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    Festival de Berlim começa sua primeira edição sem público

    1 de março de 2021 /

    O tradicional Festival de Berlim começa sua primeira edição virtual nesta segunda-feira (1/3) com uma programação concentrada em apenas cinco dias, metade da duração habitual, prevendo otimistamente realizar uma segunda parte presencial em junho. Diferente de outras edições virtuais de festivais internacionais, o Festival de Berlim não disponibilizará seus filmes online para apreciação do público. Por mais paradoxal que pareça, os organizadores decidiram fazer o festival sem exibir nenhum filme para o público. A ideia é apresentar os longas ao público durante sua segunda parte, chamada de Festival de Verão e prevista para acontecer de 9 a 20 de junho, quando serão entregues os troféus aos vencedores dos Ursos de Prata e de Ouro. O longa libanês “Memory Box”, da dupla de diretores Joana Hadjithomas e Jalil Joreige, foi o escolhido para abrir a versão fechada do festival, que está sendo chamado de Evento da Indústria (Industry Event). A denominação se deve ao fato de as sessões acontecerem de forma reservada com acesso apenas para profissionais da indústria cinematográfica e imprensa. “Memory Box” é também o primeiro filme libanês selecionado para a competição em 40 anos, e gira em torno da filha de uma família de imigrantes turcos em Montreal, que descobre segredos da juventude de sua mãe na guerra civil libanesa. A produção quase foi perdida, porque as filmagens terminaram pouco antes da explosão em 4 de agosto de 2020 no porto de Beirute, que deixou mais de 200 mortos e 6,5 mil feridos e destruiu bairros inteiros da capital libanesa. A sede da produtora, incluindo boa parte de suas obras, foram destruídas no caos. Outros filmes previstos na programação deste “Evento da Indústria” incluem “Una Película de Policías”, do mexicano Alonso Ruizpalacios (“Museu”), “Petite Maman”, da francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”), “Bad Luck Banging or Looney Porn”, do romeno Radu Jude (“Aferim!”), “Albatros”, do francês Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”), “I’m Your Man”, da alemã Maria Schrader (da série “Nada Ortodoxa”), e “Next Door”, estreia na direção do ator alemão-espanhol Daniel Brühl (“Capitão América: Guerra Civil”). O Brasil é representada por “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi (“Ex-Pajé”), que foi selecionado para participar da mostra paralela Panorama. A 71ª edição do festival também marcará a primeira vez que a Berlinale concederá um prêmio de interpretação “sem gênero”, em vez dos prêmios de melhor ator e atriz. Trata-se de uma inovação inédita entre as principais competições internacionais, mas que já vinha sendo adotada há alguns anos em eventos mais populares, como o MTV Movie & TV Awards.

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    Festival de Berlim seleciona filme brasileiro sobre invasão de terras indígenas

    11 de fevereiro de 2021 /

    O filme “A Última Floresta”, de Luiz Bolognesi, foi selecionado para participar da mostra Panorama do Festival de Berlim 2021, que este ano vai acontecer virtualmente, a partir do dia 1º de março. Bolognesi já esteve na Berlinale em 2018, quando recebeu uma menção honrosa pelo documentário “Ex-Pajé”, que também retratava a vida de povos indígenas. Graças ao trabalho desenvolvido anteriormente, ele contou com a ajuda do líder político e xamã Davi Kopenawa Yanomami para escrever o roteiro e estrelar o novo longa – uma coprodução entre a Gullane e a Buriti Filmes – , que acompanha o cotidiano de uma aldeia ianomâmi, isolada no norte do país há mais de mil anos. Na trama, os indígenas tentam expulsar garimpeiros invasores, que trazem com eles doenças desconhecidas, para proteger seu território, demarcado legalmente. O tema não poderia ser mais atual, tendo em vista as prioridades com sinais trocados do governo Bolsonaro. O Brasil também será representado na próxima edição do festival pela série “Os Últimos Dias de Gilda”, criada e dirigida por Gustavo Pizzi, que foi selecionada para a mostra Berlinale Series. A lista completa de obras selecionadas para a edição de 2021 do evento foi anunciada nesta quinta (11/2) com 15 filmes em sua mostra principal, com a peculiaridade de que todos foram realizados durante a pandemia de coronavírus. “Embora apenas alguns mostrem diretamente o novo mundo em que vivemos, todos eles integram os tempos de incerteza que estamos passando”, disse o diretor artístico da Berlinale, Carlo Chatrianele, em um vídeo que apresentou a seleção. “O sentimento de apreensão está em toda parte.” A lista inclui, entre outras obras, novos filmes da francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Mulher em Chamas”), da alemã Maria Schrader (vencedora do Emmy pela minissérie “Nada Ortodoxa” da Netflix), do romeno Radu Jude (“Aferim!”), do francês Xavier Beauvois (“Dos Homens e dos Deuses”), do mexicano Alonso Ruizpalacios (“Museu”) e do ator alemão-espanhol Daniel Brühl (“Capitão América: Guerra Civil”) em sua estreia na direção. Um dos mais velhos festivais do cinema do mundo, a Berlinale, que chega à sua 71ª edição, vai acontecer em duas partes em 2021. A primeira contará com a exibição online dos filmes de 1º a 5 de março, culminando com a premiação dos melhores com os Ursos de Prata e de Ouro. Já a segunda parte contará com a exibição presencial dos filmes, tanto em salas de cinema quanto ao ar livre, e está prevista para acontecer de 9 a 20 de junho, quando serão entregues os prêmios aos vencedores. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Luiz Bolognesi (@luizbolognesi66)

