Destacamento Blood é a principal estreia digital do fim de semana
O lançamento de “Destacamento Blood” é a principal estreia digital do fim de semana. No momento em que o mundo inteiro para para acompanhar o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), após o assassinato de George Floyd por policiais brancos, o filme novo de Spike Lee aborda outra faceta da história de opressão afro-americana, lembrando o envio de negros para lutar na Guerra do Vietnã. Confira abaixo esta e outras boas novidades digitais, todas inéditas nos cinemas brasileiros, que merecem uma conferida em VOD neste fim de semana. A lista não inclui clássicos, filmes já lançados em tela grande e títulos não recomendados. Destacamento Blood (Da 5 Bloods) | EUA | 2020 Com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme de Spike Lee acompanha um grupo de veteranos da Guerra do Vietnã que retorna ao país asiático em busca de um tesouro enterrado durante o confronto, 50 anos antes. A viagem resgata memórias dos personagens e apresenta detalhes da guerra sob o ponto de vista de combatentes afro-americanos. Netflix As Ondas | Waves | EUA | 2019 Bastante premiado, o drama indie que rendeu o Gotham Award de Revelação para a atriz Taylor Russell (a Judy de “Perdidos no Espaço”) acompanha uma família suburbana liderada um pai controlador (Sterling K. Brown, de “This Is Us”). Apesar de conturbadas, suas relações são marcadas por amor, perdão e pela união necessária depois de sofrerem uma perda. 83% no Rotten Tomatoes. Google Play, Oi Play, Sky Play, Vivo Play, Um Cão Latindo para a Lua (A Dog Barking at the Moon) | China | 2020 A saga de uma família chinesa, contada em diferentes períodos de tempo, começando com a descoberta da esposa da homossexualidade do marido. Quando sua filha vem visitar a família com o marido americano, outros segredos vêm à tona. As decisões tomadas ilustram como a aparência de respeitabilidade ainda afeta a China moderna. Primeiro longa de Lisa Zi Xiang, foi premiado com o Teddy de Melhor Filme LGBTQIA+ do Festival de Berlim passado e tem 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Now Daqui Até a China (De Acá a la China) | Argentina | 2019 Depois da família ir à falência por conta da concorrência chinesa, um comerciante argentino tem o plano de se vingar montando um supermercado no país asiático para viciar a população com produtos de seu país. Chamado de La Mano de Dios, em homenagem a Maradona, o mercadinho acaba não resultando no planejado e o protagonista começa a sentir empatia pela dura vida dos chineses. Filmado quase em tom documental, o filme é estrelado pelo próprio diretor, Federico Marcello. Apple TV+, Now, Oi Play e Vivo Play Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips (JLD: Apokolips War) | EUA | 2020 Quem queria ver a Liga da Justiça enfrentar Darkseid no cinema deve se interessar pela animação que mostra exatamente isso. Com o diferencial de que os heróis são liderados por John Constantine (dublado por Matt Ryan, que vive o personagem na série live-action “Legends of Tomorrow”). Para completar, o veterano Tony Todd (o Candyman do terror homônimo) dá voz ao vilão Darkseid. Mas atenção: nos EUA, o lançamento recebeu classificação “R” (para maiores de 17 anos) pela violência. Apple TV+, Google Play, Looke e Microsoft Store Superman Entre a Foice e o Martelo (Superman: Red Son) | EUA | 2020 A animação adapta os quadrinhos homônimos de Mark Millar (o criador de “Kick-Ass” e “Kingsman”), que exploram o que aconteceria se a nave que trouxe Kal-El de Krypton tivesse caído na União Soviética, em vez de em Smallville, no interior do Kansas (EUA). A trama acompanha o herói por cinco décadas, mostrando seus esforços para submeter a Europa ao stalinismo até sua transformação em líder do Partido Comunista. Vale lembrar que a história também inspirou um arco importante da 4ª temporada da série “Supergirl”, mas a adaptação da obra original se afasta dessa versão por também incluir Mulher-Maravilha, um Batman russo, a tropa dos Lanternas Verdes e muitas reviravoltas inesperadas. Apple TV+, Google Play e Microsoft Store
