Fernando “Pino” Solanas (1936 – 2020)
O célebre cineasta Fernando “Pino” Solanas, um dos mais famosos diretores de cinema da Argentina, morreu aos 84 anos em Paris, dias depois de ser internado em um hospital por coronavírus, informou neste sábado (7/11) o ministério das Relações Exteriores argentino. “Enorme dor por Pino Solanas. Faleceu enquanto cumpria suas obrigações como embaixador da Argentina na Unesco”, disse o ministério no Twitter. “Será lembrado por sua arte, por seu compromisso político e por sua ética sempre a serviço de um país melhor”, acrescentou. O diretor havia anunciado no Twitter, no dia 16 de outubro, que ele e sua esposa, Ángela Correa, haviam contraído a covid-19 na capital francesa, onde se encontra a sede da Unesco, e que ele estava internado em observação. Na imagem que acompanhava a mensagem, o cineasta aparecia em um leito de hospital e com máscara. Cinco dias depois, o diretor premiado afirmou que o seu estado era “delicado”, mas que ainda “resistia”. Foi sua última mensagem na rede social. Solanas foi um cineasta tão político quanto prolífico. Nascido em 16 de fevereiro de 1936 em Buenos Aires, ele estreou no cinema em 1962, com o curta “Seguir Andando”, e em 1967, com o documentário “La Hora de los Hornos”, deu início a uma trilogia co-dirigida com Octavio Getino, com duração de mais de quatro horas, que virou marco do cinema politicamente comprometido, de denúncia e resistência à ditadura. Os dois também assinaram o manifesto “Hacia un Tercer Cine”, lançando um movimento latino-americano em oposição a uma linguagem cinematográfica dominante, comercial e ditada principalmente pelos Estados Unidos. “A luta anti-imperialista dos povos do Terceiro Mundo, e dos seus equivalentes nas metrópoles, constitui hoje o eixo da revolução mundial. O Terceiro Cinema é para nós aquele que reconhece nessa luta a mais gigantesca manifestação cultural, científica e artística do nosso tempo, a grande possibilidade de construção por cada povo de uma personalidade libertada: a descolonização da cultura”, afirmavam Solanas e Getino nos anos 1960. Seu engajamento refletia um posicionamento político claro. Solonas filmou duas entrevistas com Juan Domingo Perón em 1971, que foram reverenciadas como chamada à luta pelos jovens peronistas da época. Ele só foi estrear na ficção após a volta da democracia na Argentina. Seu primeiro drama, “Los Hijos de Fierro” (1978), usava um poema de Martin Fierro como metáfora para contar a história da ditadura militar, entre o golpe de 1955 e o triunfo eleitoral peronista de 1973. “El Exilio de Gardel (Tangos)”, de 1985, foi premiado no Festival de Veneza, e Solanas recebeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes por seu longa “Sur”, em 1988. Cannes também lhe concedeu um prêmio especial de excelência técnica pelo longa seguinte, “A Viagem” (1992), enquanto Veneza fez o mesmo com “La Nube” (1998). Em 2004, ele voltou aos documentários com “Memoria do Saqueio”, sobre a convulsão social e a precária condição socioeconômica da Argentina. O filme foi premiado na Mostra de São Paulo e apresentado no Festival de Berlim no mesmo ano em que Solanas recebeu o Urso de Ouro honorário em reconhecimento à sua carreira. Seguiram-se mais nove documentários, inclusive o último filme de sua carreira, “Tres a la Deriva”, que se encontrava em pós-produção na época de sua morte. Paralelamente à consagração artística, Solanas também construiu uma sólida carreira política. Em 1992 foi eleito senador pela cidade de Buenos Aires e um ano depois foi deputado pela Frente Grande. Também foi candidato à presidência em 2007 pelo movimento Projeto Sul, progressista, ambientalista e de centro-esquerda, em aliança com o Partido Socialista Autêntico. Em junho de 2019, anunciou que ingressaria na Frente de Todos e endossou a chapa presidencial de Alberto Fernández e Cristina Fernández. Mesmo com a idade avançada, ele era considerado um jovem de espírito, lutando pelas mesmas coisas que acreditava na juventude, aliando-se inclusive à causa feminista. Em 2018, incentivou as jovens que realizaram uma mobilização feminista histórica nas ruas do país em defesa de um projeto de lei sobre o aborto, que acabou rejeitado pela Câmara alta. “Bravo meninas, vocês elevaram a honra e a dignidade da mulher argentina. Se não sair hoje, no ano que vem vamos insistir. E se não sair no ano que vem, vamos insistir no outro. Ninguém vai conseguir parar a onda da nova geração”, disse ele. No início de outubro, Solanas se encontrou com o papa Francisco no Vaticano, uma de suas últimas atividades públicas, para discutir projetos de luta “contra as mudanças climáticas e os direitos da Mãe Terra”, segundo descreveu no Twitter. Sua última mensagem, dizendo que “resistia”, representa uma síntese de sua vida. Não por acaso, sua morte criou comoção nas redes sociais, mobilizando tanto os círculos políticos quanto os culturais da Argentina.