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    Os Últimos Dias de Gilda: Parceiros de Benzinho criam série sobre Rio das milícias e políticos evangélicos

    27 de novembro de 2020 /

    O canal Brasil estreia nesta sexta “Os Últimos Dias de Gilda”, primeira série criada pelo casal Gustavo Pizzi e Karine Teles, dos filmes “Benzinho” e “Riscado”. Os dois já foram casados, mas a parceria criativa continua na produção, que reflete o Rio de Janeiro atual, com suas milícias e mistura de política e religião. A estreia vai acontecer às 22h30 e posteriormente será disponibilizada em streaming na Globoplay. Pizzi e Teles assinam o roteiro. Ele também dirige os episódios, enquanto ela tem o papel principal. Por sinal, “Os Últimos Dias de Gilda” marca a terceira vez que a atriz vive a personagem do título. As duas anteriores foram num monólogo e também numa peça encenada há 18 anos. É esta peça, escrita pelo dramaturgo Rodrigo de Roure, que serve de inspiração para a série. Na trama, Gilda é uma mulher bissexual, que mora sozinha e cria porcos e galinhas para abate. Por recusar a monogamia e se relacionar com amigos, ela vira alvo de ataques dos vizinhos — especialmente a religiosa Cacilda (Julia Stockler), cujo marido, Ismael (Igor Campanaro), é candidato a vereador pelo verossímil “Partido do Senhor”. A série aponta claramente como a violência das milícias avança de braços dados com uma suposta religiosidade, a ponto de ter um grupo paramilitar autointitulado Exército do Senhor, que usa Bíblias para sinalizar as casas de seus protegidos. Mas vale apontar que essa religiosidade não impede o ataque às religiões não evangélicas. Umbandista, Gilda é acusada de “feitiçaria” pelos vizinhos. Em um dos quatro episódios, o terreiro que a personagem frequenta é invadido e destruído por criminosos. Em “Os Últimos Dias de Gilda”, quanto mais crentes, mais intransigentes são os personagens, que promovem perseguição a todos que pensam diferente. É uma fotografia do momento atual. Apesar disso, em entrevista ao jornal O Globo, Karine Teles disse que é possível reverter esse cenário. “O conservadorismo, a misoginia, as disputas de poder, a violência das cidades, todas essas coisas são problemas de séculos no Brasil. Mas percebo que a gente tem feito grandes avanços. Por exemplo, a quantidade de mulheres pretas, de pessoas trans eleitas agora. Gilda fala disso: está tudo muito difícil, mas é possível enxergar luz. Tem que acreditar que é possível transformar”, avalia a atriz e roteirista.

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    Benzinho é o vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro

    15 de agosto de 2019 /

    Realizado pela primeira vez em São Paulo, a premiação da ABC (Academia Brasileira de Cinema) consagrou “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, como principal vencedor da noite. Foram, ao todo, seis prêmios. Além de Melhor Filme, o longa venceu as categorias de Direção, Atriz (Karine Teles), Atriz Coadjuvante (Adriana Esteves), Roteiro Original e Montagem de Ficção. Com igual número de troféus, “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues, dominou os prêmios técnicos: Fotografia, Roteiro Adaptado, Direção de Arte, Figurino, Maquiagem e Efeito Visual. A ironia é que, na hora de indicar o candidato brasileiro ao Oscar, a mesma ABC ignorou “Benzinho”, que tem 94% de aprovação no Rotten Tomatoes e foi premiado em vários festivais, e preferiu “O Grande Circo Místico”, que foi destruído pela crítica internacional e conquistou na noite de quarta (14/8) os primeiros prêmios de sua trajetória. A vitória do filme de Gustavo Pizzi demonstra que arrependimento não mata, mas rende um karma forte. Terceiro filme mais premiado da noite, “Chacrinha: O Velho Guerreiro” venceu a Votação Popular, além das categorias de Melhor Ator (Stepan Nercessian) e Som. A cerimônia do chamado Grande Prêmio do Cinema Brasileiro foi marcada por protestos contra o governo e por discursos em defesa do audiovisual brasileiro, numa reação ao tratamento dado por Jair Bolsonaro ao cinema nacional. O presidente cortou verbas e não perde a oportunidade de falar mal dos filmes feitos no país. “Mesmo com um cenário positivo para o cinema brasileiro, com filmes sendo premiados em Cannes e com nossos cineastas recebendo convites para a Academia de Hollywood, estamos sob ataque. E, quando se ameaça a nossa existência como setor, ameaça-se a identidade cultural. É preciso manter a serenidade e o trabalho que está sendo feito”, disse Jorge Peregrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema, em seu discurso de abertura da cerimônia, que foi acompanhado por vários gritos de protesto contra o presidente Bolsonaro vindos da plateia. Até o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, reafirmou a intenção de seu governo de aumentar o investimento no cinema e rebateu afirmação de Bolsonaro de que a produção precisa de “filtros”. “Não se pode admitir qualquer tipo de filtro (no cinema brasileiro). Até porque filtro em Cultura tem nome, e é censura”, disse ele, arrancando aplausos. Ao receber um dos prêmios de “O Grande Circo Místico”, o veterano diretor do filme, Cacá Diegues, disse que o cinema feito no país não pode refletir o gosto de uma pessoa apenas e deu seu testemunho de resistência. “Ninguém vai conseguir acabar com o cinema brasileiro. Eu tenho 57 anos de carreira cinematográfica e vivi momentos muito piores do que este. E estou aqui”. Confira abaixo todos os premiados da ABC. PRÊMIOS DA ACADEMIA Melhor Longa-Metragem de Ficção Benzinho Melhor Longa-Metragem Documentário Ex Pajé Melhor Longa-Metragem Infantil Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano Melhor Longa-Metragem Comédia Minha Vida em Marte Melhor Direção Gustavo Pizzi, por Benzinho Melhor Atriz Karine Teles, por Benzinho Melhor Ator Stepan Nercessian, por Chacrinha: O Velho Guerreiro Melhor Atriz Coadjuvante Adriana Esteves, por Benzinho Melhor Ator Coadjuvante Matheus Nachtergaele, por O Nome da Morte Melhor Direção de Fotografia Gustavo Hadba, por O Grande Circo Místico Melhor Roteiro Original Karine Teles e Gustavo Pizzi, por Benzinho Melhor Roteiro Adaptado Carlos Dieges e George Moura, por O Grande Circo Místico Melhor Direção de Arte Artur Pinheiro, por O Grande Circo Místico Melhor Figurino Kika Lopez, por O Grande Circo Místico Melhor Maquiagem Catherine LeBlanc Caraes e Emmanuelle Fèvre, por O Grande Circo Místico Melhor Efeito Visual Marcelo Siqueira e Thierry Delobel, por O Grande Circo Místico Melhor Montagem em Ficção Livia Serpa, por Benzinho Melhor Montagem em Documentário Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, por Todos os Paulos do Mundo Melhor Som Christophe Penchenat, Simone Petrillo e Emmanuel Croset, por O Grande Circo Místico Melhor Trilha Sonora Original Elza Soaes e Alexandre Martins, por My Name is Now, Elza Soares Melhor Trilha Sonora Zeca Baleiro, por Paraiso Perdido Melhor Longa-Metragem Estrangeiro Infiltrado na Klan Melhor Longa-Metragem Ibero-americano Uma Noite de 12 Anos (Argentina, Espanha, Uruguai) Melhor Curta-Metragem de Animação Lé Com Cré Melhor Curta-Metragem Documentário Cor de Pele Melhor Curta-Metragem de Ficção O Órfão Melhor Série Brasileira de Animação Irmão do Jorel Melhor Série Brasileira Documentário Inhotim Melhor Série Brasileira de Ficção Escola de Gênios PRÊMIOS DO PÚBLICO Melhor Longa-Metragem de Ficção Chacrinha: O Velho Guerreiro Melhor Longa-Metragem Documentário My Name is Now, Elza Soares Melhor Longa-Metragem Estrangeiro Nasce uma Estrela Melhor Longa-Metragem Ibero-americano Uma Noite de 12 Anos (Argentina, Espanha, Uruguai)

