Retrato de uma Jovem em Chamas: Drama francês mais premiado do ano ganha trailer legendado
A Supo Mungam divulgou o trailer legendado de “Retrato de uma Jovem em Chamas”, o filme francês mais premiado de 2019. Escrito e dirigido pela francesa Céline Sciamma (“Tomboy”), que venceu o troféu de Melhor Roteiro no Festival de Cannes, o drama de época gira em torno de uma jovem pintora chamada Marianne (Noémie Merlant), contratada para pintar o retrato de casamento de Héloïse (Adèle Haenel), uma jovem que acabou de deixar o convento. Por ela ser uma noiva relutante, Marianne chega sob o disfarce de dama de companhia, observando Héloïse de dia e a pintando secretamente à noite. Conforme as duas se aproximam, a intimidade e a atração crescem, enquanto compartilham os primeiros e últimos momentos de liberdade de Héloïse, antes do casamento iminente. “Retrato de uma Jovem em Chamas” também venceu a Palma Queer no Festival de Cannes deste ano, o prêmio de Melhor Roteiro da Academia Europeia de Cinema, foi considerado o Melhor Filme nos festivais de Chicago, Hamburgo, Melbourne, etc, é destaque nas listas de fim de ano da crítica internacional e disputa o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Parte da programação do Festival do Rio, o filme tem estreia comercial no Brasil marcada para 9 de janeiro.
James Mangold desabafa sobre sua luta para colocar Ford vs. Ferrari no cinema
Após a vitória de “Ford vs. Ferrari” nas bilheterias do fim de semana, o cineasta James Mangold fez um longo desabafo para o jornalista Anthony D’Alessandro, do site Deadline, contando neste domingo (17/11) como precisou lutar para dirigir o filme e a dificuldade que esse tipo de drama enfrenta atualmente na própria indústria cinematográfica para chegar às telas. Ele revelou que queria filmar essa história há 10 anos, mas sempre foi bloqueado. “Era um filme que eu perseguia, que existia de outras formas com outras pessoas ligadas a ele. Não exatamente esse roteiro, mas um projeto sobre esse período e história. Eu ficava ouvindo que a produção não estava disponível ou não era para mim. Comecei a demonstrar interesse em 2010. Depois de cada filme que terminava, consultava a Fox para dizer que estava disponível, mas sempre parecia que outras pessoas estavam envolvidas”, disse. De fato, uma versão anterior do projeto tinha Joseph Kosinski (“Tron: O Legado”) vinculado à direção, além de Tom Cruise e Brad Pitt negociando os papéis principais. “Até que, depois de ‘Logan’, não sei se foi o sucesso daquele filme ou apenas boa sorte, perguntei novamente e de repente foi possível pegar o projeto. E eu entrei com tudo e comecei a trabalhar como louco com os roteiristas Jez e John-Henry Butterworth”. “A razão pela qual o filme teve tantos problemas para sair do papel anteriormente foi o custo. Tenho certeza que você está ciente, é difícil conseguir fazer um filme voltado para adultos, com temas adultos, atualmente. Existimos em um mundo segregado, em que filmes adultos não podem custar mais de US$ 30 milhões, enquanto os grandes orçamentos são reservados para produções voltadas a adolescentes ou para streaming”, acrescentou o cineasta. “A ideia de fazer um filme caro de cinema para adultos é um desafio real e árduo”. “Ford vs. Ferrari” foi orçado em US$ 95 milhões. “Todo estúdio planeja as finanças de um filme baseado na expectativa do fracasso, de que seu filme vai ser ruim. Assim, eles calculam como não perder dinheiro se o filme for uma merda… Faz sentido, já que, na prática, as chances de um filme se provar excelente são de apenas 20%”, explicou Mangold. “Por isso, eles precisam pensar no que acontece se o filme for considerado ruim: ‘Podemos lucrar com isso?’. Um filme como ‘Ford vs Ferrari’ não dá margem de cálculo se não for bom. Porque pessoas com mais de 30 anos não saem de casa a menos que ouçam que é bom.” As críticas positivas, portanto, foram de grande incentivo para transformar o filme em sucesso. “Ford vs. Ferrari” recebeu 92% de aprovação da crítica norte-americana. Mas para ser elogiado, o filme precisou ser feito. Por conta disso, Mangold fez questão de estender os créditos do sucesso aos produtores, que podem ter colocado seus empregos em risco ao bancarem o projeto. Ele agradeceu efusivamente a equipe da Fox. “Eles mostraram muita fé, por causa da aposta nesse filme. Tinha que ser uma estreia decente para eles não terem problemas [com a Disney]. É por isso que a equipe da Fox – Emma Watts e Steve Asbell – e outras pessoas merecem crédito por isso, porque esse é o tipo de filme que cria problemas quando não funciona. É o tipo de filme que, quando fracassa, inspira questionamentos de cima: ‘Por que vocês fizeram isso?’