Sci-fi “Resistência” e terror “Jogos Mortais X” chegam ao cinema
A programação de cinema desta quinta (28/9) está vitaminada com vários destaques. A lista inclui “Resistência”, uma ficção científica que mergulha em questões éticas e filosóficas; “Jogos Mortais X”, que retorna às origens da franquia de terror; “A Filha do Rei do Pântano”, um suspense psicológico que explora segredos familiares; “Pérola”, uma comédia nacional sobre uma mãe que é uma peça; e “Ruim pra Cachorro”, comédia para adultos que subverte as expectativas tradicionais de filmes sobre animais. E ainda há mais sete títulos em circuito limitado. A grande quantidade e variedade de títulos visa atrair grande público para a celebração promocional da Semana de Cinema, em que as principais redes exibidoras terão ingressos a R$ 12 para todos os filmes em cartaz. Confira a seguir os detalhes de cada lançamento. RESISTÊNCIA A nova sci-fi de Gareth Edwards, diretor de “Godzilla” (2014) e “Rogue One: Uma História Star Wars” (2016) chega precedida por grande hype. A produção é um thriller de ação passado num futuro distópico, marcado pela guerra entre a humanidade e a inteligência artificial (IA). Com efeitos visuais de ponta, o longa se passa após um atentado que fez os EUA banirem todas as IA e acompanha o agente militar Joshua, interpretado por John David Washington (“Tenet”), em uma missão de invasão na Nova Ásia, região onde as IAs são aceitas, para caçar e matar o Criador, o arquiteto elusivo de uma IA avançada que desenvolveu uma arma misteriosa com o poder de encerrar as guerras e a própria humanidade. Mas, durante a missão, ele acaba descobrindo que a arma de destruição mundial que ele recebeu instruções para eliminar é, na verdade, uma IA com forma de criança. E logo muda de lado, enfrentando desafios arriscados para proteger a jovem androide daqueles que querem destruí-la. A obra tem sido elogiada por sua abordagem ambiciosa num gênero frequentemente dominado por sequências e remakes. A narrativa não explora apenas a guerra entre humanos e IA, mas também mergulha em questões éticas e filosóficas, o que tem lhe rendido comparações a obras icônicas de ficção científica. De fato, a trama lembra vários outros filmes, evocando desde produções sobre a Guerra do Vietnã (como “Apocalypse Now”) até sci-fis sobre IAs (“IA”) e androides (“Blade Runner”). O roteiro original foi escrito por Edwards e Chris Weitz (também de “Rogue One”) e o elenco ainda conta com Gemma Chan (“Eternos”), Ken Watanabe (“A Origem”), Sturgill Simpson (“Dog: A Aventura de Uma Vida”), Allison Janney (vencedora do Oscar por “Eu, Tonya”) e a atriz mirim estreante Madeleine Yuna Voyles. JOGOS MORTAIS X O décimo filme da franquia de terror inaugurada em 2004 marca o retorno de John Kramer/Jigsaw, interpretado por Tobin Bell, o infame serial killer dos primeiros lançamentos, que morreu em “Jogos Mortais III”, de 2006. Embora várias continuações sugerissem que ele teria escapado da morte, o vilão continua morto. Seu retorno ao cinema se deve a “Jogos Mortais X” ser uma espécie de prólogo, passado entre o primeiro e o segundo filmes. Na trama, um doente e desesperado John viaja para o México em busca de um procedimento médico experimental e arriscado, na esperança de uma cura milagrosa para seu câncer terminal. No entanto, ele descobre que toda a operação é uma fraude destinada a enganar os mais vulneráveis. Enfurecido, o famoso serial killer retorna ao seu trabalho, virando o jogo contra os golpistas de sua maneira característica, através de armadilhas engenhosas, violentas e perturbadoras, com o objetivo de fazer os criminosos se torturarem para evitar a morte. Além de Tobin Bell, a atriz Shawnee Smith, que interpreta Amanda Young, a sucessora de Jigsaw, também retorna na produção, que completa seu elenco com Synnøve Macody Lund (“Ragnarok”), Steven Brand (“Vikings: Valhalla”), Michael Beach (“Dahmer: Um Canibal Americano”), Renata Vaca (“Pisando Fundo”), Paulette Hernandez (“A Vingança das Juanas”), Octavio Hinojosa (“Por la Máscara”) e Joshua Okamoto (“Control Z”). A direção é de Kevin Greutert, que também volta à franquia após editar os cinco primeiros longas e dirigir “Jogos Mortais 6” (2009) e “Jogos Mortais: O Final” (2010). A FILHA DO REI DO PÂNTANO O suspense estrelado por Daisy Ridley (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”) chega ao Brasil uma semana antes de seu lançamento nos EUA. Na trama, ela vive uma mulher que mantém um segredo terrível sobre seu passado. Helena, a protagonista, tem uma vida aparentemente comum, morando numa cabana com a filha pequena e o namorado. Entretanto, sem que ninguém saiba, ela esconde uma origem sombria e perigosa: seu pai é o infame Rei do Pântano, um assassino que sequestrou sua mãe e as manteve cativas por anos no mato, onde Helena nasceu. Quando ele foge da prisão, Helena sabe que será caçada e, para proteger sua família, precisará usar tudo o que aprendeu com o assassino, buscando forças para enfrentar o homem que a ensinou sobre sobrevivência no mato. O filme é uma adaptação do romance psicológico de mesmo nome de Karen Dionne, com roteiro de Mark L. Smith (“O Regresso”) e direção de Neil Burger (“Divergente”), e o elenco ainda destaca Ben Mendelsohn (“Invasão Secreta”) como o pai foragido e Garrett Hedlund (“Na Estrada”) como o namorado de Ridley. PÉROLA Segundo longa dirigido por Murilo Benício (após “O Beijo no Asfalto), a comédia adapta um texto clássico do teatro brasileiro, escrito por Mauro Rasi, que conta a história da matriarca do título pelo ponto de vista do seu filho Mauro, logo após saber da morte da mãe. Ao voltar para sua casa de infância, ele revive momentos da família, principalmente as manias da sua mãe, suas ilusões, senso de humor e desejo de querer controlar todas as coisas, lembrando-a com um carinho particular, que apenas o distanciamento e o tempo permitem. A história segue em torno do relacionamento complexo entre mãe e filho, com conflitos, conversas na cozinha e sonhos traduzidos na construção de uma piscina no quintal. Drica Moraes (“Os Outros”) vive Pérola e