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    Guerra Fria filma a paixão com fotografia espetacular

    17 de fevereiro de 2019 /

    Em 2013, o realizador polonês Pawel Aleksander Pawlikowski ganhou destaque mundial ao arrebatar o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira por sua 10ª produção, o lírico “Ida”, um filme em que uma jovem noviça prestes a confirmar os votos é “apresentada” à família que nunca teve, à John Coltrane e a si mesma. Além dessa estatueta, “Ida” foi indicado também por sua exuberante fotografia, perdendo para o ególatra “Birdman”. Corta para 2019: “Guerra Fria”, seu novo filme, utiliza novamente a coloração P&B e a Proporção de Tela 1.33:1 buscando emular os filmes poloneses da época para contar a história de Zula (Joanna Kulig) e Wiktor (Tomasz Kot), um casal que se conhece numa escola de música na Polônia do pós-Guerra e atravessa todo o período da Guerra Fria entre encontros e desencontros, vivendo uma paixão tão intensa que, por fim, irá arrebatá-los (e aos espectadores também). De canções folclóricas tradicionais, o grupo passará a difundir propaganda comunista, momento em que o pianista e maestro Wiktor aproveitará para pular fora do barco e partir para ser pianista de jazz em botecos enfumaçados em Paris. Zula deveria acompanhá-lo na fuga, mas o medo a reterá… por um tempo. Entre idas e vindas, “Guerra Fria” irá mostrar como decisões do Estado podem interferir na vida das pessoas (no amor inclusive), tendo uma bela trilha sonora ao fundo e uma fotografia espetacular, conjunto que rendeu novas indicações ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira e Melhor Fotografia, além de uma surpreendente e merecida indicação a Melhor Diretor. Ao contrário de 2014, porém, “Guerra Fria” deve perder a primeira estatueta (de Melhor Filme em Língua Estrangeira para “Roma”), mas pode garantir a segunda, após o Sindicato dos Diretores de Fotografia premiar o trabalho de Lukasz Zal. Dedos cruzados porque o filme e o cinema (polonês e mundial) merecem. Nota: 9

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    Uma Aventura Lego 2 e mais três filmes do Oscar estreiam nos cinemas

    7 de fevereiro de 2019 /

    Os shoppings recebem uma animação infantil e um terror, enquanto mais três dramas do Oscar 2019 ocupam o circuito intermediário de cinema nesta quinta-feira (7/2). O principal lançamento comercial é “Uma Aventura Lego 2”, continuação da animação de 2014, que mostra Emmett, o personagem comum do primeiro filme, cada vez mais heroico, desta vez numa missão de resgate espacial. O lançamento é simultâneo com os Estados Unidos, onde o filme atingiu 92% de aprovação da crítica, na média do site Rotten Tomatoes. Já o terror “Escape Room” é uma variação de “Jogos Mortais” lançada há um mês nos EUA, que surpreendeu com boa bilheteria – US$ 52,6 milhões faturados sobre um orçamento de apenas US$ 9 milhões. Apesar de ser considerado medíocre pela crítica americana, com 50% de aprovação, superou a avaliação de todos os oito capítulos de “Jogos Mortais” – média de 35%. Deve dar início a uma nova franquia. Os títulos do Oscar 2019 na programação são “No Portal da Eternidade”, cinebiografia do pintor Vincent Van Gogh, que rendeu indicação de Melhor Ator a Willem Dafoe; “Se a Rua Beale Falasse”, adaptação do romance clássico de James Baldwin sobre racismo nos anos 1960, que concorre ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (do cineasta Barry Jenkins, de “Moonlight”), Atriz Coadjuvante (Regina King) e Trilha Sonora; e “Guerra Fria”, grande vencedor do prêmio da Academia Europeia de Cinema, que disputa o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Direção (Pawel Pawlikowski) e Fotografia. Dos três, “No Portal da Eternidade” tem a menor nota no Rotten Tomatoes (80%), enquanto os outros dois empatam em 94%. Mas é o longa polonês que mais tem arrancado aplausos. Pawel Pawlikowski já venceu um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (por “Ida” em 2015) e representa a maior ameaça para “Roma”, de Alfonso Cuarón, na premiação da Academia. Curiosamente, tanto “Guerra Fria” quanto “Roma” foram filmados em preto e branco e indicados ao Oscar de Melhor Fotografia. A lista de estreias ainda inclui três filmes brasileiros, dos quais se destaca uma coprodução com a Argentina, “Vergel”, um drama pouco convencional estrelado por Camila Morgado. Confira abaixo a lista completa de lançamentos da semana, com seus respectivos trailers e sinopses. Uma Aventura Lego 2 | Estados Unidos | Animação Cinco anos após os eventos do primeiro filme, a batalha contra inimigos alienígenas faz com que a cidade Lego torne-se Apocalipsópolis, em um futuro distópico onde nada mais é incrível. Neste contexto, Emmet constrói uma casa para que possa viver ao lado de Lucy, mas ela ainda o considera ingênuo demais. Quando um novo ataque captura não apenas Lucy, mas também Batman, Astronauta, UniKitty e o pirata, levando-os ao sistema planetário de Manar, cabe a Emmet construir uma espaçonave e partir em seu encalço. No caminho ele encontra Rex Perigoso, um navegante solitário que decide ajudá-lo em sua jornada. Escape Room | Estados Unidos | Terror Passando por momentos complicados em suas respectivas vidas, seis estranhos acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles ganharão um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas. Se a Rua Beale Falasse | Estados Unidos | Drama Baseado no célebre romance de James Baldwin, o filme acompanha Tish (Kiki Layne), uma grávida do Harlem, que luta para livrar seu marido de uma acusação criminal injusta e racista a tempo de tê-lo em casa para o nascimento de seu bebê. No Portal da Eternidade | Estados Unidos | Drama 1888. Após sofrer com o ostracismo e a rejeição de suas pinturas em galerias de arte, Vincent Van Gogh (Willem Dafoe) decide ouvir o conselho de seu mentor, Paul Gauguin (Oscar Isaac), e se mudar para Arles, no sul da França. Lá, lutando contra os avanços da loucura, da depressão e as pressões sociais, o pintor holandês adentra uma das fases mais conturbadas e prolíficas de sua curta, porém meteórica trajetória. Guerra Fria | Polônia | Drama Durante a Guerra Fria, entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 1950, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível. Vergel | Brasil, Argentina | Drama Em pleno verão, uma mulher brasileira (Camila Morgado) espera o corpo do seu marido que foi morto durante as férias do casal na Argentina. A burocracia é tanta e a espera tão longa que ela começa a perder a noção do tempo e o senso de realidade. O apartamento onde ela está hospedada é cheio de plantas mas ela sequer consegue cuidar delas. Até que uma vizinha (Maricel Álvarez) se oferece para ajudar a regar e a mulher encontra nessa desconhecida alguém com quem compartilhar sua dor. O Galã | Brasil | Comédia Júlio (Thiago Fragoso) aspira se tornar um grande ator, mas a grande maioria de suas empreitadas nas telas costumam dar errado. Quando o dinheiro aperta, ele resolve recorrer ao seu meio irmão Beto (Luiz Henrique Nogueira), um obcecado roteirista de novelas que vive em reclusão, com quem ele não tem muito contato. O ator acredita que sua grande chance será concedida pelo irmão, mas a relação entre os dois se torna a cada dia mais insustentável. Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não É um Urso que Dança | Brasil | Drama Um grupo de artistas vive reunido em uma pequena casa. Sofrendo com as más condições financeiras, eles tentam criar uma verdadeira arte revolucionária, capaz de enfrentar o sistema e libertá-los da opressão do governo. Quando algumas tentativas falham, eles partem para medidas extremas. O Médico Indiano | Estados Unidos | Documentário A história do Dr. Vasant Lad, o pioneiro da medicina holística que trouxe o antigo sistema de saúde Ayurveda da Índia para o Ocidente no fim da década de 1970. Unindo seus talentos medicinais e místicos, ele há décadas está no centro do movimento pela mudança da maneira como corpos e espíritos são cuidados nos Estados Unidos.

