Marcos Oliveira, o Beiçola, pede trabalho: “Sem comer desde ontem”
O comediante Marcos Oliveira, conhecido por seu papel como Beiçola em “A Grande Família”, voltou a pedir ajuda financeira nas redes sociais. O ator de 67 anos diz que está com sérios problemas financeiros e não tem nem dinheiro para comer. “Oi, gente, estou precisando muito de trabalho”, disse em um vídeo, exibido no programa “Fofocalizando” desta quinta-feira (28/9). O intérprete de Beiçola explicou que já estava recuperado da cirurgia que fez recentemente, e precisava voltar a trabalhar para pagar as contas e comer: “Me chamem para qualquer trabalho. Eu estou bem. Estou melhorando [da cirurgia]. Estou sem comer desde ontem. Por favor, me ajude”. Os últimos trabalhos de Oliveira na TV foram na série “O Dono do Lar”, encerrada em 2020 no Multishow, e uma participação na novela “Poliana Moça”, no ano passado no SBT. Outros apelos Este não é o primeiro pedido de ajuda do ator, que já fez outros apelos nas redes e até conseguiu uma vaquinha de fãs para arcar com suas despesas. Uma das pessoas que mais prestaram ajuda foi Tatá Werneck. A atriz e apresentadora pagou o plano de saúde do ator, que ficou muito agradecido. Graças a isso, ele conseguiu realizar a cirurgia citada.
Guta Stresser trata esclerose múltipla pelo SUS e desabafa sobre problemas financeiros
Guta Stresser, conhecida por seu papel como Bebel em “A Grande Família”, abriu o jogo sobre seu diagnóstico de esclerose múltipla e as dificuldades financeiras que enfrenta em entrevista ao programa “Domingo Espetacular”. A atriz, que atualmente faz tratamento pelo SUS, falou sobre o impacto emocional e profissional da doença em sua vida. “Um baldão de água fria”, foi como Guta descreveu o momento em que recebeu o diagnóstico. Ela contou que inicialmente sentia formigamentos nas extremidades e zumbido. A doença, que afeta a memória e não tem cura, levou a atriz a um processo de negação até conseguir ressignificar sua vida. Preconceito Guta também abordou o preconceito que enfrenta na classe artística devido à doença. “Preconceito por falta de conhecimento. Trabalhar te faz bem. A pior coisa para quem tem esclerose múltipla é parar. Se você parar, você paralisa”, explicou. Sobre as dificuldades financeiras, Guta foi enfática: “As pessoas sempre acham que você está numa vida superparadisíaca, maravilhosa, e você está ali vendo como vai pagar conta. Os boletos chegando… Ninguém quer perder uma casa porque não conseguiu pagar o financiamento”. Volta para Curitiba A atriz revelou que foi acolhida pelos colegas de elenco de “A Grande Família” e atualmente reside em Curitiba, onde iniciou sua carreira. Ela se prepara para estrear na peça “Os Analfabetos” no próximo mês. Ela planeja vender seu apartamento no Rio de Janeiro para se estabelecer no Paraná e ficar mais próxima de sua família. “Eu nem me dava conta que eu sentia falta”, disse. Atualmente, Guta está hospedada em Curitiba num quartinho de uma associação que apoia o espetáculo que ela vai estrear. Ela destacou que é muito bem tratada por todos da instituição.
Marcos Oliveira, o Beiçola, rasga críticas à TV Globo: “Ator não tem valor”
Marcos Oliveira, o eterno Beiçola de “A Grande Família” (2001-2004), não economizou críticas e acusou a TV Globo de não valorizar seus contratados. No podcast “Papagaio Falante”, o ator revelou ter sido destratado em sua última aparição no seriado. “No último dia de gravação [de ‘A Grande Família’] ninguém nem olhava na minha cara, não tinha texto, não tinha nada. Eu e uma samambaia, a samambaia tinha mais close do que eu”, afirmou Oliveira. “O que eu tenho de valor para as pessoas [que me assistiam], ali dentro pode ser que não tenha tido valor nenhum.” Beiçola também contou que não era apoiado pelos atores e outros funcionários da casa: “Depois ainda me chamaram para fazer ‘Deus Salve o Rei (2018)’, eu tive sorte que tinha a Tatá Werneck, que é uma ótima companheira. Foi Legal. Depois, acabou.” Desvalorização profissional Nas últimas semanas, Marcos Oliveira pediu ajuda dos seguidores para conseguir sobreviver enquanto não consegue novos trabalhos nas telinhas. Apesar da dificuldade, o ator assegurou que não tem interesse em retornar à emissora. “Eu não sei nada da TV Globo. Se me perguntarem alguma coisa da TV Globo, eu não sei e não quero nem saber”, ele garantiu. “Deixa a TV Globo lá, a gente que é ator não tem o menor valor lá dentro mesmo.” “Só tem valor naquele instante, depois, acabou. Tem uns dedinhos podres lá dentro, a gente não sabe quem é, mas tem gente lá que gosta de puxar o tapete. Mágoa eu não tenho, tenho ressentimento”, completou Beiçola.