Leonardo Fernandes (“Deserto Azul”) é Mauro, o filho que ela não conseguiu controlar nos loucos anos 1970. Exibido no Festival do Rio, o filme foi aplaudido de pé pelo público. RUIM PRA CACHORRO Embora filmes de cachorros falantes sejam uma tradição no cinema infantil, “Ruim para Cachorro” é uma comédia para adultos, permeada por humor escatológico e diálogos repletos de palavrões, distanciando-se do tom usualmente sentimental que se associa à produções caninas. Isto tende a causar uma desconexão entre a expectativa do público e o conteúdo real do filme, o que ajuda a explicar seu fracasso de bilheteria nos EUA. Além disso, os cachorros dublados por comediantes como Will Ferrell (“Barbie”) e Jaime Foxx (“Clonaram Tyrone!”) não impressionaram a crítica, apesar dos elogios a seus treinadores, que conseguiram fazê-los atuar de forma convincente. O filme de Josh Greenbaum (“Duas Tias Loucas de Férias”) segue Reggie, um border terrier de 2 anos (com a voz original de Ferrell) que é abandonado por seu dono Doug (Will Forte, de “Nebraska”) em uma cidade distante de sua casa. Ao ser deixado sozinho, Reggie se junta a Bug, um Boston terrier (dublado por Jamie Foxx), e outros cães de rua, incluindo Hunter, um Grande Dinamarquês ansioso (voz de Randall Park, de “WandaVision”) e Maggie, uma pastora australiana inteligente (dublada por Isla Fisher, de “Truque de Mestre”). Juntos, eles embarcam em uma jornada para se vingar de Doug e ajudar Reggie a morder os genitais de seu ex-dono. O grupo de cães enfrenta diversas situações ao longo de sua jornada, desde festas com pizza e cerveja até um encontro com uma águia predatória. A trama também explora a relação entre Reggie e Bug, que se tornam amigos improváveis e aprendem lições valiosas um com o outro. Apesar de seu humor grosseiro, o longa oferece momentos de observação canina perspicaz que adicionam profundidade à história. DAVID CONTRA OS BANCOS A comédia britânica é baseado na história real de Dave Fishwick (Rory Kinnear, de “Men: Faces do Medo”), um empresário da classe trabalhadora em Burnley, Inglaterra, que decide criar um banco comunitário ético com o objetivo de doar todos os lucros para instituições de caridade locais. O enredo se desenvolve em torno dos desafios legais enfrentados pelo protagonista para estabelecer seu banco, uma vez que grandes instituições financeiras, que dominam o mercado local há 150 anos, estão dispostas a “lutar sujo” para impedir que ele abale o status quo. Com isso, a trama se torna uma história de Davi (ou Dave) contra Golias. Com direção de Chris Foggin (assistente de Madonna em “W.E.: O Romance do Século”), a obra faz parte de uma tradição de filmes “feel-good” britânicos que abordam questões de classe e regionalismo, e visam servir de inspiração para o público. Além de Rory Kinnear, o elenco destaca Joel Fry (“Cruella”) como um advogado cético, que inicialmente vê o caso de Dave como uma batalha impossível, mas que gradualmente se torna um aliado crucial para tirar o banco do papel, e Phoebe Dynevor (“Bridgerton”) numa subtrama romântica com o advogado. TERRA DE DEUS O belíssimo filme do islandês Hlynur Pálmason explora a jornada de um jovem sacerdote luterano dinamarquês (interpretado por Elliott Crosset Hove), que é enviado à Islândia para estabelecer uma igreja. A trama se passa no final do século 19 e aborda temas como fé, colonialismo e a tensão entre a natureza e a civilização. O jovem padre enfrenta desafios tanto físicos quanto espirituais em sua missão, desde a travessia de paisagens inóspitas até o confronto com suas próprias dúvidas e a resistência da população local. Sua relação com seu guia (Ingvar Sigurdsson, de “O Homem do Norte”) serve como um microcosmo das tensões culturais e espirituais que o padre encontra em meio à beleza austera e ameaçadora da Islândia. Fotógrafo amador, o padre também registra as paisagens em imagens, que o filme, por sua vez, exibe aos espectadores numa tela com cortes laterais para evocar o formato de fotografias. Lançado no Festival de Cannes e vencedor de 14 prêmios internacionais, o longa tem 92% de aprovação no Rotten Tomatoes e é o candidato da Islândia à vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2024. A CASA DOS PRAZERES Adaptação do livro erótico de Emma Becker, o filme dirigido por Anissa Bonnefont (“Wonder Boy”) acompanha a vida de Emma (Ana Girardot, de “Les Revenants”), uma escritora que se infiltra em uma casa de prostituição em Berlim para encontrar material para seu próximo livro. A narrativa não busca emitir juízos sobre a prostituição, mas sim oferecer um olhar objetivo e desapegado sobre o tema, focando na jornada pessoal da protagonista e suas interações com outras mulheres no bordel. Entretanto, acaba transformando as cenas de sexo num sumário de fetiches, abrindo mão de explorar a complexidade emocional e psicológica da personagem principal. Ana Girardot recebeu os maiores elogios por sua atuação, descrita como uma das mais corajosas do cinema francês recente, e o elenco ainda destaca Rossy de Palma (“Mães Paralelas”) e Aure Atika (“The Night Manager”). NOSSO LAR O filme “Nosso Lar” estreou originalmente em 2 de abril de 2010, data que marcou os 100 anos de nascimento de Chico Xavier. O relançamento comemora os 80 anos do livro do mesmo nome, escrito em 1943 por Chico Xavier enquanto psicografava o médico André Luiz. O livro acompanha a chegada do médico falecido ao além, onde encontra um “plano espiritual” com vários prédios e moradores. A obra foi considerada polêmica na época, por ser a primeira a abordar a mediunidade de forma aberta. Ele inspirou, por exemplo, a novelista Ivani Ribeiro na criação da novela “A Viagem”. Adaptado pelo diretor Wagner de Assis, que era roteirista de filmes da Xuxa e depois desse sucesso se especializou em produções espíritas, o longa chamou atenção por sua equipe hollywoodiana, incluindo seus efeitos chamativos, da mesma equipe que trabalhou em “Watchmen”, a fotografia de Ueli Steiger (“Godzilla” e “O Dia Depois de Amanhã”) e a trilha comandada pelo compositor Philip Glass. Trata-se, enfim, de uma...