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    Benzinho retrata relações familiares de maneira honesta e emocionante

    15 de setembro de 2018 /

    O drama nacional “Benzinho”, filme mais premiado do recente Festival de Gramado, conta a história de Irene (Karine Teles), uma mãe de família que cuida dos quatro filhos e faz alguns bicos para complementar a renda, enquanto o marido, Klaus (Otávio Müller), conta as moedas no seu negócio falido. Vivendo numa casa com diversos problemas estruturais, Irene controla esses problemas à medida que eles aparecem, apertando a torneira que está vazando ou saindo pela janela quando a fechadura da porta não abre mais. Desta forma, ela consegue criar uma rotina mais ou menos funcional em meio a tantas adversidades – que ainda envolvem o acolhimento da irmã, Sônia (Adriana Esteves), após esta ter sido agredida pelo marido. Porém, a rotina de Irene muda quando seu filho mais velho, Fernando (Konstantinos Sarris), recebe uma proposta para ir estudar na Alemanha. A notícia causa uma variação na organização da família e assuntos que antes haviam sido deixados de lado – como a venda da casa de praia – precisam voltar à tona, por mais que Irene se esforce para ignorá-los. Assustada com a quebra dos seus hábitos diários, ela se retrai, internalizando um turbilhão de sentimentos, tentando – nem sempre com sucesso – manter uma aparência calma diante dessas mudanças. E nisso, é necessário destacar a excelente atuação de Karine Teles, premiada como Melhor Atriz no Festival de Gramado, que explicita todos esses sentimentos sem dizer nenhuma palavra, apenas com o olhar. Sabendo do talento da sua protagonista, com quem já foi casado por mais de uma década, o cineasta Gustavo Pizzi (que também a dirigiu em “Riscado”) aproxima a sua câmera do rosto da atriz, com o intuito de captar e compartilhar com o público toda a expressividade dela. É notável, por exemplo, que no momento em que fica sabendo que o filho vai sair de casa, Irene expressa orgulho e tristeza ao mesmo tempo. Da mesma maneira, existe um alívio em seu olhar quando um atraso burocrático pode atrapalhar os planos do jovem. São pequenos detalhes, que só se tornam perceptíveis por conta da abordagem do diretor, cuja câmera parece penetrar na intimidade daquelas pessoas. Pizzi opta por filmar cenas que narrativamente não têm importância para a história (como aquela das crianças tomando banho ou delas brincando no quintal), mas que servem para estabelecer uma conexão maior com o espectador. O realizador também faz uso constante de metáforas. A quebra da torneira, que acontece logo após o recebimento da notícia de Fernando, simboliza um problema que não pode mais ser contornado. A própria degradação da casa pode ser vista como a “destruição” daquela estrutura familiar, ao passo que a construção da casa nova é um recomeço. E as cenas em que Fernando é mostrado entrando embaixo de uma cabana feita com o lençol vermelho ou deitado em posição fetal sob a barriga da mãe representam o desejo desta de mantê-lo sempre por perto, e a tristeza diante da constatação de que isso não é possível. Ao buscar estes significados por meio das imagens, o diretor exclui a necessidade de verbalizar a relação daqueles personagens. O silêncio, neste caso, é muito mais importante do que as palavras. Assim, “Benzinho” retrata de maneira honesta e emocionante as complicadas relações familiares, relações estas que misturam sorrisos e lágrimas, alegrias e tristezas, gritos e silêncios. Mais do que isso, relações que são complexas demais para serem definidas por dicotomias. Não é à toa que venceu os prêmios do Público e da Crítica em Gramado.

