Ex-empresária de Rose McGowan se suicida após polêmica com a atriz e Harvey Weinstein
A produtora e empresária Jill Missick se matou aos 50 anos de idade, anunciou sua família em comunicado. Ela trabalhou como produtora executiva da Miramax, empresa dos irmãos Weinstein, mas também como agente de talentos. E foi por empresariar Rose McGowan nos anos 1990 que seu nome circulou na mídia nos últimos dias. Missick era agente de McGowan em 1997, ano em que a atriz diz ter sido estuprada por Harvey Weinstein no Festival de Sundance. O nome dela foi envolvido na polêmica quando Harvey Weinstein divulgou emails em que Missick não corroborava a história da atriz, dizendo que McGowan lhe contara que seu encontro com Weinstein tinha sido consensual, embora tivesse se arrependido no dia seguinte. Rose McGowan a atacou por conta disso. No comunicado sobre a morte de Missick, sua família fez diversas acusações, tanto a McGowan quanto a Weinstein, mas principalmente contra “a nova cultura da compartilhamento ilimitado de informação e a disposição para aceitar declarações como fatos”. Para sua família, a mãe bipolar de dois filhos, que lutava há muito contra a depressão, foi um “dano colateral” do movimento #MeToo. “Ver o seu nome nas manchetes, como parte da tentativa de uma pessoa de obter mais atenção para a sua causa pessoal, juntamente com a tentativa desesperada de Harvey de se defender, foi devastador para ela. Quebrou Jill, que estava tentando retomar sua vida”, inicia o texto. “A rapidez da disseminação de informações espalhou mentiras sobre Jill, que ela não conseguiu e não quis desafiar. Ela tornou-se um dano colateral em uma história já horrível”. No comunicado, a família detalhou a pressão e os ataques que Missick sofreu. Leia abaixo a continuação integral do texto, que descreve os fatos polêmicos que a levaram a produtora a tirar a própria vida. “Ao longo dos últimos meses, muitas mulheres vieram com alegações contra Harvey Weinstein, incluindo Rose McGowan, que repetidamente falou com a imprensa, atacando não só o seu suposto agressor, mas também muitos outros. Um de seus alvos foi Jill, que escolheu permanecer em silêncio diante das declarações caluniosas de Rose contra ela por medo de minar os muitos indivíduos que se apresentaram com denúncias verdadeiras. Ela optou por não alimentar o frenesi, permitindo que seu nome e sua reputação fossem manchados apesar de não ter feito nada de errado. Ela nunca escolheu ser uma figura pública. Essa escolha foi tirada dela. Agora que Jill não pode mais falar por si mesma, é hora de contar a verdade. Em janeiro de 1997, Jill era agente da empresa de talentos Addis Wechsler. Um de seus primeiros clientes foi Rose McGowan, e um dos primeiros deveres foi marcar uma reunião de café da manhã com Harvey Weinstein durante o Festival de Sundance. Após a reunião, Rose disse a Jill o que havia acontecido – que tomou a decisão de remover suas roupas e entrar na banheira de hidromassagem com ele – , um erro do qual Rose imediatamente se arrependeu. Rose nunca usou a palavra estupro naquela conversa. Apesar disso, Jill reconheceu que Harvey tinha feito algo indecoroso com Rose, se não ilegal. Ela imediatamente procurou seus patrões, os sócios da Addis Wechsler, para contar a história de Rose e para insistir que eles abordassem imediatamente a situação. Eles disseram a Jill que lidariam com a situação. Arranjos entre Rose e Harvey foram então negociados, completamente sem o conhecimento de Jill. Naquela época, tudo o que Jill sabia era que o assunto estava resolvido e que Rose continuava fazendo filmes com os Weinsteins. Ela nunca conheceu nenhum detalhe até recentemente, quando Rose decidiu torná-los públicos. Dez meses depois, em novembro de 1997, Jill recebeu uma chamada do vice-presidente de produção da Miramax, recrutando-a para um trabalho como executiva da Miramax Films, para trabalhar em produções em Los Angeles. Jill foi contratada com base no mérito e seu excelente trabalho de mais de dois anos como uma jovem executiva de desenvolvimento na Woods Entertainment (antes de seu tempo na Addis Wechsler). A rodada mais recente de imprensa de Rose para promover seu livro incluiu novas histórias envolvendo Jill. A constante atenção que Rose obteve na imprensa e na TV levaram Harvey Weinstein a liberar dois documentos. Um deles foi um email que Jill escreveu para ele meses antes da primeira reportagem do New York Times, e a seu pedido. Neste email, Jill ofereceu a verdade com base no que ela lembra de ter ouvido Rose falar em Sundance. Em face das acusações contínuas e embelezadas de Rose, Harvey decidiu liberar o email sem o seu consentimento. Cinco anos atrás, Jill sofreu um episódio maníaco. Qualquer um familiarizado com a doença bipolar sabe que é uma doença cruel e daninha. Com a ajuda de médicos, sua família e amigos, Jill se recuperou. Jill lutou para recuperar a vida. Após uma longa pesquisa de emprego, ela estava em negociações para dirigir a divisão de produção para uma nova empresa de entretenimento. Ver o seu nome nas manchetes, como parte da tentativa de uma pessoa de obter mais atenção para a sua causa pessoal, juntamente com a tentativa desesperada de Harvey de se defender, foi devastador para ela. Quebrou Jill, que estava tentando retomar sua vida. O que faz com que as acusações e insinuações imprecisas de Rose contra Jill sejam irônicas é que ela foi a primeira pessoa que se levantou em nome de Rose e alertou seus chefes para a horrível experiência que Rose sofreu. Há 20 anos, como uma pessoa muito pequena em uma hierarquia da empresa de gestão, Jill exibiu sua integridade ao fazer a coisa certa – ela levantou a bandeira vermelha para os cabeças de sua empresa. Em face de um comportamento inadequado, Jill tratou a situação de forma adequada. A história dela é uma das poucas que se mantiveram consistentes ao longo do tempo, enquanto assistimos outros contos divulgados pela mídia se transformarem para obter mais atenção. Enquanto os jornalistas desempenham um papel importante na exposição do comportamento predatório, estamos vendo escolhas irresponsáveis e um vício pelo sensacionalismo que leva à narrativa inconsistente. A mídia é uma ferramenta poderosa para não ser tomada levianamente. A maioria dos indivíduos ficaria horrorizada por ter seu nome destacado em uma grande notícia internacional – e ainda mais com sua fotografia. Não podemos esquecer que a mídia é uma ferramenta temível que não pode ser usada indiscriminadamente nem mesmo inadvertidamente para criar mais vítimas. Existe uma responsabilidade ao usar uma plataforma para expor com precisão criminosos, predadores, mentiras e feridas enquanto protegem a verdade real de terceiros. À medida que buscamos coletivamente agir em um esforço para corrigir os erros tão descaradamente e desumanos repetidos por uma geração, não devemos esquecer uma simples verdade: as palavras têm poder. Enquanto iluminamos os cantos escuros das verdades ocultas, devemos lembrar que o que dizemos, particularmente na mídia, pode ter muito impacto, se não mais do que nossas ações. Devemos exigir mais de nós mesmos e uns dos outros. Devemos tirar um momento para considerar as ramificações e conseqüências do que dizemos e o que fazemos. As palavras são importantes. A vida de alguém pode depender disso”.
