Sci-fi clássica Aldeia dos Malditos vai virar série
O canal pago britânico Sky está desenvolvendo uma nova adaptação da sci-fi clássica “Village of the Damned”. A atração será uma minissérie, baseada no livro “The Midwich Cuckoos”, de John Wyndham, que inspirou o famoso longa de 1960, lançado no Brasil como “A Aldeia dos Amaldiçoados”, e seu remake de 1995 (“A Cidade dos Amaldiçoados”), feito pelo mestre John Carpenter – e com Christopher Reeve (o Superman) no papel principal. O roteirista David Farr, criador da série “Hanna“ e roteirista da minissérie “The Night Manager”, é o responsável pela adaptação. Lançado em 1956, o livro de Wyndham – assim como os filmes – conta a história de uma pacata vila inglesa chamada Midwich, onde uma série de eventos estranhos culmina com as mulheres da comunidade dando à luz crianças loiras com olhos brilhantes e poderes sobrenaturais. A nova versão ainda não tem previsão de estreia.
The Thing vai ganhar terceira adaptação no cinema, pela primeira vez completa
A Universal Pictures e a Blumhouse Productions anunciaram o projeto de uma nova versão de “The Thing”, clássico que combina sci-fi e terror. A história que rendeu os cultuados “O Monstro do Ártico” (1951) e “O Enigma de Outro Mundo” (1982), ambos chamados de “The Thing” em inglês, é baseada num conto de John W. Campbell Jr., chamado “Who Goes There?”. E o novo filme será uma versão diferenciada dos anteriores por adaptar a história completa, encontrada apenas recentemente. Originalmente publicado em 1938, o conto acompanhava um grupo de cientistas no Ártico (Antártica no filme de 1982) que passa a ser caçado dentro de sua base por uma criatura alienígena, capaz de tomar a forma humana, levantando suspeita e paranoia entre os sobreviventes, enquanto elimina um por um. O detalhe é que, em 2018, um manuscrito inédito de Campbell Jr. foi encontrado, apresentando uma versão diferente, que expandia a história dos personagens e a ambientação. Intitulado de “Frozen Hell”, a obra publicada postumamente é uma espécie de versão completa do conto original. E será este livro que ganhará adaptação pela, digamos, “primeira” vez. Em comunicado, o produtor-executivo Alan Donnes explicou a diferença e sugeriu que o longa também será influenciado pelas adaptações anteriores: “Agora, pela primeira vez, a visão completa de Campbell será realizada no cinema. O filme inédito combinará o melhor de ‘O Monstro do Ártico’, ‘O Enigma de Outro Mundo’ e também dos dois contos, ‘Who Goes There?’ e ‘Frozen Hell’.” Considerado um dos melhores filmes de John Carpenter, “O Enigma de Outro Mundo” (1982) também teve uma continuação, igualmente chamada de “The Thing”, em 2011. Ainda não há detalhes sobre o elenco, produção ou estreia do novo filme.
