodóvar – Dor e Glória Marco Bellocchio, Ludovica Rampoldi, Valia Santella & Francesco Piccolo – O Traidor Ladj Ly, Giordano Gederlini & Alexis Manenti – Les Misérables Robert Harris & Roman Polanski – J’Accuse Céline Sciamma – Retrato de uma Jovem em Chamas Melhor Documentário For Sama – Waad Al-kateab & Edward Watts Honeyland – Ljubomir Stefanov & Tamara Kotevska Putin’s Witnesses – Vitaly Mansky Selfie – Agostino Ferrente The Disappearance Of My Mother – Beniamino Barrese Melhor Comédia Ditte & Louise – Niclas Bendixen Tel Aviv On Fire – Sameh Zoabi A Favorita – Yorgos Lanthimos Melhor Animação Buñuel In The Labyrinth Of The Turtles – Salvador Simó J’ai Perdu Mon Corps – Jérémy Clapin L’extraordinaire Voyage de Marona – Anca Damian Les Hirondelles de Kaboul – Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec Curta-Metragens Cães que Ladram aos Pássaros Rekonstrukce The Christmas Gift Les Extraordinaires Mésaventures de la Jeune Fille de Pierre
Disputa de Melhor Filme Internacional do Oscar 2020 bate recorde de inscrições
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (7/10) que 93 países inscreveram seus representantes para concorrer ao Oscar 2020 de Melhor Filme Internacional (antiga categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira). Trata-se de um número recorde de inscrições, superando as 92 registradas em 2007, até então o ano com a maior quantidade de inscritos. A lista inclui as primeiras indicações já feitas por três países: Gana, Nigéria e Uzbequistão. O candidato brasileiro é “A Vida Invisível”, de Karim Ainouz, que venceu a mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes, mas outros dois filmes da relação também trazem atores brasileiros: o cubano “O Tradutor”, estrelado por Rodrigo Santoro, e o italiano “O Traidor”, que além de incluir a atriz Maria Fernanda Cândido é uma coprodução brasileira. Apesar da farta seleção, os filmes que são considerados favoritos não passam de um punhado. São eles o sul-coreano “Parasita”, de Bong Joon-ho, vencedor do Festival de Cannes, o espanhol “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar, que rendeu troféu para o ator Antonio Banderas em Cannes, o senegalês “Atlantique”, de Mati Diop, primeira mulher negra a competir e ganhar prêmio em Cannes, e o francês “Les Miserables”, de Ladj Ly, que assim como o brasileiro “A Vida Invisível” contará com apoio financeiro da Amazon para disputar sua vaga. Também chama atenção o fato de o candidato japonês, “Weathering With You”, ser uma animação. 10 dos 93 candidatos serão pré-selecionados por um comitê e revelados no dia 16 de dezembro. Desta dezena sairão os cinco finalistas, apresentados durante o anúncio de todos os indicados ao Oscar, no dia 13 de janeiro. A cerimônia de premiação está marcada para 9 de fevereiro, com transmissão ao vivo para o Brasil pelos canais TNT e Globo. Confira abaixo a lista completa dos selecionados, a maioria com seus títulos internacionais (no inglês da Academia). África do Sul: “Knuckle City”, de Jahmil XT Qubeka Albânia: “The Delegation”, de Bujar Alimani Alemanha: “System Crasher”, de Nora Fingscheidt Arábia Saudita: “The Perfect Candidate”, de Haifaa Al Mansour Argélia: “Papicha”, de Mounia Meddour Argentina: “Heroic Losers”, de Sebastián Borensztein Armênia: “Lengthy Night”, de Edgar Baghdasaryan Austrália: “Buoyancy”, de Rodd Rathjen Áustria: “Joy”, de Sudabeh Mortezai Bangladesh: “Alpha”, de Nasiruddin Yousuff Bielorrússia: “Debut”, de Anastasiya Miroshnichenko Bélgica: “Our Mothers”, de César Díaz Bolívia: “I Miss You”, de Rodrigo Bellott Bósnia e Herzegovina: “The Son”, de Ines Tanovic Brasil: “Vida Invisível”, de Karim Aïnouz Bulgária: “Ága”, de Milko Lazarov Cambógia: “In the Life of Music”, de Caylee So e Sok Visal Canadá: “Antigone”, Sophie Deraspe: diretor Cingapura: “A Land Imagined”, de Yeo Siew Hua Chile: “Spider”, de Andrés Wood China: “Ne Zha”, de Yu Yang Colômbia: “Monos”, de Alejandro Landes Coreia do Sul: “Parasit”, de Bong Joon Ho Costa Rica: “The Awakening of the Ants”, de Antonella Sudasassi Furniss Croácia: “Mali”, de Antonio Nuic Cuba: “O Tradutor”, de Rodrigo Barriuso e Sebastián Barriuso República Tcheca: “The Painted Bird”, de Václav Marhoul Dinamarca: “Queen of Hearts”, de May el-Toukhy Egito: “Poisonous Roses”, de Ahmed Fawzi Saleh Equador: “The Longest Night”, de Gabriela Calvache Eslováquia: “Let There Be Light”, de Marko Skop Eslovênia: “History