Willem Dafoe vai estrelar primeiro filme de ficção de Bárbara Paz
Ator indicado ao Oscar será terapeuta do afeto em “Cuddle”, drama sobre solidão e conexão humana, no longa da diretora brasileira
Bárbara Paz será jurada no Festival de Veneza
Atriz e diretora brasileira integrará o júri que escolherá o melhor filme estreante no 81ª edição do festival italiano
Barbara Paz vai dirigir Willem Dafoe em estreia na ficção
Depois do sucesso internacional do documentário “Babenco, Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, sobre o marido Hector Babenco (1946-2016), a atriz e cineasta Bárbara Paz prepara sua estreia na direção de ficção com um longa-metragem sobre solidão em tempos atuais. O filme terá como protagonista o ator americano Willem Dafoe (“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa”), que interpretou o alter-ego de Babenco em “Meu Amigo Hindu” (2015), último filme do diretor. Barbara contracenou com ele na ocasião. “Em um mundo que parece ficar cada vez mais infértil, novas profissões surgem, como os profissionais do afeto, contratados para trazer calor humano às pessoas que vivem em extrema solidão. O meu filme fala sobre isso”, disse a diretora, em registro do jornal O Globo. Antes de começar as filmagens, Bárbara Paz poderá ser vista novamente como atriz nos cinemas já na próxima quinta (8/3), quando estreia “A Porta ao Lado”, dirigido por Júlia Rezende. O longa trata sobre relacionamentos, liberdade, traição.
Bárbara Paz revela seu motivo para odiar o Natal
A cantora Bárbara Paz odeia o Natal e tem bom motivo para isso. Neste sábado (24/12), ela compartilhou sua história no Instagram, assumindo: “Não gosto daquelas pessoas que acordam sempre felizes. Aquelas que postam fotos sorrindo. Como se o mundo fosse feliz. Odeio Natal”. O motivo está associado a um trama, que sempre vêm à tona nesta época do ano. “Morri dia 25 de dezembro de 1992, num Chevet branco ao som de ‘Erótica’ de Madonna”, ela contou, lembrando o acidente de carro gravíssimo que sofreu na data, que narrou em seu livro “Lado B”. Ela publicou um trecho do livro sobre o acidente, ao lado de uma imagem da época, citando os 434 pontos que precisou tomar pelos cortes sofridos, além do traumatismo craniano, perda auditiva, inúmeras sequelas e deformação do rosto – “Rasgo de orelha direita até a boca. Pele suspensa por um nervo. Dentes expostos. Do lado esquerdo? Rasgo do olho até a boca”. Jovem, Bárbara já havia perdido os pais e os médicos não sabiam para quem avisar sobre o acidente. “Ela perdeu a mãe, não, não tem pai. Morreu também. Diz que é modelo. Não para de falar. Tagarela. Ela precisa parar para não rasgar mais a pele”, escreveu, reproduzindo as falas dos profissionais de saúde antes de lhe aplicarem morfina. Felizmente, ela superou tudo. Deu a volta pro cima, venceu reality show, virou atriz famosa e, mais recentemente, diretora premiada de cinema. Mas todo Natal é uma lembrança do pior momento de sua vida. O relato ganhou muitos comentários de artistas no Instagram. A atriz Malu Galli resumiu: “Nasceu de novo e nasceu pra fazer e viver tanta coisa linda!”. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Bárbara Paz (@barbararaquelpaz)
Curta de Bárbara Paz é selecionado para mostra internacional
O novo filme de Bárbara Paz, o curta “Ato”, foi selecionado para o Les Nuits en Or, mostra internacional concebida pela Academia Francesa de Cinema. O evento promove os curtas-metragens premiados pelas Academias de cinema de todo o mundo e será realizado em 2023 em diversas cidades. “Ato” ganhou o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, entregue pela Academia Brasileira de Cinema neste ano, na categoria melhor curta-metragem de ficção. O filme é o terceiro curta de Barbara Paz, que estreou como diretora de longa-metragem em 2021, com o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”. Após ser premiado no Festival de Veneza, “Babenco” foi o representante do Brasil em busca de uma vaga no Oscar 2022. Veja abaixo o trailer oficial de “Ato”.