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    Oscar 2019: Roma atinge recorde de indicações para filme estrangeiro na premiação

    22 de janeiro de 2019 /

    As indicações ao Oscar 2019 refletem uma internacionalização da premiação do cinema americana, marcada pela inclusão de diversos filmes de línguas estrangeiras em categorias importantes. Falado em espanhol, “Roma” foi o filme com mais destaque na lista divulgada nesta terça (22/1) pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Disputando prêmios em 10 categorias, igualou o recorde de “O Tigre e o Dragão”, primeiro filme estrangeiro a obter uma dezena de indicações ao Oscar – venceu quatro em 2001. Além de “Roma”, o polonês “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski, destacou-se em três categorias, incluindo Direção e Fotografia, em que enfrentará o filme de Cuarón. Os dois ainda disputarão com o alemão “Never Look Away’, de Florian Henckel von Donnersmarck, o Oscar de Melhor Fotografia. Os três filmes ainda fazem parte da acirrada categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira, que também inclui o drama libanês “Cafarnaum”, de Nadine Labaki, e o japonês “Assunto de Família”, de Hirokazu Kore-eda. Além destes, o filme japonês “Mirai” entrou na lista de Melhor Animação, a produção síria-alemã “Of Fathers and Sons” na disputa de Documentário, e o drama sueco “Border” na categoria de Melhor Maquiagem e Penteado. Para completar, a Academia indicou o grego Yorgos Lanthimos na disputa de Melhor Direção por “A Favorita”. Esta dramédia de época é, por sinal, uma produção britânica. E empatou com “Roma” em quantidade de nomeações ao Oscar 2019. Ambos são coproduções com os Estados Unidos, mas é relevante que um longa essencialmente mexicano e uma produção essencialmente britânica tenham dominando a premiação do cinema americana. E isto é sintomático da abertura cada vez maior da Academia para eleitores estrangeiros, privilegiando a visão de cineastas de vários cantos do mundo. Entretanto, com reflexos inesperados, já que os estrangeiros não valorizaram a produção independente americana. Vale reparar, por isso, que os filmes estrangeiros são os que possuem maior aprovação da crítica entre os títulos que disputam o Oscar 2019. E isto se dá pela ausência maciça de representantes do cinema de qualidade feito nos Estados Unidos. No lugar de filmes independentes premiados, o Oscar estendeu seu tapete vermelho para obras americanas mais convencionais, de sucesso comercial e apelo popular, como “Pantera Negra”, “Bohemian Rhapsody” e “Nasce uma Estrela”, conhecidas por todo mundo.

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    European Awards: Guerra Fria é o grande vencedor do “Oscar europeu”

    17 de dezembro de 2018 /

    O filme polonês “Guerra Fria” (Cold War) foi o grande vencedor dos European Film Awards 2018, premiação da Academia Europeia de Cinema, considerado o Oscar do cinema europeu. O drama em preto e branco de Pawel Pawlikowski arrecadou nada menos que cinco troféus na cerimônia, realizada na noite de sábado (15/12) em Sevilha, na Espanha. Além de Melhor Filme Europeu do ano, “Guerra Fria” conquistou as categorias de Melhor Direção, Roteiro (ambos de Pawlikoski), Atriz (Joanna Kulig) e Edição (Jaroslaw Kaminski). A quantidade de troféus é a mesma conquistada pelo filme anterior de Pawlikoski, “Ida”, em 2014. Na ocasião, após vencer como Melhor Filme Europeu, “Ida” também conquistou o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Por “Guerra Fria”, Pawlikowski já tinha sido considerado o Melhor Diretor do Festival de Cannes desde ano. O longa é, obviamente, o candidato da Polônia para tentar uma vaga no Oscar 2019. Outros destaques da premiação inclui o troféu de Melhor Ator para Marcello Fonte por seu papel em “Dogman”, do italiano Matteo Garrone, também reprisando seu reconhecimento anterior em Cannes. O prêmio de Melhor Documentário ficou com “Bergman – 100 anos”, de Jane Magnusson, o de Melhor Comédia com “A Morte de Stalin”, do escocês Armando Iannucci, e o de Melhor de Animação para outra produção polonesa, “Another Day of Life”, codirigido por Raul de la Fuente e Damian Nenow. Confira abaixo a lista completa dos vencedores. Melhor Filme Europeu “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski Melhor Documentário Europeu “Bergman – 100 Anos”, de Jane Magnusson Melhor Diretor Europeu Pawel Pawlikowski (“Guerra Fria”) Melhor Atriz Europeia Joanna Kulig (“Guerra Fria”) Melhor Ator Europeu Marcello Fonte (“Dogman”) Melhor Roteiro Europeu Pawel Pawlikowski (“Guerra Fria”) Melhor Fotografia Europeia Martin Otterbeck (“Utøya 22 de Julho”) Melhor Edição Europeia Jaroslaw Kamiński (“Guerra Fria”) Melhor Direção de Arte Europeia Andrey Ponkratov (“Verão”) Melhor figurino Europeu Massimo Cantini Parrini (“Dogman”) Melhores Cabelos e Maquiagem Europeus Dalia Colli, Lorenzo Tamburini e Daniela Tartari (“Dogman”) Melhor Trilha Sonora Europeia Christoph M. Kaiser e Julian Maas (“3 Days in Quiberon”) Melhor Som Europeu André Bendocchi-Alves e Martin Steyer (“The Captain”) Melhores Efeitos Visuais Europeus Peter Hjorth (“Border”) Melhor Animação Europeia “Another Day of Life”, de Raul de la Fuente & Damian Nenow Melhor Comédia Europeia “A Morte de Stalin”, de Armando Iannucci Melhor Descoberta Europeia – Prêmio FIPRESCI “Girl”, de Lukas Dhont Prêmio do Público Europeu “Me Chame Pelo Seu Nome”, de Luca Guadagnino

