Aquarius é indicado a Melhor Filme Estrangeiro no César, o Oscar francês
“Aquarius” não foi selecionado pelo Ministério da Cultura para concorrer a uma vaga no Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, mas acabou indicado no equivalente francês. O filme de Kleber Mendonça Filho vai disputar o César de Melhor Filme Estrangeiro. A lista dos indicados foi divulgada na manhã desta quarta (25/1) pela Academia Francesa de Cinema. E a disputa é dominada por “Elle”, de Paul Verhoeven, e “Frantz”, drama em preto e branco de François Ozon, ainda inédito no Brasil. Ambos foram selecionados em 11 categorias. Logo em seguida, aparece “Mistério na Costa Chanel”, de Bruno Dumont, com nove indicações – e que acaba de ser lançado nos cinemas brasileiros. Além destes, também conquistaram destaque “Victoria”, de Justine Triet, “Mal de Perres”, de Nicole Garcia, “La Danseuse”, de Stéphanie Di Giusto, e, principalmente, “Divines”, primeiro filme da cineasta Houda Benyamina, que venceu a Câmera de Ouro de Melhor Filme de Estreante no Festival de Cannes e foi adquirido pela Netflix para distribuição mundial. O filme pode ser visto na Netflix brasileira e confirma a tendência observada nas indicações do Oscar 2017, rumo ao streaming. Por sinal, Isabelle Huppert vai disputar os dois prêmios de Melhor Atriz, o César na França e o Oscar nos EUA, por “Elle”. A indicação francesa é a 16ª da carreira da estrela, que entretanto só venceu em uma oportunidade: em 1996, por “Mulheres Diabólicas”, de Claude Chabrol. É interessante observar o destaque obtido por filmes exibidos no Festival de Cannes do ano passado. Além do já citado “Divines”, o próprio “Elle” é um exemplo, assim como “Mistério na Costa Chanel”, “Mal de Perres” e “La Danseuse”. E fora justamente “Divines”, foram injustamente ignorados no evento de maio, cujo resultado foi recebido com contestação pela imprensa mundial. Mas é na categoria de Filmes Estrangeiros que o reflexo de Cannes se mostra mais evidente. Seis dos sete indicados foram exibidos no festival francês, inclusive “Aquarius” e o vencedor da Palma de Ouro, “Eu, Daniel Blake”. Assim, esta disputa permite uma espécie de tira-teima, revelando se a Academia francesa concorda que o drama político britânico de Ken Loach é realmente o melhor filme. Vale observar que há uma peculiaridade na disputa desta categoria. Ao contrário do Oscar, a seleção dos filmes estrangeiros do César não tem a palavra “Língua”, o que dá uma grande vantagem a filmes de outros países falados em francês, como o canadense “É Apenas o Fim do Mundo”, de Xavier Dolan, que inclusive é interpretado por astros franceses e concorre a vários outros prêmios da Academia. A cerimônia do César 2017 vai acontecer no dia 24 de fevereiro, dois dias antes do Oscar. E não será mais presidida por Roman Polanksi, que optou por recusar o convite da Academia, após a homenagem virar protesto feminista. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao César 2017 Melhor Filme “Divines” “Elle” “Frantz” “Agnus Dei” “Mistério na Costa Chanel” “Mal de Pierres” “Victoria” Melhor Direção Houda Benyamina (“Divines”) Xavier Dolan (“É Apenas o Fim do Mundo”) Bruno Dumont (“Mistério na Costa Chanel”) Anne Fontaine (“Agunus Dei”) Nicole Garcia (“Mal de Pierres”) François Ozon (“Frantz”) Paul Verhoeven (“Elle”) Melhor Atriz Judith Chemla (“Une Vie”) Marion Cotillard (“Mal de Pierres”) Virginie Efira (“Victoria”) Marina Fois (“Irrepreensível”) Isabelle Huppert (“Elle”) Sidse Babett Knudsen (“La Fille de Brest”) Soko (“La Danseuse”) Melhor Ator Francois Cluzet (“Médecin de Campagne”) Pierre Deladonchamps (“Le Fils de Jean”) Nicolas Duvauchelle (“Não Sou um Canalha”) Fabrice Luchini (“Mistério na Costa Chanel”) Pierre Niney (“Frantz”) Omar Sy (“Chocolate”) Gaspard Ulliel (“É Apenas o Fim do Mundo”) Melhor Atriz Coadjuvante Nathalie Baye (“É Apenas o Fim do Mundo”) Valeria Bruni Tedeschi (“Mistério na Costa Chanel”) Anne Consigny (“Elle”) Déborah Lukumuena (“Divines”) Mélanie Thierry dans (“La Danseuse”) Melhor Ator Coadjuvante Laurent Lafitte (“Elle”) Vincent Lacoste (“Victoria”) Vincent Cassel (“É Apenas o Fim do Mundo”) Gabriel Arcand (“Le Fils De Jean”) James Thierrée (“Chocolate”) Melhor Revelação Feminina Oulaya Amamra (“Divines”) Paula Beer (“Frantz”) Lily-Rose Depp (“La Danseuse”) Noémie Merlant (“Le Ciel Attendra”) Raph (“Mistério na Costa Chanel”) Melhor Revelação Masculina Damien Bonnard (“Na Vertical”) Corentin Fila (“Quando se Tem 17 anos) Kacey Mottet Klein (“Quando se Tem 17 anos”) Jonas Bloquet (“Elle”) Niels Schneider (“Diamant Noir”) Melhor Roteiro Original Houda Benyamina, Romain Compingt e Malik Rumeau (“Divines”) Raoul Ruiz (“L’Effet Aquatique”) Anne Fontaine, Pascal Bonitzer, Sabrina B. Karine e Alice Vial (“Agnus Dei”) Bruno Dumont (“Mistério na Costa Chanel”) Justine Triet (“Victoria”) Melhor Roteiro Adaptado Céline Sciamma (“Minha Vida de Abobrinha”) David Birke (“Elle”) François Ozon e Philippe Piazzo (“Frantz”) Emmanuelle Bercot e Séverine Bosschem (“La Fille de Brest”) Katell Quillévéré e Gilles Taurand (“Réparer les Vivants”) Nicole Garcia e Jacques Fieschi (“Mal de Pierres”) Melhor Filme Estrangeiro “Graduation” (Romênia) “A Garota Sem Nome” (Bélgica) “É Apenas o Fim do Mundo” (Canadá) “Aquarius” (Brasil) “Manchester à Beira-Mar” (Estados Unidos) “Eu, Daniel Blake” (Reino Unido) “Toni Erdmann” (Alemanha) Melhor Filme de Estreia “Cigarette et Chocolat Chaud” “La Danseuse” “Diamant Noir” “Divines” “Rosalie Blum” Melhor Animação “Minha Vida de Abobrinha” “A Tartaruga Vermelha” “La Jeune Fille Sans Main” Melhor Trilha Sonora Sophie Hunger (“Minha Vida de Abobrinha”) Gabriel Yared (“Chocolate”) Ibrahim Maalouf (“Dans les Forêts de Sibérie”) Anne Dudley (“Elle”) Philippe Rombi (“Frantz”) Melhor Fotografia “Elle” “Frantz” “Agnus Dei” “Mistério na Costa Chanel” “Mal de Pierres” Melhor Edição “Divines” “Elle” “Frantz” “É Apenas o Fim do Mundo” “Mal de Pierres” Melhor Figurino “La Danseuse” “Frantz” “Mistério na Costa Chanel” “Mal de Pierres” “Une Vie” Melhor Cenografia “Chocolate” La Danseuse” “Frantz” “Mistério na Costa Chanel” “Planétarium” Melhor Som “Chocolate” “Elle” “Frantz” “Mal de Pierres” “L’odyssée” Melhor Documentário “Dernières Nouvelles du Cosmos” “Merci Patron” “Fogo no Mar” “Voyage à Travers le Cinéma Français” “Swagger”
Ancine celebra 15 anos em comercial com cenas de Aquarius e Pequeno Segredo