Lily James vai estrelar filme do argentino Pablo Trapero
A atriz inglesa Lily James (“Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”) vai estrelar “The Paris Trap”, estreia do diretor argentino Pablo Trapero (“O Clã”) numa produção falada em inglês. O filme é uma produção britânica do Studiocanal e será apresentado a distribuidores durante o mercado virtual de Cannes Com roteiro de Daniel Taplitz (“Cão Vermelho”) e Michael Lesslie (“Assassin’s Creed”), “The Paris Trap” é descrito como um thriller hitchcockiano, que gira em torno de um caso de identidade equivocada envolvendo uma jovem turista americana (Lily James) em Paris. Enredada em uma operação internacional secreta, ela precisará desempenhar o papel da falsa identidade para salvar sua própria vida, buscando encontrar uma forma de escapar da “armadilha”. As filmagens devem acontecer em Paris no início do próximo ano. Trapero recentemente dirigiu a série internacional “ZeroZeroZero” para o Studiocanal, que foi lançada pela Amazon em março. E James concluiu, antes da pandemia, um thriller realmente hitchcockiano, o remake de “Rebecca, a Mulher Inesquecível” (1940), que será disponibilizado na Netflix em data ainda não divulgada.
A Odisseia dos Tontos envolve com humor politizado de revanche popular
Na América Latina, os planos econômicos que visam a salvar a economia acabam sempre estourando do lado dos mais fracos e que já estariam acostumados a serem ludibriados, como tontos. Aqui no Brasil, o plano Collor foi um exemplo dramático de situações terríveis, provocadas pelo confisco do dinheiro poupado pelo cidadão. Na Argentina, em 2001, houve o corralito, que segurou os dólares, limitando drasticamente o seu uso e transformando-os em pesos, que perdiam valor. Como também aconteceu – e acontece – por aqui, informações privilegiadas de pessoas poderosas e dos bancos favoreceram uns e acabaram com a vida de outros. É nesse contexto de crise econômica que desempregados e subempregados do filme “A Odisseia dos Tontos”, em busca de sobrevivência, conseguem juntar dólares para reformar e reavivar uma cooperativa agrícola, até que o corralito, associado a uma manobra bancária escusa, acabou com a economia deles de vez. Só que eles dizem “Chega!” e prometem fazer de tudo para encontrar o dinheiro que lhes foi roubado, arquitetando uma revanche dos perdedores, os tontos. Se o filme começa bem político, acaba se transformando em uma aventura em forma de comédia. Mas que mantém o espírito crítico e a ironia, associados a uma forte raiva de se sentir, mais uma vez, passado para trás. Tudo acontece numa pequena vila da província de Buenos Aires, onde afinal todo mundo acaba se conhecendo e sabendo de tudo que se passa. Desse modo, as estratégias possíveis são ampliadas e viabilizadas, embora as consequências também o sejam. A trama é muito bem construída, revelando, uma vez mais, que a Argentina tem escritores e roteiristas muito bons para relatar histórias e relacioná-las ao ambiente social, econômico e político do país. O diretor Sebastián Borensztein já tinha realizado o delicioso “Um Conto Chinês”, em 2011, e dirigiu também um episódio de “Relatos Selvagens”, de 2014, enquanto o roteirista Eduardo Sacheri, em cujo livro o filme é baseado, também escreveu “O Segredo dos Seus Olhos”, vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2010. Sucessos de público no Brasil. Aqui, eles trabalham com um elenco magnífico, liderado por Ricardo Darín (que estrelou os três filmes citados), com participação de seu filho, Chico Darín, e que tem Luis Brandoni, Andrés Parra, Verónica Llinás e muitos outros bons atores e atrizes. Isso resulta num filme bem equilibrado, convincente nas atuações e com um bom ritmo, capaz de envolver o espectador na história. “A Odisseia dos Tontos” teve sua première nacional na Mostra de São Paulo e foi escolhido pela Argentina para representar o país na disputa pelo Oscar de filme internacional. A Argentina costuma indicar produtos fortes nessa disputa, desta vez, porém, por melhor que seja o longa, é difícil que obtenha êxito, porque há grandes filmes na competição, inclusive o brasileiro “A Vida Invisível”, de Karim Ainöuz.