Guta Stresser vive crise financeira e pode perder casa após demissão da Globo
Guta Stresser, a interprete de Bebel em “A Grande Família”, afirmou que enfrenta uma crise financeira desde o fim de seu contrato com a TV Globo. A atriz de 50 anos corre risco de perder sua casa após ter o imóvel leiloado pelo banco para quitar as dívidas. Em entrevista ao jornal O Globo, a artista não hesitou em entrar nos detalhes da situação. “Compraram a minha casa no leilão. Desde que fiquei sem contrato com a Globo, não consegui mudar o meu financiamento”, ela disse. “Estou tentando invalidar o leilão. Corro risco de sair daqui sem nada do que paguei”, acrescentou Guta. “O banco não quer saber se tenho esclerose múltipla e se estou sem emprego.” Guta aproveitou o desabafo para analisar sua atual condição: “Talvez a minha situação financeira, hoje em dia, seja reflexo do tanto de tratamento que fiz para engravidar. Tentei várias vezes, mas não deu certo, e você não recebe o seu dinheiro de volta.” Saúde de Guta Stresser Guta Stresser foi diagnosticada com esclerose múltipla há três anos atrás, quando começaram os sintomas da menopausa. A atriz disse que tenta realizar os tratamentos, mas a crise financeira a impede. “Estou tentando, mas isso seria o melhor dos mundos. Quem tem grana está bem de vida, empregado consegue. As pessoas falam em abundância. Que bom que veio para elas. Porque, para mim, a abundância veio e passou que nem um sopro”, lamentou a atriz. Apesar da má fase, a artista deve retornar aos palcos de Curitiba em setembro com a peça teatral “Os Analfabetos”, de Adriano Petermann.
Marcos Oliveira, o Beiçola, desabafa sobre estado de saúde: “Turbulência”
O ator Marcos Oliveira, que ficou famoso ao interpretar Beiçola no seriado “A Grande Família”, desabafou sobre seu estado de saúde. O assunto surgiu no programa “A Tarde é Sua” na segunda-feira (2/1). O artista tem enfrentado um dos momentos mais difíceis de sua vida, por conta de uma fístula entre a próstata e a uretra. A condição causa infecções urinárias frequentes. “Eu estou em um processo que, na verdade, ainda está no meio, passando por uma turbulência”, contou Oliveira. “Desde o dia 6 de dezembro, está sendo uma loucura.” Na sequência, o ator contou que teve “delírios maravilhosos” ao convulsionar por conta da doença. “Parecia que eu estava em uma peça de teatro e só tinha gente enferma. Tinha ainda um homem que vestia a roupa do Agostinho e pedia a enfermeira para fazer xixi”, relatou. A experiência alucinante acabou deixando a apresentadora Sonia Abrão surpresa, mas Marcos Oliveira continuou a história. “Confesso que foi uma loucura. Eu estava deitado naquela cama e ouvindo todas aquelas coisas, mas era apenas um delírio de enfermaria de hospital”, disse. “Por sinal, foi lindo, de uma poesia… Era assoalho de madeira, com camas brancas e toda aquela aparelhagem. Tinha pessoas loucas também naquele meio. Eram atores com roupas de bailarina dançando em cima da cama.” No dia 30 de dezembro de 2021, o ator teve alta médica após tratamento e cirurgia de colostomia. Entretanto, Marcos precisou retornar logo em janeiro passado. “Quando cheguei lá, a equipe toda já tinha mudado, pois lá é uma faculdade de urologia. Acabou que não consegui fazer uma outra cirurgia, porque estavam esperando um médico. No final das contas, levou um bom tempo até eu conseguir operar, que foi em junho”, continuou o interprete de Beiçola. Depois da enfrentar a cirurgia, Marcos relatou que participou do elenco de uma novela do SBT. “Foi bem legal, porém, eu estava com duas sondas e doía muito”, desabafou. “Mas dou graças a Deus por isso, pois eu queria mesmo é trabalhar, mesmo não dizendo uma palavra sequer. Foi um período muito bom, principalmente por causa da equipe, que teve muito carinho [comigo].” Marcos Oliveira destacou, antes de concluir o assunto, que a emissora de Silvio Santos é bastante acolhedora. “Eles realmente formam uma família, enquanto em outros lugares é algo bem barra pesada e não admitem que a gente tenha contato nem com os câmeras”, alfinetou a rede Globo, provavelmente.