Entrevista antiga traz Fergie acusando Tarantino de mordê-la em filmagem
Mais um dia, mais uma controvérsia. O site Jezebel, que desencavou a polêmica entrevista radiofônica em que Quentin Tarantino defendia o colega Roman Polanski do estupro de uma menor, publicou nesta quinta (8/2) um vídeo com outra entrevista antiga, em que Fergie diz ter sido mordida por Tarantino durante a filmagem de “Planeta Terror”, lançamento de 2007. Tarantino fez uma pequena participação como zumbi no filme, dirigido por Robert Rodriguez, e teria sido tão dedicado ao personagem que chegou a morder a cantora. A entrevista foi incluída como bônus no DVD de “Planeta Terror”, e traz Fergie brincando sobre o “método” de interpretação do cineasta. “Então eu estou fazendo a cena e ele começa a me morder”, disse ela. A declaração é acompanhada por imagens que mostram Tarantino prendendo a cantora-atriz no chão, enquanto ela ri e diz “F*, sai de cima de mim”. Na entrevista de bastidores sobre o incidente, Robert Rodriguez disse: “Não foi tão ruim. Não foi uma mordida, porque ela não estava sangrando nem nada. Certamente, ela sentiu alguns dentes na carne. Isso acontece, as pessoas entram no papel.” Em mais imagens incluídas no vídeo, Fergie mostrou uma hematoma visível em seu ombro direito. “Quentin me mordeu. E no final desta filmagem, eu vou mordê-lo de volta”, disse ela. A conduta de Tarantino nos sets de filmagens não saem das manchetes desde sábado, quando Uma Thurman revelou ter
Tarantino pede desculpas por defender Polanski de acusação de estupro há 15 anos
Depois de se dizer arrependido pelo acidente de Uma Thurman em “Kill Bill” (2003), o diretor Quentin Tarantino precisou fazer outro pedido de desculpas nesta semana, por algo acontecido na mesma época, há 15 anos. Tarantino emitiu um comunicado nesta quinta (8/2) em que se desculpa pelos comentários feitos durante uma entrevista ao radialista Howard Stern em 2003, em que defendeu o diretor francês Roman Polanski, considerado culpado em 1977 por estuprar Samantha Geimer, que na época tinha 13 anos. Polanski foi preso em 1977 e acusado de cinco crimes, incluindo estupro por uso de drogas, perversão, sodomia e atos lascivos com uma criança menor de 14 anos. Ele cumpriu menos de dois meses de detenção, fez um acordo com o advogado da jovem para reduzir as acusações a um crime de sexo com menor e serviria uma pena em liberdade condicional, mas após ser informado de que o juiz não aceitaria o acordo, fugiu dos Estados Unidos para a França, de onde não poderia ser extraditado por ser cidadão francês. Mas Tarantino afirmou que o caso deveria ter sido tratado como sexo consentido com menor de idade, e não estupro, já que a garota teria “consentido” com o ato, afirmando inclusive que ela “estava a fim”. “Ele não estuprou uma criança de 13 anos. Ele fez sexo consentido com uma menor de idade. Não é estupro. Para mim, quando você usa a palavra estupro, vocês está falando de violência, de jogar a pessoa no chão. É um dos tipos de crimes mais violentos do mundo”, comparou o diretor, A entrevista foi resgatada pelo site Jezebel e repercutiu em todo o mundo. A própria Samantha Geimer se manifestou. Em uma entrevista com o Daily News, ela disse que não se tratou de sexo consentido, mas não pegou em tochas e forcados. “Não estou chateada, mas provavelmente me sentirei melhor se ele perceber que estava errado, depois de 15 anos, depois de ouvir os fatos. Mas ninguém deve ficar irritada em meu nome. Eu estou bem.” Tarantino percebeu o equívoco de sua manifestação ao sentir a revolta da opinião pública e tratou de se desculpar. “Eu quero me desculpar publicamente com Samantha Geimer por meus comentários no ‘The Howard Stern Show’ especulando sobre ela e o crime que foi cometido contra ela. Eu percebi o quanto eu estava errado 15 anos atrás. Samantha foi estuprada por Roman Polanski. Quando Howard trouxe à tona o tema Polanski, eu incorretamente assumi a posição de advogado do diabo no debate para ser provocador. Eu não levei em consideração os sentimentos dela e por isso eu estou muito arrependido. Então, Samantha, eu fui ignorante e insensível. Acima de tudo, incorreto. Me desculpe”. O timing da polêmica coincide com a revelação de que Polanski será personagem do próximo filme de Tarantino, passado em 1969, sobre os crimes dos seguidores de Charles Manson. Uma das vítimas dos maníacos foi a atriz Sharon Tate, esposa de Polanski, que ao ser assassinada estava grávida.