of Love”, de Sonja Prosenc Espanha: “Dor e Glória”, de Pedro Almodóvar Estônia: “Truth and Justice”, de Tanel Toom Etiópia: “Running against the Wind”, de Jan Philipp Weyl Filipinas: “Verdict”, de Raymund Ribay Gutierrez Finlândia: “Stupid Young Heart”, de Selma Vilhunen França: “Les Misérables”, de Ladj Ly Geórgia: “Shindisi”, de Dimitri Tsintsadze Gana: “Azali”, de Kwabena Gyansah Grécia: “When Tomatoes Met Wagner”, de Marianna Economou Holanda: “Instinct”, de Halina Reijn Honduras: “Blood: Passion: and Coffee”, de Carlos Membreño Hong Kong: “The White Storm 2 Drug Lords”, de Herman Yau Hungria: “Those Who Remained”, de Barnabás Tóth Islândia: “A White: White Day”, de Hlynur Pálmason Índia: “Gully Boy”, de Zoya Akhtar Indonésia: “Memories of My Body”, de Garin Nugroho Irã: “Finding Farideh”, de Azadeh Moussavi e Kourosh Ataee Ireland: “Gaza”, de Garry Keane e Andrew McConnell Israel: “Incitement”, de Yaron Zilberman Itália: “O Traidor”, de Marco Bellocchio Japão: “Weathering with You”, de Makoto Shinkai Kazaquistão: “Kazakh Khanate The Golden Throne”, de Rustem Abdrashov Quênia: “Subira”, de Ravneet Singh (Sippy) Chadha Kosovo: “Zana”, de Antoneta Kastrati Kirgistão: “Aurora”, de Bekzat Pirmatov Letônia: “The Mover”, de Davis Simanis Líbano: “1982”, de Oualid Mouaness Lituânia: “Bridges of Time”, de Audrius Stonys e Kristine Briede Luxemburgo: “Tel Aviv on Fire”, de Sameh Zoabi Malásia: “M for Malaysia”, de Dian Lee e Ineza Roussille México: “The Chambermaid”, de Lila Avilés Mongólia: “The Steed”, de Erdenebileg Ganbold Montenegro: “Neverending Past”, de Andro Martinović Marrocos: “Adam”, de Maryam Touzani Nepal: “Bulbul”, de Binod Paudel Nigéria: “Lionheart”, de Genevieve Nnaji Macedônia: “Honeyland”, de Ljubo Stefanov e Tamara Kotevska Noruega: “Out Stealing Horses”, de Hans Petter Moland Paquistão: “Laal Kabootar”, de Kamal Khan Palestino: “It Must Be Heaven”, de Elia Suleiman Panamá: “Everybody Changes”, de Arturo Montenegro Peru: “Retablo”, de Alvaro Delgado Aparicio Polônia: “Corpus Christi”, de Jan Komasa Portugal: “The Domain”, de Tiago Guedes Reino Unido “The Boy Who Harnessed the Wind”, de Chiwetel Ejiofor República Dominicana: “The Projectionist”, de José María Cabral Romênia: “The Whistlers”, de Corneliu Porumboiu Rússia: “Beanpole”, de Kantemir Balagov Senegal: “Atlantique”, de Mati Diop Sérbia: “King Petar the First”, de Petar Ristovski Suécia: “And Then We Danced”, de Levan Akin Suíça: “Wolkenbruch’s Wondrous Journey into the Arms of a Shiksa”, de Michael Steiner Taiwan: “Dear Ex”, de Mag Hsu e Chih-Yen Hsu Tailândia: “Krasue: Inhuman Kiss”, de Sitisiri Mongkolsiri Tunísia: “Dear Son”, de Mohamed Ben Attia Turquia: “Commitment Asli”, de Semih Kaplanoglu Ucrânia: “Homeward”, de Nariman Aliev Uruguai: “The Moneychanger”, de Federico Veiroj: diretor Uzbequistão: “Hot Bread”, de Umid Khamdamov Venezuela: “Being Impossible”, de Patricia Ortega Vietnã: “Furie”, de Le Van Kiet
Itália escolhe O Traidor, com Maria Fernanda Cândido, para tentar o Oscar 2020
A Itália escolheu o filme “O Traidor” como seu representante para tentar uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2020. O filme é uma coprodução com o Brasil e outros países, e foi parcialmente bancado pela produtora nacional Gullane. Além disso, o longa de Marco Bellocchio (“A Bela Que Dorme”) tem como protagonista feminina a brasileira Maria Fernanda Cândido (“Meu Amigo Hindu”). Ela interpreta a mulher do mafioso Tommaso Buscetta (vivido por Pierfrancesco Favino, da série “Marco Polo”). O filme é uma cinebiografia de Buscetta, o primeiro chefe de alto escalão da máfia a se transformar em informante da justiça – o traidor do título. A personagem de Maria Fernanda tem papel importante na decisão do mafioso de começar a cooperar com a justiça italiana e norte-americana a partir de 1984. Buscetta viveu o Brasil por um período e a produção tem cenas rodadas no Rio de Janeiro. O longa foi exibido na competição principal do Festival de Cannes e venceu vários prêmios na Itália. O representante brasileiro na disputa por vaga no Oscar 2020 é “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz. A Academia vai revelar uma lista de nove pré-indicados até o fim do ano, e os cinco finalistas serão anunciados em 13 de janeiro. A premiação do Oscar 2020 está marcada para 9 de fevereiro, em Los Angeles (EUA), com transmissão ao vivo no Brasil pelos canais Globo e TNT.