. Pelos critérios atuais, com base em quem vai ao cinema atualmente, não deveria funcionar. Então, eles merecem muito crédito.” Após o sucesso, a Disney rapidamente pegou carona no resultado positivo. “Desde o início, nós amamos este filme. Em todo lugar que mostramos, as pessoas se apaixonaram por ele, então não é surpreendente ver a resposta positiva. Toda vez que o mostramos, tivemos a mesma reação”, disse Cathleen Taff, chefe do setor de distribuição de filmes da Disney. Com o resultado, a Disney deve reforçar o orçamento de divulgação de “Ford vs. Ferrari” de olho na temporada de premiações, com destaque para o trabalho de Mangold e para os desempenhos de Matt Damon e Christian Bale nos papéis principais.
A Batalha das Correntes: Benedict Cumberbatch é Thomas Edison em trailer de drama histórico
O novíssimo estúdio 101 Films divulgou o trailer de seu primeiro lançamento, “A Batalha das Correntes” (The Current War), sobre a “guerra das correntes elétricas”, travada entre Thomas Edison e George Westinghouse no final do século 19. O detalhe é que este não é o primeiro trailer do filme. A prévia anterior é de 2017, quando ele seria lançado pela The Weinstein Company. A produção foi um dos danos colaterais do escândalo envolvendo o produtor Harvey Weinstein. Acabou caindo no limbo, até ser resgatada pela 101 Films. Mas o estúdio não considerou o negócio como um atalho para chegar rapidamente aos cinemas. Bancou refilmagens e uma nova edição, sob supervisão do diretor Alfonso Gomez-Rejon (“Eu, Você e A Garota que vai Morrer”), para lançar um produto melhor que o exibido no Festival de Toronto de dois anos atrás. A produção gira em torno da rivalidade entre Edison e Westinghouse, que travaram uma feroz batalha comercial em relação às patentes de cada um, a corrente continua de Edison e a corrente alternada de Westinghouse (criada, na verdade, pelo gênio Nikola Tesla), que concorriam por contratos de eletricidade em cidades e estados no final do século 19. Para determinar qual das correntes era melhor, até sua letalidade entrou no debate, culminando na invenção da cadeira elétrica para executar penas de morte nos Estados Unidos. O elenco é nada menos que (super) heroico, reunindo Benedict Cumberbatch (“Doutor Estranho”) como Thomas Edison, Michael Shannon (“O Homem de Aço”) como George Westinghouse e Nicholas Hoult (“X-Men: Apocalipse”) como Nikola Tesla, os homens que eletrificaram o mundo, além de Tom Holland (“Homem-Aranha: Longe de Casa”) como Samuel Insull, secretário de Edison que virou magnata. Além deles, também se destacam Katherine Waterston (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”) como Marguerite, a esposa de Westinghouse, e Tuppence Middleton (série “Sense8”) como Mary, a esposa de Edison. A estreia comercial vai (finalmente) acontecer em 4 de outubro nos Estados Unidos, e ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.
Gentleman Jack é renovada para a 2ª temporada
A minissérie “Gentleman Jack” virou série. A HBO e a BBC anunciaram a renovação de sua coprodução para a 2ª temporada, que terá mais oito episódios. Ambientada na Inglaterra do século 19, “Gentleman Jack” conta a história real de Anne Lister, uma mulher muito à frente de seu tempo, que trocou os vestidos elaborados das damas de sua época por um traje masculino mais prático, assumindo-se lésbica, enquanto lutava para assumir os negócios da família e ficar rica. A série é baseada no diário de Lister e registros da época, e foi escrita, dirigida e produzida por Sally Wainwright (criadora de “Happy Valley”). O elenco destaca Suranne Jones (Doctor Foster) no papel-título, além de Sophie Rundle (“Peaky Blinders”), Gemma Whelan (“Game of Thrones”), Timothy West (“Masada”) e Gemma Jones (“O Diário de Bridget Jones”). A HBO começou exibe “Gentleman Jack” no Brasil, com diferença de quatro dias em relação aos Estados Unidos.