Motel Destino: Karim Aïnouz inicia filmagens de seu novo longa
O premiado diretor cearense Karim Aïnouz iniciou as filmagens de “Motel Destino”, uma obra que tem o erotismo como pano de fundo. Este é o oitavo longa-metragem de ficção do diretor e marca seu retorno ao Brasil após a produção de seu primeiro filme em língua inglesa, “Firebrand”, estrelado por Alicia Vikander e Jude Law, que foi exibido em competição no Festival de Cannes deste ano. Aïnouz já havia sido premiado em Cannes em 2019, onde venceu a mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regard) por “A Vida Invisível”. A narrativa de “Motel Destino” Segundo um comunicado à imprensa, “Motel Destino” é uma “imagem íntima de uma juventude cujo futuro foi roubado por uma elite tóxica e opressora, contra a qual a rebelião e a violência são frequentemente a única saída possível”. Aïnouz descreveu o filme como, acima de tudo, uma história de amor. “O amor entre um jovem periférico que vive contra um sistema que quer vê-lo morto e uma mulher que resiste aos ataques do patriarcado contra sua própria vida”, disse ele. O diretor acrescentou que “Motel Destino” é a saga brasileira do encontro entre uma pessoa em fuga, completamente indefesa, e outra que está sendo esmagada em um casamento abusivo. Ambientação e equipe O cenário vibrante e colorido do Ceará, estado natal do diretor, define o tom visual e narrativo da nova obra. Iago Xavier e Nataly Rocha, dois talentos locais selecionados através de audições com mais de 500 atores, assumem os papéis principais, ao lado do ator Fábio Assunção, indicado ao Emmy Internacional por “Dalva e Herivelto: Uma Canção de Amor” (2011). A narrativa surgiu da parceria de Aïnouz com o Laboratório de Roteiro do Porto Iracema das Artes, uma escola de formação técnica e criativa para estudantes do sistema público de ensino, localizada em Fortaleza. Foi lá que, há muitos anos, ele descobriu e convidou o escritor Wislan Esmeraldo para desenvolver o roteiro do projeto. Posteriormente, Mauricio Zacharias, que também colaborou em obras anteriores de Aïnouz, juntou-se a Esmeraldo no desenvolvimento do roteiro. Hélène Louvart, diretora de fotografia de “A Vida Invisível” e “Firebrand”, também está a bordo do projeto, enquanto Marcos Pedroso, colaborador de longa data de Aïnouz, é responsável pelo design de produção. “Motel Destino” é uma produção da Cinema Inflamável e Gullane, em co-produção com diversas empresas, incluindo Globo Filmes, Telecine e Canal Brasil. A Pandora Filmes será responsável pela distribuição no Brasil, e o projeto conta com o apoio do Departamento de Cultura do Estado do Ceará. Próximo filme em inglês Após “Motel Destino”, Aïnouz mudará seu foco para “Rosebushpruning”, seu segundo projeto em língua inglesa. O filme, anunciado pela The Match Factory e MUBI durante o Festival de Cannes, contará com Kristen Stewart (“Spencer”), Elle Fanning (“The Great”) e Josh O’Connor (“The Crown”) no elenco e tem início de produção previsto para a primavera norte-americana de 2024. O projeto é uma releitura do drama psicológico clássico “De Punhos Cerrados” (1965), do diretor italiano Marco Bellochio, com nova versão escrita pelo roteirista grego Efthimis Filippou (“Piedade”). Combinando elementos psicológicos e crítica social, a trama gira em torno de um jovem que sofre de epilepsia e planeja os assassinatos de sua família disfuncional. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Karim Aïnouz (@karimainouz)
Kristen Stewart e Elle Fanning vão estrelar novo filme de Karim Aïnouz
Kristen Stewart (“Spencer”), Elle Fanning (“The Great”) e Josh O’Connor (“The Crown”) foram anunciados como protagonistas de “Rosebushpruning”, o próximo longa do diretor brasileiro Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”). A trama será uma releitura do drama psicológico clássico “De Punhos Cerrados” (1965), do diretor italiano Marco Bellochio. A nova versão será escrita pelo roteirista grego Efthimis Filippou (“Piedade”). Aïnouz anunciou o longa durante o Festival de Cannes, explicando a importância do filme original. Ele apontou que a obra de Bellochio teve um grande impacto no cinema italiano e na narrativa da época. “Estou animado por colaborar com Efthimis Filippou para revisitar este trabalho icônico para criar uma parábola contemporânea sobre a morte da família patriarcal tradicional – que espero que seja tocante e provocativa em medidas iguais”, declarou. “Rosebushpruning” é descrito como uma sátira sombria que aborda valores familiares e sociais. A trama gira em torno de um jovem que sofre de epilepsia e planeja os assassinatos de sua família disfuncional. Combinando elementos psicológicos e crítica social, o filme será a segunda obra em inglês do cineasta brasileiro. Ainouz está em Cannes para acompanhar a première de “Firebrand”, seu primeiro filme falado em inglês e com um elenco internacional, encabeçado por Alicia Vikander (“Tomb Raider: A Origem”) e Jude Law (“Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore”). Em 2019, o diretor brasileiro foi vencedor da mostra Um Certo Olhar, em Cannes, pelo filme “A Vida Invisível”. As filmagens de “Rosebushpruning” estão programadas para o próximo ano. Até o momento, Stewart, Fanning e O’Connor são os únicos nomes confirmados no elenco.