Diretor de It: A Coisa vai produzir adaptação de outro livro de Stephen King
O cineasta argentino Andy Muschietti, que estourou com “It: A Coisa”, adaptação de Stephen King, vai filmar mais um livro do escritor, “A Autoestrada” (Roadwork). Desta vez, porém, deve ficar apenas na função de produtor, compartilhada com sua irmã Barbara Muschietti. A direção está a cargo de um compatriota, o cineasta Pablo Trapero, responsável pelos excelentes “O Clã” (2015) e “Abutres” (2010). Publicado em 1981 sob o pseudônimo de Richard Bachman, “A Autoestrada” conta a história de Barton George Dawes, um cidadão comum que vira uma ameaça à sua comunidade após saber que sua casa e seu local de trabalho serão demolidos para dar lugar a uma autoestrada. “Nós esperamos que as filmagens aconteçam no início do ano que vem. É uma história de Stephen King, mas não se trata de terror ou horror. O roteiro é fantástico”, declarou Barbara em entrevista à Radio Cantilo. Enquanto isso, o novo filme de Muschietti, “It: Capítulo Dois”, continuação de “It: A Coisa”, estreia em 5 de setembro no Brasil.
A Grande Dama do Cinema é homenagem surpreendente a Crepúsculo dos Deuses
O título em português de “A Grande Dama do Cinema”, que batiza o filme argentino “El Cuento de las Comadrejas”, enfatiza uma das características do novo trabalho de Juan José Campanella: a homenagem ao clássico de Billy Wilder “Crepúsculo dos Deuses” (Sunset Boulevard, 1950). Esse filme seminal de Wilder é sempre lembrado como referência ou reencenado, como é o caso do musical teatral que está em cartaz em São Paulo. “A Grande Dama do Cinema” retoma essa história. Mas não se limita a trazê-la para a Argentina atual com seus personagens – a atriz, o diretor, o roteirista, agora envelhecidos, que perderam o sucesso nos anos 1970, quando vigorava a ditadura militar no país – , como acrescenta inúmeros outros elementos e situações. O marido aparece como ator e em cadeira de rodas, como um novo personagem, o quarto da trama. E, para abordar a questão da diferença geracional, um casal de jovens entra nas relações, trazendo os conceitos capitalistas de lucro máximo e ética mínima, ou nenhuma, ao contexto. Ou seja, o ponto de partida é claro, o de chegada, não. O filme de Campanella surpreende em muitos aspectos. Faz um passeio pelos gêneros cinematográficos, de forma muito competente e segura. Com muito ritmo, passa da comédia ao drama e ao suspense, com um roteiro muito rico e bem engendrado. Os diálogos, que compõem um relacionamento corrosivo, sarcástico e competitivo entre os personagens, são admiráveis, inteligentes, divertidos, tocam nas feridas, provocam e, ao mesmo tempo, esclarecem os fatos. As artimanhas dos personagens fazem jus ao seu passado glorioso, jogos exigem planejamento, ensaios e atuações para enfrentar a situação-problema que vivem no momento. O final “natural” versus o final concebido para virar o jogo é um dos grandes trunfos do filme. Há muitas sequências interessantes para se apreciar. Em uma delas, Mara fala, enquanto um filme, com seu rosto jovem, aparece projetado, os rostos e lábios se superpõem e se descolam, unindo passado e presente. A forma como se constrói a narrativa que resulta em um assassinato e a disputa por um antídoto para um veneno é realizada com perfeição. O cineasta Juan José Campanella já é bem conhecido e faz sucesso no Brasil há um bom tempo. Quem não viu “O Filho da Noiva”, de 2001, “Clube da Lua”, de 2004, e o fabuloso “O Segredo dos Seus Olhos”, de 2009? Ele é um grande talento do cinema contemporâneo de nossos hermanos, com quem rivalizamos tanto no futebol, mas de quem gostamos muito no cinema. No caso deste filme, é importante destacar o incrível trabalho do elenco, brilhante, e de quem Campanella extraiu o melhor. A grande atriz Graciela Borges vive Mara Ordóz, uma antiga diva das telas, que vive de lembranças e objetos de seu sucesso, em que se destaca um “Oscar”, pesado a ponto de ser responsável por uma morte (lembremos que Campanella levou o Oscar de filme estrangeiro por “O Segredo dos Seus Olhos”). A escadaria que notabilizou Gloria Swanson como Norma Desmond, em “Crepúsculo dos Deuses”, é coadjuvante do notável desempenho de Graciela. Mas seus parceiros de cena alcançam também grandes performances: Luis Brandoni, como Pedro, o marido de Mara, Oscar Martinez, como Norberto, o diretor, com quem ela sempre trabalhou. E o roteirista desta história passada de êxito, Martin, é vivido pelo grande Marcos Mundstock. Talvez nem todo mundo saiba que Marcos Mundstock é um multiartista, músico, escritor e comediante, um dos fundadores de um grupo extraordinário de música e humor, chamado Les Luthiers, que encanta as plateias de língua espanhola, por toda a América e Espanha, há 40 anos. Infelizmente, é pouco conhecido no Brasil. Mas seu humor sarcástico, muito característico no Les Luthiers, está magnificamente bem aproveitado em “A Grande Dama do Cinema”. Além deles, o casal de jovens atores, Clara Lago, como Bárbara, e Nicolás Francella, como Fernando, não se intimida diante dos veteranos talentos com quem contracenam, dando conta do recado muito bem.