Alto Mar: Série espanhola de mistério ganha trailer legendado
A Netflix divulgou seis fotos, dois pôsteres e o trailer legendado de sua nova série espanhola, o suspense marítimo “Alto Mar”. Curiosamente, o marketing da plataforma comparou a atração à “Titanic” (num post nas redes sociais), mas o único desastre evidente na prévia são os valores da produção – cenografia, figurino, efeitos – , mais televisivos que cinematográficos. Na verdade, a comparação óbvia é com “Morte no Nilo”, o romance de mistério de Agatha Christie sobre um assassinato num navio de luxo – que vai ganhar nova versão no cinema em 2020. A trama é justamente esta: uma morte misteriosa durante uma viagem de navio luxuoso. Todos a bordo são suspeitos e a apresentação dos personagens no vídeo reforça os arquétipos do gênero, resumindo cada um à sua função – há, inclusive, “a escritora”. Para completar, a produção é de época. Por sinal, da mesma época do livro de Agatha Christie, publicado em 1937. Criada por Ramón Campos e Gema R. Neira, dupla de criadores de “As Telefonistas” (Las Chicas del Cable), um dos primeiros sucessos espanhóis da Netflix, a série tem oito episódios dirigido por Carlos Sedes (também de “As Telefonistas”). O elenco eclético conta com Ivana Baquero (“The Shannara Chronicles”), José Sacristán (“A Garota de Fogo”), Alejandra Onieva (“Novatos”), Eloy Azorín (“Los Borgia”), Luis Bermejo (“Kiki: Os Segredos do Desejo”), Eduardo Blanco (“Clube da Lua”), Felix Gomez (“Ibiza: Tudo pelo DJ”), Jon Kortajarena (“Quantico”), Daniel Lundh (“Meia-Noite em Paris”), Ángela Molina (“Abraços Partidos”) e Tamar Novas (também de “Abraços Partidos”) “Alto Mar” estreia no dia 24 de maio em streaming. E já tem uma 2ª temporada gravada.
Veja os trailers de Gentleman Jack, minissérie de época que estreia sexta no Brasil
A HBO e a BBC divulgaram trailers diferentes de sua coprodução “Gentleman Jack”, minissérie de oito episódios que estreia nesta segunda-feira (22/4) nos Estados Unidos e na próxima sexta (26/4) no Brasil. Ambientada na Inglaterra do século 19, “Gentleman Jack” conta a história real de Anne Lister, uma mulher muito à frente de seu tempo, que trocou os vestidos elaborados das damas de sua época por um traje masculino mais prático, assumindo-se lésbica, enquanto lutava para assumir os negócios da família e ficar rica. A série é baseada no diário de Lister e foi escrita, dirigida e produzida por Sally Wainwright (criadora de “Happy Valley”). O elenco destaca Suranne Jones (Doctor Foster) no papel-título, além de Sophie Rundle (“Peaky Blinders”), Gemma Whelan (“Game of Thrones”), Timothy West (“Masada”) e Gemma Jones (“O Diário de Bridget Jones”). Confira abaixo os dois trailers diferentes e o pôster oficial da HBO.
Roma: Filme de Afonso Cuarón que venceu o Festival de Veneza ganha impactante trailer legendado
A Netflix divulgou o pôster, quatro fotos e o segundo trailer legendado de “Roma”, filme vencedor do Festival de Veneza 2018. O título não diz respeito à cidade italiana, mas a um bairro de classe média da Cidade do México, onde trabalha a protagonista, uma empregada doméstica. A prévia impactante mostra uma evolução dramática de momentos intimistas para cenas épicas de revolta popular, ao acompanhar a doméstica Cleo (a estreante Yalitza Aparicio), que testemunha as mudanças sociais e políticas no México durante os anos 1970. A trama filmada em preto e branco é baseada nas lembranças de infância do diretor Alfonso Cuarón, em seu primeiro filme após vencer o Oscar por “Gravidade” (2013). A sinopse oficial define o longa como “uma homenagem de Cuarón às mulheres que o criaram” e como o seu “projeto mais pessoal até hoje”. Cuarón não fazia um filme situado no México há 17 anos, desde “E Sua Mãe Também” (2001). “Roma” terá uma estreia em circuito limitado de cinemas – regra para disputar o Oscar – antes de chegar no serviço de streaming em todo o mundo, no dia 14 de dezembro.