Para Karim Aïnouz, “Firebrand” é denúncia do machismo histórico: “O patriarcado precisa parar”
Katherine Parr, a sexta, última e única esposa a sobreviver Henrique VIII, foi de certa forma ofuscada pelas anteriores que tiveram fim tráfico, especialmente Ana Bolena e Catarina Howard, ambas decapitadas dramaticamente. Mas “Firebrand”, primeiro filme em inglês do brasileiro Karim Aïnouz, pretende resgatar o interesse na rainha esquecida como denúncia contra o machismo histórico. “Eu estava realmente interessado no fato de que muitas coisas foram feitas sobre Henrique e suas outras esposas, mas nada sobre Katherine”, disse o cineasta ao site Deadline, durante a première do filme neste domingo (21/5) no Festival de Cannes. Na entrevista, a atriz Alicia Vikander, que interpreta Katherine, destacou que a história desta rainha é fascinante. “Uma das primeiras coisas que surgiu na minha pesquisa foi que ela foi a primeira mulher a publicar um livro sob seu próprio nome na história britânica”, apontou a atriz sueca. Ela tinha ideias feministas, era contra o conservadorismo e enfrentou e venceu a ira do sanguinário rei inglês. “É como se, apenas porque ela sobreviveu, não fosse tão interessante”, apontou Vikander, para quem a maior importância dada às outras esposas de Henrique VIII dizem mais sobre o prazer mórbido de ver mulheres sofrerem. A narrativa do filme é uma história de abuso doméstico e a luta de Katherine para sobreviver. E Jude Law, que interpreta o rei com uma perna protética e uma bengala, destacou que a trama vai além dos livros de História. “Acho que a abordagem que Karim teve me envolveu imediatamente. Ele viu isso como um filme sobre este casamento e esta sobrevivência a um casamento, em vez de vê-lo como uma fábula histórica intocável,” disse o ator britânico. Vikander também expressou a profundidade emocional que o papel exigiu, dizendo que houve momentos em que ela se sentiu próxima ao puro terror de ser uma mulher enfrentando a brutalidade. “Eu tive um senso profundo do que muitas mulheres passam”, comentou, “um medo que nunca, nunca passa”. Aïnouz espera que o filme promova uma compreensão da violência que as mulheres têm suportado ao longo dos séculos. Ele vê essa história como um chamado para o fim de sistemas patriarcais opressores, afirmando: “certas coisas precisam acabar. O patriarcado precisa parar, e os tiranos precisam ir embora.” Aplaudido por nove minutos em Cannes, “Firebrand” ainda não tem título em português nem previsão de estreia.
Primeiro filme em inglês de Karim Aïnouz é aplaudido por 8 minutos em Cannes
O destaque deste domingo no 76º Festival de Cannes foi a première mundial do drama histórico “Firebrand”, primeiro filme falado em inglês do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, que retrata a época do rei inglês Henrique VIII. O filme foi muito bem recebido pelo público presente no Grand Theatre Lumière, arrancando aplausos de oito minutos. As primeiras críticas publicadas foram divisivas. A revista The Hollywood Reporter elogiou a estreia de Aïnouz em inglês. “Apesar de estar imerso na atmosfera sombria e melancolia de um país envolvido pela peste e sob domínio tirânico, o filme é marcado por uma vigorosa atitude contemporânea. O diretor evita os truques anacrônicos usuais e, em vez disso, instila sua modernidade e suas reflexões sobre disparidade de gênero e abuso conjugal por meios mais sutis”. Mas outros não gostaram do revisionismo histórico, que já fazia parte do livro em que a trama se baseia, uma ficção escrita por Elizabeth Fremantle. Aïnouz dirigiu um roteiro das gêmeas Henrietta e Jessica Ashworth (“Fale com as Abelhas”) e um elenco encabeçado por Alicia Vikander (“Tomb Raider: A Origem”) e Jude Law (“Peter Pan e Wendy”). E o THR diz que a atriz tem seu “melhor trabalho desde ‘Ex-Machina’ (2014)”. No filme, que participa da competição do festival francês, Vikander tem o papel de Catherine Parr, a sexta e última esposa de Henrique VIII, uma figura feminista imponente que sobreviveu ao famigerado rei. Ela costuma ser a esposa menos lembrada pelo cinema, mas, de todas as mulheres do rei, foi a única que sobreviveu e ainda teve uma grande influência sobre os príncipes Edward, Mary e a eventual Rainha da Inglaterra, Elizabeth I. As esposas de Henrique VIII tiveram destinos trágicos, duas delas mortas por decapitação. Mas, com o rei em guerra no exterior, Catherine é nomeada regente e se empenha em impulsionar um futuro mais inovador, fundamentado em suas convicções protestantes. A revista Variety afirmou que o roteiro “é inteligente em reformular Catherine como uma figura importante nas mudanças da Inglaterra. Mas isso vai longe demais”. Já Jude Law interpreta um monarca em declínio, que retorna de uma batalha com uma séria doença em sua perna direita, cheia de pus. “Este filme recebe uma carga de tensão toda vez que Law aparece em toda a sua elegância: rugindo, sorrindo, estremecendo e ansiando por ser amado”, escreveu o jornal britânico The Guardian. O filme é repleto de intrigas palacianas, com Henrique enfrentando os irmãos Seymours, tios do príncipe herdeiro Edward, um deles interessado em Catherine, e é narrado pela futura rainha Elizabeth, filha do rei decadente, que sobrevive às mortes precoces dos irmãos. O jornal britânico The Telegraph” alerta que “o material, o romance ‘Queen’s Gambit’, de Elizabeth Fremantle, poderia ter se prestado melhor a uma minissérie. Do jeito que está, Aïnouz só tem tempo para intrigas políticas esboçadas com os irmãos Seymour”, mas elogia “um dos diretores mais interessantes do Brasil” por “fornecer pinceladas de Vermeer nesta estreia em inglês” e a beleza visual do filme. Já na crítica mais positiva publicada, o site Deadline