A Ancine (Agência Nacional do Cinema) lançou nesta semana uma nova campanha publicitária de incentivo ao consumo de conteúdos audiovisuais brasileiros. Com o conceito “O audiovisual brasileiro é o Brasil assistindo ao Brasil”, a campanha, criada pela agência DM9DDB, mostra uma convivência pacífica entre “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, e traz narração do ator Wagner Moura. Imagens de ambos os filmes, que ilustraram uma polarização política no país em 2016, aparecem no comercial, junto com cenas de outras produções de cinema e TV, ilustrando a variedade de opções disponíveis para o público. Escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o país em busca de uma indicação ao Oscar, “Pequeno Segredo” aparece primeiro, mas Kleber Mendonça Filho, apesar de protestar contra o “governo ilegítimo”, também teve sua obra bem destacada no vídeo. O lançamento da campanha valoriza os 15 anos de conquistas da Ancine e as peças publicitárias levam o selo comemorativo da data. Criada em 2001 pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, como um órgão gestor da atividade cinematográfica, em substituição à Embrafilme, extinta em 1990 pelo governo de Fernando Collor de Mello, a Ancine ampliou sua atividade para a TV e ajudou o Brasil a alavancar a produção audiovisual, resultando num crescimento extraordinário na quantidade de filmes e séries produzidas no país. Como o comercial lembra, em 2002 apenas 29 títulos brasileiros foram lançados nas salas de cinema. Em 2016, registrou-se recorde de 143 lançamentos. O número de espectadores também cresceu. Os filmes nacionais atraíram, em 2002, 7 milhões de espectadores. Já em 2016, 30,4 milhões de pessoas assistiram às produções nacionais nos cinemas. Todas as peças publicitárias terminam com um convite ao espectador: “Assista. Recomende. Dá orgulho de ver.” A campanha ainda terá uma segunda fase, que prevê a veiculação de um curta documentário, com depoimentos de importantes pessoas do mercado audiovisual, como o animador Alê Abreu, o diretor Cacá Diegues, o ator Caio Blat e a atriz Mariana Ximenes.
Associação Brasileira de Críticos confirma Aquarius como seu filme favorito de 2016
A Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema, confirmou nesta segunda-feira (16/1) que considera “Aquarius” o Melhor Filme de 2016. Apesar de ser uma lista com três nomes, o resultado foi anunciado como “Prêmio Abraccine” e, segundo texto divulgado pela associação, foi resultado de discussão e troca de ideias, via internet, de seus associados em todo o Brasil. Vale registrar que a mesma discussão e troca de ideias não aconteceu quando um integrante da classe, o crítico Marcos Petrucelli, foi atacado publicamente pelo diretor de “Aquarius”, Kleber Mendonça Filho, em carta aberta publicada no jornal Folha de S. Paulo e em entrevistas ao longo de 2016. Ao contrário, o silêncio da Abraccine foi bastante ruidoso. “Aquarius” também foi destaque na lista dos Melhores Filmes de 2016 da Pipoca Moderna. Veja os vencedores do “Prêmio Abraccine”: Melhor Filme Brasileiro “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Melhor Filme Estrangeiro “Elle”, de Paul Verhoeven. Melhor Curta “Estado Itinerante”, de Ana Carolina Soares.