Nova animação da Liga da Justiça Sombria ganha primeiro trailer
A Warner Animation divulgou o trailer do segundo longa da Liga da Justiça Sombria. Intitulado “Justice League Dark: Apokolips War”, a produção reúne o maior elenco de heróis já vistos numa produção animada, juntando os personagens do antigo selo adulto Vertigo com os super-heróis tradicionais da DC Comics. O trailer apresenta o motivo dessa união incomum: a ameaça de Darkseid, que passa a controlar a mente de alguns heróis em seu plano de invasão da Terra. A resistência é comandada por Superman, Ravena e Constantine, dublados, respectivamente, por Jerry O’Connell (“Carter”), Taissa Farmiga (“American Horror Story”) e Matt Ryan, que é o próprio intérprete de John Constantine na série “Legends of Tomorrow”. Eles se juntam aos dubladores oficiais dos personagens clássicos da DC nos últimos anos de produções animadas, incluindo Jason O’Mara (“Agents of S.H.I.E.L.D.”) como Batman, Rosario Dawson (“Luke Cage”) como Mulher-Maravilha, Shemar Moore (“S.W.A.T.”) como Cyborg, Christopher Gorham (“Covert Affairs”) como Flash, Camilla Luddington (“Grey’s Anatomy”) como Zatanna, Rebecca Romijn (“The Librarians”) como Lois Lane e Rainn Wilson (“The Office”) como Lex Luthor. Para completar, o veterano Tony Todd (o Candyman do terror homônimo) dá voz ao vilão Darkseid. “Justice League Dark: Apokolips War” recebeu classificação “R” (para maiores de 17 anos nos EUA) e será lançado em Blu-ray e VOD na primavera norte-americana – isto é, entre abril e maio. Além desse lançamento, o produtor J.J. Abrams tenta transformar os quadrinhos da Liga Justiça Sombria numa produção live-action. Mas este projeto ainda está em estágio inicial.
Vídeo de quase 7 minutos revela bastidores da animação A Morte do Superman
A Warner divulgou um longo vídeo de bastidores com quase 7 minutos de sua próxima animação para o mercado de vídeo. Trata-se da adaptação de “A Morte de Superman” (The Death of Superman), história impactante publicada em 1993, que mostrou a luta do herói contra o monstro imbatível chamado Apocalypse (“tradução” brasileira de Doomsday), encerrada com o resultado do título. O curioso é que não é a primeira vez que a Warner anima os quadrinhos clássicos de Dan Jurgens, Roger Stern e Louise Simonson, responsáveis por um dos crossovers mais emocionais da editora DC Comics. A primeira versão foi lançada em vídeo em 2007 com o título “Superman/Batman: Apocalypse” e diversas mudanças em relação à trama original. O vídeo disponibilizado revela que a nova versão fará suas próprias modificações na história, com maior destaque para a participação da Liga da Justiça, ausente no primeiro desenho. A trama também foi dividida em duas partes, com a primeira focada na luta contra Apocalypse e seu desfecho trágico, enquanto um segundo filme mostrará o renascimento do herói – com a provável participação dos quatro Supermen que tentam ocupar seu vácuo, como nos quadrinhos. Esta parte da história foi a mais modificada na animação de 2007. Nos quadrinhos, a história foi publicada como uma trilogia: “A Morte de Superman”, “O Mundo sem Superman” e “O Retorno do Superman” (a saga do uniforme preto). A trama também inspirou elementos do filme “Batman vs. Superman” (2016). A direção é de Jake Castorena (da série “Justice League Action”) e o elenco de vozes originais inclui Jerry O’Connell (como Superman), Jason O’Mara (Batman), Matt Lanter (Aquaman), Rosario Dawson (Mulher-Maravilha), Nathan Fillion (Lanterna Verde), Rebecca Romijn (Lois Lane), Rainn Wilson (Lex Luthor), Shemar Moore (Ciborgue), Christopher Gorham (Flash), Patrick Fabian (Hank Henshaw) e Rocky Carroll (Silas Stone). A maioria dos dubladores já trabalhou em outros longas animados da DC dando voz aos mesmos personagens, entre eles “Liga da Justiça: Trono de Atlântida” (2015), “A Liga da Justiça e os Jovens Titãs” (2016) e “Liga da Justiça Sombria” (2007). Por enquanto, não há previsão para o lançamento, que deve ser disponibilizado ainda em 2018.