Bárbara Paz desenvolve filme para Fernanda Montenegro
A estrela e cineasta Bárbara Paz, que interpreta a vilã Úrsula na novela “Além da Ilusão”, está desenvolvendo um projeto de cinema para Fernanda Montenegro. Intitulado “Noite de Espera”, o filme será o primeiro projeto dramático de Paz após estrear na direção com o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, premiado no Festival de Veneza de 2019. A trama vai acompanhar uma atriz em busca de seu último papel. “Sinto que é um momento de mudança. Estou querendo fazer meus trabalhos autorais e dirigir outras obras também. Sinto que faz sentido falar sobre isso hoje nesse mundo solitário”, disse Paz ao jornal O Globo.
“A Febre” vence o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
O filme de temática indígena “A Febre”, de 2019, foi o vencedor da 20ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em cerimônia realizada no domingo (28/11). A conquista se soma a outros 25 troféus da obra de Maya Da-Rin, que também venceu os festivais de Brasília, Biarritz, Lima e IndieLisboa, além de ter rendido vários prêmios para sua diretora e seu ator principal, o estreante Regis Myrupu. A febre é o que sente o protagonista, um indígena do povo Desana que trabalha como vigia em um porto de cargas e vive na periferia de Manaus. Muito branco para sua tribo, muito índio para os brancos, ele adoece quando sua única companhia, a filha Vanessa, prepara-se para estudar Medicina em Brasília, e passa a ter visões que lhe impulsionam a reencontrar suas raízes. A premiação da Academia Brasileira de Cinema (ABC) também consagrou “Pacarrete”, outro filme de 2019, que teve o maior número de vitórias: oito troféus ao todo, incluindo o prêmio do Júri Popular e Melhor Comédia para o trabalho do diretor Allan Deberton, além do troféu de Melhor Atriz para Marcélia Cartaxo pelo papel-título. Já o Melhor Ator foi Marcos Palmeira por outro papel-título, desempenhado em “Boca de Ouro”, mais um lançamento de 2019. O Grande Prêmio do Cinema Brasileiro ainda destacou “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz — escolhido pela própria ABC para representar o Brasil no Oscar 2021 — como Melhor Documentário, e Filme de Estreia, além de Som e Montagem. Veja abaixo a lista completa dos vencedores do evento, que como sempre acontece um ano após a temporada original de premiações e praticamente dois anos após as estreias dos principais agraciados, conformando-se em ser a mais datada de todas as premiações nacionais. Melhor Longa-Metragem Ficção “A Febre”, de Maya Da-Rin. Melhor Direção Jeferson De, por “M8 – Quando A Morte Socorre A Vida” Melhor Longa-Metragem Comédia “Pacarrete”, de Allan Deberton Melhor Ator Marcos Palmeira, por “Boca de Ouro” Melhor Atriz Marcélia Cartaxo, por “Pacarrete” Melhor Ator Coadjuvante João Miguel, por “Pacarrete” Melhor Atriz Coadjuvante Hermila Guedes, por “Fim De Festa” Melhor Longa-Metragem Documentário “Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz Melhor Filme Pelo Voto Popular “Pacarrete”, de Allan Deberton Melhor Filme Internacional “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi (EUA) Melhor Filme Ibero-Americano “O Roubo do Século”, Ariel Winograd (Argentina) Melhor Longa-Metragem Animação Os Under-Undergrounds, “O Começo”, de Nelson Botter Jr Melhor Primeira Direção de Longa-Metragem Bárbara Paz, por “Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer Parou” Melhor Som Rodrigo Ferrante, Miriam Biderman, e Ricardo Reis, por “Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer Parou” Melhor Montagem – Ficção Karen Akerman, por “A Febre” Melhor Montagem – Documentário Cao Guimarães E Bárbara Paz, por “Babenco: Alguém Tem Que Ouvir O Coração e Dizer Parou” Melhor Roteiro Original Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro, por “Pacarrete” Melhor Roteiro Adaptado Jeferson De e Felipe Sholl, por “M8: Quando A Morte Socorre A Vida” Melhor Direção de Fotografia Barbara Alvarez, por “A Febre” Melhor Maquiagem Tayce Vale, por “Pacarrete” Melhor Figurino Kika Lopes, por “Boca De Ouro” Melhor Efeito Visual Marcelo Siqueira, por “A Divisão – O Filme” Melhor Direção de Arte Rodrigo Frota, por “Pacarrete” Melhor Trilha Sonora Fred Silveira, por “Pacarrete” Melhor Longa-Metragem Infantil “10 Horas Para O Natal”, de Cris D’amato Melhor Curta-Metragem – Ficção “República”, de Grace Passô Melhor Curta-Metragem – Documentário “Filhas de Lavadeiras”, de Edileuza Penha de Souza Melhor Curta-Metragem – Animação “Subsolo”, de Erica Maradona e Otto Guerra Melhor Série Documentário TV Paga/Streaming “Milton e O Clube da Esquina” – 1ª Temporada (Canal Brasil). Direção Geral: Vitor Mafra Melhor Série Animação da TV Paga/Streaming “Rocky & Hudson: Os Caubóis Gays” – 1ª Temporada (Canal Brasil). Melhor Série Ficção TV Aberta “Sob Pressão – Plantão Covid” – Temporada Especial (TV Globo). Melhor Série Ficção TV Paga/Streaming “Bom Dia, Verônica” – 1ª Temporada (Netflix).
Bárbara Paz e Alexandre Moratto representam o Brasil no Festival de Veneza
O longa “7 Prisioneiros”, de Alexandre Moratto, e o curta “Ato”, dirigido por Bárbara Paz, são os representantes brasileiros no Festival de Veneza. Premiada na edição de 2019 do festival italiano pelo documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, Barbara Paz participará da competição de curtas da mostra Horizontes com seu primeiro trabalho de ficção. “É uma honra tão grande voltar ao grande Festival de Veneza com meu primeiro filme de ficção. Um pequeno ATO de silêncio e solidão”, ela declarou, em comunicado. Escrito por Cao Guimarães (“O Homem das Multidões”), “Ato” conta a história de Dante (Eduardo Moreira, de Desterro), que se encontra em um processo de travessia num mundo suspenso e solitário. Sua única companhia é Ava (Alessandra Maestrini, de Duas de Mim), uma “profissional do afeto”. Já “7 Prisioneiros” foi selecionado para participar na categoria competitiva Horizontes Extra. Produzido pelos cineastas Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) e Ramin Bahrani (“O Tigre Branco”), o filme de Alexandre Moratto é estrelado por Rodrigo Santoro (“Westworld”) e Christian Malheiros (“Sintonia”), e será lançado em streaming pela Netflix ainda este ano. A trama explora a situação de trabalho análogo à escravidão perpetuada no Brasil por meio da história do jovem Mateus (Malheiros), recém-saído do interior em busca de uma oportunidade de trabalho em um ferro velho de São Paulo, que se revela uma cilada. “O filme, dirigido por Alexandre Moratto, é mais uma oportunidade importante pra gente falar pro mundo de temas urgentes por meio da Arte”, escreveu Santoro no Instagram. “Fico muito honrado por fazer parte disso, ao lado de uma equipe tão dedicada e deste grande talento que é Christian Malheiros”, completou. “7 Prisioneiros” é o segundo longa de Moratto, que estreou com “Sócrates” – também estrelado por Malheiros – , premiado no Spirit Awards, o Oscar do cinema independente dos EUA em 2019. A 78ª edição do Festival de Cinema de Veneza acontece entre os dias 1º e 11 de setembro. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Rodrigo Santoro (@rodrigosantoro) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Bárbara Paz (@barbararaquelpaz)
Regina Casé vai disputar Prêmio Platino
