Clássico teen O Clube dos Cinco vai ganhar edição em blu-ray com 50 minutos inéditos
O clássico adolescente “O Clube dos Cinco” (1985) ganhará uma nova edição, remasterizada em blu-ray 4K, que incluirá pela primeira vez 50 minutos de cenas inéditas. O anúncio foi feito pela distribuidora Criterion e o conteúdo das novas cenas ainda não foi divulgado. A edição especial contará com diversos extras, como uma entrevista para uma rádio do diretor John Hughes feita em 1999, notas de produção do cineasta, uma entrevista com o elenco em 1985, comentários em áudio de Anthony Michael Hall e Judd Nelson, um documentário de 2008 que explica o impacto do longa, entre outros. Escrito e dirigido por John Hughes, o filme redefiniu o cinema adolescente ao mostrar, pela primeira vez, que os estudantes do Ensino Médio se dividem em “tribos” de tipos bem demarcados. No filme, as tribos são representadas por cinco alunos que passam a se conhecer ao compartilharem a sala de detenção, quando esta inesperada convivência os faz descobrir que tem muito mais em comum do que pensavam. O elenco inclui Emilio Estevez como o atleta, Molly Ringwald como a patricinha, Anthony Michael Hall como o nerd, Judd Nelson como o rebelde niilista e Ally Sheedy como a gótica/emo depressiva. O lançamento está previsto para janeiro nos EUA.
Jim e Andy: Trailer de documentário revela bastidores surreais do clássico O Mundo de Andy
A Netflix divulgou o trailer do documentário “Jim e Andy”, dedicada aos bastidores do filme “O Mundo de Andy”. No longa de 1999, Jim Carrey interpretou seu ídolo Andy Kaufman, pioneiro do stand-up e astro da série “Taxi” (1978–1983), falecido em 1984. E assim como Andy fazia com seus personagens na vida real, Jim Carrey virou Andy Kaufman durante todo o período da produção, sem deixar de vivê-lo nem quando as câmeras se desligavam. As cenas dos bastidores ficaram guardadas por quase 20 anos e só agora revelam toda a experiência surreal, acompanhadas por uma entrevista atual de Jim Carrey – irreconhecível, sob a barba espessa – e a música tema do longa original, “Man on the Moon”, composta pela banda R.E.M.. “O Mundo de Andy” rendeu a Jim Carrey o troféu Globo de Ouro. O filme também conquistou o Urso de Prata no Festival de Berlim pela direção de Milos Forman. O documentário tem direção de Chris Smith (“The Yes Men”) e estreia em 17 de novembro.
Judy Greer negocia viver a filha de Jamie Lee Curtis no novo Halloween
A atriz Judy Greer (“Homem-Formiga”) está em negociações para integrar o elenco do novo filme de Halloween. Segundo o site Deadline, ela pode interpretar Karen Strode, filha de Laurie Strode, que será vivida novamente por Jamie Lee Curtis. Por curiosidade, a diferença de idade entre as duas atrizes é de 20 anos. O longa deve mostrar um novo confronto de Laurie com Michael Myers, o psicopata mascarado que a persegue há quatro décadas. Mas, por enquanto, não há detalhes sobre a história, que foi concebida por dois especialistas em comédias, o diretor David Gordon Green (“Especialista em Crise”) e o ator Danny McBride (“É o Fim”). Os dois produziram juntos a série “Eastbound & Down” da HBO. Green também dirige o resgate da franquia, que tem coprodução da Blumhouse Productions e Miramax, e estreia nos cinemas em 19 de outubro de 2018.
Daniel Filho vai refilmar o drama clássico Boca de Ouro
O cinema brasileiro entrou em fase de remakes. Após “Dona e Flor e Seus Dois Maridos”, que já estreia em novembro, outro clássico vai ganhar nova versão. Segundo o colunista Anselmo Goes, do jornal O Globo, o diretor Daniel Filho, que completou 80 anos no fim de semana, fará a seguir “Boca de Ouro”, adaptação de uma peça de Nelson Rodrigues, originalmente filmada em 1963 por Nelson Pereira dos Santos, com Jece Valadão e Odete Lara nos papéis principais. Curiosamente, Daniel Filho também participou do filme original como ator. A trama gira em torno do bicheiro Boca de Ouro, nascido em uma gafieira e abandonado pela mãe numa pia de banheiro. Sua história da vida chama atenção do repórter Caveirinha, que decide entrevistar a ex-amante de Boca de Ouro, Guigui, que lhe conta três versões diferentes da vida do marginal. A filmagem será a terceira versão da peça. Em 1990, Tarcisio Meira e Luma de Oliveira estrelaram uma adaptação que ainda contava com Hugo Carvana, Claudia Raia e Grande Otelo no elenco. Por coincidência, a refilmagem foi dirigida por outro cineasta de carreira televisiva, Walter Avancini. Daniel Filho foi, durante anos, o diretor mais requisitado das novelas da Globo. Ele também dirigiu alguns dos filmes mais bem-sucedidos dos últimos tempos, como “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Chico Xavier” (2010), que lançaram tendências – besteirol Sessão da Tarde e cinema espírita, respectivamente. Seu último filme foi a comédia “Sorria, Você Está Sendo Filmado – O Filme” (2014). A nova versão de “Boca de Ouro” ainda não tem previsão de lançamento.
