Itziar Castro, atriz de “Vis a Vis”, morre após passar mal em piscina
A atriz espanhola Itziar Castro, conhecida por interpretar a corpulenta presidiária Goya Fernández em “Vis a Vis”, morreu nessa sexta-feira (8/12), aos 46 anos. A atriz passou mal na piscina coberta de um hotel em Lloret de Mar, na Espanha. A informação foi confirmada pela agência da artista. No momento da morte, a atriz participava do ensaio de um espetáculo de nado sincronizado, dirigido pela ex-nadadora Anna Tarrés. Os médicos foram chamados ao local, tentaram reanimar Itziar, mas o falecimento foi declarado pouco depois. A autópsia da atriz ainda será realizada para formalizar os motivos da morte, mas a suspeitas é que ela tenha tido uma insuficiência cardíaca. Ela tinha uma grande carreira no cinema e na televisão espanhola, iniciada há 21 anos no filme “Noche de Fiesta”. Embora tenha ganhado popularidade internacional com seu papel na série “Vis a Vis” em 2018 (e no spin-off “Vis a Vis: El Oasis”), antes disso ela foi aclamada por sua atuação no filme “Pieles”, de 2107, que lhe rendeu prêmios e uma indicação ao Prêmio Goya (o Oscar espanhol) de Melhor Atriz Revelação. No ano passado, ela esteve em outra série disponibilizada pela Netflix, a comédia “Era Uma Vez… Para Nunca Mais”.
Estreias | “Five Nights at Freddy’s” é principal filme na véspera do Halloween
A lista de estreias de cinema desta quinta-feira (26/10) não reflete o calendário comemorativo da véspera do Halloween. As poucas opções de terror para a data são um filme de vampiro brasileiro cabeçudo e “Five Nights at Freddy’s – O Pesadelo Sem Fim”, adaptação do game homônimo com classificação etária mirim: 14 anos. Ótima notícia para as plataformas de streaming e suas ofertas com mais variedade de diversão assustadora para o Dia das Bruxas. Os lançamentos da semana são bastante variadas e incluem assassinos meticulosos, hipnose intrigante e bossa nova animada. “O Assassino” oferece um olhar frio e calculista sobre a vida de um matador de aluguel, sob a direção acurada de David Fincher, “Hypnotic – Ameaça Invisível” é um thriller supernatural estrelado por Ben Affleck e Alice Braga, enquanto “Atiraram no Pianista” oferece uma viagem animada pela vida do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior. Além destes, a programação inclui “Mavka – Aventura na Floresta”, animação baseada na mitologia ucraniana, e outras opções em circuito limitado que podem ser conferidas abaixo. FIVE NIGHTS AT FREDDY’S – O PESADELO SEM FIM “Five Nights at Freddy’s” é uma franquia de videogame lançada em 2014, que rapidamente conquistou uma enorme base de fãs pelo mundo, ao desafiar os jogadores a sobreviver ao ataque de personagens infantis hostis em um restaurante assombrado, chamado Freddy Fazbear’s Pizza. Na adaptação, Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”) arranja emprego de segurança noturno na pizzaria abandonada, com estilo de buffet infantil, que costumava atrair o público com bonecos eletrônicos. Durante a ronda noturna, ele descobre que as criações animatrônicas ganham vida e precisa lutar contra o terror para sobreviver – e salvar sua irmã caçula, que resolveu lhe fazer uma visita. A adaptação foi feita para um público bem juvenil, evitando os jorros de sangue que se espera de um filme slasher (de psicopatas com facas) – veja-se, como exemplo sanguinolento, o similar “Willy’s Wonderland – Parque Maldito” (2021). Entretanto, é bastante fiel à premissa e a estética do game. Os animatrônicos e efeitos especiais foram criados pela empresa de Jim Henson, responsável pelos Muppets. Além de Hutcherson, o elenco inclui Elizabeth Lail (“Você”), Piper Rubio (“Holly & Ivy”), Kat Conner Sterling (“A Semana da Minha Vida”), Mary Stuart Masterson (“Benny & Joon – Corações em Conflito”) e Matthew Lillard (“Scooby-Doo”). Já a direção do longa é da experiente diretora de terror Emma Tammi (“Terra Assombrada”). O ASSASSINO O novo thriller dirigido por David Fincher gira em torno de um assassino profissional não nomeado, interpretado por Michael Fassbender (“X-Men: Apocalipse). O filme abre com o assassino meticulosamente preparando-se para realizar um serviço em Paris. Ele se posiciona em um prédio alto, esperando pacientemente para executar sua vítima, enquanto compartilha sua filosofia de vida através de uma narração. A calma profissional do assassino é quebrada quando ele falha em completar o serviço, gerando consequências severas para ele e sua companheira, que é brutalmente atacada como retaliação pelo seu erro. Após o fracasso em Paris, o assassino retira-se para a República Dominicana, mas logo descobre que seus empregadores colocaram um contrato sobre ele. Com sua vida em perigo, ele embarca em uma missão de vingança que o leva a perseguir advogados e assassinos rivais por diversas localidades, desde Nova Orleans até Chicago. Durante sua jornada, ele se depara com uma assassina bem-falante interpretada por Tilda Swinton (“Era uma Vez um Gênio”), que oferece uma abordagem ainda mais niilista para a arte de matar, proporcionando momentos de alívio cômico e introspecção. Adaptação de uma graphic novel, a produção permite um reencontro entre Fincher e o roteirista Andrew Kevin Walker, com quem o diretor trabalhou num de seus filmes mais cultuados, “Seven – Os Sete Pecados Capitais” (1995). Executado com atenção meticulosa aos detalhes, a obra também evoca clássicos do gênero como “Os Assassinos” (1964) e “À Queima-Roupa” (1967), dois filmes estrelados por Lee Marvin, em sua busca por retratar, de forma estilizada, o submundo dos assassinos contratados. Produção original da Netflix, chega ao streaming em duas semanas (10/11). HYPNOTIC – AMEAÇA INVISÍVEL Já imaginaram um thriller de Christopher Nolan (“Tenet”) dirigido por Robert Rodriguez (“Pequenos Espiões”)? “Hypnotic” é um filme derivativo, em que Ben Affleck (“Liga da Justiça”) vive um detetive atormentado pelo desaparecimento de sua filha e se vê em um jogo de gato e rato com um supercriminoso, interpretado por William Fichtner (“Mom”), dotado de poderes hipnóticos extraordinários (ou nem tanto, veja-se o Homem Púrpura de “Jessica Jones”). Ao lado da personagem de Alice Braga (“O Esquadrão Suicida”), que é descrita como uma “médium de loja de conveniência”, ele desvenda um mundo onde indivíduos, chamados de “hipnóticos”, têm a capacidade de influenciar a mente de outros através de uma “largura de banda psíquica”. A aventura é acompanhada por diálogos peculiares, e momentos que desafiam a realidade e imitam a estética de “A Origem”. O enredo se estende por uma série de cenas que variam entre o surreal e o absurdo, onde os personagens se encontram em situações cada vez mais bizarras, tendo que manter a seriedade. Pode-se dizer que Rodriguez compensa a falta de originalidade e lógica com exagero, entregando uma diversão camp assumida. Em seu lançamento nos EUA, alguns dos críticos mais tradicionais aprovaram, enquanto, paradoxalmente, a