Uma Viagem Inesperada: Filme argentino com Débora Nascimento ganha trailer legendado
A Boulevard Filmes divulgou o pôster nacional e o primeiro trailer legendado de “Uma Viagem Inesperada”, coprodução entre Argentina e Brasil, que traz a atriz Débora Nascimento (atualmente na novela “Verão 90”) no elenco. A trama gira em torno do relacionamento entre um pai distante (interpretado por Pablo Rago, de “O Segredo de Seus Olhos”), que vive no Rio, e seu filho, que sofre bullying em sua escola argentina. O trabalho numa plataforma de petróleo o afastou da família. Mas, devido aos problemas com seu filho, ele precisa voltar para o seu país natal e retomar a convivência. Debora Nascimento interpreta Lucy, a namorada de Pablo. O filme foi rodado entre Rio de Janeiro e as cidades de Buenos Aires e Bolívar, com direção do veterano Juan José Jusid (“Apaixonados”), e estreia em 28 de março no Brasil.
Uma Aventura Lego 2 e mais três filmes do Oscar estreiam nos cinemas
Os shoppings recebem uma animação infantil e um terror, enquanto mais três dramas do Oscar 2019 ocupam o circuito intermediário de cinema nesta quinta-feira (7/2). O principal lançamento comercial é “Uma Aventura Lego 2”, continuação da animação de 2014, que mostra Emmett, o personagem comum do primeiro filme, cada vez mais heroico, desta vez numa missão de resgate espacial. O lançamento é simultâneo com os Estados Unidos, onde o filme atingiu 92% de aprovação da crítica, na média do site Rotten Tomatoes. Já o terror “Escape Room” é uma variação de “Jogos Mortais” lançada há um mês nos EUA, que surpreendeu com boa bilheteria – US$ 52,6 milhões faturados sobre um orçamento de apenas US$ 9 milhões. Apesar de ser considerado medíocre pela crítica americana, com 50% de aprovação, superou a avaliação de todos os oito capítulos de “Jogos Mortais” – média de 35%. Deve dar início a uma nova franquia. Os títulos do Oscar 2019 na programação são “No Portal da Eternidade”, cinebiografia do pintor Vincent Van Gogh, que rendeu indicação de Melhor Ator a Willem Dafoe; “Se a Rua Beale Falasse”, adaptação do romance clássico de James Baldwin sobre racismo nos anos 1960, que concorre ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado (do cineasta Barry Jenkins, de “Moonlight”), Atriz Coadjuvante (Regina King) e Trilha Sonora; e “Guerra Fria”, grande vencedor do prêmio da Academia Europeia de Cinema, que disputa o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Direção (Pawel Pawlikowski) e Fotografia. Dos três, “No Portal da Eternidade” tem a menor nota no Rotten Tomatoes (80%), enquanto os outros dois empatam em 94%. Mas é o longa polonês que mais tem arrancado aplausos. Pawel Pawlikowski já venceu um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (por “Ida” em 2015) e representa a maior ameaça para “Roma”, de Alfonso Cuarón, na premiação da Academia. Curiosamente, tanto “Guerra Fria” quanto “Roma” foram filmados em preto e branco e indicados ao Oscar de Melhor Fotografia. A lista de estreias ainda inclui três filmes brasileiros, dos quais se destaca uma coprodução com a Argentina, “Vergel”, um drama pouco convencional estrelado por Camila Morgado. Confira abaixo a lista completa de lançamentos da semana, com seus respectivos trailers e sinopses. Uma Aventura Lego 2 | Estados Unidos | Animação Cinco anos após os eventos do primeiro filme, a batalha contra inimigos alienígenas faz com que a cidade Lego torne-se Apocalipsópolis, em um futuro distópico onde nada mais é incrível. Neste contexto, Emmet constrói uma casa para que possa viver ao lado de Lucy, mas ela ainda o considera ingênuo demais. Quando um novo ataque captura não apenas Lucy, mas também Batman, Astronauta, UniKitty e o pirata, levando-os ao sistema planetário de Manar, cabe a Emmet construir uma espaçonave e partir em seu encalço. No caminho ele encontra Rex Perigoso, um navegante solitário que decide ajudá-lo em sua jornada. Escape Room | Estados Unidos | Terror Passando por momentos complicados em suas respectivas vidas, seis estranhos acabam sendo misteriosamente convidados para um experimento inusitado: trancados em uma imersiva sala