Continuação de Halloween encerra suas filmagens
O perfil da franquia “Halloween” anunciou no Twitter que as filmagens do novo capítulo da saga, “Halloween Kills”, foram encerradas. O anúncio foi acompanhado por uma imagem de bastidores com dois personagens do filme original, que tinham desaparecido das continuações. Os dois personagens eram as crianças que estavam sob os cuidados da então babá Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) durante o primeiro ataque do psicopata mascarado em 1978. Kyle Richards, que deu continuidade à carreira de atriz e foi até uma das enfermeiras da série “Plantão Médico” (E.R.), repete seu papel da época, como Lindsey Wallace, mas Tommy Doyle ganhou novo intérprete em sua versão adulta: Anthony Michael Hall (“O Vidente”). Jamie Lee Curtis também estará de volta, assim como Judy Greer e Andi Matichak, que interpretaram a filha e a neta de Laurie Strode no filme de 2018. O próximo filme será o segundo de uma nova trilogia, iniciada no ano passado por “Halloween” e que se encerrará em 2021 com “Halloween Ends”. Novamente dirigido por David Gordon Green, “Halloween Kills” tem estreia prevista para o próximo Halloween. That’s a wrap on #HalloweenKills, in theatres October 16, 2020! ?? #Halloween #MichaelMyers pic.twitter.com/H3TSXmvGHd — HalloweenMovies™ (@Halloweenmovies) November 4, 2019
Jamie Lee Curtis revela primeiro teaser de Halloween Kills
A atriz Jamie Lee Curtis aproveitou a data do Halloween nesta quinta (31/10) para compartilhar as primeiras cenas de bastidores da continuação da franquia nas redes sociais. Ela postou um vídeo que serve como teaser de “Halloween Kills”, próximo capítulo de sua eterna luta contra o psicopata mascarado Michael Meyers, iniciada em 1978. A prévia traz o diretor David Gordon Green gritando “ação!” e trechos carregados de tensão, com aparições breves do assassino Michael Myers e de Laurie Strode, a personagem de Curtis. Ela aparece ensanguentada numa maca, desejando um “feliz Halloween” aos fãs. O próximo filme será o segundo de uma nova trilogia, iniciada no ano passado por “Halloween” e que se encerrará em 2021 com “Halloween Ends”. Judy Greer e Andi Matichak, que interpretaram a filha e a neta de Curtis no filme de 2018, também devem retornar ao elenco, assim como as crianças do filme original, que estavam sob os cuidados da então babá Laurie durante o primeiro ataque do psicopata mascarado, há 41 anos. Kyle Richards, que deu continuidade à carreira de atriz e foi até uma das enfermeiras da série “Plantão Médico” (E.R.), repetirá seu papel da época, como Lindsey Wallace. Mas Tommy Doyle terá novo intérprete em sua versão adulta: Anthony Michael Hall (“O Vidente”). “Halloween Kills” tem estreia prevista para o próximo Halloween. ‘Tis the season….. to start screaming. First look at the mayhem David has created for all of you. @halloweenmovie #halloweenkills #strodesstrong @universalpictures @miramax @blumhouse @halloweenmovie pic.twitter.com/klrpzk1Ykg — Jamie Lee Curtis (@jamieleecurtis) October 31, 2019
Novo Halloween vai resgatar as crianças do filme de 1978
Quem viu o “Halloween” original, escrito e dirigido por John Carpenter em 1978, deve recordar que Laurie Strode (papel consagrado por Jamie Lee Curtis) trabalhava como babá quando foi atacada por Michael Myers. O que poucos lembram são as crianças da história. Pois os personagens mirins do filme original vão reaparecer na próxima continuação da franquia. Lindsay Wallace e Tommy Doyle, as crianças que estavam sob os cuidados de Laurie durante o ataque do psicopata mascarado, fazem parte da nova história. Doyle será interpretado, em sua versão adulta, por Anthony Michael Hall (“O Vidente”). Mas a menina terá a mesma intérprete do filme original: Kyle Richards, que deu continuidade à carreira de atriz e foi até uma das enfermeiras da série “Plantão Médico” (E.R.). Intitulado “Halloween Kills”, o próximo filme será o segundo de uma nova trilogia, iniciada no ano passado por “Halloween” e que se encerrará com “Halloween Ends”. “Halloween Kills” vai estrear em 15 de outubro de 2020 e “Halloween Ends”, de nome bastante sugestivo, chega aos cinemas brasileiros em 16 de outubro de 2021, sempre um dia antes do lançamento nos Estados Unidos. Ambos serão novamente escritos por Danny McBride e David Gordon Green, com o último assumindo a direção. Os dois também trabalharão com John Carpenter, criador da franquia, que mais uma vez assinará a trilha sonora da produção.