Sci-fi clássica Scanners, de David Cronenberg, vai virar série
A sci-fi clássica “Scanners – Sua Mente Pode Destruir” (1981), de David Cronenberg, vai virar uma série de TV. Segundo o site Deadline, o produtor Michael Ellenberg (série “The Leftovers”), ex-diretor da HBO, adquiriu os direitos da produção num leilão com vários estúdios, como Lionsgate, Paramount e Skydance, e pretende fechar um pacote de talentos, com roteirista, diretor e elenco, para apresentar a canais e plataformas de streaming interessados. Por enquanto, nenhum nome foi adiantado. O filme original acompanhava pessoas com poderes telepáticos e telecinéticos que eram caçadas por uma corporação sinistra. E causou frisson na época por mostrar explosões de cabeças em duelos de telepatas. Fez sucesso suficiente para ganhar duas sequências e dois spin-offs nos anos 1990. Em 2007, a Dimension Films tentou fazer um remake. O projeto não saiu do papel, mas deu início a uma tentativa de desenvolver a trama como série, numa produção do cineasta francês Alexandre Aja (“Piranha”). O roteiro não foi aprovado e a Dimension acabou perdendo os direitos sobre a franquia neste ano, o que abriu as portas para novos interessados.
Clássico sádico e polêmico, A Vingança de Jennifer ganhará continuação
Um dos filmes mais violentos e polêmicos dos Estados Unidos vai ganhar continuação, 40 anos depois de sua estreia. Lançado em 1978, “A Vingança de Jennifer” (I Spit on Your Grave) provocou a ira dos críticos e do público, ao mesmo tempo em que entrou na história do cinema e virou cultuadíssimo pelos fãs de terror slasher, ao mostrar como uma vítima de estupro caçava e matava, com requintes de crueldade, os cinco homens que a atacaram. Segundo o site Bloody Disgusting, a continuação será chamada de “I Spit on Your Grave: Deja Vu” e voltará a trazer a atriz Camille Keaton de volta ao papel de Jennifer. Quatro décadas depois, a personagem se tornou uma autora de best-seller com uma filha adolescente, Christy, em Nova York. A trama trará a dupla de mãe e filha “caçada” pela família dos homens que Jennifer matou no primeiro filme. Até o diretor original, o isralense Meir Zarchi, estará de volta para a sequência, apesar de só ter dirigido mais um filme depois da polêmica de “A Vingança de Jennifer” – “Family and Honor”, em 1985. A continuação irá ignorar o remake feito em 2010, que foi lançado com o título de “Doce Vingança” no Brasil. Esse remake, por sinal, também teve continuações, em 2013, e 2015. Ainda não há previsão de lançamento para “I Spit on Your Grave: Deja Vu”.
John Carpenter dirige clipe que resgata o tema do terror Christine – O Carro Assassino
O célebre diretor de clássicos do terror John Carpenter voltou a dirigir. Mas não é um novo filme. Ele assina o clipe de “Christine”, música que integra seu novo disco de releituras de suas trilhas mais famosas. O vídeo recria o clima de “Christine – O Carro Assassino”, adaptação de Stephen King que ele realizou em 1983, utilizando a música-tema e o mesmo modelo de carro do filme, um Plymouth Fury vermelho de 1958. O carro dispara pelas ruas, até jogar seus faróis sobre uma jovem com problemas mecânicos e avançar… Quem viu o filme imagina um assassinato brutal. Mas a porta do veículo se abre e revela John Carpenter – de aparência sinistra, mas prestativo – oferecendo uma carona. Sim, John Carpenter dirige literalmente “Christine”. A garota em perigo é vivida por Rita Volk (da série “Faking It”). Pioneiro das trilhas sintetizadas em filmes de terror, o músico e cineasta é uma das maiores influências de diversas tendências do som eletrônico contemporâneo. Seu estilo musical pode ser traçado como principal referência da trilha da série “Stranger Things” e de filmes como “Corrente do Mal” e “Raw”, entre outras produções recentes. “Christine” integra o disco “Anthology: Movie Themes 1974-1998”, que reúne músicas de seus filmes, inclusive sua primeira composição para o cinema, o tema da sci-fi “Dark Star” (1974). Os projetos alternativos compensam a longa ausência do diretor de clássicos como “Halloween” (1978), “Fuga de Nova York” (1981) e “O Enigma de Outro Mundo” (1982) do cinema. Ele não filma desde “Aterrorizada” (2010).