Atriz detona Quentin Tarantino por teste de shorts e chinelo
A atriz Busy Philipps (série “Cougar Town”) resolveu liberar seu repertório de palavrões para atacar Quentin Tarantino nas redes sociais, após mais uma polêmica envolvendo o nome do diretor. Ela aproveitou o resgate de uma entrevista em que o diretor defendeu Roman Polanski no caso de estupro de menor de 1977 e disparou: “f… esse cara”. “Lamento que vocês tenham de ouvir esse p… de Quentin Tarantino”, disse ela. Em seguida, aproveitou para revelar como foi seu contato com Tarantino, revelando que, certa vez, foi fazer um teste para um papel em filme do diretor e a produção exigiu que ela vestisse “shorts curtos” e chinelos. “Se cuspir em uma atriz e estrangulá-la não fosse suficiente. F… esse cara. F… todos que trabalham com ele. Eu tenho vergonha de já ter feito teste com ele. Eu tive de aparecer de shorts curtos e chinelos, como pedido, porque ‘eu queria o trabalho’. Esse negócio é horrível e dá oportunidade aos predadores”, acusou ela, antes de complementar. “Em tempo, isso foi há dez anos. Agora tenho certeza de que me considerariam velha para isso.” Busy Phillips terminou sua série de tuítes se despedindo e torcendo por uma mudança de postura após tantas revelações de abuso e comportamento inadequado. “Tenho de por minhas duas meninas para dormir e rezar para que elas possam crescer em um mundo em que drogar e estuprar uma criança de 13 anos não é motivo de risadas em um programa de rádio, sob a alegação de ‘foi porque ela quis’”, finalizou ela. Tarantino está no centro de polêmicas desde o fim de semana, quando o jornal The New York Times publicou uma longa entrevista de Uma Thurman em que ela denunciou situações de abuso, por parte de Harvey Weinstein, e um acidente nas filmagens de “Kill Bill”, que a levou a crer que o diretor queria matá-la. Dias depois, Thurman acabou defendendo Tarantino, dizendo que foi ele quem lhe conseguiu o vídeo do acidente – agora exposto ao público – e que ele sempre se arrependeu de tê-la pressionado a filmar a cena que acabou em acidente. Em resposta, Tarantino citou o caso como “um dos maiores erros da minha vida”. FUCK THIS GUY. https://t.co/ucjMfftBdO — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018 SORRY YOU HAVE TO LISTEN TO THIS FUCK QUENTIN TARANTINO YOU ARE FUCKING CANCELLED. https://t.co/ucjMfftBdO — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018 Like fucking spiting on an actresses face and choking her wasn't enough. Fuck this guy. Fuck anyone who works with him. I'm embarrassed that I ever auditioned for him. Fuck him. — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018 That I fucking showed up in SHORT SHORTS AND FLIP FLOPS as requested because I WANTED THE JOB. This business sucks and enables predators and FUCKING ENOUGH. — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018 Btw this was 10 year ago. I'm SURE IM TOO FUCKING OLD NOW. — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018 Ok. Sorry. I have to go put my two girls to bed and pray that they they get to grow up in a world where drugging and raping a child at 13 isn't laughed off in a radio interview "because she wanted it". — Busy Philipps (@BusyPhilipps) February 6, 2018
Diane Kruger diz que foi um prazer ser estrangulada por Tarantino em Bastardos Inglórios
Metido em polêmicas nesta semana, Quentin Tarantino teve uma boa notícia após sua entrevista com o site Deadline, em que abordou o acidente grave sofrido por Uma Thurman durante as filmagens de “Kill Bill”. Citada em meio à controvérsia, Diane Kruger usou o Instagram para dizer que trabalhar com o diretor em “Bastardos Inglórias” foi um grande prazer. O nome da atriz alemã foi citado pelo próprio Tarantino, em resposta à polêmica surgida com a reportagem do New York Times sobre o acidente de Thurman. Dizendo-se arrependido por insistir que a atriz fizesse a cena que a acidentou, ele revelou tê-la ajudado a conseguir o vídeo do acidente e aina afirmou que outras situações descritas na reportagem publicada no sábado (3/2) não tinham sido denúncias da “amiga”. O diretor citou uma cena em que segurou correntes sobre o pescoço de Thurman para estrangulá-la numa cena de “Kill Bill”, revelando que sua participação neste ato tinha sido sugestão da própria atriz, por acreditar que estaria mais segura se ele fizesse isso, e que anos depois também usou as próprias mãos para estrangular Diane Kruger, numa cena de “Bastardos Inglórios”. Diane Kruger respondeu à citação de seu nome de duas formas. Em primeiro lugar, fez questão de apoiar Uma Thurman em suas denúncias contra Harvey Weinstein. E em seguida tratou de elogiar Tarantino. “À luz das recentes alegações feitas por Uma Thurman contra Harvey Weinstein e sua terrível experiência de trabalho em ‘Kill Bill’, meu nome foi mencionado em numerosos artigos em