Certas Mulheres é um dos melhores filmes não lançados nos cinemas brasileiros em 2017
Dentre os filmes que não chegaram aos cinemas brasileiros neste ano, “Certas Mulheres”, de Kelly Reichardt (“Movimentos Noturnos”), lançado direto em DVD no país, talvez seja o que mais fez falta na telona. Não que seja uma obra de muitos planos gerais ou coisas do tipo. É justamente essa aproximação mais requerida entre personagem e espectador que seria importante na intimidade da sala de cinema. Mas ver o filme com o espírito tranquilo, numa madrugada dessas, também funciona que é uma beleza. Inclusive para deixar o espectador sem dormir com suas histórias. Entre suas histórias paralelas, a mais impactante, no sentido de trazer dor e angústia, mostra Kristen Stewart como uma professora de Direito e Lily Gladstone (“Subterranea”) como uma vaqueira de jeito simples, que fica encantada com aquela jovem mulher que leva quatro horas para chegar até sua cidadezinha. A beleza de cada palavra não dita, os momentos em que os olhares se encontram e, principalmente, não se encontram – Kristen é ótima em fazer o tipo tímida e imaginem ela dentro de uma sala de aula, toda desconcertada –, tudo neste terceiro segmento contribui para que seja uma leve e gentil facada no peito. E este segmento é o que mais torna a obra de Reichardt valiosa e muito parecida com alguns contos modernistas que lidam com problemas simples e do dia a dia de certas mulheres. É possível se lembrar de Clarice Lispector, Katherine Mansfield ou Virginia Woolf. O que, aliás, é muito bom, levando em consideração que muitas vezes o cinema parece se contentar com pouco, em sua estrutura convencional. As demais histórias, ainda que menos impactantes, não deixam de ter também o seu valor, ainda mais pela força das atrizes que as interpretam. A primeira traz a grande Laura Dern (“Livre”) como uma advogada que tenta ajudar um cliente frustrado. É a história em que mais coisas acontecem, ainda que o tom seja exatamente o oposto de um filme de enredo amarradinho, levando em consideração que há uma situação envolvendo polícia e refém. Numa dessas histórias em que nada parece acontecer, brilha Michelle Williams, fazendo um papel bem distinto do visto em “Manchester à Beira-Mar” (2016). O tom é mais sutil, mas ela traz igualmente aquele sorriso sem graça que lhe caracteriza há algum tempo. Sua personagem está acampando com o marido e a filha adolescente e percebemos que há um atrito entre ela e a filha. Mas o que mais torna a história incômoda é a conversa que ela tem com um senhor que mora isolado. Ela deseja comprar dele umas pedras que remontam a tempos históricos dos Estados Unidos. O velho senhor não parece muito feliz com a proposta, embora não negue doar as pedras. No fim do segmento, fica aquele gosto amargo. Mal sabíamos que um amargo maior ainda estaria por vir no melhor segmento, o que traz a já citada história estrelada por Kristen Stewart, que está cada vez mais se provando uma atriz de primeira grandeza. De dar gosto mesmo. Quanto à diretora Kelly Reichardt, é o caso de reclamar porque suas obras, todas maravilhosas, não chegam aos cinemas brasileiros. Uma delas, inclusive, “Wendy and Lucy” (2008), traz Michelle Williams como protagonista e rendeu o prêmio para a atriz no Festival de Toronto. Por sinal, “Certas Mulheres” venceu o Festival de Londres do ano passado.