Jamie Lee Curtis volta à franquia Halloween, 40 anos após estrelar o primeiro filme
Michael Myers não é o único imortal da franquia de terror “Halloween”. A “vítima” favorita do psicopata mascarado também é, no mínimo, dura de matar. A produtora Blumhouse divulgou uma foto (acima) e uma notícia (abaixo) no Twitter que comprova: a atriz Jamie Lee Curtis vai voltar a viver Laurie Strode no próximo “Halloween”, que chegará aos cinemas 40 anos após a estreia do longa original, estrelado por ela própria. A atriz comentou a imagem em sua conta da rede social, acrescentando: “A mesma varanda. A mesma roupa. Os mesmos problemas. 40 anos depois. De volta a Haddonfield uma última vez para o Halloween”. A personagem sobreviveu a Michael Myers em três filmes da franquia original, “Halloween: A Noite do Terror” (1978), “Halloween II: O Pesadelo Continua!” (1981) e “Halloween H20: Vinte Anos Depois” (1998), mas teria finalmente morrido nas mãos do psicopata em “Halloween: Ressurreição” (2002). Depois disso, ela rejuvenesceu nos dois remakes de Rob Zombie, lançados em 2007 e 2009, ganhando interpretação da então adolescente Scout Taylor-Compton. A participação de Jamie Lee Curtis significa um resgate da história original, mas não se sabe como será explicada a morte da sua versão cronológica de Laurie Strode. O filme conta com aval do diretor John Carpenter, que escreveu, dirigiu e musicou o clássico que criou Myers e Strode. Mas, para surpresa dos fãs de terror, a direção será feita por David Gordon Green, responsável por comédias péssimas, como “O Babá(ca)” (2011) e o fracasso de Sandra Bullock “Especialista em Crise” (2015). Para completar, o roteiro foi escrito por ele e seu parceiro comediante, o ator Danny McBride. Os dois produziram juntos a série “Eastbound & Down” da HBO. Mas Carpenter garante que a história é muito boa. “David e Danny vieram ao meu escritório recentemente com Jason Blum (dono da Blumhouse) e compartilharam sua visão para o novo filme e … WOW. Eles entendem. Eu acho que vocês vão curtir. Eles me derrubaram”, o mestre do terror escreveu nas redes sociais. “Eu posso até fazer a música. Talvez. Seria legal. E você verá isso nos cinemas em 19 de outubro de 2018.” Jamie Lee Curtis returns to her iconic role as Laurie Strode in HALLOWEEN, released by Universal Pictures October 19, 2018. #HalloweenMovie pic.twitter.com/6tbbz2W1ZV — Blumhouse (@blumhouse) September 15, 2017
O Senhor das Moscas vai ganhar versão com garotas
A Warner está planejando uma nova adaptação de “O Senhor das Moscas”, o romance clássico de sobrevivência e barbárie escrito por William Golding em 1954. O detalhe é que a trama será uma versão feminina da história. Em vez de garotos, serão garotas que lutarão entre si pela supremacia numa ilha deserta. No livro de Golding, um grupo de estudantes ingleses acaba em uma ilha depois de um acidente de avião, sem supervisão de adultos. No começo, eles se organizam e dividem as responsabilidades para criar uma sociedade funcional, mas um dos garotos monta um segundo grupo, mais rebelde que o primeiro, que acredita na lei dos mais fortes. A história funciona como uma parábola moral. “O Senhor das Moscas” já teve três adaptações cinematográficas, em 1963, 1975 e 1990, e é grande influência em produções tão diferentes quanto as séries “Lost” e “The 100”. Apesar da nova versão ser centrada em garotas, será escrita e dirigida por dois homens, David Siegel e Scott McGehee, que anteriormente trabalharam juntos em outra adaptação literária influente, “Pelos Olhos de Maisie” (2012), baseada no romance homônimo de Henry James. Não há previsão de estreia para a versão feminina, que não deve alterar seu título, já que “O Senhor das Moscas” não é um menino específico, mas uma cabeça de porco – que evoca a figura religiosa de Belzebu.