relação à cena de estrangulamento em ‘Bastardos Inglórios’. Este é um momento importante na História e meu coração se dirige a Uma e a qualquer pessoa que tenha sido vítima de agressões e abusos sexuais. Eu estou com você. Para ficar registrado, eu também gostaria de dizer que minha experiência de trabalho com Quentin Tarantino foi puro prazer. Ele me tratou com absoluto respeito e nunca abusou do seu poder ou me forçou a fazer qualquer coisa com a qual eu não me sentisse confortável”, escreveu Kruger. Veja a íntegra do post abaixo, com uma imagem da atriz em “Bastardos Inglórios”. In light of the recent allegations made by Uma Thurman against Harvey Weinstein and her terrifying work experience on “Kill Bill”, my name has been mentioned in numerous articles in regards to the choking scene in “Inglourious Basterds”. This is an important moment in time and my heart goes out to Uma and anyone who has ever been the victim of sexual assault and abuse. I stand with you. For the record however, I would like to say that my work experience with Quentin Tarantino was pure joy. He treated me with utter respect and never abused his power or forced me to do anything I wasn’t comfortable with. With love, D xoxo Uma publicação compartilhada por Diane Kruger (@dianekruger) em 6 de Fev, 2018 às 6:31 PST
Entrevista antiga em que Tarantino defende Polanski de estupro de menor “quebra a internet”
Uma antiga entrevista em que Quentin Tarantino defendeu Roman Polanski de estupro de menor voltou à tona, no rastro da entrevista em que Uma Thurman revelou um acidente grave sofrido no set de “Kill Bill” e após afirmações de que Polanski será personagem do próximo filme do diretor. O timing da entrevista coincide com a época em que Uma Thurman diz ter confidenciado a Tarantino que Harvey Weinstein a atacou sexualmente. Desencavada pelo site Jezebel, a entrevista traz o diretor conversando com o locutor Howard Stern sobre o filme “Kill Bill” em 2003. Em certo ponto da conversa, Tarantino defende o diretor francês, que confessou na justiça ter abusado em 1973 de Samantha Geimer, que na época tinha 13 anos. Tarantino diz que o caso não deveria ser tratada como “estupro de criança”. “Ele não estuprou uma criança de 13 anos”, disse o diretor. “Ele fez sexo consentido com uma menor de idade. Não é estupro. Para mim, quando você usa a palavra estupro, vocês está falando de violência, de jogar a pessoa no chão. É um dos tipos de crimes mais violentos do mundo. Você não pode sair jogando a palavra estupro assim. É como usar a palavra racista por aí. Não se aplica a todas as pessoas que a usam. Ele foi culpado de fazer sexo com uma menor”. Porém, de acordo com o entendimento da legislação americana, a criança não tem discernimento para consentir ou não o ato sexual e presume que nestes casos sempre há uma coerção do adulto. Vale lembrar que a condenação de Polanski diz que ele teria drogado a garota. A conversa segue, com Tarantino defendendo Polanski porque a menina “estava a fim”. “Ela esta a fim e já falou disto. Tenho certeza que ela mencionou isso em público, tipo: ‘Não, ele não fez nada de errado comigo, foi uma tecnicalidade porque eu tinha 13 anos…’. Agora ela é uma adulta e conta o outro lado da história”. Quando Howard Stern questiona que Polanski deveria procurar mulheres adultas, Tarantino proclama: “Ele gosta de meninas!”. Stern, então, pergunta o que Tarantino faria se fosse sua filha. “Poria uma bala na cabeça de Polanski”. “Você o mataria?”, quis saber o radialista. “Eu o encheria de porrada, mas a situação não é que ela tenha sido contra aquilo, ela estava disposta a farrear com Roman. Vamos chamar como de fato foi. Ela estava a fim de festa. Eu não acredito que é estupro com essas garotas festeiras de 13 anos”. A internet quebrou após a última frase, tamanha a repercussão nas redes sociais. Em seguida, o áudio foi retirado do ar. Diretor de filmes de sucesso como “O Bebê de Rosemary” (1968), “Chinatown” (1974) e “O Pianista” (2002), Polanski foi acusado de violentar Samantha Geimer em 1977, quando ela tinha 13 anos, após uma sessão de fotos em Los Angeles, na casa de Jack Nicholson. Ele tinha 43 anos. Embora tenha celebrado um acordo judicial, declarando-se culpado e cumprido pena de 42 dias na prisão, Polanski fugiu para a França ao obter liberdade condicional, antes de uma nova audiência em 1978, temendo que seu acordo original fosse revisto por outro juiz. Como é cidadão francês, ele não poderia ser extraditado do país, o que o tornou, desde então, foragido da justiça americana. Nos últimos anos, Polanski foi acusado de estupro por mais quatro mulheres, que eram menores quando teriam sido abusadas pelo diretor nas décadas de 1970 e 1980. Duas delas são atrizes: a alemã Renate Langer (“A Armadilha de Vênus”) e a britânica Charlote Lewis (“O Rapto do Menino Dourado”).