Os Bonecos da Morte continuam sangrentos no trailer do 11º filme da franquia clássica de terror
Os “Bonecos da Morte” estão de volta em um novo filme para o mercado digital da lendária produtora Full Moon. As criaturinhas sádicas dos anos 1980 retornam em “Puppet Master: Axis Termination”, 11º título da franquia (12º se contar o crossover com “Brinquedos Diabólicos”), que encerra a trilogia nazista iniciada por “Puppet Master: Axis of Evil” (lançado em DVD em 2010). Apesar do orçamento baixíssimo, a prévia revela que o gore continua a render litros de sangue e mutilações na franquia. Além disso, a história foi escrita pelo próprio criador dos bonecos assassinos e contará com um novo grupo de vilões em miniatura, numa luta pela supremacia. Além de assinar o roteiro, Charles Band, que fundou a Full Moon e escreveu “Os Bonecos da Morte” em 1989, ainda dirige o filme. Com ele, também volta seu irmão, o compositor Richard Band, que dá um toque nostálgico à trilha sonora. O lançamento vai acontecer “em breve” no canal da Full Moon no serviço de streaming da Amazon. Além deste filme, há planos para um remake, com orçamento de cinema e escrito pelo cineasta S. Craig Zahler (“Rastro de Maldade”). Intitulado “Puppet Master: The Littlest Reich”, o terror está atualmente em pós-produção, mas ainda não tem previsão de estreia.
Drama estrelado por Kristen Stewart, vencedor do Festival de Londres, sai direto em DVD no Brasil
Um dos filmes mais premiados ano, “Certas Mulheres” (Certain Women), foi lançado pela Sony direto em DVD no Brasil. A produção reúne em seu elenco simplesmente Kristen Stewart (“Personal Shopper”), Michelle Williams (“Manchester à Beira-Mar”) e Laura Dern (“Livre”) e venceu o Festival de Londres do ano passado. A trama acompanha as vidas de quatro mulheres, interpretadas pelas atrizes citadas e Lily Gladstone (“Subterrânea”). Entre elas, há pouco em comum além do fato de morarem em Livingston, no estado de Montana. No entanto, as circunstâncias de suas vidas farão com que suas histórias se entrelacem de uma maneira íntima e profunda, ainda que distante, conforme buscam seus lugares no mundo. O filme teve sua estreia no Festival de Sundance de 2016, foi exibido no Festival do Rio e em inúmeros outros festivais ao redor do mundo, sendo reconhecido por diversas associações de críticos dos Estados Unidos, além de ter concorrido ao Film Independent Spirit Awards, o “Oscar do cinema independente”. Escrito e dirigido por Kelly Reichardt (“Movimentos Noturnos”), “Certas Mulheres” estreou em outubro passado nos cinemas dos Estados Unidos e chegou às prateleiras brasileiras no começo de junho.