enigmática cheia de armadilhas, eles ganharão um milhão de dólares caso consigam sair. Mas quando percebem que os perigos são mais letais do que imaginavam, precisam agir rápido para desvendar as pistas que lhes são dadas. Se a Rua Beale Falasse | Estados Unidos | Drama Baseado no célebre romance de James Baldwin, o filme acompanha Tish (Kiki Layne), uma grávida do Harlem, que luta para livrar seu marido de uma acusação criminal injusta e racista a tempo de tê-lo em casa para o nascimento de seu bebê. No Portal da Eternidade | Estados Unidos | Drama 1888. Após sofrer com o ostracismo e a rejeição de suas pinturas em galerias de arte, Vincent Van Gogh (Willem Dafoe) decide ouvir o conselho de seu mentor, Paul Gauguin (Oscar Isaac), e se mudar para Arles, no sul da França. Lá, lutando contra os avanços da loucura, da depressão e as pressões sociais, o pintor holandês adentra uma das fases mais conturbadas e prolíficas de sua curta, porém meteórica trajetória. Guerra Fria | Polônia | Drama Durante a Guerra Fria, entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 1950, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível. Vergel | Brasil, Argentina | Drama Em pleno verão, uma mulher brasileira (Camila Morgado) espera o corpo do seu marido que foi morto durante as férias do casal na Argentina. A burocracia é tanta e a espera tão longa que ela começa a perder a noção do tempo e o senso de realidade. O apartamento onde ela está hospedada é cheio de plantas mas ela sequer consegue cuidar delas. Até que uma vizinha (Maricel Álvarez) se oferece para ajudar a regar e a mulher encontra nessa desconhecida alguém com quem compartilhar sua dor. O Galã | Brasil | Comédia Júlio (Thiago Fragoso) aspira se tornar um grande ator, mas a grande maioria de suas empreitadas nas telas costumam dar errado. Quando o dinheiro aperta, ele resolve recorrer ao seu meio irmão Beto (Luiz Henrique Nogueira), um obcecado roteirista de novelas que vive em reclusão, com quem ele não tem muito contato. O ator acredita que sua grande chance será concedida pelo irmão, mas a relação entre os dois se torna a cada dia mais insustentável. Jovens Infelizes ou Um Homem que Grita não É um Urso que Dança | Brasil | Drama Um grupo de artistas vive reunido em uma pequena casa. Sofrendo com as más condições financeiras, eles tentam criar uma verdadeira arte revolucionária, capaz de enfrentar o sistema e libertá-los da opressão do governo. Quando algumas tentativas falham, eles partem para medidas extremas. O Médico Indiano | Estados Unidos | Documentário A história do Dr. Vasant Lad, o pioneiro da medicina holística que trouxe o antigo sistema de saúde Ayurveda da Índia para o Ocidente no fim da década de 1970. Unindo seus talentos medicinais e místicos, ele há décadas está no centro do movimento pela mudança da maneira como corpos e espíritos são cuidados nos Estados Unidos.
Guillermo Del Toro vai produzir remake do terror argentino Aterrorizados
O diretor Guillermo Del Toro, vencedor do Oscar 2018 por “A Forma da Água”, vai produzir um remake do elogiado terror argentino “Aterrorizados” (2017). A refilmagem em inglês está a cargo do diretor do longa original, Demián Rugna, e contará com roteiro de Sacha Gervasi (“Hitchcock”, “Meu Jantar com Hervé”). Para marcar o acordo, a equipe posou para a foto abaixo. “Aterrorizados” acompanha investigadores do paranormal que tentam desvendar fenômenos sobrenaturais que têm assombrado os moradores de uma região de Buenos Aires, capital da Argentina. O remake de “Aterrorizados” não tem previsão de estreia. O filme original é inédito em circuito comercial brasileiro, mas teve première nacional no festival Fantaspoa. A produção venceu os festivais fantásticos de Austin e de Montevidéu. A versão americana será a segunda parceria de Del Toro com um cineasta argentino. Ele lançou a carreira de Andy Muschetti, ao produzir o longa-metragem baseado no curta original do diretor, “Mama”. Após estrear com o “Mama” americano em 2013, Muschetti comandou “It: A Coisa” (2017) e bateu o recorde de bilheteria do gênero terror. Veja o trailer do filme original abaixo.