turma geek odiou de paixão – fazendo o longa atingir apenas 30% de aprovação no Totten Tomatoes. ATIRARAM NO PIANISTA Filme de abertura do Festival do Rio deste ano, o documentário animado espanhol explora a vida e o misterioso desaparecimento do pianista brasileiro Francisco Tenório Júnior, que integrava a banda de Vinicius de Moraes e Toquinho e desapareceu em Buenos Aires, em 1976, numa história que combina a leveza da bossa nova com a brutalidade das ditaduras militares. Dirigido por Fernando Trueba e Javier Mariscal (do premiado desenho “Chico e Rita”), o filme traz Jeff Goldblum como a voz do personagem fictício Jeff Harris, um jornalista musical de Nova York. Inicialmente interessado em escrever sobre a bossa nova, Harris se depara com uma gravação de Tenório e se embrenha na investigação do seu desaparecimento. A narrativa é estruturada como uma busca de Jeff Harris por respostas, percorrendo o trajeto entre Nova York, Rio de Janeiro e Buenos Aires, com a ajuda de seu amigo João, dublado por Tony Ramos. Entrevistas com 39 músicos brasileiros, amigos e familiares de Tenório formam o cerne do filme, juntamente com reminiscências sobre a vida e obra do pianista. A animação em estilo vibrante e desenhos feitos à mão de Mariscal enriquecem a narrativa e proporcionam um contraponto visual ao tema sombrio da história. Cenas recriadas de eventos e performances musicais são intercaladas com entrevistas e material documental coletado por Trueba ao longo de cerca de 15 anos. Além de abrir uma janela para a época tumultuada e para os impactos da Operação Condor, a obra também destaca a contribuição musical do pianista, revivendo uma sessão de gravação de 1964 e mostrando a influência duradoura da bossa nova, numa dualidade entre a beleza artística e a violência dos regimes autoritários de direita. MAVKA – AVENTURA NA FLORESTA A animação ucraniana explora a coexistência entre humanos e o mundo natural. Inspirada na peça de 1911 “The Forest Song” de Lesya Ukrainka, a trama segue Mavka, uma ninfa de cabelos verdes encarregada de proteger o “Coração da Floresta”. Ela se vê dividida entre seu dever e seu amor por Lukas, um músico humano. A história ganha complexidade quando Lukas é enviado para buscar um elixir mágico na floresta, intensificando o conflito entre os mundos humano e espiritual. A animação é notável por sua paleta de cores hipersaturada e pela atenção aos detalhes no movimento dos personagens. A trilha sonora é outro ponto alto, especialmente as canções folclóricas ucranianas que são incorporadas à trama, contribuindo para o caráter distintivo da obra. O filme também aborda temas mais amplos, como a invasão russa na Ucrania, embora de forma alegórica. Mavka, em um momento crucial, acessa uma “faísca de raiva” que lhe dá força para enfrentar os invasores, um elemento que tem sido interpretado como uma metáfora para a resiliência ucraniana. Produzido pelo estúdio de animação ucraniano Animagrad, o filme levou sete anos para ser concluído e superou “Avatar: O Caminho da Água” nas bilheterias ucranianas no começo do ano. OS DELINQUENTES O candidato argentino a uma vaga no Oscar 2024 é um filme nada convencional de assalto a banco. A história inicia com Morán (Daniel Elías), um gerente de banco, que, sem muita pressa, encaminha-se ao seu local de trabalho, onde junto a outro funcionário acessa o cofre do banco. Contrariando a expectativa usual de filmes de assalto, a execução do plano de Morán é exposta de maneira simples e quase trivial. Ele propõe a seu colega de trabalho, Román (Esteban Bigliardi), um acordo peculiar: Morán roubará US$ 650,000 do banco, entregará o montante para Román guardar e se entregará à polícia. Ele calcula que cumprirá três anos e meio de prisão, e ao final desse período, ambos dividirão o dinheiro. Ao se entregar à polícia, Morán confia que Román manterá sua parte no acordo, no entanto, a trama se desdobra em situações inusitadas e revela camadas insuspeitas. A chegada de uma jovem energética chamada Norma (Margarita Molfino) altera ainda mais a dinâmica entre Morán e Román, apresentando novas questões existenciais. O filme brinca com a ideia de duplicidade, como evidenciado nos nomes anagramáticos dos personagens principais e na escalação do mesmo ator, Germán De Silva, para interpretar o chefe do banco e o chefe da prisão. Além de desafiar convenções, a narrativa do diretor Rodrigo Moreno (“Mala Época”) parece brincar com a paciência da audiência com sua duração de três horas, propondo uma reflexão sobre as escolhas de vida dos personagens e as consequências de suas ações. LEONORA, ADEUS A primeira obra de Paolo Taviani após a morte de seu irmão e parceiro Vittorio, em 2018, possui forte simbolismo ao explorar a jornada das cinzas de Luigi Pirandello, dez anos após sua morte em 1936. O filme também é uma reflexão sobre a conexão dos irmãos Taviani com o dramaturgo, evidenciada num de seus clássicos iniciais, “Caos”, de 1984. Naquele filme, os Taviani exploraram cinco histórias curtas de Pirandello, demonstrando uma afeição duradoura pela complexidade teatral e narrativa do autor. “Leonora, Adeus” retoma essa ligação, entrelaçando a narrativa principal com aspectos meta-teatrais inspirados em Pirandello. A jornada das cinzas se torna uma tela para explorar a relação entre vida, morte e arte, temas que os Taviani também exploraram em “Caos”. No começo da narrativa, é retratada a tentativa de transportar as cinzas de Pirandello de volta à Sicília, conforme seu último desejo, enfrentando adversidades e situações cômicas, especialmente quando um conselheiro de Agrigento (Fabrizio Ferracane) se envolve nessa missão. Essa jornada é enriquecida por um retrato vibrante da vida italiana pós-2ª Guerra Mundial, destacando as interações humanas em um trem repleto de refugiados e civis em busca de consolo. A segunda parte do filme transita para a dramatização de “O Prego”, onde a história de um imigrante italiano em Nova York é contada, abordando temas de violência e redenção, sempre com uma atmosfera melancólica e reflexiva, acompanhada pela trilha sonora delicada de Nicola Piovani. O filme é uma mistura de estilos que vai desde sequências ficcionais em preto e branco até material de arquivo – de filmes neorrealistas italianos clássicos e noticiários da época – , todos engenhosamente entrelaçados para contar uma história que é tanto um tributo ao escritor quanto uma reflexão sobre a vida e a morte, servindo como um aceno afetuoso de Paolo a seu falecido irmão Vittorio. BRADO O drama italiano explora o universo do western no contexto contemporâneo. O protagonista Renato, interpretado pelo diretor do filme, Kim Rossi Stuart (“Tommaso”), se machuca ao cair de um cavalo recém-adquirido, chamado Trevor. Por conta de lesões, ele se vê incapaz de treinar o animal para competições de cross-country, e seu filho distante, Tommaso (Saul Nanni), é convocado para ajudar. O enredo se...