Novo trailer de Colette destaca elogios rasgados da crítica
O estúdio indie Bleeker Street divulgou um novo trailer de “Colette”, que destaca elogios rasgados da crítica, em particular para a performance de Keira Knightley (“Anna Karenina”) no papel título. O filme é uma cinebiografia da escritora francesa e ícone feminista Sidonie Gabrielle Colette, autora dos famosos romances “Chéri” (1920) e “Gigi” (1944). Mas quando a trama começa, ela é apenas uma jovem provinciana do final do século 19 que se casa com o escritor Henry Gauthier-Villars (Dominic West, da série “The Affair”), conhecido pelo nome artístico de Willy. Com o casamento, ela se muda do campo diretamente para o agito de Paris. Mas as dívidas fazem com que ele a estimule a contribuir com textos sobre suas experiências da época da adolescência, para ele publicar sob o nome dele. Ela escreve “Claudine”, que é creditado a Willy e faz muito mais sucesso que qualquer outra obra do escritor. Vira um verdadeiro fenômeno, que leva o marido a exigir que ela escreva continuações. É quando Colette se rebela, busca a separação, revela nova inclinação (bi)sexual e começa a ser reconhecida como autora por seus próprios méritos. Sua luta por independência e reconhecimento no universo machista da época alimentou boa parte de sua literatura dali em diante, assim como suas paixões, o que permite à Keira Knightley encarnar outra mulher forte, à frente de seu tempo, e assim tentar sua terceira indicação ao Oscar. O filme também é uma homenagem do diretor Wash Westmoreland (“Para Sempre Alice”) para seu marido e parceiro artístico, Richard Glatzer, que trabalhava no roteiro na ocasião de sua morte em 2015. Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) é creditada como corroteirista. “Colette” teve première no Festival de Sundance e foi exibido no Festival de Toronto sob aplausos, recebendo 89% de aprovação no Rotten Tomatoes. A estreia já aconteceu, de forma bem limitada, em quatro telas de cinema no fim de semana passado nos Estados Unidos. O lançamento vai chegar em mais salas no próximo fim de semana, mas só desembarca em dezembro no Brasil.
Keira Knightley se rebela contra o machismo no trailer da cinebiografia da escritora Colette
A Lionsgate divulgou o pôster britânico, novas fotos e o novo trailer de “Colette”, em que Keira Knightley (“Anna Karenina”) se rebela contra as convenções dos dramas de época que preenchem boa parte de sua filmografia. O filme é uma cinebiografia da escritora francesa e ícone feminista Sidonie Gabrielle Colette, autora dos famosos romances “Chéri” (1920) e “Gigi” (1944). Mas quando a trama começa, ela é apenas uma jovem provinciana do final do século 19 que se casa com o escritor Henry Gauthier-Villars, conhecido pelo nome artístico de Willy (Dominic West, da série “The Affair”). Com o casamento, ela se muda do campo diretamente para o agito de Paris. Mas as dívidas fazem com que ele a estimule a contribuir com textos sobre suas experiências da época da adolescência. Ela escreve “Claudine”, que é creditado a Willy e faz muito mais sucesso que qualquer outra obra do escritor. Vira um verdadeiro fenômeno, que leva o marido a exigir que ela escreva continuações. É quando Colette se rebela, busca a separação, revela nova inclinação (bi)sexual e começa a ser reconhecida como autora por seus próprios méritos. Sua luta por independência e reconhecimento no universo machista da época alimentou boa parte de sua literatura dali em diante, assim como suas paixões, o que permite à Keira Knightley encarnar outra mulher forte, à frente de seu tempo, e assim tentar sua terceira indicação ao Oscar. O filme também é uma homenagem do diretor Wash Westmoreland (“Para Sempre Alice”) para seu marido e parceiro artístico, Richard Glatzer, que trabalhava no roteiro na ocasião de sua morte em 2015. Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) é creditada como corroteirista. “Colette” teve première no Festival de Sundance, será exibido no Festival de Toronto e tem estreia comercial marcada para 21 de setembro nos Estados Unidos. Ainda não há previsão de lançamento no Brasil.