Troféu do cinema ibero-americano premia Aquarius e Boi Neon
A 3ª edição do Prêmio Fênix Ibero-Americano de Cinema consagrou o filme chileno “Neruda”, de Pablo Larraín, e destacou duas produções brasileiras, “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, e “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro. Os filmes brasileiros levaram dois troféus cada: Melhor Direção e Atriz (Sônia Braga) para “Aquarius”, e Melhor Roteiro (Mascaro) e Fotografia (Diego García) para “Boi Neon”. “Neruda”, por sua vez, ficou com quatro prêmios. Além de Melhor Filme, conquistou os troféus de Montagem, Direção de Arte e Figurino. Para completar, o thriller de época argentino “O Clã” também levou dois prêmios, com destaque para o de Melhor Ator conquistado para o veterano Guillermo Francella. Entre os documentários, “Tempestade” não deixou chances para os concorrentes, vencendo os três troféus disponíveis na categoria. O Prêmio Fênix Ibero-Americano de Cinema é uma das duas premiações recentes que buscam ser consideradas o “Oscar ibero-americano”. A outra é o Prêmio Platino. Curiosamente, ambos foram criados no mesmo ano, com suas primeiras edições realizadas em 2014. No ano passado, o Fênix elegeu outro filme de Pablo Larraín, “O Clube”, como melhor do ano, enquanto o Platino preferiu o colombiano “O Abraço da Serpente”, de Ciro Guerra. Vencedores do prêmio Fênix do Cinema Ibero-Americano 2016 Melhor Filme “Neruda” Melhor Diretor Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius” Melhor Atriz Sônia Braga, por “Aquarius” Melhor Ator Guillermo Francella, por “O Clã” Melhor Roteiro Gabriel Mascaro, por “Boi Neon” Melhor Direção de Fotografia Diego García, por “Boi Neon” Melhor Montagem Hervé Schneid, por “Neruda” Melhor Direção de Arte Estefania Larrain, por “Neruda” Melhor Figurino Muriel Parra, “Neruda” Melhor Som Vicente D’Elia e Leandro de Loredo, por “O Clã” Melhor Trabalho de Exibição “Os 33” Melhor Trilha Sonora Original Leonardo Heiblum e Jacobo Lieberman, por “Tempestade” Melhor Documentário “Tempestade” Melhor Direção de Fotografia de Documentário Ernesto Pardo, por “Tempestade” Prêmio pela Carreira Alejandro Jodorowsky
Aquarius e Boi Neon entram nas listas de Melhores Filmes do Ano do New York Times
Dois filmes brasileiros entraram na lista de Melhores do Ano dos críticos do jornal The New York Times. Stephen Holden e A. O. Scott votaram em “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, em 7º e 9º lugar, respectivamente. Holden também gostou – por sinal, bem mais – de “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, que classificou em 6º lugar de sua votação. O destaque entre as produções americanas foi o drama indie “Moonlight”, de Barry Jenkins, que já venceu o Gotham Awards e foi eleito o filme do ano pelos críticos de Los Angeles. Além dos dois críticos citados, também votou a editora Manohla Dargis. Veja abaixo as listas individuais de cada um, na ordem em que foram publicadas pelo jornal americano: Manohla Dargis 1. Não é Um Filme Caseiro (Bélgica/França) 2. Toni Erdmann (Alemanha) 3. Moonlight (EUA) 4. O.J.: Made In America (EUA) 5. Três Lembranças da Minha Juventude (França) 6. I Am Not Your Negro (EUA/França) 7. A Chegada (EUA) 8. A Criada (Coreia do Sul) 9. A 13ª Emenda (EUA) 10. From the Notebook of… (filme lançado em 1971, recuperado no New York Film Festival 2016) A.J. Scott 1. Moonlight (EUA) 2. O.J.: Made in America (EUA) 3. Toni Erdmann (Alemanha) 4. Cameraperson (EUA) 5. Aferim! (Romênia) 6. Docinho da América (EUA) 7. Aquarius (Brasil) 8. Festa da Salsicha (EUA) 9. A Bigger Splash (Itália/França) 10. Elle (França) O Que Está Por Vir (França) Stephen Holden 1. Moonlight (EUA) 2. O.J.: Made in America (EUA) 3. Docinho da América (EUA) 4. O Abraço da Serpente (Colômbia/Venezuela) 5. Manchester à Beira-Mar (EUA) 6. Boi Neon (Brasil) 7. Fogo no Mar (Itália) 8. Elle (França) 9. Aquarius (Brasil) 10. Menções honrosas: Fireworks Wednesday, Krisha, A Canção do Pôr do Sol, Wiener-Dog, The Beatles: Eight Days a Week, Chronic, Best Worst Thing That Ever Could Have Happened, 20th Century Women, A 13ª Emenda, Paterson e O Que Está Por Vir