Universal anuncia mais duas continuações do terror Halloween
O psicopata Michael Myers nunca morre. E nem, aparentemente, sua inimiga Laurie Strode. Graças a isso, a franquia de terror “Halloween” terá mais duas continuações escritas por Danny McBride e dirigidas por David Gordon Green, que assinaram o revival de sucesso de 2018. As continuações foram anunciadas por meio de um vídeo do estúdio Universal, que revela os títulos e suas datas de estreia nos Estados Unidos. “Halloween Kills” vai estrear em 16 de outubro de 2020 e “Halloween Ends”, de nome bastante sugestivo, chega aos cinemas americanos em 15 de outubro de 2021. Os filmes ainda não têm previsão de lançamento no Brasil. Jamie Lee Curtis, estrela do longa original de 1978 e do revival, vai repetir o papel de Laurie Strode nos dois filmes. Ela repercutiu a notícia das produções no Twitter, avisando: “Bem, meus amigos… estou apenas me aquecendo. Feliz Halloween!”. O diretor John Carpenter, que concebeu os personagens nos anos 1970, também continua a bordo como produtor, ao lado de Jason Blum, da Blumhouse.
Criador de Halloween vai escrever quadrinhos do Coringa
O cineasta John Carpenter, criador de clássicos do terror e da ficção científica como “Halloween” (1978), “Fuga de Nova York” (1981) e “O Enigma de Outro Mundo” (1982), vai escrever uma história inédita do Coringa para a DC Comics. A graphic novel fará parte do evento “Year of the Villain”, que repercute a transformação de Lex Luthor num híbrido alienígena e sua oferta “irrecusável” para os principais vilões da editora, prometendo aprimoramentos para os piores de todos. O Coringa, porém, não quer esperar que Luthor o procure para demonstrar ser o pior dos piores, o único capaz de fazer o mal e deixar suas vítimas rindo. Carpenter vai escrever “Year of the Villain: Joker” em parceria com Anthony Burch, roteirista do game “Borderlands 2”. Os dois já trabalharam juntos na minissérie em quadrinhos “Big Trouble in Little China: Old Man Jack”, que adapta o filme “Aventureiros no Bairro Proibido” (1986), outro clássico do diretor. Os desenhos estão a cargo de Philip Tan (“Lanterna Verde – Agente Laranja”) e a arte da capa já foi divulgada. Confira abaixo.
Foto de produtor de Halloween com Jamie Lee Curtis sugere nova continuação da franquia
O produtor Jason Blum, dono da Blumhouse Pictures, compartilhou uma foto ao lado da atriz Jamie Lee Curtis, sugerindo uma nova continuação da franquia. “Estamos discutindo algumas coisas…”, ele escreveu ao lado da imagem, em que Jamie aparece segurando uma embalagem de boneca de sua personagem no filme, Laurie Strode. Na verdade, a surpresa é a demora nessas “discussões”. O retorno de “Halloween” aos cinemas foi um dos maiores sucessos do ano passado. Elogiado pela crítica, o filme arrecadou mais de US$ 255 milhões nas bilheterias mundiais. E só custou US$ 10 milhões para ser filmado. Desde fevereiro, circulam rumores de que a Blumhouse contratou o roteirista Scott Teems, criador da série “Rectify” – e que também assina o vindouro remake de “Chamas da Vingança”, baseado em livro de Stephen King – para escrever uma nova continuação. O “Halloween” de 2018 foi escrito pelo comediante Danny McBride e o cineasta David Gordon Green, que trabalharam juntos na série de comédia “Eastbound & Down” da HBO. O filme mostrava um novo confronto entre Laurie Strode (Curtis) e o assassino Michael Myers, que a atormentou no filme original de John Carpenter, de 1978, e em várias outras sequências, desconsideradas pelo longa. Curiosamente, já houve dois “Halloween 2”. O terceiro ainda não tem previsão de estreia. We’re discussing stuff. @jamieleecurtis pic.twitter.com/gs3gw5r95k — Jason Blum (@jason_blum) June 5, 2019
Festival de Cannes vai homenagear o mestre do terror John Carpenter
O diretor John Carpenter vai receber o prêmio honorário Carrosse D’Or na edição deste ano do Festival de Cannes. A homenagem é concedida anualmente pelo grupo de cineastas que comanda a mostra Quinzena dos Realizadores (Quinzaine des Réalisateurs), uma das mais importantes do festival francês. A organização da mostra definiu o mestre do terror como “um gênio criativo, que provoca cruas, fantásticas e espetaculares emoções” com seus filmes. Carpenter comparecerá a Cannes para receber o prêmio em 15 de maio. O cineasta de 71 anos é conhecido por clássicos do cinema fantástico como “Halloween” (1978), “Fuga de Nova York” (1981), “O Enigma de Outro Mundo” (1982), “Christine, o Carro Assassino” (1983) e “Os Aventureiros do Bairro Proibido” (1986). Além de diretor, escritor e produtor, ele também é autor das trilhas sonoras da maioria de suas produções, tendo também uma carreira paralela como músico. O último longa dirigido por Carpenter foi “Aterrorizada”, de 2010. Já seu trabalho mais recente foi como produtor e autor da trilha sonora da continuação do novo “Halloween”, lançado com muito sucesso no ano passado. Entre os diretores anteriores homenageados com o Carrosse D’Or estão Martin Scorsese (2018), Werner Herzog (2017), Jane Campion (2013) e Agnés Varda (2010). O Festival de Cannes 2019 ocorre entre os dias 13 e 25 de maio, na Riviera Francesa.