Tobe Hooper (1943 – 2017)
O diretor de cinema Tobe Hooper, conhecido pelos clássicos de terror “Poltergeist” (1982) e “O Massacre da Serra Elétrica” (1974), morreu na Califórnia aos 74 anos. A causa da morte, que ocorreu na cidade de Sherman Oaks, não foi informada. Nascido em Austin, no estado americano do Texas, Hooper era professor universitário e produtor de documentários antes de virar diretor de longa-metragens. Ele estreou com o terror indie “Eggshells” (1969), sobre hippies numa floresta maligna, antes de criar um dos filmes de terror mais influentes de todos os tempos. Hooper rodou “O Massacre da Serra Elétrica” em 1974 por menos de US$ 300 mil, a partir de um roteiro que ele próprio escreveu, e contou com atores que nunca tinham feito cinema antes. Gunnar Hansen, por exemplo, queria ser poeta, mas precisava de dinheiro e foi fazer o teste para o filme que estava sendo produzido na sua região. Em seu livro de memórias, ele recorda que o diretor explicou rapidamente o personagem, dizendo que tinha problemas mentais e, apesar de parecer aterrador, sofria abusos de sua própria família insana. As sequelas traumáticas de sua infância impediram seu desenvolvimento, inclusive a fala, levando-o a apenas grunhir como um porco. Além disso, era tímido a ponto de viver sob uma máscara. O gigante islandês foi escalado para dar vida a um dos monstros mais famosos do terror moderno, Leatherface, o canibal rural que esconde o seu rosto atrás de uma máscara feita de pele humana e brande feito louco uma motosserra capaz de dilacerar instantaneamente os membros de suas vítimas. O personagem era um dos muitos assassinos brutais da família canibal do filme de 1974 e foi inspirado no serial killer Ed Gein. A cena final do longa, em que ele agita sua serra furioso numa estrada, é das mais icônicas do cinema. Mas o filme também eternizou outros takes perturbadores, como os close-ups extremos nos olhos da protagonista, amarrada numa mesa para jantar com canibais. Em busca de realismo, Hooper filmou até sangue real, quando Marilyn Burns se cortou inteira ao esbarrar em arbustos durante a perseguição mais famosa da trama, com Leatherface tocando o terror em seu encalço. Em 1999, a revista Entertainment Weekly elegeu “O Massacre da Serra Elétrica” como o segundo filme mais assustador de todos os tempos, atrás apenas de “O Exorcista” (1973). Mas, na época em que foi lançado, o filme perturbou muito mais que a superprodução do diabo, sendo proibido em diversos países. No Reino Unido e na Escandinávia, por exemplo, só foi liberado no final dos anos 1990. Mesmo assim, tornou-se uma das produções americanas independentes mais rentáveis nos anos 1970, segundo a Variety. “O Massacre da Serra Elétrica” foi lançado antes da febre das franquias de terror, quando qualquer sucesso ganhava continuação. Por isso, Hooper emendou a produção com outro filme similar, estrelado pela mesma atriz e passado na mesma região, mas com um psicopata e enredo diferentes. Em “Eaten Alive” (1976), um caipira que cuida de um hotel decadente no interior do Texas mata todo mundo que o incomoda e ainda aproveita os pedaços das vítimas para alimentar seu crocodilo gigante de estimação. “Eaten Alive” também marcou o início de uma tradição de brigas entre Hooper e seus produtores, que geralmente terminavam com ele sendo substituído na direção dos filmes. O diretor de fotografia do longa é creditado por parte das filmagens. Mas isto não foi nada comparado ao resultado de seu filme seguinte, “The Dark”, em que Hooper simplesmente abandonou o set no primeiro dia de filmagens. Era para ser um filme de zumbis, mas virou uma sci-fi com alienígenas, com uma trama e um elenco de pseudo-celebridades que dariam orgulho nos responsáveis por “Sharknado”. Desgastado, Hooper foi fazer um telefilme. E com “A Mansão Marsten” (1979), adaptação do romance “Salem’s Lot”, de Stephen King, voltou a mostrar sua capacidade de criar terror com baixo orçamento, desde que o deixassem em paz. Ele seguiu esse projeto com “Pague Para Entrar, Reze Para Sair” (1981), filme relativamente bem-sucedido sobre outro psicopata mascarado, numa época em que os psicopatas mascarados, novidade introduzida com Leatherface, tinham virado a norma do gênero. Mas todas as brigas com produtores de seu passado alimentaram inúmeras especulações a respeito de seu filme seguinte. Com o maior orçamento de sua carreira e o melhor resultado, tanto nas bilheterias como na própria qualidade da produção, “Poltergeist – O Fenômeno” (1982) não parecia com nada que Hooper tinha feito antes. John Leonetti, diretor de “Annabelle” (2014), era