afirma: “Com um diretor brasileiro e uma estrela sueca vencedora do Oscar, o filme consegue escapar de ser apenas mais um figurino enfadonho ou uma aula de história, deixando o ponto de vista de um estrangeiro se insinuar na conversa, que, de outra forma, seria muito britânica. ‘Firebrand’ não é apenas divertido, mas também esclarecedor, finalmente dando a Parr o que merece. OK, demorou quase 500 anos, mas aqui estamos nós”. Aïnouz tem um histórico notável em Cannes, incluindo “A Vida Invisível”, que levou o prêmio Un Certain Regard em 2019, além de “O Marinheiro das Montanhas”, que estreou no festival em 2021. Além de Vikander e Law, também estão no elenco Sam Riley (“Malévola”) como Thomas Seymour, Eddie Marsan (“Ray Donovan”) como Edward Seymour, Patsy Ferran (“Jamestown”) como a Princesa Mary, Junia Rees (“Tell That to the Winter Sea”) como a Princesa Elizabeth e Simon Russell-Beale (“A Casa do Dragão”) como o bispo Stephen Gardiner. “Firebrand” ainda não tem previsão de estreia. A recepção a “Firebrand” em #cannes. pic.twitter.com/DJRPUWU6pP — Chico Fireman (@filmesdochico) May 21, 2023
Festival de Cannes começa com polêmica, volta de brasileiros e recorde de cineastas femininas
O 76º Festival de Cannes inicia nesta terça-feira (16/5), em meio a críticas e mudanças. Após uma versão simbólica em 2020 e uma mais enxuta em 2021, o festival reconquista neste ano o seu posto como a maior e mais glamourosa plataforma da indústria no planeta. Saudado por sua importância na revelação de grandes obras, que pautarão o olhar cinematográfico pelo resto do ano, o evento francês também costuma enfrentar críticas por elencar personalidades envolvidas em escândalos. Neste ano, o evento abrirá com a exibição do drama histórico “Jeanne du Barry” (fora de competição), estrelado por Johnny Depp (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald”), que está recuperando sua imagem após ser acusado de agredir e violentar sua ex-esposa, Amber Heard. Em relação às críticas, o diretor do evento, Thierry Fremaux, afirmou não se importar com o julgamento do ator. “Não conheço a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Não sei o que é, Johnny Depp só me interessa como ator. Sou a pessoa menos indicada para falar de tudo isso, porque se há alguém que não se interessou por este mesmo julgamento midiático, sou eu”, declarou Frémaux. Esta não é a primeira vez que o evento é criticado por ignorar pautas femininas. O festival, que estendeu tapete vermelho para Woody Allen exibir “Meia-Noite em Paris” e “Café Society” (durante o auge do #MeToo), também “perdoou” o cineasta Lars von Trier (“Melancolia”), acusado pela cantora Björk de assédio sexual. Neste ano, porém, há uma pequena mudança: dentre os 19 filmes competindo pela Palma de Ouro (premiação máxima), seis deles são dirigidos por mulheres – um recorde para o festival. São eles: “Club Zero” de Jessica Hausner; “Les Filles D’Olfa” de Kaouther Ben Hania; “Anatomie D’une Chute” de Justine Triet; “La Chimera” de Alice Rohrwacher; “L’Ete Dernier” de Catherine Breillat e “Banel Et Adama” de Ramata-Toulaye Sy. O Festival de 2023 também bateu recorde de mulheres selecionadas fora da competição principal – ou seja, incluindo mostras alternativas como a Un Certain Regard e exibições especiais. São 14 títulos dirigidos por mulheres entre os 51 anunciados. Depois da ausência no ano passado, o cinema brasileiro também retorna em grande estilo em 2023. O país está sendo representado por quatro longas-metragens na programação: “A Flor do Buriti” , dirigido por João Salaviza (“Russa”) e Renée Nader Messora (“Chuva e Cantoria na Aldeia dos Mortos”), na mostra Um Certo Olhar; “Levante”, de Lillah Halla (“Menarca”), na Semana da Crítica; “Nelson Pereira dos Santos — Uma Vida de Cinema”, dirigido por Aída Marques (“Estação Aurora”) e Ivelise Ferreira (“A Música Segundo Tom Jobim”), na Cannes Classics; e “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”), nas Sessões Especiais. Para completar, o cineasta cearense Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”) dirige a produção britânica “Firebrand”, que está competindo pela Palma de Ouro. Aïnouz comentou sobre a importância da exibição de longas brasileiros no festival. “É lindo ter essa presença brasileira em Cannes este ano. É importante estarmos de volta à arena cinematográfica internacional”, disse ao jornal O Globo. “Confesso que ficaria mais feliz ainda se ‘Firebrand’ fosse inteiramente brasileiro. Mas tudo bem, a alma dele é brasileira, tem muito calor, independentemente de falar sobre a família real inglesa do século XVI”, completou. O programa apresenta ainda uma seleção de destaque do cinema internacional, incluindo renomados diretores como Wim Wenders (“Papa Francisco: Um Homem de Palavra”), Wes Anderson (“A Crônica Francesa”), Ken Loach (“Eu, Daniel Blake”), Nuri Bilge Ceylan (“A Árvore dos Frutos Selvagens”), Todd Haynes (“Carol”), Nanni Moretti (“Habemus Papam”), Pedro Almodóvar (“Mães Paralelas”), Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”) e Marco Bellocchio (“O Traidor”), juntamente com jovens cineastas de diferentes origens. Além disso, duas aguardadas superproduções de Hollywood estão programadas para terem sua estreia na pequena cidade da Riviera Francesa: “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, o quinto e último capítulo da famosa franquia estrelada por Harrison Ford (“Falando a Real”), e “Assassinos da Lua das Flores”, dirigido por Martin Scorsese (“As Últimas Estrelas do Cinema”) e estrelado por Leonardo DiCaprio (“Não Olhe para Cima”). A recém-empossada presidente do festival Iris Knobloch comentou sobre o evento ao anunciar o programa. “Poderíamos falar de uma volta às