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    Green Book e Nasce uma Estrela são consagrados na primeira premiação de melhores do ano da crítica americana

    28 de novembro de 2018 /

    A National Board of Review deu a largada na temporada de premiações por parte da crítica americana. A mais antiga associação de críticos, cinéfilos e acadêmicos dos Estados Unidos, que em 1930 inaugurou o hoje tradicional costume de criar listas de melhores do ano, divulgou sua seleção de melhores do ano de 2018. E “Green Book”, que ganhou o subtítulo “O Guia” para o lançamento no Brasil, venceu como Melhor Filme e Ator (Viggo Mortensen), após conquistar o Festival de Toronto em setembro. O drama de época dirigido por Peter Farrelly também foi premiado nos festivais de Boston, Denver, Austin, Nova Orleans, Filadélfia, Saint Louis, Virginia e muitos outros nos Estados Unidos, mostrando força para encarar a concorrência em sua jornada rumo ao Oscar. Mas houve surpresas. Os críticos adoraram “Nasce uma Estrela”, a ponto de considerar Bradley Cooper o Melhor Diretor, Sam Elliott o Melhor Ator Coadjuvante e Lady Gaga a Melhor Atriz do ano. Com três vitórias, foi o filme mais premiado desta edição do NBR. “Se a Rua Beale Falasse”, novo drama de Barry Jenkins (o diretor de “Moonlight”), também se saiu bem, conquistando prêmios de Melhor Roteiro Adaptado (para o próprio Jenkins) e Atriz Coadjuvante (Regina King). Já a neozelandesa Thomasin McKenzie, de apenas 17 anos, foi considerada a intérprete revelação do ano por seu desempenho em “Não Deixe Rastros”, dirigido por Debra Granik – que lançou ao estrelato outra jovem, chamada Jennifer Lawrence, em seu filme anterior “Inverno da Alma” (2010). Esta é a segunda premiação importante da temporada, após os Gotham Awards. E as duas premiações só tiveram dois resultados em comum. Repetindo suas consagrações no prêmio do cinema independente, o veterano Paul Shrader (roteirista de “Taxi Driver”) foi reconhecido pelo Roteiro Original de “First Reformed”, assim como o novato Bo Burnham na categoria de Melhor Diretor Estreante por “Oitava Série”. De resto, “Os Incríveis 2” foi a Melhor Animação, o documentário da juiza Ruth Bader Ginsburg, “RBG”, conquistou sua categoria, o polonês “Guerra Fria” foi votado o Melhor Filme Estrangeiro e os atores asiáticos-americanos de “Podres de Ricos” levaram o prêmio politicamente correto de Melhor Elenco. Confira abaixo a lista completa dos melhores do ano do National Board of Review Melhor Filme “Green Book: O Guia” Melhor Diretor Bradley Cooper (“Nasce Uma Estrela”) Melhor Ator Viggo Mortensen (“Green Book: O Guia”) Melhor Atriz Lady Gaga (“Nasce Uma Estrela”) Melhor Ator Coadjuvante Sam Elliott (“Nasce Uma Estrela”) Melhor Atriz Coadjuvante Regina King (“Se a Rua Beale Falasse”) Melhor Roteiro Original Paul Schrader (“First Reformed”) Melhor Roteiro Adaptado Barry Jenkins (“Se a Rua Beale Falasse”) Atriz Revelação Thomasin McKenzie (“Não Deixe Rastros”) Melhor Estreia na Direção Bo Burnham (“Oitava Série”) Melhor Filme Estrangeiro “Guerra Fria” (Polônia) Melhor Animação “Os Incríveis 2” Melhor Documentário “RBG” Melhor Elenco “Podres de Ricos”

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    Academia de Cinema Europeu premia Guerra Fria, Dogman e Verão

    16 de novembro de 2018 /

    A Academia de Cinema Europeu revelou os primeiros oito vencedores dos European Film Awards, considerado o “Oscar europeu”, antecipando a premiação oficial, que vai acontecer em 15 de dezembro em Sevilha, na Espanha. O drama italiano “Dogman”, de Matteo Garrone (“Gomorra”), saiu na frente com dois troféus, nas categorias de Figurino e Maquiagem, mas o filme com o maior número de indicações, o polonês “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski (“Ida”) também recebeu um troféu, como Melhor Edição. A lista ainda inclui o drama russo “Verão”, lançado na quinta-feira (15/11) no Brasil, que teve a Melhor Direção de Arte, e o norueguês “Utøya 22 de Julho: Terrorismo na Noruega”, que estreia por aqui em duas semanas, premiado como Melhor Fotografia Europeia de 2018. Os vencedores foram escolhidos por um comitê de oito membros da Academia, que se reuniram em Berlim durante a semana para a deliberação. Os oito premiados são: Melhor Fotografia Europeia Martin Otterbeck (“Utøya 22 de Julho: Terrorismo na Noruega”) Melhor Edição Europeia Jaroslaw Kamiński (“Guerra Fria”) Melhor Direção de Arte Europeia Andrey Ponkratov (“Verão”) Melhor figurino Europeu Massimo Cantini Parrini (“Dogman”) Melhores Cabelos e Maquiagem Europeus Dalia Colli, Lorenzo Tamburini e Daniela Tartari (“Dogman”) Melhor Trilha Sonora Europeia Christoph M. Kaiser e Julian Maas (“3 Days in Quiberon”) Melhor Som Europeu André Bendocchi-Alves e Martin Steyer (“The Captain”) Melhores Efeitos Visuais Europeus Peter Hjorth (“Border”)