assistente de câmera do longa e recentemente deu força à teoria de conspiração, ao dizer que o filme, escrito e produzido por Steven Spielberg, também tinha sido dirigido pelo cineasta, após divergências com Hooper. O fato é que “Poltergeist” virou, como dizia seu subtítulo nacional, um fenômeno. Assim como “O Massacre da Serra Elétrica”, originou várias cenas icônicas, reproduzidas à exaustão por imitadores que o sucederam. Referências à casas construídas sobre cemitérios indígenas, estática televisiva, consultoria de médium, objetos que se movem sozinhos e o terror focado em famílias com crianças pequenas subverteram o gênero e se tornaram elementos básicos de uma nova leva de terror, a começar pelo evidente “A Casa do Espanto” (1985) até chegar em marcos contemporâneos como “O Chamado” (2002) e “Sobrenatural” (2010). Hooper ganhou os créditos pelo filme e aproveitou. Assediado, brincou de gravar videoclipes (é dele o famoso “Dancing with Myself”, de Billy Idol) e recebeu outro grande orçamento para se afirmar entre os mestres do gênero. Mas “Força Sinistra” (1985), sobre vampiros espaciais, acabou fracassando nas bilheterias. Ainda assim, ganhou sobrevida em vídeo e se tornou cultuadíssimo, transformando em sex symbol a francesa Mathilda May, nua na maior parte de suas cenas. Ele voltou ao território de Spielberg com “Invasores de Marte”, remake de um clássico de 1953 reescrito por Dan O’Bannon (o gênio por trás de “Alien” e “A Volta dos Mortos-Vivos”). Mas nem a escalação da icônica Karen Black como uma professora do mal ajudou o filme a escapar do reducionismo de um “Invasores de Corpos para crianças”. Na trama, o pequeno Hunter Carson (o menino de “Paris, Texas”) tentava impedir marcianos de tomarem os corpos dos pais e professores de sua cidade. Novamente, foi cultuado em vídeo. Frustrado com a promessa de um futuro que não aconteceu, Hooper voltou ao passado. Ele decidiu fazer “O Massacre da Serra Elétrica 2” (1986), juntando os integrantes originais da família canibal e um Dennis Hopper ainda mais alucinado que eles, em busca de vingança pela morte de seu parente no primeiro filme. Com jorros de sangue e muita violência, o filme dividiu opiniões. Ao mesmo tempo em que apontou como “O Massacre da Serra Elétrica” se tornaria uma franquia mais duradoura que os populares “Halloween” e “Sexta-Feira 13”, também demonstrou a estagnação da carreira de seu diretor. A partir daí, Hooper foi para a TV, retomando a parceria com Spielberg na série “Histórias Maravilhosas” (1987). Ele também dirigiu episódios de “A Hora do Pesadelo — O Terror de Freddie Krugger” (1988), “Contos da Cripta” (1991) e até “Taken” (2002), outra produção de Spielberg, o que demonstra que os boatos de briga entre os dois eram infundados. Seu último clássico foi justamente uma obra televisiva, “Trilogia do Terror” (1993), em que dividiu as câmeras com outro mestre, John Carpenter (“Halloween”). Em seu segmento, Hooper dirigiu Mark Hammill (o Luke Skywalker) como um atleta que perde um olho num acidente e, após um transplante, passa a ser assombrado por visões. A produção ganhou notoriedade por também incluir em seu elenco as cantoras Sheena Easton e Debbie Harry. Ao mesmo tempo, Hooper deixou de chamar atenção com seus trabalhos cinematográficos. Embora ainda estivesse ativo, escrevendo e dirigindo filmes como “Combustão Espontânea” (1990), “Noites de Terror” (1993) e “Mangler, O Grito de Terror” (1995), parecia ausente dos cinemas, tão minúsculas e mal vistas tinham se tornado suas produções. Não demorou a entrar no mercado dos lançamentos feitos diretamente para DVD, com “Apartamento 17” (1999), “Crocodilo” (2000), “Noites de Terror” (2004) e “Mortuária” (2005). Até que uma série de TV fez com que muitos refletissem sobre o que tinha acontecido com os grandes mestres do terror dos anos 1970 e 1980. Intitulada, justamente, “Mestres do Terror”, a série de antologia tirou a poeira de vários profissionais famosos do gênero, alguns já considerados aposentados. Hooper dirigiu dois episódios nas duas temporadas da atração, exibidas em 2005 e 2006. Animado com a repercussão, tentou voltar ao cinema. Fez um filme de zumbis, “Destiny Express Redux” (2009), que foi exibido apenas no festival South by Southwest de 2009 e nunca mais voltou à tona. A carreira acabou encerrada no lançamento seguinte, “Djinn” (2013), com a mesma premissa de “Poltergeist” – uma casa construído sobre um terreno maldito – , só que estrelado por atores do Oriente Médio e falado em árabe. Um final paradoxal para a filmografia do responsável por revolucionar o terror americano.