Diretor de Aquarius será coordenador de cinema de novo centro cultural de São Paulo
O cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, diretor de “Aquarius”, será o coordenador de cinema do novo IMS (Instituto Moreira Salles), centro cultural a ser aberto em julho na Avenida Paulista, no número 2424. O cineasta foi escolhido, segundo a instituição, pela experiência de quase 20 anos como programador de cinemas no Recife. “Gosto muito de trazer filmes, de mostrar filmes de muitos lugares que teriam ou não distribuição garantida no Brasil. Fazer programação é compartilhar, difundir, permitir que o amor pelo cinema seja amplificado”, afirmou Mendonça, que dirige a Jornada Internacional de Cinema do Recife. O IMS Paulista abrirá suas portas com uma mostra gigante do suiço-americano Christian Marclay, a videoinstalação “The Clock”, vencedora do Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 2011. Trata-se de uma experiência cinematográfica de 24 horas de duração que usa milhares de fragmentos de filmes. O centro cultural terá também, no seu quarto andar, uma filial da Livraria da Travessa, uma instituição do Rio, além de uma filial do restaurante Mocotó, o novíssimo Balaio, do chef Rodrigo Oliveira, um café, biblioteca especializada em fotografia, sala de cinema e exposições. Construído “sem incentivos fiscais”, segundo Flávio Pinheiro, superintendente do IMS, o edifício de 1,2 mil m2 foi erguido num terreno arrematado em leilão em 2003. E todo o seu conceito é sustentável, com elevadores e escadas rolantes que reutilizam a própria energia para funcionar e iluminação inteira de LED. As novidades foram apresentadas nesta segunda (5/12) em uma entrevista coletiva em São Paulo, na sede antiga do instituto, em Higienópolis.
Variety lista Kleber Mendonça Filho entre os 10 cineastas mais promissores da atualidade
A revista americana Variety publicou sua lista anual com os dez diretores mais promissores da atualidade, e ela inclui o brasileiro Kleber Mendonça Filho, por “Aquarius”. A relação destaca os responsáveis por alguns dos trabalhos de maior repercussão do ano, desde a alemã Maren Ade, de “Toni Erdmann, ao americano Barry Jenkins, de “Moonlight”. A publicação ressalta que todos têm em comum “visão clara, voz distinta e potencial para revolucionar o negócio de maneira própria”. Os 10 diretores listados terão seus perfis publicados numa edição especial da Variety em janeiro, e serão homenageados no Festival de Palm Springs. Preterido pela comissão que escolheu o candidato brasileiro ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, “Aquarius” está indicado ao Spirit Awards, considerado o “Oscar indie”, que premia os melhores do cinema independente. Conheça abaixo os 10 cineastas cujas carreiras merecem ser companhados com atenção, segundo a Variety: Kleber Mendonça Filho (Aquarius) Maren Ade (Toni Erdmann) Ritesh Batra (The Sense of an Ending) Otto Bell (The Eagle Huntress) Julia Ducournau (Grave) Geremy Jasper (Patti Cake$) Barry Jenkins (Moonlight) Emmett & Brendan Malloy (The Tribes of Palos Verdes) William Oldroyd (Lady Macbeth) David Sandberg (Quando as Luzes se Apagam)
Cahiers du Cinéma elege Aquarius o quarto melhor filme de 2016
A revista francesa Cahiers du Cinéma, provavelmente a mais antiga publicação sobre cinema ainda em circulação, divulgou sua tradicional lista de melhores filmes do ano, como sempre antes das principais estreias do ano e com uma típica seleção polêmica. A lista traz o brasileiro “Aquarius”, do cineasta Kleber Mendonça Filho, em 4º lugar, após ter incluído o filme na capa de sua edição de setembro. Entretanto, logo acima dele há um dos piores filmes do ano. O Top 3 abre com o alemão “Toni Erdmann”, de Maren Ade, que vem ganhando popularidade no circuito das premiações mundiais, após ser ignorado pelo juri do Festival de Cannes. Igualmente esnobado em Cannes, o francês “Elle”, de Paul Verhoeven, ficou com o 2º lugar. Mas enquanto os dois primeiros contam com simpatia da crítica mundial, o 3º lugar ficou