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    Benzinho é escolhido para representar o Brasil no Prêmio Goya 2019

    14 de setembro de 2018 /

    Agora vai ser curioso. “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, foi escolhido para representar o Brasil no Prêmio Goya 2019, equivalente espanhol ao Oscar, na categoria de Melhor Filme Ibero-americano. O evento acontece em 2 de fevereiro de 2019, na Espanha. A escolha da comissão da Agência Nacional do Cinema (Ancine) foi publicada no Diário Oficial na quinta (13/9), três dias após outra comissão, da Academia Brasileira de Cinema (ABC) escolher “O Grande Circo Místico” para representar o Brasil no Oscar, buscando indicação na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. “O Grande Circo Místico” também fazia parte da lista analisada pela Ancine, que, entretanto, preferiu o filme mais premiado e de maior repercussão internacional. A comissão justificou a escolha dizendo que o “Benzinho” foi considerado uma “obra cinematográfica com consistente marca autoral e força criativa”. Além disso, salientou na mesma nota que apresenta “um universo genuinamente brasileiro, com capacidade de se comunicar com plateias de todo o mundo”. Profissionais indicados por entidades do setor audiovisual brasileiro compuseram a comissão: Josiane Osório de Carvalho, por indicação do Fórum dos Festivais; Marcelo Müller, por indicação da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema (Abraccine); João Daniel Tikhomiroff, por indicação do Programa Brasil de Cinema; Adriana de Lucena Navais Dutra, por indicação da Academia Brasileira de Cinema (ABC); e Gustavo Ferreira Rolla, por indicação da Ancine. “Ficamos super felizes com a escolha, até porque estamos em cartaz em muitos países ibero-americanos. Incluindo a Espanha, onde o filme estreou dia 3 de agosto, com o título ‘Siempre juntos’, e está em 46 salas no país inteiro”, disse o diretor do longa. Por enquanto, Pizzi preferiu não comentar a escolha da comissão de seleção do Oscar. Só disse achar que uma decisão como essa deve ser sempre tomada levando em conta o filme enquanto projeto cinematográfico, e as chances que tem de alcançar ao menos uma indicação. O filme de Cacá Diegues foi exibido fora de competição nos festivais de Cannes e Gramado e não empolgou a crítica. Já “Benzinho” foi elogiadíssimo ao passar no Festival de Sundance, venceu os prêmios do Público e da Crítica no Festival de Gramado, e ainda conquistou o troféu de Melhor Filme Ibero-americano no Festival de Málaga, na Espanha – mesmo prêmio que buscará no Goya. As chances de “Benzinho” ficar entre os cinco finalistas na disputa do Goya são infinitamente maiores que as possibilidades de “O Grande Circo Místico” emplacar no Oscar. Aí, vai ficar a dúvida se o filme de Pizzi não poderia retomar também a trajetória do Brasil na premiação da Academia dos Estados Unidos, após um hiato de 20 anos sem indicações. Infelizmente, a comissão da ABC preferiu prestigiar a carreira do amigo Cacá Diegues, sem levar em conta a repercussão dos 93% de aprovação de “Benzinho” no site Rotten Tomatoes. Vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2018, “A Forma da Água” tem 92% de aprovação. Já “O Grande Circo Místico” não tem nota, porque só há duas críticas americanas do filme disponíveis, das revistas The Hollywood Reporter e Variety, ambas negativas.

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    Pior escolha possível, O Grande Circo Místico vai representar o Brasil no Oscar 2019

    11 de setembro de 2018 /

    A Academia Brasileira de Cinema (ABC) escolheu “O Grande Circo Místico”, novo filme de Cacá Diegues, para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar 2019 na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira. A escolha foi anunciada nesta terça-feira (11/9) durante um encontro com a imprensa na Cinemateca Brasileira. E é um grande mico, garantia de mais um ano de irrelevância nacional no Oscar. Sem nenhum prêmio internacional, nem mesmo nacional, o filme de Cacá Diegues tem como maior distinção o fato de ter sido exibido fora de competição no Festival de Cannes, ocasião em que foi trucidado pela imprensa mundial. “Narrativa desarticulada e personagens quase inexistentes”, descreveu a revista The Hollywood Reporter. “Novelão desconfortável” que “tropeça no começo e não para de tropeçar até o final”, demoliu a Variety. Entretanto, havia pelo menos quatro opções viáveis, de filmes premiados no Brasil e no exterior. Dois deles tratavam de temas modernos, ligados ao bullying nas redes sociais: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, e “Ferrugem”, de Aly Muritiba, que foi o vencedor do Festival de Gramado. O terceiro é o terror “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra, vencedor do Festival do Rio, premiado em dezenas de festivais internacionais e com 92% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes. E há ainda o caso de “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, também premiado em Gramado e que encantou a crítica americana ao passar pelo Festival de Sundance, arrancando 93% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Como parâmetro, “A Forma da Água”, filme vencedor do Oscar 2018, tem 92% de aprovação. O problema da seleção dos representantes nacionais ao Oscar já se tornou crônico. Não adiantou nada tirar a decisão das mãos da Secretaria do Audiovisual, após a polêmica da definição de “Pequeno Segredo” sobre “Aquarius” em 2016, passando-o para a ABC. A escolha continua a ser definida por um punhado de iluminados, que não seguem critérios reconhecidos, mas gosto pessoal, amizade e relacionamentos. A comissão que escolheu “O Grande Circo Místico” foi formada por Lucy Barreto (presidente), Bárbara Paz, Flavio Ramos Tambellini, Jeferson De, Hsu Chien Hsin, Katia Adler e Claudia Da Natividade. Enquanto não forem instituídas regras claras para a definição, como, por exemplo, premiação em algum festival relevante, o filme do amigo da comissão sempre prevalecerá sobre o candidato com mais condições de ser levado à sério pela Academia. Com “O Grande Circo Místico”, o Brasil completará a maioridade, 21 anos sem emplacar um longa na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira.