Roma: Trailer legendado do novo filme de Alfonso Cuarón vai de cenas épicas a tom intimista em preto e branco
A Netflix divulgou uma foto oficial de bastidores e o primeiro trailer legendado de “Roma”, novo filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón – e o primeiro após vencer o Oscar por “Gravidade”. O título não diz respeito à cidade italiana, mas a um bairro classe média da Cidade do México, onde trabalha a protagonista. Rodada em preto e branco, a prévia altera momentos intimistas com cenas épicas de revolta popular, ao acompanhar Cleo (a estreante Yalitza Aparicio), empregada doméstica que testemunha as mudanças sociais e políticas no México durante os anos 1970. A sinopse oficial define o filme como “uma homenagem de Cuarón às mulheres que o criaram” e como o seu “projeto mais pessoal até hoje”. Cuarón não fazia um filme no México há 17 anos, desde “E Sua Mãe Também” (2001). “Roma” terá première mundial no Festival de Veneza, será exibido nos festivais de Toronto, Nova York e ainda deve estrear em circuito limitado de cinemas – regra para disputar o Oscar – , antes de chegar no serviço de streaming. A data do lançamento na Netflix ainda não foi definida.
Keira Knightley vive ícone feminista no trailer de Colette
O estúdio indie Bleeker Street divulgou fotos, pôster e o trailer de “Colette”, em que Keira Knightley (“Anna Karenina”) se rebela contra as convenções dos dramas de época que preenchem boa parte de sua filmografia. O filme é uma cinebiografia da escritora francesa e ícone feminista Sidonie Gabrielle Colette, autora dos famosos romances “Chéri” (1920) e “Gigi” (1944). Mas quando a trama começa, ela é apenas uma jovem provinciana do final do século 19 que se casa com o escritor Henry Gauthier-Villars, conhecido pelo nome artístico de Willy (Dominic West, da série “The Affair”). Com o casamento, ela se muda do campo diretamente para o agito de Paris. Mas as dívidas fazem com que ele a estimule a contribuir com textos sobre suas experiências da época da adolescência. Ela escreve “Claudine”, que é creditado a Willy e faz muito mais sucesso que qualquer outra obra do escritor. Vira um verdadeiro fenômeno, que leva o marido a exigir que ela escreva continuações. É quando Colette se rebela, busca a separação, revela nova inclinação (bi)sexual e começa a ser reconhecida como autora por seus próprios méritos. Sua luta por independência e reconhecimento no universo machista da época alimentou boa parte de sua literatura dali em diante, assim como suas paixões, o que permite à Keira Knightley encarnar outra mulher forte, à frente de seu tempo, e assim tentar sua terceira indicação ao Oscar. O filme também é uma homenagem do diretor Wash Westmoreland (“Para Sempre Alice”) para seu marido e parceiro artístico, Richard Glatzer, que trabalhava no roteiro na ocasião de sua morte em 2015. Rebecca Lenkiewicz (“Desobediência”) é creditada como corroteirista. A estreia está marcada para 21 de setembro nos Estados Unidos e não há previsão de lançamento no Brasil.