Streaming: As 10 principais estreias da semana
A programação de streaming destaca mais séries que filmes nesta semana. As principais opções incluem comédias, thrillers criminais e melodramas novelescos entre as séries, além de terror e fantasia infantil entre os dois longas selecionados. Considerada uma das maiores revelações do ano nos EUA, a comédia “Jury Duty” é o grande destaque da lista, que também marca as voltas de “Grey’s Anatomy”, “Virgin River” e “Top Boy”, a estreia de um sitcom de Leandro Hassum e o filme de “A Pequena Sereia”. Confira abaixo o Top 10 especialmente selecionado entre os lançamentos. JURY DUTY | PRIME VIDEO A comédia estrelada por James Marsden (“Sonic 2”) foi aclamada nos EUA por seu viés documental inovador. A trama acompanha o funcionamento interno de um julgamento através dos olhos de um jurado em particular, Ronald Gladden. Só que, como em “O Show de Truman”, Ronald não sabe que todo o caso é falso. Todos, exceto ele, são atores e tudo o que acontece – dentro e fora do tribunal – é cuidadosamente planejado. Marsden não interpreta um personagem qualquer, mas uma versão de si mesmo, convocado a participar do júri. Ele é o mais famoso do elenco, que também conta com Susan Berger (“Brooklyn Nine-Nine”), Cassandra Blair (“Hacks”), Rashida “Sheedz” Olayiwola (“South Side”), Kirk Fox (“Reservation Dogs”) e Evan Williams (“Sintonizados no Amor”), além de Ronald Gladden como a vítima da longa pegadinha. A série de 8 episódios foi criada por Gene Stupnitsky e Lee Eisenberg (que trabalharam juntos em “The Office”, além de terem escrito comédias como “Professora sem Classe” e “Bons Meninos”). E fez tanto sucesso que ganhou indicação ao Emmy de Melhor Comédia. Agora, os criadores terão que inventar uma forma de fazer sua 2ª temporada. TOP BOY 3 | NETFLIX Originalmente uma produção do Channel 4, “Top Boy” foi cancelada na 2ª temporada em 2013, mas acabou salva por um fã famoso, ninguém menos que o rapper canadense Drake, que resgatou a atração em 2019 num acordo com a Netflix. Só que muitos podem até ter esquecido que a série continuava a ser produzida, porque a pandemia atrasou a 2ª temporada (ou 4ª na contagem completa do Reino Unido) a ponto de os novos capítulos chegarem três anos após o lançamento em streaming. A trama chega ao fim no terceiro ano (ou quinto, na contagem britânica), tão tensa quanto começou. Com status de cult, a produção retrata de forma realista os conflitos entre gangues de East London. Mas apesar do tema atrativo para fãs de séries criminais, o seriado criado por Ronan Bennett (da minissérie “Gunpowder”) sempre enfrentou dificuldades para emplacar nos EUA, devido à quantidade de gírias e sotaques londrinos. Uma das gírias batiza a produção – “top boy” se refere ao chefão do fluxo, status que o protagonista Dushane (Ashley Walters, de “Bulletproof”) persegue a todo o custo. Vale apontar que “Top Boy” não é a única aposta de Drake no mundo das séries. Ele também é produtor de “Euphoria”. GREY’S ANATOMY 19 | STAR+ A 19ª temporada representa uma espécie de reboot no veterano drama médico, com a despedida da protagonista e a inclusão de vários personagens novos. Na trama, Meredith Grey (Ellen Pompeo) deixa o Grey Sloan Memorial com os filhos para ir morar em Boston, depois de 18 anos frequentando aquele ambiente. Para suprir sua ausência, a produção decidiu introduzir uma nova leva de residentes, basicamente reiniciando a série, que começou com o primeiro dia de residência de Meredith. As novidades no elenco incluem Niko Therho (“Sweetbitter”), Adelaide Kane (“SEAL Team”), Midori Francis (“Dash & Lily”), Harry Shum Jr. (“Shadowhunters – Caçadores de Sombras”) e Alexis Floyd (“Inventando Anna”). Além de Meredith, quem também sai da trama é sua meia irmã. A atriz Kelly McCreary, intérprete de Maggie Pierce, teve sua história concluída na temporada. Em compensação, os demais intérpretes ganharam mais destaque, como Chandra Wilson (Bailey), Kevin McKidd (Owen), Kim Raver (Teddy), James Pickens Jr. (Webber), Camilla Luddington (Jo Wilson), Caterina Scorsone (Beth Whitman), Jake Borelli (Levi Schmitt) e Anthony Hill (Winston Ndugu), sem esquecer da volta Kate Walsh, que retomou seu papel como a Dra. Addison Montgomery. Os novos episódios também são os últimos produzidos pela showrunner Krista Vernoff, que comandou a série por vários anos, após a criadora Shonda Rhimes ir para a Netflix, e agora irá desenvolver novas atrações para o conglomerado Disney. VIRGIN RIVER 5 | NETFLIX O drama romântico conta a história de Mel Monroe (Alexandra Breckenridge, ex-“American Horror Story”), uma jovem que vai trabalhar como parteira e enfermeira na cidade-título do seriado. Em pouco tempo, ela se adapta ao novo lar e se reconcilia consigo mesma, e neste processo encontra o amor com um morador local, Jack (Martin Henderson, ex-“Grey’s Anatomy”). Mas como essa novela tem que durar vários capítulos, esse amor é marcado por inevitáveis idas e vindas. O casal já enfrentou inúmeras reviravoltas nas temporadas anteriores, baseadas na coleção de livros escritos por Robyn Carr, desde encontros muito próximos com a morte até gravidez inesperada de uma ex de Jack. A 5ª temporada promete trazer novos fatos surpreendentes, um rompimento chocante, um julgamento judicial difícil, uma despedida emocionante e um incêndio florestal que ameaça a cidade. Além disso, questões de maternidade levam Mel a tomar uma grande decisão sobre seu futuro na clínica, enquanto sua gravidez inesperadamente desperta uma conexão emocional com seu passado, enquanto Jack enfrenta algumas confrontações há muito esperadas – com seus próprios demônios e, claro, com a ex Charmaine (Lauren Hammersley). A produção é de Sue Tenney, roteirista-produtora que também criou “A Bruxa do Bem” no mesmo tom de novela. A PEQUENA SEREIA | DISNEY+ A animação que iniciou o renascimento da Disney em 1989 ganhou um remake nem tão fabuloso, com atores de carne e osso, novas músicas, e uma história que adiciona 50 minutos à trama original, expandindo não apenas a personagem de Ariel (interpretada por Halle Bailey, da série “Grown-ish”), mas também o Príncipe Eric (Jonah Hauer-King, da minissérie “Little Women”, da BBC). O problema é que as músicas novas são fracas, a fotografia muito escura (em contraste com o brilho do desenho), as mudanças superficiais e a única inovação realmente evidente é a escalação de Halle Bailey (“Grown-Ish”). A atriz brilha no papel, contracenando com um elenco de peso que inclui Melissa McCarthy (“Caça-Fantasmas”) como a maligna Ursula e Javier Bardem (“Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”) como o Rei Tritão. Criticada em alguns quadrantes das redes sociais