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    Vencedor do Festival de Brasília não entra na disputa do Oscar para protestar contra “governo ilegítimo”

    28 de agosto de 2018 /

    Uma ausência chamou atenção na lista dos filmes inscritos para representar o Brasil na busca por uma indicação na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira do Oscar 2019. Vencedor do Festival de Brasília, “Arábia” não apareceu entre os 22 títulos divulgados pelo Ministério da Cultura. A decisão partiu dos próprios diretores do longa, que não quiseram inscrevê-lo. João Dumans e Affonso Uchoa divulgaram um comunicado conjunto em que justificam a ausência por motivação política. “Não nos inscrevemos porque o Oscar não representa o tipo de cinema no qual acreditamos. Preferimos também não fazer parte de um processo conduzido por um governo ilegítimo e por um Ministério da Cultura que recentemente politizou o processo de indicação dos filmes brasileiros para disputarem o Oscar, além de atuar sistematicamente pra sufocar o cinema independente brasileiro. As novas políticas de incentivo do ministério e do FSA (Fundo Setorial Audiovisual) vão dificultar justamente que filmes como o nosso sejam produzidos.” A recente politização citada faz referência à polêmica envolvendo a escolha de “Pequeno Segredo”, de David Schurmann, sobre “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, no Oscar 2017. Desde então, a escolha dos representes do país deixou de estar a cargo da Secretaria do Audiovisual para ser definida por uma comissão selecionada pela Academia Brasileira de Cinema, entidade formada por profissionais da indústria cinematográfica nacional. 22 filmes foram inscritos para representar o país no Oscar 2019, entre eles os vencedores dos festivais do Rio (“As Boas Maneiras”) e Gramado (“Ferrugem”), que também possuem premiadas carreiras internacionais, assim como “Benzinho”, que levou os prêmios do público e da crítica em Gramado, além de ter vencido o festival espanhol de Málaga. Os únicos quatro filmes que o Brasil já emplacou na disputa do Oscar foram “O Pagador de Promessas” (1962), “O Quatrilho” (1995), “O que É Isso, Companheiro?” (1997) e “Central do Brasil” (1998). Nos últimos anos da premiação, o Oscar tem destacado em geral filmes autorais e independentes. “Moonlight”, vencedor do ano passado, foi feito por US$ 4 milhões.

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    Ferrugem vence o Festival de Gramado, que também destacou Benzinho com quatro prêmios