Roteirista de Sobrenatural vai escrever remake da sci-fi Fuga de Nova York
Após o sucesso de “Halloween”, outro clássico do diretor John Carpenter vai voltar aos cinemas em nova versão. A Fox pretende lançar um remake de “Fuga de Nova York”, sci-fi de 1981 dirigida por Carpenter e protagonizada por Kurt Russell. Segundo o site da revista The Hollywood Reporter, o remake terá roteiro de Leigh Whannell (do terror “Sobrenatural”), que nesta semana também foi anunciado como diretor de “O Homem Invisível”. Fontes ainda informaram ao site que o próprio Whannell pode dirigir o longa. O projeto do remake é antigo. Anteriormente, a Fox chegou a encondar um roteiro a Neil Cross, o criador da série britânica “Luther”, que seria dirigido por Robert Rodriguez – nos cinemas em 14 de fevereiro com outra sci-fi, “Alita: Anjo de Combate”. Diretor e roteirista do filme original, Carpenter está envolvido na nova versão como produtor executivo, assim como aconteceu com “Halloween”. O longa de 1981 mostrava a transformação da ilha de Manhattan numa enorme prisão de segurança máxima, cercada por muros gigantescos, onde os criminosos mais perigosos dos EUA eram deixados à própria sorte. A trama começa após um atentado derrubar o avião presidencial em Nova York, levando o governo a buscar ajuda de Snake Plissken, um dos mais perigosos terroristas do planeta, que precisa encontrar e salvar o presidente na prisão quilométrica em troca de sua liberdade e da própria vida, já que foi injetado com um explosivo que será detonado em 22 horas – o tempo que tem para completar a missão. Considerada uma das ficções científicas mais influentes dos anos 1980, a produção ganhou sequência, “Fuga de Los Angeles”, em 1996, e inspirou diversas cópias. Por sinal, há dois anos Carpenter venceu um processo por plágio contra o produtor Luc Besson, após a produção francesa “Sequestro no Espaço” (2012) copiar diversos conceitos de “Fuga de Nova York”, apenas trocando a ilha de Manhattan por uma prisão espacial.