por ser uma Ariel negra, ela incorpora a personagem-título de forma perfeita e sua habilidade de cantar belamente canções como “Part of Your World” são o que fazem o musical contentar os fãs nostálgicos, ao mesmo tempo em que permite aos produtores acreditarem estar atualizando a trama para a modernidade. Com direção de Rob Marshall (“Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas”), o filme dividiu opiniões e não vendeu tantos ingressos quanto a Disney esperava. VÊNUS | HBO MAX O novo filme sangrento de Jaume Balagueró volta a concentrar o terror num prédio amaldiçoado, como em sua obra mais conhecida, o filme de zumbis “[Rec]” (2007), unindo-se ao produtor Alex de La Iglesa (diretor de “Balada do Amor e Ódio”) e ao roteirista Fernando Navarro (“Verônica: Jogo Sobrenatural”) para adaptar o conto de H.P. Lovecraft “Sonhos na Casa das Bruxas”. A trama segue Lucía (Ester Expósito, de “Elite”), uma dançarina de clube que se envolve em um esquema perigoso para roubar drogas de seus empregadores corruptos. Ao ser descoberta, ela busca refúgio no prédio Vênus, junto de sua irmã distante e sua sobrinha. O edifício, que à primeira vista parece inofensivo, revela-se um ambiente repleto de mistérios e forças cósmicas obscuras. A complexidade da história é acentuada quando a irmã desaparece, deixando Lucía sozinha com a sobrinha em um ambiente cada vez mais estranho. CORPO EM CHAMAS | NETFLIX A minissérie espanhola de suspense traz Úrsula Corberó, a Tóquio de “La Casa de Papel”, como suspeita de assassinato. Inspirada num crime real, a trama começa quando o corpo do policial Pedro (José Maunel Poga, o Gandía de “La Casa de Papel”) é encontrado em um carro abandonado, totalmente carbonizado. A partir da investigação, o complicado relacionamento da vítima com dois outros policiais, Rosa (Corberó) e Albert (Quim Gutiérrez, de “Jungle Cruise”), revela que o crime pode ser passional e literalmente um caso de polícia. São oito episódios com roteiros de Laura Sarmento Pallarés (“Intimidade”) e direção de Jorge Torregrossa (“Elite”). THE CHANGELING – SOMBRAS DE NOVA YORK | APPLE TV+ A série de terror protagonizada e produzida pelo ator LaKeith Stanfield (“Mansão Mal-Assombrada”) possui uma trama intrigante que explora paternidade e uma odisseia perigosa por uma Nova York desconhecida. A trama é baseada no best-seller homônimo do escritor americano Victor LaValle e envolve uma viagem ao Brasil, onde Emma, a personagem de Clark Backo (“The Handmaid’s Tale”), se depara com uma lenda brasileira similar à crença na fita do Senhor do Bonfim – fiéis acreditam que, ao amarrar uma fitinha do Senhor do Bonfim com três nós no braço, ela permite realizar três desejos quando se rompe, mas não podem tirá-la do braço antes disso. A narrativa vincula essa tradição à uma maldição que transforma a vida dos personagens. LaKeith Stanfield vive Apollo, o apaixonado futuro marido que corta a fitinha de Emma, após ela voltar do Brasil. E as consequências logo vem, com estranhos sonhos recorrentes e uma série de eventos inexplicáveis, culminando no desaparecimento misterioso de Emma, aparentemente do nada, que dá início a uma odisseia por um mundo diferente daquele que o protagonista pensava conhecer. O roteiro é adaptado por Kelly Marcel, responsável por trabalhos como “Venom”, “Cruella” e “Cinquenta Tons de Cinza”, e a direção é assinada por Melina Matsoukas (“Queen & Slim”). B.O | NETFLIX A comédia brasileira se passa em uma delegacia de polícia no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde um novo e atrapalhado chefe acaba de chegar. Leandro Hassum (“Vizinhos”) vive o delegado Suzano, um personagem medroso, mas empático, que é um grande fã de Sandy & Junior e vai parar na delegacia da capital após capturar por acidente um criminoso procurado. Apesar das dúvidas iniciais de seus colegas, sempre prontos para a ação, os métodos nada convencionais de Suzano, aliados ao seu bom coração, logo ganham a equipe. Além de Hassum, a série conta com Luciana Paes (“3%”), Jefferson Schroeder (“Crô em Família”), Babu Carreira (“O Dono do Lar”) e Digão Ribeiro (“Dom”), entre outros integrantes do elenco. A redação final é de Carol Garcia (“Bom Dia, Verônica”) e a direção está a cargo de Pedro Amorim (“Derrapada”), com Hassum e Carol Minêm (“O Rei da TV”) também na direção de alguns episódios. O tom escrachado sugere uma mistura de “Os Trapalhões” com a comédia policial americana “Broklyn Nine-Nine”. EU SOU GROOT 2 | DISNEY+ A animação com episódios curtos segue as aventuras de Groot como um jovem garoto-árvore. O personagem estreou no Universo Cinematográfico Marvel em “Guardiões da Galáxia” de 2014, onde sua versão adulta morreu e foi substituída pelo Baby Groot em “Guardiões da Galáxia Vol. 2” de 2017. O Baby Groot se tornou um personagem favorito dos fãs e um ótimo material de merchandising. Mas não durou muito. Em sua aparição seguinte, em “Vingadores: Guerra Infinita” (2018), Groot já se tornou um adolescente. “Guardiões da Galáxia Vol. 2” ficou marcado como único projeto de live-action com Baby Groot. A série animada por computação gráfica mostra o que aconteceu depois daquele filme, antes do personagem adolescer. Assim como a temporada inaugural do ano passado, a produção retorna com mais cinco episódios e com a voz de Vin Diesel dublando o protagonista, além de Bradley Cooper como Rocket e outros convidados especiais. Produção do Marvel Studios Animation, a série é escrita e dirigida por Kirsten Lepore (diretora de animação de “Marcel, A Concha de Sapatos”).
Ator do romance “Minha Culpa” é preso no Festival de Veneza
O ator espanhol Gabriel Guevara, de 22 anos, foi preso pela polícia italiana no sábado (2/9), durante sua participação no Festival de Veneza, devido a uma denúncia de agressão sexual. O crime teria ocorrido na França, de acordo com a imprensa italiana, e, por isso, a prisão aconteceu mediante um mandado internacional. A notícia foi publicada primeiramente pelo jornal veneziano La Nuova. Nenhum detalhe adicional sobre a denúncia ou a prisão foi fornecido pela polícia italiana até o presente momento. Guevara estava em Veneza para receber um prêmio, como melhor ator jovem, que seria concedido pela Filming Italy, organização que promove o cinema italiano, neste domingo (3/9). Carreira do ator Nascido e criado em Madrid, Gabriel Guevara ficou conhecido em seu país depois de ter interpretado Cristian Miralles na série “Skam Espanha”, de 2018. Ele ganhou projeção internacional como protagonista do romance “Minha Culpa” (2023), lançado em meio na Prime Video, e também atuou nas séries “Você Não é Especial” (2022), da Netflix, e “Como Mandar Tudo à Merda” (2022), da HBO Max.