    26 de agosto de 2018 /

    O filme “Ferrugem”, de Aly Muritiba, conquistou o troféu de Melhor Filme no 46º Festival de Gramado, encerrado na noite de sábado (25/8) no Rio Grande do Sul. Mas “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, levou os prêmios do Público e da Crítica e a maior quantidade de Kikitos – quatro, ao todo. Curiosamente, os dois filmes tiveram première mundial em janeiro no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, e disputam a vaga para representar o Brasil no Oscar 2019 O longa de Muritiba, que retrata bullying virtual e o impacto do vazamento de um vídeo íntimo de uma garota, já tinha sido premiado também no Festival de Seattle. Na noite de sábado, além do Kikito principal, venceu os prêmios de Melhor Roteiro, dividido entre Muritiba e Jessica Candal, e Desenho de Som (Alexandre Rogoski). A estreia comercial está marcada para a próxima quinta-feira (30/8) nos cinemas brasileiros. Já o filme de Gustavo Pizzi, co-escrito e estrelado por Karine Teles, entrou em cartaz na quinta-feira passada (23/8) e também tem troféus internacionais em sua bagagem, como os prêmios da Crítica e de Melhor Filme Ibero-Americano do Festival de Málaga, na Espanha. O filme repete a qualidade da parceria anterior do casal, o drama “Riscado” (2010). O fato de dramatizar o cotidiano familiar, com situações aparentemente banais, pode soar pouco atraente para o grande público. No entanto, nas mãos de Pizzi e Karine, “Benzinho” alcança profundidade poética e transforma a crise de uma mãe sufocada pela família em algo tocante, que sensibilizou público e crítica de Gramado a lhe darem troféus. Além destes Kikitos, também venceu nas categorais de Melhor Atriz (Karine Teles) e Atriz Coadjuvante (Adriana Esteves). Única animação na competição, “A Cidade dos Piratas”, de Otto Guerra, baseado nos quadrinhos de Laerte, recebeu uma Menção Honrosa. A cinebiografia do boxeador Eder Jofre, “10 Segundos para Vencer” conquistou os dois prêmios de interpretação masculina: Osmar Prado venceu como Melhor Ator e Ricardo Gelli como Melhor Ator Coadjuvante. André Ristum foi considerado o Melhor Diretor por “A Voz do Silêncio”, que também recebeu o Kikito de Melhor Montagem, e “Simonal” conquistou outros três prêmios técnicos, entre eles o de Trilha Sonora, criada pelos filhos do biografado, Simonia e Max de Castro. Vale lembrar que a diretora Daniela Thomas retirou “O Banquete” da competição, devido à morte do jornalista Otávio Frias. A assessoria de imprensa justificou a atitude como uma manifestação de respeito, por a trama retratar uma carta aberta como a publicada pelo publisher do jornal Folha de S. Paulo nos anos 1990, dirigida ao então presidente do Brasil. Já a esvaziada competição de filmes latinos – uma disputa entre cinco títulos – foi dominada por “As Herdeiras”, do paraguaio Marcelo Martinessi, que arrebatou seis troféus: Melhor Filme, Direção, Roteiro, Atriz (compartilhado entre suas três intérpretes principais) e os prêmios da Crítica e do Público. O longa já tinha recebido o Prêmio da Crítica no Festival de Berlim. Discursos políticos marcaram os agradecimentos, com aplausos e vaias de acordo com a filiação partidária do público, bem como a defesa do curta-metragem como formato a ser considerado no novo sistema de pontuação da Agência Nacional de Cinema (Ancine). Vários cineastas vestiram na premiação a camiseta “Ancine, Eu Existo” como parte da manifestação. Confira abaixo a lista completa dos vencedores do festival, inclusive os curtas premiados. Longas Brasileiros Melhor Filme: “Ferrugem”, de Aly Muritiba Prêmio da “Benzinho” Prêmio do Júri Popular: “Benzinho” Menção Honrosa: “A Cidade dos Piratas” Melhor Direção: André Ristum (“A Voz do Silêncio”) Melhor Atriz: Karine Teles (“Benzinho”) Melhor Ator: Osmar Prado (“10 Segundos para Vencer”) Melhor Roteiro: Jessica Candal e Aly Muritiba (“Ferrugem”) Melhor Fotografia: Pablo Baião (“Simonal”) Melhor Atriz Coadjuvante: Adriana Esteves (“Benzinho”) Melhor Ator Coadjuvante: Ricardo Gelli (“10 Segundos para Vencer”) Melhor Montagem: Gustavo Giani (“A Voz do Silêncio”) Melhor Direção de Arte: Yurika Yamazaki (“Simonal”) Melhor Trilha Sonora: Max de Castro e Simoninha (“Simonal”) Melhor Desenho de Som: Alexandre Rogoski (“Ferrugem”) Longas Estrangeiros Melhor Filme: “As Herdeiras”, de Marcelo Martinessi Prêmio da “As Herdeiras” Prêmio do Júri Popular: “As Herdeiras” Prêmio Especial do Júri: “Averno” Melhor Direção: Marcelo Martinessi (“As Herdeiras”) Melhor Atriz: Ana Brum, Margarita Irún e Ana Ivanova (“As Herdeiras”) Melhor Ator: Nestor Guzzini (“Mi Mundial”) Melhor Roteiro: Marcelo Martinessi (“As Herdeiras”) Melhor Fotografia: Nelson Wainstein (“Averno”) Curtas-Metragens Melhor Filme: “Guaxuma”, de Nara Normande Prêmio da “Torre” Prêmio do Júri Popular: “Torre” Prêmio Canal Brasil: “Nova Iorque” Prêmio Especial do Júri: “Estamos Todos Aqui” Melhor Direção: Fábio Rodrigo (“Kairo”) Melhor Atriz: Maria Tujira Cardoso (“Catadora de Gente”) Melhor Ator: Manoel do Norte (“A Retirada para um Coração Bruto”) Melhor Roteiro: Marco Antonio Pereira (“A Retirada para um Coração Bruto”) Melhor Fotografia: Beto Martins (“Nova Iorque”) Melhor Montagem: Tiago Kistenmacker (“Aquarela”) Melhor Direção de Arte: Pedro Franz e Rafael Coutinho (“Torre”) Melhor Trilha Musical: Manoel do Norte (“A Retirada para um Coração Bruto”) Melhor Desenho de Som: Fabio Carneiro Leão (“Aquarela”)

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    Lista dos candidatos brasileiros à vaga ao Oscar destaca filmes de cineastas femininas

    23 de agosto de 2018 /

    A Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, divulgou a lista dos filmes que disputarão por representar o Brasil entre os candidatos às vagas do Oscar 2019 de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Ao todo, habilitaram-se 23 longas, mesmo número do ano passado, dos quais 4 são documentários. E o que chama atenção é a forte representatividade feminina entre os diretores. 40% dos filmes são dirigidos por mulheres. Quatro títulos se destacam entre os mais premiados da lista. Dois deles tratam de temas modernos, ligados ao bullying nas redes sociais: “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor, e “Ferrugem”, de Aly Muritiba. O terceiro é o terror “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra. E há ainda o caso de “Benzinho”, de Gustavo Pizzi, que encantou a crítica americana ao passar pelo Festival de Sundance. Curiosamente, o longa mineiro “Arábia”, de Affonso Uchoa e João Dumans, vencedor do Festival de Brasília, não entrou na seleção. A comissão que avaliará e escolherá o representante brasileiro é formado pelo presidente da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Peregrino, a produtora Lucy Barreto, os diretores Flávio Tambellini, Jeferson De, João Jardim, Hsu Chien e a atriz Bárbara Paz. No ano passado, o escolhido foi “Bingo – O Rei das Manhãs”, que não conseguiu vaga no Oscar, completando duas décadas em que o país ficou de fora da disputa de Melhor Filme em Língua Estrangeira. O último filme nacional que obteve indicação ao prêmio foi “Que É Isso Companheiro?”, de Bruno Barreto, que concorreu ao Oscar em 1998. O filme escolhido será conhecido no dia 11 de setembro. Veja a lista completa dos concorrentes: “O Grande Circo Místico”, de Cacá Diegues “Benzinho”, de Gustavo Pizzi “As Boas Maneiras”, de Juliana Rojas e Marco Dutra “Aos Teus Olhos”, de Carolina Jabor “Ferrugem”, de Aly Muritiba “Antes que Eu Me Esqueça”, de Tiago Arakilian “O Caso do Homem Errado”, de Camila de Moraes “O Desmonte do Monte”, de Sinai Sganzerla “Como é Cruel Viver Assim”, de Julia Rezende “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler “Encantados”, de Tizuka Yamasaki “Talvez uma História de Amor”, de Rodrigo Bernardo “Entre Irmãs”, de Breno Silveira “Canastra Suja”, de Caio Soh “Ex-Pajé”, de Luiz Bolognesi “Alguma Coisa Assim”, de Esmir Filho e Mariana Bastos “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida “Além do Homem”, de Willy Biondani “Canastra Suja”, de Caio Soh “Não Devore Meu Coração!”, de Filipe Bragança “Unicórnio”, de Eduardo Nunes “Yonlu”, de Hique Montanari “Paraíso Perdido”, de Monique Gardenberg