Donald Moffat (1930 – 2018)
Morreu o veterano ator Donald Moffat, que fez sucesso na Broadway, no cinema e na televisão. Ele morreu na quinta-feira (20/12) em Sleepy Hollow, Nova York, aos 87 anos, após complicações de um derrame recente. Durante a longa carreira, que durou quase 50 anos, ele apareceu em 80 peças teatrais, dirigiu outras 10, fez 70 filmes e telefilmes e pelo menos 60 episódios de séries televisivas. Moffat nasceu em Plymouth, na Inglaterra, e se mudou para os EUA aos 26 anos. Ele começou sua trajetória no teatro e chegou a ser indicado ao prêmio Tony de Melhor Ator em 1967. A essa altura, já tinha uma década de experiência, tanto nos palcos quanto na televisão. Sua primeira participação televisiva foi num episódio da série noir “Cidade Nua”, em 1958. A estreia no cinema, porém, só foi acontecer depois da consagração teatral. Seu primeiro papel veio em “Rachel, Rachel” (1968), que também marcou o debut do astro Paul Newman como diretor. Durante os anos 1970, alternou aparições em episódios de séries clássicas, como “Missão Impossível”, “Lancer”, “Chaparral”, “Bonanza”, “Galeria do Terror”, “Gunsmoke”, “Tempera de Aço”, “O Homem de Seis Milhões de Dólares”, “Os Waltons” e “Os Pioneiros”, antes de ser escalado em seu primeiro papel fixo numa série, como o androide Rem na cultuada sci-fi “Fuga das Estrelas” (Logan’s Run), versão televisiva do filme “Fuga no Século 23” (1976). Paralelamente, caprichou em sua seleção de personagens em filmes icônicos, incluindo “R.P.M.: Revoluções por Minuto” (1970), de Stanley Kramer, o western “Sem Lei e Sem Esperança” (1972), de Philip Kaufman, a sci-fi “O Homem Terminal” (1974), de Mike Hodges, e o desastre clássico “Terremoto” (1974), de Mark Robson. O auge da carreira cinematográfica aconteceu na década de 1980, inaugurada por “Política do Corpo e Saúde” (1980), de Robert Altman. Em seguida, ele participou de dois dos filmes mais comentados do período. Viveu o comandante de uma estação de pesquisa antártica na cultuada sci-fi de terror “O Enigma de Outro Mundo” (The Thing, 1982), de John Carpenter, e roubou a cena como o vice-presidente Lyndon B. Johnson em “Os Eleitos” (The Right Stuff, 1983), seu segundo filme dirigido por Philip Kaufman, sobre o início do programa espacial americano. Os dois papéis foram sucedidos por uma enxurrada de trabalho. Moffat participou de um arco em “Dallas”, mas quase não teve tempo de fazer TV, brilhando em filmes diversos, do drama “A Baía do Ódio” (1985), de Louis Malle, ao trash “O Monstro do Armário” (1986). Ele retomou sua parceria bem sucedida com Kaufman em outro longa cultuado, “A Insustentável Leveza do Ser” (1988), e continuou acumulando obras de mestres do cinema. Vieram “Muito Mais que um Crime” (1989), de Costa-Gavras, “A Fogueira das Vaidades” (1990), de Brian De Palma, “Uma Segunda Chance” (1991), de Mike Nichols, “A Fortuna de Cookie” (1999), de Robert Altman, sem esquecer o papel de presidente corrupto dos Estados Unidos em “Perigo Real e Imediato” (1994), de Phillip Noyce, entre uma variedade de títulos. Em 2000, ele entrou em “Bull”, primeira série do canal pago TNT, focada no mercado financeiro. Mas a experiência se provou amarga. A série foi cancelada na metade da 1ª temporada e ele só fez mais três trabalhos depois disso – o telefilme esportivo “A História de um Recorde” (2001) e episódios individuais de “West Wing” (em 2003) e “Law & Order: Trial by Jury” (em 2005).