Diretor argentino defende-se da acusação de fazer pornografia infantil para a Netflix
Incluído no catálogo da Netflix, o suspense sexual argentino “Desejarás o Noivo da Sua Irmã” precisou ser defendido por seu diretor, após causar polêmica entre o público conservador dos Estados Unidos. Alguns espectadores acusaram a produção de veicular pornografia infantil, por conta de sua primeira cena. A sequência que provocou reações envolve uma adolescente experimentando um orgasmo de forma inconsciente, depois de assistir a um filme de cowboy de John Ford com uma amiga e usar uma almofada entre as pernas para fingir andar a cavalo – o que vira um ato de masturbação. Sua irmã, que observou a “brincadeira”, interpreta que ela simplesmente “passou mal”. A comentarista conservadora Megan Fox escreveu um post no blog da PJ Media dizendo que ela havia reportado a Netflix ao Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas. “A Netflix está violando a lei com a distribuição de pornografia infantil, porque a criança em questão está claramente envolvida no ato sexual da masturbação”, escreveu ela, “e isso excede o requisito mínimo de ser meramente sugestivo”. Os grupos de pressão conservadores têm usado as redes sociais para pedir à Netflix que tire o filme de seu catálogo e ameaçando boicotar o serviço de streaming caso isso não aconteça. Diante da polêmica, o diretor Diego Kaplan divulgou um comunicado defendendo seu suspense e contestando a categorização. Ele ainda disse ao site Indiewire que as filmagens das cenas foram feitas “sob a cuidadosa vigilância das mães das meninas” e nenhuma das garotas estava ciente do que elas estavam representando. Elas foram apenas orientadas a imitar o caubói. E há filmagens dos bastidores para comprovar. Para completar, a garota está vestida durante toda a cena e a insinuação do orgasmo é obtida por meio de artifícios como câmera lenta e closes no rosto ofegante da garotinha. Para ele, a polêmica está apenas na cabeça de certos espectadores, que veem o que querem ver, dependendo do “seu nível de depravação” – palavras do diretor. O filme foi lançado na Argentina em 2017, sob o título original “Desearás Al Hombre de Tu Hermana”, e chegou ao catálogo internacional da Netflix em dezembro, com classificação indicativa de 18 anos. Como de costume, a companhia não se posicionou sobre a controvérsia. Esta não é a primeira vez que a Netflix sofre ataques de grupos conservadores. Outros militantes norte-americanos da moral e dos bons costumes fizeram a mesma ameaça de boicote contra o serviço por causa da série “13 Reasons Why” e até a animação brasileira, ainda inédita, “Super Drags”. A plataforma também enfrentou grupos políticos em vários países por conta de sua programação internacional, como petistas que apelaram ao mesmo pedido de boicote da direita por conta da série “O Mecanismo”. Em todos os casos, a Netflix capitalizou as polêmicas como propagandas de seus produtos e aumentou ainda mais sua audiência, sem ceder às pressões. Confira abaixo a íntegra do comunicado do diretor Diego Kaplan: “‘Desejarás o Noivo da Sua Irmã’ é um filme. Quando você vê um tubarão devorando uma mulher em um filme, ninguém pensa que a mulher realmente morreu ou que o tubarão era real. Nós trabalhamos com um mundo de ficção; e, para mim, antes de ser um diretor, eu sou um pai. É claro que a cena do filme foi gravada usando um truque, no qual as meninas estavam copiando uma cena de caubói de um filme de John Ford. Elas nunca entenderam o que estavam fazendo, elas simplesmente copiaram o que viram na tela. Nenhum adulto interagiu com as meninas além do diretor de atuação infantil. Tudo foi feito sob a vigilância cuidadosa das mães das meninas. Como eu sabia que a cena poderia causar certa polêmica, existe uma gravação dos bastidores da filmagem de toda a cena. Tudo acontece dentro da cabeça do espectador, e como você acha que a cena foi filmada vai depender do seu nível de depravação.”