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    Polonês Guerra Fria lidera lista de indicados ao “Oscar Europeu”

    10 de novembro de 2018 /

    A Academia de Cinema Europeu divulgou este sábado (10/11), durante a realização do Festival de Sevilha, a lista dos indicados a sua premiação anual, os European Film Awards, considerados o Oscar da Europa, que vai acontecer na cidade andaluza no dia 15 de dezembro. O filme “Guerra Fria”, do cineasta polonês Pawel Pawlikowski, lidera a lista com cinco indicações. Além de disputar o troféu de Melhor Filme Europeu de 2018, “Guerra Fria” concorre às categorias de Direção, Ator (Tomasz Kot), Atriz (Joanna Kulig) e Roteiro – também a cargo do cineasta. Filmado em preto e branco como o longa anterior do diretor, “Ida” (2013), o drama aborda um romance entre um casal muito diferente, durante os anos 1950. Palikowski já venceu o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira com “Ida” e este ano recebeu o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes por seu novo drama, que estreia no Brasil em 7 de fevereiro. Três filmes conseguiram quatro indicações: os italianos “Dogman”, de Mateo Garrone, e “Feliz como Lázaro”, de Alice Rohrwacher, e o sueco “Border”, de Ali Abassi. Estes três, mais “Guerra Fria” e o belga “Girl”, de Lukas Dhont, estão na disputa do prêmio de Melhor Filme. Duas produções indicadas tem coprodução brasileira: “Diamantino”, dos portugueses Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, que concorre a Melhor Comédia, e “Me Chame Pelo Seu Nome”, do italiano Luca Guadagnino, indicado ao Prêmio do Público, escolhido por votação popular. Confira abaixo a lista completa dos indicados. Melhor Filme Europeu Border – Ali Abbasi Guerra Fria – Pawel Pawlikowski Dogman – Matteo Garrone Girl – Lukas Dhont Feliz como Lázaro – Alice Rohrwacher Melhor Documentário Europeu A Woman Captured – Bernadett Tuza-Ritter Bergman – 100 Anos – Jane Magnusson Of Fathers and Sons – Talal Derki The Distant Barking of Dogs – Simon Lereng Wilmont The Silence of Others – Almudena Carracedo & Robert Bahar Melhor Diretor Europeu Ali Abbasi – Border Matteo Garrone – Dogman Samuel Maoz – Foxtrot Pawel Pawlikowski – Guerra Fria Alice Rohrwacher – Feliz como Lázaro Melhor Atriz Europeia Marie Bäumer – 3 Days in Quiberon Halldóra Geirharðsdóttir – Woman at War Joanna Kulig – Guerra Fria Bárbara Lennie – Petra Eva Melander – Border Alba Rohrwacher – Feliz como Lázaro Melhor Ator Europeu Jakob Cedergren – Culpa Rupert Everett – The Happy Prince Marcello Fonte – Dogman Sverrir Gudnason – Borg vs McEnroe Tomasz Kot – Guerra Fria Victor Polster – Girl Melhor Roteiro Europeu Ali Abbasi, Isabella Eklöf & John Ajvide Lindqvist – Border Matteo Garrone – Dogman Gustav Möller & Emil Nygaard Albertsen – Culpa Pawel Pawlikowski – Guerra Fria Alice Rohrwacher – Feliz como Lázaro Melhor Animação Europeia Another Day of Life – Raul de la Fuente & Damian Nenow O Homem das Cavernas – Nick Park A Ganha-Pão – Nora Twomey Caninos Brancos – Alexandre Espigares Melhor Comédia Europeia Assim É a Vida – Eric Toledano & Olivier Nakache Diamantino – Gabriel Abrantes & Daniel Schmidt A Morte de Stalin – Armando Iannucci Melhor Descoberta Europeia – Prêmio FIPRESCI Girl – Lukas Dhont Um Dia – Zsófia Szilágyi Scary Mother – Ana Urushadze Culpa – Gustav Möller Those Who Are Fine – Cyril Schäublin Não Me Toque – Adina Pintilie Prêmio do Público Europeu Borg vs McEnroe – Janus Metz Assim É a Vida – Olivier Nakache, Eric Toledano Me Chame Pelo Seu Nome – Luca Guadagnino Dunkirk – Christopher Nolan O Destino de uma Nação – Joe Wright Em Pedaços – Fatih Akin A Morte de Stalin – Armando Ianucci Valerian e a Cidade dos Mil Planetas – Luc Besson Victoria & Abdul: O Confidente da Rainha – Stephen Frears

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    Academia anuncia candidatos que disputarão indicação ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira

    8 de outubro de 2018 /

    A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (8/10) a lista completa dos filmes inscritos para disputar o Oscar 2019 de Melhor Filme de Língua Estrangeira. Ao todo, 87 filmes foram selecionados por seus países para a disputa, o que representa uma diminuição de interesse, diante dos 92 inscritos no ano passado, quando o chileno “Uma Mulher Fantástica” foi premiado. O Brasil é representado por “O Grande Circo Místico”, do diretor Cacá Diegues, um dos poucos títulos da lista que não passou pelo escrutínio de festivais de cinema, critério básico para saber se o filme é competitivo. A seleção foi feita por uma comissão da Academia Brasileira de Cinema. Os favoritos deste ano são produções em preto e branco: o mexicano “Roma” e o polonês “Guerra Fria”. O filme de Alfonso Cuarón (vencedor do Oscar por “Gravidade”) venceu o Festival de Veneza e conta com apoio financeiro da Netflix, enquanto o longa de Pawel Pawlikowski, que já venceu a categoria com “Ida” (2013), conquistou o troféu de Melhor Direção no Festival de Cannes. Outros países com candidatos fortes incluem o Líbano (com “Capernaum”, da diretora Nadine Labaki), a Alemanha (com “Never Look Away”, de Florian Henckel von Donnersmarck), a Bélgica (“Girl”, de Lukas Dhont), a Hungria (com “Sunset”, de Laszlo Nemes), o Japão (“Assunto de Família”, de Hirokazu Kore-eda), o Paraguai (“As Herdeiras”, de Marcelo Martinessi), a Romênia (“I Do Not Care If We Go Down in History As Barbarians”, de Radu Jude), a Ucrânia (“Donbass”, de Sergei Loznitsa) e o Uruguai (“A Noite de 12 Anos”, de Álvaro Brechner). As indicações ao Oscar 2019 serão anunciadas em 22 de janeiro, e a premiação ocorre em 24 de fevereiro. Confira abaixo a lista completa do filmes que disputam a vaga. Afeganistão: “Rona Azim’s Mother”, de Jamshid Mahmoudi África do Sul: “Sew the Winter to My Skin”, de Jahmil X.T. Qubeka Alemanha: “Never Look Away”, de Florian Henckel von Donnersmarck Algéria: “Until the End of Time”, de Yasmine Chouikh Argentina: “El Ángel”, de Luis Ortega Armênia: “Spitak”, de Alexander Kott Austrália: “Jirga”, de Benjamin Gilmour Áustria: “The Waldheim Waltz”, de Ruth Beckermann Bangladesh: “No Bed of Roses”, de Mostofa Sarwar Farooki Belarus: “Crystal Swan”, de Darya Zhuk Bélgica: “Girl”, de Lukas Dhont Bolívia: “The Goalkeeper”, de Rodrigo “Gory” Patiño Bósnia e Herzegovina: “Never Leave Me”, de Aida Begi? Brasil: “O Grance Circo Místico”, de Carlos Diegues Bulgária: “Omnipresent”, de Ilian Djevelekov Camboja: “Graves without a Name”, de Rithy Panh Canadá: “Family Ties”, de Sophie Dupuis Cazaquistão: “Ayka”, de Sergey Dvortsevoy Chile: “…And Suddenly the Dawn”, de Silvio Caiozzi China: “Hidden Man”, de Jiang Wen Cingapura: “Buffalo Boys”, de Mike Wiluan Colômbia: “Birds of Passage”, de Cristina Gallego & Ciro Guerra Coreia do Sul: “Burning”, de Lee Chang-dong Costa Rica: “Medea”, de Alexandra Latishev Croácia: “The Eighth Commissioner”, de Ivan Salaj Dinamarca: “The Guilty”, de Gustav Möller Egito: “Yomeddine”, de A.B. Shawky Equador: “A Son of Man”, de Jamaicanoproblem Eslováquia: “The Interpreter”, de Martin Šulík Eslovênia: “Ivan”, de Janez Burger Espanha: “Champions”, Javier Fesser Estônia: “Take It or Leave It”, de Liina Trishkina-Vanhatalo Filipinas: “Signal Rock”, de Chito S. Roño Finlândia: “Euthanizer”, de Teemu Nikki França: “Memoir of War”, de Emmanuel Finkiel Georgia: “Namme”, de Zaza Khalvashi Grécia: “Polyxeni”, de Dora Masklavanou Holanda: “The Resistance Banker”, de Joram Lürsen Hong Kong: “Operation Red Sea”, de Dante Lam Hungria: “Sunset”, de László Nemes Iêmen: “10 Days before the Wedding”, de Amr Gamal Índia: “Village Rockstars”, de Rima Das Indonésia: “Marlina the Murderer in Four Acts”, de Mouly Surya Irã: “No Date, No Signature”, de Vahid Jalilvand Iraque: “The Journey”, de Mohamed Jabarah Al-Daradji Islândia: “Woman at War”, de Benedikt Erlingsson Israel: “The Cakemaker”, de Ofir Raul Graizer Itália: “Dogman”, de Matteo Garrone Japão: “Assunto de Família”, de Hirokazu Kore-eda Kosovo: “The Marriage”, de Blerta Zeqiri Letônia: “To Be Continued”, de Ivars Seleckis Líbano: “Capernaum”, de Nadine Labaki Lituânia: “Wonderful Losers: A Different World”, de Arunas Matelis Luxemburgo: “Gutland”, de Govinda Van Maele Macedônia: “Secret Ingredient”, de Gjorce Stavreski Malawi: “The Road to Sunrise”, de Shemu Joyah Marrocos: “Burnout”, de Nour-Eddine Lakhmari México: “Roma”, de Alfonso Cuarón Montenegro: “Iskra”, de Gojko Berkuljan Nepal: “Panchayat”, de Shivam Adhikari Níger: “The Wedding Ring”, de Rahmatou Keïta Noruega: “What Will People Say”, de Iram Haq Nova Zelândia: “Yellow Is Forbidden”, de Pietra Brettkelly Palestina: “Ghost Hunting”, de Raed Andoni Panamá: “Ruben Blades Is Not My Name”, de Abner Benaim Paquistão: “Cake”, de Asim Abbasi Paraguai: “The Heiresses”, de Marcelo Martinessi Peru: “Eternity”, de Oscar Catacora Polônia: “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski Portugal: “Pilgrimage”, de João Botelho Quênia: “Supa Modo”, de Likarion Wainaina Reino Unido: “I Am Not a Witch”, de Rungano Nyoni República Dominicana: “Cocote”, de Nelson Carlo De Los Santos Arias República Tcheca: “Winter Flies”, de Olmo Omerzu Romênia: “I Do Not Care If We Go Down in History as Barbarians”, de Radu Jude Rússia: “Sobibor”, de Konstantin Khabensky Sérvia: “Offenders”, de Dejan Zecevic Suécia: “Border”, de Ali Abbasi Suíça: “Eldorado”, de Markus Imhoof Tailândia: “Malila The Farewell Flower”, de Anucha Boonyawatana Taiwan: “The Great Buddha+”, de Hsin-Yao Huang Tunísia: “Beauty and the Dogs”, de Kaouther Ben Hania Turquia: “The Wild Pear Tree”, de Nuri Bilge Ceylan Ucrânia: “Donbass”, de Sergei Loznitsa Uruguai: “A Noite de 12 Anos”, de Álvaro Brechner Venezuela: “The Family”, de Gustavo Rondón Córdova Vietnã: “The Tailor”, de Buu Loc Tran & Kay Nguyen

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    Cold War: Premiado em Cannes, novo filme do diretor de Ida ganha trailer e cena musicais

    27 de maio de 2018 /

    A MK2 Productions divulgou o trailer, uma cena, 26 fotos e dois pôsteres de “Cold War” (Zimna Wojna), que rendeu o prêmio de Melhor Direção para o polonês Pawel Pawlikowski no Festival de Cannes 2018. As prévias não tem diálogos, mas músicas, o que destaca ainda mais sua fotografia em preto e branco, considerada a mais bonita do festival. O filme é um romance entre um casal de diferentes origens e temperamentos, tendo como pano de fundo a Guerra Fria da década de 1950 na Polônia, Berlim, Iugoslávia e Paris. Como curiosidade, a atriz Joanna Kulig, que interpreta a protagonista e aparece cantando no trailer, teve um pequeno papel em “Ida”, drama anterior de Pawlikowski, também filmado em preto e branco e passado na mesma época. Ela viveu justamente uma cantora numa das cenas finais do longa, que venceu o Oscar 2015 de Melhor Filme de Língua Estrangeira. “Cold War” estreia em 8 de junho na Polônia e ainda não tem previsão de lançamento no Brasil – o que só deve acontecer após sua exibição no Festival do Rio ou na Mostra de São Paulo.