A organização do Prêmio Platino de Cinema Ibero-Americano divulgou nesta segunda-feira (19/7) as indicações de filmes e artistas que disputam a premiação de 2021. A lista inclui a brasileira Regina Casé, indicada na categoria de Melhor Atriz por sua desempenho em “Três Verões”, além de “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Bárbara Paz, que concorre como Melhor Documentário, e o longa “Pergaminho Vermelho”, de Nelson Botter Jr., na disputa da categoria de Melhor Animação. Regina Casé já foi premiada por seu papel no longa de Sandra Kogut pelos festivais do Rio, Antalya (Turquia) e Málaga (Espanha). Candidato brasileiro à vaga no último Oscar, “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou” foi premiado nos festivais de Viña del Mar (Chile), Guangzhou (China), Mumbai (Índia) e Veneza (Itália). O filme colombiano “El Olvido Que Seremos” e o guatemalteco “La Llorona” lideram a relação com 11 indicações cada. Entre as séries, o destaque é para a espanhola Patria, com cinco indicações. A cerimônia do Prêmio Platino será realizada no dia 3 de outubro, em Madri, e será transmitida ao vivo pelo Canal Brasil. Veja abaixo a lista completa dos indicados ao Prêmio Platino Melhor Filme “El Olvido Que Seremos” (Colômbia) “La Llorona” (Guatemala) “Las Niñas” (Espanha) “Nuevo Orden” (México) Melhor Direção Fernando Trueba (“El Olvido que Seremos”) Icíar Bollaín (“La Boda de Rosa”) Jayro Bustamante (“La Llorona”) Michel Franco (“Nuevo Orden”) Melhor Atriz Candela Peña (“La Boda de Rosa”) María Mercedes Coroy (“La Llorona”) Regina Casé (“Três Verões”) Valeria Lois (“Las Siamesas”) Melhor Ator Alfredo Castro (“Tengo Miedo Torero”) Diego Peretti (“El Robo del Siglo”) Javier Cámara (“El Olvido que Seremos”) Miguel Ángel Solá (“Crímenes de Familia”) Melhor Atriz Coadjuvante Kami Zea (“El Olvido que Seremos”) Nathalie Poza (“La Boda de Rosa”) Sabrina de la Hoz (“La Llorona”) Yanina Ávila (“Crímenes de Familia”) Melhor Ator Coadjuvante Alfredo Castro (“El Príncipe”) Diego Boneta (“Nuevo Orden”) Jorge Román (“Matar a un Muerto”) Julio Díaz (“La Llorona”) Melhor Roteiro “Crímenes de Familia” “El Olvido que Seremos” “La llorona” “Las Niñas” Melhor Trilha Sonora “Silenciadas” “Canción sin Nombre” “El Olvido que Seremos” “La llorona” Mejor Filme de Estreia “Canción sin Nombre” “Las Niñas” “Matar a Pinochet” “Matar a un Muerto” Melhor Edição “El Olvido que Seremos” “La llorona” “Las Niñas” “Ya No Estoy Aquí” Melhor Direção de Arte “Silenciadas” “El Olvido que Seremos” “La llorona” “Las Niñas” Melhor Fotografia “Silenciadas” “El Olvido que Seremos” “La llorona” “Las Niñas” Melhor Som “Silenciadas” “El Olvido que Seremos” “La llorona” “Ya No Estoy Aquí” Prêmio de Valores Educativos “Adú” “El Agente Topo” “El Olvido que Seremos” “Nuestras Madres” Melhor Documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou” (Brasil) “Cartas Mojadas” (Espanha) “El Agente Topo” (Chile) “El Año del Descubrimiento” (Espanha) Melhor Animação “El Camino de Xico” (México) “La Gallina Turuleca” (Espanha) “O Pergaminho Vermelho” (Brasil) “As Fantasias de Nicolás” (México) Melhor Série “Alguien Tiene que Morir” (México) “Antidisturbios” (Espanha) “El Robo del Siglo” (Colômbia) “Patria” (Espanha) Melhor Atriz em Série Cecilia Suárez (“La Casa de las Flores”) Elena Irureta (“Patria”) Inma Cuesta (“El Desorden que Dejas”) Marcela Benjumea (“El Robo del Siglo”) Melhor Ator em Série Alejandro Speitzer (“Alguien Tiene que Morir”) Álvaro Morte (“La Casa de Papel”) Andrés Parra (“El Robo del Siglo”) Eduard Fernández (“30 Monedas”) Melhor Criador de Série Álex de la Iglesia (“30 Monedas”). Rodrigo Sorogoyen e Isabel Peña (“Antidisturbios”). Álex Pina (“La Casa de Papel”). Aitor Gabilondo (“Patria”).