10 Filmes: “The Flash” é destaque nas locadoras digitais
A relação de filmes novos para ver em casa destaca a estreia de “The Flash” nas locadoras digitais – um mês antes de chegar na HBO Max. O Top 10 da semana também inclui um longa animado da série “Miraculous: As Aventuras de Ladybug”, uma comédia sobre brinquedos dos anos 1990, um thriller com Jackie Chan e John Cena, uma sci-fi alemã, um suspense catalão e muitos romances e dramas. Confira abaixo as dicas de lançamentos. THE FLASH | VOD* A nova incursão no multiverso dos super-heróis dividiu a crítica, após ser propagandeada como a melhor adaptação da DC Comics de todos os tempos. Não chegou nem perto do hype plantado pela Warner Bros, embora o filme dirigido por Andy Muschietti, conhecido pelo terror “It – A Coisa”, faça realmente a despedida do Snyderverso (os heróis da Liga de Justiça de Zack Snyder). O roteiro de Christina Hodson (“Aves de Rapina”) adapta um dos arcos mais famosos dos quadrinhos da editora, o crossover “Ponto de Ignição” (Flashpoint). No filme, o velocista interpretado por Ezra Miller volta no tempo para impedir o assassinato de sua mãe e, ao fazer isso, acaba alterando a linha temporal do planeta inteiro. Entre os eventos inesperados, ele encontra uma versão mais jovem de si mesmo (também interpretada por Miller) e, ao mesmo tempo, se depara com um mundo em que a Liga da Justiça nunca existiu. Para piorar, como Superman nunca chegou a Terra, não há ninguém capaz de impedir a invasão do General Zod (Michael Shannon, repetindo seu papel de “O Homem de Aço”). Assim, cabe ao Flash do futuro reunir um grupo de heróis para fazer frente a essa ameaça. Com a ajuda de um Batman mais velho (Michael Keaton, que viveu o herói em filmes de 1989 e 1991), ele consegue encontrar e liberar um kryptoniano para auxiliá-los: Kara, uma nova Supergirl morena, vivida por Sasha Calle (“The Young and the Restless”) – que é a primeira intérprete latina da heroína. A narrativa centrada em viagens no tempo e universos alternativos pode remeter a sucessos como “Vingadores: Ultimato” e “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”, mas a trama sofreu horrores com suas inúmeras refilmagens, que acrescentaram e tiraram personagens, salvaram e mataram heróis, porém deixaram o fan service mais rejeitado de todos os tempos, em que o Flash tem visões de diferentes versões dos personagens da DC – inclusive de filmes que nunca saíram do papel, mas não de sua bem-sucedida versão da TV. O resultado é um filme caríssimo que arrecadou muito pouco, um fracasso retumbante de público e crítica. O que só aumenta a tristeza por seus pontos positivos, em especial a descoberta de Sasha Calle como Supergirl, que, infelizmente, após a fraca bilheteria, não deve ser reaproveitada no futuro da DC planejado pelos novos chefões do estúdio no cinema. Ela é o principal motivo para recomendar a locação. MIRACULOUS: AS AVENTURAS DE LADYBUG – O FILME | NETFLIX O primeiro filme baseado na popular série animada de mesmo nome aborda a origem de Ladybug e Cat Noir, recontando a história da dupla de super-heróis e sua luta para proteger Paris de uma ameaça emergente. Escrito e dirigido pelo criador dos personagens, Jeremy Zag, o desenho segue a trajetória de Marinette, uma adolescente desastrada apaixonada por moda, e Adrien, filho de uma boa família, órfão de mãe e negligenciado pelo pai. Os dois jovens vivem como estudantes comuns durante o dia, mas à noite se transformam em super-heróis sem saberem as identidades secretas um do outro. Sua rivalidade, nascida da competição por bons feitos, precisa ser colocada de lado quando os dois se unem contra o mesmo inimigo, que está enchendo Paris de monstros. Desde seu lançamento em 2015, “Miraculous” se tornou um fenômeno global, com a série atualmente em sua 5ª temporada exibida em mais de 150 países. O sucesso da animação também foi capaz de transcender a TV e invadir o mundo dos jogos, brinquedos, e até mesmo passeios temáticos pelo rio Sena, em Paris. Por trás desse sucesso está a Zagtoon, a produtora francesa de Jeremy Zag, especializada em animações infantis, que conseguiu capturar a atenção da juventude global com a saga de Ladybug e Chat Noir. THE BEANIE BUBBLE | APPLE TV+ A comédia da Apple TV+ explora a fascinante história por trás da febre dos Beanie Babies, bichos de pelúcia que marcaram os anos 1990. A trama gira em torno do inventor dos brinquedos H. Ty Warner (interpretado por um irreconhecível Zach Galifianakis, de “Se Beber Não Case”) e as três mulheres que afirmam ser as verdadeiras mentes por trás dos negócios. Robbie Jones (Elizabeth Banks, de “As Panteras”), uma mecânica de automóveis, começou a empresa com Ty na década de 1980. Na década seguinte, a noiva de Ty, Sheila Harper (Sarah Snook, de “Succession”), afirma que suas filhas jovens inspiraram a ideia e até mesmo projetaram alguns dos animais recheados de pellets de plástico. Finalmente, Maya Kumar (Geraldine Viswanathan, de “Não Vai Dar”), uma estudante de medicina de 17 anos que iniciou como recepcionista na empresa, percebeu como explorar a internet e inventou o site de promoção de produtos que inaugurou o frenesi dos colecionadores no eBay. Junto delas, Ty oscila entre ser carente, encantador, generoso, tóxico e um monstro total. O longa de estreia de Kristin Gore (roteirista de “Futurama”) e Damian Kulash (diretor dos clipes complexos da banda OK Go) traça a ascensão e queda criativa, corporativa e cultural dos Beanie Babies, enquanto examina ricamente seus quatro personagens principais, com todas as informações sobre o negócio de brinquedos que se poderia desejar. PROJETO EXTRAÇÃO | NETFLIX O thriller de ação à moda antiga junta Jackie Chan (“O Estrangeiro”) e John Cena (“O Esquadrão Suicida”) contra terroristas. A trama gira em torno de uma refinaria de petróleo de propriedade chinesa no Iraque, que sofre ataques contínuos e busca ajuda de um mercenário. Luo Feng (Chan), ex-oficial das forças especiais, lidera a operação com sua equipe para evacuar todos os trabalhadores. No entanto, uma série de eventos leva ao sequestro de um ônibus de evacuação, com o chefe da empresa de petróleo sendo mantido como refém. Enquanto isso, um dos sequestradores, o ex-marine Chris Van Horne (Cena), é convidado a cooperar com Luo Feng contra um inimigo em comum e ajudá-lo a salvar os prisioneiros que ainda estão sendo mantidos reféns na empresa de petróleo. Apesar da trama séria, o filme aproveita o carisma dos protagonistas para gerar cenas de humor, embora a combinação não seja tão boa quanto nas franquias “Hora do Rush” ou “Bater ou Correr”. A direção é de Scott Waugh (“Need for Speed: O Filme”), o roteiro de Arash Amel (“Grace de Mônaco”) e o elenco ainda traz Pilou Asbæk (“Game of Thrones”) como vilão. PARAISO | NETFLIX A produção alemã de ficção científica explora um futuro distópico onde a idade pode ser negociada como uma moeda. Na trama, uma empresa farmacêutica bilionária chamada AEON desenvolveu um método de transferir anos de vida de uma pessoa para outra. Isso permite que indivíduos ricos possam, teoricamente, viver para sempre, enquanto a classe trabalhadora paga o preço, sacrificando décadas de suas vidas em troca de uma grande soma de dinheiro. Os protagonistas são o casal Max (Kostja Ullmann) e Elena (Marlene Tanzcik), que vê seu futuro idílico ser abruptamente interrompido quando Elena é forçada a “pagar” 40 anos de sua vida devido a uma dívida de seguro. A partir desse ponto, eles se arriscam para recuperar os anos perdidos de Elena, enfrentando o sistema. LIGAÇÕES DO PASSADO | VOD* O suspense neo-noir