Filme 3D de tecnologia revolucionária de Ang Lee será lançado direto em vídeo no Brasil
Cercado de expectativas, o novo filme de Ang Lee deveria marcar época, como o primeiro longa de ficção filmado em 3D com resolução digital 4K e versão original de 120 quadros por segundo — ou seja, cinco vezes mais rápido do que o padrão das últimas nove décadas. Para se ter ideia, os 48 quadros por segundo de “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, em 2012, foram considerados uma audácia corajosa de Peter Jackson. Pois a obra de Ang Lee é quatro vezes mais audaciosa. Todos concordam que sua fotografia é o registro mais perfeito e realista já visto no cinema, capaz de tornar risível o impacto das primeiras sessões de “Avatar” em 3D. Entretanto, “A Longa Caminhada de Billy Lynn” foi uma enorme e retumbante fracasso. Lançado há um mês, o filme fez só US$ 1,7 milhões nos EUA. E toda a sua tecnologia cara para gerar imagens deslumbrantes será desperdiçada em seu lançamento no Brasil. A Sony resolveu que irá distribui-lo direto em vídeo. Isto mesmo. 120 quatros por segundo… num DVD! Com sorte, Blu-ray. Muitos apontam que o ultrarrealismo digital é incômodo de acompanhar, especialmente por conta da opção do diretor de incluir muitos closes, mostrando detalhes de pele que nem dermatologistas costumam perceber. Outros alegam que as belas imagens são um apanhado de cenas sem história que as torne coerentes. E também há quem lamente que, por mais que o filme contenha explosões de batalha, trata-se de um drama incapaz de produz qualquer maravilhamento que justifique o investimento. Inspirado no livro homônimo de Ben Fountain, finalista do National Book Awards em 2012, “Billy Lynn” não poderia ser mais diferente da fantasia “As Aventuras de Pi” (2012), o longa anterior de Lee. O filme se passa em dois tempos e estabelece um paralelo visual entre as experiências traumáticas de Billy no Oriente Médio e um tributo a soldados, o recruta à frente, em um jogo de futebol americano no Dia de Ação de Graças. A partida foi inspirada em evento real que contou em 2004 com a participação do grupo vocal feminino Destiny’s Child. No filme, uma figurante interpreta a jovem Beyoncé, olhada com admiração pelo protagonista, o estreante inglês Joe Alwyn. Os companheiros de Billy, igualmente marcados pelo absurdo da guerra, logo voltarão ao campo de batalha. Mas o protagonista enfrenta a resistência da irmã, vivida por Kristen Stewart. Ela tenta convencê-lo a pedir uma licença para lidar com o transtorno de estresse pós-traumático causado pela guerra. E esta é a história. O elenco também inclui Vin Diesel (“Velozes e Furiosos”) e o veterano Steve Martin (“Simplesmente Complicado”). Apesar do fracasso, Lee quer filmar seu próximo longa, “Thrilla in Manila”, sobre a terceira e derradeira luta entre Muhammad Ali (1942-2016) e Joe Frazier (1944-2011), novamente em 3D ultrarrealista. Resta saber se o diretor, duplamente vencedor do Oscar, conseguirá aprovar o orçamento para a nova experiência.
Pior diretor do mundo, Uwe Boll anuncia aposentadoria
Após conviver por anos com o rótulo de “pior diretor do mundo” em atividade, o alemão Uwe Boll resolveu anunciar sua aposentadoria. O motivo: ninguém mais paga por seus filmes. Boll ficou conhecido por conseguir os direitos de diversas franquias famosas de videogame no começo dos anos 2000 e produzir adaptações ridículas, como “House of the Dead: O Filme” (2003), “Alone in the Dark: O Despertar do Mal” (2005), “BloodRayne” (2006) e “Em Nome do Rei” (2007). Ele tentou se desvencilhar da má fama ao realizar filmes originais, de comédias a terrores, mas principalmente thrillers de ação, e mesmo assim continuou recebendo críticas negativas, a ponto de virar um diretor de produções feitas para DVDs. Como o mercado de home video entrou em decadência, ele agora se vê desempregado. “O mercado está morto, eu não consigo mais fazer filmes porque o mercado de DVD e Blu-Ray caiu 80% nos últimos três anos. Eu não posso mais arcar com esses custos. Uso meu próprio dinheiro desde 2005”, comentou, em entrevista coletiva. “Eu fiz muitos filmes estúpidos de vídeo game e nos últimos anos consegui fazer alguns filmes que queria. Eu não preciso de uma Ferrari, não preciso de uma iate. Guardei o pouco dinheiro que ganhei para fazer os filmes que queria”, completou. O cineasta anunciou que a continuação “Rampage: President Down” será seu último filme.