Bárbara Paz se declara não binária
A atriz Bárbara Paz se declarou uma pessoa não binária. Em entrevista ao podcast “Almasculina”, de Paulo Azevedo, a viúva do diretor Hector Babenco, sobre quem dirigiu o premiado documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, disse que se descobriu sem gênero recentemente, mas no fundo sempre foi assim. “Sou uma pessoa inquieta. Uma mulher, um homem, não-binária. Descobri que sou não-binária há pouco tempo. Um amigo meu falou que eu era, e eu acreditei, entendi. Sou uma pensadora, uma diretora, uma cineasta, uma atriz, uma pintora, uma escritora. Nas horas vagas a gente tenta tudo com as mãos, com a cabeça, com o cérebro e com a imaginação. A imaginação precisa estar trabalhando o tempo todo. Então, não sei bem quem eu sou. Se tiver alguma referência para me dizer quem eu sou, ainda estou em busca. Sou muitas coisas. Sou muitos, muitos, muitas. É difícil dizer quem você é para se apresentar. Sou uma pessoa de fazer o que tenho dentro, o que não é pouco. Arte”, ela explicou. No bate-papo, Barbara, que ficou órfã de pai aos 6 anos, disse ter percebido que desde cedo assumiu papéis masculinos. “Eu fui o homem da casa. Mesmo sendo criança, eu me sentia responsável por aquilo tudo. Sentia que tinha que cuidar da casa”, afirmou. “Minha ideia, quando criança, de quando eu subia nas árvores, era: ‘Então eu vou sair daqui, vou levar minha mãe para São Paulo, vou achar um médico'”, disse, citando a mãe que perdeu aos 17 anos de idade. “Eu comecei a trabalhar com 9 anos. Ninguém me falou para ir trabalhar. Eu sabia que ia ficar sem dinheiro, que minha mãe precisava… Então, esse lado meu masculino, que sei que tenho muito forte (veio dali)”, continuou. Ela também abordou o visual andrógino que marcou sua vida. “Sempre fui muito guri. Sempre tive cabelo curto, fui muito magra, não tinha tênis, eu tinha um kichute. Usava um meião. E eu tinha que usar, pra agradar minha mãe, um vestidinho sempre. Só que eu detestava. Sempre quis agradar muito minha mãe. Então eu era metade menino, metade menina.” Apesar disso, Bárbara pondera que nunca questionou sua sexualidade, dizendo que não via problemas em gostar de homem ou mulher. “Nunca questionei sobre isso, se é homem, mulher, do que você gosta. Nunca questionei sobre isso. Pra mim, você gosta de pessoas.” Depois da entrevista, ao ver seus comentários transformados em posts de portais e tópicos nas redes sociais, Bárbara foi ao Instagram demonstrar surpresa com a repercussão. “Gente, quanto sensacionalismo. Não há nenhuma descoberta, nenhuma revelação. Sempre fui assim — inquieta, curiosa com a vida”, explicou. “Amo ser minha mulher, ser meu homem. Amo ser essa mistura de eus. Amo ser quem eu sou!”. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Bárbara Paz (@barbararaquelpaz)
Cinema brasileiro fica fora do Oscar 2021
O Brasil ficou mais uma vez fora da disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional. O país concorria a uma vaga com o documentário “Babenco: Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”, de Barbara Paz, mas não conseguiu passar pela fase eliminatória. Nesta terça (8/1), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA divulgou várias listas contendo semi-finalistas em algumas categorias do Oscar 2021, e o filme escolhido pela Academia Brasileira de Cinema (ABC) para representar o país não apareceu entre os 15 que continuam no páreo. A última vez que uma produção brasileira foi indicada à Melhor Filme Internacional aconteceu em 1999, quando a categoria ainda se chamava Melhor Filme em Língua Estrangeira. O feito coube a “Central do Brasil”, que também obteve uma indicação a Fernanda Montenegro como Melhor Atriz. O longa brasileiro perdeu para o italiano “A Vida É Bela”, enquanto Gwyneth