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    Eu, Olga Hepnarová dispensa cores para retratar uma tragédia anunciada

    16 de fevereiro de 2017 /

    É difícil abordar “Eu, Olga Hepnarová” sem antecipar o dado que veio a transformar uma mulher comum em agente de um ato bárbaro. Portanto, recomenda-se que nada se leia sobre a verdadeira Olga Hepnarová se a intenção for se surpreender com sua medida radical, que a tirou do anonimato para virar uma personagem obscura da história da Tchecoslováquia durante os anos 1970. Presente na programação da última Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, a realização da dupla estreante em longas Petr Kazda e Tomás Weinreb segue a estética do oscarizado “Ida” (2013), ao ignorar a fotografia em cores e enclausurar a sua protagonista em um formato de tela que é quase um comentário sobre o seu perfil individualista. Sem revelar demais, pode-se dizer que Olga (a excelente Michalina Olszanska, muito parecida com uma jovem Natalie Portman) se vê desprezada por todos, da família aos colegas da escola e de trabalho. O sentimento de rejeição é ampliado principalmente por assumir-se lésbica, transformando-se de uma mulher de boa família, graças ao sobrenome que herdou, em alguém marginalizada. Em sua primeira hora, a protagonista de “Eu, Olga Hepnarová” não passa de um saco de pancadas para as pessoas que a cercam. Todos a tratam com grosserias, começando por sua mãe (interpretada por Klára Melísková) até a funcionária do caixa que diz não ter dinheiro para o pagamento do seu salário. Mas o exagero do roteiro, também assinado por Kazda e Weinreb, em enfatizar Olga como uma injustiçada pelas circunstâncias, acaba fazendo a ação pender mais para a tragédia anunciada, estilhaçando qualquer vestígio de sutileza da interpretação. Vale pela curiosidade em conhecer o percurso de alguém que não teve qualquer escrúpulo para pregar a sua lição torta.

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    Toni Erdmann é o melhor filme do ano na premiação da Academia Europeia

    11 de dezembro de 2016 /

    A comédia alemã “Toni Erdmann” foi a grande vencedora do European Film Awards, a premiação da Academia Europeia de Cinema, considerada o “Oscar europeu”. O longa da diretora Maren Ade fez uma limpa nos troféus, vencendo Melhor Filme, Direção, Roteiro (também de Ade), Ator (o austríaco Peter Simonischek) e Atriz (a alemã Sandra Hüller). A trama de “Toni Erdmann” conta de forma lúdica os esforços de um pai para recuperar o amor de sua filha, uma executiva agressiva que não encontra seu lugar na vida. Sua consagração, na cerimônia realizada na cidade polonesa de Breslávia, foi digna de obra-prima. Mas, curiosamente, o filme foi totalmente subestimado em sua première, na mostra competitiva do Festival de Cannes. Na ocasião, o júri presidido por George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”) também ignorou “Aquarius” e “Elle”, preferindo obras que, em contrapartida, não tiveram o mesmo desempenho em outras competições. Vale observar que os críticos presentes a Cannes já tinham eleito “Toni Erdmann” como o melhor filme, em contraste com a opinião do júri, que escolheu “Eu, Daniel Blake”, do veterano Ken Loach. Já o vencedor do Festival de Berlim, “Fogo no Mar”, de Gianfranco Rosi, recebeu o prêmio da Academia Europeia de Melhor Documentário do ano, por seu relato da crise migratória que vive a ilha de Lampedusa. O troféu de Melhor Animação ficou com a coprodução franco-suíça “Ma Vie de Courgette”, do estreante em longas Claude Barras, e o Prêmio do Público ao melhor filme foi para o polonês “Body”, da diretora Malgorzata Szumowska.

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    Andrzej Wajda (1926 – 2016)