com um terror execrado: “Demônio de Neon”, de Nicolas Winding Refn, que na melhor das hipóteses pode ser considerado divisivo. A lista também traz um dos trabalhos mais fracos de Pedro Almodóvar, “Julieta”, por sinal outro filme ignorado pelo júri de Cannes, e até “Carol”, de Todd Haynes, que esta mania de listar os melhores do ano em novembro tinha deixado de fora da seleção dos destaques de 2015. A principal ironia da lista é que ela contém basicamente filmes exibidos em Cannes, casos inclusive de “Aquarius” e “Demônio de Neon”. Mas nenhum filme premiado no festival foi incluído na relação. O recado bipolar parece endereçado à organização do evento, que fez um excelente trabalho de curadoria, entretanto prejudicado por péssimas decisões do júri de celebridades, presidido pelo cineasta George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”). Também se nota que os críticos franceses ainda não viram nenhum dos filmes americanos cotados para o Oscar. Ou não gostaram de nada ou os lançamentos estarão na lista de melhores do próximo ano, se ainda forem lembrados até lá. Confira a lista completa abaixo: 1. “Toni Erdmann” – Maren Ade 2. “Elle” – Paul Verhoeven 3. “Demônio de Neon” – Nicolas Winding Refn 4. “Aquarius” – Kleber Mendonça Filho 5. “Ma Loute” – Bruno Dumont 6. “Julieta” – Pedro Almodóvar 7. “Rester Vertical” – Alain Guiraudie 8. “La Loi de la Jungle” – Antonin Peretjakto 9. “Carol” – Todd Haynes 10. “Le Bois dont les Rêves sont Faits” – Claire Simon
Aquarius é indicado ao Spirit Awards, o “Oscar do cinema independente”
O filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, foi indicado ao Independent Spirit Awards 2017, o “Oscar indie”, que premia as melhores produções independentes nos Estados Unidos. O drama brasileiro foi selecionado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Além de “Aquarius”, há outros dois brasileiros na lista. Mauricio Zacharias disputa o prêmio de Melhor Roteiro por seu trabalho no longa americano “Melhores Amigos”, sobre a amizade de dois meninos cujas famílias brigam por causa de dinheiro. E Rodrigo Teixeira está duplamente representado, como produtor de “Melhores Amigos” e do terror “A Bruxa”, que concorre como Melhor Filme de Estreia. Na disputa principal, dois filmes empataram com o maior número de indicações: seis cada. São eles “Moonlight”, de Barry Jenkins, sobre um jovem negro que procura se afirmar num bairro pobre e violento, ao mesmo tempo em que descobre sua sexualidade, e “American Honey”, de Andrea Arnold, também sobre jovens, que exploram suas sexualidades em viagens para vender assinaturas de revistas. “Moonlight” e “American Honey” vão disputar o troféu de melhor filme indie do ano com outros filmes incensados pela crítica: “Manchester à Beira-Mar”, “Chronic” e “Jackie”. Por sinal, a interpretação de Natalie Portman como a ex-Primeira Dama Jacqueline Kennedy é considerada favorita para levar o troféu de Melhor Atriz. O mesmo tem sido dito sobre Casey Affleck, como o tio que reluta em criar o sobrinho órfão em “Manchester à Beira-Mar” (filme indicado a cinco prêmios). Interessante reparar que, neste ano, o vencedor do Festival de Sundance não emplacou na disputa. O escândalo sexual envolvendo o diretor e ator Nate Parker implodiu as chances de “O Nascimento de uma Nação” ambicionar qualquer prêmio novo. Entre as ausências, o franco favorito ao Oscar “La La Land” foi considerado inelegível pelas regras da premiação. “Aquarius”, por sua vez, concorre com o grego “Chevalier”, de Athina Rachel Tsangari, o francês “Três Lembranças da Minha Juventude”, de Arnaud Desplechin, o já premiadíssimo longa alemão “Toni Erdmann”, de Maren Ade, e o inesperado terror “Sob a Sombra”, estreia do iraquiano Babak Anvari. Um dos eventos mais importantes que antecedem o Oscar, a cerimônia do Spirit acontece um dia antes da premiação da Academia, em 25 de fevereiro, na praia de Santa Mônica, na Califórnia. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Indicados ao Independent Film Awards 2017 Melhor Filme American Honey Chronic Jackie Manchester à Beira-Mar Moonlight Melhor Diretor Andrea Arnold (American Honey) Pablo Larraín (Jackie) Jeff Nichols (Loving) Kelly Reichardt (Certas Mulheres) Barry Jenkins (Moonlight) Melhor Atriz Annette Bening (20th Century Women) Isabelle Huppert (Elle) Sasha Lane (American Honey) Ruth Negga (Loving) Natalie Portman (Jackie) Melhor Ator Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar) David Harewood (Free In Deed) Viggo Mortensen (Capitão Fantástico) Jesse Plemons (Other People) Tim Roth (Chronic) Melhor Atriz Coadjuvante Edwina Findley (Free In Deed) Paulina Garcia (Melhores Amigos) Lily Gladstone (Certas Mulheres) Riley Keough (American Honey) Molly Shannon (Other People) Melhor Ator Coadjuvante Ralph Fiennes (A Bigger Splash) Ben Foster (A Qualquer Custo) Lucas Hedges (Manchester à Beira-Mar) Shia LaBeouf (American Honey) Craig Robinson (Morris from America) Melhor Roteiro Barry Jenkins (Moonlight) Kenneth Lonergan (Manchester à Beira-Mar) Mike Mills (20th Century Women) Ira Sachs & Mauricio Zacharias (Melhores Amigos) Taylor Sheridan (A Qualquer Custo) Melhor Filme de Estreia The Childhood of a Leader The Fits Other People Swiss Army Man A Bruxa Melhor Roteiro de Estreia Robert Eggers (A Bruxa) Chris Kelly (Other People) Adam Mansbach (Barry) Stella Meghie (Jean of the Joneses) Craig Shilowich (Christine) Melhor Edição Matthew Hannam (Swiss Army Man) Jennifer Lame (Manchester à Beira-Mar) Joi McMillon e Nat Sanders (Moonlight) Jake Roberts (A Qualquer Custo) Sebastián Sepúlveda (Jackie) Melhor Direção de Fotografia Ava Berkofsky (Free In Deed) Lol Crawley (The Childhood of a Leader) Zach Kuperstein (The Eyes of My Mother) James Laxton (Moonlight) Robbie Ryan (American Honey) Melhor Documentário A 13ª Emenda Cameraperson I Am Not Your Negro O.J.: Made in America Sonita, uma Rapper Afegã Sob o Sol Melhor Filme Estrangeiro Aquarius (Brasil) Chevalier (Grécia) Três Lembranças da Minha Juventude (França) Toni Erdmann (Alemanha e Romênia) Sob as Sombras (Irã e Reino Unido) Prêmio John Cassavetes (Melhor Filme Feito com Menos de US$ 500 mil) Free In Deed Hunter Gatherer Lovesong Nakom Spa Night Prêmio Robert Altman (Melhor Elenco) Moonlight
Pequeno Segredo estreia com mesmos números de Aquarius nos cinemas brasileiros
Uma estreia brasileira acabou se destacando nas bilheterias do fim de semana. Escolhido como representante do país na disputa por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeiro, “Pequeno Segredo” estreou em 5º lugar, com 52 mil ingressos vendidos e faturamento de R$ 889 mil. Usando os critérios que aferiram “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, filme que também disputou uma vaga de indicação à indicação no Oscar, estes números dão ao melodrama de David Schürmann a condição de grande sucesso do cinema nacional. Entretanto, não foi isso que se viu na cobertura de sua estreia. Vale a pena comparar a forma como a grande imprensa tratou o desempenho de ambos os filmes. Quando “Aquarius” estreou em setembro, levando quase o mesmo número de pessoas aos cinemas e com faturamento similar – 54 mil pessoas e R$ 880 mil ingressos vendidos – , mas em 10º lugar, a Folha de S. Paulo destacou em título: “‘Aquarius’ tem 2ª melhor estreia nacional do ano”. O Jornal do Brasil aumentou: “Em seu primeiro fim de semana, ‘Aquarius’ tem bilheteria excepcional”. E, claro, vários blogues ecoaram. Já em relação à bilheteria de “Pequeno Segredo”, o tratamento foi burocrático. Alguns blogues, contudo, chegaram a desdenhar do filme, porque ele abriu no dobro de salas de “Aquarius”, o que significaria que fez menos sucesso. De fato, proporcionalmente, “Aquarius” fez mais sucesso por sala. Claro que o dobro de salas de “Pequeno Segredo” ainda é um terço do que o circuito reserva para besteiróis. E enquanto a imprensa foca sua negatividade num drama bem realizado, as comédias ruins continuam rindo desta crítica inútil, aumentando cada vez mais a ocupação do espaço destinado ao cinema nacional. Poucos são os dramas que conseguem se destacar no país. Por isto, o 5º lugar de “Pequeno Segredo” é, sim, uma vitória.