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    A melhor estreia da semana é um drama brasileiro com 93% de aprovação no Rotten Tomatoes

    23 de agosto de 2018 /

    As melhores estreias desta quinta (23/8) são produções brasileiras, mas a maioria dos cinemas só oferecerá opção de filmes americanos, que tem a maior distribuição. Quem tiver oportunidade, porém, deve dar atenção a “Benzinho”. O filme de Gustavo Pizzi, co-escrito e estrelado por Karine Teles, repete a qualidade da parceria anterior do casal, o drama “Riscado” (2010). Levou oito anos para voltarem ao cinema. Mas a espera compensou, pois se trata de um dos melhores filmes de 2018. O fato de dramatizar o cotidiano familiar, com situações aparentemente banais, pode soar pouco atraente para o grande público. No entanto, nas mãos de Pizzi e Karine, “Benzinho” alcança profundidade poética e transforma a crise de uma mãe sufocada pela família em algo tocante. Exibido no Festival de Sundance 2018, nos Estados Unidos, o longa arrebatou a imprensa internacional, que empilhou elogios e lhe rendeu 93% de aprovação na média da avaliação do site Rotten Tomatoes. Vale tentar também encontrar os documentários, dois brasileiros e um estrangeiro filmado no Brasil, escondidos em circuito semi-invisível. Especialista em documentários sobre música brasileira, o francês Georges Gachot passa a carreira de João Gilberto à limpo em “Onde Está Você, João Gilberto?”, enquanto embarca numa missão impossível, achar o músico que não sai de casa há anos. Igualmente lúdico, “Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava”, de Fernanda Pessoa, propõe contar a história da ditadura por meio de cenas dos filmes da época, especialmente pornochanchadas. O resultado, um show de montagem, é hilário e bastante instrutivo. Por fim, “Missão 115”, de Silvio Da-Rin, traz às claras os planos das forças de repressão para impedir a redemocratização do Brasil, por meio do infame atentado ao Rio Centro em 1981, cuja bomba acabou explodindo antes, matando as pretensões sanguinárias da direita militar. Todos esses quatro são recomendadíssimos. E todos os demais não. Entretanto, os filmes ruins têm mais destaque no circuito. Justamente o pior lançamento chegará em mais cinemas, quase 500. Mesmo sendo um horror, literalmente. “Slender Man” evita a atual fase criativa do terror americano ao optar por sustos batidos. O chamariz é o monstro virtual do título, criado na internet, que virou lenda urbana ao inspirar surtos de violência entre adolescentes. A história real que envolveu a criatura dá um pau na ficção barata levada às telas, que, com 9% de aprovação, é um dos filmes mais mal-avaliados do ano no site Rotten Tomatoes. As comédias americanas que preenchem o circuito dos shoppings seguem a toada. “Meu Ex É um Espião” é uma correria de mulheres bobinhas que, sem querer, acabam se envolvendo num caso de espionagem internacional, porque uma delas (Mila Kunis) namorou um espião. E “Te Peguei!” é uma correria de homens bobões que, já quarentões, ainda brincam de pega-pega. As duas histórias medíocres são variações de muitas outras – e, por coincidência, existe até um filme que junta ambas: “Gotcha!: Uma Arma do Barulho” (1985). Os dois dramas europeus também não compensam o espaço recebido em circuito limitado. “Escobar – A Traição” é praticamente um déjà vu ao contar a versão espanhola da trama melhor abordada na série “Narcos” – com Javier Bardem no papel de Pablo Escobar e Penélope Cruz como sua amante, ambos indicados ao Goya (o Oscar espanhol). Por fim, em “Gauguin – Viagem ao Taiti”, quem desperdiça talento é Vincent Cassel, competindo pela atenção do diretor Edouard Deluc, no papel-título, com a paisagem tropical – também no título. Confira abaixo sinopses e trailers dos filmes mencionados, com risco de acreditar no marketing e tropeçar no escuro dos cinemas. Slender Man – Pesadelo Sem Rosto | EUA | Terror As amigas Wren, Hallie, Chloe e Katie levam uma vida entediante no colégio. Quando ouvem falar num monstro chamado Slender Man, decidem invocá-lo através de um vídeo na Internet. A brincadeira se transforma num perigo real quando todas começam a ter pesadelos e visões do homem se rosto, com vários braços, capaz de fazer as suas vítimas alucinarem. Um dia, Katie desaparece. Como a polícia não dispõe de nenhuma prova para a investigação, cabe às três amigas fazerem a sua própria busca, enfrentando a criatura. Meu Ex É Espião | EUA | Comédia Duas melhores amigas embarcam numa atrapalhada aventura de espionagem pela Europa depois que o ex-namorado de uma delas revela-se um agente secreto caçado internacionalmente por assassinos. Te Peguei! | EUA | Comédia Um pequeno grupo de ex-colegas de classe organizam um elaborado jogo anual insano de pega-pega. Neste ano, no casamento do jogador mais invencível da trupe, eles farão de tudo para derrubá-lo. Benzinho | Brasil | Drama O filho mais velho de uma família de classe média é convidado para jogar handebol na Alemanha e lança sua mãe (Karine Teles) em uma espiral de sentimentos pois, além de ajudar a problemática irmã (Adriana Esteves), lidar com as instabilidades do marido (Otávio Müller) e se desdobrar para dar atenção ao seus outros filhos, ela terá de enfrentar sua partida antes de estar preparada. Escobar – A Traição | Espanha | Drama 1981, Colômbia. Líder do Cartel de Medellín, Pablo Escobar (Javier Bardem) é um dos maiores traficantes de cocaína para os Estados Unidos, o que faz com que governo de Ronald Reagan insista na criação de um tratado entre os dois países que permita que ele seja julgado em solo americano. Decidido a combater tal ideia, Escobar se candidata e é eleito deputado federal. Paralelamente, ele se envolve com Virginia Vallejo (Penélope Cruz), uma popular apresentadora de TV que não se importa em como o amante consegue sua fortuna, apenas em como o dinheiro é empregado. Gauguin – Viagem ao Taiti | França | Drama No ano de 1891, o célebre pintor francês Gauguin se exila no Taiti. Lá, ele espera reencontrar sua pintura livre, selvagem, longe dos códigos morais, políticos e estéticos da Europa civilizada. Mas, no local, acaba se afundando na selva, enfrentando a solidão, pobreza e a doença. Mas também conhece Tehura, que se tornará sua esposa e tema das suas telas mais importantes. Onde Está Você, João Gilberto? | Alemanha, França, Suiça | Documentário Inspirado no livro “HO-BA-LA-LÁ – À Procura de João Gilberto”, do escritor alemão Marc Fischer, Georges Gachot resolve realizar o sonho do autor, e o seu também, e desembarca no Rio de Janeiro em busca de João Gilberto. Seguindo os passos de Fischer, ele não mede esforços e entra em contato com diversos amigos e parceiros do músico em sua jornada. Histórias que Nosso Cinema (Não) Contava | Brasil | Documentário O longa realiza uma releitura histórica da ditadura militar no Brasil, a partir apenas de imagens oriundas de 27 filmes produzidos no período e que foram considerados “pornochanchadas”, o gênero mais visto e mais produzido durante a década de 1970. Missão 115 | Brasil | Documentário Missão 115 foi o nome atribuído pelo DOI-CODI, órgão de repressão do exército durante a ditadura militar, a uma suposta operação de “vigilância” no Rio de Janeiro, durante um show no Riocentro. Na verdade, tratava-se de um atentado à bomba, organizado pelas forças no poder, que visava incriminar organizações de esquerda e sabotar a redemocratização do país. Mas a bomba explodiu antes da hora.