origens, mas eu prefiro dizer que Cannes está de volta para o futuro. Cannes oferece uma fotografia do presente cinematográfico, e a seleção dá uma ideia do que agita o cinema neste momento. É um programa estética e geograficamente abrangente. Os filmes e o público estão de volta aos cinemas”, destacou. Confira abaixo a lista atualizada dos títulos em competição nas principais mostras do evento. Concorrentes à Palma de Ouro Club Zero – Jessica Hausner The Zone of Interest – Jonathan Glazer Fallen Leaves – Aki Kaurismaki Les Filles D’Olfa – Kaouther Ben Hania Asteroid City – Wes Anderson Anatomie d’Une Chute – Justine Triet Monster – Kore-Eda Hirokazu Il Sol dell’Avvenire – Nanni Moretti L’Été Dernier – Catherine Breillat Kuru Otlar Ustune – Nuri Bilge La Chimera – Alice Rohrwacher La Passion de Dodin Bouffant – Tran Anh Hun Rapito – Marco Bellocchio May December – Todd Haynes Jeunesse – Wang Bing The Old Oak – Ken Loach Banel e Adama – Ramata-Toulaye Sy Perfect Days – Wim Wenders Firebrand – Karim Aïnouz Filmes indicados ao prêmio Un Certain Regard Le Règne Animal – Thomas Cailley Los Delincuentes – Rodrigo Moreno How to Have Sex – Molly Manning Walker Goodbye Julia – Mohamed Kordofani Kadib Abyad – Asmae El Moudir Simple Comme Sylvain – Monia Chokri A Flor do Buriti – João Salaviza e Renée Nader Messora Los Colonos – Felipe Gálvez Augure – Baloji Tshiani The Breaking Ice – Anthony Chen Rosalie – Stéphanie Di Giusto The New Boy – Warwick Thornton If Only I Could Hibernate – Zoljargal Purevdash Hopeless – Kim Chang-hoon Terrestrial Verses – Ali Asgari e Alireza Khatami Rien à Perdre – Delphine Deloget Les Meutes – Kamal Lazraq Filmes que serão exibidos no Festival de Cannes 2023 Jeanne Du Barry – Maïwenn (abertura do festival) Indiana Jones e o Chamado do Destino – James Mangold (fora de competição) Cobweb – Kim Jee-woon (fora de competição) The Idol – Sam Levinson (fora de competição) Killers of the Flower Moon – Martin Scorsese (fora de competição) Kennedy – Anurag Kashyap (sessão da meia-noite) Omar la Fraise – Elias Belkeddar (sessão da meia-noite) Acide – Just Philippot (sessão da meia-noite) Kubi – Takeshi Kitano (Cannes Première) Bonnard, Pierre et Marthe – Martin Provost (Cannes Première) Cerrar Los Ojos – Victor Erice (Cannes Première) Le Temps d’Aimer – Katell Quillévéré (Cannes Première) Man in Black – Wang Bing (sessões especiais) Occupied City – Steve McQueen (sessões especiais) Anselm (Das Rauschen der Zeit) – Wim Wenders (sessões especiais) Retratos Fantasmas – Kleber Mendonça Filho (sessões especiais)
Firebrand: Filme de Karim Ainouz divulga primeira foto de Alicia Vikander
A Brouhaha Entertainment divulgou a primeira nova foto de Alicia Vikander (“Ex Machina”) no filme “Firebrand”, estreia do brasileiro Karim Ainouz (“A Vida Invisível”) em inglês. A imagem mostra Vikander sentada, trajando roupas da nobreza britânica do século 16, cercada por suas damas de companhia. “Firebrand”, descrito como um “thriller psicológico” por Ainouz, conta a história de como Katherine Parr sobreviveu ao casamento com o monstruoso rei Henry VIII, cujo comportamento brutal também é explorado na trama. Jude Law (“Capitã Marvel”) interpreta o rei na produção, que é baseada no livro best seller de Elizabeth Fremantle, “Queen’s Gambit”. O nome do filme foi trocado para “Firebrand” para evitar confusões com a série de mesmo nome da Netflix. Gabrielle Tana, fundadora do Brouhaha Entertainment, que produz o filme, afirmou que a história não vai “romantizar” os casamentos da realeza. “Henry era um sanguinário, foi um casamento podre”. Além de Vikander e Law, também estão no elenco Patsy Ferran (“Jamestown”) como a Princesa Mary, Junia Rees (“Tell That to the Winter Sea”) como a Princesa Elizabeth e Simon Russell-Beale (“A Casa do Dragão”) como Stephen Gardiner. O filme terá première mundial no Festival de Cannes, agora em maio, mas ainda não tem previsão de estreia comercial.
Com brasileiros e recorde de mulheres, Festival de Cannes anuncia filmes selecionados
O Festival de Cannes anunciou nesta quinta-feira (13/4) os filmes selecionados para a disputa da Palma de Ouro na 76ª edição da premiação, além dos títulos que vão fazer parte de exibições e mostras. A 76ª edição do evento, que ocorre de 16 e 27 de maio, vai contar com três longas brasileiros e é marcado pelo recorde de mulheres indicadas. A edição de 2023 do Festival de Cannes traz o recorde de seleção de produções dirigidas por mulheres. São seis diretoras indicadas na categoria principal e outras 14 foram em outras categorias, de um total de 51 filmes selecionados. Apesar de ser o maior número já registrado desde, a participação delas ainda não chega a 50%. Na premiação principal, as produções dirigidas por mulheres indicados ao prêmio são: La Chimera (Alice Rohrwacher), Club Zero (Jessica Hausner), Last Summer (Catherine Breillat), Anatomie d’une chute (Justine Triet), Banel et Adama (Ramata-Toulaye Sy), e Olfa’s Daughters (Kaouther Ben Hania). O recorde anterior é da edição de 2022, com 5 mulheres na categoria principal. Até então, apenas duas mulheres venceram a Palma de Ouro desde a criação do prêmio: Jane Campion, com “O Piano”, em 1993, e Julia Ducournau, com “Titane”, em 2021. O Festival traz também o Brasil na disputa principal com o diretor Karim Aïnouz> (“A Vida Invisível”) e seu filme “Firebrand”, que tem como enredo o casamento da rainha Catarina Parr e do rei Henrique VIII, e traz Jude Law e Alicia Vikander no elenco. Além de “Firebrand”, o documentário “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”), vai estrear na mostra Cannes Premières, trazendo o centro de Recife como personagem principal. Já “A Flor do Buriti”, da brasileira Renée Nader Messora com