História de Anna Karenina ganha “continuação” russa em clima de guerra
“Anna Karenina”, o romance de Liev Tolstói, se prestou a várias adaptações cinematográficas de sucesso e a produções bem cuidadas, caprichadas. A forte personagem feminina que encara o seu desejo, enfrenta os homens que ama ou que a amam e recebe a reprovação da sociedade, levando a um destino trágico, é muito atraente e sempre deu margem a reflexões sobre a questão de gênero, nas várias épocas em que foi encenada. Grandes atrizes viveram a personagem, começando por ninguém menos do que Greta Garbo, em filme de Clarence Brown, de 1935. A também grande Vivian Leigh a viveu no filme de 1948, dirigido por Julien Duvivier. Jacqueline Bisset oi Anna Karenina em filme de Simon Langton, de 1985. Em tempos mais recentes, Sophie Marceau encarnou-a, no filme dirigido por Bernard Rose em 1997, e Keira Knightley, no filme de Joe Wright, em 2013. Uma nova versão vem da Rússia, dirigida por Karen Shakhnazarov, o cineasta que fez “Tigre Branco”, em 2012, um espetáculo de suspense e guerra, com cenas muito bem construídas, de grande impacto cinematográfico. Com um talento para esse tipo de sequências, o drama intimista de Anna Karenina não ofereceria grandes oportunidades para a exploração de cenas em campo aberto, vistosas, como ele sabe fazer. Shakhnazarov inovou, fundindo a história de Tolstói com um outro conto russo, que se passa no acampamento militar/hospital, em plena guerra Rússia-Japão, de 1905: a história de Vronsky. Ali, dois personagens, seu filho e seu amante, tentam entender a tragédia vivida por Anna Karenina, em meio às providências de guerra, ataques, explosões, e o filme fica com a cara de Shakhnazarov. O recurso permite pensar a posteriori sobre o drama, mas acrescenta pouco à situação dramática e até confunde um pouco o entendimento da trama. Penduricalhos como a da órfã de guerra chinesa, que circula pelo acampamento militar, não se justificam. Em contrapartida, o filme adquire uma beleza visual admirável. “Anna Karenina: A História de Vronsky” vale pelas sequências externas, não só da guerra, mas também da corrida de cavalos no Jóquei: brilhante. O baile é muito bem encenado, com riqueza na direção de arte, figurinos. Enfim, é uma produção muito bonita e bem cuidada, sob a batuta de um cineasta muito competente, em que pesem as restrições que se possam fazer à sua estruturação dramática.
A Livraria oferece uma fábula para amantes de cultura
“A Livraria” é um filme espanhol, dirigido pela cineasta catalã Isabel Coixet (“A Vida Secreta das Palavras”). Mas a verdade é que não poderia ser mais inglês. A trama é uma adaptação do romance homônimo, de Penelope Fitzgerald, e se passa na pequena cidade litorânea inglesa de Hardborough, em 1959. O filme nos transporta ao pequeno mundo daquela localidade, com seus hábitos, costumes, valores provincianos, vestimentas e modo de falar e se comportar com precisão, direção de arte impecável, ótima reconstituição de época. É um charme só. Pelo menos, na aparência. Na realidade, a tal localidade é marcada por um conformismo, uma acomodação e um conservadorismo nada charmosos. Vigoram por lá a ignorância, a inveja e a falsa moral. Que é o que a personagem Florence Green (Emily Mortimer) vai sentir na pele, quando resolve encarar o seu grande sonho de montar uma livraria numa casa muito antiga da família, que lhe restou como herança. Com espírito empreendedor, misturado a uma tenacidade e a uma alma sonhadora, Florence, contra tudo e contra todas as previsões, terá sucesso nessa empreitada maluca. Aí terá de lidar com a hostilidade da mediocridade, a inveja dos acomodados e a sordidez humana que se escondem debaixo das aparências charmosas. Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento, já diz o ditado. O pior é que tudo se dá com base em argumentos ridículos e mesquinhos, mas em defesa da arte. E das verdades inventadas pela fofoca e pela maldade que ela distila. A diretora Isabel Coixet conta que se identificou muito com a personagem Florence do romance, com seu espírito livre, capaz de transformações. De fato, ela levanta a poeira daquela comunidade sonolenta, que se transfigura em hostilidade. Mas também encontra quem já amava a boa literatura, escondido no seu canto, o sr. Brundisk (Bill Nighy), a menina que a ajudará com dedicação e os que descobrem a maravilha da leitura, com trabalhos provocantes, como o de Vladimir Nabokov, em “Lolita”, ou Ray Bradbury, em “Fahrenheit 451”. E ela segue em frente, seguirá sempre, em busca de seus sonhos, suas utopias, que podem se resumir a ideias ingênuas e bem intencionadas. Mas que incomodam da mesma maneira os de alma pequena, onde nada vale a pena, invertendo Fernando Pessoa. A narrativa de “A Livraria” não resiste ao realismo, é fabular. Florence é uma espécie de fada que encontra sua alma gêmea e combate a bruxa: a sra. Gamart (Patricia Clarkson), que personifica a mediocridade maldosa da comunidade. O bem pode estar nos livros e o mal, na inveja e na burocracia, por exemplo. É um bom modo de apontar para a hipocrisia do mundo. Potencializada pelos pequenos e encantadores povoados ingleses, que se materializam no trabalho cinematográfico de uma cineasta talentosa de Barcelona, que venceu o prêmio Goya de Melhor Filme (o Oscar espanhol) com “A Livraria”.