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    Festival de Sundance começa com elogios rasgados a filme brasileiro

    20 de janeiro de 2018 /

    O longa brasileiro “Benzinho” abriu a mostra competitiva mundial do Festival de Sundance 2018 e arrancou elogios entusiasmados da imprensa americana, que o considera favorito a prêmios. Exibido com o título em inglês de “Loveling”, o filme dirigido por Gustavo Pizzi e estrelado por Karine Teles (repetindo a parceria de “Riscado”) foi descrito pela revista Variety como uma “calorosa e linda história universal de amor, que trata de forma surpreendente algo tão familiar”. Para a publicação, o fato de o filme tematizar o cotidiano familiar, com situações aparentemente banais, pode não parecer tão atraente para o grande público. No entanto, nas mãos de Pizzi e Karine, o drama consegue alcançar uma “profundidade poética” surpreendente. A revista “Hollywood Reporter” ecoou os elogios, afirmando que “Benzinho é um “retrato cativante dos prazeres e dores de uma vida em família”. A publicação destacou que a direção dinâmica de Pizzi “joga luz sobre um mundo doméstico com um foco delicado”. O texto elogiou ainda a direção de fotografia de Pedro Faerstein, cuja preferência por cores primárias cria um “efeito vivaz, mostrando algo lírico mesmo em tarefas triviais”. Karine Teles ganhou destaque especial na críticas das duas publicações. A atriz, que também é corroteirista do longa, foi elogiada por conseguir mostrar a grande gama de emoções que uma mãe de meia-idade sente em relação à sua família. Segundo a revista Hollywood Reporter, Karine trouxe “ferocidade” e “humor” para uma personagem “excepcionalmente simpática, que abraça a doce bagunça da vida como ela é”. Ainda mais elogiosa, a Variety afirmou que a riqueza do roteiro e da atuação fizerem de Irene uma das “mais fortes personagens femininas que uma atriz teve oportunidade de viver nos últimos anos”. Principal festival de cinema independente dos Estados Unidos, Sundance acontece até 28 de janeiro em Park City, no interior nevado de Utah, e também irá exibir o novo longa estrelado por Rodrigo Santoro, o drama cubano “Un Tradutor”.

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