Filme com Andréa Beltrão e Marco Ricca é premiado no Festival de Karlovy Vary
O filme “Sueño Florianópolis”, coprodução do Brasil e da Argentina, venceu o Prêmio Especial do Júri do Festival de Karlovy Vary, na República Checa, principal evento cinematográfico do Leste Europeu e um dos mais importantes do antigo continente – atrás dos tradicionais festivais de Cannes, Veneza e Berlim. Filmado em Santa Catarina, com atores brasileiros e direção da argentina Ana Katz (de “Minha Amiga do Parque”), “Sueño Florianópolis” é uma comédia que questiona convenções sociais sobre família. A trama acompanha um casal argentino em crise que, na década de 1990, viaja com seus dois filhos adolescentes até Florianópolis de férias. O casal é vivido por Gustavo Garzón (“O Cidadão Ilustre”) e Mercedes Morán (“Neruda”), mas o elenco também destaca Andréa Beltrão (“Sob Pressão”) e Marco Ricca (“Canastra Suja”). “Sueño Florianópolis” também ganhou o Prêmio da Crítica (Fipresci) e o Globo de Cristal de Melhor Atriz, que coube a Mercedes Morán. O vencedor do prêmio de Melhor Filme, porém, foi a co-produção romeno-checa “I Do Not Care If We Go Down In History As Barbarians”, do cineasta romeno Radu Jude. O drama é uma reflexão carregada de ironia e sarcasmo sobre a negação da participação romena no Holocausto, durante uma reconstituição da Batalha de Odessa. Dezenas de milhares de judeus foram mortos durante aquela batalha, travada em 1941 entre a União Soviética e a Romênia, que recebeu apoio da Alemanha nazista. Radu Jude explora a responsabilidade das tropas romenas no massacre, algo que tem sido negado ou minimizado na história do país por décadas. Veja abaixo a lista completa dos premiados e homenagenageados do festival. GRANDE PRÊMIO – GLOBO DE CRISTAL “I Do Not Care If We Go Down in History as Barbarians”, de Radu Jude (Romênia, República Checa). PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI “Sueño Florianópolis”, de Ana Katz (Argentina, Brasil) MELHOR DIREÇÃO Olmo Omerzu, por “Winter Flies” (República Checa, Eslovênia, Eslováquia) MELHOR ATRIZ Mercedes Morán, de “Sueño Florianópolis” (Argentina, Brasil) MELHOR ATOR Moshe Folkenflik, de “Redemption” (Israel) MENÇÕES HONROSAS ESPECIAIS “Jumpman”, de Ivan I. Tverdovskiy (Rússia, Lituânia) “History of Love”, de Sonja Prosenc (Eslovênia, Itália, Noruega) GRANDE PRÊMIO – LESTE DO OESTE (dedicado a filmes do leste europeu) “Suleiman Mountain”, de Elizaveta Stishova (Quirguistão, Rússia) Kyrgyzstan, Russia, 2017 PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI – LESTE DO OESTE “Blossom Valley”, de László Csuja (Hungria) GRANDE PRÊMIO – MELHOR DOCUMENTÁRIO “Putin’s Witnesses”, de Vitaly Mansky (Letônia, Suiça, República Checa) PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI – DOCUMENTÁRIO “Walden”, de Daniel Zimmermann (Suiça, Áustria) GLOBO DE CRISTAL POR CONTRIBUIÇÃO AO CINEMA MUNDIAL Tim Robbins (EUA) GLOBO DE CRISTAL POR CONTRIBUIÇÃO ARTÍSTICA AO CINEMA MUNDIAL Barry Levinson (EUA) PRÊMIO DO PRESIDENTE DO FESTIVAL Robert Pattinson (Reino Unido) PRÊMIO DO PRESIDENTE DO FESTIVAL POR CONTRIBUIÇÃO À FILMOGRAFIA CHECA Jaromír Hanzlík (República Checa)
Leandro Hassum vai diminuir de tamanho ao estrelar seu terceiro remake consecutivo
Após perder 65 Kg de peso, Leandro Hassum também vai diminuir de tamanho. Ele terá sua altura reduzida para 1,38m, via efeitos especiais, para seu próximo filme “Coração de Leão”, no qual voltará a contracenar com Juliana Paes – parceria já vista em “Dona Flor e Seus Dois Maridos”. O personagem do ator é Ricardo Leão, um médico que teria tudo para ser o homem perfeito, não fosse por seus 1,38m de altura. Quando se apaixona pela bela e alta advogada Ivana Tavares (Juliana), eles passam a enfrentar todo tipo de preconceito. O filme começou a ser rodado esta semana, sob comando de Alexandre Machado, criador das séries da Globo “Vade Retro” e “Filhos da Pátria”, Mas se o público achar que já viu a premissa “Coração de Leão” antes da estreia é porque realmente já viu. A produção faz parte da nova dieta de Leandro Hassum. Será seu terceiro remake consecutivo, após as novas versões de “Dona Flor e seus Dois Maridos” e “Não Se Aceitam Devoluções” – refilmagem brasileira da comédia mexicana “Não Se Aceitam Devoluções” “Coração de Leão” é remake de outro grande sucesso em espanhol, desta vez argentino. “Coração de Leão – O Amor Não Tem Tamanho” foi exibido em 2014 nos cinemas brasileiros. Não só isso. Assim como aconteceu com “Não Se Aceitam Devoluções”, essa história ganhou ganhou diversas versões internacionais, até chinesa. Na França, a adaptação foi protagonizado por Jean Dujardin, vencedor do Oscar de Melhor Ator pelo filme “O Artista” (2011). E este versão também já passou no Brasil, com o título “Um Amor à Altura”, em 2016. O filme estrelado por Leandro Hassum e Juliana Paes vai contar a mesma piada pela terceira vez e provavelmente para o mesmo público.