catalão explora a compulsão de recuperar um amor fundamental a todo custo, com um toque de “Um Corpo que Cai”, de Alfred Hitchcock. A trama gira em torno de Violeta (Anna Alarcón, de “Bem-Vindos ao Eden”), uma psicóloga aparentemente bem-sucedida que se vê confrontada com uma revelação perturbadora de uma paciente, Rita (Verónica Echegui, de “Intimidade”). Rita conta que seu marido Jan (Alex Brendemühl, de “Silenciadas”) ainda está obcecado por seu primeiro amor de 20 anos atrás, que é ninguém menos que a própria Violeta, e de maneira ousada tenta convencer a psicóloga a ter um encontro com Jan, supostamente para resolver seus problemas conjugais. Enquanto Violeta lida com a situação, flashbacks revelam o impacto devastador de seu romance juvenil na praia, quando ela era uma jovem selvagem. A narrativa, co-escrita pelo diretor Ventura Durall, apresenta um elemento adicional intrigante: Jan é o fundador de uma empresa de presentes mórbidos que grava e entrega mensagens de vídeo póstumas a parentes e amigos de pessoas que estão morrendo. A trama tem um potencial operístico e exagerado, mas Durall dirige de maneira contida, com muitas cenas filmadas à mão, envolvendo os personagens na atmosfera obsessiva, especialmente Pablo Molinero como o marido de Violeta, que se mostra horrorizado com a situação. A cena de sexo explosiva que se segue ao encontro dos ex-amantes é um dos momentos de maior tensão do filme. FELICIDADE PARA PRINCIPIANTES | NETFLIX A comédia romântica segue Helen, interpretada por Ellie Kemper (“Unbreakable Kimmy Schmidt”), que após o divórcio decide se reinventar e acaba se inscrevendo em um curso de sobrevivência na trilha dos Apalaches. Lá, ela reencontra Jake, interpretado por Luke Grimes (“Cinquenta Tons de Cinza”), um amigo de seu irmão mais novo, e começa a perceber que o jovem tem mais conteúdo que supunha. Pouco a pouco, os dois começam a se aproximar nas longas caminhadas pelo terreno montanhoso. Convite à autodescoberta e à superação de desafios, o romance na natureza é baseado no livro homônimo de Katherine Center, lançado em 2015, e tem roteiro e direção de Vicky Wight (“O Marido Perdido”). QUERIDA ZOE | VOD* Sadie Sink, conhecida por seus papéis marcantes em “Stranger Things” e “A Baleia”, volta a mostrar seu talento no papel de Tess, uma adolescente que luta para lidar com a culpa e o luto após a morte de sua irmã mais nova, Zoe. A trama é conduzida por uma carta que ela escreve para Zoe, na qual expressa seus sentimentos e tenta encontrar um sentido para a tragédia. Adaptado do romance homônimo de Philip Beard, o melodrama explora a dinâmica familiar de Tess, incluindo sua relação com sua mãe (Jessica Capshaw, de “Grey’s Anatomy”), seu pai (Theo Rossi, de “Sons of Anarchy”), sua irmã Em (Vivien Lyra Blair, de “Obi Wan Kenobi”) e um jovem vizinho (o estreante Kweku Collins). Apesar de lidar com temas pesados como luto e culpa, o filme da diretora Gren Wells (“A Estrada Interior”) consegue manter um tom otimista e caloroso. Além disso, a produção rodada em Pittsburgh presta muita atenção aos detalhes locais, o que contribui para a autenticidade da história. DERRAPADA | VOD* O novo filme de Pedro Amorim (“Dissonantes”) é um drama sobre gravidez adolescente, que transporta a trama de “Slam”, livro do inglês Nick Hornby (“Alta Fidelidade”), para cenários e realidade brasileiros. O protagonista é um skatista, filho de mãe solteira, que se envolve com uma poeta de slam e acaba engravidando a jovem – apesar de saber tudo o que a mãe passou na juventude, por engravidar aos 16 anos e precisar criar o filho de um pai irresponsável e ausente. No livro, o skatista acaba despertando para a vida ao conhecer a história de seu ídolo, Tony Hawk. Na versão brasileira, o ídolo é Bob Burnquist. O resto do elenco destaca Matheus Costa (“Desapega!”), Heslaine Vieira (“As Five”) e Nanda Costa (“Monster Hunter”). A CIDADE DOS ABISMOS | VOD* O primeiro longa de Priscyla Bettim e Renato Coelho Glória transforma uma trama criminal em cinema experimental de protesto. Uma mulher trans (Verónica Valenttino), uma jovem da classe média (Carolina Castanha) e um imigrante africano (Guylain Mukendi) testemunham uma morte brutal num bar de São Paulo na véspera do Natal. Indignados com os rumos da investigação, os três se recusam a ceder à injustiça e decidem ir atrás dos algozes. A...
Carmen Sevilla, a Maria Madalena de “Rei dos Reis”, morre de Alzheimer
A atriz espanhola Carmen Sevilla, que estrelou o filme indicado ao Oscar “A Vingança” (1958) e interpretou Maria Madalena no épico bíblico “Rei dos Reis” (1961), de Nicholas Ray, morreu na terça-feira (27/6) de Alzheimer e pneumonia em um hospital em Madrid. Ela tinha 92 anos. A notícia de sua morte foi relatada pelo seu filho à agência de notícias Europa Press. Nascida em Sevilha, Espanha, a atriz iniciou sua carreira no show business como dançarina nos anos 1940, migrando para o cinema no final da década. Durante os anos 1950, ela se tornou uma das estrelas mais populares do cinema espanhol. Seu papel principal no filme “A Vingança”, dirigido por Juan Antonio Bardem, a tornou uma estrela internacional, uma vez que o filme se tornou o primeiro longa espanhol indicado para um Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira. Sevilla se tornou mais conhecida nos EUA com “Rei dos Reis”, no qual interpretou uma bela Maria Madalena ao lado de um igualmente atraente Jesus, interpretado por Jeffrey Hunter. Onze anos depois, ela estrelou como Octavia ao lado de Charlton Heston em “À Sombra das Pirâmides”, uma entrada tardia e mal recebida no gênero dos épicos romanos. Sua carreira no cinema e sua popularidade continuaram na Espanha ao longo dos anos 1970. Sevilla se tornou uma apresentadora da televisão espanhola durante os anos 1990 e início dos 2000, até que seu diagnóstico de Alzheimer em 2009 limitou suas aparições públicas. No ano passado, foi relatado que ela estava nos estágios avançados da doença.
Netflix revela trailer apocalíptico do derivado espanhol de “Bird Box”
A Netflix divulgou um novo pôster e o trailer completo de “Bird Box Barcelona”, filme derivado do sucesso apocalíptico “Bird Box”, estrelado por Sandra Bullock em 2018. A trama não será uma continuação, mas uma história paralela, passada em Barcelona e com um elenco espanhol. A prévia revela a proliferação de casos de loucura e suicídio pela Europa, concentrando-se num grupo de sobreviventes na cidade do título, que tentam sobreviver ao caos cobrindo os olhos com vendas, para não ser influenciado pela ameaça que ninguém pode ver. O detalhe é que um grupo de fanáticos faz questão que todos vejam as criaturas enlouquecedoras. O elenco conta com alguns astros conhecidos dos filmes de Pedro Almodóvar, como Lola Dueñas (“Abraços Partidos”), Michelle Jenner (“Julieta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Dor e Gloria”), além de Diego Calva (“Aceleradas”), Mario Casas (“As Bruxas de Zugarramurdi”), Alejandra Howard (“Fátima: A História de um Milagre”), Patrick Criado (“Antidisturbios”), Celia Freijeiro (“Uma Visão Diferente”), Gonzalo de Castro (“Sob Suspeita”), a inglesa Georgina Campbell (“Krypton”) e a menina alemã Naila Schuberth (“Blackout”). Mario Casas e Georgina Campbell são os atores principais, que precisam caminhar vendados pelas ruas de Barcelona para sobreviver. Roteiro e direção estão a cargo dos irmãos Álex e David Pastor, responsáveis pelo bom thriller apocalíptico “Virus”, pelas séries “Incorporated” e “The Head: Mistério na Antártida”, além do suspense “A Casa” na própria Netflix. A estreia acontece em 14 de julho.