Novo Halloween é homenagem relevante ao clássico de John Carpenter
Passou da hora de muita gente admitir que terror é um gênero relevante. É verdade que, quando um filme de horror faz sucesso, a fórmula é desgastada até não dar mais com continuações infinitas e repetitivas. Mas quando inaugura tendências ou, pelo menos, comprova sua conexão com discussões importantes para a sociedade de sua época, o filme costuma marcar seu nome na história do cinema. Em 1978, por exemplo, o lendário cineasta John Carpenter lançou um filme que influenciaria para sempre a cultura pop, além de dezenas de imitações. O slasher movie de Carpenter gerou um subgênero inteiro de terror ao mostrar um psicopata mascarado solitário tocando o terror numa cidadezinha pacata, na década do assassino do zodíaco. Tamanho foi impacto que sem ele não haveria “Sexta-Feira 13”, “A Hora do Pesadelo” ou “Pânico”. E tem outra: Michael Myers adorava matar mulheres, crime que ainda pauta o cinema de hoje por, infelizmente, nunca ter deixado de refletir a nossa realidade. Atento a suas origens, o “Halloween” de 2018 segue relevante. Admirador da obra de John Carpenter, o diretor eclético David Gordon Green, que assinou “Segurando as Pontas”, não assumiu riscos e prestou uma homenagem, com referências que deixarão os fãs com sorrisos enormes. É um caminho seguro e válido, que opta por reverenciar o único filme da franquia que fez História, fingindo que nenhuma continuação existiu e dando sequência aos eventos do clássico. Além disso, toma a estrutura do roteiro original como base e retoma com saudosismo a trilha composta pelo próprio John Carpenter. Mas faz Michael Myers esfolar o dobro, talvez o triplo de pessoas que ele esfaqueou no primeiro, conduzindo ao inevitável confronto com Laurie Strode (novamente vivida por Jamie Lee Curtis), a babá que sobreviveu ao clássico e esperou quatro décadas para reviver o pesadelo. Mas o “Halloween” de 2018 é mais que uma simples continuação da história original. Mais que as mudanças trazidas pela técnica, a produção também atualiza os temas da obra. Trata-se de um legítimo slasher, com todos os prós e contras do gênero, mas também um exemplar da era #MeToo. Em cena, mulheres decididas, corajosas e influentes se destacam em oposição a homens babacas ou burros, com exceção do assassino mascarado, claro, que, apesar de demente, consegue ser o macho mais inteligente do filme, embora represente um agressor violento de mulheres por motivos óbvios. Tirando bebês (uma grata surpresa), Michael mata sem explicações tudo que encontra pela frente, embora mantenha sua preferência por mulheres, especialmente as tradicionais babás. Só que o filme não é do monstro, mas da atriz que deve sua carreira ao primeiro “Halloween”. Jamie Lee Curtis, filha dos astros Tony Curtis (“Quanto Mais Quente Melhor”) e Janet Leigh (“Psicose”), protagoniza aqui o filme de maior sucesso liderado por uma atriz de 60 anos muito bem vividos, e que merecia mais reconhecimento da Academia por “Um Peixe Chamado Wanda” (1988) e “True Lies” (1994). Sua presença em cena é tão hipnotizante que ameaça o apelo pop da imagem de Michael Myers. A estrutura do roteiro reflete tanto o “Halloween” de 1978 que deixou o esperado embate entre os dois personagens principais somente para os tensos minutos finais, exatamente como no original. A diferença é que, agora, o público anseia pelo confronto, enquanto há 40 anos ninguém tinha certeza se Laurie chegaria viva até o final. Como, desta vez, Laurie se diz pronta para a volta de Michael, o roteiro de Danny McBride (ele mesmo, o comediante de “Segurando as Pontas”) peca ao rechear o miolo do filme com personagens descartáveis que entram em cena somente para servir de guisado para o psicopata. Para provar que há um excesso de gente sem propósito, onde diabos foi parar o crush da neta de Laurie após a festa de Halloween? Não adianta dizer que a última cena entre os dois serviu apenas para isolar a menina pelas ruas como presa fácil para o monstro, porque foi criada uma expectativa e o personagem simplesmente desapareceu sem nem ao menos dar de cara com Michael Myers. Aliás, há um certo desperdício da neta (Andi Matichak) e a filha (Judy Greer) de Laurie durante toda a trama, embora elas se mostrem importantes na conclusão da história. Ao menos, as portas ficam abertas para mais uma sequência, que virá, graças ao sucesso do filme, e tem a obrigação de ser superior. Mas ficam duas certezas: não dá para fazer “Halloween” sem Jamie Lee Curtis e a volta Michael Myers embute a consequência de um revival da tendência que ele despertou há 40 anos. Hollywood já prepara a volta de Jason, de “Sexta-Feira 13”, e outros monstros da era slasher devem ressuscitar para o século 21, com a promessa de extirpar à facadas qualquer resquício de originalidade que sobreviver.