Kleber Mendonça Filho pede exoneração de fundação do governo federal
O diretor Kleber Mendonça Filho (“Aquarius”) entregou na quarta-feira (6/10) uma carta com pedido de exoneração da coordenadoria de cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Mesmo assim, manteve agendados compromissos em Los Angeles e San Francisco, onde participará de debates e reuniões de trabalho relevantes às atividades da curadoria do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, segundo autorização que havia recebido anteriormente da autarquia, registrada no Diário Oficial da União. A viagem aproveitaria sua participação no Festival de Nova York, onde será exibido seu filme “Aquarius”. O vazamento de seu pedido de exoneração o pegou de surpresa. “Estou num avião indo para NY. Está tudo certo. Preciso de tempo para projetos de cinema e já pensava nisso há 2 anos”, disse Kleber, por mensagem de texto, ao ser procurado pela reportagem do Jornal do Commercio, de Recife. “Não era nunca para sair matéria antes de eu me explicar, vai ficar destorcido”, lamentou. “Vão fazer especulações em cima de basicamente zero”. Kleber atuava na autarquia ligada ao Ministério da Educação há 18 anos. O afastamento, segundo o cineasta, se deve à necessidade de se dedicar “a projetos de cinema”. Na carta, segundo apurou o Jornal do Commercio, ele não se refere ao fato de não reconhecer o “governo ilegítimo” do qual o Ministério da Educação faz parte. O cineasta adiantou que vai se pronunciar pelas redes sociais assim que chegar à Nova York. Entre os amigos mais próximos, a notícia já era esperada desde que o cineasta protestou contra um “golpe de estado”, convocando o mundo a se posicionar diante do fim da democracia no Brasil, durante a estreia de “Aquarius” no Festival de Cannes, e veio à tona que ele era funcionário de uma instituição do governo federal. Dias antes do protesto de tapete vermelho, o presidente anterior da Fundaj, Paulo Rubem Santiago, pediu demissão por não reconhecer a legitimidade de Michel Temer. O atual presidente da Fundaj, Luiz Otavio Cavalcanti, emitiu um comunicado se manifestando sobre a carta de exoneração, na qual diz que “respeita a decisão do cineasta Kleber Mendonça de entregar o cargo por considerar este um ato pessoal”. E ressalta: “O mesmo respeito com que tratou a decisão de Kleber Mendonça de permanecer no cargo durante os cinco meses da atual gestão”.
A Cidade Onde Envelheço vence o Festival de Biarritz na França
Após vencer o Festival de Brasília, o filme “A Cidade Onde Envelheço”, de Marília Rocha, conquistou o Prêmio “Abraço”, principal estatueta do Festival de Cinema da América Latina de Biarritz, na França. Este é o primeiro longa de ficção de Marília, que já dirigiu três documentários apresentados em outros festivais internacionais: “A Falta que Ne faz” (2009), “Acácio” (2008) e “Aboio” (2005). Protagonizado pelas portuguesas Elizabete Francisca e Francisca Manuel, “A Cidade Onde Envelheço” acompanha o choque cultural de uma jovem portuguesa que chega ao Brasil para visitar uma amiga de seu país natal, que se mudou há um ano para o clima tropical. Além de “A Cidade Onde Envelheço”, o júri de Biarritz também destacou “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, como um Prêmio Especial e o troféu de Melhor Atriz, para Sonia Braga. O Prêmio de Melhor Ator foi para Alejandro Sieveking, por seu papel no argentino “El Invierno”, de Emiliano Torres, que também levou o Prêmio da Crítica. Já o Prêmio do Público ficou com o venezuelano “El Amparo”, de Robert Calzadilla.