Netflix revela teaser apocalíptico do derivado espanhol de “Bird Box”
A Netflix divulgou o pôster e um novo teaser de “Bird Box Barcelona”, filme derivado do sucesso apocalíptico “Bird Box”, estrelado por Sandra Bullock em 2018. A prévia revela a proliferação de casos de loucura e suicídio pela Europa, concentrando-se num grupo de sobreviventes na cidade do título, que tentam sobreviver ao caos cobrindo os olhos com vendas, para não ser influenciado pela ameaça que ninguém pode ver. A trama não será uma continuação, mas uma história paralela, passada em Barcelona e com um elenco espanhol. A produção conta com alguns astros conhecidos dos filmes de Pedro Almodóvar, como Lola Dueñas (“Abraços Partidos”), Michelle Jenner (“Julieta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Dor e Gloria”), além de Diego Calva (“Aceleradas”), Mario Casas (“As Bruxas de Zugarramurdi”), Alejandra Howard (“Fátima: A História de um Milagre”), Patrick Criado (“Antidisturbios”), Celia Freijeiro (“Uma Visão Diferente”), Gonzalo de Castro (“Sob Suspeita”), a inglesa Georgina Campbell (“Krypton”) e a menina alemã Naila Schuberth (“Blackout”). De acordo com post no Twitter da Netflix espanhola, Mario Casas e Georgina Campbell são os atores principais. “Depois de ver Sandra Bullock atravessar o rio, agora cabe a Mario Casas e Georgina Campbell caminhar pelas ruas de Barcelona para sobreviver”, disse o anúncio original da produção. Roteiro e direção estão a cargo dos irmãos Álex e David Pastor, responsáveis pelo bom thriller apocalíptico “Virus”, pelas séries “Incorporated” e “The Head: Mistério na Antártida”, e pelo suspense “A Casa”, na própria Netflix. A estreia acontece em 14 de julho.
Netflix revela teaser do derivado espanhol de “Bird Box”
A Netflix divulgou um teaser e o elenco de “Bird Box Barcelona”, filme derivado do sucesso apocalíptico “Bird Box”, estrelado por Sandra Bullock em 2018. A prévia revela a proliferação de casos de loucura e suicídio pela Europa, até se concentrar na cidade do título. A trama não será uma continuação, mas uma história paralela, passada em Barcelona e com um elenco espanhol. A produção conta com alguns astros conhecidos dos filmes de Pedro Almodóvar, como Lola Dueñas (“Abraços Partidos”), Michelle Jenner (“Julieta”) e o argentino Leonardo Sbaraglia (“Dor e Gloria”), além de Diego Calva (“Aceleradas”), Mario Casas (“As Bruxas de Zugarramurdi”), Alejandra Howard (“Fátima: A História de um Milagre”), Patrick Criado (“Antidisturbios”), Celia Freijeiro (“Uma Visão Diferente”), Gonzalo de Castro (“Sob Suspeita”), a inglesa Georgina Campbell (“Krypton”) e a menina alemã Naila Schuberth (“Blackout”). De acordo com post no Twitter da Netflix espanhola, Mario Casas e Georgina Campbell são os atores principais. “Depois de ver Sandra Bullock atravessar o rio, agora cabe a Mario Casas e Georgina Campbell caminhar pelas ruas de Barcelona para sobreviver”, disse o anúncio original da produção. Roteiro e direção estão a cargo dos irmãos Álex e David Pastor, responsáveis pelo bom thriller apocalíptico “Virus”, pelas séries “Incorporated” e “The Head: Mistério na Antártida”, e pelo suspense “A Casa”, na própria Netflix. A estreia acontece em 14 de julho.
“Argentina 1985” é o grande vencedor dos Prêmios Platino 2023
Os Prêmios Platino 2023, considerados o “Oscar Ibero Americano”, consagraram o filme argentino “Argentina, 1985”, dirigido por Santiago Mitre e estrelado por Ricardo Darín. Na premiação realizada na noite de sábado (22/4), o drama de época conquistou cinco prêmios, incluindo Melhor Ficção, Melhor Ator para Darín, Roteiro, Direção de Arte e o troféu de Educação e Valores. Embora tenha perdido o Oscar de Melhor Filme Internacional para o alemão “Nada de Novo no Front”, “Argentina, 1985” se destacou entre os ibero-americanos e conquistou também o Prêmio do Público, mostrando que a história do promotor Julio Strassera, encarregado do primeiro processo que a sociedade civil argentina promoveu contra os criminosos da Ditadura Militar no país, foi uma luta importante para diferentes públicos pelo mundo. Outros destaques da noite foram o ator porto-riquenho Benício Del Toro, que recebeu o Platino em homenagem à sua carreira, e o filme espanhol “As Bestas”, de Rodrigo Sorogoyen, que levou prêmios importantes como Melhor Direção, Edição de Som e Melhor Montagem, além do Platino de Melhor Ator Coadjuvante para Luis Zahera. O cinema europeu ainda teve Laia Costa premiada como Melhor Atriz em longa de ficção por “Cinco Lobitos”, de Alauda Ruiz de Azúa. Na categoria de séries, o grande vencedor foi “Notícia de Um Sequestro”, do chileno Andrés Wood, que levou os prêmios de Melhor Série do Público, Melhor Criador de Série para Wood, Melhor Atriz para a colombiana Cristina Umaña, Melhor Atriz Coadjuvante para a também colombiana Majida Issa e, é claro, o de Melhor Série de Ficção. Apesar de não ter emplacado indicados entre os finalistas deste ano, o Brasil marcou presença na premiação com o ator Alejandro Claveaux e a cantora Letrux, que representaram o país e cantaram “País Tropical”, de Jorge Benjor, em um número que contou com arranjos mais “latinizados” da canção, com direito a capoeirista e passista no palco. A premiação também evidenciou um desafio enfrentado pelo cinema latino-americano: a ampliação da carreira dos filmes em todo o continente. Eloísa López-Gómez, distribuidora brasileira e uma das votantes do país nos Prêmios Platino, destacou a necessidade de investir mais na distribuição e na divulgação das produções, tanto entre os países latinos de língua espanhola entre si, mas principalmente das produções brasileiras em um mercado tão vasto quanto o ibero-americano. Sem serem vistos, os filmes brasileiros tem poucas chances de serem premiados. “Argentina, 1985” teve distribuição mundial da Amazon Prime Video.