    10 de outubro de 2016 /

    Morreu Andrzej Wajda, um dos maiores cineastas da Polônia, vencedor da Palma de Ouro de Cannes e de um Oscar honorário pela carreira de fôlego, repleta de clássicos humanistas. Ele faleceu no domingo (9/10), aos 90 anos, em Varsóvia, após uma vida dedicada ao cinema, em que influenciou não apenas a arte, mas a própria História, ao ajudar a derrubar a cortina de ferro com filmes que desafiaram a censura e a repressão do regime comunista. Nascido em 6 de março de 1926 em Suwalki, no nordeste polonês, Wajda começou a estudar cinema após a 2ª Guerra Mundial, ingressando na recém-aberta escola de cinema de Lodz, onde também estudaram os diretores Roman Polanski e Krzysztof Kieslowski, e já chamou atenção em seu primeiro longa-metragem, “Geração” (1955), ao falar de amor e repressão na Polônia sob o regime nazista. Seu segundo longa, “Kanal” (1957), também usou a luta contra o nazismo como símbolo da defesa da liberdade, e abriu o caminho para sua consagração internacional, conquistando o prêmio do juri no Festival de Cannes. Com “Cinzas e Diamantes” (1958), que venceu o prêmio da crítica no Festival de Veneza, ponderou como pessoas de diferentes classes sociais e inclinações políticas tinham se aliado contra o nazismo, mas tornaram-se inimigas após o fim da guerra. Os três primeiros filmes eram praticamente uma trilogia temática, refletindo as ansiedades de sua geração, que tinha sobrevivido aos nazistas apenas para sofrerem com os soviéticos. Ele também filmou várias vezes o Holocausto, do ponto de vista da Polônia. Seu primeiro longa sobre o tema foi também o mais macabro, contando a história de um coveiro judeu empregado pelos nazistas para enterrar as vítimas do gueto de Varsóvia, em “Samson, a Força Contra o Ódio” (1961). Aos poucos, suas críticas foram deixando de ser veladas. Num novo filme batizado no Brasil com o mesmo título de seu terceiro longa, “Cinzas e Diamantes” (1965), lembrou como os poloneses se aliaram a Napoleão para enfrentar o império russo e recuperar sua soberania. A constância temática o colocou no radar do governo soviético. Mesmo com fundo histórico conhecido, “Cinzas e Diamantes” disparou alarmes. Aproveitando uma tragédia com um ator local famoso, Wajda lidou com a perigosa atenção de forma metalinguista em “Tudo à Venda” (1969), sobre um diretor chamado Andrzej, que tem uma filmagem interrompida pelo súbito desaparecimento de seu ator principal. Considerado muito intelectual e intrincado, o filme afastou o temor de que o realizador estivesse tentando passar mensagens para a população. Mas ele estava. Em “Paisagem Após a Batalha” (1970), o diretor voltou suas câmeras contra o regime, ao registrar o sentimento de júbilo dos judeus ao serem libertados dos campos de concentração no fim da guerra, apenas para sepultar suas esperanças ao conduzi-los a outros campos cercados por soldados diferentes – russos – , inspirando a revolta de um poeta que busca a verdadeira liberdade longe disso. Seus três longas seguintes evitaram maiores controvérsias, concentrando-se em dramas de família e romances de outras épocas, até que “Terra Prometida” (1975) rendeu efeito oposto, celebrado pelo regime a ponto de ser escolhido para representar o país no Oscar. E conquistou a indicação. Ironicamente, a obra que o tornou conhecido nos EUA foi a mais comunista de sua carreira. Apesar de sua obsessão temática pela liberdade, “Terra Prometida” deixava claro que Wajda não era defensor do capitalismo. O longa era uma denúncia visceral de como a revolução industrial tardia criara péssimas condições de trabalho para os operários poloneses, enquanto empresários enriqueciam às custas da desumanização na virada do século 20. Brutal, é considerado um dos maiores filmes do cinema polonês. Satisfeito com a consagração, Wajda manteve o tema em seus filmes seguintes, acompanhando a evolução da situação dos operários poloneses ao longo do século. Mas os resultados foram o avesso do que a União Soviética gostaria de ver nas telas. A partir daí, sua carreira nunca mais foi a mesma. Seus filmes deixaram de ser cinema para virarem registros históricos, penetrando nas camadas mais profundas da cultura como agentes e símbolos de uma época de transformação social. “O Homem de Mármore” (1977) encontrou as raízes do descontentamento dos trabalhadores da Polônia no auge do stalinismo dos anos 1950. O filme era uma metáfora da situação política do país e também usava de metalinguagem para tratar da censura que o próprio Wajda sofria. A trama acompanhava uma estudante de cinema que busca filmar um documentário sobre um antigo herói do proletariado, que acreditava na revolução comunista e na igualdade social, mas, ao ter acesso a antigas filmagens censuradas para sua pesquisa, ela descobre que foi exatamente isto que causou sua queda e súbito desaparecimento da história. Diante da descoberta polêmica, a jovem vê seu projeto de documentário proibido. A censura política voltou a ser enfocada em “Sem Anestesia” (1978), história de um jornalista polonês que demonstra profundo conhecimento político e social numa convenção internacional, o que o faz ser perseguido pelo regime, que cancela suas palestras, aulas e privilégios, culminando até no fim de seu casamento, para reduzir o homem inteligente num homem incapaz de se pronunciar. Após ser novamente indicado ao Oscar por um longa romântico, “As Senhoritas de Wilko” (1979), Wajda foi à luta com o filme mais importante de sua carreira. “O Homem de Ferro” (1981) era uma obra de ficção, mas podia muito bem ser um documentário sobre a ascensão do movimento sindicalista Solidariedade, que, anos depois, levaria à queda do comunismo na Polônia e, num efeito dominó, ao fim da União Soviética. A narrativa era amarrada por meio da reportagem de um jornalista enviado para levantar sujeiras dos sindicalistas do porto de Gdansk, que estavam causando problemas, como uma inusitada greve em pleno regime comunista. Ao fingir-se simpatizante da causa dos estivadores, ele ouve histórias que traçam a longa trajetória de repressão aos movimentos sindicais no país, acompanhadas pelo uso de imagens documentais. O filme chega a incluir em sua história o líder real do Solidariedade, Lech Walesa, que depois se tornou presidente da Polônia. Apesar da trajetória evidente do cineasta, o regime foi pego de surpresa por “O Homem de Ferro”, percebendo apenas o que ele representava após sua première mundial no Festival de Cannes, onde venceu a Palma de Ouro e causou repercussão internacional. Sem saber como lidar com a polêmica, o governo polonês sofreu pressão mundial para o longa ir ao Oscar, rendendo mais uma indicação a Wajda e um confronto político com a União Soviética, que exigiu que o filme fosse banido dos cinemas. Assim, “O Homem de Ferro” só foi exibido em sessões privadas em igrejas em seu país. Considerado “persona non grata” e sem condições de filmar na Polônia, que virara campo de batalha, com o envio de tropas e tanques russos para sufocar o movimento pela democracia despertado pelo Solidariedade, Wajda assumiu seu primeiro longa internacional estrelado por um grande astro europeu, Gerard Depardieu. O tema não podia ser mais provocativo: a revolução burguesa da França. Em “Danton – O Processo da Revolução” (1983), o diretor mostrou como uma revolução bem intencionada podia ser facilmente subvertida, engolindo seus próprios mentores numa onda de terrorismo de estado. A história lhe dava razão, afinal Robespierre mandou Danton para a guilhotina, antes dele próprio ser guilhotinado. E mesmo assim o filme causou comoção, acusado de “contrarrevolucionário” por socialistas e comunistas franceses, que enxergaram seus claros paralelos com a União Soviética. Ficaram falando sozinhos, pois Wajda ganhou o César (o Oscar francês) de Melhor Diretor do ano. Sua militância política acabou arrefecendo no cinema, trocada por romances e dramas de época, como “Um Amor na Alemanha” (1983), “Crônica de Acontecimentos Amorosos” (1986) e “Os Possessos” (1988), adaptação de Dostoevsky que escreveu com a cineasta Agnieszka Holland. Em compensação, acirrou fora das telas. Ele assinou petições em prol de eleições diretas e participou de manifestações políticas, que levaram ao fim do comunismo na Polônia. As primeiras eleições diretas da história do país aconteceram em 1989, e Wajda se candidatou e foi eleito ao Senado. A atuação política fez mal à sua filmografia. Filmando menos e buscando um novo foco, seus longas dos anos 1990 não tiveram a mesma repercussão. Mas não deixavam de ser provocantes, como atesta “Senhorita Ninguém” (1996), sobre uma jovem católica devota, que acaba corrompida quando sua família se muda para a cidade grande, numa situação que evocava a decadência de valores do próprio país após o fim do comunismo. Por outro lado, seus filmes retratando o Holocausto – “As Duzentas Crianças do Dr. Korczak” (1990), sobre um professor que tenta proteger órfãos judeus no gueto de Varsóvia e morre nos campos de concentração, e “Semana Santa” (1995), evocando como a Polônia lidou com a revolta do gueto de Varsóvia em 1943 – receberam pouca atenção. O que o fez se retrair para o mercado doméstico, onde “Pan Tadeusz” (1999), baseado num poema épico polonês do século 19 sobre amor e intriga na nobreza, virou um sucesso. Durante duas décadas, Wajda sumiu dos festivais, onde sempre foi presença constante, conquistando prêmios, críticos e fãs. Mas estava apenas recarregando baterias, para retornar com tudo. Seu filme de 2007, “Katyn” se tornou uma verdadeira catarse nacional, quebrando o silêncio sobre uma tragédia que afetou milhares de famílias na Polônia: o massacre de 1940 na floresta de Katyn, em que cerca de 22 mil oficiais poloneses foram executados pela polícia secreta soviética. Quarta indicação ao Oscar de sua carreira, “Katyn” foi seu filme mais pessoal. Seu pai, um capitão da infantaria, estava entre as vítimas. Durante a divulgação do filme, o cineasta fez vários desabafos, ao constatar que jamais poderia ter feito “Katyn” sem que o comunismo tivesse acabado, uma vez que Moscou se recusava a admitir responsabilidade e o assunto era proibido sob o regime soviético. “Nunca achei que eu viveria para ver a Polônia como um país livre”, Wajda disse em 2007. “Achei que morreria naquele sistema.” Após acertar as contas com a história de seu pai, focou em outro momento importante de sua vida, ao retomar a trama de “Homem de Ferro” numa cinebiografia. Em “Walesa” (2013), mostrou como um operário simples se tornou o líder capaz de derrotar o comunismo na Polônia. Na ocasião, resumiu sua trajetória, dizendo: “Meus filmes poloneses sempre foram a imagem de um destino do qual eu mesmo havia participado”. Ao exibir “Walesa” no Festival de Veneza, Wajda já demonstrava a saúde fragilizada. Mas cinema era sua vida e ele encontrou forças para finalizar uma última obra, que ainda pode lhe render sua quinta indicação ao Oscar, já que foi selecionada para representar a Polônia na premiação da Academia. Seu último filme, “Afterimage” (2016), é a biografia de um artista de vanguarda, Wladyslaw Strzeminski, perseguido pelo regime de Stalin por se recusar a seguir a doutrina comunista. Um tema – a destruição de um indivíduo por um sistema totalitário – que sintetiza o cinema de Wajda, inclusive nos paralelos que permitem refletir o mundo atual, em que a liberdade artística sofre com o crescimento do conservadorismo. Com tantos filmes importantes, Andrzej Wajda ganhou vários prêmios por sua contribuição ao cinema mundial. Seu Oscar honorário, por exemplo, é de 2000, antes de “Katyn”, e o Festival de Veneza foi tão precipitado que precisou lhe homenagear duas vezes, em 1998 com um Leão de Ouro pela carreira e em 2013 com um “prêmio pessoal”. Há poucos dias, em setembro, ele ainda recebeu um prêmio especial do Festival de Cinema da Polônia. O diretor também é um dos homenageados da 40ª edição da Mostra de Cinema de São Paulo, que começa no dia 20 de outubro. A programação inclui uma retrospectiva com 17 longas do grande mestre polonês.