Tarantino fala do acidente de Uma Thurman, do assédio de Weinstein e se diz arrependido
O diretor Quentin Tarantino decidiu comentar a entrevista de Uma Thurman ao jornal The New York Times, na qual ela revelou o acidente de carro que sofreu durante as filmagens de “Kill Bill”. A atriz afirmou que ficou com lesões graves, após Tarantino dispensar dublês e colocá-la em risco nas filmagens, chegando a achar que ele queria matá-la. O tom, porém, já foi outro dois dias depois, quando a atriz contou no Instagram que teve ajuda do diretor para conseguir o vídeo do acidente, culpando produtores e Harvey Weinstein por acobertarem o que ela sofreu. Ao falar ao site Deadline, Tarantino fez um mea culpa, admitindo que o acidente foi “um dos meus maiores erros” de sua vida. O cineasta explicou ao Deadline que apoiou e ajudou Uma a lembrar datas e traçar uma linha do tempo para denunciar os assédios de Harvey Weinstein, como ela fez na entrevista, e que ela também culpava o produtor de acobertar o acidente para impedi-la de pedir indenização. Ele garante que não sabia que isso tinha acontecido e que, quando ela lhe perguntou sobre o vídeo, foi atrás, 15 anos depois. “Tivemos de ir a armazéns, abrir caixas. Eu não conseguia acreditar. Não achei que encontraríamos. Mas a fita estava em ótimo estado e mostrava o acidente e o que aconteceu depois. Fiquei muito feliz de entregar para ela”. Ele ainda afirmou que sabia que o vídeo seria divulgado publicamente, mas não pensava que seria visto como antagonista da situação – a repercussão negativa inspirou ataques de estrelas de Hollywood contra o diretor nas redes sociais. Especificamente sobre o acidente, Tarantino disse: “Eu comecei a ouvir do gerente de produção, Bennett Walsh, que Uma estava insegura em filmar a cena dirigindo. Nenhum de nós havia considerado como uma cena de risco com necessidade de dublê. Era só dirigir. Talvez a gente devesse ter pensado nisso, mas não foi o que aconteceu. Tenho certeza de que quando me falaram de Uma eu rolei meus olhos. Mas não fiquei com raiva. Não fui ao trailer de Uma, gritando para ela entrar no carro.” “Eu não sei exatamente o que aconteceu. Uma tem sua suspeita, eu tenho a minha. Achei que lhe dando o vídeo, ela poderia expô-lo e algum especialista poderia entender o que de fato aconteceu”, acrescentou ele. “Eu pensei: ‘uma estrada reta é uma estrada reta’, não achei que precisaria passar por ela de novo para ver se tinha alguma diferença, vindo pelo lado oposto. É um dos maiores arrependimentos da minha vida. Como diretor, você aprende coisas e algumas vezes você aprende com esses erros horríveis. Esse foi um dos meus maiores erros, não ter separado um tempo para checar o trajeto novamente. Ela apareceu de bom humor, fez a cena, e então bateu. No início, ninguém entendeu o que aconteceu. Depois do acidente, Uma foi para o hospital e me senti totalmente em agonia com o que aconteceu. Além de um dos maiores arrependimentos da minha carreira, é um dos maiores arrependimentos da minha vida. Por vários motivos”. Tarantino diz que a cena consistia apenas em dirigir em linha reta, em um percurso aparentemente sem perigos. “Eu sabia que ela era insegura dirigindo, mas ela tinha carteira de motorista. Uma e eu temos nossos problemas quanto ao acidente. Ela me culpou por ele, e ela tem o direito de me culpar por ele. Não quis que isso acontecesse. Eu falei com ela para ela entrar no carro, tentei garantir que o trajeto estava seguro. Mas não estava”, completou. Ele explicou que não reparou em uma ondulação, uma espécie de “S” no trajeto, e que isso pode ter causado a batida. Tarantino ainda abordou a polêmica de assédio sexual, por parte de Harvey Weinstein. Ele conta que Uma foi a segunda atriz a lhe contar sobre a conduta imprópria do produtor. Sua então namorada Mia Sorvino tinha sido a primeira e ele já o havia confrontado, mas recebeu um pedido de desculpas e achou que tinha sido só aquela vez, uma coisa meio desajeitada. Quando ouviu Uma lhe relatoiu algo parecido, acreditou imediatamente na atriz. “Enquanto estávamos nos preparando para ‘Kill Bill’, Uma me contou o que ele fez. Foi aí que percebi que havia um padrão em Harvey atrair e atacar. Então, fiz Harvey se desculpar para Uma. Meu confronto com ele foi dizer que ele tinha de falar com Uma. Não adiantava pedir desculpas para mim. Ele tinha de pedir desculpas e ela tinha de aceitar, se fôssemos fazer o ‘Kill Bill’ juntos”, contou, afirmando que se isso não acontecesse não faria o filme com a Miramax, produtora de Weinstein. “Ele pediu desculpas”. “Eu não poderia ter respeitado mais Uma durante a produção do filme. Trabalhamos por mais de um ano. Treinamos por três meses. Olhe, o que aconteceu com os produtores após o acidente me parece dúbio. Não sei as respostas porque eles não queriam que ela tivesse o vídeo”, adicionou. Sobre as acusações de cuspir e estrangular Thurman em algumas cenas-chave do filme, ele confirmou. “Naturalmente, eu o fiz. Quem mais deveria? Eu não confiava (no ator) Michael Madsen, porque não sabia se iria cuspir certo, se ele aceitasse. Eu falei com Uma e disse, olhe: eu tenho de me comprometer em fazer isso com você. Eu adoro Michael, é um ator incrível, mas não confiava nele para estes trabalhos intrincados. Então, a ideia foi que eu assumiria a responsabilidade.” Quanto ao estrangulamento com corrente, ele explicou que foi uma sugestão da própria Uma, que confiava mais nele para criar uma cena de sufocamento realista com segurança, e que ela não tinha reclamado dessas coisas na entrevista do New York Times, uma vez que não foram citadas entre aspas. Tratava-se de uma apuração da repórter, descontextualizada. Tarantino também confidenciou que, após estrangular Uma, repetiu a ação com Diane Kruger em “Bastardos Inglórios” (2009). Ele também afirma que mantém a amizade com a atriz. “Eu e Uma estamos bem. Ela estava em um turbilhão, mas temos nos falado. Ela não queria que isso tivesse se voltado contra mim. Nós temos uma relação complicada, são 22 anos [na verdade, 24 anos desde ‘Pulp Fiction’]. Então, foi complicado ler o artigo.”