Paltrow tirou – controvertidamente – o Oscar de Fernanda com “Shakespeare Apaixonado”. Além da vaga mais cobiçada, a obra de Barbara Paz também tinha esperança de entrar na disputa de Melhor Documentário, após o bom desempenho de “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, no ano passado. Mas isso também não aconteceu. O cinema nacional tampouco conseguiu as indicações que buscava nas categorias de Curta Animado, onde alimentava sonhos com “Umbrella”, de Helena Hilario e Mario Pece, e de Curta Documental, na qual buscava encaixar “Carne”, da diretora Camila Kater. Nenhum desses filmes contou com apoio do governo brasileiro para conseguir suas indicações, graças à paralisação da Ancine e a uma visão ideológica anti-Cultura. Agora, a única chance do país ser representado no Oscar 2021 se concentra em “Bacurau”, com chances remotas nas categorias técnicas. Embora não tenha sido indicado pela ABC ao Oscar Internacional, onde teria chances maiores, o thriller de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho passou a ser considerado elegível para categorias técnicas após seu lançamento nos EUA no ano passado. O feito de um filme brasileiro disputar prêmios com os lançamentos americanos já aconteceu antes com o fenômeno “Cidade de Deus”, que apesar de barrado na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2003, concorreu a nada menos que quatro Oscars em 2004: Melhor Fotografia, Edição, Roteiro e Direção. Os 15 filmes que ainda estão na disputa das cinco indicações de Melhor Filme Internacional são: “Quo Vadis, Aida?” – Bósnia e Herzegovina “El Agente Topo” – Chile “Charlatan” – República Tcheca “Druk – Mais Uma Rodada” – Dinamarca “Nós Duas” – França “La Llorona” – Guatemala “Shaonian de ni” – Hong Kong “Crianças do Sol” – Irã “La Nuit des Rois” – Costa do Marfim “Ya No Estoy Aquí” – México “Håp” – Noruega “Colectiv” – Romênia “Dorogie Tovarishchi” – Rússia “Yangguang Puzhao” – Taiwan, “The Man Who Sold His Skin” – Tunísia E os 15 filmes na disputa de Melhor Documentário são: “Até o Fim: A Luta pela Democracia” “Boys State” “Collective” “Crip Camp: Revolução pela Inclusão” “As Mortes de Dick Johnson” “Gunda” “MLK/FBI” “El Agente Topo” “Professor Polvo” “Notturno” “The Painter and the Thief” “76 Days” “Time” “The Truffle Hunters” “Bem-vindo à Chechênia”
Academia muda regras do Oscar de Melhor Filme Internacional
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou uma nova mudança nas regras do Oscar na sexta-feira (15/1), desta vez focada na peneira dos candidatos à vaga de Melhor Filme Internacional. Devido à pandemia, a organização cancelou as reuniões dos comitês especializados e, assim, precisou alterar a forma de definir os pré-selecionados. Ao contrário de outras categorias do Oscar, a de longa-metragem internacional não tem um ramo específico na Academia, e profissionais de diferentes disciplinas (diretores, roteiristas, etc) podem votar em seus escolhidos. Originalmente, um grupo de voluntários de várias categorias era responsável por listar sete títulos, enquanto um grupo menor de cineastas, formado por especialistas em cinema estrangeiro, selecionava mais três, chegando ao total de dez títulos a serem considerados. Este ano, porém, o comitê específico teve as atividades canceladas. Assim, apenas os voluntários do comitê mais amplo votarão nos finalistas. Por conta disso, também houve mudanças na quantidade de filmes que passarão pela peneira inicial. Depois dos votos do comitê geral, em vez de anunciar 10 pré-selecionados, a Academia apresentará 15, que servirão como base para uma nova votação, que definirá os 5 indicados finais na categoria. Vale lembrar que o candidato do Brasil é o documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer Parou”, de Barbara Paz.