Com estreia em mais de mil salas, Ben-Hur tentará o milagre de lotar os cinemas
Apostando contra as previsões pessimistas, a estreia de “Ben-Hur” tem a chance de provar que Jesus Cristo é brasileiro em 1.139 salas de cinema, num dos maiores lançamentos do ano. A produção será a primeira obra de temática religiosa a ocupar a maioria das telas 3D (688) e todo circuito IMAX (12 salas) do país. Isto porque também é um filme de ação, que evoca, inclusive, o sucesso “O Gladiador” (2000) – por sua vez, inspirado no “Ben-Hur” de 1959. Mas enquanto o clássico venceu 11 Oscars e conta com 88% de aprovação no site Rotten Tomatoes, a terceira versão (há ainda um filme mudo de 1925) recebeu pedradas da crítica americana, com apenas 33% de sorrisos amarelos. Vale a curiosidade de conferir a participação de Rodrigo Santoro, que é pequena, mas mais incorporada à trama que nas versões anteriores, nas quais Jesus aparecia apenas como uma silhueta silenciosa. Após fazer sucesso nos EUA e já garantir uma sequência, o terror “Quando as Luzes se Apagam” chega a 269 salas, explorando o medo do escuro. A história, que combina diversos elementos tradicionais do terror – mulher-fantasma de cabelos longos, família amaldiçoada, criatura que vive nas sombras – tem produção de James Wan (“Invocação do Mal”), que cada vez mais se consagra como principal mestre do terror do século 21. Não é fácil para o gênero agradar a crítica, e “Quando as Luzes se Apagam” emplacou 77% de aprovação no Rotten Tomatoes. Nem todo filme mal distribuído apela preferencialmente aos cinéfilos. E o lançamento da animação “Barbie: Aventura nas Estrelas” em 44 salas, exclusiva nos cinemas da rede Cinépolis, serve para demonstrar que o circuito limitado não é sinônimo de “circuito de arte”. O filme mostra Barbie como uma princesa cósmica, que voa pelo universo num skate voador. Sério. Tanto que será lançado direto em DVD em países do Primeiro Mundo. Outra apelação comercial, a comédia “O Funcionário do Mês” traz um verniz de sátira social que pode até enganar o cinéfilo desavisado, interessado em conferir um dos maiores sucessos recentes do cinema italiano. Mas seu sucesso se deve ao humor televisivo do ator Checco Zalone, que além de estrelar o besteirol também assina o roteiro, repleto de situações que, no limite da caricatura, reforçam diversos preconceitos. No filme, ele é um funcionário público que se recusa a largar o emprego estável, quando o governo, querendo diminuir a máquina estatal, o força a assumir os piores trabalhos. Em 19 salas. Três filmes franceses integram a programação. Em 11 salas, a comédia dramática “Esperando Acordada” traz Isabelle Carré (“Românticos Anônimos”) envolvendo-se na vida do homem que, por acidente, deixou em coma. Em duas telas apenas em São Paulo, “Mercuriales” acompanha o cotidiano nonsense de duas recepcionistas do prédio parisiense que dá título à produção. E “Francofonia – Louvre sob Ocupação” mistura documentário e ficção para contar a história do famoso museu durante a ocupação nazista da França. A direção é do mestre russo Aleksander Sokurov (“Fausto”) e seu circuito não foi divulgado. O documentário brasileiro “82 minutos” completa a lista, com distribuição no Rio. Dirigido por Nelson Hoineff (“Cauby: Começaria Tudo Outra Vez”), o filme desvenda os bastidores do carnaval da Portela, desde a escolha do samba-enredo até a apuração das notas dos jurados. O título se refere ao tempo do desfile da Escola de Samba, em que “nada pode dar errado”, conforme completa seu subtítulo.