Márcia Manfredini, atriz de “A Grande Família”, morre aos 62 anos
A atriz Márcia Manfredini, que interpretou a personagem Abigail em “A Grande Família”, morreu nesta segunda-feira (5/12) aos 62 anos de idade. A causa da morte ainda não foi divulgada pela família. A morte foi confirmada pelos atores Kiko Mascarenhas e Blota Filho no Instagram, lamentando pela perda da atriz e amiga. “Minha melhor amiga! Um ser de luz e amor! Sempre rindo de tudo! Ontem nos falamos por 2 horas! Vc vai fazer muita falta na minha vida! Biiii segue com luz e muita porque foi luz que vc espalhou por aqui!!! Não acredito até agora! Mas Deus sabe o que faz! Gratidão por tudo que passamos, rimos e vivemos nesses 30 anos de união! Te amo magrela!”, escreveu Blota Filho. “Acabei de saber do falecimento da querida Marcia Manfredini. Tão prematuramente… uma tristeza. Aos familiares e amigos, meus sentimentos sinceros. Descanse em paz, querida”, lamentou Kiko Mascarenhas. Guta Stresser, que interpretou a personagem Bebel em “A Grande Família”, também lamentou a morte da atriz. “Minha amiga! Querida, amiga Márcia. Que tristeza… Não estou conseguindo acreditar”, escreveu ela. Márcia Manfredini viveu a Dona Abigail em 71 episódios de “A Grande Família”, entre 2006 e 2011. A personagem era a superintendente do bairro, sempre se portando de forma arrogante e rabugenta, e tinha Agostinho como alvo preferencial das suas broncas, além de invejar Dona Nenê por esta ser muito mais querida pelos vizinhos. Para completar, foi apaixonada por Beiçola e, em certo ponto da história, começou a namorá-lo, o que promoveu a paz entre ela e a grande família de Nenê e Lineu. Ela também viveu a Dona Irena, tia da cantina da série “Sandy & Jr.” (1999-2001), participou do longa “Carrossel: O Filme” (2015) e fez participações em algumas novelas e de muitas peças de teatro. Seu trabalho mais recente foi no humorístico “Família Paraíso”, atualmente no ar na Globo. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Blota Filho🔆 (@blotafilhooficial) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Kiko Mascarenhas (@kikomascarenhas) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Maria Augusta L Stresser (@gutastresser)
Contrato de Marieta Severo com a Globo é encerrado após 39 anos
A atriz Marieta Severo não teve seu contrato renovado com a Globo após 39 anos, mas deverá continuar trabalhando com a emissora em contrato por obra certa. Ela já está cotada para um novo projeto, cujos detalhes ainda não foram revelados. Com o fim da política de contratos fixos para elenco, a emissora visa enxugar a folha de pagamento e evitar que atores recebam salários sem estar trabalhando. Ainda assim, alguns nomes seguem contratados com exclusividade. Veterana na emissora, Marieta começou na Globo em 1966, na novela “O Sheik de Agadir”, mas passou um longo período afastada, entre 1970 e 1983, quando chegou a viver exilada no exterior com seu então marido, Chico Buarque, perseguidos pela Ditadura Militar. Ao voltar à emissora nos anos 1980 fez dezenas de papéis em novelas, minisséries, séries e especiais, destacando-se mais recentemente na série “A Grande Família” (2001-2014), em que viveu a dona Nenê, matriarca que marcou época na TV brasileira. Nos últimos anos, ela também foi a megera Fanny de “Verdades Secretas” (2015), a vilã Sophia de “O Outro Lado do Paraíso” (2017) e a bondosa Noca em “Um Lugar ao Sol” (2021), seu último trabalho na emissora. O fim de seu contrato acontece pouco após Osmar Prado terminar seu vínculo neste mês. Outros nomes da geração da atriz, como Antonio Fagundes e Stenio Garcia, também foram dispensados nesses novos tempos, permitindo que emissoras e plataformas rivais possam se valer de seus talentos.