Uma Thurman defende Tarantino após repercussão da denúncia de seu acidente em Kill Bill
Uma Thurman decidiu se pronunciar após a repercussão de sua entrevista ao jornal The New York Times no sábado (3/2), em que em que relatou um acidente que a machucou no set de filmagem de “Kill Bill”, filme de Quentin Tarantino. Após várias colegas se precipitarem na condenação de Tarantino nas redes sociais, a atriz usou o Instagram para diminuir o peso das acusações contra o diretor. A entrevista foi pesada, mas agora ela elogia o diretor por ajudá-la a conseguir as evidências que Harvey Weinstein tentou acobertar, para impedi-la de processar o estúdio. Na entrevista ela lembrou como, na última semana de filmagem de “Kill Bill”, Tarantino a pressionou a realizar uma cena num carro que uma dublê poderia fazer. Ela se recusou, por não se considerar boa motorista e por ser alertada sobre problemas no veículo pela equipe técnica, mas o diretor não queria perder tempo e lhe garantiu que tudo estava bem com o carro e com a estrada, que ela só precisava acelerar em linha reta. Entretanto, isso acabou não sendo verdade. O carro rodopiou e bateu numa árvore, deixando a atriz presa nas ferragens. “O volante estava na minha barriga e as minhas pernas presas debaixo de mim”, ela contou, dizendo ter sentido que poderia ter ficado paralisada. Sofreu traumatismos e danos irreversíveis no pescoço e nos joelhos. “Quentin e eu tivemos uma enorme discussão, e eu o acusei de tentar me matar”, ela disse. Na segunda, ela mudou o tom, ao escrever em seu Instagram: “Quentin Tarantino ficou profundamente arrependido e continua a mostrar-se arrependido desse triste evento, tanto que me deu a filmagem, anos mais tarde, para que eu pudesse expô-la à luz do dia, embora, provavelmente, este seja um caso sobre o qual nunca se fará justiça. Ele também fez isso com pleno conhecimento que esta exposição poderia causar-lhe danos pessoais, e eu estou orgulhosa dele por fazer a coisa certa e por sua coragem”. Ela aproveitou e publicou o vídeo do momento do acidente, acusando os produtores e Harvey Weinstein de impedi-la de ter acesso ao registro do acidente todos estes anos. “A forma como isso foi acobertado depois que aconteceu é que é imperdoável”, acusa. “Eu culpo Lawrence Bender, E. Bennett Walsh e o notório Harvey Weinstein por isso. Eles mentiram, destruíram evidências e continuam me contradizendo sobre o dano que sofri”. Veja o post original abaixo. i post this clip to memorialize it’s full exposure in the nyt by Maureen Dowd. the circumstances of this event were negligent to the point of criminality. i do not believe though with malicious intent. Quentin Tarantino, was deeply regretful and remains remorseful about this sorry event, and gave me the footage years later so i could expose it and let it see the light of day, regardless of it most likely being an event for which justice will never be possible. he also did so with full knowledge it could cause him personal harm, and i am proud of him for doing the right thing and for his courage. THE COVER UP after the fact is UNFORGIVABLE. for this i hold Lawrence Bender, E. Bennett Walsh, and the notorious Harvey Weinstein solely responsible. they lied, destroyed evidence, and continue to lie about the permanent harm they caused and then chose to suppress. the cover up did have malicious intent, and shame on these three for all eternity. CAA never sent anyone to Mexico. i hope they look after other clients more respectfully if they in fact want to do the job for which they take money with any decency. Uma publicação compartilhada por Uma Thurman (@ithurman) em 5 de Fev, 2018 às 10:15 PST
Estrelas de Hollywood condenam Quentin Tarantino após denúncias de Uma Thurman
Diversas personalidades de Hollywood usaram o Twitter para manifestar apoio a Uma Thurman, após as revelações da entrevista publicada no sábado (3/2) no jornal The New York Times, que apenas da denuncia de abuso sexual de Harvey Weinstein, mas principalmente sobre como Quentin Tarantino quase causou sua morte nas filmagens de “Kill Bill”. As atrizes Jessica Chastain e Asia Argento e o diretor Judd Apatow foram as vozes mais ferozes a reagir contra o tratamento dispensado por Tarantino à estrela de “Kill Bill”. Na entrevista, Uma Thurman revelou que sofreu um acidente grave após ser forçada pelo cineasta a dirigir um carro por uma estrada de terra apenas para registrar um take em que aparece de costas. Ela afirma que até hoje tem sequelas físicas devido à batida do carro. Uma Thurman também revelou que Tarantino cuspiu nela e a enforcou, substituindo os atores nas cenas em que estas coisas aconteciam com ela no filme. Ela contextualiza a situação, lembrando isto se deu logo após ela relatar ao diretor que Harvey Weinstein a tinha assediado. Jessica Chastain ficou incomodada com este relato. “Eu fico imaginando Tarantino cuspindo no rosto de Uma e a estrangulando com uma corrente em ‘Kill Bill’. Quantas imagens de mulheres celebramos na mídia como casos típicos de abuso? Quando isso se tornou ‘entretenimento’ normal?”, ela tuitou. “Diretores que se inserem numa cena que descreve abuso cruzam um limite. Como um ator pode se sentir seguro quando o próprio diretor o estrangula?”, continuou. Judd Apatow, por sua vez, lembrou que Tarantino ignorou as alegações de Daryl Hannah, que também atuou em “Kill Bill”, sobre assédio de Weinstein. “Eles a tiraram da divulgação do filme na imprensa. Ninguém a ajudou. E agora Tarantino vai fazer um filme sobre Polanski. Por que alguém está financiando isso? É por isso que Weinstein não foi impedido”, ele escreveu, referindo-se também ao próximo filme de Tarantino, sobre Charles Manson, que terá Polanski entre seus personagens. Evan Rachael Wood preferiu louvar a força de Uma Thurman. “Você sempre foi uma inspiração pra mim. Obrigado por sua honestidade brutal. Não apenas sobre Harvey, mas sobre