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    Demon é possuído pelo humor negro

    2 de junho de 2016 /

    O fato de o cineasta Marcin Wrona ter cometido suicídio na véspera da estreia de “Demon”, desperta uma curiosidade mórbida. A carreira do polonês poderia ter sido gloriosa, se ele não tivesse ido tão jovem, aos 42 anos, e com potencial para grandes filmes, como demonstra esta obra sobre uma festa estranha com gente esquisita. O desaparecimento de Wrona, aliás, acaba encontrando paralelo com o destino do protagonista no terceiro ato do filme, que é o que mais deixa o espectador sem chão. Até lá, principalmente durante toda a sequência da festa de casamento, que representa mais da metade da duração do filme, haja loucura. “Demon”, inclusive, pode ser visto como um dos mais divertidos filmes de casamento já feitos. Com o diferencial do uso de elementos do cinema de horror, numa chave de humor negro. Na trama, Piotr (Itay Tiran, de “Lebanon”) deixa a Inglaterra para se casar com a bela polonesa Zaneta (Agnieszka Zulewska, de “Chemia”). Ele parece ser um rapaz bastante simpático e interessado em abraçar aquela nova cultura, a cultura judaica de sua noiva. Ao chegar ao local, ele descobre uma ossada de restos humanos, o que o deixa bastante intrigado. Principalmente porque esta ossada desaparece quando ele tenta mostrá-la para outras pessoas. Piotr também é assombrado pelo fantasma de uma mulher que aparece no casamento, somente para seus olhos. Não demora para que ele passe da inquietude para a possessão, quando seu corpo se debate pelo salão da festa. O pai da noiva, a essa altura, já quer cancelar o casamento, pois um noivo epilético (primeira impressão do problema) não seria nada bom para sua filha. Um dos pontos positivos de “Demon” é justamente fugir às estruturas convencionais do gênero horror, ainda que não negue ao espectador alguns elementos familiares e até alívios cômicos bem-vindos. Mas até isso contribui para sua estranheza. Em vários momentos, em especial no final, a trama parece um tanto confusa, mas vale a pena se deixar levar pelo andamento louco que Wrona deseja conduzir, passando a impressão de que o filme quer perder-se e fazer com que o espectador o acompanhe. Quem está acostumado com o cinema de horror europeu, que tem menor preocupação com enredo, pode aceitar o jogo imposto pelo diretor numa boa. Já quem espera um filme de sustos, pode se decepcionar um pouco. Mas o fato de o filme ter um senso de humor próprio acaba fazendo com que o que seria ridículo torne-se bem-vindo, interessante, divertido, intrigante. Faz muito bem para o circuito receber obras tão singulares como esta de vez em quando.

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