“As Bestas” é o grande vencedor do Goya, o “Oscar espanhol”
O western moderno e feminista “As Bestas” foi o grande vencedor do Prêmio Goya 2023, considerado o “Oscar espanhol”. A obra de Rodrigo Sorogoyen arrebatou nove prêmios, incluindo Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original, no evento que aconteceu em Sevilha na noite de sábado (11/2). Numa consagração rara, um ator estrangeiro, o francês Denis Ménochet, levou o prêmio de Melhor Ator por “As Bestas”, como um francês que se estabelece no interior da Galícia, criando conflito por sua modernidade cosmopolita, que afronta o senso de identidade dos habitantes locais – e se recusa a recuar. Outro filme que se destacou na premiação foi “Cinco Lobitos”, elogiado por Pedro Almodóvar no ano passado como “a melhor estreia espanhola em anos”, que rendeu o troféu de Melhor Novo Diretor para a cineasta Alauda Ruiz de Azúa, além de premiar as intérpretes Laia Costa e Susi Sánchez como Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Já os prêmios técnicos foram dominados por “Prisão 77”, uma superprodução que somou cinco troféus. A lista de vencedores ainda incluiu “Argentina, 1985”, eleito Melhor Filme Ibero-Americano. O longa do argentino Santiago Mitre também disputa o Oscar de Melhor Filme Internacional. O clima de celebração, entretanto, foi temperado pela morte de Carlos Saura na sexta-feira (10/2). Considerado um dos maiores nomes do cinema espanhol, o cineasta seria homenageado com o Goya de Honra deste ano, pelas realizações da carreira. Uma emocionada Carmen Maura subiu ao palco, com lágrimas nos olhos, para marcar a homenagem: “Sinto muito por nunca ter contado a ele o impacto que ele teve em mim para sempre como atriz” A atriz Eulália Ramón, viúva de Carlos Saura, leu um bilhete ditado por Saura poucos dias antes de sua morte. “Ficaria feliz se tivesse servido de inspiração para os diretores de hoje. Eu me vejo como uma estrela cadente na imensidão do cosmos. Sempre disse que a imaginação é mais rápida que a velocidade da luz.” Confira abaixo a lista de todos os premiados. MELHOR FILME “As Bestas” PRÊMIO GOYA DE HONRA Carlos Saura MELHOR DIRETOR Rodrigo Sorogoyen (“As Bestas”) MELHOR NOVO DIRETOR Alauda Ruiz de Azúa (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATRIZ Laia Costa (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATOR Denis Ménochet (“As Bestas”) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE Susi Sánchez (“Cinco Lobitos”) MELHOR ATOR COADJUVANTE Luis Zahera (“As Bestas”) MELHOR ROTEIRO ORIGINAL Isabel Peña, Rodrigo Sorogoyen (“As Bestas”) MELHOR ROTEIRO ADAPTADO Isa Campo, Fran Araujo e Isaki Lacuesta (“Un Año, una Noche”) MELHOR FOTOGRAFIA Álex de Pablo (“As Bestas”) MELHOR MÚSICA ORIGINAL Olivier Arson (“As Bestas”) MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Sintiéndolo Mucho”, (Joaquín Sabina e Leiva para “Sintiéndolo Mucho”) MELHOR NOVO ATOR Telmo Irureta (“La Consagracipon de la Primavera”) MELHOR NOVA ATRIZ Laura Galán (“Piggy”) MELHOR PRÊMIO GOYA INTERNACIONAL Juliette Binoche MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO “Unicorn Wars”, de Alberto Vázquez MELHOR FILME IBERO-AMERICANO “Argentina 1985”, de Santiago Mitre (Argentina) MELHOR FILME EUROPEU “A Pior Pessoa do Mundo”, de Joachim Trier (Noruega) MELHOR DOCUMENTÁRIO “Labordeta, Un Hombre Sin Más”, de Gaizka Urresti e Paula Labordeta MELHOR CURTA-METRAGEM “Arquitectura Emocional 1959”, de León Siminiani MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO “Loop”, de Pablo Polledri MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO “Maldita: A Love Song to Sarajevo”, de Amaia Remírez García e Raúl de la Fuente MELHOR EDIÇÃO Alberto del Campo (“As Bestas”) MELHOR DESIGN DE PRODUÇÃO Manuela Ocón (“Prisão 77”) MELHOR DIREÇÃO DE ARTE Pepe Dominguez del Olmo (“Prisão 77”) MELHOR FIGURINO Fernando García (“Prisão 77”) MELHOR SOM Manuel González, Ángel García, Ramón Sanjuán (“As Bestas”) MELHOR MAQUIAGEM E CABELO Yolanda Piña & Félix Terreno (“Prisão 77”) MELHORES EFETOS VISUAIS Ana Rubio, Esther Ballesteros (“Prisão 77”)
Carlos Saura, um dos maiores cineastas da Espanha, morre aos 91 anos
O cineasta espanhol Carlos Saura, responsável por filmes conceituados como “Cria Corvos” (1976) e “Carmen” (1983), morreu nessa sexta-feira (10/2) de problemas respiratórios na sua casa na Espanha, aos 91 anos. Ele já estava com a saúde debilitada há algum tempo. No ano passado, Saura teve um AVC e, em outro momento, sofreu uma queda. Esses dois incidentes contribuíram para a deterioração do seu estado de saúde. Com mais de 50 trabalhos no seu currículo, Saura era considerado um dos principais cineastas espanhóis, ao lado de grandes nomes como Luis Buñuel e Pedro Almodóvar. Nascido em 4 de janeiro de 1932, em Huesca, no nordeste da Espanha, Saura tinha apenas quatro anos quando a Guerra Civil Espanhola estourou em 1936, e sua infância foi impactada pela conflito. Anos mais tarde, ele ganharia sua reputação como um crítico do regime de Franco. Mas não tratava dessa temática de maneira direta. Em vez disso, usava alegorias em seus filmes para se esquivar da censura. Saura começou a sua carreira no cinema na década de 1950, realizando curtas-metragens. Sua estreia no comando de um longa-metragem aconteceu em 1960, quando ele dirigiu “The Delinquents”, selecionado para o Festival de Cannes. Ele ficou conhecido internacionalmente com “A Caça” (1966), vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim. O filme abordou o legado da Guerra Civil Espanhola por meio da história de três veteranos que relembram suas experiências durante uma viagem que fazem para caçar coelhos. A partir daí, Saura se tornou uma presença frequente no festival alemão, vencendo o Urso de Prata novamente no ano seguinte, pelo suspense hitchcockiano “Peppermint Frappé” (1967), e o Urso de Ouro com “Depressa, Depressa” (1981), trama criminal de delinquentes juvenis. Mas foi o Festival de Cannes que consagrou um dos seus trabalhos mais conhecidos, “Cria Corvos” (1976), que conta a história de uma mulher que acredita ter sido a causadora da morte do seu pai, um militar franquista, por meio de um estranho poder. O filme venceu o prêmio do júri no festival francês. Com uma filmografia repleta de clássicos, ele também dirigiu o drama “O Jardim das Delícias” (1970), o gótico “Ana e os Lobos” (1973), o nostálgico “A Prima Angélica” (1974), a comédia fantasiosa “Mamãe Faz 100 Anos” (1979), e a partir dos anos 1980 se especializou em musicais com coreografia e iconografia ibérica e latina-americana. Foram nada menos que 11 obras do gênero, entre dramatizações e documentários: “Bodas de Sangue” (1981), “Carmen” (1983), “Amor Bruxo” (1986), “Sevillanas” (1992), “Tango” (1998), “Salomé” (2002), “Fados” (2007), “Flamenco Flamenco” (2010), “Argentina” (2015), “Jota de Saura” (2016) e “El Rey de Todo el Mundo” (2021). Ativo ao longo das décadas, ele também filmou o épico “El Dorado” (1988), os policiais “Taxi” (1996) e “O Sétimo Dia” (2004), a cinebiografia “Goya” (1999) e a homenagem ao surrealismo espanhol “Buñuel E a Mesa do Rei Salomão” (2001). Seu último longa foi o documentário “Las Paredes Hablan” (2022), sobre a história da arte. “Tive sorte na vida fazendo aquilo que mais me atraía: dirigi cinema, teatro, ópera e desenhei e pintei a minha vida toda”, disse ele, em 2020, em entrevista ao jornal El País. E se definiu como “um ser de sorte, que dirigiu uns 50 filmes e fez os filmes que quis. E isso é um milagre.” Ao anunciar a morte do Saura, a Academia Espanhola de Cinema descreveu-o como “um dos cineastas mais importantes da história do cinema espanhol”. Ele receberia, neste sábado (11/2), um prêmio Goya de honra, que assim se torna um prêmio póstumo.