os riscos que às vezes corremos com nossas vidas”. Já Asia Argento, uma das primeiras mulheres a denunciar publicamente ter sido estuprada por Weinstein, não mediu palavras, indo direto na jugular. “Weinstein e Tarantino, que par! Um estuprador em série e um quase assassino. Não é brincadeira o que esses criminosos abomináveis fizeram a Uma Thurman, antes e depois de ‘Kill Bill’. Eles colocaram sua vida, sua dignidade, sua sanidade em perigo. Queimem no inferno, doentes malditos”. Veja abaixo os tuítes originais: Love you Uma. You have always been an inspiration to me. Thank you for your brutal honesty. Not just about Harvey but about the risks we sometimes take with our lives. | This Is Why Uma Thurman Is Angry – The New York Times https://t.co/2MbKB05Xtz — #EvanRachelWould (@evanrachelwood) February 3, 2018 Uma Thurman has seen the inside of our industry for 30yrs. I have great respect for her. She is a warrior.https://t.co/xVQp0uzK5Z pic.twitter.com/6l6LY0zbLh — Jessica Chastain (@jes_chastain) February 3, 2018 I keep imagining Tarantino spitting in Uma's face and strangling her with a chain for KILL BILL. How many images of women in media do we celebrate that showcase abuse? When did this become normalized 'entertainment'? — Jessica Chastain (@jes_chastain) February 4, 2018 I keep imagining Tarantino spitting in Uma's face and strangling her with a chain for KILL BILL. How many images of women in media do we celebrate that showcase abuse? When did this become normalized 'entertainment'? — Jessica Chastain (@jes_chastain) February 4, 2018 Directors inserting themselves into a scene depicting abuse is crossing a boundary. How can an actor feel safe when your director is strangling you? — Jessica Chastain (@jes_chastain) February 4, 2018 Tarantino also ignored Daryl Hannah’s complaints when she was harassed by Harvey Weinstein.They kicked her off the press tour.Nobody helped her. And now Tarantino is going to make a movie about Polanski. Why is someone financing this? This is why Weinstein wasn’t stopped. $$$$ https://t.co/WlSVFEoVN4 — Judd Apatow (@JuddApatow) February 3, 2018 Weinstein and Tarantino, what a pair! A serial rapist and a near murderer. It’s no fucking joke what these abhorrent criminals did to Uma Thurman, before and after #KillBill. They put her life, her dignity, her sanity in danger. Burn in hell you sick fucks. pic.twitter.com/VpD2oT1ETZ — Asia Argento (@AsiaArgento) February 3, 2018 FUCK TARANTINO FOREVER — Asia Argento (@AsiaArgento) February 3, 2018
Terry Crews revela ameaças por processar agente que o assediou
O ator Terry Crews revelou que, mesmo diante do movimento de conscientização contra o assédio em Hollywood, vem sendo pressionado a desistir de um processo que está movendo por conta de um abuso sexual que sofreu de um agente de talentos importante. As ameaças incluiriam até o suposto cancelamento de sua participação no quarto filme da franquia “Os Mercenários”. Crews está processando Adam Venit, da agência WME (William Morris Endeavor), por uma abordagem inapropriada e assédio sexual durante uma festa. Ao contrário de atores e produtores denunciados por assédio, Venit não foi demitido por conta disso. Ele foi apenas suspenso por 30 dias e já voltou à atividade, aparentemente para continuar exercendo seu poder de calar acusadores. Pelo menos, é o que diz Terry Crews em seu Twitter. “Meus empresários receberam uma ligação na última semana de Avi Lerner, produtor de ‘Os Mercenários 4’, dizendo que eu poderia evitar quaisquer ‘problemas’ na sequência se desistisse da minha ação contra a WME”, escreveu ele, completando em seguida. “Adivinhe quem é o agente de Sly (Sylvester Stalone)? Adam Venit.” Stallone é o idealizador da franquia “Os Mercenários”, tendo atuado em todos os filmes – assim como Crews. Paralelamente, Adam Venit apresentou uma resposta formal ao processo de Crews, negando que o fato de agarrar as genitais do ator em público tivesse sido assédio ou abuso. Ele afirma que o ator não ganhará o caso porque não sofreu nenhuma lesão e sua conduta não foi de natureza sexual. O astro da série “Brooklyn Nine-Nine” revelou o caso de assédio no Twitter, dentro da campanha #MeToo, após as primeiras denúncias de atrizes contra Harvey Weinstein. “Tudo isso que está acontecendo com Harvey Weinstein está me dando DEPT (desordem de estresse pós-traumático). Por quê? Porque esse tipo de coisa aconteceu comigo”, ele tuitou. Mais tarde, ele disse no programa “Good Morning America” que “nunca se sentiu mais emasculado, mais objetivado” do que quando o agente agarrou seu pênis, durante uma festa em 2016. Management got a call last week from Avi Lerner producer of EXPENDABLES 4 saying I could avoid any “problems” on the sequel if I dropped my case against @WME. Guess who’s Sly’s agent?ADAM VENIT — terrycrews (@terrycrews) February 3, 2018
Uma Thurman revela acidente que a fez crer que Tarantino queria matá-la
Além de relatar ter enfrentado violento assédio sexual de Harvey Weinstein, Uma Thurman revelou ao jornal The New York Times que sofreu um acidente muito grave durante as filmagens de “Kill Bill”, a ponto de achar que Quentin Tarantino estava tentando matá-la. O acidente aconteceu logo após ela contar pela segunda vez para Tarantino que odiava Weinstein desde que tinha sido assediada, o que fez o cineasta ir tirar satisfações com o produtor. Ela relata que, em seguida, começaram as filmagens de “Kill Bill”. E ela percebeu uma agressividade maior que o comum da parte do diretor. Tarantino teria feito questão de agredi-la pessoalmente, cuspindo na sua cara, na cena em que Michael Madsen faz isso no filme, e a enforcando com uma corrente, na cena de luta contra Chiaki Kuriyama. Na última semana de produção, Tarantino a pressionou a realizar uma cena num carro que uma dublê poderia fazer. Ela se recusou, por não se considerar boa motorista e por ser alertada sobre problemas