Guta Stresser revela que briga com Pedro Cardoso separou casal de “A Grande Família”
A atriz Guta Stresser, que viveu Bebel na série “A Grande Família”, revelou que um desentendimento com Pedro Cardoso levou a seu divórcio televisivo do personagem Agostinho Carrara na produção clássica da Globo. A revelação foi feita numa entrevista ao programa “Sensacional”, da RedeTV!, exibida na noite de terça (24/5). A atriz explicou que a briga aconteceu em 2012 após ela reclamar por ter que regravar uma cena na chuva. “Eu estava irritada esse dia. Estávamos gravando uma cena bem complexa. Era um dia chuvoso e eu estava de [blusa de] alcinha. A diretora falou que queria fazer mais uma vez e eu: ‘Sério? Está bom, está chovendo e estou morrendo de frio. Ele [Pedro] disse algo como: ‘Não fala assim’ e eu: ‘Não se mete, estou falando com ela’. Para quê? Ele ficou muito bravo”, disse Stresser. A atriz afirmou que o clima foi piorando. “Para começar, foi muito maior do que precisava o tipo de desqualificação. Imagina falarem: ‘Você não é nada, só existe porque eu existo’, em alto e bom tom, para todo mundo ouvir”, ela descreveu. Na época, circularam rumores de que Cardoso interrompeu a gravação dizendo que há 12 anos “aturava” sua colega de trabalho, que seria uma “péssima atriz”. “Depois foi péssimo. Ensaiava sem olhar [para ele]. Aí no ‘gravando’ eu fazia. Mas os autores foram muito legais, escreveram uma separação para eles e aí teve toda uma história da gente se separar”, explicou. Ela diz que até hoje eles não fizeram as pazes. “Me acusou de coisas que eu considero inverdades, injustas. Estou esperando [o pedido de desculpas] até hoje. Hoje em dia, para trabalhar com ele, só ganhando o dobro”, concluiu.
Globoplay libera Os Normais, A Grande Família e mais séries clássicas em streaming
A plataforma Globoplay liberou mais cinco séries de comédia que fizeram grande sucesso na TV. A partir desta segunda-feira (20/4), “Os Normais” (2001-2003), “A Grande Família” (2001-2014), “Toma Lá Dá Cá” (2007-2009), “Tapas e Beijos” (2011-2015) e “A Diarista” (2004-2007) estão liberadas de graça para não assinantes do serviço. O conteúdo permanecerá disponível gratuitamente durante 60 dias na plataforma, juntando-se a outros títulos que já tinham sido liberados, como as séries “Shippados” (2019) e “Sandy & Junior” (1999-2002), a primeira parte da novela “Amor de Mãe” e o “Sinta-se em Casa”, humorístico que Marcelo Adnet protagoniza durante a quarentena. Para completar, o serviço de streaming também tinha liberado, durante o mês passado, séries infantis como “Detetives do Prédio Azul”, “Escola de Gênios”, “Mya Go”, “Bob Zoom”, “Valentins”, “Dr. Calça Dimensional”, longas animados da Disney e todas as temporadas de “Malhação”. “Desde que o isolamento social se intensificou no país, a Globoplay vem disponibilizando, de tempos em tempos, uma série de conteúdos que podem ser acessados gratuitamente. Ao todo já foram mais de 70 títulos”, disse a plataforma, em comunicado.