o português João Salaviza, vai estar na mostra Um Certo Olhar (Un Certain Regarde). Entre os filmes que vão fazer parte do Festival, vale destacar “Asteroid City”, de Wes Anderson (“O Grande Hotel Budapeste”), que traz nomes de peso no elenco, como Tom Hanks, Margot Robbie, Scarlett Johansson e Tilda Swinton. Os aguardados “Killers of the Flower Moon”, de Martin Scorsese, o quinto filme da saga “Indiana Jones” e até a série “Idol”, da HBO, também estarão em Cannes. São destaques ainda o novo curta de Almodóvar, “Strange Way of Life”, que traz Pedro Pascal e Ethan Hawke como um casal gay, e “Jeanne Du Barry”, que abre o evento e marca a volta de Johnny Depp às telonas como Luís XV, após o midiático julgamento por difamação contra sua ex, Amber Heard. Mas o evento também contará com outros nomes conhecidos dos cinéfilos e habituês do evento, como Jonathan Glazer (“Sob a Pele”), Aki Kaurismaki (“O Outro Lado da Esperança”), Hirokazu Kore-eda (“Assunto de Família”), Nanni Moretti (“Tre Piani”), Nuri Bilge Ceylan (“Sono de Inverno”), Todd Haynes (“Carol”), Marco Bellocchio (“O Traidor”) e os veteranos multipremiados Ken Loach (“Eu, Daniel Blake”) e Wim Wenders (“O Sal da Terra”). Confira abaixo os títulos que vão passar por Cannes. Filme de abertura: Jeanne Du Barry, de Maïwenn Mostra Competitiva (Palma de Ouro) Club Zero, de Jessica Hausner The Zone of Interest, de Jonathan Glazer Fallen Leaves, de Aki Kaurismaki Les Filles d’Olfa, de Kaouther Ben Hania Asteroid City, de Wes Anderson Anatomie d’une Chute, de Justine Triet Monster, de Hirokazu Kore-eda Il Sol dell’Avvenire, de Nanni Moretti L’été Dernier, de Catherine Breillat Kuru Otlar Ustune, de Nuri Bilge Ceylan La Chimera, de Alice Rohrwacher La Passion de Dodin Bouffant, de Tran Anh Hùng Rapito, de Marco Bellocchio May December, de Todd Haynes Jeunesse, de Wang Bing The Old Oak, de Ken Loach Banel e Adama, de Ramata-Toulaye Sy Perfect Days, de Wim Wenders Un Certain Regarde: Règne Animal, de Thomas Cailley (filme de abertura) Los Delincuentes, de Rodrigo Moreno How to Have Sex, de Molly Manning Walker Goodbye Julia, de Mohamed Kordofani Kadib Abyad, de Asmae El Moudir Simple Comme Sylvain, de Monia Chokri A Flor do Buriti, de João Salaviza e Renée Nader Messora Los Colonos, de Felipe Gálvez Augure, de Baloji Tshiani The Breaking Ice, de Anthony Chen Rosalie, de Stéphanie Di Giusto The New Boy, de Warwick Thornton If Only I Could Hibernate, de Zoljargal Purevdash Hopeless, de Kim Chang-hoon Terrestrial Verses, de Ali Asgari e Alireza Khatami Rien à Perdre, de Delphine Deloget Les Meutes, de Kamal Lazraq Exibições fora de competição Indiana Jones e a Relíquia do Destino, de James Mangold Cobweb, de Kim Jee-woon The Idol, de Sam Levinson Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese Sessões da meia-noite Kennedy, de Anurag Kashyap Omar la Fraise, de Elias Belkeddar Acide, de Just Philippot Estreias em Cannes Kubi, de Takeshi Kitano Bonnard, Pierre et Marthe, de Martin Provost Cerrar Los Ojos, de Victor Erice Le Temps d’Aimer, de Katell Quillévéré Exibições Especiais Man in Black, de Wang Bing Occupied City, de Steve McQueen Anselm (Das Rauschen der Zeit), de Wim Wenders Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho
Festival de Berlim 2022 começa em clima de pandemia
O Festival de Berlim começa sua 72ª edição nesta quinta (10/2) em clima de pandemia, cercado de protocolos sanitários, como testes e exigência de vacinação, e sem festas e eventos públicos. A programação também foi compactada. Todos os 256 títulos serão exibidos até o dia 16, e os quatro dias restantes serão dedicados a reprises. Além disso, o European Film Market, a seção de negócios do festival, foi transformada em evento virtual. Tudo isso para exibir filmes de forma presencial, depois da edição online do ano passado. “Se fossemos obrigados a voltar ao virtual, teríamos que fazer uma nova seleção de filmes, pois metade está comprometida com a projeção em salas”, afirmou Carlo Chatrian, diretor artístico da Berlinale. Com apenas um filme americano em competição, pois, segundo Chatrian, os demais inscritos não eram “fortes o suficiente”, a disputa do Urso de Ouro destaca cineastas europeus e asiáticos. Além do filme de Ozon, que faz uma homenagem ao mítico “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant”, de Rainer Werner Fassbinder, outros destaques da mostra competitiva são o novo filme do sul-coreano Hong Sang-soo, “The Novelist’s Film”, a nova produção da francesa Claire Denis, “Avec Amour et Acharnement”, e o segundo longa solo do italiano Paolo Taviani após a morte do irmão, “Leonora Addio”. O cineasta M. Night Shyamalan é o presidente do júri, que inclui o cineasta brasileiro Karim Aïnouz e entregará o Leão de Ouro ao melhor da competição no dia 20. Fora da competição, a programação se estende por várias mostras, que exibirão desde “Dark Glasses”, a volta do mestre Dario Argento ao terror, até seis títulos brasileiros. Na principal mostra paralela, a Panorama, o destaque é “Fogaréu”, drama de Flávia Neves, estrelado por Bárbara Colen, sobre estruturas coloniais e desigualdade que resistem no interior do Brasil. Na Forum, são dois longas. “Mato Seco em Chamas”, codirigido por Adirley Queirós e pela portuguesa Joana Pimenta, mostra o contraste entre a realidade de mulheres de Ceilândia e a venda de petróleo encontrado sob a cidade, enquanto “Três Tigres Tristes”, de Gustavo Vinagre, aborda a situação de jovens queer de São Paulo durante a pandemia de covid-19. Os demais títulos são curtas-metragens: “O Dente do Dragão”, de Rafael Castanheira Parrode, que estará na mostra Forum Expanded, “Manhã de Domingo”, de Bruno Ribeiro, e “Se Hace Camino al Andar”, de Paula Gaitán.