Ricardo Darin refuta fama de “Harvey Weinstein argentino” após acusações de duas atrizes
O ator argentino Ricardo Darín, acusado de maus-tratos pelas atrizes Valeria Bertuccelli e Érica Rivas, rompeu o silêncio para se defender. Apesar de confirmar os desentendimentos, ele afirmou que isso não devia ser atrelado às denúncias de assédio e violência sexual, que se espalham pela cobertura da indústria do entretenimento atual. “Estou chocado e devastado. Estou atônito. E tentando entender como as coisas aconteceram e por que elas foram se transformando em outras”, disse o astro de “Relatos Selvagens” a uma jornalista do programa de TV “Los Ángeles de la Mañana”, que o abordou no aeroporto de Buenos Ayres na segunda-feira (18/6), quando o ator desembarcou de Mendonza, onde apresentou a peça “Escenas de la Vida Conyugal”. Na semana passada, Valeria Bertuccelli revelou, em outro programa de TV argentino, que abandou o elenco original da mesma peça em 2014, por causa de Darín. “Ele me tratou de uma maneira que não se trata uma colega de trabalho”, desabafou a atriz. “Fiquei muito mal, cheguei a desmaiar. Muitas vezes coisas do gênero acontecem, e sempre busco resolvê-las da melhor maneira: conversando. Mas o que aconteceu foi gravíssimo”, completou, sem entrar em detalhes. Valeria disse que resolveu deixar a peça, fechando um acordo com equipe, elenco e assessoria de imprensa de que o motivo divulgado seria uma proposta de um filme a ser feito por ela. Mas não foi isso que foi publicado na imprensa na época. “Inventaram que eu havia me apaixonado por Ricardo, e que o que eu sentia era tão forte que só havia contado a meu marido, que teria me tirado imediatamente da obra. Foi cruel.” Esta denúncia foi suficiente para resgatar boatos de desentendimentos com Érica Rivas, com quem Darín filmou “La Cordillera” (2017) no ano passado. Houve até quem dissesse que Rivas teria ido à polícia denunciar o ator, que desmentiu. Darín reconheceu que ele e Rivas tiveram “uma grande discussão”, mas acreditava que isso tinha sido superado. “É um momento de hipersensibilidade social, e aproveitar-se desta conjuntura para colocar esses episódios como uma questão de violência de gênero é muito perverso e não me parece casual. É algo muito infantil. Não sei o que comentar. Com Érica (Rivas), tivemos uma grande discussão em determinado momento. Encaminhei um pedido de desculpas a ela, que não foi aceito. Gostaria de falar com ela”, disse o ator. “É doloroso porque é muito difícil se defender quando tudo vai ser mal interpretado”, continuou Darín. “Me colocaram no grupo dos indesejáveis. Dos que maltratam, são agressivos, violadores em série. Houve uma publicação americana que falou em ‘Harvey Weinstein argentino'”. Com voz embargada, ele comentou que estava “sujo no mundo inteiro”. “Nunca vou conseguir limpar meu nome e uma reputação construída durante toda uma vida”, lamentou, dizendo que sentia “chocado e ferido”. Mas não quis dar sua versão para os acontecimentos. “Adoraria pode falar, mas não posso fazê-lo agora. Preciso ser inteligente. Tenho que cuidar da minha família. Isso não envolve somente a mim, mas também minha mulher, que é uma grande defensora dos direitos das mulheres, minha filha, minhas amigas”, concluiu. Para completar, Florencia Bas, mulher de Darín, compartilhou em seu perfil numa rede social a carta de outra atriz, Vanesa Weinberg, que se queixou de como foi difícil trabalhar com Bertucelli. Weinberg chamou Bertuccelli de “rainha do desrespeito” e disse que se ela quiser “paz interior” terá de se desculpar com muita gente.