Eloísa Mafalda (1924 – 2018)
Morreu Eloísa Mafalda, a Dona Nenê da versão original da série “A Grande Família” e atriz que marcou época na TV brasileira. Ela faleceu aos 93 anos em casa, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, na noite de quarta-feira (16/5) de causas naturais. A veterana atriz foi, ao longo de meio século de atividade, a grande mãe da TV brasileira, intérprete de inúmeras figuras maternas que embalaram séries e novelas da Globo. Mas Mafalda Theotto, que nasceu em 1924, em Jundiaí, interior de São Paulo, podia ter se tornada famosa por outro talento que possuía e que nada tinha a ver com interpretação. Em 1936, aos 12 anos de idade, foi convidada a integrar o time olímpico brasileiro, como atleta de natação. Porém, seu pai não deixou. Em vez disso, incentivou-a a trabalhar como costureira e auxiliar de escritório nas Emissores Associadas para ajudar nas contas da família. Assim que o irmão conseguiu emprego como locutor de rádio no Rio de Janeiro, ela aproveitou seus contatos para fazer um teste de elenco e acabou estreando nas radionovelas da Rádio Nacional. Ao se destacar com sua voz, ambicionou mais e conseguiu figurar num filme em 1950, arranjando em seguida trabalho como atriz no “Teledrama” da TV Paulista, onde ficou até a emissora ser vendida para a TV Globo. Eloísa Mafalda estrelou a primeira “novela das oito” da Globo, “O Ébrio”, em 1965. E já na época não era uma donzela, com 41 anos. Pela idade, acabou se especializando nos papéis de mãe, quase sempre da classe trabalhadora, da qual Dona Nenê é a maior representante. Isto lhe dava enorme identificação com o público alvo da emissora, as então chamadas “donas de casa”, que tinham nas telenovelas seu principal passatempo. Não por acaso, a maioria de seus personagens se chamou “dona”: dona Consolação (“O Astro”, 1977), dona Mariana (“Paraíso”, 1982), dona Pombinha (“Roque Santeiro”, 1985), dona Delfina (“Meu Bem Querer”, 1991), etc. Mas não eram mulheres fracas. E a mais forte de todas dispensava reverências simbólicas, por ser dona de si mesma: a fantástica cafetina Maria Machadão (“Gabriela”, 1975). Versátil, apesar da insistência com que foi escalada como mãezona, também interpretou papel oposto, como a beata Gioconda (“Pedra sobre Pedra, 1992). Sua última novela foi “O Beijo do Vampiro”, de 2001, onde interpretou mais uma dona de sua galeria: Dona Carmem. Os dramaturgos da emissora a amavam e gostariam que ela fosse mãe eterna de seus personagens. Mas Mafalda decidiu por conta própria se aposentar, porque já na época da última novela encontrava dificuldades para decorar os textos, lutando contra a perda de memória. Mesmo assim, acabou convencida a fazer um curta em 2010 pelo ator (e diretor da obra) Giancarlo Di Tommaso, “Obrigada!”, em que aparecia numa cadeira de rodas. Foi seu último trabalho. Ela fez poucos filmes, embora tenha começado a carreira cinematográfica em 1950, como figurante de “Somos Dois”. Outros trabalhos incluem participações nas antologias “Os Mansos” (1976) e “O Ibraim do Subúrbio” (1976), nos dramas “O Mau-Caráter” (1974), de Jece Valadão, e “Beijo 2348/72” (1990), de Walter Rogério, e na comédia infantil “Simão, o Fantasma Trapalhão” (1998), escrita e estrelada por Renato Aragão. Foram muitos papéis, mas ela será sempre lembrada como a Dona Nenê, personagem que virou título até de música dos Titãs. Dona Nenê foi a mãe que simbolizou as famílias brasileiras no pior momento do país, entre 1972 e 1975, fazendo de tudo para manter todos unidos contra as inúmeras adversidades, como crises financeiras e de relacionamento, num Brasil de inflação desenfreada, censura e repressão. Bem diferente do país do remake, que até chegou colorido, quando lançado em 2001.
Rogéria (1943 – 2017)
Morreu a atriz Rogéria, o primeiro travesti a fazer sucesso na TV nacional, que se definia como “o travesti da família brasileira”. Ela vinha lutando contra uma infecção desde julho, sendo internada algumas vezes. Voltou ao hospital nesta segunda (4/9) no Rio de Janeiro, onde veio a falecer poucos horas após a internação, aos 74 anos. Seu nome artístico surgiu em um concurso de fantasias de Carnaval onde se apresentou como Rogério em 1964. Ao final do show, a plateia a ovacionou aos gritos de Rogéria. A partir daí, nunca mais usou o nome de batismo, Astolfo Barroso Pinto, a não ser como piada. E era realmente engraçado que Rogéria fosse Astolfo e ainda tivesse Pinto. Ela não tinha papas na língua. Costumava dizer