no veículo pela equipe técnica, mas o diretor não queria perder tempo e lhe garantiu que tudo estava bem com o carro e com a estrada, que ela só precisava acelerar em linha reta. Entretanto, isso acabou não sendo verdade. O carro rodopiou e bateu numa árvore, deixando a atriz presa nas ferragens. “O volante estava na minha barriga e as minhas pernas presas debaixo de mim”, ela contou, dizendo ter sentido que poderia ter ficado paralisada. Sofreu traumatismos e danos irreversíveis no pescoço e nos joelhos. “Quentin e eu tivemos uma enorme discussão, e eu o acusei de tentar me matar”, ela disse. Isso deixou o cineasta nervoso. Foi a vez de Ethan Hawke, então casado com Uma Thurman, ir até o set para confrontar o diretor. “Cara, ela é uma grande atriz e não uma dublê”, disse o ator, que foi entrevistado pelo Times, revelando que Tarantino ficou “muito arrependido e pediu perdão”. Aquele incidente revelou para a atriz até que ponto ia a “desumanização” no meio cinematográfico, colocando vidas em perigo. “Harvey me atacou [sexualmente], mas isso não me matou. O que me afetou mesmo foi o acidente, foi sentir que tinha sido agredida de tal forma que ficara vulnerável”, ela disse. “E apenas para que o diretor fizesse um take barato”. Ela exigiu ver as filmagens do acidente, mas nem Tarantino nem Weinstein permitiram. Apesar disso, ela e Tarantino precisaram promover “Kill Bill” juntos. E as brigas pessoais se intensificaram, a ponto de sepultarem a parceria da dupla. Logo em seguida, Tarantino filmou um filme de acidentes de carros, “À Prova de Morte” (2007), em que mulheres morriam de todas as formas em batidas de veículos. O filme promoveu Zoë Bell, dublê de Uma, a atriz principal. Uma continuou exigindo as filmagens durante anos, mas só conseguiu pegá-las recentemente, após o escândalo sexual de Weinstein vir à tona. Tarantino teria ficado pasmo com a extensão dos abusos do produtor e lhe cedeu as filmagens. A atriz forneceu um vídeo do acidente ao jornal – que pode ser visto abaixo. Ela diz que nunca se recuperou fisicamente. E com isso sua carreira sofreu. “Eu caí de colaboradora criativa e protagonista à condição de uma ferramenta quebrada”, comparou. “Mas Quentin finalmente mostrou arrependimento depois de 15 anos, certo?”, disse, referindo-se à entrega do vídeo. “Não que isso importe agora, com meu pescoço permanentemente danificado e meus joelhos quebrados”. Para Uma, a decisão de revelar essa história, tantos anos depois, tem a ver com o contexto de acerto de contas em curso em torno da violência contra as mulheres. Procurado, Quentin Tarantino não respondeu à reportagem do Times. Logo após as denúncias de assédio de Weinstein se tornarem conhecidas, o diretor confessou ao jornal que sabia de alguns casos. “Eu sabia o suficiente para fazer mais do que eu fiz. Existia mais do que apenas rumores ou fofocas normais. Eu não sabia de ouvir falar. Eu sabia que ele tinha feito algumas dessas coisas”, contou Tarantino. “Eu gostaria de ter tomado alguma atitude contra o que ouvi. Se eu tivesse feito o que podia ser feito, não deveria mais trabalhar com ele”.
Uma Thurman denuncia violência sexual sofrida nas mãos de Harvey Weinstein
A atriz Uma Thurman se juntou à lista de mulheres que acusam o produtor Harvey Weinstein de assédio, abuso e violência sexual. Em entrevista publicada nesta sábado (3/2) no jornal The New York Times, a atriz disse que Weinstein a atacou sexualmente em 1994, num quarto de hotel em Londres, após a avant-première inglesa de “Pulp Fiction” (1994), de Quentin Tarantino. O filme foi produzido e distribuído pela Miramax, empresa de Weinstein. “Ele me empurrou para baixo. Tentou se enroscar em mim. Tentou se expor. Fez várias coisas desagradáveis, mas, na realidade, não se esforçou muito para me imobilizar. Foi mais como se eu fosse um animal se contorcendo para entrar ali. Como uma lagartixa”, descreveu a atriz. Antes disso, Uma Thurman relatou um primeiro incidente, num hotel de Paris. Na ocasião, ele teria vestido um roupão de banho durante uma reunião sobre um projeto e a quis levar a uma sauna. Quando ela questionou o motivo, o produtor ficou “nervoso” e foi embora. Ela contou que era amiga da família de Weinstein, especialmente da primeira mulher do produtor, Eve Chilton, e que estranhou o fato dele assediá-la. Até a situação escalar em Londres, quando ameaçou contar tudo. Uma marcou um encontro com Weinstein para conversar sobre o incidente, onde desabafou. Disse que, se ele tratasse outras mulheres da mesma forma, “perderia a sua carreira, reputação e família.” A atriz afirma não se lembrar do que ocorreu depois. Uma amiga que a esperava na entrada do hotel revelou que ela apareceu “com os olhos doidos e totalmente fora de controle”. A amiga afirmou que, na ocasião, Uma disse que Weinstein tinha ameaçado acabar com a sua carreira. Após este incidente, ela continuou tendo que conviver com o produtor em eventos sociais, mas passou a considerá-lo seu inimigo. A Miramax continuou produzindo filmes da atriz, inclusive os dois volumes de “Kill Bill”, dirigidos por Tarantino em 2003 e 2004. Em nota à revista The Hollywood Reporter, um porta-voz de Weinstein admitiu que ele passou uma “cantada desajeitada” na atriz, mas negou tê-la assediado fisicamente, acrescentando que essa é a primeira vez que ele ouve falar na história e se disse espantado dela decidir compartilhá-la depois de 25 anos. Weinstein deve estar mesmo muito espantado, pois também ouviu falar pela primeira vez de outras 50 histórias similares. Durante a avalanche de denúncias de assédio sexual contra o produtor, no ano passado, Uma Thurman chegou a sugerir em pelo menos duas ocasiões que tinha uma história para contar. Durante o Dia de Ação de Graças, ela agradeceu no Instagram que o escândalo que acabou com a carreira de Weinstein estivesse acontecendo devagar. “Você não merece uma bala”, ela disparou.