Clássico de Hitchcock Os Pássaros vai virar série
A história do filme “Os Pássaros” (1963), clássico de Alfred Hitchcock, vai virar uma série da rede britânica BBC. A atração será uma parceria entre o canal e a Heyday Television, empresa de David Heyman, produtor da franquia “Harry Potter”. A série, porém, pretende seguir mais de perto o romance original, escrito por Daphne du Maurier em 1952, do que a adaptação de Hitchcock, estrelada por Tippi Hedren. A autora também escreveu “Rebecca”, outro clássico da filmografia de Hitchcock, lançado em 1940. A principal mudança deve ser na época e no local da trama. O livro se passa na região da Cornualha, no Reino Unido, no período pós-2ª Guerra Mundial, e não na Califórnia da década de 1960, como o filme de Hitchcock. O roteiro está sendo escrito pelo dramaturgo irlandês Conor McPherson, que já adaptou a história para o teatro. Ele também escreveu e dirigiu diversos filmes, como “The Actors” (2003), com Michael Caine, e “The Eclipse” (2009), com Ciarán Hinds. “Os Pássaros” fez tanto sucesso que originou uma febre de filmes de catástrofe animal, como “A Invasão das Rãs” (1972), “Fase IV: Destruição” (1974), “Abelhas Selvagens” (1976), “A Noite do Terror Rastejante”(1976), “O Ataque das Formigas” (1977), “Animais em Fúria” (1977), “A Longa Noite de Terror” (1977), “A Maldição das Aranhas” (1977), “O Enxame” (1978), “Piranha” (1978), etc. Um dos sucessos da programação de verão da TV americana é justamente “Zoo”, série centrada em um desequilíbrio da natureza que faz animais atacaram os seres humanos. A atração já se encontra em sua 3ª temporada.
Samuel L. Jackson negocia estrelar continuação de Shaft
O novo remake de “Shaft” virou continuação. De acordo com a Variety, Samuel L. Jackson negocia retomar o papel que interpretou em 2000, no primeiro remake da franquia dos anos 1970. Além disso, Jessie T. Usher (“Independence Day: o Ressurgimento”) deve interpretar o filho do protagonista. O plano da New Line, quando adquiriu os direitos sobre a franquia, era relançá-la com um ator jovem. Segundo a Variety, isto mudou, mas nem tanto, uma vez que Usher pode herdar o protagonismo em possíveis sequências. Vale lembrar que o personagem de Jackson já não era John Shaft, mas seu sobrinho homônimo. O detetive negro John Shaft surgiu em 1971 em um filme dirigido por Gordon Parks e estrelado por Richard Roundtree. No longa original, ele era contratado por um chefão do crime para resgatar sua filha sequestrada. O filme e sua trilha antológica, assinada por Isaac Hayes, fizeram enorme sucesso e inspiraram duas continuações, além de uma série, todas estreladas por Roundtree na primeira metade dos anos 1970. Assim como os filmes originais, o remake de 2000, feito por John Singleton, se apresentava como um filme de ação, mas a nova versão prometia se distanciar bastante deste formato. Os responsáveis pelo novo filme são especialistas em comédia. O roteiro está a cargo da dupla Kenya Barris (criador da série “Black-ish”) e Alex Barnow (roteirista da série “The Goldbergs”), e a direção é de Tim Story, mais conhecido pelas franquias “Pense como Eles” e “Policial em Apuros”. Não há data de lançamento prevista para a nova produção.