que a cidade em que nasceu em 1943, Cantagalo, no interior do Rio de Janeiro, tinha sido o lar do maior macho do Brasil, Euclides da Conha, e da “maior bicha do Brasil: eu”. Desde sua infância tinha consciência da homossexualidade e na já adolescência virou transformista, buscando uma carreira de maquiadora, enquanto se descabelava aos gritos no auditório da Rádio Nacional, nos programas estrelados pela cantora Emilinha Borba, de quem era fã incondicional. Antes de se tornar famosa, Rogéria trabalhou como maquiadora na TV Rio. Lá, foi incentivada a ingressar no universo das artes cênicas, encontrando sua verdadeira vocação como atriz. Virou vedete de teatro de revista no notório reduto gay de Copacabana, a Galeria Alaska. Mas não se contentou em virar apenas um ícone LGBT+ do Rio. Chegou, inclusive, a ter carreira internacional. Viajou para Angola, Moçambique e seguiu para a Europa. Em Paris, virou estrela de renome graças a sua temporada na boate Carrousel entre os anos de 1971 e 1973. Ao voltar para o Brasil, emplacou filmes da Boca do Lixo, como “O Sexualista” (1975) e “Gugu, o Bom de Cama” (1979), ao mesmo tempo em que ganhou o Troféu Mambembe, conferido pelo Ministério da Cultura aos destaques teatrais do Rio e São Paulo, pelo espetáculo que fez em 1979 ao lado de Grande Otelo. Logo, começou a aparecer na TV. A princípio, como jurada de programas de calouro do Chacrinha. Seus comentários provocantes repercutiram com enorme sucesso entre o público, e assim ela se perpetuou nos programas de auditório por várias décadas, incluindo os comandados por Gilberto Barros e Luciano Huck. Rogéria também fez pequenas participações em novelas e séries de comédia da Globo, aparecendo em “Tieta”, “Sai de Baixo”, “Desejo de Mulher”, “Duas Caras”, “Babilônia”, “A Grande Família” e “Zorra Total”, além de fazer papéis bissextos no cinema, em filmes de diretores importantes e tão diferentes como Eduardo Coutinho (“O Homem que Comprou o Mundo”, 1968), Julio Bressane (“O Gigante da América”, 1978), José Joffily (“A Maldição do Sanpaku”, 1991) e Carla Camurati (“Copacabana”, 2001). No ano passado, ela lançou uma autobiografia intitulada “Rogéria — Uma Mulher e Mais um Pouco”, que comemorou os 50 anos de sua carreira, e participou do documentário “Divinas Divas, sobre as primeiras transformistas famosas do Brasil. Dirigido por Leandra Leal, o filme venceu o prêmio do público do Festival do Rio e do Festival SXSW, nos Estados Unidos. “Rogéria era uma artista maravilhosa. Era mais fácil trabalhar com ela do que com qualquer pessoa. Era só acender a luz que ela brilhava. Ela se dizia a travesti da família brasileira. Ela levava a família brasileira pra ver seus shows. Era sensacional”, lamentou o cartunista Chico Caruso, em depoimento ao jornal O Globo. “Ela abriu as portas para uma geração, ela desde sempre foi vanguarda, revolucionária e acho que é uma perda muito grande”, disse Leandra Leal. “Ela fazia a diferença, ela tinha voz, talento, força. Ela dizia: ‘Eu não levanto bandeira, eu sou a bandeira’. A maior mensagem que ela deixa é viver de acordo com a sua potência”.
Globo vai resgatar A Grande Família com especiais de retrospectiva da série
A rede Globo vai resgatar a série “A Grande Família” com uma, claro, grande retrospectiva. Embora tenha marcado época em sua versão original, nos anos 1970, a atração foi muito além em seu revival no século 21, virando um fenômeno de longevidade, com exibição de 2001 a 2014, sempre com grande audiência. A estreia da segunda fase aconteceu em março de 2001, com o episódio “Meu Marido Me Trata como Se Eu Fosse uma Geladeira”, que fará 16 anos neste mês. A retrospectiva trará os melhores momentos de cada personagem da atração, com narração feita por Marco Nanini, o intérprete do patriarca Lineu. Intitulada “O Álbum da Grande Família”, a homenagem irá ao ar de 20 de março a 28 de abril, lembrando a trajetória de cada integrante da família ao longo de seus 13 anos de produção. Os primeiros cinco episódios serão voltados à trajetória de Nenê (Marieta Severo), que começou a série como dona de casa e terminou como empresária de sucesso. Em seguida, virão os arcos de Bebel (Guta Stresser), Agostinho (Pedro Cardoso), Tuco (Lúcio Mauro Filho), os convidados especiais e, por fim, o próprio Lineu. Além da série, os personagens também estrelaram um filme, intitulado, como não poderia deixar de ser, “A Grande Família – O Filme” (2007), dirigido por Mauricio Farias (“Vai que Dá Certo”).