Festival de Berlim anuncia júri internacional com o brasileiro Karim Aïnouz
A organização do Festival de Berlim anunciou o júri da 72ª edição do evento, que determinará os filmes e artistas premiados com os Ursos de Ouro e de Prata. Entre os novos membros que se juntarão ao cineasta M. Night Shyamalan (“Tempo”), presidente do júri, está está o brasileiro Karim Aïnouz, diretor de “A Vida Invisível”. Além dele, o produtor franco-tunisiano Saïd Ben Saïd também é conhecido do cinema nacional por ter produzido “Bacurau” (2019), entre muitos clássicos internacionais. Os demais integrantes são a atriz dinamarquesa Connie Nielsen (“Mulher-Maravilha”), a diretora alemã Anne Zohra Berrached (“O Dia Que Mudou o Mundo”), a cineasta do Zimbábue Tsitsi Dangarembga (“I Want a Wedding Dress”) e o diretor japonês do momento, Ryûsuke Hamaguchi (“Drive My Car”). O Festival de Berlim deste ano vai acontecer de 10 a 16 de fevereiro. Presenting the International Jury of the Berlinale 2022! M. Night Shyamalan will head the jury. The other jury members are Karim Aïnouz, Saïd Ben Saïd, Anne Zohra Berrached, Tsitsi Dangarembga, Ryûsuke Hamaguchi and Connie Nielsen. More info: https://t.co/ldbb1fJVRX #Berlinale pic.twitter.com/xM3zCvUBcU — Berlinale (@berlinale) January 26, 2022
Documentário “5 Casas” vence festival Cine Ceará
A 31ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema premiou na noite desta sexta-feira (3/12) o documentário “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto, com o Troféu Mucuripe de Melhor Filme. Com cinco personagens principais muito diferentes uns dos outros, o filme é uma viagem pela memória da infância do diretor em Dom Pedrito, interior do Rio Grande do Sul, lembrando da professora ao amigo gay, em meio a perdas sentidas. O trabalho, que já tinha chamado atenção no circuito internacional, também recebeu os prêmios de Melhor Roteiro (Bruno Gularte Barreto e Vicente Moreno) e Som (Emil Klotzsh). O prêmio de Melhor Direção foi para Alicia Cano Menoni por “Bosco”, filme que também conquistou três troféus – incluindo Montagem (Guillermo Madeiro) eTrilha Sonora Original (Giorgio Ferrero e Rodolfo Mong). Já os vencedores das categorias de interpretação foram dois atores do mesmo longa: Clebia Sousa e Vanderlei Bernardino de “Fortaleza Hotel”, novo filme de Armando Praça – que em 2019 venceu o Cine Ceará com “Greta”. Para completar, “A Praia do Fim do Mundo” rendeu ao cineasta Petrus Cariry o troféu de Melhor Fotografia, além de levar o Prêmio da Crítica e de Direção de Arte (Sergio Silveira). Em 2011, o diretor foi o grande vencedor do festival pelo longa-metragem “Mãe e Filha”. A cerimônia de premiação aconteceu no Cineteatro São Luiz e prestou homenagem ao governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que recebeu o troféu Eusélio Oliveira como reconhecimento por seu trabalho em prol da Cultura no Estado, em especial no setor audiovisual cearense, em meio à pandemia de covid-19. Após a premiação ainda houve uma sessão especial de “O Marinheiro das Montanhas”, documentário de Karim Aïnouz que teve première mundial no último Festival de Cannes e ainda é inédito em circuito comercial no Brasil. Confira abaixo a lista completa dos premiados. MOSTRA COMPETITIVA IBERO-AMERICANA DE LONGA-METRAGEM Melhor Longa-metragem “5 Casas”, de Bruno Gularte Barreto Melhor Direção Alicia Cano Menoni, por “Bosco” Melhor Atuação Feminina Clebia Sousa, por “Fortaleza Hotel” Melhor Atuação Masculina Vanderlei Bernardino, por “Fortaleza Hotel” Melhor Roteiro Bruno Gularte Barreto e Vicente Moreno, por “5 Casas” Melhor Fotografia Petrus Cariry, por “A Praia no Fim do Mundo” Melhor Montagem Guillermo Madeiro, por “Bosco” Melhor Trilha Sonora Original Giorgio Ferrero e Rodolfo Mong, por “Bosco” Melhor Som Emil Klotzsh, por “5 Casas” Melhor Direção de Arte Sergio Silveira, por “A Praia do Fim do Mundo” Prêmio da Crítica – Abraccine “A Praia do Fim do Mundo”, de Petrus Cariry MOSTRA COMPETITIVA BRASILEIRA DE CURTA-METRAGEM Melhor Curta-metragem “Chão de Fábrica”, de Nina Kopko Melhor Direção Pedro Gonçalves, por “O Resto” Melhor Roteiro Carlos Segundo, por “Sideral” Prêmio da Crítica – Abraccine “O Durião Proibido”, de Txai Ferraz Prêmio Canal Brasil de Curtas “Chão de Fábrica”, de Nina Kopko Troféu Samburá Melhor Curta “Sideral”, de Carlos Segundo Troféu Samburá Melhor Direção Júlia Fávero e Victoria Negreiros, por “Como Respirar Fora d’Água” MOSTRA OLHAR DO CEARÁ Melhor Longa-metragem “Minas Urbanas”, de Natália Gondim Melhor Curta-metragem “Sebastiana”, de Cláudio Martins Prêmio Unifor de Audiovisual “Sebastiana”, de Cláudio Martins PRÊMIO ÁGUA E RESISTÊNCIA Júri Olhar Universitário “Jeanstopia”, de Gabriel Viggo E Murilo Da Paz MOSTRA PONTES CRIATIVAS Melhores Curtas-metragens “Eu Sou as Cores, Você É a Praça”, de Paulo Ribeiro e Anio Tales Carin “Eu Não Sou Daqui”, de Leandro Olímpio
Exibido em Cannes, novo filme de Karim Aïnouz vai encerrar Cine Ceará
“O Marinheiro das Montanhas”, documentário de Karim Aïnouz exibido no Festival de Cannes, terá sua première nacional no 31º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, que acontece em Fortaleza, cidade natal do cineasta, entre 27 de novembro e 3 de dezembro. A obra de Aïnouz será o filme de encerramento do festival, que este ano acontecerá em formato híbrido, com exibições presenciais no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, no Canal Brasil, na Globoplay e no YouTube. O longa é todo narrado pelo diretor, que lê uma carta para a sua mãe, já falecida. Ela se transforma em uma companheira imaginária de uma viagem, em que Aïnouz busca as raízes de sua família na Argélia, numa jornada que começa pela travessia de barco pelo Mar Mediterrâneo e leva até as Montanhas Altas no norte do país – por isso, o título – , em busca do povoado em que seu pai nasceu. Veja um trecho do filme abaixo.











